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sexta-feira, 30 de junho de 2023

O Terror Da Guerra

O Terror Da Guerra
Quando o filme começa vemos dois veteranos da guerra do Afeganistão andando em uma cidade dos Estados Unidos que parece ter sido devastada. Imediatamente somos levados a pensar que estamos assistindo a um daqueles filmes pós-apocalipse. Séries como "The Last of Us" também nos vem a mente. Só que não se engane sobre o que se vê na tela. O roteiro guarda diversas surpresas ao longo do desenvolvimento da história. Enquanto os veteranos andam e tentam sobreviver, vemos em flashbacks o passado do soldado Gabriel Drummer, interpretado pelo ator Shia LaBeouf. Casado, pai de uma filhinha, ele encara um treinamento pesado para se tornar um fuzileiro naval e depois é enviado para o campo de batalha no Oriente Médio onde presencia a violência irracional da guerra. De volta aos Estados Unidos, tudo o que ele deseja é reencontrar sua família, mas no meio de toda aquela devastação fica cada dia mais improvável. 

As duas primeiras partes desse filme enganam o espectador. Você pensa estar assistindo a um tipo de filme, mas ele na realidade é bem outro. Nesse aspecto achei o roteiro muito criativo e bem escrito. Veja que o uso de reviravoltas, ou plot twist, como os americanos gostam de chamar, pode ser algo inteligente, coerente com a história que se está contando. Exatamente o que temos aqui. O que você não pode esquecer é que existem mentes perturbadas. E esse é o ponto central da mensagem que esse filme quer passar. O tema no fundo é sério e importante, lidando com a saúde mental de veteranos que voltam de campanhas com graves problemas de traumas de guerra. Nesse aspecto pode-se dizer que o filme é de um raro brilhantismo. 

O Terror Da Guerra ( Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Dito Montiel / Elenco: Shia LaBeouf, Gary Oldman, Jai Courtney / Sinopse: Dois veteranos de guerra retornam aos Estados Unidos e encontram uma América pós-apocalíptica. Um deles deseja apenas reencontrar sua família, mas no meio da loucura e do caos se vê cada vez mais distante da realidade do mundo que o cerca. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Até o Limite

Até o Limite
Recentemente assisti a um filme com Mel Gibson chamado "Panamá" que era bem ruim. As coisas não melhoram muito nesse suposto thriller de suspense. Gibson interpreta um radialista chamado Elvis. Ele apresenta um programa nas madrugadas de Los Angeles. Enquanto toca algumas músicas, ele interage com seus ouvintes que ligam para contar seus problemas. Isso vai normalmente até o dia em que um sujeito, visivelmente perturbado, liga para a estação de rádio. Ele diz que está invadindo a casa do radialista e que pretende fazer de sua esposa e sua filhinha de seis anos como reféns. A situação parece muito tensa e Elvis agora vai precisar usar de toda a sua lábia e poder de convencimento para que um crime que vai destruir sua vida não chegue a se consumar. Pois é, a premissa do filme é bacana, mas é bom não ir se animando muito...

O filme se sustenta bem até o final, mas infelizmente esse é um daqueles desfechos de história que estragam tudo. Completamente sem noção. O Mel Gibson atualmente atua como o próprio produtor de seus filmes. Ele se queimou em Hollywood depois que deu declarações infames sobre os judeus. Depois disso nenhum grande estúdio de Hollywood banca mais seus filmes. Agora o ator se resume a produzir esses pequenos filmes B onde atua. Só que um produtor experiente, um bom agente e um estúdio grande por trás faz falta mesmo. Livre desse tipo de controle, Gibson tem a tendência de surtar e errar feio... É o que acontece nesse filme que apresenta não apenas um plot twist, mas dois. Reviravoltas na história que só estragam o filme como um todo. Quando chegamos ao final nos sentimos enganados por uma piada sem graça. Francamente, a decadência do Mel Gibson desse modo parecer ser algo mesmo irreversível. 

Até o Limite (On the Line, Estados Unidos, 2022) Direção: Romuald Boulanger / Roteiro: Romuald Boulanger / Elenco: Mel Gibson, William Moseley, Alia Seror-O'Neill / Sinopse: Elvis (Mel Gibson) é um radialista de Los Angeles que recebe a ligação de um psicopata que lhe avisa que vai entrar em sua casa para sequestrar sua esposa e sua filha. Ele quer se vingar de algo que aconteceu no passado. Assim Elvis precisará evitar que o mal aconteça com sua família de todas as formas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

The Last of Us

The Last of Us
Ontem terminei de assistir à primeira leva de episódios dessa série "The Last of Us" (O Último de Nós, em tradução livre). Quando eu soube dessa série pela primeira vez nem quis assisti-la. Esse tema envolvendo fim do mundo, zumbis, etc, já me parecia saturado demais. Não achava que seria grande coisa. Entretanto a hype dos fãs foi tão grande e a repercussão gerada foi tão ampla que decidi dar um voto de confiança. Fui ver, pelo menos, o primeiro episódio para ver se valia mesmo a pena ou se era tudo aquilo que se dizia por aí da série pela internet. Bom, gostei a ponto de ver todos os episódios dessa que provavelmente será apenas a primeira temporada. A HBO é conhecida por produzir material de qualidade e aqui realmente não seria diferente. 
 
Concordo que a premissa não vai animar muito os mais veteranos cinéfilos pois é uma coisa antiga, que já aparecia em velhos filmes com Vincent Price. Walking Dead também é uma referência óbvia. A história se passa em um mundo que foi devastado por uma pandemia. Um fungo mortal começou a contaminar a população mundial. A partir do momento em que se ficava contaminado o tal fungo passaria a controlar o sistema nervoso central do doente. Viram zumbis em busca de carne, inclusive carne humana. Aquela bestialidade toda que bem conhecemos do universo de filmes desse tipo. O caos se instala. Assim acompanhamos essa dupla inusitada formada por um homem adulto (interpretado pelo bom ator de séries Pedro Pascal) e uma adolescente que parece ser a chave da cura, pois é imune ao fungo. É uma série realmente muito boa, extremamente bem produzida, com roteiros caprichados. E o final? Achei um pouco melancólico demais. Tem uns deslizes aqui e acolá, mas o conjunto ida obra é realmente muito boa. Vale a pena conferir, sem dúvida alguma. 

The Last of Us (Estados Unidos, 2023) Direção: Craig Mazin, Ali Abbasi, Jeremy Webb / Roteiro: Neil Druckmann, Craig Mazin / Elenco: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Anna Torv / Sinopse: Em um mundo devastado por uma pandemia de fungos, Joey e Ellie tentam sobreviver, atravessando os Estados Unidos em busca de um grupo de seres humanos sobreviventes. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de junho de 2023

O Monge e a Filha do Carrasco

Título no Brasil: O Monge e a Filha do Carrasco
Título Original: O Monge e a Filha do Carrasco
Ano de Lançamento: 1996
País: Brasil
Estúdio: KCK Productions & JBR Filmes
Direção: Walter Lima Jr.
Roteiro: Ambrose Bierce, Toby Coe
Elenco: Patricia Pillar, Murilo Benício, Rubens de Falco, José Lewgoy, Karina Barum, Maria Gladys

Sinopse:
No século 18, em uma cidade esquecida, a jovem Benedicta é a bela filha do carrasco. Ainda assim não consegue um bom pretendente pois as pessoas da vila onde mora tem preconceito sobre ela por causa de seu pai. O monge Ambrosius, recém-chegado à aldeia, sente pena da moça, mas seu interesse por ela desencadeia o ciúme do pai da donzela e começa um grande conflito entre a sua paixão e o celibato que deve cumprir como membro da Igreja Católica.

