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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cromwell, O Homem de Ferro

Título no Brasil: Cromwell, O Homem de Ferro
Título Original: Cromwell
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ken Hughes
Roteiro: Ken Hughes
Elenco: Richard Harris, Alec Guinness, Robert Morley, Dorothy Tutin, Timothy Dalton, Frank Finlay

Sinopse:
Durante o tirânico reinado do Rei Charles 'Stuart' I (Alec Guinness) um corajoso político chamado Oliver Cromwell (Richard Harris) decide liderar um movimento em prol de um parlamento livre, forte e imune às ameaças do poder monárquico. Para isso contará também com o apoio do povo da Inglaterra.

Comentários:
Épico histórico que resgata a biografia de uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra, o parlamentar e rebelde Oliver Cromwell. Ele foi responsável por colocar em dúvida o sistema absolutista inglês, onde a vontade do rei era lei e todos os direitos dependiam única e exclusivamente de sua vontade pessoal. Não havia direitos fundamentais aos cidadãos comuns do reino. Com Cromwell de fato nasceu a chamada monarquia constitucional ou parlamentar, onde o parlamento ganhava maior importância e poder representando justamente a vontade de todo o povo. Além de trazer um roteiro muito bem escrito, com bela produção (o filme chegou a vencer o Oscar de melhor figurino) o filme ainda tinha dois monstros da arte de representar. Um deles era Sir Alec Guinness. Não poderia haver escolha melhor para representar a aristocracia em toda a sua soberba e prepotência. Já o protagonista era interpretado por outro grande ator, o mestre Richard Harris. Com tantos talentos desfilando na tela o resultado não poderia ser outro. Eis aqui um dos mais bonitos e bem realizados clássicos que já tive o prazer de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2018

O Túmulo Vazio

Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.

No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.

O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.

O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2018

E Agora Brilha o Sol

Título no Brasil: E Agora Brilha o Sol
Título Original: The Sun Also Rises
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry King
Roteiro: Peter Viertel, baseado na obra de Ernest Hemingway
Elenco: Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, Robert Evans
 
Sinopse:
Paris, 1920. O jornalista americano Jake Barnes (Tyrone Power) vive em Paris, aproveitando o belo cenário cultural da cidade. Sua vida tranquila acaba sendo abalada quando encontra casualmente pela noite com a bela Brett Ashley (Ava Gardner). É uma antiga paixão de Barnes. Ele a conheceu em um hospital para soldados feridos na Espanha. A reaproximação acaba revivendo antigos sentimentos em Barnes que há anos estavam adormecidos.

Comentários:
Temos aqui um bonito clássico romântico do cinema americano baseado na obra de Ernest Hemingway. Quem assistiu a outras adaptações de livros desse autor para o cinema perceberá uma incrível semelhança de enredo com outros filmes dessa mesma linha. Só para citar um exemplo, também temos aqui um jovem soldado ferido que acaba se apaixonando pela enfermeira que o tratou após retornar destroçado, física e emocionalmente, do front de batalha. É um tema recorrente nos escritos de Hemingway, simplesmente porque há claros toques autobiográficos em seus romances. Pois bem, embora isso não seja oficialmente reconhecido pelos especialistas em seus livros, o fato é que a estória e a trama desse romance parece seguir os passos de "Adeus às Armas", uma das grandes obras do escritor. É uma espécia de continuação daquilo que assistimos no filme  homônimo (que foi estrelado por Rock Hudson e que já comentamos aqui em nosso blog). O grande diferencial é que deixa claro desde o começo as tristes consequências dos ferimentos no personagem principal Jake Barnes (interpretado com elegância por Tyrone Power), que agora sabemos teve uma sequela terrível dos danos sofridos no campo de batalha, pois se tornou impotente. Essa condição o destrói emocionalmente pois ele fica numa posição de nunca consumar seu relacionamento com o amor de sua vida, Brett Ashley, na pele de Ava Gardner, incrivelmente bela em cena. 

Ela também o ama e diante de sua resistência começa a seduzir outros homens em sua presença, o colocando em situações constrangedoras e delicadas. Infelizmente o próprio autor não levou esse drama pessoal até o limite, preferindo em determinado momento de sua estória apostar em um incômodo deslumbramento com as touradas espanholas, algo que me deixou um pouco desconfortável pois considero uma tradição bem estúpida, que promove abusos contra os direitos dos animais.  Essa consciência porém ainda não existia na época e Ernest Hemingway parece completamente absorvido pelo clima em torno do tal "esporte". Isso acaba desviando o foco principal do que vemos e o filme assim vai se diluindo cada vez mais, até virar uma mera peça publicitária de turismo para as tradições e esportes tipicamente ibéricos. A impressão que passa é que Ernest Hemingway pisou no freio, como se tivesse desistido de aprofundar mais esse drama na vida do personagem principal! De qualquer maneira é preciso deixar claro que isso não é culpa nem da direção e nem da produção do filme - que é de fato classe A, realmente excelente. A culpa deve recair sobre o próprio Ernest Hemingway que parecia esgotado e sem ideias novas quando escreveu esse romance. Do ponto de vista cinematografico porém o filme vale sua indicação por causa da bela fotografia e da direção de arte bem caprichada. No fundo um belo e bem produzido romance passado numa Espanha linda e convidativa - com direito até mesmo a uma Paris maravilhosa e deslumbrante ao amanhecer, como mero pano de fundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Noite de Núpcias

Título no Brasil: A Noite de Núpcias
Título Original: Tradita
Ano de Produção: 1954
País: França, Itália
Estúdio: Flora Film
Direção: Mario Bonnard
Roteiro: Vittorio Nino Novarese, Mario Bonnard
Elenco: Brigitte Bardot, Pierre Cressoy, Lucia Bosé, Giorgio Albertazzi, Camillo Pilotto, Tonio Selwart

Sinopse:

A história do filme se passa na Itália, no ano de 1915. Uma família da velha aristocracia mora em um antigo castelo. Nele habitam a viúva de um conde e seus dois filhos. Um deles tem problemas físicos, o outro é um aventureiro que adora mulheres e jogatina. No horizonte a ameaça de uma guerra iminente com as forças do império austro-húngaro.

Comentários:
Provavelmente esse dramalhão europeu estaria completamente esquecido nos dias de hoje se não fosse a presença maravilhosa de uma jovem Brigitte Bardot. A atriz ainda não era a grande estrela de cinema que iria se tornar nos anos que viriam, mas já era uma beldade, uma das mulheres mais bonitas do cinema, ainda na flor da juventude. Se Bardot não foi a mulher mais bonita de seu tempo, chegou bem perto disso. Claro que o filme tira proveito de sua beleza estonteante. O diretor Mario Bonnard privilegia a presença da atriz em cada cena, embora sua personagem não seja uma das principais. No mais o filme até tem bons figurinos e reconstituição de época. É uma pena que Brigitte Bardot nunca tenha se esforçado para ir aos Estados Unidos fazer filmes melhores quando era jovem e deslumbrante. A barreira da língua inglesa sempre foi um obstáculo para ela. De qualquer forma mesmo ficando na Europa ela conseguiu se tornar um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema mundial. Não foi pouca coisa.

Pablo Aluísio.

A Noite de 23 de Maio

Título no Brasil: A Noite de 23 de Maio
Título Original: Mystery Street
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Sydney Boehm, Richard Brooks
Elenco: Ricardo Montalban, Sally Forrest, Bruce Bennett, Elsa Lanchester, Marshall Thompson, Jan Sterling

Sinopse:
Peter Moralas (Ricardo Montalban) é um detetive que procura solucionar um crime. Um corpo foi encontrado nas areias de uma praia deserta localizada em
Massachusetts. Ele então decide contar com a ajuda de um professor de Harvard,  o Dr. McAdoo (Bruce Bennett), um expert em cenas de crime. A dupla então começa a desvendar o mistério do assassinato.

