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sábado, 31 de julho de 2021

Narcos - Segunda Temporada

Narcos - Segunda Temporada
Gostei bastante da primeira temporada da série "Narcos". Agora começo a conferir a segunda temporada. No final do último episódio da temporada anterior, o traficante internacional Pablo Escobar era cercado pelo exército na sua prisão particular "La Catedral". Como ele iria escapar de um cerco daqueles? Claro que haveria uma maneira. Essa segunda temporada começa a partir dessa sua fuga. Essa temporada contou com 10 episódios que chegaram originalmente na Netflix em setembro de 2016. Abaixo irei comentando cada episódio, conforme os for assistindo. Acompanhe a lista!

Narcos 2.01 - Free at Last

Pablo Escobar finalmente chega em sua casa onde reencontra sua mãe, sua esposa e seus filhos. Ele conseguiu fugir do cerco do exército colombiano, na verdade formado por um grupo de militares bem mixuruca. Para se ter uma ideia na noite de sua fuga ele chegou a encontrar uma patrulha do exército, os encarou de frente e abriu passagem por entre eles. Os jovens soldados tiveram medo de enfrentá-lo, eis toda a verdade. Um bando de covardes de farda! De volta à liberdade ele passa a usar um táxi velho, acima de qualquer suspeita, para reorganizar seu cartel. Visita seus comparsas, manda deslocar seus laboratórios de cocaína e acerta contas com quem o traiu enquanto estava preso. E a viúva de uma de suas vítimas ousa enfrentá-lo pelo comando do tráfico de Medellin. Uma péssima ideia mesmo! Pablo até pensa em abrir negociações novamente com o governo da Colômbia, mas acaba assistindo pela TV um pronunciamento do presidente afirmando com todas as letras que não mais negociará com o criminoso. A guerra está declarada! / Narcos 2.01 - Free at Last (Estados Unidos, 2016) Direção: Gerardo Naranjo / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard, Doug Miro / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.02 - Cambalache
Pablo Escobar está livre e cometendo crimes. Manda matar inclusive várias prostitutas. Seus homens não sabem ao certo qual delas teria sido a informante. Na dúvida matam todas. Isso demonstra bem o grau de violência e insanidade que existia em sua quadrilha. De outro lado Escobar foge por um triz de uma batida policial em uma de suas casas isoladas. O governo americano manda um novo embaixador linha dura para a Colômbia, novos agentes, ex-membros da CIA, tudo com o objetivo de achar e prender Pablo Escobar. Só que dessa vez ele consegue fugir. E depois se vinga, matando policiais fardados a esmo por todas as cidades. Na visão de Escobar a batida policial em sua casa foi uma declaração de guerra do governo contra ele. E na guerra, em sua visão, vale tudo! / Narcos 2.02 - Cambalache (Estados Unidos, 2016) Direção: Gerardo Naranjo / Roteiro: Chris Brancat / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.03 - Our Man in Madrid
Pablo Escobar nunca brincou em serviço. O novo comandante das operações policiais contra ele tem feito estragos. Invadindo laboratórios de refinamento de cocaína, matando seus homens, um caos generalizado. Então Escobar decide dar o troco. Elabora um plano, uma armadilha. Planta uma informação falsa, mostrando que ele estaria indo visitar seu contador pessoal. Os policiais - inclusive os agentes americanos do DEA - ficam sabendo onde ele vai estar, mas é tudo falso. Do que se trata? Ora, se trata de uma emboscada. Os homens de Pablo Escobar, fortemente armados, esperam os policiais passarem por uma rua estreita e abrem chumbo contra eles. Morrem todos. Escobar inclusive faz questão de devolver a tal bala que o comandante mandou para ele, através de um menino pobre. Com a bala, Escobar finalmente explode a cabeça de seu algoz militar. O manda para o inferno, sem nem piscar. Fim de papo. Inimigo eliminado. / Narcos 2.03 - Our Man in Madrid (Estados Unidos, 2016) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.04 - The Good, the Bad, and the Dead
Nesse episódio Pablo Escobar se vinga, justamente do militar que foi escolhido a dedo pelo presidente colombiano. Qual era o problema? Ele havia mandado uma bala de presente através de um menino para Escobar? E havia dito que aquela bala seria do mesmo calibre que mataria o narcotraficante? Pois então Escobar acaba armando uma emboscada para ele. O plano dá certo. E os policiais são fuzilados em uma pequena ruela da cidade. No último minuto Escobar surge com a mesma bala. Coloca em seu revólver e dispara contra a cabeça do tal caçador. O dia em que a caça matou o caçador. / The Good, the Bad, and the Dead (Estados Unidos, 200 ) Direção: / Roteiro: / Elenco: (Estados Unidos, 2016) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 2.05 - The Enemies of My Enemy
Esse episódio é interessante porque revela que no auge do desespero para capturar Pablo Escobar os agentes do DEA aceitaram até mesmo fazer um "acordo de colaboração" com outros traficantes colombianos. Nada oficial, claro, tudo na base da palavra, por baixo dos panos. Como policiais eles não poderiam ultrapassar certas barreiras, mas os bandidos rivais de Escobar poderiam facilmente burlar os limites legais, como por exemplo, entrar em um laboratório do cartel de Escobar e matar todo mundo ou então arrancar informações dos homens de Escobar através de torturas. É a tal máxima que diz que o inimigo do meu inimigo também pode ser meu amigo. É isso aí, na guerra contra as drogas valia tudo (ou quase tudo!). / Narcos 2.05 - The Enemies of My Enemy (Estados Unidos, 2018) Direção:  Josef Kubota Wladyka Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.06 - Los Pepes
Para Pablo Escobar a baixa da guarda poderia ser fatal. Não poderia haver deslizes em sua segurança. Ainda mais com um grupo chamado Los Pepes agindo, matando seus homens. E o deslize vem de sua mãe. Ela insiste que quer ir até a missa na noite de Natal. E mesmo sem autorização de Pablo Escobar ela vai. O resultado? Los Pepes localiza a mansão onde Pablo se esconde. E eles chegam com armamento pesado, abrindo fogo pesado. Os familiares de Escobar só se salvam por um verdadeiro milagre. E ele decide se vingar, manda atacar a festa de casamento de um dos chefões do Cartel de Cali. A guerra agora fica declarada. Pablo Escobar precisa lidar não apenas com os policiais colombianos, mas também com os Los Pepes, com os americanos do DEA e os inimigos do Cartel de Cali. Sobreviver a tantos inimigos passa a ser quase impossível. / Narcos 2.06 - Los Pepes (Estados Unidos, 2016) Direção: Josef Kubota / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, edro Pascal. 

Narcos 2.07 - Deutschland 93
Pressionado pelo grupo rival que se auto denomina "Los Pepes", Pablo Escobar decide que sua família deve ir embora do país. Afinal eles não são acusados de crime nenhum e podem viajar como qualquer outro colombiano, sem problemas legais. Sua esposa, seus dois filhos e sua mãe viajam para a Alemanha. Pablo Escobar quer eles distantes da guerra violenta que se aproxima. Só que quando chegam em Frankfurt são barrados pelas autoridades alemãs, que afinal estavam bastante pressionados pelo governo americano. A intenção seria deixar os familiares de Escobar na Colômbia, tudo para aumentar a pressão sobre o narcotraficante internacional. Pablo Escobar fica tão furioso com essa situação que começa a promover uma série de atentados a bomba pelo país, inclusive um deles sendo feito bem perto da residência presidencial. Civis, mulheres e crianças são mortos. Desse ponto em diante não há mais retorno. / Narcos 2.07 - Deutschland 93 (Estados Unidos, 2016) Direção: Josef Kubota Wladyka / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 2.08 - Exit El Patrón
É inegável que a partir de um determinado momento o narcotraficante Pablo Escobar também virou um terrorista infame. Ele explode bombas em lugares como escolas, matando inocentes, crianças inclusive. Um horror! E conforme o cerco ia se fechando, com Los Pepes e o próprio governo e sua força policial, tudo ia ficando ainda pior, com Escobar em uma escalada de violência que parecia não ter fim. Nesse episódio ele usa uma antiga amante para passar um rádio amador, para se comunicar com sua esposa que está em um hotel cercado por policiais. O destino de moça é horrível. Ela é morta e seu corpo é exposto para a mulher de Pablo ver tudo. Tática de terror usado pelos Los Pepes. A violência realmente não tinha limites / Narcos 2.09 - Exit El Patrón (Estados Unidos, 2016) Direção: Gerardo Naranjo / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.09 - Nuestra Finca
Pablo Escobar está arruinado. O grupo Los Pepes matou vários de seus homens de confiança. Agora ele foge para não ser morto. Acaba indo parar numa fazendinha que pertence ao seu pai. O velho, um homem do campo trabalhador e honesto, não vê o filho com bons olhos. Nos primeiros dias eles convivem pacificamente, mas logo estão jogando desaforos um na cara do outro. Pablo diz que seu pai vive uma vidinha medíocre. O velho responde dizendo que tem vergonha do filho por ele ser um assassino. O clima fica péssimo e Escobar decide ir embora na calada da noite. Antes manda Limón ir atrás de uma pequena fortuna enterrada ali por perto. Só que para azar de Escobar o dinheiro, que ficou longo tempo debaixo do chão, simplesmente apodreceu! / Narcos 2.09 - Nuestra Finca (Estados Unidos, 2016) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 2.10 - Al Fin Cayó!
E assim chegamos ao episódio final da série "Narcos". E como termina essa série? Não poderia ser de outro jeito, mostrando a morte de Pablo Escobar, alvejado enquanto tentava fugir em cima de um telhado. Antes disso ele é retratado como um homem acuado, preso, ou melhor dizendo escondido, em um pequeno apartamento. Curiosamnete em seus últimos dias ele decide deixar o medo um pouco de lado e sai para caminhar nas ruas, romar um sorvete. Há uma cena curiosa onde ele reencontra e conversa com seu querido primo Gustavo que naquela altura já havia falecido. Enfim, um ótimo desfecho para uma série que qualifico tranquilamente como excelente, uma das melhores séries que assisti nesses últimos anos. Deixo aqui meus aplausos a todos os que trabalharam em "Narcos". / Narcos 2.10 - Al Fin Cayó! (Estados Unidos, 2016) Direção:     Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

The Crown - Quarta Temporada

The Crown - Quarta Temporada
Essa quarta temporada está sendo uma das mais bem sucedidas em termos de audiência. A razão é até simples de entender. Nessa temporada surge a figura da princesa Diana, além de enfocar os anos em que a primeira-ministra da Inglaterra foi Margaret Hilda Thatcher, uma das pessoas mais influentes dentro da política da década de 1980. Some-se a isso o surgimento da questão do IRA (Exército Republicano Irlandês) e você entenderá bem que o contexto histórico é dos melhores. Como já é tradicional nessa série, a temporada conta com 10 episódios que irei comentando, conforme for assistindo. Segue abaixo os reviews dos episódios.