Comentários:
Assisti nos anos 90 em VHS. É um filme brasileiro, mas feito para o mercado externo, contando inclusive com a produção em parte da norte-americana Miramax. Eles queriam que o filme fosse considerado para o Oscar, mas não deu certo. De qualquer forma é sim um bom filme, valorizado pela boa produção onde tudo está nos lugares certos. Nisso me refiro a cenários, figurinos e reconstituição histórica. A atriz Patrícia Pillar é, além de bonita, muito talentosa. Murilo Benício como o monge está meio fake, não muito convincente, mas ainda assim não compromete em nada o resultado final do filme. De todo modo é um filme brasileiro sob uma nova perspectiva, produzido para ser consumido no exterior, contando com capital de uma grande produtora de cinema dos Estados Unidos. Sem dúvida uma mudança e tanto em nosso cinema nacional. Em suma, um bom momento da cinematografia brasileira nos anos 90. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Invasão de Discos Voadores

Invasão de Discos Voadores
Uma série de aparições de discos voadores acontecem em todo o paneta Terra. Após o pouso de uma dessas espaçonaves em um campo militar do exército dos Estados Unidos incidentes violentos são registrados. A partir desse momento o que parecia ser uma visita pacífica de uma civilização extraterrestre em nosso planeta se torna algo violento, muito complicado de se controlar. Em pouco tempo começa uma verdadeira guerra entre os discos voadores e forças militares terrestres. E enquanto a guerra vai se tornando mais violenta, um professor e sua esposa tentam entender os mecanismos e a ciência que poderia explicar a presenças de seres de outros planetas na Terra e a forma deles interagirem com os seres humanos. 

Esse filme hoje em dia é considerado um clássico Sci-fi do cinema norte-americano dos anos 1950. Bem sabemos que por essa época a paranoia da guerra fria estava em alta e a ficção baseada em livros de bolso invadiu o cinema da época. A ciência era ciência de gibi e não havia aquele tom pacifista daquele que é considerado o melhor filme sobre o tema, o também clássico "O Dia em que a Terra Parou". Aqui a tônica era a pura diversão mesmo de acompanhar uma guerra entre mundos. O destaque absoluto vai para os efeitos especiais assinados pelo mestre em stop-motion Ray Harryhausen. As cenas dos discos voadores atacando a capital americana, caindo sobre o Capitólio, são antológicas. Puro charme nostálgico! 

Invasão de Discos Voadores (Earth vs. the Flying Saucers, Estados Unidos, 1956) Direção: Fred F. Sears / Roteiro: Bernard Gordon, George Worthing Yates / Elenco: Hugh Marlowe, Joan Taylor, Donald Curtis / Sinopse: O Planeta Terra passa a ser atacado por discos voadores vindos de outro planeta. Os seres humanos se defendem como podem, sem saber de onde aqueles aliens estao vindo e nem a razão de tentarem destruir a  humanidade. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de junho de 2023

Flint Town

Flint Town
Na década de 1950 a cidade de Flint era considerada um modelo de desenvolvimento e prosperidade. Ali funcionava uma das maiores fábricas de carros da General Motors. Havia emprego e bons salários para todos os moradores. A cidade era próspera e com altos índices de desenvolvimento humano. Havia belas casas, jardins bonitos e as crianças brincavam sem preocupação pelas ruas. Só que um dia a direção da GM decidiu fechar sua fábrica na cidade e depois disso Flint afundou em pobreza, miséria e violência. Esse documentário serial da Netflix mostra os problemas de Flint nos dias atuais, focando principalmente nas dificuldades do departamento de polícia da cidade. 

Flint apresenta um dos maiores índices de crimes vioentos dos Estados Unidos na atualidade e uma polícia sem estrutura para enfrentar essa situação. Para uma cidade de porte médio ela tem apenas 20 carros para patrulhar as ruas e pouco contingente à disposição. Uma das situações mais aflitivas é aquela que mostra uma jovem policial patrulhando a cidade de madrugada, sozinha em seu carro. O padrão das polícias norte-americanas é ter pelo menos dois patrulheiros em cada carro, mas em Flint isso não acontece, por falta de policiais. Enfim, um exemplo para mostrar que a vida dos policiais é muito dura e não apenas no Brasil como muitos imaginam. 

Flint Town (Estados Unidos, 2018) Direção: Zackary Canepari, Drea Cooper / Roteiro: Zackary Canepari, Drea Cooper / Elenco: Bridgette Balasko, Tim Johnson, Robert Frost / Sinopse: Documentário em forma de série que mostra o dia a dia dos policiais da cidade de Flint, uma das mais violentas dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de junho de 2023

Shameless - Décima Temporada

Shameless - Décima Temporada
Ontem terminei de assistir a décima e penúltima temporada da série "Shameless". É a tal coisa, não é toda série que consegue chegar na décima temporada ainda inteira. Parte do elenco se desliga e os produtores vão tentando manter tudo de pé. De qualquer forma nesses doze episódios eles ainda conseguiram manter um certo padrão de qualidade, embora desgastes e saturações sejam claramente percebidos. Depois da saída da atriz Emmy Rossum que interpretava Fiona, os produtores fizeram de tudo para manter o ator Jeremy Allen White no elenco. Se ele também saísse seria o fim. O curioso é que os roteiros dos episódios até mesmo criaram uma saída para seu personagem que iria morar em outra cidade. Só no finalzinho White assinou para mais uma temporada, a final. Ele tem se dado muito bem em "The Bear" e não seria complicado para ele deixar "Shameless" agora. 

E o que acontece no final dessa temporada de Shameless? Ian Gallagher finalmente se casa com seu namorado. Claro que em se tratando dessa série nada ocorre de forma normal. O casamento gay sofre todos os tipos de boicotes. O pai do noivo, um gângster pé de chinelo de Chicago, não aceita que o filho se case com outro homem, então ele decide tocar fogo no salão de recepções do evento. Mas a família não se dá por vencida e corre para fazer o casamento em outro local, logo um restaurante polonês homofóbico cuja dona tem uma história nada tranquila com Frank! Enfim, tudo muito divertido e engraçado. Estou para começar a última temporada da série que foi cancelada em 2021. Deixará saudades em quem a acompanhou por tantos anos. 

Shameless - Décima Temporada (Estados Unidos, 2019) Direção: John Wells, entre outros / Roteiro: John Wells, entre outros / Elenco: William H. Macy, Jeremy Allen White, Ethan Cutkosky / Sinopse: Mais uma temporada mostrando as desventuras da família Gallagher vivendo no sul de Chicago. A vida pode ser perigosa por aquelas bandas, mas também muito divertida e engraçada. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Estranhos Prazeres

Título no Brasil: Estranhos Prazeres
Título Original: Strange Days
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: James Cameron, Jay Cocks
Elenco: Ralph Fiennes, Angela Bassett, Juliette Lewis, Tom Sizemore, Vincent D'Onofrio, Michael Wincott

Sinopse:
Em 1999, Los Angeles é uma zona de guerra racial com o exército e os oficiais do LSPD e da SWAT lutando contra os afro-americanos. O ex-policial Lenny Nero é um traficante de gravações ilegais em CDs que entregam as memórias e sensações do gravador ao usuário. E nesse processo acaba descobrindo a existência de uma grande conspiração. 

Comentários:
Um bom filme de ficção dos anos 90. Foi dirigido pela talentosa cineasta Kathryn Bigelow que para quem não sabe é a esposa do diretor James Cameron. O maridão inclusive é um dos escritores do roteiro desse filme. Some todo esse talento do casal envolvido com uma boa produção e uma história bem bolada, interessante, e você terá um bom filme em mãos. O elenco é muito bom. Ralph Fiennes é aquele tipo de ator que vale qualquer filme. Um dos mais talentosos de sua geração, sempre interpretando tipos estranhos e fora do comum. Angela Bassett se destacou ao interpretar Tina Turner no melhor filme sobre sua vida e finalmente Juliette Lewis, em seu tipo habitual de louquinha, também mantém a atenção. Confesso que obviamente o filme ficou um pouco datado nos dias atuais. Algo normal de acontecer, ainda mais em filmes de ficção que lidam com temas envolvendo tecnologia de uma maneira em geral. Ainda assim vale a pena conhecer esse verdadeiro lado B da carreira de James Cameron e sua talentosa esposa. Fica a recomendação. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Hellraiser: Renascido do Inferno

Hellraiser: Renascido do Inferno
Tirando o primeiro filme, que hoje em dia já é considerado um clássico  moderno do terror, todos os demais filmes dessa franquia eram muito fracos. O último que assisti que trazia o título "Hellraiser - O Julgamento" era uma verdadeira bomba! Agora os produtores resolveram dar o tratamento merecido a esse universo. Disponibilizaram um orçamento generoso, contrataram um bom diretor e uma competente equipe de roteiristas e como se isso tudo não fosse o bastante, ainda trouxeram Clive Barker, diretor do filme original, para a produção. Com tanta boa vontade e profissionais competentes o filme não poderia deixar de ser muito bom. Gosei de praticamente tudo, apenas com algumas falhas pontuais que definitivamente não comprometem o conjunto da obra. A mudança de gênero do principal Cenobita, por exemplo, não me agradou muito, mas esse é um detalhe menor. 