Comentários:
O ator Ricardo Montalban fez muito sucesso em Hollywood. Ele era mexicano e acabou sendo escalado para interpretar personagens estrangeiros, em papéis exóticos. Acabou criando um nicho próprio dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Aqui ele está muito bem como um detetive ao estilo cinema noir. Até o figurino segue o tradicional, com sobretudo e capa, chapéu e cigarro no canto da boca. Poderia ser Bogart, mas era Montalban. Aliás o roteiro foi escrito pensando-se nesse outro ator, mas como ele nao pôde atuar, o detetive acabou sendo interpretado por Ricardo. Não ficou mal, de jeito nenhum. O resultado ficou tão bom que o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro, algo que ninguém esperava. Filmes de detetives particulares desvendando crimes eram como os filmes de faroeste, esnobados pelos membros da academia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Nevada Smith

Steve McQueen interpreta o filho de um minerador que vê seus pais serem mortos por uma quadrilha de ladrões. Eles invadem o pequeno rancho onde viviam atrás de ouro. Como não havia nada para lhes dar a crueldade dos bandidos se traduziu em tortura e morte. Depois da morte do pai branco e da mãe indígena, Max Sand (Steve McQueen) decide dedicar sua vida a uma vingança obsessiva. Enquanto ele não encontrar os três assassinos de seus pais não terá paz de espírito. O problema é que sendo jovem demais, não tem a experiência necessária para enfrentar esse tipo de criminoso. Um tipo simplório, analfabeto, que não tem também muita habilidade em portar uma arma de fogo. Esse tipo de coisa ele acabará adquirindo em sua jornada, onde acabará encontrando pessoas dispostas a lhe ajudar.

O filme é realmente muito bom. Embora a vingança seja a espinha dorsal do enredo os roteiristas decidiram explorar outros aspectos do personagem. Em determinado momento ele decide roubar um banco só para ser enviado para a prisão estadual onde estão dois dos homens que ele deseja matar. A tal prisão é localizada em um pântano impossível de atravessar. Malária, mosquitos, cobras venenosas e crocodilos impedem qualquer prisioneiro de fugir. Claro que McQueen vai tentar sua sorte ao ir embora da prisão. Essa parte do filme inclusive me lembrou um pouco de "Papillon", outro clássico do ator.

O único problema maior que vi em todo o filme foi o fato de que Steve McQueen não tinha a idade adequada para seu papel. O personagem que interpreta é um jovem inexperiente, sem muita noção da vida. Também seria um mestiço, com traços indígenas. Bom, em termos de juventude e falta de experiência de vida, McQueen não se parecia em nada com seu personagem. Alguém consegue visualizar esse ator como um jovem completamente inexperiente com armas e com a vida? Impossível. E sobre o fato de ser mestiço, outro problema. O loiro McQueen não tinha mesmo nenhum traço de sangue indígena correndo em suas veias. De qualquer maneira, tirando esses dois probleminhas, o filme funciona muito bem. É outro pequeno clássico assinado pelo excelente cineasta Henry Hathaway;

Nevada Smith (Estados Unidos, 1966) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Harold Robbins, baseado no livro "The Carpetbaggers" escrito por John Michael Hayes / Elenco: Steve McQueen, Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Suzanne Pleshette / Sinopse:  Quando seus pais são mortos em seu rancho por três assassinos o jovem Max (McQueen) decide que vai dedicar toda a sua vida para vingar as mortes. Assim ele parte rumo ao velho oeste em busca dos homens. Assim que os encontra decide acertar a balança da justiça.

Pablo Aluísio.

Mercadores de Intrigas

Título no Brasil: Mercadores de Intrigas
Título Original: South of St. Louis
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ray Enright
Roteiro: Zachary Gold, James R. Webb
Elenco: Joel McCrea, Alexis Smith, Zachary Scott
  
Sinopse:
Após retornar de uma viagem o rancheiro Kip Davis (Joel McCrea) descobre que seu rancho foi devastado e incendiado por tropas da União durante a Guerra Civil Americana. Revoltado e procurando por vingança ele decide ajudar o exército confederado inimigo, contrabandeando armas e munições na fronteira entre Estados Unidos e México. Seu objetivo é sobreviver às conturbadas viagens pois a região está sob forte controle dos soldados do norte. A pena para quem ajudar os rebeldes é a forca.

Comentários:
Um western onde os mocinhos são os confederados, os rebeldes, os sulistas, num dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil Americana. Logo no começo do filme Kip Davis (Joel McCrea) chega em seu rancho chamado "3 sinos" (o nome se dá porque na verdade pertence a três sócios, amigos de Kip). Tudo está queimado e destruído. A quadrilha de Luke Cottrell (Victor Jory), um bando de guerrilheiros pagos pelo exército da União, não deixou absolutamente nada de pé. Esse personagem realmente existiu e era tão violento e brutal ao lado de seus homens que a população civil os chamavam de "gorilas". Pois bem, após destruírem tudo pelo qual lutou em sua vida por anos, Davis resolve ir até a cidade fronteiriça de Brownsville para acertar contas com Cottrell e seus bandoleiros. A cena em que ambos se encontram finalmente é ótima, uma longa sequência para quem gosta de brigas com punhos! Mais tarde, ainda nessa mesma localidade Kip Davis aceita o convite de uma cantora de saloon, Rouge de Lisle (Alexis Smith), para levar um carregamento até o outro lado da fronteira, em uma região dominado pelo exército confederado. 

Inicialmente Davis pensa ser uma carga de móveis e coisas sem grande importância, mas depois descobre que na verdade são armas e munições para o exército rebelde do sul. Como é um sulista nato e está completamente revoltado com as barbaridades cometidas pelo exército do norte, decide se assumir como contrabandista de armas. Afinal de contas em uma guerra há mais de uma maneira de se lutar pelo lado que se acredita. O ator Joel McCrea continua com sua boa presença de cena. Ele era um daqueles tipos de atores que convenciam plenamente como cowboys do velho oeste. Rude, mas honesto, resolve lutar a guerra ao seu modo. A atriz Alexis Smith que interpreta a artista de cabarés Rouge realmente exagera nas caras e bocas, criando até mesmo situações de humor involuntário com seus exageros cênicos. No meio de tiros, duelos e perseguições de caravanas e diligências, "South of St. Louis" pode ser considerado um bom faroeste, bem produzido, com roteiro bem escrito e estória interessante. Além do mais o resultado final é valorizado por um argumento que fugia dos padrões da época, em que personagens de pura ficção e reais convivem em um mundo devastado pela guerra que em essência era lutada mesmo por irmãos de uma mesma pátria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Uma Pistola para Ringo

Título no Brasil: Uma Pistola para Ringo
Título Original: Una pistola per Ringo
Ano de Lançamento: 1965
País: Itália
Estúdio: PCM
Direção: Duccio Tessari
Roteiro: Duccio Tessari, Alfonso Balcázar
Elenco: Giuliano Gemma, Fernando Sancho, Lorella De Luca, Lorenzo Columbo, Maria Estela

Sinopse:
Um pistoleiro de origem desconhecida, pois ninguém sabe exatamente de onde veio e por que estaria ali naquela região, tem a tarefa de se infiltrar em um rancho invadido por bandidos mexicanos e salvar seus reféns, incluindo a noiva do xerife local.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme de faroeste espagueti da carreira do Giuliano Gemma. Ele foi, ao lado de Franco Nero, um dos principais nomes desse novo estilo de filme que era produzido em massa na Itália dos anos 60 e que virou uma febre de popularidade em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para se ter uma ideia de como esse foi mesmo um dos melhores produzidos naquela época, recentemente o diretor Tarantino (um especialista nesse segmento, vamos colocar dessa forma) elegeu esse "Uma Pistola Para Ringo" como um dos dez melhores filmes de western spaghetti da história! Na juventude ele havia trabalhado em locadoras e conhecia todos esses filmes. Quem somos nós para discordar de sua qualificada opinião, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Pistoleiro Solitário

Título no Brasil: Pistoleiro Solitário
Título Original: Apache Woman
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden State Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: Lou Rusoff
Elenco: Lloyd Bridges, Joan Taylor, Lance Fuller
  
Sinopse:
Um agente do governo é enviada para uma cidade no velho oeste, bem no meio de um deserto inóspito, para investigar os ataques que os moradores da cidade dizem estar sendo cometidos por furiosos Apaches que vivem nas montanhas da região. O agente, no entanto, suspeita que forças diferentes podem estar cometendo esses crimes. No meio de um perigoso jogo de interesses fica a pergunta crucial: Quem estaria de fato promovendo todos aqueles ataques ferozes contra a população indefesa?