The Crown 4.01 - Gold Stick
Nesse primeiro episódio da quarta temporada temos o surgimento de Thatcher, Diana e o do IRA. Pela primeira vez na história a Inglaterra tem uma primeira-ministra. E não é pouca coisa. Conhecida como a "Dama de Ferro" ela marcou como poucas a política inglesa, sendo também uma figura central na geopolítica internacional. Também aqui temos a primeira aparição de Diana. Quando o Príncipe Charles a viu pela primeira vez ela era apenas uma adolescente, fantasiada para uma peça teatral na escola. Charles, que tinha intenções de namorar sua irmã mais velha acaba se interessando pela garota. E outro ponto de destaque vem dos primeiros ataques terroristas do IRA, onde uma das vítimas é justamente uma pessoa ligada à própria família real. Os irlandeses entraram no jogo político em busca da independência de sua nação. Um ótimo episódio inicial, dando o pontapé para essa temporada que promete muito. / The Crown 4.01 - Gold Stick (Inglaterra, 20 ) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 4.02 - The Balmoral Test
Antes de comentar o episódio em si, deixo aqui uma curiosidade. Foi apenas nesse segundo episódio da temporada que eu me toquei que a atriz que interpretava a primeira-ministra Thatcher é Gillian Anderson (sim, a agente do FBI Scully de Arquivo X). Com essa maquiagem e esse cabelo armado dos anos 80, realmente não havia percebido quem era. Pois bem, nesse episódio a família real vai passar alguns dias de descanso no castelo de Balmoral, na Escócia, um lugar tradicional para caçadas e encontros familiares. E pela primeira vez Margaret Thatcher é convidada. Ela acha tudo um horror. Os membros da família real são esnobes, rudes e frívolos (isso em seu ponto de vista). Melhor se sai a jovenzinha Diana Spencer (interpretada pela linda atriz Emma Corrin). Ela não apenas se dá bem com todos da família real como também se torna a favorita deles para Charles se casar. E assim começa uma longa história que conhecemos muito bem. / The Crown 4.02 - The Balmoral Test (Inglaterra, 2020) Direção: Paul Whittington / Roteiro: Peter Morgan, Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Helena Bonham Carter, Gillian Anderson, Josh O'Connor, Emma Corrin. 

The Crown 4.03 - Fairytale
Diana vai vivendo seus últimos dias de solteira. Ela acaba sendo escolhida pelo Príncipe Charles para ser sua esposa, se casar com ela, gerar herdeiros para o trono. Só que nem tudo são flores e contos de fadas para a jovem princesa. Ela logo descobre que Charles tem obsessão por uma mulher que foi sua paixão no passado. Embora seja casada com outro homem, Charles não consegue esquecer dela. E para surpresa de Diana essa mulher é mais presente na vida de Charles do que ela poderia supor. Uma dessas paixões sem explicação que fazem homens como Charles perderem completamente a razão, o bom senso e o racionalismo. O conto de Fadas (Fairytale) vai logo perdendo o encanto. / The Crown 4.03 - Fairytale (Inglaterra, 2020) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan, Jonathan Wilson / Elenco: Olivia Colman, Josh O'Connor, Emma Corrin.

The Crown 4.04 - Favourites
A Inglaterra está prestes a entrar na Guerra das Malvinas. Os argentinos entram nas ilhas sem permissão e colocam os ingleses para fora, violando todos os tratados internacionais. A primeira-ministra, em um primeiro momento, nem presta muita atenção no que está acontecendo. Ela está mais preocupada com o filho que desapareceu no meio do deserto durante o Rally Paris-Dakar. Uma expedição de busca é organizada para localizar o rapaz. E enquanto tudo isso acontece a Rainha decide se encontrar com cada um de seus quatro filhos. Ela quer saber como está a vida deles e também descobrir qual seria o seu favorito depois que seu marido dizer que sim, ela tinha um favorito. / The Crown 4.04 - Favourites  (Inglaterra, 2020) Direção: Paul Whittington / Roteiro: Peter Morgan, Jonathan Wilson / Elenco: Olivia Colman, Josh O'Connor, Emma Corrin.

The Crown 4.05 - Fagan
Esse episódio conta uma história inacreditável, que parece mentira, mas que aconteceu realmente. Um sujeito comum, um homem da classe trabalhadora inglesa, entrou dentro do quarto da Rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham, em Londres. O mais curioso é que quando assisti ao episódio me lembrei imediatamente desse curioso fato. Sim, porque os jornais da época noticiaram muito essa "invasão". Mostrava bem como era fácil chegar na Rainha. A segurança do Palácio de Buckingham deixava muito a desejar realmente. Nesse episódio também é mostrado as comemorações da vitória da Inglaterra na guerra das Malvinas. Olha, nesse ponto a série errou um pouco. Penso que esse conflito contra a Argentina deveria ter sido muito mais aproveitado dentro dos episódios da temporada. / The Crown 4.05 - Fagan (Inglaterra, 2020) Direção: Paul Whittington / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 4.06 - Terra Nullius
Esse episódio relembra a viagem que Charles e Diana fizeram para a Austrália em 1983. Essa viagem teve duas realidades distintas. Para o público australiano foi um sucesso fenomenal. O povo daquele país amou Diana, seu carisma, seu cuidado com o filho, herdeiro do trono e tudo mais. Porém também foi uma viagem de crise conjugal. Charles simplesmente não conseguia esquecer Camila e isso gerava mais e mais stress, conflitos, brigas. E o pior é que o povo australiano não gostava de Charles, mas apenas de Diana, o que elevou ainda mais os problemas. E também havia a questão de saúde da princesa Diana. Sofrendo de aneroxia e bulimia, ela não conseguia mais se controlar. Excelente episódio que resgata o grande sucesso popular e de mídia das aparições públicas de Diana. Ela foi um fenômeno popular sem precedentes. / The Crown 4.06 - Terra Nullius (Inglaterra, 2020) Direção: Julian Jarrold / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Josh O'Connor (Charles), Emma Corrin (Diana), Olivia Colman (Elizabeth II). 

The Crown 4.07 - The Hereditary Principle
Você sabia que dentro da família real inglesa há casos de doença mental? É justamente isso que esse episódio revela. E não é apenas um caso isolado, mas seis deles. Duas primas diretas da rainha Elizabeth II se encontravam internadas secretamente em uma instituição para doentes mentais nos arredores de Londres. Eram filhas de seu tio materno, mas tudo acabou sendo escondido pois a família real não poderia arcar com um escândalo em suas mãos. As pobrezinhas foram abandonadas nessas instituições e dadas como mortas nos livros de genealogia da família real da Inglaterra. Até me lembrou o caso de uma irmã do presidente americano JFK que também foi internada em um hospício depois de sofrer lobotomia. Tudo escondido. Nem as famílias ricas e poderosas escapam do estigma da doença mental. Um ótimo episódio que me rendeu certa reflexão sobre a fragilidade da vida humana, mesmo que você venha a ter sangue azul da nobreza! / The Crown 4.07 - The Hereditary Principle (Inglaterra, 2020) Direção: Jessica Hobbs / Roteiro: Peter Morgan, Jonathan Wilson / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 4.08 - 48:1
Como a monarquia inglesa reagiu ao regime racista do Apartheid? Esse episódio é muito esclarecedor na procura pela resposta a essa pergunta. A Rainha Elizabeth II achava aquele regime da África do Sul um verdadeiro horror. Ele tinha uma opinião bem firme sobre isso. E justamente nesse ponto que ela entrou em atrito com a Primeira-Mnistra Margaret Thatcher que defendia a tese de que a Inglaterra não deveria impor qualquer tipo de sanção para a África do Sul, uma vez que esse país era um importante parceiro comercial internacional dos ingleses. Entretanto o tempo demonstrou que a razão estava mesmo com a Rainha. Um regime como aquele não poderia continuar, como não continuou. Um episódio da série que mostra bem o lado mais humano e ético da soberana inglesa. Muito bom! / The Crown 4.08 - 48:1 (Inglaterra, 2020) Direção: Julian Jarrold / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham.  