A história segue basicamente os passos da história do filme de 1987. De certo modo esse filme poderia ser considerado um remake moderno do primeiro filme, mas isso seria também simplista demais. No enredo uma jovem com problemas de vício em drogas acaba colocando as mãos em um cubo que, pelo que se consta, consegue abrir dimensões entre o mundo dos vivos e dos mortos. E isso definitivamente não é uma coisa boa, pois as portas são abertas para que os Cenobitas venham para o mundo dos vivos, fazer aquilo que gostam e para cuja sua existência é justificada, ou seja, torturar e matar sadicamente seres humanos. Pode-se dizer que Hellraiser talvez seja apenas um filmes de monstros sobrenaturais, mas temos que considerar que é um terror com muita classe e imaginação, apesar das atrocidades vistas na tela. Eu particularmente gosto muito desse universo e esse filme me deixou bem satisfeito em termos de qualidade cinematográfica. 

Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser, Estados Unidos, 2022) Direção: David Bruckner / Roteiro: Ben Collins, Luke Piotrowski, David S. Goyer / Elenco: Odessa A’zion, Jamie Clayton, Adam Faison / Sinopse: Uma jovem viciada em drogas toma posse de um cubo que abre as portas do inferno, trazendo ao nosso mundo os Cenobitas, seres sobrenaturais que torturam e matam suas vítimas humanas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Renfield

Renfield
Antes de qualquer coisa é bom saber que esse filme é uma tremenda bobagem. É assumidamente assim, foi produzido para ser assim, então não procure por nada de muito substancial nesse terror, comédia e trash. De aspecto positivo podemos também adiantar que justamente por essa razão o filme acaba sendo divertido em seus exageros sem noção. Para o ator Nicolas Cage que vinha aparecendo em um monte de tralhas não deixa de ser algo bem-vindo. Até porque ele aqui parece se divertir como nunca ao encarar uma interpretação bem caricata, quase juvenil de seu Drácula de araque. No comecinho do filme ainda tenta fazer alguma espécie de homenagem ao Drácula dos anos 1930, usando inclusive da mesma fotografia preto e branco, além de cenários e figurinos do clássico filme com Bela Lugosi. Mas isso não dura muito, logo Cage solta a franga e assume o deboche total. 

E quem diabos é Renfield? Ora, é aquele servo e lacaio do Conde que comia insetos e larvas. Curiosamente o roteiro parece fundir dois personagens do livro original em um só, o servo Renfield e o advogado Jonathan Harker (ou será que estou confundindo as bolas uma vez que li o livro há muitos anos?). De qualquer forma o ator Nicholas Hoult está muito bem na pele do protagonista. Eu o conhecia desde os tempos em que interpretou Pedro III na série "The Great". Ele tem talento para o humor. E seu personagem, tentando fugir de um relacionamento tóxico com o vampirão, lendo literatura de auto ajuda, rende boas piadas. Então é isso. O filme não passa mesmo de uma grande bobagem, mas pelo menos é divertida. 

Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe (Renfield, Estados Unidos, 2022) Direção: Chris McKay / Roteiro: Ryan Ridley, Robert Kirkman / Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina / Sinopse: Após séculos de destruição e morte, o Conde Drácula chega em nossos dias e fica furioso ao perceber que seu servo e escravo Renfield o abandonou. 

Pablo Aluísio.

Os Portões Do Inferno

Título no Brasil: Os Portões Do Inferno
Título Original: Devil's Gate
Ano de Lançamento: 2017
País: Canadá
Estúdio: Caramel Film
Direção: Clay Staub
Roteiro: Peter Aperlo, Clay Staub
Elenco: Amanda Schull, Shawn Ashmore, Milo Ventimiglia, Bridget Regan, Sarah Constible, Jan Skene

Sinopse:
Uma agente do FBI chega em um rancho afastado no meio do nada, no interior do país. Ela está investigando o desaparecimento de uma mulher e fica desconfiada de seu marido. Ele pode ter tido algo a ver com isso. Um caso clássico de violência doméstica. Só que, para sua surpresa, coisas completamente fora do normal acontecem naquela propriedade rural.

Comentários:
Filme canadense de terror. É um filme bem ruim, para dizer a verdade. Pelo visto os canadenses não têm muito talento para dirigir e produzir filmes desse gênero cinematográfico. Até que começa razoavelmente bem. O espectador pensa que vai sair algo de bom dali. Só que o filme perde logo o rumo. Surge uma criatura acorrentada no porão da velha fazenda, caindo aos pedaços. E esse bicho é muito mal-feito. Depois dessa cena, nada mais se salva. O suspense que se alguma vez aconteceu no filme, desaparece completamente. Para piorar, todos os roteiristas resolveram misturar tudo com criaturas sobrenaturais e aliens, e o filme vira uma mistura indigesta. Pouca coisa se salva aqui. Fico surpreso em saber que canais de TV a cabo com certo renome, compram uma porcaria dessa para exibir. Deveriam ter mais respeito com o assinante. Afinal, ele está pagando. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de junho de 2023

Sombras de um Crime

Sombras de um Crime
Liam Neeson finalmente fez uma boa mudança na linha dos filmes que vinha trabalhando ultimamente. Mudança sutil, mas bem-vinda. Quem acompanha o trabalho do ator no cinema já tinha notado que ele havia entrado em uma sucessão sem fim de filmes de ação bem genéricos. Os nomes dos personagens mudavam, mas eram sempre os mesmos, filme após filme. Os roteiros então, nem se fala, pura fórmula desgastada por anos e anos de repetição. Agora as coisas melhoraram um pouco. O ator resolveu interpretar nesse filme o detetive Philip Marlowe. Quem conhece cinema clássico sabe de quem estou falando. Esse personagem da literatura policial foi criado em 1939 pelo escritor Raymond Chandler e já foi interpretado por grandes atores do cinema americano em sua era de ouro, como Humphrey Bogart. Então trazer de volta esse investigador particular foi sem dúvida uma boa ideia. 

Na trama desse filme o detetive é contratado por uma mulher para descobrir o que aconteceu com seu amante, um tipo daqueles que já bem conhecemos, explorador de mulheres ricas e mais velhas, que desapareceu sem deixar rastros. Claro que conforme as investigações avançam ficamos sabendo que há algo muito maior por trás. Afinal todas as histórias envolvendo Marlowe seguem esse tipo de linha narrativa. Alguns mais tradicionais vão achar que a trama aqui surge uma pouco fraca, isso se comparado com outras que já conhecemos. Pode até ser, mas só o fato de trazer um personagem tão clássico para a história do cinema de volta já é algo que podemos comemorar. 

Sombras de um Crime (Marlowe, Estados Unidos, 2022) Direção: Neil Jordan / Roteiro: William Monahan, Neil Jordan, John Banville / Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, Jessica Lange / Sinopse: Um detetive cínico e acostumado a burlar a lei quando necessário, é contratado por uma mulher casada que busca por seu amante desaparecido. 

Pablo Aluísio.

Operação Canadá

Título no Brasil: Operação Canadá
Título Original: Canadian Bacon
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar 
Direção: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Elenco: John Candy, Alan Alda, Jim Belushi, Rhea Perlman, Kevin Pollak, Stanley Anderson

Sinopse:
O presidente dos Estados Unidos, com baixo índice nas pesquisas de opinião, é convencido a aumentar sua popularidade ao tentar iniciar uma guerra fria contra o Canadá.