Comentários:
Em um primeiro momento você pode pensar, por causa do título nacional, que se trata de mais um filme enfocando as aventuras do Lone Ranger, o Cavaleiro Solitário. Não é isso. Na verdade se trata de um faroeste que tenta inovar focando numa personagem feminina, uma mulher Apache, como deixa bem claro o título original. Logo de cara dois nomes chamam a atenção na ficha técnica. O primeiro é o de Roger Corman, o Rei dos filmes B de terror e ficção. É curioso assistir a um filme de western dirigido por Corman, uma vez que definitivamente essa nunca foi a praia dele. Cowboys, xerifes e índios nunca fizeram sua cabeça que sempre preferiu monstros, ETs espaciais e filmes trash (não necessariamente nessa ordem). De uma forma ou outra Roger estava disponível e resolveu encarar essa aventura de dirigir um filme de faroeste. Não deu muito certo, a verdade é que o western sempre foi muito especializado e diretores vindos do mundo Sci-fi / Terror quase nunca deram certo ao lidar com esporas e cavalos. O segundo nome que salta aos olhos é o do ator Lloyd Bridges (o pai de Jeff Bridges). Ele também não parece levar muito à sério a coisa toda o que só prejudica ainda mais o resultado final. Mesmo assim sua presença garante o interesse nesse filme pouco convencional, com problemas de roteiro e orçamento (que foi bem pequeno, fazendo jus à fama de Roger Corman de rodar produções baratas que não davam prejuízo aos estúdios). Definitivamente não agradará muito aos puristas, mas servirá como uma curiosidade e tanto para os fãs de Corman, o homem que gostava de dizer que havia feito centenas de filmes em Hollywood sem perder um só tostão!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Perdidos no Espaço - Primeira Temporada

Perdidos no Espaço 1.01 - Impact 
Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.

A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço - Impact (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.

Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission
Esse episódio tem muito a ver com o espírito da série original, principalmente quando surge duas criaturas, dois monstros, na base dos sobreviventes naquela planeta distante. Para salvar a todos o Robô retorna. Will havia deixado ele numa distância segura depois que ele agiu de forma perigosa com outros seres humanos. A luta entre o robô e os bichanos acaba sendo a melhor coisa de um episódio que em minha opinião também apresenta um ritmo morno, lento, quase parando... Nas duas outras linhas narrativas temos uma experiência da mamãe Robinson. Ela parcebeu que os dias estão amanhecendo cada vez mais cedo e isso tem algo a ver com a estrela mais próxima (o Sol daquele planeta). Ao observar ela descobre que há sim algo acontecendo ali, mas o episódio não chega a explicar completamente o que seria. Fica para o próxima. Outra cena bem feita acontece quando ela tenta fazer subir o balão de observação. O aparato escapa, amarra em sua perna e ela quase cai de um penhasco. Mais "Perdidos do Espaço" original do que isso, impossível... / Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Legendary Television / Netflix / Direção: Deborah Chow / Roteiro: Kari Drake, Irwin Allen (criação) / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Parker Posey.

Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy
Nesse episódio os tripulantes da nave Jupiter vão entendendo que o planeta onde estão não vai durar muito. Um buraco negro ronda a região onde ele está situado, atrás do sol deles (a estrela onde orbita aquela rocha espacial). Muito em breve tudo será engolido de forma massiva. Aliás a série deveria ter um pouco mais de cuidado em sua produção. Esse planeta onde eles caíram é em tudo parecido com as florestas canadenses, na América do Norte. Deveriam ter planejado algo mais diferente. Ser assim tão igual mostra que a produção não tem lá muitos recursos, mas enfim... Outro ponto de destaque nesse episódio em particular acontece quando eles vão atrás de combustível na Jupiter 11. O problema é que essa nave está afundada na terra, bem na beira de um abismo. Essa cena em particular vai acordar mais o público que reclama que alguns episódios são parados demais, sem ação. E o que dizer do destino do robô? Will decide dar uma ordem para que ele caia de uma montanha, se despedaçando lá embaixo! Será o fim de um dos personagens mais marcantes de Perdidos no Espaço? Acredito que não... Mais novidades nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Netflix / Direção: Vincenzo Natali / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Toby Stephens, Molly Parker, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Ignacio Serricchio,

Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized  
Esse episódio é até bem melhor do que a média dos demais. Isso porque tem mais cenas de ação e suspense, algo que falta - e muito - no resto da série. Aqui o veículo com os pais Robinsons cai em um lago de piche. A situação se torna grave e eles só são soltos após uma engenhosa solução usando um balão de gás hélio. Já Judy descobre algo que já vinha desconfiando, que a Dra. Smith não seria bem quem diz ser. Ela inclusive vai atrás dos pedaços do robô, que havia caído de uma altura considerável. A intenção é remontar o robozão! Com que finalidade? Bom, isso só ficará claro mesmo nos episódios que estão por vir. É esperar para conferir. / Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory
Nesse episódio o mais importante é tentar levantar a nave Jupiter do chão. Como se viu nos episódios anteriores o planeta onde eles estão não tem futuro, não tem solução, está condenado por uma série de eventos geológicos. A única saída é ir embora, ir para o espaço. Só que as naves estão comprometidas, tirar elas do chão é algo complicado, uma tarefa quase impossível. Enquanto alguns ajudam, outros atrapalham. A Dra. Smith já demonstrou que está ali por motivos escusos, nada claros, bem obscuros. Qual seria seu objetivo? Infelizmente para todos os tripulantes a decolada não chega a ser um sucesso, pior do que isso, a nave acaba explodindo em pleno ar! Teriam morrido alguns dos principais personagens da série? Só assistindo para conferir. / Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory (Estados Unidos, 2018) Direção: Stephen Surjik / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson
Esse foi o último episódio da primeira temporada (sim, já foi confirmada que haverá uma segunda!). O saldo final, pelo menos em minha visão, é um pouco negativo. Eu não diria que a série é ruim, nada disso. Porém não empolga, não cria aquela expectativa de sempre estar ansioso para ver os próximos episódios. Algumas mudanças não foram para melhor. O Dr. Smith era um personagem carismático e divertido, o alívio cômico da série original. Aqui colocaram uma mulher, a Dra. Smith, que é apenas uma vilã antipática, sem graça e que não faz diferença nenhuma na trama dos episódios. Ela tenta aqui e ali criar situações ruins para os demais tripulantes, mas não sai disso. Posso dizer que essa nova versão de "Perdidos no Espaço" tem sua dose de decepção. Alguns episódios são bem chatos, arrastados e renegam a série dos anos 60. Haverá uma segunda temporada, mas sinceramente não estou com vontade de assistir. Simples assim. A decepção foi inegável nesses dez primeiros episódios. / Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson (Estados Unidos, 2018) Direção: David Nutter Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Pablo Aluísio.

Waco

Sigo acompanhando a série Waco. Bom, o que temos aqui é a história do líder de seita David Koresh e seus seguidores. Ele determinava que todos os homens de seu grupo (inclusive os casados) se tornassem celibatários. Todas as mulheres só poderiam ter relações sexuais com apenas um homem, ele mesmo, o David Koresh. A poligamia porém nem era o pior aspecto desse caso. O David Koresh também armou seus seguidores com fuzis e armas de grosso calibre. Assim o FBI cercou a sede da seita em Waco, Texas. Depois de 51 dias aconteceu a tragédia. Nesse episódio ainda temos o vigésimo quinto dia de cerco das autoridades. O FBI e a ATF começam uma tática de guerra psicológica, com o uso de som alto e efeitos de luz. No meio de tudo muitas mulheres e crianças.

Foi uma coisa triste, em pleno anos 90, ainda ter que lidar com um fanático desse naipe, um sujeito que em tudo lembrava o Tom Jones, outro fanático perigoso que causou um verdadeiro suicídio coletivo de seus seguidores. O curioso é que o David Koresh até mesmo cria um laço de amizade e colaboração com o negociador do FBI, mas tudo vai sendo sabotado pelos demais comandantes da operação, inclusive os que defendiam logo uma solução militar para o impasse, ou seja, invadir a propriedade da seita com armas e gás, para fazer com que todos fossem expulsos e presos. A série mantém um ótimo nível, com excelente reconstituição histórica dos fatos. Não é uma história com final feliz, todos sabemos, mas pelo menos tudo é muito didático para entender como os acontecimentos realmente se desenvolveram. Fanatismo em nível máximo.