The Crown 4.09 - Avalanche
Até assistir a essa série eu não tinha a real percepção de como o casamento de Charles e Diana era problemático. Ele não conseguia esquecer a tal de Camila e ela, por sua vez, abandonada e negligenciada, começou a colecionar amantes de todos os tipos, desde militares da guarda (foi apaixonada por um major) até mesmo um simples segurança. O plebeu aqui, pelo visto, se deu bem. Nesse episódio o evento mais marcante é uma grande avalanche que ocorreu na Suíça, justamente quando Charles estava esquiando com um casal de amigos. Por sorte ele conseguiu sobreviver sem maiores danos. Já o casamento... esse já estava mais do que danificado. Estava condenado mesmo! / The Crown 4.09 - Avalanche (Estados Unidos, 2020) Direção: Jessica Hobbs / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Josh O'Connor. 

The Crown 4.10 - War
Agora é... guerra! Último episódio da quarta temporada. E como termina "The Crown"? O casamento de Charles e Diana continua péssimo. Eles mal se falam e quando se encontram geralmente é tudo feito aos berros, aos gritos. Ele tem uma amante, ela tem vários amantes. E quando a família real se encontra para o Natal o clima é o pior possível. A rainha Elizabeth II fica até mesmo fugindo dos dois pois não aguenta mais suas brigas conjugais. O acontecimento mais forte desse episódio porém vem da queda da primeira-ministra Margaret Thatcher. A dama de ferro perde o apoio de seu próprio partido, o conservador. E assim também perde o posto tão cobiçado que ocupou por mais de uma década. A despedida da rainha é marcante e chorosa. Mesmo condecorada ela sente muito. Foi o fim do auge de sua carreira política. / The Crown 4.10 - War (Inglaterra, 2020) Direção:     Jessica Hobbs / Roteiro: Peter Morgan, Jonathan Wilson / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Mansão Mal-Assombrada

Título no Brasil: Mansão Mal-Assombrada
Título Original: The Haunted Mansion
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: David Berenbaum
Elenco: Eddie Murphy, Terence Stamp, Nathaniel Parker, Marsha Thomason, Jennifer Tilly, Wallace Shawn

Sinopse:
Um corretor de imóveis, sua esposa e filhos são convidados para visitar uma velha e antiga mansão, que logo descobrem ser mal-assombrada! Presos no lugar, tentam escapar de todas as formas e acabam nesse processo se conhecendo melhor, aprendendo o valor de uma família.

Comentários:
Sobre esse filme da Disney há duas coisas básicas a se dizer. A primeira é que o filme tem uma produção classe A, com efeitos especiais top de linha. Realmente tudo muito bem produzido, fruto obviamente do know-how que a Disney acumulou durante todas essas décadas. O segundo ponto é que o filme não tem graça nenhuma. Pois é, se você estiver em busca de risos, de uma boa comédia, pode desistir. Esse é um dos filmes de humor mais chatos que já assisti na minha vida. Faltou contratar um bom roteirista para transformar tudo em algo realmente engraçado. E é curioso isso porque o filme desperdiça completamente o Eddie Murphy, que quando conta com bom material consegue realmente divertir o público no cinema. Infelizmente ele parece travado e nada espontâneo, talvez fruto do fato de estar sob as ordens da Disney. Tão plastificado ficou que perdeu totalmente a graça e o humor.

Pablo Aluísio.

Os Grandes Músicos

Título no Brasil: Os Grandes Músicos
Título Original:  A Mighty Wind
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock
Direção: Christopher Guest
Roteiro: Christopher Guest, Eugene Levy
Elenco: Jim Moret, Stuart Luce, Mary Gross, Marty Belafsky, Michael S. Baser, Jared Nelson Smith

Sinopse:
Famoso trio de música Folk, The Folksmen, é reunido mais uma vez décadas depois de sua separação e do fim da banda. Eles retornam para um último show em homenagem a um nome importante da indústria musical. Só que as coisas acabam não saindo como inicialmente planejado.

Comentários:
O mais curioso desse filme é que ele é um mockumentary, ou seja, é um falso documentário. O trio folk é apresentado ao público como se tivesse realmente existido, como se fosse um marco na história da música americana. Só que tudo é fake, é uma história de ficção, que só existe no roteiro do filme. A intenção dos realizadores do filme foi satirizar certos aspectos da indústria musical americana, principalmente desses retornos de velhas bandas, com seus músicos já todos envelhecidos, alguns deles não se lembrando mais de nada, por causa de anos e anos de abusos de drogas. Eu gostei bastante desse roteiro mordaz que no fundo não deixa pedra sobre pedra. Até me lembrei de uma frase do John Lennon dizendo que os Beatles nunca mais poderiam voltar, pois eles simplesmente não existiam mais. É isso, algumas coisas, mesmo que boas coisas, precisam ser deixadas no passado. É o lugar delas, não no presente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Slender Man - Pesadelo Sem Rosto

Título no Brasil: Slender Man - Pesadelo Sem Rosto
Título Original: Slender Man
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems
Direção: Sylvain White
Roteiro: David Birke, Victor Surge
Elenco: Joey King, Julia Goldani Telles, Jaz Sinclair, Annalise Basso, Alex Fitzalan, Taylor Richardson

Sinopse:
Um grupo de amigas, adolescentes colegiais, resolve invocar a figura do ocultismo Slender Man, apenas por brincadeira e diversão. Seguindo as instruções de um vídeo na internet elas invocam a tal criatura pelo ritual das três badaladas do sino. Só que aquilo que basicamente era um divertimento, acaba ficando algo muito sério quando esse estranho ser se manifesta em suas vidas.

Comentários:
Não é o primeiro e nem será o último filme sobre esse Slender Man. Esse personagem faz parte do folclore americano ha tempos, virou uma lenda urbana para assustar colegiais e crianças e agora vira tema para mais um filminho de terror. A expressão não é em vão. Se trata de um filminho mesmo. Apesar de até ser bem produzido, contando com um bom orçamento, achei tudo bem fraco. Há excesso do uso de uma fotografia muito escura, o que deixa certas cenas mergulhadas na escuridão completa. Não se vê nada, nem o tal do Slender Man. As jovens atrizes também são irritantes em vários momentos. Gritam o tempo todo e não se desenvolvem como personagens reais. E o que mais atrapalha o filme como um todo é justamente a estranha criatura. Mal aparece e quando surge nas sombras não passa disso, é uma sombra que faz barulho de madeira encurvando. Sinceramente? É pura perda de tempo do espectador. Esse terror pode ser dispensado sem receios. Nunca diz a que veio e nem se justifica. Fraco mesmo.

Pablo Aluísio.

Os Invasores de Corpos

Título no Brasil: Os Invasores de Corpos
Título Original: Invasion of the Body Snatchers
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: W.D. Richter baseado no livro de Jack Finney
Elenco: Donald Sutherland, Brooke Adams, Jeff Goldblum, Veronica Cartwright, Leonard Nimoy

Sinopse:
Matthew Bennell (Donald Sutherland) é um especialista e inspetor de saúde que ao lado de sua colega de trabalho, Elizabeth Driscoll (Brooke Adams), começa a desconfiar que algo está errado com o comportamento das pessoas ao seu redor. Após investigar o caso acaba descobrindo algo estarrecedor, seres humanos estão sendo substituídos em seus corpos gradativamente por criaturas de outro planeta!

Comentários:
Esse filme é um remake do clássico "Vampiros de Almas", que virou cult movie e até hoje é elogiado pela crítica. Importante dizer que tanto o filme original como esse remake possuem a mesma origem, o livro de Jack Finney. Também é bom saber que na verdade esse romance de Sci-fi não deu origem apenas a dois filmes, mas a quatro, lançados em épocas diferentes. Esse aqui também sempre contou com a boa receptividade por parte da crítica. E concordo com os especialistas, o filme é realmente muito bom, com ótima produção, o que resultou em efeitos especiais impressionantes, além da maquiagem sempre caprichada. Lançado em vídeo no Brasil, nos tempos do VHS, nunca mais encontrei para ver. Teria o maior prazer de rever esse clássico da ficção e terror. Um filme realmente muito bom.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de julho de 2021

O Homem do Braço de Ouro

Esse filme é uma boa indicação para aqueles cinéfilos que sempre tiveram preconceito contra Frank Sinatra no cinema. Aqui ele provou que poderia estrelar um drama, interpretando um personagem com diversos problemas. Ele dá vida a um sujeito que ficou alguns anos na prisão. Foi condenado por porte de drogas. Ele também sempre teve problemas, se tornando viciado em drogas. Uma vez colocado em liberdade ele decide mudar os rumos de sua vida. Quer ser músico de orquestras de jazz. É um bom baterista que sonha em subir alto na vida de artista. Só que fantasmas de seu passado sempre o puxam para baixo. É casado com uma mulher problemática, emocionalmente instável, que vive presa em uma cadeira de rodas. Tem uma amante em um caso amoroso que nunca parece chegar em lugar nenhum. Essa amante é interpretada pela atriz Kim Novak. Sua personagem trabalha em uma boate de striptease. 

Aliás toda a vida do  protagonista parece girar em torno de lugares assim, meio marginais. E conforme seus sonhos vão virando pó ele volta para a marginalidade. Sucumbe ao vício de heroína mais uma vez, é reprovado no teste para fazer parte de uma banda e termina em um jogo de cartas controlado por mafiosos. Esse filme realmente me impressionou pelo ótimo trabalho de atuação de Sinatra. Ele tem cenas ousadas para aquela época, inclusive tomando "picos" de heroína e se contorcendo em uma crise de abstinência. Enfim, um grande filme, provavelmente o melhor momento do Frank Sinatra ator.

