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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Eu Me Vingarei

Título no Brasil: Eu me Vingarei
Título Original: The Gambler from Natchez
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Levin
Roteiro: Gerald Drayson Adams, Irving Wallace
Elenco: Dale Robertson, Debra Paget, Thomas Gomez

Sinopse:
Década de 1840. New Orleans. Após cumprir vários anos de serviço militar o capitão Vance Colby (Dale Robertson) retorna ao lar para reencontrar o pai mas é surpreendido pela notícia que ele foi morto após ter supostamente trapaceado em um jogo de cartas. Vance não se convence da estória pois seu pai sempre fora um homem honesto nos jogos de cartas. Ao lado de um amigo, o também veterano capitão Barbee (Thomas Gomez), e de sua filha Melanie (Debra Paget), ele começa a investigar o que de fato teria acontecido com seu velho.

Comentários:
A figura do jogador de cartas do velho oeste sempre prosperou na imaginação dos fãs de western. O exemplo mais conhecido foi Doc Holliday, o mais famoso carteador e pistoleiro do oeste selvagem. Assim variações desse tipo de personagem sempre povoaram as produções do gênero. Esse "The Gambler from Natchez" se passa praticamente todo nesse universo. Como se sabe um jogo de cartas naquele tempo quase sempre terminava com pistolas em punho. A mera desconfiança de que algo estava errado e de que alguém estava trapaceando já era motivo suficiente para os jogadores sacassem suas armas para duelos onde ao final apenas um homem ficava de pé. Apesar da boa trama não vá esperando nada muito complexo ou sofisticado demais. O filme se assume como puro entretenimento realmente. No elenco vale destacar a presença da bela Debra Paget, certamente uma das mais lindas atrizes de Hollywood durante os anos 1950. Os admiradores de pin ups ficarão um pouco surpresos pois ela, que era considerada uma loira exuberante, surge em cena aqui com os cabelos pintados de negro - e que na minha opinião não ficaram tão bem como seus cabelos loiros. Mas isso é o de menos no final das contas, pois "The Gambler from Natchez" vale mesmo por sua proposta inicial. Um bom western que vale a pena ser conferido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

...E o Noivo Voltou

Título no Brasil: ...E o Noivo Voltou
Título Original: No Room for the Groom
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: Joseph Hoffman, Darwin L. Teilhet
Elenco: Tony Curtis, Piper Laurie, Don DeFore

Sinopse:
Tony Curtis interpreta o jovem soldado que volta para casa para finalmente se casar com sua namorada. Uma antiga promessa que ele pensa mesmo em cumprir. Só que na véspera do casamento ela fica doente e ele decide então ir passar um último fim de semana como solteiro em Las Vegas. Claro que isso vai gerar inúmeras confusões para os noivos em questão. 

Comentários:
Não se engane sobre isso... o Tony Curtis foi um verdadeiro astro do cinema. Ele tinha ótima aparência quando jovem e se especializou em interpretar personagens bonitões, mas com algo perigoso no ar. Ao contrário de outros galãs, como Tyrone Power, por exempo, a galeria de personagens do Curtis tinha um elemento a mais de realismo. Não eram tipos virtuosos e heróicos, longe disso, na realidade eram meio malandros, cínicos, espertos, podendo passar a perna nas mocinhas românticas quando fosse preciso. Essa comédia romântica que foi uma das primeiras trazendo Tony Curtis como ator principal do elenco, é uma boa amostra disso. Outro aspecto que não se pode ignorar é que ele tinha mesmo um feeling impecável para comédias. De certa maneira apesar de ser um cara bonito, baby face, que de certa maneira o estigmatizada em papéis de conquistadores, ele também sabia fazer cenas de humor como poucos. Não é à toa que se tenha se tornado tão popular em sua época de auge, sucesso e fortuna. 

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de outubro de 2023

Irmã Morte

Irmã Morte
Eu sempre tenho escrito que o cinema de terror produzido atualmente na Espanha é um dos melhores do mundo. Não deixa nada a desejar se compararmos com os filmes produzidos nos Estados Unidos e Inglaterra, os redutos mais tradicionais de produção desse gênero cinematográfico. Pois bem, via de regra os filmes feitos na Espanha são muito bons. O último que havia assistido não me agradou muito, mas agora com esse novo filme as coisas voltaram ao seu normal.  Esse é o caminho certo que os filmes de terror devem seguir. Perceba que o filme não tem efeitos digitais e mesmo assim o espectador não sente falta deles. Na verdade franquias como "A Freira" deveriam sim aprender mais com esse roteiro de como as coisas podem ser bem feitas sem se tornarem em nenhum momento apelativas. E nem precisa também ofender a inteligência do espectador. É tudo uma questão de ter um roteiro inteligente em mãos para se trabalhar. 

No filme temos essa jovem que está prestes a fazer seus votos definitivos como freira. Na infância ela alegava ter visões da própria virgem Maria, o que a levou a ser chamada de Menina Santa. Ela cresceu, se tornou uma jovem muito religiosa e agora está em um convento, trabalhando como professora de literatura para uma classe de meninas. Só que não demora muito e ela começa a ter visões sobrenaturais onde está vivendo, dentro dos próprios muros do convento. Esse lugar foi palco de uma história simplesmente sombria no passado e pelo visto velhos fantasmas ainda sedentos de justiça voltaram para acertar contas com algumas religiosas dessa ordem de freiras. Gostei de praticamente tudo por aqui. O final é de certo modo simples, pois a chave de toda a história também é simples, mas quem disse que algo assim não pode ainda funcionar? No meu caso tudo soou muito bem, com roteiro onde não falta nada e nem apresenta excessos ou exageros sensacionalistas. Mais um filme de terror nessa já vasta coleção de bons filmes de suspense e sobrenatural produzidos na Espanha. Vale muito a pena assistir e está bem acessível no catálogo da Netflix no momento. 

Irmã Morte (Hermana muerte, Espanha, 2023) Direção: Paco Plaza / Roteiro: Jorge Guerricaechevarría / Elenco: Aria Bedmar, Almudena Amor, Maru Valdivielso / Sinopse: Jovem noviça, prestes a se tornar freira, começa a ter visões no convento onde vive e trabalha. Ao que tudo indica essas visões possuem um elo de ligação com eventos traumáticos e criminosos que aconteceram ali no passado entre os muros dessa mesma instituição religiosa. 

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de outubro de 2023

Corrida Para o Topo

Título no Brasil: Corrida Para o Topo 
Título Original: Duell am Abgrund
Ano de Lançamento: 2023 
País: Alemanha
Estúdio: Netflix
Direção: Nicholas de Taranto, Götz Werner
Roteiro: Nicholas de Taranto, Götz Werner
Elenco: Dani Arnold, Ueli Steck, Sheridan Tongue

Sinopse:
Esse filme mostra a história real de dois alpinistas suiços que disputaram entre si uma competição para subida em tempo recorde no maior pico montanhoso do país. E tudo sendo feito sem o devido cuidado e equipamento necessário para evitar acidentes fatais. O vencedor seria aquele que chegasse ao topo da montanha no menor número de horas de escalada que fosse possível. 

Comentários:
Existem coisas nesse mundo que não se deve fazer. As situações mostradas nesse filme formam exemplos perfeitos disso. Não se deve escalar uma grande montanha de picos gelados sem o devido equipamento de proteção como cordas de fixação, etc. Não se deve subir uma montanha na correria, sem o devido cuidado, visando apenas bater um recorde de tempo que pode custar sua própria vida. E não se deve acreditar unicamente na palavra de um alpinista se ele não tiver provas de que chegou ao topo de uma montanha e em que tempo realizou isso. Quando se ignora o bom senso, a chance de terminar em tragédia é muito grande. E o desfecho desse filme mostra bem isso. Subir em uma montanha, apressado, pode valer a vida do alpinista. Um pé mal colocado, uma mão que escorrega e aí não tem jeito, só sobrará o abismo, a queda fatal para a morte certa. Lamento, mas é justamente esse tipo de situação que vai acontecer de forma inevitável. Depois não adianta chorar. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

O Diabo no Tribunal

Título no Brasil: O Diabo no Tribunal 
Título Original: The Devil on Trial
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Chris Holt
Roteiro: Chris Holt
Elenco: Carlo Adamo, Hannah Mae Beatty, Foster Hamilton

Sinopse:
Documentário que resgata a história de um garoto que supostamente teria sido possuído pelo Diabo nos Estados Unidos durante a década de 1980. E quando uma pessoa próxima acabou matando um homem logo surgiu a tese de que o verdadeiro assassino seria não ele, mas o Diabo. 