Waco 1.01 - Visions and Omens
Há uma tendência de surgirem seitas violentas e malucas dentro da sociedade americana. O caso da seita criada por David Koresh (Taylor Kitsch) foi um dos mais emblemáticos. Eu ainda me recordo dos jornais da época noticiando essa tragédia. Não é o caso de dar spoiler pois esse é aquele tipo de série baseada em fatos reais que foram amplamente explorados pela imprensa. A cena da sede da seita em chamas no meio do deserto do Texas é algo muito difícil de esquecer. Ali dentro havia mulheres e crianças, mas também um bando de fanáticos, seguidores de Koresh, que estavam fortemente armados com equipamento militar digno de uma guerra. Fuzis, metralhadoras e até granadas! Pois bem, nesse primeiro episódio já encontramos David Koresh e sua seita já devidamente instalada naquele grande galpão (sim, porque a casa parecia um grande galpão de fazenda). O Koresh é visto como um sujeito simpático, bom de papo, diria até carismático. Muitos psicopatas e líderes de grupos religiosos radicais como esse geralmente apresentam esse tipo de personalidade mesmo. O que mais me chocou nesse primeiro episódio foi saber que todos os homens do grupo de Koresh eram celibatários. Não que eles não tivessem esposas. Eles tinham, mas apenas Koresh podia ter relações sexuais com elas! Imagine o nível de loucura e insanidade envolvida nisso! Uma coisa literalmente de loucos fanáticos. / Waco 1.01 - Visions and Omens (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Paramount Network / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, John Leguizamo, Andrea Riseborough, Rory Culkin, Christopher Stanley

Waco 1.08 - Day 51
Episódio final da série. É curioso porque o roteiro meio que banca a versão em defesa do David Koresh. Bom, se você não conhece a história foi justamente no dia 51 do cerco à sede da seita do Koresh que tudo deu muito errado. Cansado depois de meses de negociação o diretor da operação, um agente linha dura do FBI, decidiu que seriam jogadas latas de gás lacrimogêneo dentro da casa onde estavam os membros da seita. Não se sabe até hoje o que aconteceu, mas após a operação começar se iniciou um enorme incêndio que acabou matando quase todos os seguidores do Koresh (ele inclusive foi tragado pelas chamas). Foi um final triste, trágico e em termos de FBI um desastre completo. O roteiro desse episódio final não mostrou os membros fanáticos colocando fogo em tudo (como foi dito pelos responsáveis do Bureau, do governo), mas tampouco deixou claro que o gás, por ser inflamável, é que deu começo ao incêndio devastador. Agora, esses são fatos que já eram conhecidos de quem sabia sobre a tragédia na época. O que eu particularmente não sabia é que a seita do Koresh seguiu em frente... alguns sobreviventes se reuniram e resolveram dar continuidade ao culto Davidiano. Só espero que essa nova seita não seja tão fanática e apocalíptica como a original. De mortes insanas e sem sentido o mundo já está cheio. / Waco 1.08 - Day 51 (Estados Unidos, 2018) Estúdio: HBO / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle, Drew Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, Andrea Riseborough, Paul Sparks, Rory Culkin, Shea Whigham

Pablo Aluísio

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Gerry

Dois amigos decidem fazer uma viagem no mínimo inusitada. Conhecer o Vale da Morte, um dos lugares mais inóspitos e secos do planeta. Ao chegarem lá decidem ir além. Abandonam o carro e partem a pé no meio do deserto, sem água e sem ninguém por perto para ajudá-los. O que afinal estariam buscando naquele lugar esquecido por todos? Conforme o filme avança vamos entendendo melhor seus objetivos (ou a completa falta deles!). O tempo vai passando, o calor vai ficando cada vez mais escaldante e eles parecem caminhar para um fim trágico.

Esse filme foi dirigido por Gus Van Sant. É uma das obras cinematográficas mais esquecíveis do diretor, o que não deixa de ser uma grande surpresa já que Van Sant quase sempre dirigiu filmes marcantes que marcaram época. Aqui ele se resume a juntar dois atores jovens e populares, Casey Affleck e Matt Damon, para contar uma história que se formos racionalizar bem não tem lógica e nem direção. Tentando ser novamente cult a todo custo, mesmo sem ter um bom roteiro em mãos, o cineasta no final só conseguiu ser bem chato.

Gerry (Estados Unidos, 2002) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Casey Affleck, Matt Damon / Elenco: Casey Affleck, Matt Damon / Sinopse: Dois amigos partem em busca de algo no temido Vale da Morte, uma das regiões mais desérticas do mundo. Uma vez chegando lá decidem abandonar seu carro e partem a pé em busca do desconhecido. Filme indicado ao Film Independent Spirit Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de agosto de 2018

O Segredo Dos Kennedy

Já conhecia a história desse filme por alto, por cima. Ele conta um mal explicado acidente envolvendo o candidato a presidente dos Estados Unidos Ted Kennedy (Jason Clarke). Ele era o irmão mais jovem da família Kennedy e uma das esperanças do clã em retornar para a Casa Branca, só que deu tudo errado. O filme de certa forma abraça a versão oficial dos acontecimentos, porém segundo muitos livros escritos havia algo maior por trás da morte de uma jovem assessora chamada Mary Jo Kopechne. Depois de uma festa numa casa de praia, o casal saiu de carro à noite. Kennedy havia bebido muito e acabou perdendo a direção do veículo que saiu da estrada e caiu em uma enseada. Com o carro virado de cabeça para baixo, Mary Jo acabou morrendo. Ted, por outro lado, conseguiu escapar.

Assim que saiu da água qual seria a atitude certa a tomar? Ora, chamar a polícia e os bombeiros para tentar salvar a vida da moça. Só que Ted não agiu assim. Ele simplesmente se levantou e foi embora, sem prestar socorro, muito provavelmente com medo do escândalo que seria armado pela imprensa. Acabou assim omitindo socorro, sendo enquadrado até mesmo em homicídio culposo. Só que assim que se soube do ocorrido a máquina de acobertamento dos Kennedy entrou em movimento, abafando o caso, jogando toda a sujeita para debaixo do tapete. Com isso ficou tudo nas sombras. Para se ter uma ideia nem mesmo uma autópsia foi realizada no corpo da jovem. A impressão no final que tive do senador Ted Kennedy após assistir ao filme foi a de que ele era na realidade um pusilânime, um bobão ainda preocupado com a opinião do pai, naquela altura um homem já destruído pelo derrame que sofreu, preso a uma cadeira de rodas, mas ainda capaz de articular coisas bem erradas do ponto de vista ético. No geral é um bom filme, porém com esse claro viés de passar pano em cima do covarde Ted Kennedy, o mais inexpressivo dos irmãos da família. Provavelmente se fosse de outro modo o filme nem teria sido produzido justamente por causa de problemas legais. A família Kennedy nem deixaria o filme sair.

O Segredo Dos Kennedy (Chappaquiddick, Estados Unidos, 2017) Direção: John Curran / Roteiro: Taylor Allen, Andrew Logan / Elenco: Jason Clarke, Kate Mara, Ed Helms, Bruce Dern / Sinopse: Com anseios de um dia se tornar presidente como seu irmão mais velho, John Kennedy, o jovem senador Ted decide se candidatar à presidência dos Estados Unidos, só que tudo dá errado quando um acidente de um carro dirigido por ele custa a vida de uma jovem assessora, Mary Jo Kopechne. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Napoleão

Essa é uma minissérie que chegou a ser lançada no Brasil no mercado de vídeo. Quando começa encontramos o imperador francês já decaído e vencido, exilado na ilha de Elba. Os ingleses o enviaram para lá para que fosse abandonado e esquecido até sua morte. Caso o tivessem matado teriam criado um mártir e isso definitivamente não era o desejo dos seus principais inimigos. É um produto muito bem cuidado, muito bem produzido. A reconstituição de época é primorosa com capricho em cada detalhe histórico. O ator que interpreta Napoleão, chamado Christian Clavier, também é muito parecido com o imperador. Além disso é bom ator, o que acrescenta muito no resultado final. Em termos de fidelidade da história também não há nada a criticar em seu roteiro.

Eu sempre considerei Napoleão Bonaparte uma das figuras mais contraditórias que já existiu. Auto proclamado herdeiro dos ideais da revolução francesa, assim que assumiu o poder começou a se comportar como um antigo monarca dos tempos do absolutismo. Esqueceu os fundamentos da República francesa e se tornou imperador - um título de nobreza que dizia querer destruir. Dizia-se libertador, mas invadiu as demais nações, levando milhares de pessoas à morte. Era realmente um sanguinário e um hipócrita. Nessa série temos mais uma oportunidade de focar em sua controversa figura. Assista e tire suas próprias conclusões.