Comentários:
Esse foi o último filme da carreira do ator John Candy. Ele morreria logo depois. Problemas de obesidade minaram seu coração. E é uma pena que um ator tão competente, um comediante tão talentoso, tenha se despedido do cinema com um filme tão ruim. Infelizmente, essa é constatação. Operação Canadá não tem muita graça. A maioria das piadas são feitas em cima da conhecida pacatez e pacifismo dos canadenses. Como fazer uma guerra fria com esse tipo de pessoa? Simplesmente, não dá. Talvez os americanos que morem nos estados que fazem Fronteira com o Canadá achem alguma graça dessas piadas. Para o resto do mundo, isso não tem a menor importância ou graça.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Do Mundo Nada se Leva

Do Mundo Nada se Leva
Outro grande clássico da filmografia do diretor Frank Capra. Ao lado de "A Felicidade não se Compra" é considerada uma obra-prima do cineasta. Lançado em plena grande depressão trazia aquele tipo de otimismo que era bem característico nos filmes de Capra. A história mostra James Stewart (bem jovem) interpretando o filho único de um milionário de Wall Street. O pai quer ver o filho como novo presidente de seu grupo financeiro, mas o filho tem uma outra visão de mundo. Ele está apaixonado por uma moça muito carismática e bonita que trabalha como secretária. Claro que o preconceito social dos pais dele (principalmente de sua mãe) chega forte contra esse namoro. E as coisas só pioram quando eles conhecem a família da jovem. São pessoas completamente diferentes, que priorizam outros valores, que não ligam para dinheiro ou poder, mas apenas para sua felicidade. 

Frank Capra passa inúmeras mensagens subliminares ao contar essa história que parece simples. É simples apenas no exterior, pois em sua essência passa mensagens importantes, como por exemplo, o valor da própria felicidade, a busca por algo que se gosta e não necessariamente por aquilo que vai lhe fazer rico e a rejeição da ganância como valor principal de uma vida. A família da jovem assim se contrapõe diretamente contra a família do personagem de James Stewart. Enquanto os seus pais são preconceituosos e gananciosos, a família dela é feita de pessoas que são felizes e isso é seguramente o mais importante. Em suma, um filme realmente muito bom que ajudou o povo norte-americano a passar pelas agruras e dificuldades da grande depressão naquele momento histórico terrível para os Estados Unidos. 

Do Mundo Nada se Leva (You Can't Take It with You, Estados Unidos, 1938) Direção: Frank Capra / Roteiro: Robert Riskin, George S. Kaufman / Elenco: Jean Arthur, James Stewart, Lionel Barrymore / Sinopse: O amor entre o filho de um milionário de Wall Street e uma jovem secretária precisa superar o preconceito social que sofre o casal apaixonado. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme e melhor direção. 

Pablo Aluísio.

Um Salto para a Felicidade

Título no Brasil: Um Salto para a Felicidade
Título Original: Overboard
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Leslie Dixon
Elenco: Goldie Hawn, Kurt Russell, Edward Herrmann, Katherine Helmond, Roddy McDowall, Jared Rushton

Sinopse:
Marceneiro viúvo e pai de 4 filhos, é demitido por uma herdeira rica e pernóstica de seu barco. Só que quando ela cai em alto mar, é salva justamente por ele. E assim nasce um sentimento de romance d paixão entre os dois. Para ela, não vai ser fácil, pois os filhos do sujeito são verdadeiros diabinhos.

Comentários:
É a tal coisa... Se você foi adolescente nos anos 80, você muito provavelmente assistiu a algum filme da atriz Goldie Hawn na sessão da tarde. Os filmes dela, na maioria das vezes, eram comédias românticas, bem bobinhas, mas que funcionavam muito bem. Ela se tornou assim figurinha fácil na telinha da Rede Globo naqueles anos. Esse aqui, como vários outros, contava com o marido dela no elenco, o ator Kurt Russell. Filme divertido, leve com a história, até que muito bem interessante para o nicho cinematográfico a que pertencia. E como a jovem Goldie Hawn era bonita! Tinha muito talento para o humor! Um detalhe curioso é que o filme acabou sendo lançado em DVD no Brasil, mesmo após muitos anos. A razão é simples de explicar... Pura nostalgia dos anos 80!

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de junho de 2023

Inside Man

Inside Man
Gostei dessa minissérie da Netflix. São duas histórias que seguem paralelas, sem inicialmente mostrar alguma conexão, mas que lá na frente vão acabar se encontrando. Na primeira delas vemos um prisioneiro no corredor da morte. É um desses psicopatas super inteligentes que começa a trabalhar ao lado dos policiais para ajudar a desvendar casos sem solução, muitos deles envolvendo serial killers. Só que o dia de sua execução vai chegando e ele começa usar essa sua habilidade como moeda de troca com a justiça. Aqui vale o destaque para a atuação do ator Stanley Tucci que está ótimo no papel. Penso inclusive que o roteiro deveria ter aberto espaço maior para ele em cena. 

Na outra linha narrativa temos um reverendo. Certo dia ele é surpreendido por um dos membros de sua paróquia que lhe confessa ser um pedófilo pervertido. Pior do que isso, dá ao religioso um pen-drive cheio de fotos e vídeos envolvendo pedofilia. Por um desses azares da vida a professora de seu filho acaba tendo acesso ao material, pensando ser o reverendo um pedófilo escondido dentro da igreja. Sem pensar direito, ele acaba prendendo a professora em seu porão sem saber o que vai fazer. Se soltá-la ela obviamente vai contar tudo para os policiais e sua vida chegará ao fim. Saia mais do que justa. Enfim uma boa minissérie valorizada pela situações bem desenvolvidas pelo roteiro e por um elenco muito inspirado em seu trabalho de atuação. Leva a recomendação. 

Homem Interior (Inside Man, Estados Unidos, 2022) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Steven Moffat / Elenco: Stanley Tucci, David Tennant, Dolly Wells / Sinopse: Um psicopata condenado à morte começa a ajudar a polícia a encontrar pessoas desaparecidas, vítimas de assassinos em série. Ao mesmo tempo um reverendo se enrola em uma história mal contada envolvendo pedofilia na pequena comunidade onde prega todos os domingos. 

Pablo Aluísio.

Elvis - The Great Performances

Título no Brasil: Elvis - The Great Performances
Título Original: Elvis - The Great Performances
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: BMG
Direção: Andrew Solt
Roteiro: Andrew Solt
Elenco: Elvis Presley, George Klein, Scotty Moore, Bill Black, DJ Fontana, Coronel Tom Parker

Sinopse:
Documentário musical que resgata imagens raras do cantor Elvis Presley durante suas apresentações ao vivo na televisão americana durante sua carreira. Contém também imagens feitas em shows e em filmes de Hollywood, além de registros particulares e pessoais feitos ao lado de seus familiares. Todo restaurado para que as novas gerações venham a conhecer a história desse grande artista do século XX.

Comentários:
Em um tempo em que não existia internet, a única forma de se ter acesso a imagens raras, como a que vemos nesse documentário, era mesmo através das locadoras de vídeo. Esse filme chegou a ser lançado no Brasil em VHS no começo dos anos 90. Para quem era fã de Elvis, era uma ótima notícia. E realmente se trata de um produto de muita qualidade, apesar de seu formato simples. Basicamente trazia os shows, cenas de filmes e apresentações na televisão Americana durante os anos 50, 60 e 70. Tudo narrado na voz do radialista George Klein, amigo do cantor desde os tempos da Juventude, desde os tempos em que ele gravava na Sun Records. Além do vídeo ter sido lançado no Brasil, também tivemos a trilha sonora em uma bela edição nacional em vinil. Na realidade, podemos dizer que esse foi um dos melhores lançamentos sobre o artista no Brasil durante o começo dos anos 90. Uma época em que os lançamentos com Elvis já estavam ficando mais raros em nosso mercado.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de junho de 2023

O Terceiro Andar

O Terceiro Andar
Gostei muito desse filme de terror espanhol. É mais uma confirmação que o cinema da Espanha tem sido palco do surgimento de uma nova geração talentosa de diretores especializados em terror. Basicamente é o que eu sempre digo, não precisa reinventar a roda para fazer um bom filme. Apenas conte uma história conhecida de uma forma mais imaginativa, com toques originais, valorizando o suspense. Nada de encher filmes de terror com efeitos digitais de fantasmas, nada disso, a coisa flui muito melhor na sugestão, na porta entreaberta, nos quartos escuros e sombrios. E o cinema espanhol está ficando craque nesse tipo de filme. Enquanto isso os americanos afundam em sua tecnologia avançada de efeitos digitais. Estão indo pelo caminho errado.