Comentários:
Seria cômico se não fosse trágico. Essa coisa de toda de tentar se eximir de culpa em um crime grave no tribunal alegando que tudo seria obra do Diabo não passa mesmo de uma grande picaretagem. E o mais espantoso de tudo foi ver um advogado levando essa linha de defesa para um tribunal dos Estados Unidos! Outro aspecto que me chamou atenção nesse bom documentário foi a participação do casal Warren nessa história. Como se pode perceber inclusive por depoimento do irmão do suposto menino possuído pelo capeta, eles estavam mesmo interessados na grana toda que fatalmente estaria envolvida nessa caso, que poderia ser explorado em livros, filmes e demais produtos lucrativos. Pois é, muitos vão se decepcionar, mas o fato é que os Warrens tinham mesmo um pezinho na pura picaretagem sobrenatural. Os fantasmas não existiam, mas o dinheiro tinha existência bem concreta, isso é certo. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A Ilha da Garganta Cortada

Título no Brasil: A Ilha da Garganta Cortada
Título Original: Cutthroat Island
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Michael Frost Beckner
Elenco: Geena Davis, Matthew Modine, Frank Langella

Sinopse:
Nos tempos em que os piratas reinavam nos sete mares, uma jovem e destemida mulher assume o controle de um barco e vai até o Caribe com o firme objetivo de encontrar um tesouro escondido na Ilha da Garganta Cortada. Será uma aventura cheia de perigos e situações de risco. 

Comentários:
Quando eu assisti a esse filme pela primeira vez, eu pude perceber que Hollywood havia perdido a mão para fazer bons filmes de piratas. Na era de ouro dos grandes estúdios filmes sobre piratas formavam um estilo cinematográfico dos mais populares. Só que isso havia acontecido nos anos 30, 40 e 50. Depois disso perderam a fórmula dos bons filmes. Essa aventura assim sempre me pareceu muito artificial, nada convincente. Até que houve uma boa produção, com um orçamento que beirou os 100 milhões de dólares, mas as filmagens tiveram problemas. Marido e mulher dividiam as responsabilidades do filme, ele na direção, ela liderando o elenco. Não deu muito certo. Com um roteiro que era reescrito a cada semana de filmagem, esses problemas apareceram na tela. E tudo isso era uma pena pois o filme tinha tudo para dar certo. Não deu, lançado nos cinemas foi fracasso de bilheteria, levando a produtora Carolco à falência. A crítica malhou muito também. E de certa maneira jogou novamente o estilo de filmes de piratas na geladeira por anos a fio. Pois é, nem sempre Hollywood acertava em sua escolhas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O caso homossexual de John Lennon

O caso homossexual de John Lennon
O boato sempre existiu. E conforme os anos foram passando pareceu ainda mais crível. E o que dizia essa fofoca que circulava entre os fãs dos Beatles? Dizia que John Lennon havia tido um caso amoroso com o empresário da banda, Brian Epstein. Inclusive Brian teria se esforçado tanto pelos Beatles justamente porque nutria uma paixão por Lennon. Afinal ele era um homem rico, dono de empresas de sucesso em Liverpool. Naquela fase de sua vida não teria a menor necessidade de se envolver tanto com aqueles jovens de uma banda estridente que tocava em uma caverna no lado mais proletário da cidade. Talvez o fato dele ter se interessado por John como promissor amante em potencial tenha feito ele se tornar empresário daqueles teddys boys. 

John Lennon obviamente conhecia os boatos e não reagia bem quando os ouvia. Certa vez partiu para a agressão física contra um antigo conhecido em uma festa em Liverpool. E tudo porque ele teria perguntado a John se ele estava mesmo namorando Brian. O jovem Beatle, já bastante embriagado, partiu para cima do sujeito na frente de todos, tendo que os demais membros de seu grupo apartar a briga. Um fato lamentável, nada condizente com a imagem de paz e amor que John tanto lutou para construir em torno de si mesmo ao longo dos anos. Além disso nos dias de hoje algo assim pegaria muito mal. Afinal a violência por parte de John deixaria claro que ele também era, em certa medida, um homofóbico! 

Nos anos 60 o Beatle John Lennon fez uma viagem de férias até a Espanha com o empresário do grupo Brian Epstein, que era notoriamente gay. Alguns livros dizem que eles tiveram um tórrido romance homossexual de verão na Espanha, mas outros afirmam que tudo não passou de mera provocação. Um antigo amigo de Lennon disse entretanto que o Beatle confidenciou a ele que teria deixado Epstein passar a mão em todo o seu corpo nu, com o pênis ereto. De qualquer forma nunca saberemos a verdade pois ela foi para o túmulo com Epstein e Lennon. E quando Brian morreu precocemente, vítima de overdose acidental de pílulas, John teria se fechado ainda mais, jamais aceitando sequer que uma pergunta sobre isso lhe fosse feita. 

Também é importante salientar que o empresário dos Beatles começou a ter muitos problemas emocionais após o casamento de John com Cynthia. Ela ficou grávida e John resolveu se casar com a jovem namorada. Brian ficou arrasado. Com um filho na jogada, John jamais assumiria nada com ele. Além disso tinha o problema da fama dos Beatles. Nos anos 60 teria sido um grande escândalo, com potencial para destruir o grupo, se Lennon admitisse qualquer caso homossexual e justamente com o empresário de sua banda. De qualquer forma as relações foram cortadas. Quando Brian morreu as coisas andavam tensas entre ele e os Beatles. Eles tinham parado com os shows ao vivo e andavam reclamando com Brian de alguns erros que ele havia cometido, inclusive em relação a contratos com a gravadora e empresas que fabricavam produtos com a marca dos Beatles. E tudo parece ter contribuído para Brian Epstein ter morrido ainda bem jovem, de uma maneira que deixou todos que o conheceram bastante chocados!

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

John Wayne, Meu Pai

Seguindo os passos de Christopher Scott, que escreveu um belo livro sobre seu pai, Randolph Scott, Aissa Wayne, filha do mito John Wayne, também publicou seu livro de memórias intitulado "John Wayne, My Father" ("John Wayne, Meu Pai" em português). Aissa nasceu em 1956, era filha da terceira esposa de John Wayne, Pilar. Como se sabe o velho cowboy sempre teve grande predileção por mulheres latinas de personalidade forte como Pilar. O Duke era um sujeito durão também no lar e gostava de mulheres de personalidade marcante para contrabalancear seu gênio. Outro aspecto que chamava a atenção é que John Wayne era católico e não protestante. No país mais evangélico do mundo ele optou por se dedicar ao catolicismo. Quem diria, um dos símbolos do americanismo não seguia a linha religiosa predominante em seu país. 

Aissa Wayne traz um retrato muito terno do velho ícone do cinema. O retrata como uma pessoa extremamente bondosa, amigo leal de todos que lhe eram próximo. Também mostra aspectos pouco conhecidos da personalidade do pai. Poucos sabem mas John Wayne era uma pessoa bem reservada, chegando às raias da timidez.