Napoleão (Napoléon, França, 2002) Direção: Yves Simoneau / Roteiro: Didier Decoin, Max Gallo / Elenco: Christian Clavier, Isabella Rossellini, Gérard Depardieu / Sinopse: Após alguns anos da Revolução Francesa um jovem e desconhecido militar chamado Napoleão Bonaparte assume o poder na França. Sedento por glória e poder infinito, ele decide conquistar toda a Europa, levando seus exércitos a combaterem todas as nações que ficassem em seu caminho, mas acaba sendo vencido nas frias e selvagens estepes russas. Com seu exército em frangalhos após essa desastrosa campanha militar, acaba sendo derrotado pelos ingleses que o enviam para uma ilha remota no meio do oceano.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de agosto de 2018

Ruas Selvagens

Título no Brasil: Ruas Selvagens
Título Original: Deuces Wild
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Scott Kalvert
Roteiro: Paul Kimatian, Christopher Gambale
Elenco: Stephen Dorff, Brad Renfro, Fairuza Balk, Norman Reedus, Max Perlich, Drea de Matteo

Sinopse:
Dois irmãos se envolvem com gangues pelos bairos mais violentos de Nova Iorque. Um deles sucumbe ao vício, tendo uma overdose fatal. O outro que sobrevive decide então lutar contra o tráfico de drogas no bairro onde mora, causando com isso uma verdadeira guerra nas ruas.

Comentários:
Assisti a esse filme principalmente pela presença do ator Stephen Dorff. Gosto de seu trabalho desde a primeira vez que assisti "Os Cinco Rapazes de liverpool" onde interpretava o "quinto Beatle", Stuart Stutcliff. A partir daí ele fez uma série de filmes menores, nenhum deles de grande repercussão nas bilheterias. Esse "Ruas Selvagens" é até bem realizado, mas parte de uma premissa meio furada. Um membro de gangue que quer varrer as drogas de Nova Iorque! Quem já ouviu falar numa coisa dessas? Membros de gangues são criminosos e como tais usam o tráfico como principal fonte de renda. Bandido é bandido! Não tem sentido tentar colocar valores morais em um personagem criminoso. O resto do elenco é todo jovem, mas sem muita expressão. Acredito que seja apenas um filme passageiro, desses que você assiste na TV a cabo sem maiores compromissos.

Pablo Aluísio.

Sete Minutos no Paraíso

Título no Brasil: Sete Minutos no Paraíso
Título Original: Seven Minutes in Heaven
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Linda Feferman
Roteiro: Jane Bernstein, Linda Feferman
Elenco: Jennifer Connelly, Byron Thames, Maddie Corman, Alan Boyce, Polly Draper, Marshall Bell

Sinopse:
O filme conta um período na vida da jovem Natalie Becker (Jennifer Connelly). Ela está prestes a terminar o ensino colegial e partir para uma nova etapa na sua vida, a universidade. Antes disso porém ela acaba se envolvendo numa série de situações com seus amigos, a fazendo conhecer mais sobre a vida, o amor e a juventude.

Comentários:
Jennifer Connelly nos anos 80, no auge da beleza dela, uma gracinha juvenil que imediatamente virou ícone para os jovens da época, estampando cadernos de escola, revistas adolescentes, etc. Esse filme obviamente bem juvenil vai por esse caminho. O diferencial é que foi dirigido por uma mulher, a cineasta Linda Feferman que trouxe toda a sensibilidade feminina para a tela. Outro aspecto que chama muito a atenção nos dias de hoje é a própria estética de roupas, cabelos e figurinos em geral da época. O que era visto como o suprassumo da moda hoje em dia pode soar estranho e exagerado, com todas aquelas roupas com ombreiras, cores exóticas e cabelos armados. Um retrato dos jovens nos anos 80 que a despeito de ter ficado muito datado ainda conserva seu charme nostálgico. Indicado para os quarentões e cinquentões que viveram aqueles tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Batman - A Máscara do Fantasma

Título no Brasil: Batman - A Máscara do Fantasma
Título Original: Batman - Mask of the Phantasm
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Eric Radomski, Bruce Timm
Roteiro: Alan Burnett
Elenco: Kevin Conroy, Dana Delany, Hart Bochner, Stacy Keach, Dick Miller, John P. Ryan

Sinopse:
Batman, o Cavaleiro das trevas, é acusado de uma série de crimes que jamais cometeu. Enquanto tenta provar sua inocência em Gotham City surge um novo vilão mascarado, que deseja tomar o seu lugar. Para isso ele tentará eliminar o próprio Batman.

Comentários:
É incrível como essa criação do desenhista Bob Kane nunca saiu de moda. O personagem foi criado em 1939. Lá se vão quase oitenta anos desde que ele apareceu pela primeira vez numa edição da revista em quadrinhos Detective Comics e ainda segue popular! Impressionante. É uma mina de ouro não apenas para a DC Comics que publica seus quadrinhos até hoje como também para a Warner que tem os direitos do super-herói para o cinema e a televisão. Essa é mais uma animação que foi lançada para venda direta ao consumidor. Nos Estados Unidos esse tipo de produto costuma vender muito, no Brasil também, mas em menor escala. É curioso que o universo Batman se expandiu a tal modo que existem personagens que sequer conheço, como o vilão dessa aventura animada. É um desenho com ótimo acabamento e produção esmerada. Não poderíamos esperar por outra coisa. Já para os fãs de carteirinha do morcego não deixa também de ser um lançamento indispensável para se colocar na coleção. Assista e se divirta!

Pablo Aluísio.

Jovens Justiceiros

Título no Brasil: Jovens Justiceiros
Título Original: American Outlaws
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Entertainment
Direção: Les Mayfield
Roteiro: Roderick Taylor
Elenco: Colin Farrell, Scott Caan, Kathy Bates, Timothy Dalton, Ali Larter, Gabriel Macht

Sinopse:
Durante a conquista do oeste um inescrupuloso empresário, dono de ferrovias, começa a colocar as mãos nas propriedades da região, usando para isso de meios ilegais. Assim um grupo de fazendeiros se une contra esse facínora que pretende se tornar dono de tudo, a despeito das pessoas que vivem das terras que ele cobiça.

Comentários:
Colin Farrell como Jesse James? Pois é, não há muitos limites em Hollywood. Esse faroeste moderno se propõe a contar de certo modo as origens do famoso bandoleiro e pistoleiro do velho oeste. O resultado porém é modesto. Não contando com uma grande produção (o filme custou meros 35 milhões de dólares, pouco em termos de filmes americanos) e um roteiro que passa longe da veracidade histórica esse "American Outlaws" só serviu mesmo para apresentar o universo do western para pessoas mais jovens que nunca tinham assistido a um faroeste antes em suas vidas. Outro ponto positivo vem da presença do elenco de apoio, coadjuvante, que conta com a maravilhosa e talentosa Kathy Bates e o ex-James Bond agente 007 Timothy Dalton. São profissionais que por si só já justificam uma curiosidade em relação ao filme. No mais é um filme que tenta seguir os passos de produções como "Jovens Demais Para Morrer", mas obviamente sem o mesmo êxito.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Arranha-Céu

Esse filme está mais ou menos há duas semanas em cartaz nos cinemas brasileiros. É uma nova investida da indústria cinematográfica americana no concorrido mercado chinês. O enredo se passa em Hong Kong. O maior arranha-céu do mundo é construído justamente lá. Um colosso que é tão algo que chega a ultrapassar as nuvens. Para melhorar seu sistema de segurança é contratado um ex-agente do FBI chamado Will Sawyer (Dwayne Johnson). Ele deixou o FBI após uma operação mal sucedida em que seus companheiros foram mortos e ele próprio perdeu sua perna. Agora é a hora de recomeçar e trabalhar nesse arranha-céu se torna uma excelente oportunidade de voltar ao mercado de trabalho.

O problema é que ele retorna no exato momento em que um grupo de terroristas decide incendiar o prédio. Para piorar a família de Sawyer também está em um dos andares. A partir daí é aquilo que já sabemos bem o que vai acontecer. O prédio sendo dominado pelas chamas enquanto The Rock tenta salvar sua família, ao mesmo tempo em que tenta impedir o pior, a destruição pelo fogo de todo o arranha-céu.

É um filme pipoca, feito mesmo para o lado mais comercial do cinemão americano. O público chinês é levado a se identificar com o filme não apenas pelo fato do filme se passar em Hong Kong, mas também pelos diversos personagens chineses que desfilam pela tela. Em um filme assim também seria de se esperar ter o melhor em termos de efeitos especiais. O curioso é que a computação gráfica, mesmo nos dias de hoje, nem sempre consegue ser muito convincente na recriação do fogo. Eu pude perceber bem isso em alguns momentos do filme. Nem tudo é muito convincente. No mais esse "Arranha-Céu" segue o básico nesse tipo de filme. Muita ação, cenas espetaculares e inverossímeis e um roteiro apenas básico, para amarrar tudo o que acontece. Fora isso nada de muito diferente do que já vimos antes.