O Homem do Braço de Ouro (The Man with the Golden Arm, Estados Unidos, 1955) Direção: Otto Preminger / Roteiro: Walter Newman, Lewis Meltzer, baseados no livro escrito por Nelson Algren / Elenco: Frank Sinatra, Kim Novak, Eleanor Parker / Sinopse: Frank Sinatra interpreta um ex-presidiário que após cumprir sua pena pensa em mudar de vida. Só que seu passado volta para atormentar seus planos e sonhos. E a luta contra o vício em drogas torna tudo ainda mais problemático. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Frank Sinatra), melhor direção (Otto Preminger) e melhor música (Elmer Bernstein).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Bonequinha de Luxo

O grande diferencial desse clássico vem do texto escrito por Truman Capote. Jornalista, intelectual, ele durante anos não levou Hollywood muito à sério. Quando finalmente sua obra literária foi adaptada para o cinema o resultado ficou simplesmente irretocável. O grande mérito desse clássico vem da construção dos personagens centrais. Holly (Audrey Hepburn) é uma mulher que deixou um passado banal para trás. Ela poderia facilmente se acomodar numa vidinha simples, morando no interior, casada e com um monte de filhos. Entretanto ela preferiu arriscar, ir para Nova Iorque, tentar uma vida diferente. Uma vida comum é reservada apenas para os medíocres. A vida na cidade grande é complicada e ela ganha seu sustento da maneira que for possível. No fundo é uma garota meio perdida, que vai vivendo um dia de cada vez, sempre procurando por glamour e beleza.

Paul Varjak (George Peppard) é um rapaz bonito, que sonha se tornar escritor. Enquanto isso não é possível ele também vai se virando. Acaba se tornando um amante profissional de uma senhora mais velha, uma madame rica e infeliz com seu próprio casamento. Holly logo entende a situação, mas não julga seu vizinho. No fundo ela também faz seus serviços de acompanhante (sutilmente apenas sugerido no roteiro do filme). E essas duas almas perdidas acabam se encontrando, nascendo daí uma verdadeira paixão. "Bonequinha de Luxo" fugiu dos padrões de moralismo da época. Seus protagonistas não são modelos de bom comportamento, longe disso. Além do roteiro primoroso, o filme ainda apresenta uma das trilhas sonoras mais belas da história do cinema. Basta os primeiros acordes de "Moon River" surgirem na tela para que o cinéfilo se entregue completamente. Um grande filme, apresentando ótimo roteiro, direção e todo o carisma da estrela Audrey Hepburn, aqui desfilando beleza e classe em seu filme mais famoso. Uma obra-prima do cinema. 

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, Estados Unidos, 1961) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Truman Capote, George Axelrod / Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen, José Luis de Vilallonga, Mickey Rooney / Sinopse: Holly (Audrey Hepburn) vive em Nova Iorque. Ela acaba conhecendo seu novo vizinho de apartamento, o aspirante a escritor  Paul Varjak (George Peppard). E dessa amizade começa a nascer uma verdadeira paixão entre eles, namorados improváveis. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor música original ("Moon River" de Henry Mancini) e melhor trilha sonora incidental (Henry Mancini).

Pablo Aluísio.

O Caso Bedford

Título no Brasil: O Caso Bedford
Título Original: The Bedford Incident
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: James B. Harris
Roteiro: James Poe
Elenco: Richard Widmark, Sidney Poitier, James MacArthur, Martin Balsam, Wally Cox, Eric Portman

Sinopse:
O capitão de um destróier americano está determinado a enfrentar um submarino soviético pego violando as águas territoriais. Talvez muito determinado, até demais, o que pode gerar uma guerra nuclear entre as duas grandes potências da guerra fria.

Comentários:
Considerado um dos melhores filmes de guerra produzidos durante a guerra fria. O filme foi bastante elogiado pela crítica na época de seu lançamento original, mas acabou tendo uma bilheteria fraca, fruto talvez do cansaço do público com filmes de guerra em geral. Não é demais lembrar que o auge desse gênero cinematográfico se deu durante a II Guerra Mundial e nos anos do pós-guerra, mas depois de um tempo esse estilo foi decaindo no gosto popular. Algo parecido também aconteceu com o western. De qualquer forma esse é um filme muito bom, valorizado por um elenco de classe, com destaque para a atuação de Sidney Poitier em um dos melhores momentos de sua carreira. Em suma, muito bom filme, se tiver oportunidade de assistir não vá perder a chance de ver.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de julho de 2021

Nine

Gostei desse musical. A direção foi de Rob Marshall, o mesmo cineasta que dirigiu "Chicago". Se aquele ganhou o Oscar e foi consagrado, nesse aqui teve resultados bem mais modestos. Mesmo assim se trata de um filme com classe, muito sofisticado, com ótima trilha sonora. A história conta a crise existencial e artística pela qual passa o cineasta italiano Guido Contini (Daniel Day-Lewis). No passado ele fez uma série de filmes maravilhosos, amados por todos. Só que agora ele parece ter perdido a originalidade e a criatividade para dirigir filmes. Seus últimos lançamentos foram fracassos comerciais. E agora, perto do começo das filmagens de seu novo filme, não há nada, não há script e nem um roteiro. Ele se sente completamente vazio.

O enredo de "Nine" foi claramente inspirado na vida do cineasta Federico Fellini, a tal ponto que o personagem também é chamado várias vezes de "maestro". E no meio dessa história vão surgindo os números musicais, todos ótimos em minha visão. O elenco conta com uma galeria de estrelas de Hollywood e cada uma delas tem seu próprio número musical onde dança e canta (muito bem, por sinal). A única que achei um pouco desperdiçada foi Nicole Kidman. Ela interpreta a musa dos filmes do diretor Guido. Só tem um belo número onde canta - ela tem uma voz linda - mas fora isso tem pouco espaço denrro da história. Daniel Day-Lewis tem mais espaço, obviamente. Além de seu conhecido talento como ator ele surpreende completamente ao cantar. Tem voz bonita e não desafina em nenhuma nota. Enfim, um filme bonito de se ver e também de se ouvir. Gostei de praticamente tudo.

Nine (Nine, Estados Unidos, Itália, 2009) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Michael Tolkin, Anthony Minghella, baseados no musical da Broadway "Nine" de Arthur Kopit / Elenco: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Judi Dench, Sophia Loren, Kate Hudson, Marion Cotillard / Sinopse: Diretor de cinema passa por uma crise pessoal e artística. Além de não ter nenhuma ideia para seu próximo filme ainda precisa lidar com problemas pessoais envolvendo os amores de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Penélope Cruz), melhor figurino, melhor música (Take It All) e melhor direção de arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de julho de 2021

O Gordo e o Magro

A dupla de comediantes Laurel & Hardy foi uma das mais populares da história do cinema. Eles estrelaram uma série de comédias de sucesso, atingindo seu auge na década de 1930. A história contada nesse filme se baseia no livro "Laurel & Hardy - The British Tours" e mostra uma outra fase da carreira da dupla. Eles já estavam no fim da carreira. Era a década de 1950 e não encontravam mais espaço no cinema. Ao invés de fazer novos filmes eles foram para os palcos. A história do filme assim retrata a turnê que eles fizeram na Inglaterra e Irlanda. No começo em teatros quase vazios, até que finalmente reencontraram o sucesso em Londres, com casa lotada e esgotamento dos ingressos nas bilheterias.

O filme revela também o lado humano de cada um. Stan Laurel (o magro) era o lado criativo da dupla. Escrevia as cenas cômicas e os roteiros dos filmes. Oliver Hardy (o gordo) era um sujeito boa praça, bom amigo, que também tinha seus defeitos. Gastava seu dinheiro em apostas e estava sempre tendo problemas com mulheres (com sua atual esposa e as anteriores). O filme é muito bem produzido, com ótimo roteiro. Mostra que apesar de algumas brigas eles se gostavam muito como amigos. E essa amizade foi até o fim. Essa turnê na Inglaterra inclusive foi a última vez que eles trabalharam juntos. Hardy teve problemas no coração e se retirou dos palcos, morrendo poucos meses depois. Enfim, ótimo filme, especialmente indicado para quem aprecia a história do cinema.

O Gordo e o Magro (Stan & Ollie, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Jon S. Baird / Roteiro: Jeff Pope Marriot / Elenco: Steve Coogan, John C. Reilly, Shirley Henderson / Sinopse: O filme conta a história da última turnê nos palcos da dupla "O Gordo e o Magro", famosos comediantes do cinema americano durante a década de 1930. Roteiro baseado em fatos reais. 

Pablo Aluísio.

Bem-Vindos ao Paraíso

Nos Estados Unidos aconteceu algo vergonhoso durante a II Guerra Mundial. Após o ataque do Japão ao porto militar de Pearl Harbor, os Estados Unidos entraram definitivamente na guerra. E os japoneses que viviam dentro das fronteiras americanas foram deslocados para verdadeiros campos de concentração dentro da América. Um grande contrassenso já que campos de concentração eram símbolos dos regimes fascistas na Europa. Afinal o simples fato de alguém ter origem oriental não significava necessariamente que ele fosse um inimigo da pátria. Mesmo assim os japoneses foram levados a tais campos, gerando um ponto de vergonha dentro da história americana. Era claramente uma atrocidade e uma óbvia violação dos direitos humanos de todas aquelas pessoas.

Na história desse filme temos um casal formado por um americano e uma japonesa, vivendo suas vidas justamente nesse período histórico conturbado. Ela, como japonesa, tinha que ser levada até um campo de concentração, mas como se tinha uma ligação emocional e romântica com um americano? Como ficava sua situação? O filme de maneira em geral é muito bem realizado, com ótima reconstituição de época. E a direção do sempre ótimo cineasta Alan Parker garantia ainda mais sua qualidade cinematográfica.