Tratava todos no set com grande cordialidade e educação e não perdia sua pose nem quando os outros profissionais não tinham o mesmo comportamento para com ele. John Ford, por exemplo, muitas vezes era um diretor difícil de lidar, cabeça quente e impulsivo, mas nem seu temperamento explosivo tirava Wayne de seu modo de ser. Em uma ocasião Ford irritou-se com Wayne e gritou a plenos pulmões: "Vamos lá seu hipopótamo, me dê alguma expressão nessa cena!";

O Duke se limitou a fechar a cara. Em seu até curto relato (o livro tem pouco mais de 200 páginas) Aissa ainda põe por terra alguns mitos que duraram anos no que diz respeito ao ator. Ela afirma, por exemplo, que é pura ficção a velha estória que dizia que Wayne tinha vergonha de seu verdadeiro nome, Marion (que em inglês tem uma conotação dúbia, podendo ser um nome tanto masculino como feminino). Aissa diz que Wayne não se importava de ser chamado de Marion e nunca presenciou ele censurando alguém por fazê-lo, apenas esclarece que poucos dias antes de morrer o Duke pediu a família que em sua lápide fosse colocado seu nome artístico e não o real em respeito aos fãs que ele tanto adorava. Em suma, "John Wayne, My Father" é outro excelente livro para conhecermos esse grande ícone do western de uma maneira privada e familiar. Uma bela dica de leitura para os amantes do gênero e da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 33

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 33
Só para se ter uma ideia do tipo de participação de Marilyn Monroe em seus primeiros filmes basta conferir seu papel (se é que poderíamos dizer isso) no filme "Torrentes de Ódio". Essa é uma produção de 1948. É uma aparição ao estilo "piscou, perdeu". Marilyn é a jovenzinha que passa atrás da atriz principal do filme, descendo as escadas de uma igreja. Ela apenas dá uma olá para a protagonista e nada mais. Sua "atuação" é tão sem importância que muitas biografias simplesmente ignoraram o filme como sendo um da filmografia da atriz, que fez questão de deixar claro: "Olha rapazes, eu estive nesse filme, basta prestar atenção!".

Porém o talento de Marilyn Monroe e seu carisma falaram mais alto com o passar dos anos. Aos poucos ela foi chamando atenção em um filme aqui, outro acolá. E as cartas de fãs e admiradores começaram a chegar nos estúdios Fox. E como a própria Marilyn Monroe diria alguns anos depois em uma entrevista, "Receber a primeira carta de um admirador, no começo da carreira, é como se embriagar! É uma alegria que até hoje sinto quando relembro".

Naquela época em Hollywood isso era extremamente importante para qualquer ator ou atriz, pois os executivos dos estúdios costumavam medir a popularidade de seus contratados pelo número de cartas que recebiam. E em pouco tempo o camarim de Marilyn ficou repleta de cartas, vindas de todos os lugares dos Estados Unidos e também do exterior. E ela fazia questão de ler todas, de ficar emocionada com cada frase escrita por seus fãs por todos os lugares. Era um sentimento de auto afirmação para quem sempre teve problemas de autoestima.

Além disso o nome de Marilyn começou a aparecer cada vez mais nas revistas de fofocas, fazendo com que ela fosse ainda mais conhecida a cada dia. Marilyn sabia manipular a imprensa ao seu favor. Quando fotos suas de nudez surgiram na imprensa, Marilyn soube facilmente virar o jogo para seu lado. Ela explicou, de forma chorosa, que havia tirado aquelas fotos porque estava sem dinheiro para pagar o aluguel. Claro que imediatamente ganhou o jogo da opinião pública. Ela novamente contou sua história de garotinha órfã abandonada, que havia passado por muitos problemas financeiros ao longo de sua vida, sempre na pobreza, sempre dura, tentando sobreviver. As pessoas que inicialmente a acusavam de ser vadia logo mudaram de opinião. Com compaixão de Marilyn elas logo passaram para seu time de admiradores. E para virar o jogo Marilyn não precisou mentir, ela apenas contou a verdade sobre sua vida. Bastou abrir seu coração e contar tudo, de forma bem honesta. Claro que o público não apenas aprovou seu modo de agir como começou a ir aos cinemas em busca de novos filmes com a jovem atriz. O sucesso estava encaminhado em sua carreira. 

Pablo Aluísio.

O Príncipe Encantado

Nobre regente (Laurence Olivier) conhece jovem corista (Marilyn Monroe) em um show de variedades e a convida para jantar em sua residência oficial em Londres. O encontro acaba trazendo inúmeras consequências para ambos durante os dias seguintes. Essa sinopse não esconde a verdadeira vocação de "O Príncipe Encantado". É um texto teatral e o filme não nega sua origem. Grande parte das cenas se passa em ambiente fechado e em cena duelam (no bom sentindo) o formalismo profissional de Laurence Olivier e o adorável amadorismo de Marilyn Monroe. Os acontecimentos de bastidores, das filmagens, há anos povoam o imaginário dos cinéfilos. Marilyn, como era de se esperar, causou todo tipo de problemas para Olivier, tantos que essa conturbada filmagem acabou virando um filme próprio que recebeu várias indicações ao Oscar, "My Week With Marilyn".

As histórias do set são saborosas mas e o filme? Sim, é uma boa comédia, muito bem produzida com lindos figurinos, cenários, muita pompa e luxo. Marilyn Monroe está encantadora. Apesar dos problemas de saúde ela surge em cena linda e aparentando muita saúde (o que me deixou surpreso). No saldo final considerei sua atuação muito superior á de Laurence Olivier, esse está particularmente travado na interpretação do nobre regente dos balcãs. Já Monroe não, está natural, espontânea. Não causa admiração a declaração que Laurence Olivier fez muitos anos depois da realização do filme reconhecendo que Marilyn estava ótima em "O Príncipe Encantado". Concordo plenamente. Aliás se tem algo que prejudica o filme é justamente a mão pesada do diretor Olivier. Ele demonstra claramente não ter o timing perfeito para Marilyn. O filme se alonga além do que seria razoável e tem barrigas (quebras de ritmo que o levam a certos momentos de monotonia). Pra falar a verdade quem salvou a produção foi realmente Marilyn que em muitos momentos simplesmente carrega o filme nas costas. Quem diria que a amadora Monroe daria uma rasteira no grande Laurence Olivier? Pois deu, e foi em "O Príncipe Encantado". O filme é dela no final das contas. Assista e confira!

O Príncipe Encantado (The Prince and The Showgirl, EUA - Inglaterra, 1957) / Direção de Laurence Olivier / Roteiro de Terence Rattigan / Fotografia de Jack Cardiff / Trilha sonora de Richard Addinsell / Com Laurence Olivier, Marilyn Monroe, Sybil Thorndike, Jeremy Spencer, Richard Wattis / Sinopse: Nobre regente (Laurence Olivier) conhece jovem corista (Marilyn Monroe) em um show de variedades e a convida para jantar em sua residência oficial em Londres. O encontro acaba trazendo inúmeras consequências para ambos durante os dias seguintes.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de outubro de 2023

Um Broto Legal

Título no Brasil: Um Broto Legal
Título Original: Um Broto Legal
Ano de Lançamento: 2022
País: Brasil 
Estúdio: Laffilmes
Direção: Luís Alberto Pereira
Roteiro: Dimas Oliveira Junior, Luís Alberto Pereira
Elenco: Marianna Alexandre, Murilo Armacolo, Mylena Alves, Felipe Folgosi, Alana Oliveira

Sinopse:
Esse filme resgata a história dos irmãos Celly e Tony Campello. Eles fizeram parte do grupo de artistas pioneiros no Brasil que cantavam versões nacionais para rocks americanos e se tornaram estrelas de popularidade em sua época, vendendo muitos discos, liderando as paradas de sucesso. 

Comentários:
Eu sempre gostei da Celly Campello. Inclusive na casa de meus pais havia discos dela, então eu já ouvia seus maiores sucessos desde a minha infância. A Celly tem uma história muito singular na música brasileira. Ela surgiu em um tempo em que as gravadoras nacionais não apostavam em discos de rock. Nem havia roqueiros brasileiros na época. Era algo fora da rota. Só que com seu carisma a graciosidade ele foi colecionando grandes sucessos como "Estúpido Cupido", "Broto Legal" e "Banho de Lua". Músicas juvenis, até mesmo meio bobinhas, mas que tinham um charme inegável. Curiosamente ela largou tudo no auge da fama e do sucesso para se casar! Esse também foi um retrato revelador de como a mulher era de certa maneira estigmatizada pelo conservadorismo machista da época. Ao invés dela seguir em frente, com sua própria carreira artística, acabou indo pelo caminho de se tornar uma tradicional dona de casa do interior de São Paulo. Algo complemente impensável para os dias de hoje. De qualquer forma o filme merece os meus aplausos por resgatar a história dela e nos fazer ouvir novamente esses deliciosos hits de um tempo em que o rock era muito mais pueril e inocente. 

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de outubro de 2023

Bobby Kennedy Para Presidente

Título no Brasil: Bobby Kennedy Para Presidente
Título Original: Bobby Kennedy for President
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: RadicalMedia
Direção: Dawn Porter
Roteiro: Dawn Porter
Elenco: Bobby Kennedy, John F. Kennedy, Lyndon B. Johnson, Richard Nixon, Martin Luther King (em imagens de arquivos). 

