Sansão e Dalila é certamente uma das histórias mais conhecidas do velho testamento. Em sua trama desfilam bravos guerreiros, mulheres fatais e a rejeição à idolatria do povo conhecido como Filisteu. Embora citado na Bíblia a história de Sansão é muito lacunosa pois o texto original não entra em maiores detalhes sobre sua vida pessoal. Sansão de certa forma parece ser uma adaptação do semi Deus Hércules da mitologia clássica. Aqui todos os elementos estão presentes: a força sobre-humana, a luta contra o opressor estrangeiro e a fé que move montanhas, ou no caso de Sansão, derruba colunas de um templo pagão dedicado a um falso Deus. Mesmo com tantos pontos omissos do texto sagrado os roteiristas fizeram um bom trabalho pois o filme é sem dúvida uma boa aventura com cenas marcantes - como a luta de Sansão contra um leão e o clímax final onde ele derruba todo um templo apenas com a força de sua fé inabalável. Uma bela matinê no final das contas.
Em termos de elenco temos Victor Mature como Sansão. Ele era um ator de poucos recursos dramáticos. Forte e adequado fisicamente ao papel tenta contornar sua falta de talento com carisma e eloquência ao declamar o texto de seu personagem. Seus melhores momentos são justamente àqueles em que a força física se torna mais importante, como a que ele surge cego e aprisionado em um grande moinho de grãos. Já a Dalila é interpretada pela bela Hedy Lamarr, considerada uma das mais bonitas atrizes da história de Hollywood. Sua interpretação é apenas correta. Dalila é em essência uma personagem complexa que ama e odeia Sansão na mesma intensidade. Curiosamente Lamarr se sai bem em cena, embora em nenhum momento sua atuação salte aos olhos. Se não é brilhante pelo menos não compromete o que é um ponto positivo.
A produção foi assinada por Cecil B. DeMIlle, um produtor completamente megalomaníaco. Se havia uma produção épica milionária em projeto ele era a pessoa certa para tornar realidade esse filme.Aqui ele até está de certa forma mais controlado. O filme não tem grandes cenas de multidão e nem batalhas épicas. Na realidade a trama, mais centrada no relacionamento de Sansão e Dalila, não dá margens a cenas grandiosas demais como em outros filmes dele. A única sequência mais exigente nesse aspecto é a cena final no templo filisteu mas mesmo essa, se comparada com outras momentos de DeMille no cinema, soa modesta. Os figurinos porém são realmente excessivos com muito uso de brilho e dourado. A figurinista Edith Head parece querer compensar a falta de exuberância do resto do filme com suas roupas chamativas e coloridas.
O filme também foi dirigido também por DeMille que não se contentou apenas em produzi-lo. Aqui talvez esteja a maior falha de "Sansão e Dalila". A direção de atores deixa realmente a desejar. DeMille parecia ser um grande diretor de multidões, do coletivo, já no nível individual ele se sai pior. Nada nesse aspecto se sobressai, nem nas várias sequências de Sansão e Dalila juntos. Pelo menos ele não errou no corte da duração e fez um filme mais enxuto evitando produções longas demais. Nesse aspecto acertou.
Sansão e Dalila (Samson and Delilah, EUA, 1949) Direção e Produção: Cecil B. DeMille / Roteiro: Jesse Lasky Jr, Fredric M. Frank baseado em história do Velho Testamento / Elenco: Hedy Lamarr, Victor Mature, George Sanders / Sinopse: Sansão (Victor Mature) é um judeu que se apaixona pela filesteia Semadar (Angela Lansbury). Essa é a irmã mais velha de Dalila (Hedy Lamarr) que também sente atração pelo forte Sansão. O destino porém os unirá em uma história de paixão, poder, traição e fé. Baseado no livro dos juízes do velho testamento da Bíblia.
Pablo Aluísio.
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quarta-feira, 27 de junho de 2018
terça-feira, 26 de junho de 2018
O Mar é Nosso Túmulo
Título no Brasil: O Mar é Nosso Túmulo
Título Original: Run Silent Run Deep
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Robert Wise
Roteiro: John Gay, Edward L. Beach
Elenco: Clark Gable, Burt Lancaster, Jack Warden, Brad Dexter
Sinopse:
Após ver seu submarino ser destruído em combate o capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) usa de sua influência política para receber o comando de uma nova embarcação. Assim ele é nomeado comandante novamente para retornar as costas do Japão. Seu primeiro oficial, o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster), logo percebe que Richardson está obcecado em retornar ao mesmo lugar onde seu antigo submarino foi destruído. Mesmo contrariando ordens superiores, ele avança rumo em direção ao mesmo ponto onde se travou a batalha anterior, colocando em risco a vida de todos os tripulantes. Filme premiado pelo Laurel Awards na categoria de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Russell Harlan).
Comentários:
O cenário onde se trava todo o enredo de "Run Silent Run Deep" é o mar da costa do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. É justamente lá que o obcecado capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) deseja se vingar de seus algozes, que colocaram a pique seu submarino anterior, matando muitos de seus homens. Obviamente que em um conflito tão complexo como aquele não haveria espaço para vinganças pessoais e é justamente isso que o coloca em rota de colisão com o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster). Esse filme tem ótimo elenco e melhora bastante pelo fato de haver uma constante tensão entre os personagens de Gable e Lancaster. Esse último foi destituído de última hora do comando para dar lugar ao capitão interpretado por Gable, algo lamentado por toda a tripulação. Para piorar a vida daqueles militares seu novo comandante parece carregar traumas de guerra, querendo o tempo todo partir para uma briga de fundo pessoal contra um navio de guerra japonês em particular, justamente o mesmo que afundou seu submarino alguns meses antes.
Título Original: Run Silent Run Deep
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Robert Wise
Roteiro: John Gay, Edward L. Beach
Elenco: Clark Gable, Burt Lancaster, Jack Warden, Brad Dexter
Sinopse:
Após ver seu submarino ser destruído em combate o capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) usa de sua influência política para receber o comando de uma nova embarcação. Assim ele é nomeado comandante novamente para retornar as costas do Japão. Seu primeiro oficial, o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster), logo percebe que Richardson está obcecado em retornar ao mesmo lugar onde seu antigo submarino foi destruído. Mesmo contrariando ordens superiores, ele avança rumo em direção ao mesmo ponto onde se travou a batalha anterior, colocando em risco a vida de todos os tripulantes. Filme premiado pelo Laurel Awards na categoria de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Russell Harlan).
Comentários:
O cenário onde se trava todo o enredo de "Run Silent Run Deep" é o mar da costa do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. É justamente lá que o obcecado capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) deseja se vingar de seus algozes, que colocaram a pique seu submarino anterior, matando muitos de seus homens. Obviamente que em um conflito tão complexo como aquele não haveria espaço para vinganças pessoais e é justamente isso que o coloca em rota de colisão com o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster). Esse filme tem ótimo elenco e melhora bastante pelo fato de haver uma constante tensão entre os personagens de Gable e Lancaster. Esse último foi destituído de última hora do comando para dar lugar ao capitão interpretado por Gable, algo lamentado por toda a tripulação. Para piorar a vida daqueles militares seu novo comandante parece carregar traumas de guerra, querendo o tempo todo partir para uma briga de fundo pessoal contra um navio de guerra japonês em particular, justamente o mesmo que afundou seu submarino alguns meses antes.
O filme é curto, mas muito eficiente. Uma obra cinematográfica enxuta que se propõe a contar uma estória de vingança e redenção em plena guerra e o faz muito bem. Tecnicamente o filme envelheceu, como era de se esperar, pois as miniaturas dos navios e submarinos se tornam bem óbvias em determinadas cenas, mas o espectador deve encarar tal situação como fruto das próprias limitações em termos de efeitos especiais da época. Aliás haverá até mesmo o afloramento de um sentimento de nostalgia ao ver essas sequências. De forma em geral é um bom filme de guerra, encarando o cotidiano de militares servindo em um submarino americano da época, durante a segunda grande guerra. Em relação a isso o filme também merece elogios pois os cenários do interior da embarcação são extremamente realistas, mostrando ambientes pequenos e claustrofóbicos, tal como na vida real. Dizem que Clark Gable e Burt Lancaster não se deram muito bem nas filmagens, mas isso não passa para a tela, prejudicando o resultado final, que repito é muito bom e especialmente indicado para fãs de filmes clássicos de guerra.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de junho de 2018
Irma la Douce
Título no Brasil: Irma la Douce
Título Original: Irma la Douce
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Alexandre Breffort
Elenco: Jack Lemmon, Shirley MacLaine, Lou Jacobi, Bruce Yarnell
Sinopse:
Irma La Douce (Shirley MacLaine) é uma prostituta das ruas de Paris que acaba tendo sua vida mudada com a chegada de um novo policial no local onde "trabalha". Nestor Patou (Jack Lemmon) é um novato na corporação que segue a lei ao pé da letra. Quando percebe que há um batalhão de mulheres nas ruas esperando seus clientes, decide prender todas elas, causando um verdadeiro rebuliço em seu departamento de polícia. A partir daí, contra todas as previsões, acaba se apaixonando justamente por Irma, que não está disposta a mudar a forma como leva sua "profissão". Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Shirley MacLaine) e Melhor Fotografia (Joseph LaShelle) e vencedor na categoria de Melhor Canção Original (André Previn). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Shirley MacLaine).