Bem-Vindos ao Paraíso (Come See the Paradise, Estados Unidos, 1990) Direção: Alan Parker / Roteiro: Alan Parker / Elenco: Dennis Quaid, Tamlyn Tomita, Sab Shimono / Sinopse: O filme conta a história de um casal formado por um americano e uma japonesa que precisam se separar durante a II Guerra Mundial. Ela teria que ser levada a um campo de concentração mantido pelo governo americano. Aprisionada, mesmo sem nunca ter cometido crime nenhum.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Viúva Negra

Mais um filme da Marvel. Nesse aqui aconteceu um fato interessante. Após uma boa estreia a bilheteria foi caindo, caindo... Ao que parece a conhecida propaganda boca a boca foi negativa, fazendo com que o filme perdesse força comercial. Será que essa fórmula de filmes de super-heróis se esgotou? É cedo para dizer, mas uma coisa é certa, já vive uma fase de saturação. Em relação ao filme em si temos aqui uma personagem de terceiro escalão da Marvel. Penso até que foi um exagero do estúdio bancar uma produção milionária como essa para uma personagem que pouca gente conhece. Provavelmente só os leitores de gibis saibam quem é a Viúva Negra mais a fundo. Para o resto do público a resposta será mais parecida com a frase "já ouvi falar, mas não sei direito quem é essa Viúva Negra".

No meu caso o filme até soou divertido. Tem um bom enredo que pode ser assistido de forma avulsa. Você não precisa assistir a todos os demais filmes da Marvel para entender esse, apesar de todos eles se passarem em um mesmo contexto, um mesmo universo. A Natasha Romanoff (protagonista interpretada pela atriz Scarlett Johansson) é uma garota que foi treinada para ser uma assassina na União Soviética. E ela não foi a única, há toda uma geração de meninas órfãs e abandonadas que acabaram entrando nesse programa de treinamento militar. No caso dela o roteiro até que tira boas ideias de uma "falsa família" que ela fez parte quando era criancinha. Outros pontos positivos vem do vilão e da cena final, com todos caindo após o colapso e explosão de uma estação. Só não espere respeito a qualquer lei da física nessa sequência. Tudo bem, como produto da cultura pop esse "Viúva Negra" até diverte bem.

Viúva Negra (Black Widow, Estados Unidos, 2021) Direção: Cate Shortland / Roteiro: Eric Pearson, Jac Schaeffer, Ned Benson / Elenco: Scarlett Johansson, Rachel Weisz, Florence Pugh, David Harbour, Ray Winstone / Sinopse: Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), uma assassina treinada na guerra fria na antiga União Soviética, vai atrás de suas origens, procurando por vingança contra o homem que matou sua mãe e criou um programa de treinamento para meninas como ela, em um passado hoje remoto.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Um Lugar Silencioso: Parte II

Eu não gostei do primeiro filme. Escrevi que houve uma radicalização nessa coisa toda do silêncio, o que fazia dar sono no espectador. Para quem não conhece a história do filme se passa em um mundo distópico onde seres e criaturas estão basicamente exterminando a raça humana. Esses monstros são cegos, mas possuem uma audição absurda. O menor barulho os desperta e eles surgem com fúria assassina. Pois bem, nessa parte 2 esse problema que chamei a atenção em relação ao primeiro filme foi devidamente corrigido. O silêncio não impera tanto como antes. Já existe um melhor trabalho na trilha sonora incidental e nos próprios efeitos sonoros. O filme assim ficou bem melhor, mais bem resolvido. Não me deu sono, o que já foi uma melhora e tanto!

Agora o roteiro continua apostando apenas nas cenas de suspense e tensão. Não há nada de errado nisso, porém quem estiver em busca de maiores respostas sobre o que aconteceu continuará a ficar sem respostas. Há uma mera tentativa de explicação no começo do filme, mostrando o famigerado Dia 1 da invasão desses bichos, mas tudo o que se fica sabendo é que eles vieram do espaço. O resto não é explicado. O filme se apoia apenas na família tentando sobreviver nesse mundo brutal e violento. De pés descalços, eles vagam, em busca de alimentos e água potável em um mundo destruído. Enfim, minha conclusão é que apesar das perguntas ainda sem respostas, esse segundo filme se revelou bem melhor do que o primeiro. Vale a sessão de cinema.

Um Lugar Silencioso: Parte II (A Quiet Place Part II, Estados Unidos, 2021) Direção: John Krasinski / Roteiro: John Krasinski, Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Emily Blunt, Cillian Murphy, John Krasinski, Millicent Simmonds, Noah Jupe / Sinopse: Uma família (a mãe, dois filhos adolescentes e um bebê) tentam sobreviver em um mundo destruído após a invasão de estranhos seres vindos do espaço sideral.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Estranho Passageiro - Sputnik

Uma dupla de cosmonautas é atacado por uma estranha criatura enquanto estão voltando ao Planeta Terra. Quando sua cápsula finalmente toca o solo, um dos cosmonautas russos está morto e outro muito ferido. Levado a uma base secreta do governo soviético (a história se passa nos anos 80), se descobre que ele tem um parasita desconhecido dentro de seu organismo. Um estranho ser que durante as madrugadas sai do corpo de seu hospedeiro e vai em busca de comida, de preferência seres humanos. E diante de um caso tão complexo uma especialista é chamada para ampliar as pesquisas sobre aquele alienígena desconhecido da ciência humana.

Temos aqui uma espécie de "Aliens" russo. Pois é, o filme de Ridley Scott continua gerando herdeiros - ou seriam filhos bastardos? De qualquer forma até que os russos não se saíram mal nessa produção de ficção e terror. E o mais curioso de tudo é que eles realizaram uma produção que segue bem de perto a fórmula usada em filmes produzidos nos Estados Unidos. Os efeitos especiais são bons. Não se compara a nenhum filme do mesmo estilo feito pela indústria americana, mas são bem realizados. E seu final em aberto demonstra bem que os russos já entenderam que continuações de filmes que fazem sucesso também pode ser uma boa ideia.

Estranho Passageiro - Sputnik (Sputnik, Rússia, 2020) Direção: Egor Abramenko / Roteiro: Oleg Malovichko, Andrey Zolotarev / Elenco: Oksana Akinshina, Fedor Bondarchuk, Pyotr Fyodorov / Sinopse: Dois cosmonautas russos retornam para a Terra após uma missão espacial trágica. Um deles traz dentro de seu organismo uma estranha e desconhecida criatura parasita, que logo se torna um sério problema para os soviéticos.

Pablo Aluísio.

Arquivo X: O Filme

"Arquivo X" foi a série de maior sucesso da TV americana durante os anos 90. Os roteiros exploravam dois agentes do FBI que eram encarregados de investigar casos completamente fora do normal envolvendo OVNIs, paranormalidade, monstros, etc. As primeiras temporadas foram inegavelmente brilhantes, mas conforme os anos foram passando as coisas foram desandando. O ator David Duchovny que interpretava o agente Fox Mulder foi o primeiro a cair fora. Depois, tentando manter a série no ar, o criador Chris Carter foi acrescentando novos agentes, novas tramas e novos mistérios. Até que em 2002 a série finalmente foi cancelada, terminando com um dos piores episódios finais de todos os tempos - algo que decepcionou uma legião de fãs da série.

Levar "Arquivo X" para o cinema sempre foi uma ideia que nunca havia chegado a ser concretizada. Por anos houve o projeto, mas nada foi colocado em prática. Quando a série perdeu seus dois principais membros do elenco, o filme finalmente foi produzido. Era uma tentativa de manter a saga viva e trazer os agentes originais de volta. Funcionou em termos. Na época de lançamento Chris Carter afirmou que o roteiro do filme seria independente da série e que qualquer pessoa poderia assistir ao filme, mesmo aqueles que nunca viram um episódio na vida. Era mentira. "Arquivo X: O Filme" só funcionava bem mesmo para quem acompanhava há anos a série na TV. Tanto isso é verdade que muitos críticos afirmaram (com razão) que o longa nada mais era do que um episódio alongado da série. Algo que já havia inclusive acontecido antes. O filme até que ficou muito bom, com ótimas cenas e uma trama consistente. Entretanto para gostar tem que ter um certo conhecimento da série. Caso contrário a coisa não flui, fica meio sem sentido. O filme assim fica no meio termo entre uma boa diversão e um texto mais complexo. É, enfim, uma tentativa de emplacar um produto televisivo no mundo do cinema, se criando mais uma franquia cinematográfica de sucesso.

Arquivo X: O Filme (The X Files, Estados Unidos, 1998) Direção: Rob Bowman / Roteiro: Chris Carter, Frank Spotnitz / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, John Neville / Sinopse: Primeiro filme de "Arquivo X" para o cinema. Na trama os agentes do FBI Mulder e Scully devem lutar contra o governo em uma conspiração e descobrir a verdade sobre a colonização alienígena da Terra.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Gloria Bell

A vida de Gloria Bell (Julianne Moore) não é das mais felizes. Ela se divorciou do marido e seus filhos, agora adultos, não dão muita bola para ela. Para aliviar um pouco essa vida de tensão que se resume em ir para o trabalho e voltar para casa, ela decide frequentar uma discoteca meio capenga e cafona, onde só tocam sucessos da era do disco, dos anos 70. E na pista de dança dessa discoteca fora de moda ela conhece Arnold (John Turturro), um homem de sua idade, que também se diz divorciado e infeliz, pai de duas jovens que parecem nunca encontrar o rumo de suas vidas. Arnold é dono de um velho parque de diversões decadente e enferrujado e logo começa um namoro com Gloria.