Sinopse:
Esse documentário conta a história do político norte-americano Bobby Kennedy. Irmão do presidente John Kennedy, ele tentou se eleger presidente após a morte de seu irmão, mas acabou sendo assassinado em plena campanha eleitoral em 1968. Um crime político que até hoje em dia desperta muitas dúvidas. 

Comentários:
Esse documentário é muito bom. Começa com pinceladas sobre a juventude de Bobby, passando pela sua fase como procurador geral, mostrando a morte do irmão, sua eleição a senador e finalmente sua campanha para a presidência, onde acabou sendo morto a tiros no hotel Ambassador após um discurso de campanha. O documentário assume a defesa de Bobby, o mostrando como um homem honesto e de valor. Pode realmente ser que ele fosse mesmo um político bem intencionado, mas em relação aos Kennedy eu sempre fico com um pé atrás. Até mesmo pelo que sei de seu envolvimento com Marilyn Monroe (que o documentário obviamente ignora), entendo que ele também mentia e tinha uma vida dupla. Só que os realizadores aqui não quiseram macular sua memória em nenhum nível. Então a imagem passada é realmente de um homem de muito valor pessoal e político. De qualquer forma algo é inegável em relação a esse documentário: é realmente muito bem produzido, bem roteirizado, resgatando imagens históricas (e algumas inéditas) da vida de Bobby. Assim fica mais do que bem recomendado. 

Pablo Aluísio.

O Monstro ao Lado

Título no Brasil: O Monstro ao Lado
Título Original: The Devil Next Door
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Yossi Bloch, Daniel Sivan
Roteiro: Yossi Bloch, Daniel Sivan
Elenco: Yoram Sheftel, Eli Rosenbaum, Michael Shaked

Sinopse:
Um senhor idoso, já avô, morador dos arredores de Cleveland é levado a julgamento em Israel, acusado de ser um infame assassino e genocida, guarda de um campo de extermínio alemão durante o III Reich. Procurado há décadas ele passa a ser apontado como o criminoso de guerra nazista conhecido como Ivan, o Terrível.

Comentários:
Imagine morar em uma bela cidade dos Estados Unidos, bem arborizada, sossegada e de repente descobrir que aquele pacato senhor idoso que mora ao lado de sua casa é um criminoso nazista procurado internacionalmente. É justamente essa história real que esse documentário histórico resgata. O tal senhorzinho era na verdade um carrasco nazista que atuou em campos de concentração, um sujeito sádico que controlava as temidas câmaras de gás onde milhões de judeus e demais membros de minorias foram executados de forma bárbara durante o regime de Hitler. Não deixa de ser arrepiante. E o pior de tudo é chegar ao final e saber que ainda hoje em dia pairam dúvidas sobre a real identidade desse nazista. Infelizmente alguns desses monstros da SS realmente esconderam bem suas trilhas após fugirem de uma Alemanha nazista destruída ao final da Segunda Guerra Mundial. Filme por demais interessante, mostrando os detalhes dessa caçada a esse nazista impiedoso, sádico e cruel. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Colheita Sombria

Título no Brasil: Colheita Sombria
Título Original: Dark Harvest
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: David Slade
Roteiro: Michael Gilio, Norman Partridge
Elenco: Casey Likes, Emyri Crutchfield, Dustin Ceithamer

Sinopse:
Na década de 1950, em uma pequena cidade no meio oeste dos Estados Unidos, um grupo de jovens colegiais participa de um bizarro ritual onde eles entram em um grande milharal em volta da cidade para caçar e destruir uma criatura sobrenatural que aparece por lá todos os anos na noite de Halloween (Dia das Bruxas).

Comentários:
O filme é bem produzido. Foi bancado pelo tradicional estúdio MGM. Só que o problema aqui é de roteiro mesmo. A ideia que sustenta toda a história do filme é esdrúxula demais para alguém comprar. Quem em sã consciência iria acreditar nesse ritual que o filme tenta empurrar ao espectador todo o tempo? Que tipo de pais iria enviar com muito orgulho e gosto seus próprios filhos em idade colegial para lutar contra uma criatura sobrenatural no meio do milharal? E tudo por causa da "honra" de ser o salvador da cidade? Pior do que isso, só a lenda de que se o tal monstro chegar na igreja da cidade será o fim de tudo. E para não soar tudo tão absurdo como já é, ainda inventaram como prêmio um corvette novinho e vermelho para o vencedor. Pura besteira! E para finalizar o que já não era bom, ainda há concessões para a cultura woke que impera em filmes e séries atualmente. Só que o filme se passa nos anos 50, então temos outro problema de contexto histórico por aqui. Enfim, bem produzido, mas com história mal contada e nada convincente. 

Pablo Aluísio.

Noite das Bruxas Macabra

Título no Brasil: Noite das Bruxas Macabra 
Título Original: Mischief Night
Ano de Lançamento: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: October County Films
Direção: Travis Baker
Roteiro: Travis Baker
Elenco: Brooke Anne Smith, Marc Valera, Nikki Limo

Sinopse:
Na noite de Halloween (Dia das Bruxas) uma jovem babá descobre apavorada que a casa onde está trabalhando foi invadida por um criminoso armado com uma faca. Tentando manter a criança que está cuidando em segurança, ela tenta conversar e dialogar com o invasor. 

Comentários:
Puxa vida, que filme ruim! Eu até entendo que esse roteiro quis criar um pouco mais de conteúdo para os personagens, apostando em longos diálogos entre os dois, a babá e o assassino invasor da casa. Só que tudo vai por água abaixo quando se descobre que o elenco é bem ruim. A jovem atriz Brooke Anne Smith então nem se fala. Ela é bonitinha, tem bom visual, mas não consegue falar uma linha de diálogo que soa convincente. Dicção péssima, por isso tente assistir o filme legendado mesmo para tentar entender o que ela diz. Essa aí se enquadra na categoria "bonitinha, mas ordinária". E assim o filme vai, nessa longa e logo tediosa conversa entre os dois. Como não tem um elenco bom logo se torna muito cansativo, apesar de ser curto na duração. Tem que ter muita paciência para chegar ao final. E se você estiver em busca de terror, esqueça. O filme naufraga nisso também. Enfim, um filme B sem salvação. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Estranha Obsessão

Título no Brasil: Estranha Obsessão
Título Original: The Fan
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Peter Abrahams, Phoef Sutton
Elenco: Robert De Niro, Wesley Snipes, Ellen Barkin, John Leguizamo, Benicio Del Toro, Patti D'Arbanville

Sinopse:
Nesse thriller de suspense o ator Robert De Niro interpreta Gil Renard, um vendedor fracassado de meia idade. Quando tudo desmorona em sua vida pessoal e profissional ele se volta para o fanatismo que sempre teve pelos esportes, criando uma obsessão em torno de um atleta que passa a ser alvo de sua insanidade doentia. 

Comentários:
Bom filme, com roteiro muito bem desenvolvido em torno da saúde mental do principal personagem, aqui sendo vivido pelo sempre bom Robert De Niro. Ele aliás tem mesmo um longo histórico de intepretação de personagens mentalmente perturbados. Basta lembrar do motorista de táxi de Nova Iorque em "Taxi Driver", um dos grandes clássicos de sua rica filmografia. Aqui ele dá vida a essa outra pessoa que percebe que tudo está desmoronando ao seu redor. Chegando numa determinada idade ele finalmente vê que tudo foi em vão. Assim cria um foco obsessivo e violento com seu fanatismo esportivo e as coisas ruins sobram para um atleta que parecia alheio a tudo isso. Um bom retrato de uma pessoa vazia, que só consegue extravasar suas frustações da pior forma possível, com muito ódio e violência sem freios. A direção é de Tony Scott, irmão de Ridley, que se matou precocemente. Sempre considerei ele um cineasta dos mais talentosos de sua geração em Hollywood. 

Pablo Aluísio.