Comentários:
O diretor Billy Wilder conseguiu aqui nesse filme algo bem raro de se alcançar no mundo do cinema. Baseado na peça escrita originalmente por Alexandre Breffort, Wilder conseguiu realizar um filme leve, divertido, em cima de um tema que a priori deveria ser tratado como algo realmente barra pesada. Imagine contar a estória de uma prostituta de rua em Paris, explorada por cafetões violentos, que acaba se apaixonando por um policial e mesmo assim transformar tudo em uma obra com muito bom humor e leveza. Certamente não é algo fácil de se realizar. Há estereótipos nesse roteiro que deixariam as feministas de hoje em dia com os cabelos em pé. A personagem Irma La Douce interpretada por Shirley MacLaine é um exemplo. Assim que se liberta das garras de um cafetão que lhe agride sempre que possível, resolve, com muito orgulho, sustentar um novo namorado (justamente o ex-policial vivido por Jack Lemmon). Ela tem grande prazer em lhe comprar coisas caras, mesmo que seja desesperadamente pobre e more em um cortiço.
Título Original: Irma la Douce
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Alexandre Breffort
Elenco: Jack Lemmon, Shirley MacLaine, Lou Jacobi, Bruce Yarnell
Sinopse:
Irma La Douce (Shirley MacLaine) é uma prostituta das ruas de Paris que acaba tendo sua vida mudada com a chegada de um novo policial no local onde "trabalha". Nestor Patou (Jack Lemmon) é um novato na corporação que segue a lei ao pé da letra. Quando percebe que há um batalhão de mulheres nas ruas esperando seus clientes, decide prender todas elas, causando um verdadeiro rebuliço em seu departamento de polícia. A partir daí, contra todas as previsões, acaba se apaixonando justamente por Irma, que não está disposta a mudar a forma como leva sua "profissão". Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Shirley MacLaine) e Melhor Fotografia (Joseph LaShelle) e vencedor na categoria de Melhor Canção Original (André Previn). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Shirley MacLaine).
Comentários:
O diretor Billy Wilder conseguiu aqui nesse filme algo bem raro de se alcançar no mundo do cinema. Baseado na peça escrita originalmente por Alexandre Breffort, Wilder conseguiu realizar um filme leve, divertido, em cima de um tema que a priori deveria ser tratado como algo realmente barra pesada. Imagine contar a estória de uma prostituta de rua em Paris, explorada por cafetões violentos, que acaba se apaixonando por um policial e mesmo assim transformar tudo em uma obra com muito bom humor e leveza. Certamente não é algo fácil de se realizar. Há estereótipos nesse roteiro que deixariam as feministas de hoje em dia com os cabelos em pé. A personagem Irma La Douce interpretada por Shirley MacLaine é um exemplo. Assim que se liberta das garras de um cafetão que lhe agride sempre que possível, resolve, com muito orgulho, sustentar um novo namorado (justamente o ex-policial vivido por Jack Lemmon). Ela tem grande prazer em lhe comprar coisas caras, mesmo que seja desesperadamente pobre e more em um cortiço.
Nos tempos politicamente corretos em que vivemos, haveria muita má vontade se "Irma la Douce" chegasse hoje em dia aos cinemas. Deixando isso um pouco de lado temos que tecer vários elogios para o elenco. Shirley MacLaine ainda estava em seu auge, tanto em termos de simpatia como de beleza. Ela imprime um certo exagero em sua caracterização (que acaba sendo bem-vindo) pois sua personagem prostituta está sempre fumando e agindo com uma certa vulgaridade, embora seja no fundo apenas uma mulher que tente levar a vida adiante naquela situação. Ela engana propositalmente seus clientes contando estórias inventadas de um passado de dramas, apenas para ganhar mais alguns trocados no final de seus programas. Vestindo um figurino quase sempre verde, acaba trazendo para sua personagem uma imagem que depois será complicada de esquecer, de tão marcante. Já Jack Lemmon dá vida ao policial Nestor Patou, um sujeito simplório e até ingênuo, que acredita que deve aplicar a lei, mesmo que ela esteja em desuso e seja considerada inconveniente, como no caso das prisões de prostitutas de rua. Aliando o talento da dupla central com a fina ironia de Billy Wilder temos de fato uma obra bem divertida, com ótimos momentos, apesar de seu tema complicado.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
Baionetas Caladas
Título no Brasil: Baionetas Caladas
Título Original: Fixed Bayonets
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Samuel Fuller
Roteiro: Samuel Fuller
Elenco: Richard Basehart, Gene Evans, Michael O'Shea, Richard Hylton
Sinopse:
Durante a Guerra da Coreia (1950 - 1953), um general americano decide recuar seu exército. Para que a manobra seja bem sucedida e segura, ele determina que um pequeno pelotão fique na retaguarda para evitar ao máximo a aproximação do exército inimigo. A missão, considerada suicida por muitos, acaba sendo colocada em prática com o pagamento de um alto preço em termos de bravura e vidas humanas. Roteiro baseado na novela de John Brophy.
Comentários:
Um dos clássicos da filmografia do genial cineasta Samuel Fuller (1912 - 1997). O diretor ficou conhecido na história do cinema americano por realizar obras que desvendavam a alma humana, mesmo contando com poucos recursos e orçamentos econômicos. Aqui temos um bom exemplar de sua filmografia. O enredo se passa todo em uma região montanhosa e gelada, nos postos mais avançados da fronteira coreana. Os soldados que são deixados para trás para evitar um combate direto com as forças inimigas, praticamente se colocam numa situação de tentar sobreviver o máximo de tempo possível para que seus companheiros em armas consigam se retirar do front sem baixas. Seu número é infinitamente menor, mas contando apenas com sua coragem devem enfrentar com baionetas fixadas (daí o título original do filme) as tropas vermelhas que estão chegando em grande número e armadas com material bélico pesado, inclusive tanques de infantaria. Enquanto os soldados americanos ficam entrincheirados, eles tentam com armadilhas, usando até minas terrestres (hoje tão condenadas por vários tratados internacionais), deter o poderoso exército inimigo. O roteiro não se foca em particular em nenhum personagem, uma característica que Samuel Fuller repetiria anos depois em "Agonia e Glória", mas ao mesmo tempo tenta desenvolver psicologicamente cada um dos membros do pelotão. Assim ele consegue a um só tempo dar um rosto para aqueles combatentes sem esquecer que se trata mesmo de um exército, enfocando sua força coletiva. Em suma, o que basicamente temos aqui é um filme clássico sobre uma guerra pouco explorada pelo cinema americano, mostrando o drama de soldados que sabem que provavelmente não sairão vivos da missão que lhes foi ordenada, mas que mesmo assim lutam, em nome de suas vidas e de sua pátria.
Pablo Aluísio.
Título Original: Fixed Bayonets
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Samuel Fuller
Roteiro: Samuel Fuller
Elenco: Richard Basehart, Gene Evans, Michael O'Shea, Richard Hylton
Sinopse:
Durante a Guerra da Coreia (1950 - 1953), um general americano decide recuar seu exército. Para que a manobra seja bem sucedida e segura, ele determina que um pequeno pelotão fique na retaguarda para evitar ao máximo a aproximação do exército inimigo. A missão, considerada suicida por muitos, acaba sendo colocada em prática com o pagamento de um alto preço em termos de bravura e vidas humanas. Roteiro baseado na novela de John Brophy.
Comentários:
Um dos clássicos da filmografia do genial cineasta Samuel Fuller (1912 - 1997). O diretor ficou conhecido na história do cinema americano por realizar obras que desvendavam a alma humana, mesmo contando com poucos recursos e orçamentos econômicos. Aqui temos um bom exemplar de sua filmografia. O enredo se passa todo em uma região montanhosa e gelada, nos postos mais avançados da fronteira coreana. Os soldados que são deixados para trás para evitar um combate direto com as forças inimigas, praticamente se colocam numa situação de tentar sobreviver o máximo de tempo possível para que seus companheiros em armas consigam se retirar do front sem baixas. Seu número é infinitamente menor, mas contando apenas com sua coragem devem enfrentar com baionetas fixadas (daí o título original do filme) as tropas vermelhas que estão chegando em grande número e armadas com material bélico pesado, inclusive tanques de infantaria. Enquanto os soldados americanos ficam entrincheirados, eles tentam com armadilhas, usando até minas terrestres (hoje tão condenadas por vários tratados internacionais), deter o poderoso exército inimigo. O roteiro não se foca em particular em nenhum personagem, uma característica que Samuel Fuller repetiria anos depois em "Agonia e Glória", mas ao mesmo tempo tenta desenvolver psicologicamente cada um dos membros do pelotão. Assim ele consegue a um só tempo dar um rosto para aqueles combatentes sem esquecer que se trata mesmo de um exército, enfocando sua força coletiva. Em suma, o que basicamente temos aqui é um filme clássico sobre uma guerra pouco explorada pelo cinema americano, mostrando o drama de soldados que sabem que provavelmente não sairão vivos da missão que lhes foi ordenada, mas que mesmo assim lutam, em nome de suas vidas e de sua pátria.