Arranha-Céu: Coragem Sem Limite (Skyscraper, Estados Unidos, China, 2018) Direção: Rawson Marshall Thurber / Roteiro: Rawson Marshall Thurber / Elenco: Dwayne Johnson, Neve Campbell, Chin Han / Sinopse: O maior arranha-céu do mundo, localizado em Hong Kong, vira alvo de terroristas que começam um grande incêndio criminoso em um de seus andares. Para conter a tragédia e salvar sua família, o chefe de segurança Will Sawyer (Dwayne Johnson) fará o possível para evitar o pior.

Pablo Aluísio.

A Casa de Vidro

Bom thriller de suspense. A história mostra uma garota adolescente chamada Ruby Baker (Leelee Sobieski). Após a morte dos pais em um acidente de carro ela precisa de novos tutores, pois é menor de idade e assim determina a lei. Ela então vai morar com um novo casal em uma casa na Califórnia. Ela precisa agora se adaptar, pois é uma nova cidade, uma nova escola, tudo novo e diferente em sua vida. No começo as coisas até parecem caminhar bem, porém com o tempo ela descobre que seus "novos pais" não são exatamente o que ela pensava ser. Na verdade eles possuem um terrível segredo que não pode ser revelado.

O filme obviamente aposta nesse suspense mais óbvio desse tipo de produção. O curioso é que mesmo a fórmula estando um pouco batida até que tudo funciona bem. O destaque em termos de elenco vai para a garota, a atriz Leelee Sobieski. De nome impronunciável em nossa língua portuguesa, sempre a achei talentosa e cheia de atitude, até mesmo quando era ainda bem jovem. Nesse filme, um dos primeiros a lhe dar o espaço ideal, ela não decepciona. Leelee demonstra que talento definitivamente não tem idade.

A Casa de Vidro (The Glass House, Estados Unidos, 2001) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Wesley Strick / Elenco: Diane Lane, Leelee Sobieski, Stellan Skarsgård / Sinopse: Jovem adolescente, órfã dos pais que morreram em um acidente de carro, muda-se para morar com seus novos tutores, um casal que ela mal conhece e que descobre-se depois não é tão amigável como ela poderia esperar. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Pânico Na Estrada

Os americanos parecem ter uma fixação nesse tipo de filme. Conheço pelo menos uns dez filmes com enredo semelhante, quando um caminhão misterioso começa a caçar outras pessoas pelas estradas mais desérticas e sinistras dos Estados Unidos. Esse filme vai pelo mesmo caminhão (ops, mesmo caminho!), apostando mais na ação desenfreada do que em qualquer outra coisa. Dois jovens resolvem viajar e começam a ser, literalmente, caçados por um motorista de caminhão misterioso. O que ele deseja? O que ele Quer? Sem respostas, o jeito é sobreviver...

Chamo a atenção para o fato desse filme ter sido dirigido por um bom cineasta, Sidney J. Furie, que já em fim de carreira parecia não se importar mais. Uma pena porque ele havia dirigido bons filmes, até mesmo nessa seara de filmes B de ação. Nos anos 80, por exemplo, ele havia dirigido "Águia de Aço" que chegou a fazer um bom sucesso nos cinemas. Mas enfim, o tempo passa e muitos diretores perdem mesmo a mão. Esse é o caso desse "Pânico na Estrada", que é um road movie genérico sem importância ou relevância. Melhor deixar para lá, não fará mesmo diferença.

Pânico Na Estrada (A Friday Night Date, Estados Unidos, 2000) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: Greg Mellott / Elenco: Casper Van Dien, Danielle Brett, Joseph Griffin / Sinopse: Um jovem casal passa a ser perseguido pelas estradas por um motorista de caminhão que eles não fazem a menor ideia de quem seja. O jogo passa a ser apenas sobreviver a cada curva da inóspita viagem.

Pablo Aluísio.

Os Garotos da Minha Vida

Gostei desse filme. Ele conta a história de uma jovem que nos anos 60 sonha em se tornar escritora. Ela sempre teve esse talento de escrever e como sonhar é o melhor, ela pena que um dia vai conquistar o reconhecimento através dos livros que vai escrever. Tudo muda no dia em que ela descobre estar grávida de um rapaz. Bom, nos anos 60 a repressão de costumes sobre as mulheres era bem mais intenso. Assim ela se sente pressionada por familiares, amigos e todo mundo. Mulher grávida precisa se casar, para não virar mãe solteira.

O filme foi baseado em fatos reais e mostra a vida dessa jovem. A gravidez precoce e não planejada é sempre um problema na vida de uma garota. Geralmente deixa de estudar, prejudica seu desenvolvimento educacional e profissional e pior do que tudo, acaba frustrada pelo que deixou para trás por causa de uma maternidade não querida. O roteiro do filme porém é sutil o suficiente para tratar o tema de forma adulta, sem julgamentos. No que diz respeito a Drew Barrymore, bem, ela poucas vezes esteve tão bem como nesse filme. Ótima e sensível atuação. Merecia até mesmo uma indicação, não digo ao Oscar, mas ao Globo de Ouro. Seria merecido.

Os Garotos da Minha Vida (Riding in Cars with Boys, Estados Unidos, 2001) Direção: Penny Marshall / Roteiro: Morgan Ward, baseado no livro escrito por Beverly D'Onofrio / Elenco: Drew Barrymore, Steve Zahn, Adam Garcia / Sinopse: Jovem engravida do namorado e sua vida muda para pior. Ela sempre sonhou em ser escritora, mas agora, com um filho para criar, tudo muda de foco, tudo se torna mais complicado de se conquistar. Os sonhos porém se manterão firme em sua alma.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Eu Sou Heath Ledger

Esse documentário procura fugir dos padrões. Obviamente há aquele formato mais ou menos padrão, mostrando depoimentos que pessoas que conviveram com o ator, intercaladas com imagens do passado. Desfilam pela tela familiares, amigos, colegas de profissão, etc. O diferencial é a presença de cenas amadoras feitas pelo próprio Heath Ledger, que tinha muitas câmeras, na realidade colecionava elas. Material de primeira para qualquer documentarista que se preze. Antes de mais nada também é bom salientar que é um documentário chapa branca, oficial, ou seja, nada de ruim sobre ele vai aparecer na tela. Na verdade há uma certa "canonização" em torno de Ledger, algo comum de acontecer nesse tipo de produção. Assim o problema de Heath Ledger com as drogas passa longe de aparecer na tela. Tudo é sutilmente varrido para debaixo dos panos. Seu complicado casamento e divórcio com Michelle Williams também é mostrado de forma muito camuflada. Por falar nela a ex-esposa do ator não está entre as pessoas que falam sobre ele no filme. Nem ela e nem a filha. Outra falta marcante é a do ator Jake Gyllenhaal. Grande amigo de Heath, padrinho de sua filha, ele também não dá as caras no documentário.

No fim o que sobra de bom são as diversas cenas amadoras feitas pelo próprio ator (como já citei) e cenas mostrando os bastidores de seus principais filmes. Já o verdadeiro Heath Ledger, o da vida real, aquele que morreu precocemente aos 28 anos de idade por causa de uma overdose de drogas, esse mais parece uma miragem distante. Vale para fãs incondicionais do ator, até por aspectos poucos conhecidos de sua vida profissional (ele também dirigia clips musicais e produzia álbuns). Já para quem quiser conhecer a fundo sua biografia, bem, esses não terão nada para ver. É um produto feito para glorificar Heath Ledger como astro de Hollywood, não para conhecer a fundo sua perssonalidade.

Eu Sou Heath Ledger (I Am Heath Ledger, Estados Unidos, 2017) Direção: Adrian Buitenhuis, Derik Murray / Roteiro: Hart Snider / Elenco: Heath Ledger, Naomi Watts, Ben Harper, Ang Lee, Emile Hirsch, Kim Ledger, / Sinopse: Se trata de um documentário realizado para relembrar os dez anos da morte do ator Heath Ledger . Através de depoimentos pessoais, imagens amadoras feitas pelo próprio ator e cenas inéditas e raras, aspectos de sua vida pessoal e profissional são resgatados.

Pablo Aluísio.

Intrigas

O grande atrativo desse filme é a presença de Kate Hudson, ainda bem jovem, em um dos seus primeiros filmes no cinema. Ela interpreta uma estudante de uma universidade onde intrigas e fofocas se espalham com uma velocidade espantosa. Ninguém escapa de parar em alguma conversa maldosa. As coisas começam a sair do controle mesmo quando um casal muito correto, daquele tipo que prefere viver em abstinência sexual até o dia do casamento, vira alvo de uma fofoca envolvendo acusações de estupro. A partir daí tudo começa a fugir do controle.