O Pentelho

Título no Brasil: O Pentelho
Título Original: The Cable Guy
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ben Stiller
Roteiro: Lou Holtz Jr.
Elenco: Jim Carrey, Matthew Broderick, Jack Black, Ben Stiller, Leslie Mann, Eric Roberts

Sinopse:
Após pedir pelos serviços de instalação de sua TV a cabo, Steven M. Kovacs (Matthew Broderick) se vê envolvido em problemas com o rapaz que foi até sua casa fazer o serviço. O tal sujeito parece um tanto estranho e esquisito, mostrando sinais de comportamento psicótico e constrangedor. Agora ele vai tentar arranjar um jeito de tirar esse sujeito pentelho de sua vida, de uma vez por todas!

Comentários:
Esse filme é meio esquisito, vamos falar a verdade. Numa rápida olhada parece ser mais uma daquelas comédias malucas do Jim Carrey, mas olhando com mais atenção esse roteiro tem muito mais nuances de suspense e insanidade do que se pode perceber à primeira vista. E é justamente isso que o deixa fora do habitual na filmografia do ator e comediante canadense. Há um aspecto de insanidade e desconforto em cada cena. Vamos colocar as cartas na mesa, esse personagem do Carrey é um psicótico e nem sempre seus atos são divertidos ou engraçados. Há um elemento de psicopatia violenta aqui, por mais incrível que isso possa parecer. Talvez por isso o filme tenha sido bastante criticado na época de seu lançamento original. Não que Jim Carrey fosse se importar com isso. Ganhando milhões de dólares por filme, ele continuou na mesma, com muitas caretas e exageros. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Elvis '56

Título no Brasil: Elvis '56
Título Original: Elvis '56
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Lightyear Entertainment
Direção: Alan Raymond, Susan Raymond
Roteiro: Alan Raymond, Susan Raymond
Elenco: Elvis Presley, Scotty Moore, Bill Black, DJ Fontana, The Jordanaires, Ed Sullivan, Steve Allen (em arquivos de imagens). 

Sinopse:
Em precioso trabalho de resgate e registro histórico os realizadores desse documentário foram atrás das imagens capturadas de Elvis Presley se apresentando em diversos programas de televisão nos Estados Unidos durante o ano de 1956, considerado o primeiro de grande sucesso de sua carreira. 

Comentários:
Houve um tempo em que ter acesso às imagens de Elvis se apresentando na televisão americana durante os anos 50 era algo extremamente complicado e raro de se encontrar. Claro que hoje em dia tudo pode ser visto pelo Youtube, mas naqueles anos 80 não existia nem a Internet. Então foi muito bacana quando esse documentário foi lançado em VHS no Brasil. Era material de relevância ímpar para quem curtia as origens e a história do rock. E nem preciso dizer que para os fãs de Elvis era algo muito precioso de se assistir. O único problema é que a distribuidora nacional não caprichou muito na edição nacional. Eu me recordo que a qualidade das imagens não era boa, mas ainda assim se tornou uma fita relativamente fácil de encontrar nas locadoras brasileiras. E o Elvis que encontramos aqui era o jovem Elvis roqueiro, com cabelos loiros, chocando a América conservadora com sua música que, naqueles tempos, era considerada selvagem, que levava os jovens para a delinquência juvenil. Enfim, essas cenas certamente não deixam de ser um registro histórico importante do que estava acontecendo culturalmente entre os jovens naqueles rebeldes anos 50, os tempos da brilhantina. 

Pablo Aluísio.

Um Tributo a Jim Morrison

Título no Brasil: Um Tributo a Jim Morrison
Título Original: No One Here Gets Out Alive
Ano de Lançamento: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Elektra Films
Direção: Gordon Forbes III
Roteiro: Gordon Forbes III
Elenco: Jim Morrison (arquivos de imagens), Ray Manzarek, Robby Krieger, John Densmore, Paul A. Rothchild, Jerry Hopkins

Sinopse:
O documentário "No One Here Gets Out Alive: A Tribute to Jim Morrison" relembra a vida e a obra do cantor Jim Morrison. Dez anos após a morte do vocalista dos Doors, os membros restantes do grupo oferecem uma visão única dessa lenda do rock and roll.

Comentários:
Esse documentário foi lançado em VHS no Brasil durante a década de 1990, quando o assisti. Nada de muito grandioso em termos de produção, mas traz aspectos importantes como o depoimento de todos os membros dos Doors. Estavam vivos e ainda ativos musicalmente. Cada um resgata Jim Morrison em suas lembranças. Quando esse filme foi produzido, o mundo estava lembrando os 10 anos da morte do jovem cantor que se notabilizou nos anos 60 por causa de sua poesia e suas polêmicas apresentações ao vivo, algumas delas que resultaram em longos e penosos processos, o que fez o artista se mandar para Paris onde curtiu a atmosfera mais cultural da cidade e também as rotas marginais do submundo para viciados em drogas. Acabou tendo uma overdose na banheira em seu apartamento na cidade. Um trágico fim para um artista que era muito talentoso, mas igualmente autodestrutivo ao extremo. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Marlon Brando - The Appaloosa

Em 1966 o ator Marlon Brando aceitou o convite do diretor Sidney J. Furie para atuar no faroeste "The Appaloosa". No Brasil o filme acabou recebendo o título de "Sangue em Sonora". Não foi um filme fácil de se fazer. Toda a equipe técnica e elenco tiveram que se deslocar até St. George, no deserto de Utah, para rodar algumas cenas.

O lugar era desolado e de difícil acesso. Marlon Brando odiou a região por ser seca demais e quente além da conta. Para ele também era insuportável ter que ficar longe da Califórnia. Por isso após algumas semanas de filmagens todos retornaram.

O filme seria completado no Arizona, que ficava na fronteira da Califórnia, bem mais perto de Los Angeles, onde o ator havia fixado sua residência. Foi uma jogada de sorte porque anos depois se descobriu que o lugar onde eles estavam filmando tinha sido usado para testes nucleares. Caso tivessem ficado mais tempo por lá Brando poderia ter o mesmo destino de John Wayne que morreu de câncer, para muitos decorrência dele ter filmado naquela mesma região anos depois. Era uma terra com altos índices de radiação.

"The Appaloosa" foi recebido com uma certa frieza por parte dos críticos. O fato é que Marlon Brando tinha atuado em tantas obras primas ao longo dos anos em sua carreira, que tudo o que tivesse seu nome no cartaz era esperado com ansiedade.Quando surgia um filme tecnicamente apenas mediano, bem realizado, mas normal, criava uma certa insatisfação entre seus admiradores. O normal não era definitivamente bem aceito em se tratando de Marlon Brando. Todos esperavam pelo excepcional. Talvez por isso o ator tenha sido esquecido na temporada de premiações. Ao invés de seu nome ser indicado ao Globo de Ouro, quem acabou levando a nomeação foi John Saxon, seu companheiro de tela. Isso mesmo todos sabendo que atuação de Brando havia sido muitas vezes superior. Uma espécie de "punição" por ele ter feito um filme tão convencional.

Pablo Aluísio.

O Melhor é Casar

Título no Brasil: O Melhor é Casar
Título Original: Love Is Better Than Ever
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Ruth Brooks Flippen
Elenco: Elizabeth Taylor, Larry Parks, Josephine Hutchinson

Sinopse:
A professora de dança Anastacia "Stacie" Macaboy (Elizabeth Taylor) se apaixona pelo inteligente agente de teatro Jud Parker (Larry Parks). Ele também gosta dela, mas não o suficiente para desistir de sua emocionante vida de solteiro e playboy. Então ela planeja armar uma armadilha para ele finalmente subir ao altar da igreja ao seu lado.

Comentários:
Um filme romântico com pitadas de humor que no quadro geral se torna bem agradável de se assistir. Entretanto se formos comparar com outros grandes clássicos do cinema em que Elizabeth Taylor atuava nessa mesma época como "Um Lugar ao Sol", por exemplo, as coisas se complicam mesmo. Esse filme é uma obra menor dentro de sua filmografia e isso em um dos momentos mais marcantes de toda a sua carreira. Liz Taylor que vinha colecionando elogios e sucessos de bilheteria aqui apenas fez o comum, o normal em termos de filmes românticos. Seus fãs e os críticos da época esperavam algo mais, por isso a recepção foi meio morna. Curiosamente seu parceiro romântico em cena seria atingido em cheio pela lista negra de Hollywood. Ator promissor e talentoso, Larry Parks viu sua carreira afundar para sempre depois disso. Enfim, um filme na média, mas que pelo menos serviu para imortalizar a imagem de uma bela e jovem Elizabeth Taylor em seus anos de juventude 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Quando Irmãos se Defrontam

Título no Brasil: Quando Irmãos se Defrontam
Título Original: The Ugly American
Ano de Lançamento: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Englund
Roteiro: Stewart Stern, William J. Lederer
Elenco: Marlon Brando, Sandra Church, Eiji Okada, Jocelyn Brando, Arthur Hill, Pat Hingle

Sinopse:
Nesse filme o aclamado ator Marlon Brando interpreta o embaixador norte-americano Harrison Carter MacWhite. Ele é um ambicioso estudioso da política internacional que se torna embaixador em Sarkan, um país do sudeste asiático onde a guerra civil está se formando no horizonte. E de seu posto começa a perceber a vil política de seu país em relação a pequenos países daquela parte do mundo. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor direção e melhor ator (Marlon Brando). 