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de junho de 2018
Garotas Lindas aos Montes
Título no Brasil: Garotas Lindas aos Montes
Título Original: Pretty Maids All in a Row
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Roger Vadim
Roteiro: Gene Roddenberry, Francis Pollini
Elenco: Rock Hudson, Angie Dickinson, Telly Savalas, Roddy McDowall
Sinopse:
Um grupo cada vez maior de garotas começa a ser atacado por um criminoso desconhecido. As jovens e bonitas estudantes de um colégio na região logo ficam assustadas, com medo de saírem na rua. Michael 'Tiger' McDrew (Hudson), por outro lado, não parece se importar muito. Para ele o que realmente importa é aumentar cada vez mais o número de conquistas amorosas. Roteiro escrito por Gene Roddenberry, o criador da famosa série televisiva "Jornada nas Estrelas" (Star Trek).
Comentários:
Quando esse filme chegou aos cinemas o New York Times ironizou ao dizer: "Poxa, os filmes com Rock Hudson mudaram muito desde os tempos de suas doces e inocentes comédias românticas ao lado de Doris Day!". Era uma ironia que no fundo retratava uma verdade. "Garotas Lindas aos Montes" mostrava bem que não havia mais espaço para a inocência dentro do cinema americano. O personagem de Rock Hudson hoje em dia seria visto como um cafajeste ou em uma visão mais crítica, um misógino. Trabalhando em um High School da Califórnia (o equivalente a uma escola de ensino médio no Brasil), ele não se importa em agir fora dos padrões e seduzir quem quer que cruze seu caminho. O personagem de Rock exala sexualidade à flor da pele e com isso leva para a cama as colegas professoras, as alunas e até mesmo as secretárias. Curiosamente o próprio Rock afirmou na época que estava em busca de um papel assim, para mudar sua imagem de bom mocismo construído após tantos anos de carreira. O problema é que o público não o queria ver em personagens desse tipo e o filme afundou feio nas bilheterias, se tornando logo um grande fracasso comercial. A fita chegou até mesmo a ser rotulada de "vulgar e apelativa", dois adjetivos que jamais seriam usados nos antigos filmes de Rock. Revisto hoje em dia podemos perceber que há uma clara tentativa de ser mais ousado e moderno, pegando carona com o clima cultural da época. O problema é que não convence muito, nem mesmo na suposta trama de crime e mistério. Teria sido melhor para Rock rodar um quarto filme ao lado de Doris Day, usando daquela antiga fórmula de sucesso. Esse aqui, pelo visto, não agradou mesmo ao público da época.
Pablo Aluísio.
Título Original: Pretty Maids All in a Row
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Roger Vadim
Roteiro: Gene Roddenberry, Francis Pollini
Elenco: Rock Hudson, Angie Dickinson, Telly Savalas, Roddy McDowall
Sinopse:
Um grupo cada vez maior de garotas começa a ser atacado por um criminoso desconhecido. As jovens e bonitas estudantes de um colégio na região logo ficam assustadas, com medo de saírem na rua. Michael 'Tiger' McDrew (Hudson), por outro lado, não parece se importar muito. Para ele o que realmente importa é aumentar cada vez mais o número de conquistas amorosas. Roteiro escrito por Gene Roddenberry, o criador da famosa série televisiva "Jornada nas Estrelas" (Star Trek).
Comentários:
Quando esse filme chegou aos cinemas o New York Times ironizou ao dizer: "Poxa, os filmes com Rock Hudson mudaram muito desde os tempos de suas doces e inocentes comédias românticas ao lado de Doris Day!". Era uma ironia que no fundo retratava uma verdade. "Garotas Lindas aos Montes" mostrava bem que não havia mais espaço para a inocência dentro do cinema americano. O personagem de Rock Hudson hoje em dia seria visto como um cafajeste ou em uma visão mais crítica, um misógino. Trabalhando em um High School da Califórnia (o equivalente a uma escola de ensino médio no Brasil), ele não se importa em agir fora dos padrões e seduzir quem quer que cruze seu caminho. O personagem de Rock exala sexualidade à flor da pele e com isso leva para a cama as colegas professoras, as alunas e até mesmo as secretárias. Curiosamente o próprio Rock afirmou na época que estava em busca de um papel assim, para mudar sua imagem de bom mocismo construído após tantos anos de carreira. O problema é que o público não o queria ver em personagens desse tipo e o filme afundou feio nas bilheterias, se tornando logo um grande fracasso comercial. A fita chegou até mesmo a ser rotulada de "vulgar e apelativa", dois adjetivos que jamais seriam usados nos antigos filmes de Rock. Revisto hoje em dia podemos perceber que há uma clara tentativa de ser mais ousado e moderno, pegando carona com o clima cultural da época. O problema é que não convence muito, nem mesmo na suposta trama de crime e mistério. Teria sido melhor para Rock rodar um quarto filme ao lado de Doris Day, usando daquela antiga fórmula de sucesso. Esse aqui, pelo visto, não agradou mesmo ao público da época.
Pablo Aluísio.
Beija-me, Idiota
Título no Brasil: Beija-me, Idiota
Título Original: Kiss Me, Stupid
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, United Artists
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, I.A.L. Diamond
Elenco: Dean Martin, Kim Novak, Ray Walston, Felicia Farr
Sinopse:
Dino (Dean Martin) é um cantor de sucesso em Las Vegas que precisa chegar em Los Angeles o mais rapidamente possível para uma apresentação na TV. No meio do caminho precisa desviar de rota, indo parar na distante cidadezinha de Climax. Lá acaba encontrando, por puro azar, com dois compositores amadores que vêem sua presença como a grande chance deles em emplacar uma música de sucesso. Um deles trabalha no posto de gasolina local e finge um problema no motor do carro de Dino para que ele fique por lá por mais tempo. O outro lhe oferece sua própria casa para que o cantor descanse um pouco enquanto seu carro é consertado. Tudo com o objetivo de convencer Dino a gravar uma de suas composições de péssimo gosto musical. O problema é que o astro de Vegas acaba se interessando em conhecer a mulher de um deles, que aliás é doente de ciúmes. Está armada a confusão na pequenina cidade.
Comentários:
Billy Wilder foi de fato um gênio do cinema. Seus textos são bem característicos e ele conseguia fazer um humor inteligente mesmo nas situações mais comuns. Nesse filme temos uma amostra de seu talento. Wilder aqui se aproveita da figura da celebridade. Dean Martin está genial interpretando... Dean Martin! Isso mesmo, em fato único de sua carreira, ele na realidade apenas interpreta a si mesmo. O filme aliás se aproveita muito bem disso, abrindo com um número musical de Dino no Sands Hotel em Las Vegas. Lá ele cantava (maravilhosamente bem, por sinal), contava piadas e se aproveitava de sua imagem pública de Mr. Cool, o sujeito bom de copo, relaxado e calmo, que ganhava a vida fazendo aquilo que muitos gostariam de fazer. Há coristas por todos os lados tentando levá-lo para a cama, e aquela insuspeita tranquilidade de um astro da música. O curioso é que o texto de Wilder brinca o tempo todo com o clichê que se espera de um cantor famoso, ou seja, do conquistador inveterado, que não perdoa nem mesmo as mulheres casadas, desde que sejam lindas, claro! Assim Wilder vai jogando o tempo todo com o tema, amplificando ainda mais esses estereótipos quando Dean vai parar numa cidadezinha perdida de Nevada chamada Climax. No local não há nada, a não ser dois compositores amadores que fariam de tudo para que ele gravasse uma de suas músicas. Certamente é um dos melhores momentos de Dean Martin no cinema, livre de sua parceria com Jerry Lewis ele brilha sozinho, sendo dirigido por um grande diretor e contando com um roteiro e um texto que são verdadeiras delícias para os cinéfilos. Também não podemos esquecer de elogiar o ótimo elenco de apoio, em especial Kim Novak, mostrando ter grande feeling para comédias de costumes como essa. "Kiss Me Stupid" é isso, um dos melhores filmes das carreira de Martin e Wilder, e isso definitivamente não é pouca coisa.
Pablo Aluísio.
Título Original: Kiss Me, Stupid
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, United Artists
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, I.A.L. Diamond
Elenco: Dean Martin, Kim Novak, Ray Walston, Felicia Farr
Sinopse:
Dino (Dean Martin) é um cantor de sucesso em Las Vegas que precisa chegar em Los Angeles o mais rapidamente possível para uma apresentação na TV. No meio do caminho precisa desviar de rota, indo parar na distante cidadezinha de Climax. Lá acaba encontrando, por puro azar, com dois compositores amadores que vêem sua presença como a grande chance deles em emplacar uma música de sucesso. Um deles trabalha no posto de gasolina local e finge um problema no motor do carro de Dino para que ele fique por lá por mais tempo. O outro lhe oferece sua própria casa para que o cantor descanse um pouco enquanto seu carro é consertado. Tudo com o objetivo de convencer Dino a gravar uma de suas composições de péssimo gosto musical. O problema é que o astro de Vegas acaba se interessando em conhecer a mulher de um deles, que aliás é doente de ciúmes. Está armada a confusão na pequenina cidade.