Filmes sobre universidades, fraternidades, etc, não é nenhuma novidade dentro do cinema americano. Esse filme foge um pouco à regra por apostar em um clima mais de suspense, um thriller que se desenvolve a partir das irresponsáveis futricas envolvendo os alunos no campus É um filme na média desse tipo de entretenimento. Não tem grandes momentos, mas pelo menos mantém um certo interesse, principalmente por causa do elenco e da trama, que por si só já chama a atenção. Vale a pena ao menos para dar uma olhada em algum canal a cabo onde o filme regularmente é reprisado. Arrisque!

Intrigas (Gossip, Estados Unidos, 2000) Direção: Davis Guggenheim / Roteiro: Gregory Poirier / Elenco: Kate Hudson, James Marsden, Lena Headey, Norman Reedus / Sinopse: Um casal de namorados universitários passa a ser alvo de uma fofoca maldosa, obviamente querendo acabar com a vida dos dois. Indicado ao prêmio Golden Trailer Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Tomorrowland

Esse filme da Disney foi uma das apostas mais erradas do estúdio. Baseado em um brinquedo popular de seus parques de diversões ao redor do mundo, os executivos contrataram um grupo de roteiristas para criarem um filme em torno dele. Ao custo absurdo de 200 milhões de dólares o filme foi um dos grandes fracassos comerciais do ano. Não poderia dar em outra coisa, isso apesar do estúdio ter a pretensão de criar uma nova franquia cinematográfica de sucesso, algo que não, não vai acontecer. É um sinal que os filmes de Sci-fi andam de mal a pior a cada ano que passa. Uma pena.

Com roteiro ruim e desenvolvimento mal conduzido de sua estorinha, "Tomorrowland" só se salva mesmo pela produção que é muito bem feita. Com uma avalanche de efeitos especiais de última geração provavelmente vai ao menos agradar ao público bem mais jovem, ali pela faixa etária entre 10 a 14 anos de idade. Fora isso, para os pais e os mais velhos (principalmente os cinéfilos veteranos) tudo vai soar como um grande desperdício de tempo e dinheiro. Nem mesmo a presença quase sempre interessante de George Clooney ajudou a salvar esse barco que naufragou de forma monumental. Um fiasco sem salvação.

Tomorrowland (Estados Unidos, 2015) Direção: Brad Bird / Roteiro: Damon Lindelof, Brad Bird / 
Elenco: George Clooney, Britt Robertson, Hugh Laurie, Raffey Cassidy, Tim McGraw, Keegan-Michael Key / Sinopse: Durante a feira mundial de 1964 o garoto Frank Walker (Thomas Robinson) acaba sendo levado para um mundo futurista, com naves e inventos maravilhosos. Os anos passam e agora é a vez da garota Casey Newton (Britt Robertson) de ser levada até Tomorrowland! Antes porém ela precisará ser salva do ataque de robôs do futuro enviados pelo maquiavélico governador Nix (Hugh Laurie).

Pablo Aluísio. 

Vivendo na América

Esse filme foi produzido pelo mestre Francis Ford Coppola. Foi basicamente por essa razão que acabei assistindo. Na verdade o filme quase foi dirigido por ele, mas nas vésperas do começo das filmagens ele decidiu apenas produzir por causa de problemas de saúde. O próprio Coppola então passou a bola para o cineasta belga Dominique Deruddere que acabou fazendo um bom trabalho. Claro, se o filme tivesse sido dirigido por Coppola provavelmente teríamos outra obra prima em mãos, porém do jeito que ficou não está mal, muito pelo contrário.

É um filme nostálgico, com história passada na década de 1920. Sob os olhos de um garoto vamos acompanhando a vida de um casal de imigrantes italianos recém chegado nos Estados Unidos. A adaptação de imigrantes em uma outra cultura, outra nação, é muitas vezes o tema central do enredo, mas também há espaço para o pueril e o bucólico. O pai tem problemas com bebidas e jogatina, os demais membros da família também não escapam de problemas pessoais e familiares. Em suma, basicamente um pequeno retrato da própria sociedade. O resultado final é muito bom, valorizado pelo ótimo elenco. Só faltou mesmo, para falar a verdade, a direção do velho Coppola, mas aí já seria esperar demais.

Vivendo na América (Wait Until Spring, Bandini, Estados Unidos, Bélgica, 1989) Direção: Dominique Deruddere / Roteiro: Dominique Deruddere, baseado na novela escrita por John Fante / Elenco: Joe Mantegna, Ornella Muti, Faye Dunaway. Burt Young / Sinopse: A história de uma família de imigrantes italianos nos Estados Unidos no começo do século XX, tudo visto sob os olhos de um garoto que tenta se adaptar à nova vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de agosto de 2018

À Beira Mar

Brad Pitt interpreta um escritor americano em crise que chega numa região bucólica da França com sua esposa (Angelina Jolie) para recuperar a inspiração literária que perdeu. O problema é que a falta de criatividade continua, tudo agravado por seu próprio casamento, que vai de mal a pior. Esse filme acabou sendo um preview do que iria acontecer no próprio casamento de Pitt e Jolie. No caso a vida imita a arte. Se no filme eles interpretam um casal que mal se suporta, que já foi tragado pelo tédio e pelo cotidiano, na vida real a situação não era melhor, tanto que o casal se separou pouco depois do fim das filmagens. Agora Jolie está processando o ex-marido por não pagar a pensão dos inúmeros filhos (grande parte deles adotado).

Produzido e dirigido por Jolie esse filme tenta imitar - sem muito sucesso - o estilo do cinema europeu dos anos 60. Isso significa um ritmo bem lento, quase parando, com valorização de cenas mais intimistas onde os personagens procuram passar seus sentimentos não por longos diálogos, mas apenas com olhares, pensamentos, atitudes, etc. Tirando uma certa repercussão em alguns festivais de cinema, turbinados pela celebridade do casal principal, o filme passou em brancas nuvens. Nem sequer chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros. Apesar de seu estilo europeu realmente não é um filme que venha a empolgar alguém, nem mesmo os que gostam mais do cinema arte, mais cult. Para muita gente vai soar longo e chato. Penso que foi um filme sobre o fim de um casamento que acabou sendo engolido por causa de suas próprias pretensões.

À Beira Mar (By the Sea, Estados Unidos, França, Malta 2015) Direção: Angelina Jolie / Roteiro: Angelina Jolie / Elenco: Brad Pitt, Angelina Jolie, Mélanie Laurent, Melvil Poupaud, Niels Arestrup / Sinopse: Casal americano em crise viaja para a costa da França. O marido quer escrever seu novo livro e a esposa tenta superar o abismo conjugal em que vive. Eles se hospedam em um hotel e descobrem que o casal do quarto ao lado está curtindo sua lua de mel, em plena felicidade e romantismo. A situação (que leva a comparação entre a infelicidade própria e a felicidade alheia) começa a incomodar ao veterano casal, agravando ainda mais sua crise de relacionamento.

Pablo Aluísio.

Hitman - Agente 47

Mais uma adaptação do mundo dos games para o cinema. Aqui temos o Hitman, o assassino profissional perfeito, fruto de uma experiência no passado onde se criou um matador sem consciência, frio e altamente eficiente. Esse personagem já havia dado origem a um filme antes, porém esse aqui é muito mais bem produzido, afinal foi realizado por um grande estúdio de cinema (Twentieth Century Fox) que resolveu apostar alguns milhões de dólares para levar o Hitman para as telas de cinema. Dirigido por Aleksander Bach o filme tem inegavelmente excelentes cenas de ação, mas faltou mesmo uma atenção maior por parte do roteiro.

As cenas com muita ação vai se sucedendo, cada uma mais bem realizada e produzida do que a anterior. Nesse ponto não precisa se preocupar, pois tudo é de primeira linha. A questão é que segurando tudo está um enredo bem fraquinho, que tenta unir as pontas, servindo apenas como um mero pretexto para a ação ininterrupta acontecer. O Hitman também funciona apenas em parte no cinema. Como é praticamente um psicopata (um matador sem emoções) fica complicado para o espectador criar algum vínculo emocional com ele. Claro que os fãs do game vão curtir, mas o resto do público, principalmente o que é mais ligado ao mundo do cinema, vai achar tudo meio vazio e sem propósito.