Na história desse filme vemos uma típica família espanhola saindo de sua fazenda no meio rural para comprar um velho apartamento em Madrid. Ali viveu por muitos anos, de forma completamente solitária, um senhor que foi afastado do convívio de sua família por apresentar traços de homossexualismo. Um caso bem comum de homofobia perversa que imperava nas tais famílias conservadoras de um passado nem tão distante assim. Os anos passaram e ele morreu. Agora o apartamento é comprado por essa família que acredita ter tirado a sorte grande. Erro fatal. O lugar logo se revela assombrado por forças sobrenaturais que eles desconhecem. E nesse processo o espectador é presenteado com um filme de terror dos bons! Esse sem dúvida recomendo sem reservas para os apreciadores desse gênero cinematográfico. 

O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña (Malasaña 32, Espanha, 2020) Direção: Albert Pintó / Roteiro: Ramón Campos, Gema R. Neira / Elenco: Begoña Vargas, Iván Marcos, Bea Segura / Sinopse: Família espanhola se muda do campo para um velho apartamento na cidade de Madrid sem saber que o lugar foi palco de uma história terrível em um passado não tão distante. 

Pablo Aluísio.

A Era dos Gângsteres

Título no Brasil: A Era dos Gângsteres
Título Original: Dillinger and Capone
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Concorde-New Horizons
Direção: Jon Purdy
Roteiro: Michael B. Druxman
Elenco: Martin Sheen, F. Murray Abraham, Stephen Davies, Catherine Hicks, Sasha Jenson, Michael C. Gwynne

Sinopse:
Durante uma operação policial do FBI, o irmão do famoso criminoso John Dillinger é cercado e morto. Sabendo dessa confusão feita pelos tiras federais, o famoso mafioso italiano Al Capone resolve elaborar um plano para ser executado pelo gangster. Assim, armas de grosso calibre serão usadas em um grande roubo. De uma reserva federal em Chicago.

Comentários:
Filme interessante, mas que não faz jus a longa tradição dos filmes de gângster no cinema americano. É fato que esses dois criminosos realmente existiram e foram extremamente famosos em sua época. Mas não há relatos de que uma vez tenham tido oportunidade de cometerem esses crimes juntos. Assim, o que se assiste na tela é meramente ficcional. Uma ideia de roteiristas. A produção é um pouco fraca porque, na realidade, o filme foi feito para ser exibido na televisão Americana. No Brasil, esse telefilme ganhou uma versão em VHS e chegou nas nossas locadoras nos anos 90. Infelizmente, apesar dos nomes envolvidos, não há muito o que comemorar. O filme é realmente bem fraco.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Caixa Postal 1142

Caixa Postal 1142 
História absurda, mas real... Durante a ascensão do nazismo na Alemanha várias famílias de origem judaica foram embora do país. Não havia mais como viver sendo judeu na Alemanha nazista. Muitos deles foram morar nos Estados Unidos. O tempo passou, a II Guerra Mundial começou, se alongando por cinco anos. Os filhos em idade militar desses judeus se alistaram nas forças armadas americanas para lutar contra os nazistas. E então a Alemanha de Hitler foi derrotada. Só que o governo dos Estados Unidos decidiu que iria aproveitar os cientistas alemães, mesmo os que tinham colaborado ativamente com o regime nazista. Nomes como Von Braun foram enviados para bases militares dentro da América. Queriam aproveitar seus conhecimentos para novos projetos de foguetes, tanto da área militar como também do programa espacial que nascia naquele momento. 

O pior de tudo foi o envio de soldados judeus para trabalharem na segurança desses cientistas alemães. Vejam o cerco ético envolvido nesse tipo de situação. Uma grande saia justa e é exatamente esse aspecto que esse curto filme conta. O destaque vai para o depoimento desses veteranos, na época jovens militares judeus tendo que servir de "babás" para esses cientistas que tinham trabalhado diretamente com Hitler e sua escória nazista! Por fim vale ressaltar um aspecto interessante nessa produção. O uso de animação para mostrar o passado. Ficou bem legal, com o ótimo traço desenvolvido pelos animadores. 

Caixa Postal 1142: O Campo Secreto para Nazistas nos EUA (Camp Confidential: America's Secret Nazis, Estados Unidos, 2021) Direção: Mor Loushy, Daniel Sivan / Roteiro: Mor Loushy, Daniel Sivan / Elenco: Alfred Bomberg, Arno Mayer, Rudolph Pins / Sinopse: Após a Segunda Guerra Mundial um grupo de soldados judeus do exército dos Estados Unidos é enviado para cuidar da segurança de cientistas alemães que tinham trabalhado na Alemanha Nazista.

Pablo Aluísio.

Paixão Assassina

Título no Brasil: Paixão Assassina
Título Original: Mother's Boys
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films 
Direção: Yves Simoneau
Roteiro: Bernard Taylor
Elenco: Jamie Lee Curtis, Peter Gallagher, Joanne Whalley, Vanessa Redgrave, Joey Zimmerman

Sinopse:
Jude Madigan abandona seu marido Robert e seus três filhos sem nenhuma explicação. Três anos depois, Jude inexplicavelmente retorna para reunir sua família. No entanto, Robert e sua nova amante Callie veem Jude como a verdadeira psicopata que ela é e fazem o possível para proteger seus filhos. 

Comentários:
A década de 90 foi o auge dos filmes desse estilo. Thriller de suspense. Havia dezenas de opções nas locadoras de vídeo VHS. Não é tão bom quanto outros filmes que realmente marcaram época. Mesmo assim, ainda tem alguns méritos cinematográficos. Um deles é trazer a chamada Rainha do grito. Sim, a atriz Jamie Lee Curtis ficou conhecida por essa alcunha. Isso porque ela sempre estava fazendo algum personagem gritando em filmes de terror. Aqui ela investe na figura da mulher enlouquecida. Sua personagem é uma mulher louca que não aceita que seu ex-marido tenha outra mulher. Assim, o que ela decide fazer? Destruir com tudo, matar o marido, matar a esposa dele... Tocar o terror na sua casa. Atrizes como Glenn Close se saem melhor nesse tipo de papel. Jamie Lee Curtis não está tão bem. Mesmo assim, o filme é assistivel. Dá para assistir. O saldo final? Apenas regular.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Panamá

Panamá
Depois de assistir a esse filme cheguei na conclusão que a carreira do Mel Gibson realmente chegou ao seu fim. Que filme ruim! É complicado até mesmo achar algum elemento para elogiar. Tudo soa mal feito, quase amador e o pior é ver o ex-astro Mel Gibson envolvido em uma produção tão fraca como essa. No enredo mal explorado e mal desenvolvido vemos um ex-agente da CIA que aceita um serviço no Panamá durante os anos 80. Havia um ditador que os Estados Unidos queriam derrubar. Se trata do fortalecimento dos rebeldes naquela nação, conhecidos guerrilheiros da selva. Então a missão desse americano passa a ser ajudar esse grupo revolucionário, começando pela compra de um helicóptero de guerra russo que deve ser comprado e enviado para o esforço de guerra deles. 

O filme é todo ruim. Mel Gibson tem apenas 4 ou 5 cenas, todas péssimas. Pelo visto é outro ex-grande astro de Hollywood que coloca seu nome para aluguel. Já vimos isso acontecer muito com Bruce Willis. Ele faz poucas cenas, aceita um bom cachê e não se envove muito com o filme. É apenas a compra do direito de colocar seu nome famoso e sua imagem no cartaz do filme. Não deixa de ser uma forma de enganar o público consumidor. No fundo tudo não passa de uma grande picaretagem de marketing barato. Enfim, fuja desse filme. Não tem nada de bom por aqui. 