Comentários:
Billy Wilder foi de fato um gênio do cinema. Seus textos são bem característicos e ele conseguia fazer um humor inteligente mesmo nas situações mais comuns. Nesse filme temos uma amostra de seu talento. Wilder aqui se aproveita da figura da celebridade. Dean Martin está genial interpretando... Dean Martin! Isso mesmo, em fato único de sua carreira, ele na realidade apenas interpreta a si mesmo. O filme aliás se aproveita muito bem disso, abrindo com um número musical de Dino no Sands Hotel em Las Vegas. Lá ele cantava (maravilhosamente bem, por sinal), contava piadas e se aproveitava de sua imagem pública de Mr. Cool, o sujeito bom de copo, relaxado e calmo, que ganhava a vida fazendo aquilo que muitos gostariam de fazer. Há coristas por todos os lados tentando levá-lo para a cama, e aquela insuspeita tranquilidade de um astro da música. O curioso é que o texto de Wilder brinca o tempo todo com o clichê que se espera de um cantor famoso, ou seja, do conquistador inveterado, que não perdoa nem mesmo as mulheres casadas, desde que sejam lindas, claro! Assim Wilder vai jogando o tempo todo com o tema, amplificando ainda mais esses estereótipos quando Dean vai parar numa cidadezinha perdida de Nevada chamada Climax. No local não há nada, a não ser dois compositores amadores que fariam de tudo para que ele gravasse uma de suas músicas. Certamente é um dos melhores momentos de Dean Martin no cinema, livre de sua parceria com Jerry Lewis ele brilha sozinho, sendo dirigido por um grande diretor e contando com um roteiro e um texto que são verdadeiras delícias para os cinéfilos. Também não podemos esquecer de elogiar o ótimo elenco de apoio, em especial Kim Novak, mostrando ter grande feeling para comédias de costumes como essa. "Kiss Me Stupid" é isso, um dos melhores filmes das carreira de Martin e Wilder, e isso definitivamente não é pouca coisa.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de junho de 2018
Terra dos Faraós
Título no Brasil: Terra dos Faraós
Título Original: Land of the Pharaohs
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: William Faulkner, Harry Kurnitz
Elenco: Jack Hawkins, Joan Collins, Dewey Martin, James Robertson Justice
Sinopse:
Queóps (Jack Hawkins), o poderoso faraó do Egito Antigo, decide após mais uma campanha militar vitoriosa, construir uma pirâmide para que todos os seus tesouros conquistados e seu corpo após a morte fiquem a salvo de ladrões de tumbas. Para isso manda o arquiteto Vashtar (James Robertson Justice) elaborar o projeto da maior construção da humanidade até então, um colosso com mais de três milhões de blocos de imensas pedras, uma obra que levaria 20 anos para sua finalização, a grande pirâmice de Gizé que tornaria o nome de Queóps imortal.
Comentários:
Pouco se sabe historicamente sobre o faraó Khufu (mais conhecido pela civilização ocidental por seu nome grego, Queóps). Ele reinou na quarta dinastia do Egito, há mais de seis mil anos! Seu nome ainda hoje é lembrado por causa da maior pirâmide jamais construída, em Gizé, uma das poucas maravilhas do mundo antigo que conseguiu sobreviver ao teste do tempo. Como todo faraó, Queóps era adorado como um Deus e sua vontade era lei, até mesmo atos de megalomania impensados para os dias atuais. Assim após juntar tesouros inigualáveis roubados de povos conquistados ele pensou numa forma de levar toda aquela riqueza consigo, mesmo depois de sua morte. A construção da pirâmide iria garantir a imortalidade de sua alma e manteria seus bens materiais seguros de ladrões de tumbas. A religião do Egito Antigo tinha imensa preocupação com a vida após a morte, por essa razão os faraós eram enterrados junto aos seus tesouros. Em sua crença eles iriam desfrutar de todas as riquezas também no mundo espiritual. Noventa por cento do que você verá nesse filme é mera ficção. Como as fontes históricas sobre Queóps são poucas e esparsas, o jeito foi escrever uma história para ele meramente ficcional. A sorte para o espectador é que esse roteiro foi escrito pelo autor William Faulkner, um mestre em boas estórias e bons enredos. Ele escreveu uma obra sóbria, sem os exageros típicos de Hollywood em filmes épicos desse período. Amparado por uma milionária produção, muito bem realizada, com milhares de figurinos, o filme se torna uma diversão acima da média por causa de seu talento nato. O cineasta Howard Hawks conseguiu assim realizar um dos mais ambiciosos projetos de sua carreira e curiosamente um dos mais equilibrados também. Um belo filme que tenta reconstruir um dos mais importantes períodos da história da humanidade, sem exageros e que no final de tudo acaba se saindo muito bem em seus objetivos.
Pablo Aluísio.
Título Original: Land of the Pharaohs
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: William Faulkner, Harry Kurnitz
Elenco: Jack Hawkins, Joan Collins, Dewey Martin, James Robertson Justice
Sinopse:
Queóps (Jack Hawkins), o poderoso faraó do Egito Antigo, decide após mais uma campanha militar vitoriosa, construir uma pirâmide para que todos os seus tesouros conquistados e seu corpo após a morte fiquem a salvo de ladrões de tumbas. Para isso manda o arquiteto Vashtar (James Robertson Justice) elaborar o projeto da maior construção da humanidade até então, um colosso com mais de três milhões de blocos de imensas pedras, uma obra que levaria 20 anos para sua finalização, a grande pirâmice de Gizé que tornaria o nome de Queóps imortal.
Comentários:
Pouco se sabe historicamente sobre o faraó Khufu (mais conhecido pela civilização ocidental por seu nome grego, Queóps). Ele reinou na quarta dinastia do Egito, há mais de seis mil anos! Seu nome ainda hoje é lembrado por causa da maior pirâmide jamais construída, em Gizé, uma das poucas maravilhas do mundo antigo que conseguiu sobreviver ao teste do tempo. Como todo faraó, Queóps era adorado como um Deus e sua vontade era lei, até mesmo atos de megalomania impensados para os dias atuais. Assim após juntar tesouros inigualáveis roubados de povos conquistados ele pensou numa forma de levar toda aquela riqueza consigo, mesmo depois de sua morte. A construção da pirâmide iria garantir a imortalidade de sua alma e manteria seus bens materiais seguros de ladrões de tumbas. A religião do Egito Antigo tinha imensa preocupação com a vida após a morte, por essa razão os faraós eram enterrados junto aos seus tesouros. Em sua crença eles iriam desfrutar de todas as riquezas também no mundo espiritual. Noventa por cento do que você verá nesse filme é mera ficção. Como as fontes históricas sobre Queóps são poucas e esparsas, o jeito foi escrever uma história para ele meramente ficcional. A sorte para o espectador é que esse roteiro foi escrito pelo autor William Faulkner, um mestre em boas estórias e bons enredos. Ele escreveu uma obra sóbria, sem os exageros típicos de Hollywood em filmes épicos desse período. Amparado por uma milionária produção, muito bem realizada, com milhares de figurinos, o filme se torna uma diversão acima da média por causa de seu talento nato. O cineasta Howard Hawks conseguiu assim realizar um dos mais ambiciosos projetos de sua carreira e curiosamente um dos mais equilibrados também. Um belo filme que tenta reconstruir um dos mais importantes períodos da história da humanidade, sem exageros e que no final de tudo acaba se saindo muito bem em seus objetivos.
Pablo Aluísio.
A Mulher Desejada
Título no Brasil: A Mulher Desejada
Título Original: The Woman on the Beach
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Jean Renoir
Roteiro: Frank Davis, Jean Renoir
Elenco: Joan Bennett, Robert Ryan, Charles Bickford
Sinopse:
O filme narra um complicado triângulo amoroso. Após o tenente Scott Burnett (Robert Ryan), um oficial da Guarda Costeira, salvar a bela Peggy (Joan Bennett) na praia surge um flerte casual entre ambos, afinal são atraentes, simpáticos e bonitos. Tudo seria ideal para o surgimento de um grande romance se não fosse um detalhe crucial: Peggy já é casada com Tod (Charles Bickford), um pintor frustrado que é muitos anos mais velho do que ela. O casamento resistirá à presença do tenente na vida de Peggy?