Bom filme, mostrando a vida de uma mulher comum, cheia de problemas pessoais, como todos nós. Depois do divórcio ela tenta reconstruir os pedaços de sua vida emocional, mas é tudo tão complicado. Para uma mulher que viveu toda a sua existência reprimida é complicado nessa altura, com essa idade, arranjar um namorado e não ser julgada pelos outros. O namorado também fica longe de ser perfeito. É um cara que parece mentir o tempo todo, fazendo com que ela desconfie que ele ainda é casado. Pior, ele está sempre sumindo dos encontros, sem nem se despedir. Um cara estranho. Enfim, apesar de uma certa melancolia, esse filme me passou algo bem verdadeiro e humano em seu roteiro. E sim, Julianne Moore continua sendo uma grande atriz.

Gloria Bell (Gloria Bell, Estados Unidos, 2018) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Alice Johnson Boher, Sebastián Lelio, Gonzalo Maza / Elenco: Julianne Moore, John Turturro, Michael Cera, Brad Garrett, Rita Wilson, Caren Pistorius / Sinopse: O filme conta a história de uma mulher bem mais velha e madura que tenta reconstruir sua vida emocional e encontra muitos desafios pelo caminho.

Pablo Aluísio.

Oceanos

Eu até demorei algum tempo para assistir a esse premiado documentário. Eu já sabia que era um filme de extrema qualidade porque foi muito elogiado pela crítica em seu lançamento. Trata-se de uma produção entre França e Estados Unidos, sendo que o investimento americano partiu da Disney Nature, braço do império Disney para documentários sobre o mundo natural. E como o próprio título já deixa antever, esse filme tem como protagonista os oceanos ao redor do planeta, com toda a sua exuberância e força que só a natureza possuem. As imagens são lindas, pois os produtores só escolheram o melhor do que foi filmado para fazer parte do documentário.

O texto narrado pelo ator Pierce Brosnan também é excelente. Ele mostra como a vida na Terra surgiu nos oceanos, pois há bilhões de anos foi justamente no meio aquático que surgiram as primeiras e rudimentares formas de vida. Depois com o passar do tempo alguns animais se aventuraram na Terra, dando origem a toda a fauna que conhecemos. O lado ecológico também se faz presente, como não poderia deixar de ser. Mostra através de imagens capturadas do espaço os estragos causados pelos esgotos despejados no mar. Uma lástima. Enfim, grande documentário. Maravilhoso de se assistir e uma grande lição sobre o mundo que nos cerca.

Oceanos (Océans, Estados Unidos, França, 2009) Direção: Jacques Perrin, Jacques Cluzaud / Roteiro: Christophe Cheysson, Jacques Cluzaud, Laurent Debas / Elenco: Pierce Brosnan, Pedro Armendáriz Jr, )Jacques Perrin / Sinopse: Documentário premiado que explora e mostra a grandiosidade e a importância dos grandes oceanos do planeta Terra, únicos no universo. Filme vencedor do César Awards, na categoria de melhor documentário.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Vicky Cristina Barcelona

Esse filme é uma espécie de "novela latina" dentro da filmografia de Woody Allen. Duvida dessa percepção? Então basta dar uma olhada rápida na história. Duas amigas americanas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) vão passar férias em Barcelona, na Espanha. Durante um jantar elas conhecem o pintor espanhol Juan Antonio (Javier Bardem), um autêntico "Latin Lover" que as convida para fazer uma viagem a três em Oviedo, uma pequena e bucólica cidade do interior. E deixa claro para as duas que tem intenção de levá-las para a cama! Vicky, a mais certinha, noiva, prestes a se casar, acha um absurdo o convite. Vicky, liberal e sem compromissos, acha tudo normal. Ela gosta do convite. E elas acabam viajando com o galanteador latino, cheio de sensualidade.

Para completar o quadro de puro folhetim, Vicky acaba ficando apaixonada por Juan Antonio, apesar do noivo que passa a levar chifres em série. Cristina nem pensa duas vezes, se atira na cama do conquistador. Só que há mais um elemento envolvido nesse triângulo amoroso, a ex-esposa do pintor, uma mulher escandalosa, dada a gritos e gestos extremos, Maria Elena (Penélope Cruz) que não consegue esquecer o ex-marido! Lendo esse resumo da história não lhe pareceu tudo uma grande novela? Pois é isso mesmo. Woody Allen aqui deixou de lado seus papos intelectuais de lado e partiu para algo bem de acordo com a tradição do folhetim, que tanto agrada aos latinos em geral. Eu também gostei do filme, apesar de sua proposta mais modesta de apenas contar uma boa história. Algumas vezes isso já basta.

Vicky Cristina Barcelona (Estados Unidos, Espanha, 2008) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Javier Bardem, Penélope Cruz / Sinopse: Duas amigas americanas, uma delas noiva e prestes a se casar, sucumbem aos galanteios de um amante latino durante suas férias em Barcelona. O problema vai ser superar a ex-esposa do sujeito, uma espanhola com um gênio forte e acostumada a fazer muitos escândalos.

Pablo Aluísio.

A Nação do Medo

Veja que argumento interessante: o que teria acontecido ao mundo se os nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial? Imagine todas as nações conquistadas vivendo sob o regime alemão, onde a figura mais idolatrada passaria a ser a de Adolf Hitler, considerado um herói e um exemplo para toda a humanidade! Chocante, não é verdade? Pois é basicamente nesse mundo ficcional que esse estranho e perturbador enredo se passa. O curioso é que o espectador fica bem incomodado com as cenas iniciais, mas conforme o filme avança a ideia central começa a parecer absurdamente normal e aceitável. E não foi por outra razão que "Fatherland" acabou sendo recebido com polêmica. Afinal de contas muitos poderiam vir a entender que a produção seria na verdade uma tremenda propaganda neonazista. Ledo engano.

O filme é inteligente o suficiente para escapar desse tipo de armadilha. Feito para a TV, "A Nação do Medo" acabou sendo reconhecido por seus próprios méritos, a ponto de ganhar indicações importantes no Globo de Ouro onde foi indicado ao prêmio de Melhor Minissérie ou Filme realizado especialmente para a TV. Melhor se saiu a atriz Miranda Richardson que acabou levando o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante na mesma premiação. Plenamente merecido, pois ela está ótima em seu papel. Já no "Oscar da TV", o Emmy Awards, a produção acabou sendo premiada por sua bela direção de arte, afinal de contas recriar um mundo nazista nos dias de hoje realmente exigiu muito talento e imaginação. Então é isso, meio esquecido atualmente "A Nação do Mundo" é um filme bem interessante e instigante. Uma obra que merece ser redescoberta.

A Nação do Medo (Fatherland, Estados Unidos, 1994) Direção: Christopher Menaul / Roteiro: Robert Harris, Stanley Weiser/ Elenco: Rutger Hauer, Miranda Richardson, Peter Vaughan / Sinospe: Em um mundo distópico e estranho, os nazistas venceram a II Guerra Mundial, impondo sua ideologia para toda a humanidade. Filme premiado pelo Globo de Ouro e Emmy Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de julho de 2021

Caninos Brancos

Essa animação francesa é de encher os olhos. Uma adaptação excelente do clássico livro de Jack London, material de origem de primeira linha. Já havia sido adaptado antes, com sucesso, pelos estúdios Walt Disney. Agora virou essa caprichada animação a cargo do talentoso diretor Alexandre Espigares. A história é bem conhecida, mostrando o lobo Caninos Brancos desde seu nascimento no meio da floresta, até a separação de sua mãe e seu contato com os seres humanos. Ele inicialmente passa a puxar o trenô de um nativo, depois é vendido, indo parar nas mãos de um criminoso que organiza rinhas de lutas de cães.

Sua sorte muda quando finalmente passa a ser criado por um xerife e sua bondosa esposa, mas o chamado da vida selvagem mais uma vez se mostra forte e irresistível, sendo que ele decide voltar para a mesma floresta de picos montanhosos gelados onde nasceu. Uma história maravilhosa, que em certos momentos apresenta sinais de uma rudeza e crueldade que cheguei até mesmo a duvidar se esse tipo de material seria mesmo indicado para as crianças. Um aspecto interessante é que os animais são retratados com realismo, enquanto os seres humanos surgem em traços de caricatura. Boa decisão que reforça o lado mais sórdido de certos personagens. Em suma, animação classe A. Simplesmente perfeita. Nota 10.

Caninos Brancos (Croc-Blanc, França, 2018) Direção: Alexandre Espigares / Roteiro: Philippe Lioret, Serge Frydman, baseados na obra escrita por Jack London / Elenco: Raphaël Personnaz, Virginie Efira, Dominique Pinon / Sinopse: Caninos Brancos é um Lobo. Nascido na floresta, ele acaba tendo contato com o ser humano, conhecendo o lado mais sórdido e malvado do homem. Filme pemiado pelo Annecy International Animated Film Festival.

Pablo Aluísio.

Scooby! O Filme

A Warner Bros decidiu fazer uma animação digital do Scooby-Doo e sua turma para ser lançada nos cinemas. Ideia certa na época errada. Programada para chegar no mercado em maio de 2020 o filme foi pego em cheio pela pandemia. Com isso a Warner teve diversos problemas para recuperar o investimento. Isso porque não foi uma animação barata, pelo contrário. A boa notícia é que os saudosistas dos desenhos animados da Hanna-Barbera não vão ter do que reclamar. Na tela desfilam diversos personagens que ficaram famosos nas décadas de 1960 e 1970, na era de ouro desse estúdio de animação. O público brasileiro certamente vai adorar rever essas figuras do passado revitalizados pela moderna tecnologia do presente.