Comentários:
Em termos políticos o ator Marlon Brando sempre foi progressista e liberal. Ele odiava com todas as forças a política externa dos governos conservadores e republicanos que chegavam ao poder em seu país. Esse foi provavelmente o filme mais político de sua carreira pois era em essência uma denúncia da maneira como os Estados Unidos promovia golpes de Estado e atrocidades em países de terceiro e quarto mundo. E justamente por causa do teor político desse filme, Brando encontrou várias portas fechadas para que o filme fosse finalmente produzido. Inclusive em um momento crucial da produção ele acabou colocando dinheiro do próprio bolso para que o filme finalmente chegasse a uma conclusão. É um bom filme certamente, onde Brando está mais do que empenhado em seu papel, algo que nem sempre acontecia, como bem podemos ver em sua longa filmografia. Feito para dar um recado e deixar a mensagem e o pensamento político do ator registrados eternamente em película, esse é um daqueles filmes essenciais para entender a mentalidade de Brando ao longo de sua vida. 

Pablo Aluísio.

Famintas de Amor

Título no Brasil: Famintas de Amor
Título Original: Until They Sail
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Wise
Roteiro: Robert Anderson, James A. Michener
Elenco: Paul Newman, Joan Fontaine, Jean Simmons, Sandra Dee, Piper Laurie, Charles Drake

Sinopse:
Esse filme mostra o drama vivido por um grupo de mulheres que mora na Nova Zelândia após o começo da Segunda Guerra Mundial. Os homens da vila onde moram vão para a guerra e elas ficam sozinhas. Então quando um batalhão das forças armadas dos Estados Unidos chega na região começa uma série de relacionamentos entre elas e os militares estrangeiros. Algo não permitido pelo alto comando das forças militares. 

Comentários:
Bom filme romântico da década de 1950. O ator Paul Newman interpreta esse militar norte-americano que vai parar na distante Nova Zelândia durante a II Guerra Mundial. Ali ele conhece a realidade de três irmãs, todas solitárias, lutando pela vida. Claro que acaba se relacionando com uma delas, mas isso traz problemas. Havia certos regulamentos dentro das forças armadas dos Estados Unidos que impedia esse tipo de relacionamento amoroso entre os soldados e oficiais com a população local. De certa maneira o filme tem semelhanças com "Sayonara" de Marlon Brando, sendo esse passado no Japão. O elenco também é muito bom, com destaque para a jovem adolescente Sandra Dee interpretando a mais jovem das irmãs e do próprio Paul Newman, aqui interpretando um sujeito meio indeciso, inseguro. Ele não consegue decidir se vai mesmo entrar fundo naquele romance. Enfim, bom filme, deixo a minha recomendação. 

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de outubro de 2023

Hotel Transilvânia 2

Título no Brasil: Hotel Transilvânia 2
Título Original: Hotel Transylvania 2
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Genndy Tartakovsky
Roteiro: Robert Smigel, Adam Sandler
Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Mel Brooks, Kevin James, Steve Buscemi, Fran Drescher

Sinopse:
O Conde Drácula descobre que sua filha está grávida após seu casamento com um humano. Só que o velho vampiro tem dúvidas, será que a criança será uma vampira ou um ser humano normal? Então ele decide dar uma forcinha para que suas presas logo apareçam e isso vai dar origem a muitas confusões. 

Comentários:
Claro que o Adam Sandler tem grande parte do mérito pela boa qualidade dessa franquia de animação. Afinal ele participou da concepção original do filme e também colaborou bastante com o roteiro. Ninguém tira sua importância nessa produção. Entretanto para dar certo qualquer animação precisa de um especialista na area. E aqui quem se destaca é o diretor russo Genndy Tartakovsky. Ele é um craque do mundo dos desenhos animados. Basta dizer que está por trás da produção de grandes sucessos da animação como "O Laboratório de Dexter", "johnny Bravo", "Samurai Jack" e "As Meninas Super-poderosas". Então é um artista que sabe o que faz. Tanto que esse segundo filme pode eer considerado ainda melhor do que o primeiro. Roteiro redondinho, boa atuação dos animadores e da equipe de dublagem, tudo coroando  uma animação leve e divertida, indicada para todas as faixas de idade. Muito bom mesmo o resultado. 

Pablo Aluísio.

Ace Ventura: Um Detetive Diferente

Título no Brasil: Ace Ventura: Um Detetive Diferente
Título Original: Ace Ventura: Pet Detective
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Entertainment
Direção: Tom Shadyac
Roteiro: Jack Bernstein, Jim Carrey
Elenco: Jim Carrey, Courteney Cox, Sean Young

Sinopse:
Para ser um detetive de animais de estimação, você precisa entender tanto os criminosos quanto os animais. Ace Ventura vai ainda mais longe... Ele se comporta como um animal criminoso. Quando o mascote de um time de futebol (um golfinho) é roubado pouco antes do Superbowl, Ace Ventura é colocado no caso. Agora, quem iria querer roubar um golfinho e por quê?

Comentários:
A primeira vez que ouvi falar em Jim Carrey foi quando esse filme foi lançado no Brasil. Antes disso sua carreira se resumia em pequenas participações em filmes que ninguém viu e enquetes de humor em programas de TV no Canadá. Aqui o comediante chamou atenção por causa de seu humor físico. Afinal ele exagerava nas caras, bocas e caretas. Estava ocupando de certa maneira o trono vazio de Jerry Lewis. E acabou se dando bem nesse aspecto até porque fora a atuação do Carrey nada mais chama a atenção nessa comédia juvenil que no geral é muito fraquinha mesmo. Depois do sucesso desse filme nas locadoras, Jim Carrey finalmente viu as portas de Hollywood se abrirem para ele. Acabaria fazendo tanto sucesso que se tornaria um dos dez maiores salários da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Nada mal para um comediante careteiro! 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de outubro de 2023

Ehrengard: A Ninfa do Lago

Título no Brasil: Ehrengard: A Ninfa do Lago
Título Original: Ehrengard: The Art of Seduction
Ano de Lançamento: 2023
País: Dinamarca
Estúdio: Film Sözlük
Direção: Bille August
Roteiro: Anders Frithiof August, Karen Blixen
Elenco: Alice Bier Zanden, Emil Aron Dorph, Kit Eichler

Sinopse:
Um jovem pintor acaba se envolvendo numa rede de intrigas com membros da nobreza. Ele precisa evitar que pessoas influentes descubram que o filho de uma duquesa se casou com uma jovem que já estava grávida de outro homem. E para manter as aparências vale tudo ou... quase tudo. 