Comentários:
Filme de traição e reviravoltas dirigido pelo francês Jean Renoir (1894 - 1979). Aclamado por filmes como "A Grande Ilusão" (1937), "A Regra do Jogo" (1939) "Bas Fonds" (1936) e "A Besta Humana" (1938), a principal preocupação da obra de Renoir era a alma humana e sua complexidade psicológica. Seus personagens de forma em geral eram pessoas torturadas, que tinham que lidar com situações extremas. Aqui há um clima de tensão que se arrasta por toda a trama, fruto da inegável atração entre o capitão interpretado por Robert Ryan e a personagem Peggy vivida por Joan Bennett. Inicialmente o maridão Tod acaba recebendo o salvador de sua esposa como um amigo, porém o perigo mora ao lado. Ele está ficando cego e incapaz de pintar o que torna sua situação ainda mais delicada. Como não consegue despontar como pintor ele acaba presenciando a ruína de toda a sua vida, pois até mesmo seu casamento fica por um fio. Na época de seu lançamento o roteiro trouxe um diálogo que ficou conhecido quando o marido Tod começa a entender que sua esposa está prestes a lhe trair. Enfurecido, ele dispara em direção à mulher: "Eu posso sentir o cheiro de seu ódio! Ele não é diferente de seu amor!". Além da boa trama o filme se apoia bastante no carisma dos atores principais, em especial Joan Bennett, uma bela atriz que conseguia impressionar não apenas por sua beleza, mas também por seu talento dramático. Já Robert Ryan também está perfeito no papel, até porque ele também havia sido militar na vida real, servindo na Marinha Americana durante a Segunda Guerra Mundial. Aqui ele está completamente à vontade vestindo a farda que usou durante longos anos. Não deixe de conferir "The Woman on the Beach" se você gosta de romances com finais trágicos e cortantes. Certamente não se arrependerá.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Woman on the Beach
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Jean Renoir
Roteiro: Frank Davis, Jean Renoir
Elenco: Joan Bennett, Robert Ryan, Charles Bickford
Sinopse:
O filme narra um complicado triângulo amoroso. Após o tenente Scott Burnett (Robert Ryan), um oficial da Guarda Costeira, salvar a bela Peggy (Joan Bennett) na praia surge um flerte casual entre ambos, afinal são atraentes, simpáticos e bonitos. Tudo seria ideal para o surgimento de um grande romance se não fosse um detalhe crucial: Peggy já é casada com Tod (Charles Bickford), um pintor frustrado que é muitos anos mais velho do que ela. O casamento resistirá à presença do tenente na vida de Peggy?
Comentários:
Filme de traição e reviravoltas dirigido pelo francês Jean Renoir (1894 - 1979). Aclamado por filmes como "A Grande Ilusão" (1937), "A Regra do Jogo" (1939) "Bas Fonds" (1936) e "A Besta Humana" (1938), a principal preocupação da obra de Renoir era a alma humana e sua complexidade psicológica. Seus personagens de forma em geral eram pessoas torturadas, que tinham que lidar com situações extremas. Aqui há um clima de tensão que se arrasta por toda a trama, fruto da inegável atração entre o capitão interpretado por Robert Ryan e a personagem Peggy vivida por Joan Bennett. Inicialmente o maridão Tod acaba recebendo o salvador de sua esposa como um amigo, porém o perigo mora ao lado. Ele está ficando cego e incapaz de pintar o que torna sua situação ainda mais delicada. Como não consegue despontar como pintor ele acaba presenciando a ruína de toda a sua vida, pois até mesmo seu casamento fica por um fio. Na época de seu lançamento o roteiro trouxe um diálogo que ficou conhecido quando o marido Tod começa a entender que sua esposa está prestes a lhe trair. Enfurecido, ele dispara em direção à mulher: "Eu posso sentir o cheiro de seu ódio! Ele não é diferente de seu amor!". Além da boa trama o filme se apoia bastante no carisma dos atores principais, em especial Joan Bennett, uma bela atriz que conseguia impressionar não apenas por sua beleza, mas também por seu talento dramático. Já Robert Ryan também está perfeito no papel, até porque ele também havia sido militar na vida real, servindo na Marinha Americana durante a Segunda Guerra Mundial. Aqui ele está completamente à vontade vestindo a farda que usou durante longos anos. Não deixe de conferir "The Woman on the Beach" se você gosta de romances com finais trágicos e cortantes. Certamente não se arrependerá.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de junho de 2018
O Navio Condenado
Título no Brasil: O Navio Condenado
Título Original: The Wreck of the Mary Deare
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Eric Ambler, Hammond Innes
Elenco: Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Richard Harris, Virginia McKenna, Terence de Marney
Sinopse:
John Sands (Charlton Heston), capitão de um navio de salvamento, encontra um cargueiro de Hong Kong, o Mary Deare, aparentemente à deriva no Canal Inglês. Ao resolver subir à bordo tem uma enorme surpresa! Nada poderia prepará-lo para o que estaria por vir. Roteiro baseado no best seller "The Wreck of the Mary Deare" de Hammond Innes.
Comentários:
Um filme que transita muito bem por diferentes gêneros. Começa como suspense, vira filme de tribunal e se encerra como aventura, com ótimas tomadas submarinas. A primeira coisa que chama atenção em "O Navio Condenado" é o seu elenco! Charlton Heston e Gary Cooper no mesmo filme já é motivo suficiente para o tornar obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze. De quebra ainda tem Richard Harris, bastante jovem, em papel coadjuvante que terá grande importância no desenvolvimento da trama. O filme é baseado em um famoso livro britânico, "The Wreck of the Mary Deare", lançado no mesmo ano e talvez por isso sofra um pouco no sentido de se colocar muitas informações em um tempo limitado de metragem do próprio filme - não há como escapar, livros e filmes são meios diferentes e o que pode ser estendido em um, geralmente não cai muito bem em outro. O próprio autor colaborou no roteiro, mas em determinado momento resolveu abandonar o projeto uma vez que não concordou com as mudanças determinadas pela Metro-Goldwyn-Mayer, que naquele momento priorizava mais a produção de um filme enxuto, comercialmente viável, do que profundamente detalhista como o escritor desejava.
Assim não se admire se em determinado momento o roteiro pareça um pouco truncado. Foi necessário haver cortes na trama e isso tornou o desenvolvimento da trama mais problemático. Percebi também que houve uma esforço por parte dos roteiristas em enfocar mais o duelo travado entre os personagens de Cooper e Heston na primeira parte do filme! Afinal ambos eram grandes astros de Hollywood e o filme precisava explorar melhor esse conflito, embora no livro original isso não seja tão importante ou marcante. Grande parte da rivalidade era melhor exposta e dissecada no segundo ato quando os acontecimentos são finalmente reconstruídos em um tribunal, durante o julgamento do caso envolvendo o navio perdido. De maneira em geral o grande mérito desse filme é demonstrar que filmes de aventura podem trazer uma boa trama por trás, que exijam do espectador maior atenção e inteligência para decifrar todos os menores detalhes. No final o roteiro, apesar de tudo, se mostra bem escrito, com uma trama que prende a atenção do espectador do começo ao fim.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Wreck of the Mary Deare
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Eric Ambler, Hammond Innes
Elenco: Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Richard Harris, Virginia McKenna, Terence de Marney
Sinopse:
John Sands (Charlton Heston), capitão de um navio de salvamento, encontra um cargueiro de Hong Kong, o Mary Deare, aparentemente à deriva no Canal Inglês. Ao resolver subir à bordo tem uma enorme surpresa! Nada poderia prepará-lo para o que estaria por vir. Roteiro baseado no best seller "The Wreck of the Mary Deare" de Hammond Innes.
Comentários:
Um filme que transita muito bem por diferentes gêneros. Começa como suspense, vira filme de tribunal e se encerra como aventura, com ótimas tomadas submarinas. A primeira coisa que chama atenção em "O Navio Condenado" é o seu elenco! Charlton Heston e Gary Cooper no mesmo filme já é motivo suficiente para o tornar obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze. De quebra ainda tem Richard Harris, bastante jovem, em papel coadjuvante que terá grande importância no desenvolvimento da trama. O filme é baseado em um famoso livro britânico, "The Wreck of the Mary Deare", lançado no mesmo ano e talvez por isso sofra um pouco no sentido de se colocar muitas informações em um tempo limitado de metragem do próprio filme - não há como escapar, livros e filmes são meios diferentes e o que pode ser estendido em um, geralmente não cai muito bem em outro. O próprio autor colaborou no roteiro, mas em determinado momento resolveu abandonar o projeto uma vez que não concordou com as mudanças determinadas pela Metro-Goldwyn-Mayer, que naquele momento priorizava mais a produção de um filme enxuto, comercialmente viável, do que profundamente detalhista como o escritor desejava.
Assim não se admire se em determinado momento o roteiro pareça um pouco truncado. Foi necessário haver cortes na trama e isso tornou o desenvolvimento da trama mais problemático. Percebi também que houve uma esforço por parte dos roteiristas em enfocar mais o duelo travado entre os personagens de Cooper e Heston na primeira parte do filme! Afinal ambos eram grandes astros de Hollywood e o filme precisava explorar melhor esse conflito, embora no livro original isso não seja tão importante ou marcante. Grande parte da rivalidade era melhor exposta e dissecada no segundo ato quando os acontecimentos são finalmente reconstruídos em um tribunal, durante o julgamento do caso envolvendo o navio perdido. De maneira em geral o grande mérito desse filme é demonstrar que filmes de aventura podem trazer uma boa trama por trás, que exijam do espectador maior atenção e inteligência para decifrar todos os menores detalhes. No final o roteiro, apesar de tudo, se mostra bem escrito, com uma trama que prende a atenção do espectador do começo ao fim.
Pablo Aluísio.