Assim essa filme apresenta não apenas os personagens do desenho clássico do Scooby-Doo, que está aí fazendo sucesso desde os anos 60 quando seu primeiro desenho animado chegou nas telas de TV. Aqui temos também o Dick Vigarista (vilão do desenho "Corrida Maluca"), muito bem aproveitado, o Falcão Azul (Da galeria de super-heróis da HB), seu fiel companheiro o Bionicão e até mesmo o Capitão Caverna (quem foi criança e assistia seus desenhos certamente vai lembrar dele). Até criaram uma série de robozinhos, o equivalente aos minions de "Meu Malvado Favorito". Enfim, quem gosta desses personagens certamente não terá do que reclamar.

Scooby! O Filme (Scoob!, Estados Unidos, 2020) Direção: Tony Cervone / Roteiro: Adam Sztykiel, Jack C. Donaldson / Elenco: Will Forte, Mark Wahlberg, Zac Efron, Amanda Seyfried, Jason Isaacs, Gina Rodriguez  / Sinopse: Salsicha e Scooby se tornam os melhores amigos na adolescência. Depois se unem a Velma, Freddie e Daphne para enfrentar o vilão Dick Vigarista que está prestes a abrir um portal para outra dimensão.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de julho de 2021

Creepshow

Sempre vi esse filme como uma produção duplamente nostálgica. Nostálgico de duas décadas diferentes, dos anos 50 e dos anos 80. Explico. Embora o filme tenha sido lançado nos anos 80, sendo assistido e curtido pelos jovens e adolescentes da época, na verdade a fonte vinha de mais longe do passado, vinha das revistas em quadrinhos de terror dos anos 50. E para acentuar ainda mais isso recriaram o mascote que surgia entre as histórias, um tipo de zumbi bem humorado, com óbvias tiradas de humor negro. E quem escreveu o roteiro desse divertido filme? Stephen King, ele mesmo, o mestre da literatura de terror nos Estados Unidos. Foi uma das primeiras experiências dele escrevendo diretamente para o mundo do cinema. Antes disso apenas havia adaptações de seus livros para o cinema. Aqui ele colocou a mão na massa mesmo, para ver como era escrever para outro meio.

Creepshow fez sucesso no Brasil, mas não nos cinemas. Esse filme chamou atenção mesmo nas videolocadoras da época. Estou me referindo a um tempo onde os cinéfilos iam até a locadora perto de casa e levavam uma fita VHS para curtir em casa, em seus aparelhos de videocassete. E essa franquia tinha outro atrativo. Assim como "Contos Assombrosos" a fita trazia várias histórias. Se o espectador não gostava de uma, poderia curtir na próxima, quem sabe. O roteiro imitava as próprias revistinhas originais que também traziam contos de terror. Com poucos centavos os garotos da época se divertiam como nunca.

Creepshow: Arrepio do Medo (Creepshow, Estados Unidos, 1982) Direção: George A. Romero / Roteiro: Stephen King / Elenco: Hal Holbrook, Leslie Nielsen. Adrienne Barbeau / Sinopse: Contos e histórias de terror publicadas originalmente em quadrinhos durante os anos 1950 ganham uma versão para o cinema sob a direção do renomado diretor de terror George Romero.

Pablo Aluísio.

O Jardineiro Fiel

O filme foi baseado no livro escrito por John le Carré, famoso autor de best-sellers, com uma grande legião de leitores e admiradores. Eu não li o livro original. Minha opinião segue baseada apenas no filme. E nesse aspecto não tive boa percepção desse longa-metragem. Sim, eu tenho pleno consciência que o filme foi extremamente elogiado pela crítica em seu lançamento, mas no meu caso não consegui gostar. Achei um filme extremamente frio, quase uma obra cinematográfica sem nenhuma emoção para passar ao espectador. Acontece muito e é mais comum do que muitas pessoas que curtem cinema pensam. A palavra que me vem à mente é sempre a mesma quando penso em "O Jardineiro Fiel". É uma obra fria, asséptica.

Posso dizer que a única coisa que me agradou mesmo foi a atuação da atriz Rachel Weisz. que inclusive foi premiada com o Oscar na categoria naquele ano que foi até bem disputada. A personagem dela é a única que parece ter alma nessa história, a única que passa algum sentimento verdadeiro. O papel de Ralph Fiennes é todo baseado em um personagem que tem uma frieza fora do normal. O sujeito simplesmente não consegue passar nenhum calor humano. E como ele está em cena em praticamente todo o filme seu jeito de ser passa a incomodar. Com isso tudo o filme acabou me soando bem entediante. Tédio e frio, eis o resumo.

O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener, Inglaterra, Estados Unidos, 2005) Direção: Fernando Meirelles / Roteiro: Jeffrey Caine, baseado na obra de John le Carré / Elenco: Ralph Fiennes, Rachel Weisz, Danny Huston, Hubert Koundé / Sinopse: Um viúvo está determinado a descobrir um segredo potencialmente explosivo envolvendo o assassinato de sua esposa, um grande negócio e um caso de corrupção corporativa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

A Vida é Bela

Ninguém esperava que Roberto Benigni fosse vencer o Oscar de melhor ator por esse filme. Pois foi justamente isso que aconteceu! Uma zebra e tanto na história da Academia. É incrível que um comediante europeu tenha sido premiado com o mais cobiçado prêmio de cinema do mundo, mas aconteceu. E provavelmente nunca mais venha acontecer de novo. Eu me recordo inclusive que quando seu nome foi anunciado ele reagiu da mesma forma que seu personagem, de maneira muito exagerada! Sim, onde termina a personalidade do ator e começa a interpretação desse seu personagem? Penso que não há muitas linhas dividindo esse aspecto, não no caso de Benigni. Assim para gostar do filme você vai precisar ter ao menos simpatia pelo estilo e pelo tipo de humor que Roberto Benigni faz, caso contrário não vai funcionar muito bem.

Esse filme tem dois atos bem diferenciados em seu roteiro. O primeiro apresenta um humor bem pastelão, diria até mixuruca. É algo até muito inocente, ao estilo humor antigo. ultrapassado. Nesse primeiro ato o personagem principal é apresentado. Um garçom chamado Guido. Um homem meio infantilizado e bobo, mas de bom coração. Já o segundo ato é bem superior. Ele é judeu, vive na Itália durante a II Guerra Mundial e acaba indo parar em um campo de concentração nazista. Ele vai junto do filho de 8 anos. Como explicar uma atrocidade daquelas para uma criança? Para preservar o menino, ele finge que tudo não passa de um grande jogo, cujo prêmio final será um tanque de guerra de brinquedo. Só que como sabemos não é brincadeira o que está acontecendo. É o Holocausto! E como fazer humor em cima de algo tão terrível? Penso que esse filme em particular conseguiu, porque tudo surge um pouco estilizado em cena. O campo de concentração, por exemplo, não é tão realista. Isso poupa o espectador de ter que encarar a triste realidade. E o filme, no final das contas, consegue funcionar. De maneira ampla, olhando o conjunto do filme, gostei do que vi, embora tenha que ressaltar que apenas a segunda parte do filme é realmente marcante.

A Vida é Bela (La vita è bella, Itália, 1997) Direção: Roberto Benigni / Roteiro: Vincenzo Cerami, Roberto Benigni / Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini / Sinopse: Durante o regime fascista italiano, um garçom judeu e sua família é enviada para um campo de concentração nazista. Para preservar seu filho daquela situação terrível, o pai faz de conta para ele de que tudo não passaria de um jogo, uma grande brincadeira.

Pablo Aluísio.

Blink - Num Piscar de Olhos

Emma Brody (Madeleine Stowe) é uma violoncelista de música clássica, deficiente visual, que recupera parte de sua visão após uma bem sucedida operação de transplante de córneas. Nessa nova realidade ela acaba testemunhando um crime, que coloca sua vida em perigo. E como se tudo isso não fosse o bastante ela também começa a sofrer de certas alucinações, provavelmente causadas pela cirurgia que sofreu. Gostei muito desse suspense que tem excelentes soluções visuais para mostrar, em foco subjetivo, de como seria a visão parcialmente restaurada da personagem principal. Emma em especial é muito bem desenvolvida, mostrando que o roteiro realmente se preocupou em explorar adequadamente sua personalidade, lapidando sua estória e sua vida pessoal, envolvendo assim o espectador em relação aos rumos perigosos que ela acaba tomando em sua vida.

Esse acaba sendo o grande diferencial de "Blink" pois ele não se contenta em apenas colocar uma pessoa com deficiência em situações de perigo, pelo contrário, trabalha muito bem todo o background envolvendo essa instrumentista de música clássica, muito bem interpretada pela sempre talentosa Madeleine Stowe. A direção é do inglês Michael Apted, um cineasta talentoso que também acertou em cheio em outros ótimos filmes marcantes, entre eles o ecológico "Nas Montanhas dos Gorilas" e o enigmático "Mistério no Parque Gorky". Nessa produção dos anos 80 ele novamente acertou em cheio. Sua direção é eficiente e segura.

Blink - Num Piscar de Olhos (Blink, Estados Unidos, 1994) Direção: Michael Apted / Roteiro: Dana Stevens / Elenco: Madeleine Stowe, Aidan Quinn, James Remar / Sinopse: Música talentosa, deficiente visual, passa por uma cirurgia e voltando a ver o mundo acaba testemunhando um crime que coloca sua vida em perigo. Filme indicado ao prêmio do Edgar Allan Poe Awards na categoria de Melhor Filme de Suspense.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

A Honra do Poderoso Prizzi

Charley Partanna (Jack Nicholson) é um assassino profissional. Ele trabalha para a família mafiosa Prizzi de Nova Iorque. Durante um casamento do clã, ele conhece uma mulher muito bonita e elegante, chamada Irene Walker (Kathleen Turner). Ela mora em Los Angeles e Partanna fica completamente apaixonado, um verdadeiro amor à primeira vista. O sujeito perde totalmente o bom senso e a razão por essa desconhecida. O que ele não sabe é que ela também é uma assassina profissional. Também é uma ladra que roubou dinheiro justamente da família Prizzi. E agora, como Partanna vai manter seu código de honra e fidelidade com os mafiosos, já que ele está apaixonado por Irene, a mulher que o chefão Prizzi quer ver morta?