Panamá (Panama, Estados Unidos, 2022) Direção: Mark Neveldine / Roteiro: William Barber, Daniel Adams / Elenco: Cole Hauser, Mel Gibson, Mauricio Hénao / Sinopse: Ex-agente do serviço de inteligência dos Estados Unidos vai até o Panamá, durante os anos 80, para ajudar um grupo rebelde revolucionário que tenciona derrubar um ditador sanguinário, corrupto e assassino. 

Pablo Aluísio.

Austin Powers - O Agente 'Bond' Cama

Título no Brasil: Austin Powers - O Agente 'Bond' Cama
Título Original: Austin Powers - The Spy Who Shagged Me
Ano de Lançamento: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jay Roach
Roteiro: Mike Myers, Michael McCullers
Elenco: Mike Myers, Heather Graham, Michael York, Robert Wagner, Rob Lowe, Elizabeth Hurley

Sinopse:
Um vilão caricato chamado Doutor Evil resolve voltar ao passado para mudar o rumo da história e acaba enfrentando uma agente todo especial dos anos 60, O agente Austin Powers que não vai deixar barato.

Comentários:
Nunca consegui gostar dessa tranqueira. Nos anos 90, esses filmes foram muito badalados pela crítica e pelo público em geral. Eu sempre achei uma grande porcaria. E olha que eu tinha tudo para gostar, porque eu gosto da cultura dos anos 60. Então, um filme que se propunha a ser uma sátira sobre aquele estilo de vida, aquelas roupas, e a música era para que eu gostasse. Mas não rolou. Eu acho o Mike Myers um dos comediantes mais forçados da história do cinema. Aquele tipo de sujeito que faz muita força para ter graça, e isso pra mim é o fim. O roteiro é bobo e o clima de sátira 007 não funciona. Esse filme é um dos piores que eu assistir na década de 90. Pouca coisa se salva. Até o título nacional ficou bizarro e totalmente caricato. Enfim, um filme, uma comédia para se esquecer, pelo menos no meu caso.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Babilônia

Babilônia
Esse filme se propôs a ser uma crônica de Hollywood na virada dos anos 1920 a 1930, justamente naquela fase em que morria o cinema mudo e surgia o cinema falado com o sucesso do filme "O Cantor de Jazz". Nesse processo muitas carreiras desapareceram. O ator Brad Pitt interpreta um galã da era muda que vê sua carreira afundar no cinema falado. Ele era apenas um homem bonito e não tinha nenhum talento para atuar. Quando falou seus primeiros diálogos no cinema o público riu de sua falta de talento. Já Margot Robbie dá vida a uma típica starlet. Bonita, sensual e dançarina, ela também se dá muito bem nos filmes mudos. Só que era vulgar e tinha péssima dicção. Outra que viu sua carreira afundar quando abriu a boca em um filme sonoro. É a mesma história que foi contada no clássico musical "Cantando na Chuva" e o roteiro não ignora isso. Pelo contrário, nas cenas finais faz um excelente elo entre esses dois filmes. 

Eu gostei de "Babilônia" de modo geral, mas devo deixar algumas ressalvas. É um filme bem longo com mais de 3 horas de duração. Então o espectador deve reservar um tempo com calma e paciência para assisti-lo. Também se revela bem histérico em certos momentos como a grande festa e orgia das cenas iniciais e a festa com esnobes da Califórnia lá pela terça parte final do filme. Essa última cena aliás passa dos limites, caindo em um aspecto grotesco que deveria ter sido evitado. De qualquer forma o personagem de Brad Pitt vale muito a pena. Há uma cena em que ele se encontra com uma jornalista que havia escrito uma reportagem ofensiva a ele. O que ela diz ao Pitt é de certa forma a essência da imortalidade do cinema. Ótimo diálogo. Então é isso. Um filme com seus altos e baixos, mas que no conjunto da obra me agradou bastante.

Babilônia (Babylon, Estados Unidos, 2022) Direção: Damien Chazelle / Roteiro: Damien Chazelle / Elenco: Brad Pitt, Margot Robbie, Jean Smart, Olivia Wilde / Sinopse: O filme conta a história de um ator e uma atriz de sucesso do cinema mudo que acabam presenciando o fim de suas carreiras com a chegada do cinema sonoro. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor design de produção, melhor figurino e melhor música original. 

Pablo Aluísio.

Parceiros do Crime

Título no Brasil: Parceiros do Crime
Título Original: Killing Zoe
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Davis-Films
Direção: Roger Avary
Roteiro: Roger Avary
Elenco: Eric Stoltz, Julie Delpy, Martin Raymond, Eric Pascal Chaltiel, Jean-Hugues Anglade, Salvator Xuereb

Sinopse:
Um americano arruma um encontro com uma garota de seu hotel em Paris. Ela é uma estudante de arte que presta serviços em um banco. Parece uma pessoa normal, mas na verdade se trata de um arrombador de cofres. Ele planeja roubar um grande banco na capital francesa.

Comentários:
Esse filme foi produzido por Quentin Tarantino. Essa informação por si só, já valeria para manter o interesse nessa produção dos anos 90. É um filme de rioubo a bancos. Não foge muito ao tradicional, mas mantém um certo grau de originalidade. Principalmente no uso da violência, que é bem explícita. O grupo de assaltantes é bem heterogêneo e eles usam máscaras que seriam mais adequadas a um filme de terror. Curiosamente, o filme foi esquecido com o passar do tempo. Vejo pouca referência a ele nos dias atuais. Ainda assim, é um dos bons momentos de Tarantino no cinema. Embora ele não assine a direção e nem o roteiro, sua influência fica óbvia durante o filme. O modo de ser dos personagens, os diálogos e as cenas violentas. Tudo remete ao diretor. Pensando bem, ele poderia ter assinado esse filme tranquilamente. Seria mais adequado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes
Já faz muito tempo que tentam acertar com "Dungeons & Dragons" nas telas, seja dos cinemas ou da televisão. Para quem não sabe essa marca englobou inclusive o desenho animado "A Caverna do Dragão" que fez muito sucesso no Brasil. No cinema eu me lembro de um péssimo filme com Jeremy Irons que ninguém gostou. Era bem mal feito mesmo, com roteiro abaixo da crítica. Agora os estúdios de Hollywood tentam mais uma vez. Com orçamento generoso de 150 milhões de dólares os produtores estavam decididos a fazer o melhor filme da franquia, o filme definitivo. Até que fez um sucesso apreciável, embora tenha ficado longe do que era esperado pelo estúdio que sonhava em faturar 1 bilhão de dólares. Não deu, ficou ali na faixa dos 300 milhões. É uma bilheteria muito boa, mas não do patamar que planejavam. Provavelmente depois dessa, "Dungeons & Dragons" volte para a geladeira em termos de cinema. 

O filme foi até bem elogiado pela crítica. Eu achei bem mais ou menos. Nao me empolgou em nada, mas devo dizer que é um filme muito bem realizado. Provavelmente eu não curti por dois motivos básicos. Primeiro, que passei da faixa etária do público para o qual esse filme é destinado, ou seja, é um filme de fantasia para adolescentes ali na faixa dos 14 aos 16 anos. Outra questão é que achei o roteiro muito cheio de clichês, mas isso talvez se explique porque esse RPG foi tão copiado nos cinemas nos últimos anos que o próprio material original se tornou obsoleto, derivativo. Acontece muito no mundo da cultura pop. Então é isso. Não gostei pessoalmente, mas devo dizer que os mais jovens muito provavelmente vão se divertir bem com o filme. 

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves, Estados Unidos, 2023) Direção: John Francis Daley, Jonathan Goldstein / Roteiro: Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Michael Gilio / Elenco: Chris Pine, Michelle Rodriguez, Hugh Grant / Sinopse: Em um mundo de fantasia um grupo de amigos partem em busca de uma artefato mitológico que os fará recuperar algo que lhes é mais do que precioso. 

Pablo Aluísio.