Paris Vive à Noite
"Paris Vive à Noite" foi feito especialmente para o casal sensação dos anos 60, Paul Newman e Joanne Woodward. Produzido pela cia de Marlon Brando o filme foi rodado em locações na famosa cidade francesa. O roteiro é simples, dois casais se conhecem lá e ficam em um dilema pois as garotas, meras turistas, terão que voltar logo aos EUA enquanto os rapazes (Paul Newman e Sidney Poitier) tem planos de continuar na capital francesa para despontarem para a carreira artística (são músicos de jazz). Para falar a verdade o grande atrativo desse filme é sua música. A trilha sonora foi escrita por Duke Ellington e no filme somos brindados com uma ótima participação especial de Louis Armstrong. Para os fãs do Jazz americano não poderia haver nada melhor do que isso.
Já para os fãs de cinema o filme se resume a interpretações corretas e nada mais. O roteiro não desenvolve nenhuma grande situação dramática e assim tudo se resume a ver os pombinhos andando de mãos dadas pelos pontos mais famosos de Paris. Obviamente que a fotografia em preto e branco é muito bonita e o clima de romance no ar vai agradar as mulheres sonhadoras com romances de cartão postal. Para o público masculino vale a pena conferir a beleza discreta e elegante de Joanne Woodward. O diretor Martin Ritt já havia trabalhado ao lado de Paul Newman em "O Mercador de Almas", um filme bem superior a esse. A parceria continuaria depois com filmes como "O Indomado" e "Hombre". Enfim, "Paris Vive á Noite" é um romance ao velho estilo com muita música de qualidade e paisagens famosas, se faz seu estilo não deixe de conferir.
Paris Vive à Noite (Paris Blues, EUA / França 1961) Direção: Martin Ritt / Roteiro: Walter Bernstein e Harold Flender / Elenco: Paul Newman, Joanne Woodward, Diahann Carroll, Sidney Poitier, Louis Armstrong, Serge Reggiani / Sinopse: Ram Bowen (Paul Newman) e Eddie Cook (Sidney Poitier) são músicos americanos vivendo em Paris. Tocando em boates locais eles acabam conhecendo duas turistas de férias na cidade e acabam se envolvendo romanticamente com elas.
Pablo Aluísio.
Já para os fãs de cinema o filme se resume a interpretações corretas e nada mais. O roteiro não desenvolve nenhuma grande situação dramática e assim tudo se resume a ver os pombinhos andando de mãos dadas pelos pontos mais famosos de Paris. Obviamente que a fotografia em preto e branco é muito bonita e o clima de romance no ar vai agradar as mulheres sonhadoras com romances de cartão postal. Para o público masculino vale a pena conferir a beleza discreta e elegante de Joanne Woodward. O diretor Martin Ritt já havia trabalhado ao lado de Paul Newman em "O Mercador de Almas", um filme bem superior a esse. A parceria continuaria depois com filmes como "O Indomado" e "Hombre". Enfim, "Paris Vive á Noite" é um romance ao velho estilo com muita música de qualidade e paisagens famosas, se faz seu estilo não deixe de conferir.
Paris Vive à Noite (Paris Blues, EUA / França 1961) Direção: Martin Ritt / Roteiro: Walter Bernstein e Harold Flender / Elenco: Paul Newman, Joanne Woodward, Diahann Carroll, Sidney Poitier, Louis Armstrong, Serge Reggiani / Sinopse: Ram Bowen (Paul Newman) e Eddie Cook (Sidney Poitier) são músicos americanos vivendo em Paris. Tocando em boates locais eles acabam conhecendo duas turistas de férias na cidade e acabam se envolvendo romanticamente com elas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Forte Massacre
Título no Brasil: Forte Massacre
Título Original: Fort Massacre
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Mirisch Corporation
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: Martin Goldsmith
Elenco: Joel McCrea, Forrest Tucker, Susan Cabot
Sinopse:
Durante as chamadas guerras indígenas no velho oeste americano, uma tropa da cavalaria é cercada por um grupo de selvagens Apaches. Após um violento confronto o tenente-comandante da guarnição é fatalmente ferido numa encosta desértica. Seguindo a hierarquia militar o comando então passa para o sargento John Vinson (Joel McCrea) que precisará manter seus homens vivos no meio do deserto, embaixo de forte cerco dos índios e com escassez completa de água potável.
Comentários:
Muito bom esse western que foca sua atenção na guerra de sobrevivência que era travada durante as intervenções militares do exército americano em territórios hostis e dominados por hordas guerreiras inimigas. O sol escaldante, a falta de água e suprimentos e o cerco implacável de Apaches, loucos para matarem todos os homens brancos que encontrassem pela frente, formam o caldeirão infernal ao qual aqueles nobres soldados eram submetidos. Um verdadeiro jogo de vida ou morte que mostra muito bem como era dura a vida de um soldado americano da cavalaria no oeste americano durante aquele período histórico. A fita é estrelada pelo astro Joel McCrea, novamente perfeito em sua caracterização do verdadeiro homem do oeste. Ele é o sargento durão e íntegro que precisa manter seus subordinados vivos após a morte do tenente-comandante. Curiosamente McCrea sofreu um sério acidente durante as filmagens quando seu cavalo caiu de um barranco de solo arenoso. O ator teve que ser levado às pressas para Los Angeles onde descobriu-se que tinha uma fratura na perna. Assim as filmagens ficaram paradas por 45 dias. Percalços esperados para quem revivia a luta daqueles bravos homens da cavalaria americana.
Pablo Aluísio.
Título Original: Fort Massacre
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Mirisch Corporation
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: Martin Goldsmith
Elenco: Joel McCrea, Forrest Tucker, Susan Cabot
Sinopse:
Durante as chamadas guerras indígenas no velho oeste americano, uma tropa da cavalaria é cercada por um grupo de selvagens Apaches. Após um violento confronto o tenente-comandante da guarnição é fatalmente ferido numa encosta desértica. Seguindo a hierarquia militar o comando então passa para o sargento John Vinson (Joel McCrea) que precisará manter seus homens vivos no meio do deserto, embaixo de forte cerco dos índios e com escassez completa de água potável.
Comentários:
Muito bom esse western que foca sua atenção na guerra de sobrevivência que era travada durante as intervenções militares do exército americano em territórios hostis e dominados por hordas guerreiras inimigas. O sol escaldante, a falta de água e suprimentos e o cerco implacável de Apaches, loucos para matarem todos os homens brancos que encontrassem pela frente, formam o caldeirão infernal ao qual aqueles nobres soldados eram submetidos. Um verdadeiro jogo de vida ou morte que mostra muito bem como era dura a vida de um soldado americano da cavalaria no oeste americano durante aquele período histórico. A fita é estrelada pelo astro Joel McCrea, novamente perfeito em sua caracterização do verdadeiro homem do oeste. Ele é o sargento durão e íntegro que precisa manter seus subordinados vivos após a morte do tenente-comandante. Curiosamente McCrea sofreu um sério acidente durante as filmagens quando seu cavalo caiu de um barranco de solo arenoso. O ator teve que ser levado às pressas para Los Angeles onde descobriu-se que tinha uma fratura na perna. Assim as filmagens ficaram paradas por 45 dias. Percalços esperados para quem revivia a luta daqueles bravos homens da cavalaria americana.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Álamo - Treze Dias de Glória
Título no Brasil: Álamo - Treze Dias de Glória
Título Original: The Alamo: Thirteen Days to Glory
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: Lon Tinkle, Clyde Ware
Elenco: James Arness, Brian Keith, Alec Baldwin, Raul Julia
Sinopse:
"The Alamo: Thirteen Days to Glory" narra os treze decisivos dias de luta dos americanos contra as forças do general mexicano Antonio Lopez de Santa Ana (Raul Julia). O forte Álamo virou símbolo de patriotismo norte-americano pois as tropas que estavam lá defendiam a união do Texas com os Estados Unidos da América, enquanto que o exército de Santa Ana queria justamente o oposto, a imediata submissão de toda aquela região ao império do México.
Comentários:
Excelente telefilme que tem a proposta de ser a adaptação mais fiel possível do ponto de vista histórico da lendária resistência do forte Álamo contra tropas mexicanas naquele período particularmente decisivo para o destino do Texas. Todos os grandes nomes daquele evento histórico como William Travis, Jim Bowie e Davy Crockett estão presentes no roteiro. A intenção é realmente chegar o mais próximo possível aos fatos históricos reais. O elenco é muito bom e como houve mais espaço para desenvolver melhor cada personagem a trama vai ficando cada vez mais interessante com o decorrer do tempo. A fonte que serviu de base para o roteiro foi o livro escrito por Lon Tinkle. Esse autor usou farta documentação histórica, tentando com isso desvincular a pura lenda dos fatos históricos verdadeiros. Assim, ao contrário de outras produções que enfocam a história do Álamo, temos aqui uma obra mais realista, longe dos devaneios patrióticos exagerados de filmes mais antigos. Nada de muito ufanista, o que é de fato um ponto positivo. Curiosamente, por ter uma boa produção a cargo da NBC, o filme não envelheceu e continua tão relevante hoje em dia como na época de seu lançamento. Para estudiosos da história então se torna realmente imperdível.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Alamo: Thirteen Days to Glory
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: Lon Tinkle, Clyde Ware
Elenco: James Arness, Brian Keith, Alec Baldwin, Raul Julia
Sinopse:
"The Alamo: Thirteen Days to Glory" narra os treze decisivos dias de luta dos americanos contra as forças do general mexicano Antonio Lopez de Santa Ana (Raul Julia). O forte Álamo virou símbolo de patriotismo norte-americano pois as tropas que estavam lá defendiam a união do Texas com os Estados Unidos da América, enquanto que o exército de Santa Ana queria justamente o oposto, a imediata submissão de toda aquela região ao império do México.