Comentários:
Eu gosto de filmes ambientados nos séculos XVIII e XIX. A nobreza ainda estava no poder na Europa e não tinha sido arrancada de la pelo furacão da Revolução Francesa. Nesses tempos o que prevalecia entre os nobres europeus eram as intrigas pessoais, as conspirações amorosas, a fuga do mundo real... onde jovens privilegiadas viviam em um mundo à parte, cuja principal preocupação era arranjar um homem rico e de boa linhagem para se casar. O filme assim se desenvolve nesse tipo de panorama social. Muita futilidade envolvida entre os personagens, o que necessariamente não é algo ruim, muito pelo contrário. Antes das cabeças nobres rolarem na guilhotina o dia a dia era o que é bem demonstrado nesse filme. Um clima de libertinagem, fofocas e futilidades dominavam os salões chiques e ricos de uma Europa prestes a ruir de forma avassaladora. Antes da matança havia muitos bailes luxuosos. E todos pareciam muito honrados e dignos, mesmo que por baixo dos panos a hipocrisia, a mentira e a falsidade imperassem. De qualquer forma esqueça esse quadro político pois o roteiro está mais preocupado em mostrar sua história de novela romanceada. E é só. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Perdido em Londres

Título no Brasil: Perdido em Londres
Título Original: Lost in London
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Pixoloid Studios
Direção: Woody Harrelson
Roteiro: Woody Harrelson
Elenco: Woody Harrelson, Owen Wilson, Daniel Radcliffe, Naomi Battrick, Louisa Harland, Martin McCann

Sinopse:
Woody Harrelson, um ator meio decadente de Hollywood, vai até Londres para atuar numa peça de teatro. Não faz sucesso, se apresentando para um teatro quase vazio. Depois de mais uma apresentação, ele sai para curtir a noite ao lado de um milionário do Oriente Médio. Tudo vai bem até descobrir que os tablóides ingleses estão publicando sobre sua infidelidade, o que colocará seu casamento em risco. 

Comentários:
Nesse filme o ator Woody Harrelson interpreta... Woody Harrelson! Pois é, se o John Malkovich interpretou John Malkovich em "Quero ser John Malkovich" por que o Woody Harrelson não poderia fazer o mesmo? De qualquer forma esse exercício de metalinguagem não se propõe a ser um cult movie ou tem maiores pretensões como o citado filme com Malkovich. Aqui a intenção é apenas divertir mesmo, tirar um sorriso do espectador. É um projeto bem pessoal do ator Harrelson que aqui não apenas interpreta a si mesmo como também dirige, escreve o roteiro e exerce a produção. Como se pode perceber é um filme para quem aprecia seu trabalho no cinema. Não diria que é um filme ruim, mas apenas comum. Nada hilariante, mas que agrada pelo seu bom humor. E isso fica bem evidente quando ele encontra Owen Wilson na balada londrina. No começo eles se tratam como melhores amigos, para logo depois surgir um monte de ofensas entre eles. E os atores acabam usando seus filmes ruins para ofender. Confesso que ficou bem divertida a cena. Um dos bons momentos desse filme que no geral apenas diverte um pouco, sendo bem esquecível com o tempo. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Camaleões

Camaleões
Uma jovem e bela corretora de imóveis é brutalmente assassinada. Para investigar sua morte o departamento de polícia envia o detetive Tom Nichols (Benicio Del Toro) que passa a procurar pela identidade do assassino. Não demora muito e seu foco de investigação passa a ser o ex-marido dela. É praxe em casos como esse as investigações terem como alvos homens com quem a vítima se relacionou no passado. E o ex-marido dela parece estar dentro do perfil para esse tipo de crime. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento, tem histórico de problemas mentais e ficha policial corrida. Mais do que isso, esteve perto da cena do crime no dia em que tudo aconteceu. Entretanto é bom ficar atento, nem sempre o mais óbvio é a solução para crimes desse tipo. 

Bom filme. Não diria que é excepcional, mas cumpre bem sua proposta. Vivemos em um tempo de safra de filmes tão fracos que até mesmo um filme policial mediano como esse acaba se destacando. O título original faz menção àquele tipo de pessoa que se faz passar por quem não é. Desconfie dos muito bonzinhos, cheios de boas intenções. O tal "coração puro" e o "cara legal" podem esconder o mais sórdido dos assassinos. Esse é o perfil camaleão da criminologia. Lobo em pele de cordeiro, tão facilmente usado por psicopatas de todos os tipos. Assim não vá cair nas soluções fáceis para esse assassinato. Tem coisa muito pior por trás e pessoas que inicialmente estariam acima de qualquer suspeita se revelam completamente comprometidos com esse crime. 

Camaleões (Reptile, Estados Unidos, 2023) Direção: Grant Singer / Roteiro: Grant Singer, Benjamin Brewer, Benicio Del Toro / Elenco: Benicio Del Toro, Justin Timberlake, Alicia Silverstone, Eric Bogosian / Sinopse: Um caso de assassinato que inicialmente parece banal, envolvendo o ex-marido da vítima, cria desdobramentos impensáveis para um policial veterano da Nova Inglaterra. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Unabomber - Suas próprias palavras

Título no Brasil: Unabomber - Suas próprias palavras
Título Original: Unabomber: In His Own Words
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Mick Grogan
Roteiro: Mick Grogan
Elenco: Ted Kaczynski, David Kaczynski, Peter Vronsky

Sinopse:
O criminoso que passou a se chamar Unabomber espalhou terror e morte nos anos 80. Ele enviava artefatos explosivos pelos serviços postais. Seus alvos eram pessoas que em sua visão estavam destruindo a humanidade por causa de avanços tecnológicos. Esse documentário conta a história desses crimes pela voz do próprio terrorista. 

Comentários:
Eu costumo dizer que a genialidade é uma espécie de loucura. Veja o caso desse Unabomber. Ted Kaczynski era tão inteligente que entrou na prestigiada universidade de Harvard com idade abaixo do que era esperado. Logo se destacou, se tornando após sua formação, um professor respeitado de matemática. Só que em determinado momento de sua vida ele largou tudo, emprego, status, dinheiro, para ir morar isolado numa cabana no meio do nada. E de lá passou a construir bombas que enviava pelos correios. Completamente surtado, começou a divulgar sua visão de mundo, onde afirmava que a tecnologia iria destruir a humanidade. Por isso seus alvos preferenciais eram estudiosos e cientistas. Acabou caindo quando seu próprio irmão o denunciou para o FBI. Após um jornal publicar um de seus textos, o irmão reconheceu as ideias e o jeito de escrever dele. Foi o fim desse criminoso. Ele morreria na prisão. Eu acompanhei esse caso na época pois foi um frisson na mídia. O gênio louco que passou a matar outros gênios! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

A Morte de Gary Cooper

A Morte de Gary Cooper 
Um dos primeiros grandes cowboys da história do cinema a morrer precocemente foi o astro Gary Cooper. Diagnosticado com um câncer agressivo o ator faleceu em maio de 1961, poucos dias após seu aniversário de 60 anos. Cooper foi um ídolo como poucos. Tinha uma legião de fãs que transformava cada um de seus filmes em sucessos de bilheteria. Embora tenha atuado nos mais diversos gêneros cinematográficos ele ficou imortalizado mesmo nos filmes de western. Seu xerife íntegro e bravo em "Matar ou Morrer" se tornou um ícone imortal.

Sua estampa de colonizador do velho oeste americano foi a porta de entrada para sua carreira no cinema. Alto e com a imagem certa ele encontrou no western o nicho ideal para se tornar um dos mais populares astros das telas. Quando foi internado em 1961 a imprensa parou para acompanhar. Como um cowboy como aquele, imbatível nos duelos exibidos nas telas de cinema, poderia ter um fim tão inesperado? Os fãs ficaram apreensivos...

Infelizmente, assim como o cowboy do comercial de Marlboro, Cooper também foi uma vítima do fumo. Ele era um fumante inveterado e isso naqueles anos distantes era apenas parte do charme de ser um cowboy da sétima arte. O que deixou Hollywood surpresa foi a rapidez em que tudo aconteceu. Cooper sentiu algumas dores em volta do pescoço e depois dificuldades para respirar. Internado para exames, que foram encarados como de rotina, o ator descobriu que tinha uma grave doença. Era um câncer no pulmão. Não sabia que em poucas semanas estaria morto. Ele recebeu a visita do amigo e colega John Wayne no hospital e ele foi um dos poucos a saber o que realmente estava acontecendo. Por uma ironia do destino o próprio Wayne também morreria da mesma doença alguns anos depois. Assim como Cooper, Wayne não largava o cigarro.

Um dos últimos grandes faroestes dos anos 50 foi estrelado por Cooper. "A Árvore dos Enforcados" foi sua despedida do gênero que o consagrou. Após filmar a última cena, montado em um cavalo, o ator confidenciou ao amigo e colega Karl Malden que já estava ficando velho demais para cenas como aquela. Logo Cooper, que havia sido dublê de cenas de faroeste quando era jovem. As dores nas costas porém tornavam o trabalho árduo demais para aquele velho cowboy. Já eram sintomas da doença que se espalhava por seu corpo, sem que Cooper nem ao menos desconfiasse disso. Ele achava que as dores que sentia eram decorrentes de sua grande altura. Pessoas altas geralmente sofrem esse tipo de incômodo quando a idade vai chegando. Pelo menos assim pensava o ator. E justamente por pensar dessa forma que Cooper demorou para procurar ajuda médica. Ele acreditava que o mal estar passaria após alguns dias de descanso. Não foi o que aconteceu.