Hitman - Agente 47 (Hitman: Agent 47, Estados Unidos, Alemanha, 2015) Direção: Aleksander Bach / Roteiro: Skip Woods, Michael Finch / Elenco: Rupert Friend, Hannah Ware, Zachary Quinto/ Sinopse: No passado o governo americano desenvolveu um projeto genético ambicioso que procurava criar o assassino perfeito, sem emoção, sem remorso e sem culpa, apenas eficiência completa na execução de ordens. Com o cancelamento do programa o seu criador, o cientista Litvenko, simplesmente desapareceu, sem deixar vestígios. Agora dois grupos inimigos lutam para descobrir onde ele está se escondendo. A chave para achá-lo é sua filha, Katia (Hannah Ware), que pode saber onde ele vive.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de agosto de 2018

Megatubarão

O filme "Tubarão" de Steven Spielberg foi lançado há mais de 40 anos, mas continua a gerar filhotes bastardos. Fazer mais um filme sobre tubarões seria óbvio demais, então os roteiristas decidiram ir além. Ao invés de mostrar ataques de tubarões brancos eles foram ao passado atrás do maior de todos os tubarões que já existiram, o Megalodonte. Esse tubarão existiu na pré-história e seu tamanho era tão descomunal que os grandes tubarões da atualidade mais pareciam sardinhas perto dele. Então no filme temos uma equipe de pesquisa que sonda as profundezas da fossa das Marianas - o lugar onde o oceano tem a maior profundidade. Nessa expedição eles descobrem uma região inexplorada e lá acabam se deparando com um fóssil vivo, isso mesmo, o tubarão Megalodonte que ressurge de sua suposta extinção.

A partir desse ponto o filme segue o básico. Seres humanos nadando são comida fácil para esse monstro dos mares. Não se trata de um filme com produção barata, longe disso, custou 120 milhões de dólares para produzi-lo, mas a despeito disso também esqueceram de escrever um roteiro melhor, mais bem caprichado. A maior curiosidade em termos de elenco vem da presença do ator Jason Statham. Eu definitivamente não esperava ver ele saindo no braço com tubarões debaixo da água. Ele interpreta um especialista em resgate em profundezas que acaba falhando numa missão anterior onde alguns membros de sua equipe morreram. Agora, novamente contratado, ele tem uma nova chance de mostrar seu valor. Tudo mais do mesmo. De bom realmente há apenas os efeitos especiais, embora eu pessoalmente tenha percebido que o tal tubarão pré-histórico poderia ter sido melhor aproveitado.

Megatubarão (The Meg, Estados Unidos, 2018) Direção: Jon Turteltaub / Roteiro: Dean Georgaris, Jon Hoeber / Elenco: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson / Sinopse: Jonas Taylor (Jason Statham) é um mergulhador especializado em resgate de águas profundas que é contratado para salvar uma equipe que desceu nas fossas das Marianas e lá foi atacada por uma enorme criatura. O que Taylor nem desconfia é que um Megalodonte, um tubarão gigantesco que supunha-se estava extinto, voltou das profundezas do oceano para espalhar terror e medo por onde nadar.

Pablo Aluísio.

Grande Problema

O filme na época apresentava a seguinte sinopse promocional: "As vidas de vários habitantes de Miami, de agentes publicitários a traficantes de armas, bandidos de rua, policiais a crianças em idade escolar, se cruzam com resultados humorísticos e perigosos.". O roteiro, como se pode deduzir desse pequeno texto, é ao estilo mosaico. A cidade de Miami novamente é retratada como os americanos sempre a viram, bem colorida, com vias longas (e infinitas pelo que se percebe), muito sol, calor e praias. 

O ator e comediante Tim Allen é talentoso e divertido. No Brasil pouca gente o conhece porque sua carreira foi basicamente construída no mercado das sitcons na TV americana (aqielas séries de 30 minutos de duração, comédias com palmas e risos gravados e automáticos), O filme assim é na média, nada excepcional, nada fora do comum. Como mero entretenimento porém já está de bom tamanho. 

Grande Problema (Big Trouble, Estados Unidos, 2002) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Robert Ramsey, baseado na novela escrita por Dave Barry / Elenco: Tim Allen, Rene Russo, Stanley Tucci / Sinopse: Um grupo amplo e diversificado de moradores e habitantes de Miami passa pelas mais diversas situações, ora inusitadas, ora dramaticamente cômicas e engraçadas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Crimes Ocultos

Esse filme é baseado na história real do psicopata e serial killer russo Andrei Chikatilo. Bem no auge do regime comunista soviético ele começou a matar crianças que encontrava em estações de trem por todo o país. Como era uma espécie de caixeiro viajante (na verdade um pequeno burocrata do Estado) ele vivia viajando de cidadezinha em cidadezinha. Quando encontrava crianças sozinhas pelos lugares por onde passava as levava para o meio da floresta e ali, entre as árvores, as matava de forma brutal. Como eram lugares isolados não havia quem escutasse os gritos dos pequeninos indefesos.

O foco do filme assim se baseia no departamento de polícia que passa a investigar os crimes. Tudo era piorado por causa da propaganda comunista. Nada podia ser divulgado ao grande público porque isso seria encarado como uma falha do próprio sistema. Sem condição de alertar a população os crimes continuavam. O roteiro desse filme é bem acima da média, mostrando não apenas a brutalidade dos crimes como também a dificuldade dos policiais em desvendar a identidade do assassino em série. Com ótima reconstituição de época, esse é um dos melhores filmes sobre psicopatas assassinos da vida real que já assisti. Roteiro inteligente, aproveita também para mostrar a própria ineficiência do Estado soviético. Enquanto tentava vender a ideia para o Ocidente que era uma instituição perfeita, tudo começava a apodrecer por dentro de suas fronteiras.

Crimes Ocultos (Child 44, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, República Tcheca, Romênia, 2015) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Richard Price, baseado no livro de Tom Rob Smith / Elenco: Tom Hardy, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Noomi Rapace / Sinopse: União Soviética. 1953. Leo Demidov (Tom Hardy) e o General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) são dois investigadores que precisam desvendar uma série de mortes de crianças, perto de estações de trem por todo o país. Suas tentativas de solucionar os crimes esbarram no próprio Estado que não quer admitir que existam psicopatas dentro uma sociedade comunista supostamente perfeita como aquela.

 Pablo Aluísio.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

Bom filme original da Netflix. A história é baseada em fatos reais. A jovem escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe certo dia uma carta enviada por um de seus leitores. Ele é um fazendeiro na ilha de Guernsey, bem no meio do Canal da Mancha. Lugar isolado, com uma pequena vila e poucas pessoas. Ele conta na carta que fundou um clube de leitura entre os moradores. Eles se reúnem todas as semanas para falar sobre livros e romances que estavam lendo. O clube teria sido fundado justamente durante a ocupação nazista na ilha, durante a II Guerra Mundial. Fascinada com essa história Juliet então decide fazer uma visita na ilha, sem saber que isso mudaria sua vida para sempre.

O filme mescla romance, drama e amor à literatura. Na ilha a protagonista acaba se encantando pelas histórias do lugar e apesar de estar noiva de um militar em Londres acaba também se apaixonando por um jovem morador local. Assim ela decide fazer das suas experiências por lá o tema de seu novo livro. O foco passa a ser a história de uma jovem moradora de Guernsey que acabou se apaixonando por um soldado alemão durante a ocupação da ilha. Ela teve uma filha do militar e acabou caindo em desgraça depois, sendo levada para um campo de concentração na Polônia. Juliet conhece sua pequena filha e fica comovida com sua história. O filme assim vai se desenvolvendo, de forma mais lenta do que o habitual, para contar essa mescla de coisas fascinantes que vai envolvendo a vida da protagonista. A atriz inglesa Lily James é uma das queridinhas do cinema britânico e por isso o filme acabou sendo bastante comentado na Inglaterra. É um bom filme, ideal para os que gostam de literatura e histórias envolvendo escritoras durante a guerra.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Inglaterra, 2018) Direção: Mike Newell / Roteiro: Don Roos, Kevin Hood / Elenco: Lily James, Jessica Brown Findlay, Michiel Huisman, Nicolo Pasetti, Bronagh Gallagher, Katherine Parkinson / Sinopse: Logo após o fim da segunda guerra mundial a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma carta de um de seus leitores. Ele conta a ela que fundou um clube de leitura na ilha de Guernsey durante a ocupação nazista no lugar. A história acaba fascinando Juliet que decide ir até lá para conhecer os membros do clube.

Pablo Aluísio.