Comentários:
Excelente telefilme que tem a proposta de ser a adaptação mais fiel possível do ponto de vista histórico da lendária resistência do forte Álamo contra tropas mexicanas naquele período particularmente decisivo para o destino do Texas. Todos os grandes nomes daquele evento histórico como William Travis, Jim Bowie e Davy Crockett estão presentes no roteiro. A intenção é realmente chegar o mais próximo possível aos fatos históricos reais. O elenco é muito bom e como houve mais espaço para desenvolver melhor cada personagem a trama vai ficando cada vez mais interessante com o decorrer do tempo. A fonte que serviu de base para o roteiro foi o livro escrito por Lon Tinkle. Esse autor usou farta documentação histórica, tentando com isso desvincular a pura lenda dos fatos históricos verdadeiros. Assim, ao contrário de outras produções que enfocam a história do Álamo, temos aqui uma obra mais realista, longe dos devaneios patrióticos exagerados de filmes mais antigos. Nada de muito ufanista, o que é de fato um ponto positivo. Curiosamente, por ter uma boa produção a cargo da NBC, o filme não envelheceu e continua tão relevante hoje em dia como na época de seu lançamento. Para estudiosos da história então se torna realmente imperdível.
Pablo Aluísio.
Sanha Selvagem
Título no Brasil: Sanha Selvagem
Título Original: Warpath
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Frank Gruber
Elenco: Edmond O'Brien, Dean Jagger, Forrest Tucker
Sinopse:
John Vickers (Edmond O'Brien) é um veterano que decide ir atrás dos três assassinos de seu verdadeiro amor. Após encontrar um dos criminosos e entrar em confronto com ele, descobre que os outros dois entraram no exército americano e foram para o oeste. Vickers então nem pensa duas vezes e se alista novamente. Seu plano é seguir a pista dos assassinos para na primeira oportunidade que surgir os liquidar. Isso certamente o coloca em um dilema já que para isso terá que enfrentar uma corte marcial. E agora como ele poderá conciliar seu desejo de vingança com sua lealdade ao exército?
Comentários:
Filmes americanos sobre cavalaria costumam ser muito bons. Esse aliás é um tema muito cativante para fãs de western e ainda mais para aqueles que tiveram a oportunidade de, quando crianças, brincarem de Forte Apache. Aqui temos um filme elegante, muito bem desenvolvido e que lida com a questão da dualidade existente entre cumprir o regimento militar ou dar vazão a um desejo implacável de vingança. O filme é estrelado pelo grandalhão Edmond O'Brien (1915 - 1985) um ator que conseguiu fazer a complicada transição entre sua fase de galã (quando era jovem) para na velhice se tornar um grande ator de teatro e cinema. Foi inclusive vencedor do Oscar por seu trabalho no clássico "A Condessa Descalça". Entre os personagens explorados no filme temos a presença do lendário general da sétima cavalaria George Armstrong Custer, interpretado pelo ator James Millican. Em suma um belo trabalho de roteiro aliado a uma direção firme e segura, mostrando o momento em que dois valores importantes se chocam dentro da personalidade de um homem íntegro e honesto com suas emoções.
Pablo Aluísio.
Título Original: Warpath
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Frank Gruber
Elenco: Edmond O'Brien, Dean Jagger, Forrest Tucker
Sinopse:
John Vickers (Edmond O'Brien) é um veterano que decide ir atrás dos três assassinos de seu verdadeiro amor. Após encontrar um dos criminosos e entrar em confronto com ele, descobre que os outros dois entraram no exército americano e foram para o oeste. Vickers então nem pensa duas vezes e se alista novamente. Seu plano é seguir a pista dos assassinos para na primeira oportunidade que surgir os liquidar. Isso certamente o coloca em um dilema já que para isso terá que enfrentar uma corte marcial. E agora como ele poderá conciliar seu desejo de vingança com sua lealdade ao exército?
Comentários:
Filmes americanos sobre cavalaria costumam ser muito bons. Esse aliás é um tema muito cativante para fãs de western e ainda mais para aqueles que tiveram a oportunidade de, quando crianças, brincarem de Forte Apache. Aqui temos um filme elegante, muito bem desenvolvido e que lida com a questão da dualidade existente entre cumprir o regimento militar ou dar vazão a um desejo implacável de vingança. O filme é estrelado pelo grandalhão Edmond O'Brien (1915 - 1985) um ator que conseguiu fazer a complicada transição entre sua fase de galã (quando era jovem) para na velhice se tornar um grande ator de teatro e cinema. Foi inclusive vencedor do Oscar por seu trabalho no clássico "A Condessa Descalça". Entre os personagens explorados no filme temos a presença do lendário general da sétima cavalaria George Armstrong Custer, interpretado pelo ator James Millican. Em suma um belo trabalho de roteiro aliado a uma direção firme e segura, mostrando o momento em que dois valores importantes se chocam dentro da personalidade de um homem íntegro e honesto com suas emoções.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de junho de 2018
Vingança Terrível
Título no Brasil: Vingança Terrível
Título Original: The Raid
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Panoramic Productions
Direção: Hugo Fregonese
Roteiro: Sydney Boehm, Francis M. Cockrell
Elenco: Van Heflin, Anne Bancroft, Richard Boone
Sinopse:
Um grupo de prisioneiros confederados escapa para o Canadá e coloca em prática um plano para roubar os bancos da cidade de Saint Albans, em Vermont. Como se trata de uma cidade da União eles ainda pensam em tocar fogo no local, criando um clima de desespero e medo nos moradores aos quais eles consideram ianques infames. Roteiro parcialmente baseado em fatos reais.
Comentários:
Esse tipo de operação de guerra ficou bem conhecida na Guerra Civil Americana, especialmente em relação aos confederados. A ideia era pilhar e roubar toda uma cidade, sendo o dinheiro enviado para o quartel general dos rebeldes no sul dos Estados Unidos. Aqui as coisas surgem de uma maneira um pouco diferenciada. Os membros desse pelotão confederado errante querem mesmo é o dinheiro de Saint Albans para si, o que no final não os diferencia em nada em relação aos criminosos da época. Para estudar a cidade e seus hábitos, bem como o cotidiano das agências bancárias, o grupo envia o major Neal Benton (Van Heflin) que acaba gostando muito da hospitalidade daquela gente, e pior do que isso, acaba se apaixonando por uma viúva da guerra, Katy Bishop (Anne Bancroft), que também se afeiçoa a ele. E agora? Trairá seus comparsas e ficará ao lado daqueles pobres civis indefesos ou ao contrário disso segue em frente com o plano de roubo e assalto do lugar, ignorando seus sentimentos pessoais? O roteiro explora exatamente essa dualidade de caminhos que se abate sobre o personagem Neal, que inclusive é interpretado pelo ótimo ator Van Heflin de "Os Brutos Também Amam". Bom faroeste, valorizado pelo aspecto mais humano de todos os seus personagens.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Raid
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Panoramic Productions
Direção: Hugo Fregonese
Roteiro: Sydney Boehm, Francis M. Cockrell
Elenco: Van Heflin, Anne Bancroft, Richard Boone
Sinopse:
Um grupo de prisioneiros confederados escapa para o Canadá e coloca em prática um plano para roubar os bancos da cidade de Saint Albans, em Vermont. Como se trata de uma cidade da União eles ainda pensam em tocar fogo no local, criando um clima de desespero e medo nos moradores aos quais eles consideram ianques infames. Roteiro parcialmente baseado em fatos reais.
Comentários:
Esse tipo de operação de guerra ficou bem conhecida na Guerra Civil Americana, especialmente em relação aos confederados. A ideia era pilhar e roubar toda uma cidade, sendo o dinheiro enviado para o quartel general dos rebeldes no sul dos Estados Unidos. Aqui as coisas surgem de uma maneira um pouco diferenciada. Os membros desse pelotão confederado errante querem mesmo é o dinheiro de Saint Albans para si, o que no final não os diferencia em nada em relação aos criminosos da época. Para estudar a cidade e seus hábitos, bem como o cotidiano das agências bancárias, o grupo envia o major Neal Benton (Van Heflin) que acaba gostando muito da hospitalidade daquela gente, e pior do que isso, acaba se apaixonando por uma viúva da guerra, Katy Bishop (Anne Bancroft), que também se afeiçoa a ele. E agora? Trairá seus comparsas e ficará ao lado daqueles pobres civis indefesos ou ao contrário disso segue em frente com o plano de roubo e assalto do lugar, ignorando seus sentimentos pessoais? O roteiro explora exatamente essa dualidade de caminhos que se abate sobre o personagem Neal, que inclusive é interpretado pelo ótimo ator Van Heflin de "Os Brutos Também Amam". Bom faroeste, valorizado pelo aspecto mais humano de todos os seus personagens.