Cooper seria homenageado pela Academia naquele mesmo ano. Infelizmente como estava muito doente não conseguiu comparecer ao Oscar, pedindo a James Stewart que fosse em seu lugar, o representando. Era um reconhecimento pelo conjunto da obra, por sua maravilhosa filmografia. Poucos dias depois dessa cerimônia Cooper faleceu. Ele pediu que seu funeral fosse discreto pois essa sempre foi uma das grandes características de seu jeito de ser. Tudo foi feito sem grande alarde. A imprensa respeitando o momento ficou a uma distância segura e respeitosa de parentes e amigos. E assim o ator foi sepultado em um discreto e bucólico cemitério no condado de Suffolk. Algo muito adequado para uma lenda do western americano como ele.

Pablo Aluísio.

Scorpio

Título no Brasil: Scorpio
Título Original: Scorpio
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: The Mirisch Corporation
Direção: Michael Winner
Roteiro: David W. Rintels, Gerald Wilson
Elenco: Burt Lancaster, Alain Delon, Paul Scofield

Sinopse:
Jean Laurier (Alain Delon) é um assassino que passa a planejar seu próximo serviço. E seu alvo agora é um veterano agente da CIA chamado Cross (Burt Lancaster). Há suspeitas dentro da agência de inteligência de que ele estaria repassando informações secretas para os russos em plena guerra fria. 

Comentários:
Alain Delon já era um dos nomes mais famosos e populares do cinema europeu quando foi aos Estados Unidos contracenar com o veterano astro da velha Hollywood Burt Lancaster. O resultado ficou muito bom como bem podemos conferir nesse filme de espionagem. Só que Delon tinha mesmo alguns problemas com a língua inglesa, algo que também aconteceu com Brigitte Bardot e que de certa maneira o impediu de ter uma carreira mais consistente dentro da indústria cinematográfica norte-americana. Ainda assim temos aqui certamente um bom filme, com roteiro bem escrito e trama cheia de surpresas e reviravoltas, como era de se esperar de um filme desse estilo. Pouco lembrado nos dias atuais, Scorpio é uma boa amostra desse gênero cinematográfico sempre relevante. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

O Circo

Título no Brasil: O Circo
Título Original: The Circus
Ano de Lançamento: 1928
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin 
Roteiro: Charles Chaplin 
Elenco: Charles Chaplin, Al Ernest Garcia, Merna Kennedy, George Davis, Henry Bergman, Tiny Sandford

Sinopse:
O adorável vagabundo Carlitos (Charles Chaplin) é confundido com um criminoso. Para fugir ele acaba entrando em um circo onde passa a trabalhar em diversas funções. Não demora muito e logo chama a atenção se tornando popular como o mais querido palhaço do picadeiro. 

Comentários:
Chaplin teve a inspiração para escrever o roteiro desse filme após levar seus filhos ao circo. Ele sempre dizia que a arte circense era a mais pura e bela das tradições artísticas. Inicialmente Chaplin quis homenagear a figura do palhaço, mas depois chegou na conclusão que um circo trazia inúmeros possibilidades de desenvolver sequências de humor com seu personagem Carlitos. Na vida pessoal Chaplin vinha enfrentando diversos problemas, principalmente no custoso divórcio de Lita Grey. Ela acabou vencendo Chaplin nos tribunais e levou grande parte de sua fortuna.  De qualquer forma, o filme não foi prejudicado no resultado final. Aqui Chaplin buscou apenas divertir seu público, sem o uso de suas mensagens sociais que tanto enriqueceram seus outros clássicos na época. "O Circo" assim é exatamente isso, uma boa comédia, cheia de gags divertidas. Nesse aspecto o filme não decepcionou o público de Charles Chaplin quando chegou aos cinemas. O público queria rir no cinema e Chaplin proporcionou exatamente isso a todos que pagaram um ingresso. 

Pablo Aluísio.

Alexander Nevski

No século XIII, mais precisamente em 1242, a Rússia - que ainda se chamava Replública da Novogardia - é invadida de forma brutal pelos cavaleiros teutônicos. O clássico soviético "Alexander Nevski" do diretor, Serguei Eisenstein, discorre sobre a histórica reação do deprimido príncipe Alexander Nevski que, num misto de bravura e patriotismo, conclama o povo russo às armas para expulsar os invasores germânicos (teutônicos), na batalha que historicamente ficou conhecida como a Batalha do Neva. O longa, não só marca o retorno do diretor russo à realização de filmes após dez anos de inatividade por motivos políticos, como também torna-se o primeiro filme sonoro de Eisenstein. O ano de sua produção em 1938 - ano em que as nuvens negras do nazismo pairavam fortemente sobre a Europa - não foi coincidência. Eisenstein usou o filme de forma proposital como um libelo diante das escaramuças de Hitler.

Alexander Nevski foi o primeiro filme sonoro de Einsestein, que teve a colaboração de ouro do compositor e amigo russo, Sergei Prokofiev, sem dúvida, um fato raro de acontecer naquela época no meio cinematográfico. Prokofiev compôs sua trilha sonora baseada nas esboços e planos de tomadas do diretor, e Einsestein cortou o último movimento da fita para sincronizar movimento e som. Um dos mais notáveis exemplos da criatividade visual de Einsestein é a famosa cena da Batalha no Gelo. Filmado no alto verão russo, a cena foi inteiramente fabricada: filtros de lentes especiais foram usados, além disso, gelo e neve foram criados com vidro derretido, giz e sal. Um clássico em preto e branco histórico e imperdível.

Cavaleiros de Ferro (Aleksandr Nevskiy, Rússia, 1938) Direção: Sergei M. Eisenstein, Dmitriy Vasilev / Roteiro: Sergei M. Eisenstein, Pyotr Pavlenko / Elenco: Nikolay Cherkasov, Nikol Okhlopkov,  Andrei Abrikosov / Sinopse: O filme conta a história de um  herói da história russa, um príncipe que lutou contra invasores de sua nação no século XIII. Um dos filmes mais celebrados da história do cinema russo em todos os tempos. 

Telmo Vilela.

domingo, 8 de outubro de 2023

Brincando de Seduzir

Título no Brasil: Brincando de Seduzir
Título Original: Beautiful Girls
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Ted Demme
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Timothy Hutton, Matt Dillon, Natalie Portman, Mira Sorvino, Rosie O'Donnell, Uma Thurman

Sinopse:
O pianista de jazz Willie Conway (Hutton), residente em Nova York, volta para sua pequena cidade natal, Knights Ridge, em Massachusetts, para uma reunião do ensino médio. A viagem serve tanto para ir ao reencontro aos seus parentes como também para rever seus velhos amigos e amores dos tempos de colégio. É também uma oportunidade única de resolver velhos problemas que ficaram no passado. 

Comentários:
Filme muito legal que capta bem aquele período da vida das pessoas quando os seus planos sobre o futuro não estão dando muito certo e eles precisam rever seus velhos conceitos, analisar novamente suas próprias vidas. O protagonista do filme retorna para sua cidade natal depois de alguns anos tentando uma carreira de pianista em Nova Iorque. Ele basicamente vive de se apresentar em bares pela cidade, algo muito longe de seu antigo sonho de ser um pianista clássico se apresentando em prestigiadas casas de concertos. A cruel realidade é que sua vida não deu muito certo. De volta ao antigo lar, ele reencontra os velhos amigos e antigas paixões dos tempos do ensino médio. A maioria dessas pessoas nunca saiu da cidadezinha onde sempre moraram. Então fica a dúvida, ele deve desistir dos seus sonhos de músico para retomar um velho romance ou voltar para Nova Iorque e tentar mais uma vez dar certo como pianista? Filme muito bom, leve, com um elenco ótimo, com todos ainda bem jovens e bonitos, esbanjando carisma em cena. Enfim, um otimo programa para um fim de noite nostálgico dos anos 90. 

Pablo Aluísio.