Elvis - NBC Special

Título no Brasil: Elvis - NBC Special
Título Original: Elvis - '68 Comeback
Ano de Lançamento: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC
Direção: Steve Binder
Roteiro: Allan Blye, Chris Bearde
Elenco: Elvis Presley, D.J. Fontana, Charlie Hodge, Scotty Moore, Fanita James, Darlene Love

Sinopse:
Depois de fazer filmes por muitos anos, Elvis Presley voltou a se apresentar ao vivo com sua antiga banda, nesse especial de retorno na televisão em 1968, Onde cantou seus velhos sucessos e também aproveitou para apresentar novas músicas ao seu público. Um grande êxito do aclamado rei do rock.

Comentários:
A ideia original do Coronel Parker era fazer um especial de Natal, daqueles bem bregas e cafonas. Para a sorte de Elvis, o diretor Steve Binder pensava muito diferente. Ele queria um revival aos anos iniciais da rebeldia de Elvis, uma volta aos anos do rock dos anos 1950. E também apresentar músicas novas, de qualidade. Um Elvis de acordo com os novos tempos. E o resultado não poderia ser melhor. O programa pode ser dividido em dois momentos. Em um primeiro, Elvis toca ao lado do seu grupo original, no tablado. Ele está de couro negro, cantando seus antigos sucessos. Fenomenal. No segundo, Elvis canta em alguns quadros coreografados. Nesse temos um destaque absoluto, quando ele sobe ao palco cantando com vocalistas negras. Em plena época de efervescência da luta dos direitos civis, foi um ato de apoio significativo. Depois dessa apresentação, Elvis decidiu que havia chegado o momento de retomar sua carreira musical e voltar à estrada. Sábia decisão! Enfim, esse programa foi um grande sucesso de audiência na TV Americana, mudando definitivamente a carreira de Elvis para melhor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Contra o Gelo

Contra o Gelo
Esse filme traz um fato histórico real mais do que interessante. No século XIX a Dinamarca e os Estados Unidos disputavam a legitimidade da posse da Groenlândia, uma grande ilha situada perto do Pólo Norte. Os americanos afirmavam por sua diplomacia que os dinamarqueses não tinham direito sobre aquelas terras. Então uma expedição foi organizada para ir até lá para coletar provas de uma antiga missão da Dinamarca que deixou documentos e vestígios em certas localidades daquela terra gelada. Isso provaria que a Dinamarca chegou lá primeiro. Logo quando a expedição chegou na enorme ilha enfrentou problemas. O oceano congelou deixando a grande nau que os trazia presa. O capitão e um marinheiro partem então em busca desses documentos, enfrentando todas as advrsidades de tempo, clima e animais selvagens como ursos polares. 

O filme retrata essa aventura, mostrando as dificuldades enfrentadas pelos dois homens nessa região que pode ser considerada uma das mais inóspitas do mundo. Um fato curioso é que eles ficaram por muitos anos presos na ilha, esperando um resgate que parecia nunca chegar. De qualquer forma hoje são considerados heróis do povo da Dinamarca pois essa expedição foi de vital importância para que o direito internacional finalmente reconhecesse a Groenlândia como parte do terriitório daquela nação. 

Contra o Gelo (Against the Ice, Islândia, Dinamarca, 2022) Direção: Peter Flinth / Roteiro: Nikolaj Coster-Waldau, Joe Derrick / Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Joe Cole, Heida Reed / Sinopse: Um capitão e um marinheiro dinamarqueses partem em busca de documentos e provas que foram deixadas por uma expedição anterior na Groenlândia. A busca é necessária para provar a posse legítima da Dinamarca daquela enorme ilha polar. 

Pablo Aluísio.

Elvis em Hollywood

Título no Brasil: Elvis em Hollywood
Título Original: Elvis in Hollywood
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: BMG Video
Direção: Frank Martin
Roteiro: Stuart A. Goldman, David Naylor
Elenco: Elvis Presley, Trude Forsher, June Juanico, Scotty Moore, Bill Black, DJ Fontana

Sinopse:
Este documentário, autorizado pelo espólio de Elvis Presley, examina os filmes feitos por Elvis antes de entrar no exército em 1958. São exibidos filmes caseiros, clipes dos filmes que ele fez durante esse período e entrevistas com amigos e colegas de trabalho.

Comentários:
Este documentário foi lançado no Brasil, em VHS. Tem pouco mais de 60 minutos, sendo um documentário bem escrito e bastante interessante para quem quer conhecer a história de Elvis em Hollywood. Só não espere que seja algo completo, porque o roteiro só prioriza os filmes que Elvis fez durante a década de 1950. E nesse aspecto, considero realmente um erro. Tudo bem que Elvis fez filmes ruins durante os anos 60, mas bons ou ruins, esses filmes fizeram parte de sua carreira. Um documentário mais abrangente, com mais ou menos 120 minutos, seria o ideal. Assim, esse filme iria também colocar em destaque alguns bons filmes que ele fez na década seguinte, como por exemplo, Estrela de fogo e Coração Rebelde. E até mesmo o sucesso Amor a toda velocidade. Do jeito que ficou, está incompleto. É bem realizado e de extremo bom gosto, mas a história fica pela metade. Até porque se formos pensar bem, Elvis fez mais filmes nos anos 60 do que nos anos 50. Se o documentário se chama Elvis em Hollywood, que fosse ao menos completo.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de junho de 2023

Alta Sociedade

Alta Sociedade
Tive o prazer de assistir nesses últimos dias a esse clássico musical da era de ouro em Hollywood. Basta ver os nomes envolvidos na produção para entender que se trata de um excelente filme. A atriz Grace Kelly aqui fez sua última atuação no cinema. Ela resolveu se casar com o príncipe de Mônaco e abandonou sua carreira em Hollywood. Que pena! Ainda era tão jovem e certamente teria muitos anos de atividade no cinema, mas enfim, cada um é dono de seu próprio destino. Na tela ela interpreta uma jovem mimada de família rica. Ela está prestes a se casar pela segunda vez na linda mansão da família. Tudo parece correr bem, mas logo problemas surgem no horizonte. 

Seu primeiro marido, interpretado pelo cantor Bing Crosby, decide aparecer em sua mansão nas vésperas do casamento de sua ex. Ele ainda a ama e não perde a oportunidade de relembrá-la dos bons momentos que viveram juntos, inclusive cantando o clássico "True Love" que foi um dos grandes sucesso da época em que o filme foi lançado. Outro cantor famoso, Frank Sinatra, interpreta um jornaista bisbilhoteiro que trabalha numa revista de fofocas. Ele quer descobrir tudo sobre as novas núpcias da protagonista. Cínico e petulante, aproveita também para ir apresentando suas canções entre uma cena e outra. E dois dos maiores cantores do século XX fazem um belo dueto juntos. Só isso já valeria pelo filme inteiro. Achou pouco? Que tal o talento de Louis Armstrong e sua banda como brinde? E não podemos esquecer que toda a trilha sonora foi composta pelo gênio Cole Porter. Nada mal, não é mesmo?

Um fato que me chamou atenção na despedida de Grace Kelly do cinema é que sua personagem saiu do tipo habitual do que ela costumava interpretar. Grace sempre interpretava loiras elegantes, quase gélidas. Sua personagem aqui tem muita personalidade, é espevitada, gosta de criar situações engraçadas e até mesmo toma um porre daqueles na noite anterior ao seu próprio casamento, claro dando um vexame enorme na frente dos convidados. Quem poderia imaginar algo assim? Enfim, um belo filme, lindamente fotografado, com trilha acima do sublime e cenários requintados e glamorosos. Pois é, esse tipo de classe, elegância, graça e glamour o cinema americano certamente perdeu com o passar dos anos. 

Alta Sociedade (High Society, Estados Unidos, 1956) Direção: Charles Walters / Roteiro: John Patrick, Philip Barry / Elenco: Bing Crosby, Grace Kelly, Frank Sinatra, Louis Armstrong, John Lund, Louis Calhern / Sinopse: Jovem mimada de família rica vai se casar pela segunda vez. Ela planeja uma grande festa, mas logo problemas surgem com a presença de seu ex-marido e de um jornalista que trabalha em uma revista de fofocas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música Original (True Love de Cole Porter) e Melhor Trilha Sonora (Cole Porter). 

Pablo Aluísio.