John Huston foi um dos grandes diretores da história do cinema norte-americano. Entretanto quando dirigiu esse filme ele já estava bastante idoso. Seus anos de criatividade e glória já tinham ficado no passado. Por isso o que temos aqui é até um bom filme, mas que não chega nem perto dos clássicos que dirigiu. Há um certo humor negro nesse roteiro, embora o filme não seja uma comédia. Jack Nicholson está menos carismático do que o habitual. Anjelica Huston está péssima. Cheia de caras e bocas, não age naturalmente. Melhor se sai Kathleen Turner como a loira fatal. Mesmo bonita e elegante, ficou muito longe da classe de uma Grace Kelly, por exemplo. O filme tem seus bons momentos, mas também apresenta uma certa preguiça em sua linha narrativa. A verdade é que o velho Huston já havia perdido a mão para o cinema, por isso o resultado final não é excepcional. O filme realmente não é lá grande coisa.

A Honra do Poderoso Prizzi (Prizzi's Honor, Estados Unidos, 1985)  Direção: John Huston / Roteiro: Richard Condon, Janet Roach / Elenco: Jack Nicholson, Kathleen Turner, Anjelica Huston, Robert Loggia, John Randolph, William Hickey / Sinopse: Assassino profissional da máfia se apaixona por uma mulher de Los Angeles, sem saber que ela na verdade também é uma criminosa. Uma assassina e ladra, que precisa ser eliminada a mando da mesma família mafiosa pela qual ele trabalha.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

O Peso da Água

Esse é um filme que não me agradou muito, apesar da recepção favorável da crítica na época. O enredo mostra um fotógrafo que acompanhado de alguns conhecidos decide fazer uma viagem para uma ilha onde no passado ocorreu um crime que se tornou muito conhecido, por ter sido brutal e praticamente sem solução. E após viajarem em um belo veleiro até essa ilha, as coisas começam a fugir do controle, resultando em uma situação de caos e desespero. A direção ficou a cargo da cineasta Kathryn Bigelow que vinha em um momento de alta na sua filmografia, ganhando prêmios e elogios por seus trabalhos. Entretanto esse parece ter sido seu filme mais fraco. Algo que não melhorou com o passar dos anos.

Eu sempre gosto de dizer que não se fazem bons filmes de suspense em lugares turísticos, paradisíacos, com muito sol e praia. Não combina. Filmes de suspense precisam de climas adequados, quanto mais soturnos e sombrios melhor. Há uma excesso de luz nesse filme, fazendo com que o teor de medo se dilua nas belas paisagens do horizonte. Além disso o veleiro completa o quadro de paraíso em férias. Tirar medo do espectador no meio de algo assim é muito complicado, diria quase impossível. Se na literatura pode até funcionar, no cinema simplesmente não dá certo.

O Peso da Água (The Weight of Water, Estados Unidos, 2000) Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Alice Arlen, Christopher Kyle, baseados no romance escrito por Anita Shreve / Elenco: Sean Penn, Elizabeth Hurley, Josh Lucas, Sarah Polley / Sinopse: Um casal e um grupo de amigos decide  velejar até uma ilha distante do litoral onde no passado ocorreu um crime que ficou célebre pela violência. E o que deveria ser um passeio dos mais interessantes acaba se tornando um horrendo pesadelo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Um Passe de Mágica

Apesar de ser um filme antigo, produzido em 1978, eu nunca havia assistido até ontem. E isso é bem curioso porque sempre fui um admirador do trabalho do ator Anthony Hopkins. Nesse filme ele interpreta um mágico chamado Corky. No começo suas apresentações são ignoradas por um público frequentador de pequenos clubes noturnos. As coisas nunca parecem dar certo. Então ele resolve mudar seu número. Passa a usar um boneco de ventríloquo a qual chama de Fats. E assim as coisas começam a melhorar em sua vida, inclusive ganha um agente e um convite para se apresentar na TV. Para quem não conseguia nem ganhar o mínimo para sua sobrevivência já era uma mudança e tanto.

Só que o boneco Fats logo começa a ganhar uma individualidade própria. Mesmo fora do palco Corky começa a conversar e interagir com ele. A coisa começa a ficar meio assustadora. E tudo piora quando o mágico decide rever um velho amor do passado, Peggy Ann Snow (Ann-Margret). Ele era apaixonado por ela desde os tempos da escola, só que agora Peggy é apenas uma mulher infeliz, casada com um sujeito boçal e asqueroso. Gostei desse filme, que também é conhecido como "Magia Negra" (título que ganhou quando foi exibido na TV). Há um clima de suspense e terror, muito embora a trama seja mais melancólica do que qualquer outra coisa. Hopkins mais uma vez brilha, inclusive fazendo a voz de Fats. É um filme por demais interessante, que assusta de uma maneira pouco convencional.

Um Passe de Mágica / Magia Negra (Magic, Estados Unidos, 1978) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: William Goldman / Elenco: Anthony Hopkins, Ann-Margret, Burgess Meredith, Ed Lauter / Sinopse: Mágico fracassado começa a ver sua sorte mudar quando passa a se apresentar com um boneco no palco. O problema é que em pouco tempo esse boneco começa a ganhar vida própria, criando situações assustadoras.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Fúria em Duas Rodas

Existem filmes que eu não recomendaria para todo tipo de cinéfilo. Existem filmes que são feitos apenas para quem é interessado em um determinado tipo de assunto. É o caso desse "Fúria em Duas Rodas". Para gostar você precisa preencher certos requisitos: 1. Gostar muito de motos. 2. Colocar m primeiro plano cenas de ação... com motos! 3. Não ligar muito para o roteiro. É isso, o filme é uma grande adoração a essas máquinas velozes. Esqueça desenvolvimento de personagens, dramaturgia e coisas do tipo. O que vale aqui é mostrar em sequências sem fim, motos em alta velocidade. E tem umas garotas bonitas também, rebolando em shortinhos. Até que essa parte não é nada ruim de assistir.

Brincadeiras à parte, eu me recordo que quando esse filme foi lançado a crítica mais recorrente foi a de que ele seria na verdade uma espécie de "Velozes e Furiosos" com motos. Bingo! É isso mesmo. Não tem nem como contestar esse tipo de visão. Os produtores desejavam iniciar uma outra franquia, só que no lugar de carros velozes haveria motocicletas, centenas delas, multicoloridas, de todas as cilindradas. Desnudado em suas intenções, o diretor Joseph Kahn precisou apenas caprichar na edição, pois filmes assim demandam edições alucinantes, com quadros que duram poucos segundos. Então é isso. Curte filmes de ação e motos? Aprecia o estilo de "Velozes e Furiosos"? Então provavelmente você vai gostar desse filme.

Fúria em Duas Rodas (Torque, Estados Unidos, 2004) Direção: Joseph Kahn / Roteiro: Matt Johnson / Elenco: Martin Henderson, Ice Cube, Monet Mazur / Sinopse: Um piloto de motovelocidade retorna aos Estados Unidos, após passar alguns meses na Tailândia. De volta na América ele tenta retornar para sua ex-namorada, mas acaba envolvido na criminalidade. Uma quadrilha quer que ele se envolva no tráfico de drogas e outra quer acertar as contas com ele por algo ocorrido no passado.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de julho de 2021

Batman: O Mistério da Mulher Morcego

É realmente incrível como um personagem tão antigo como o Batman, criado em 1939, ainda consiga ser tão popular nos dias de hoje. Nem o criador desse personagem, o desenhista Bob Kane, poderia prever o que iria acontecer com sua criação, como ele mesmo afirmou várias vezes em entrevistas antes de sua morte. Ele chegou a dizer que quando criou o Batman pensou que ele iria durar uma ou duas edições na revista Detective Comics. Para ele o Batman no máximo chegaria nas dez edições. Só que estamos aqui, 80 anos depois e ainda comentando produtos com a marca desse sujeito que veste uma fantasia de morcego! Além dos quadrinhos, onde ainda é um dos maiorais em termos de vendas de revistas, ele ainda é explorado em filmes no cinema e animações na TV e no mercado de venda direta ao consumir. Esse "Batman: O Mistério da Mulher Morcego" é mais um produto nessa linha que não parece mais ter fim. Foi lançado inicialmente em DVD e depois foi exibido em canais de animação como o Cartoon Network.

Eu recomendo especialmente ao fã do Batman a aquisição do DVD original americano que vem com muito material extra, inclusive um interessante making-off mostrando os bastidores da produção de uma animação como essa. E quem pensa que é fácil fazer um desenho desses, é bom dar uma olhada na complexidade do trabalho envolvido nesse tipo de produção com equipe de dublagem, animação, computação gráfica, etc. E como sempre acontece em se tratando do Batman, a Warner Bros sempre capricha no resultado final.

Batman: O Mistério da Mulher Morcego (Batman: Mystery of the Batwoman, Estados Unidos, 2003) Direção: Jennifer Graves, Tim Maltby / Roteiro: Alan Burnett / Elenco: Kevin Conroy, Kimberly Brooks, Kelly Ripa / Sinopse: Uma estranha figura feminina cruza os céus de Gotham City. Ela usa um uniforme parecido com o do Batman, mas não tem qualquer ligação com ele.

Pablo Aluísio.