O Inocente

Título no Brasil: O Inocente
Título Original: The Innocent
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Ian McEwan
Elenco: Isabella Rossellini, Anthony Hopkins, Campbell Scott, Ronald Nitschke, Jeremy Sinden, Richard Durden

Sinopse:
Um jovem engenheiro é enviado para Berlim, após a Segunda Guerra Mundial, para ajudar os americanos a espionarem os russos. Em um tempo e lugar onde a discrição seria o segredo de sua sobrevivência, ele se apaixona por uma mulher misteriosa, o que o levará a um jogo perigoso e mortal.

Comentários:
Com o fim da guerra fria e a queda do muro de Berlim, Hollywood precisou reinventar seus filmes de espionagem. Um exemplo é esse filme dos anos 90 que, a despeito de algumas pequenas falhas, ainda se revela muito bom. O destaque principal vem do elenco. Anthony Hopkins, sempre um grande ator em cena, interpreta um personagem dúbio que ora pode ser alguém que está ajudando o protagonista, ora pode ser um traidor perigoso a serviço dos russos. Outro destaque vem na presença de Isabella Rossellini. Extremamente bonita e sedutora. O filme tem um roteiro interessantíssimo, que joga bem com os elementos dessa nova guerra fria. Russos e americanos nunca deixaram de lado seus interesses naquela região, principalmente em Berlim, que foi por anos dividido entre as duas grandes potências mundiais. O filme se revela ainda muito interessante e se sustenta por causa do roteiro inteligente e das ações que fecham essa trama intricada.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de junho de 2023

Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 4

"Playing for Keeps" foi gravada no dia 1º de setembro de 1956. Essa balada inicialmente deveria ter entrado no álbum "Elvis" nesse mesmo ano, só que isso nunca aconteceu. A RCA Victor decidiu que iria lançar a canção como single, mas depois de sucessivos adiamentos se perdeu o tempo certo de colocá-la no mercado. Acabou indo parar como lado B do single "Too Much" em janeiro de 1957. Com isso a música foi um tanto desperdiçada do ponto de vista comercial. Acredito que se tivesse sido lançada da forma certa em 1956 teria se tornado um dos grandes sucesso de Elvis naquela época.

Essa canção foi composta por Stan Kesler. Ele foi um artista da Sun Records e seu caminho crusou com o de todos os cantores da pequena gravadora de Sam Phillips. Era amigo de Jerry Lee Lewis e Johnny Cash. De sua autoria Elvis gravaria diversas músicas, como por exemplo  "I'm Left, You're Right, She's Gone" e "I Forgot to Remember to Forget", Além disso tocava sempre nas gravações de Carl Perkins. Enfim, foi um membro menos conhecido dessa geração pioneira de roqueiros surgidos nos anos 1950 pelo selo amarelo da Sun, em Memphis. Uma figura importante, mas hoje em dia pouco conhecida.

E por falar em Sun Records, esse álbum também trazia uma antiga faixa gravada por Elvis nesse pequeno estúdio de Memphis. Era "You're a Heartbreaker". Ela foi gravada por um Elvis Presley ainda muito jovem, quase amador, em dezembro de 1954. Segundo fontes mais seguras essa foi uma das primeiras sessões na Sun, contando apenas com Elvis, tocando violão, Scotty Moore em sua guitarra e Bill Black com aquele grande contrabaixo que hoje em dia pertence a Paul McCartney.

Dentro da discografia de Elvis essa baladinha country foi lançada originalmente em janeiro de 1955 como lado B do single "Milkcow Blues Boogie". Outra boa gravação que foi desperdiçada? Em termos. Não podemos ignorar o fato de que naquele tempo ninguém sabia se Elvis iria dar certo como cantor profissional, por isso a inclusão da gravação em um compacto da Sun Records, por mais simples que fosse, para todos os envolvidos já era um sinal de que eles tinham mesmo gostado do resultado final. Eram outros tempos, outras prioridades na vida do jovem Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

O Círculo do Vício

Título no Brasil: O Círculo do Vício
Título Original: Mrs. Parker and the Vicious Circle
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Fine Line Features
Direção: Alan Rudolph
Roteiro: Alan Rudolph, Randy Sue Coburn
Elenco: Jennifer Jason Leigh, Campbell Scott, Matthew Broderick, Peter Gallagher, Jennifer Beals, Andrew McCarthy

Sinopse:
Dorothy Parker se lembra do apogeu de seu círculo de amigos, cuja sagacidade, como a dela, era alimentada pelo álcool, tudo flertando com o desespero pessoal de cada um. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Jennifer Jason Leigh).

Comentários:
Dorothy Parker foi escritora, poetisa, dramaturga e crítica de arte. Ela foi um nome importante na história da arte nos Estados Unidos. Era feminista e progressista. Uma mulher independente em um tempo em que as mulheres não tinham Liberdade. Esse filme é muito bem produzido e conta com ótima fotografia. O elenco também se destaca. É realmente impressionante a quantidade de bons atores que estão em papéis coadjuvantes. A atriz principal Jennifer Jason Leigh conseguiu imprimir tons da personalidade real da protagonista de forma leve e até mesmo divertida. O roteiro é bem escrito, embora apresente um certo moralismo inadequado para a história que está contando. No quadro geral é um filme muito bom que merece inclusive ser reconhecido mais pelos admiradores da obra dessa escritora à frente de seu tempo. Dorothy Parker igualmente merece ser descoberta pelas novas gerações.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Meet The Beatles!

Parece o "With The Beatles" mas definitivamente não é! É um outro disco, o segundo álbum oficial dos Beatles nos Estados Unidos. Também foi o primeiro dos Beatles em  um grande selo na América. Como eu expliquei antes no texto sobre o primeiro álbum dos Beatles na discografia americana, o passe do grupo foi adquirido pela pequena Vee-Jay que deteve por dois anos o direito de lançar todas as músicas do conjunto em solo americano. Só depois que a Vee-Jay foi comprada e fechada pela poderosa Capitol é que definitivamente começou a chamada Beatlemania naquele país - e indo na onda da correnteza, no restante do mundo. "Meet The Beatles!" foi um sucesso espetacular de vendas porque chegou nas lojas no exato momento em que os Beatles invadiam todos os lares americanos se apresentando no Ed Sullivan Show para milhões de telespectadores. O impacto foi incrível, superando a maior audiência do programa que havia sido batida pela apresentação de Elvis Presley nos anos 50. O problema é que havia anos que Elvis não aparecia na TV, completamente exilado em Hollywood e assim os cabeludos ingleses tomaram a nação de assalto para si.

Se formos usar a discografia inglesa como exemplo vamos perceber que a seleção musical de "Meet The Beatles!" é na verdade uma coletânea de singles, compactos duplos e álbuns diversos dentro da discografia original do grupo. Há decisões maravilhosas de repertório como por exemplo abrir o disco com a fenomenal e empolgante "I Want To Hold Your Hand" sendo seguida pela não menos vibrante "I Saw Her Standing There" (do disco inglês "Please Please Me"). A primeira inclusive, considerada uma das melhores gravações da carreira dos Beatles, só havia sido lançada na Inglaterra em single e sua inclusão no disco americano serviu para divulgar ainda mais o som do grupo nos Estados Unidos. Há várias faixas extraídas do "With The Beatles" mas no geral a seleção agrada, com destaque para a linda "This Boy" que sempre achei muito mal aproveitada na discografia inglesa. Esse é o disco que a jovem fã que gritava pelos Beatles nos shows pela América tinha em casa. Foi com ele que os americanos se renderam àqueles quatro ingleses de Liverpool. Por ser tão significativo o álbum foi eleito pela revista Rolling Stone como um dos mais importantes da história do rock. Curiosamente é um disco 100% americano, praticamente inexistente nas demais discografias do resto do mundo. No Brasil, por exemplo, foi lançado o famoso "Beatlemania" que também copiava essa capa - mas isso é uma outra história que trataremos por aqui em breve. Até lá!

The Beatles - Meet The Beatles! (1964)
 I Want To Hold Your Hand
I Saw Her Standing There
This Boy
It Won't Be Long
All I've Got To Do
All My Loving
Don't Bother Me
Little Child
Till There Was You
Hold Me Tight
I Wanna Be Your Man
Not A Second Time

Pablo Aluísio.