Pablo Aluísio.
O Último Duelo
Título no Brasil: O Último Duelo
Título Original: The Cimarron Kid
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Louis Stevens
Elenco: Audie Murphy, Beverly Tyler, James Best
Sinopse:
Bill Doolin (Audie Murphy) é um jovem acusado injustamente de roubo por funcionários corruptos da estrada de ferro. Revoltado pelas falsas acusações e perseguido por homens da lei, ele não vê outra alternativa a não ser se juntar à quadrilha dos Daltons, velhos amigos de longa data. Como pistoleiro acaba adotando o nome de The Cimarron Kid. Em pouco tempo sua destreza no gatilho o torna um nome conhecido. O problema é que outro membro de sua própria gangue resolve lhe trair, o que o deixa em uma situação delicada. Fugitivo, ele sonha em se esconder em algum país da América do Sul ou no México para tentar recomeçar sua vida ao lado da mulher que ama.
Comentários:
Budd Boetticher foi um dos mestres do western americano nos anos 1950. Dono de um estilo muito eficiente de rodar filmes baratos, mas bem cuidados, Boetticher conseguiu o reconhecimento dos fãs do gênero. Ao longo de várias décadas trabalhou ao lado de grandes nomes do faroeste como Randolph Scott. Aqui ele dirigiu outro astro dos filmes de bang bang, o veterano da Segunda Guerra Mundial Audie Murphy. As portas de Hollywood foram abertas porque ele foi um herói de guerra, o militar mais condecorado desse conflito sangrento que varreu o mundo na década de 1940. De volta à vida civil viu no cinema uma oportunidade de fazer carreira e contou com a sorte de ser dirigido por grandes cineastas como o próprio Budd Boetticher. Ao longo dos anos a Universal o escalou para uma série de filmes de western, sendo algumas produções B, que tinham como objetivo testar sua força nas bilheterias. Depois de interpretar Jesse James em "Cavaleiros da Bandeira Negra" e ter um belo sucesso com "A Glória de um Covarde" o estúdio finalmente se convenceu que tinha um astro em mãos. Assim "O Último Duelo" só confirmaria ainda mais a estrela de Murphy. Um bom western que realmente não fica nada a dever aos bons faroestes de sua época.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Cimarron Kid
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Louis Stevens
Elenco: Audie Murphy, Beverly Tyler, James Best
Sinopse:
Bill Doolin (Audie Murphy) é um jovem acusado injustamente de roubo por funcionários corruptos da estrada de ferro. Revoltado pelas falsas acusações e perseguido por homens da lei, ele não vê outra alternativa a não ser se juntar à quadrilha dos Daltons, velhos amigos de longa data. Como pistoleiro acaba adotando o nome de The Cimarron Kid. Em pouco tempo sua destreza no gatilho o torna um nome conhecido. O problema é que outro membro de sua própria gangue resolve lhe trair, o que o deixa em uma situação delicada. Fugitivo, ele sonha em se esconder em algum país da América do Sul ou no México para tentar recomeçar sua vida ao lado da mulher que ama.
Comentários:
Budd Boetticher foi um dos mestres do western americano nos anos 1950. Dono de um estilo muito eficiente de rodar filmes baratos, mas bem cuidados, Boetticher conseguiu o reconhecimento dos fãs do gênero. Ao longo de várias décadas trabalhou ao lado de grandes nomes do faroeste como Randolph Scott. Aqui ele dirigiu outro astro dos filmes de bang bang, o veterano da Segunda Guerra Mundial Audie Murphy. As portas de Hollywood foram abertas porque ele foi um herói de guerra, o militar mais condecorado desse conflito sangrento que varreu o mundo na década de 1940. De volta à vida civil viu no cinema uma oportunidade de fazer carreira e contou com a sorte de ser dirigido por grandes cineastas como o próprio Budd Boetticher. Ao longo dos anos a Universal o escalou para uma série de filmes de western, sendo algumas produções B, que tinham como objetivo testar sua força nas bilheterias. Depois de interpretar Jesse James em "Cavaleiros da Bandeira Negra" e ter um belo sucesso com "A Glória de um Covarde" o estúdio finalmente se convenceu que tinha um astro em mãos. Assim "O Último Duelo" só confirmaria ainda mais a estrela de Murphy. Um bom western que realmente não fica nada a dever aos bons faroestes de sua época.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de junho de 2018
A Máscara do Zorro
Título no Brasil: A Máscara do Zorro
Título Original: The Mask of Zorro
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Ted Elliott
Elenco: Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones
Sinopse:
Após passar décadas defendendo os injustiçados e oprimidos da Califórnia sob domínio espanhol no século XIX, o velho veterano Don Diego de la Vega (Anthony Hopkins) decide passar o seu legado de Zorro para um jovem chamado Alejandro Murrieta (Antonio Banderas), uma transição complicada já que embora seja um ótimo espadachim, sua personalidade é muito diferente da do Zorro original. Filme indicado aos Oscars de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Apesar do bom elenco, da produção caprichada e do roteiro que muitas vezes valoriza o aspecto mais fanfarrão do personagem, jamais consegui gostar plenamente dessa nova franquia envolvendo o lendário Zorro. A ideia de revitalizar o espadachim mais famoso do cinema partiu de Steven Spielberg em pessoa. Durante muito tempo ele realmente teve a intenção de dirigir o filme, o que fez com que nomes importantes como Anthony Hopkins assinassem contrato para participar do filme. O projeto porém parecia nunca ir em frente, sendo sucessivamente adiado ao longo de três anos. Na última hora porém Spielberg desistiu da empreitada. Ele alegou que estava com a agenda cheia demais, envolvido com dois outros filmes e que por essa razão seria impossível dirigir um terceiro. Resolveu então escolher o diretor Martin Campbell para dirigir o filme. Depois de assistir o resultado final penso que Spielberg realmente caiu fora por causa do fraco argumento e do tom mais farsesco que esse roteiro abraça. Em poucas palavras ele não quis assinar esse projeto. Realmente há muitos problemas, alguns deles impossíveis de se ignorar. A começar pelo elenco. Definitivamente Antonio Banderas exagerou nas caras e bocas, estragando com isso o próprio personagem Zorro que em sua atuação acabou virando um bufão, um retrato desbotado dos grandes atores que deram vida ao Zorro no passado. Ele parece estar convencido que faz parte de uma comédia pastelão! No meio de tantas escolhas equivocadas apenas a presença de Hopkins, como o Don Diego de la Vega original, já envelhecido e aposentado, e a beleza de Catherine Zeta-Jones salvam o filme do desastre completo.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Mask of Zorro
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Ted Elliott
Elenco: Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones
Sinopse:
Após passar décadas defendendo os injustiçados e oprimidos da Califórnia sob domínio espanhol no século XIX, o velho veterano Don Diego de la Vega (Anthony Hopkins) decide passar o seu legado de Zorro para um jovem chamado Alejandro Murrieta (Antonio Banderas), uma transição complicada já que embora seja um ótimo espadachim, sua personalidade é muito diferente da do Zorro original. Filme indicado aos Oscars de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Apesar do bom elenco, da produção caprichada e do roteiro que muitas vezes valoriza o aspecto mais fanfarrão do personagem, jamais consegui gostar plenamente dessa nova franquia envolvendo o lendário Zorro. A ideia de revitalizar o espadachim mais famoso do cinema partiu de Steven Spielberg em pessoa. Durante muito tempo ele realmente teve a intenção de dirigir o filme, o que fez com que nomes importantes como Anthony Hopkins assinassem contrato para participar do filme. O projeto porém parecia nunca ir em frente, sendo sucessivamente adiado ao longo de três anos. Na última hora porém Spielberg desistiu da empreitada. Ele alegou que estava com a agenda cheia demais, envolvido com dois outros filmes e que por essa razão seria impossível dirigir um terceiro. Resolveu então escolher o diretor Martin Campbell para dirigir o filme. Depois de assistir o resultado final penso que Spielberg realmente caiu fora por causa do fraco argumento e do tom mais farsesco que esse roteiro abraça. Em poucas palavras ele não quis assinar esse projeto. Realmente há muitos problemas, alguns deles impossíveis de se ignorar. A começar pelo elenco. Definitivamente Antonio Banderas exagerou nas caras e bocas, estragando com isso o próprio personagem Zorro que em sua atuação acabou virando um bufão, um retrato desbotado dos grandes atores que deram vida ao Zorro no passado. Ele parece estar convencido que faz parte de uma comédia pastelão! No meio de tantas escolhas equivocadas apenas a presença de Hopkins, como o Don Diego de la Vega original, já envelhecido e aposentado, e a beleza de Catherine Zeta-Jones salvam o filme do desastre completo.
Pablo Aluísio.
O Bandoleiro Temerário
Título no Brasil: O Bandoleiro Temerário
Título Original: The Texican
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Audie Murphy, Broderick Crawford, Diana Lorys
Sinopse:
Procurado nos Estados Unidos por roubo, Jess Carlin (Audie Murphy) decide fugir para o México onde pretende viver em paz o resto de seus dias de vida. Ele consegue cruzar a fronteira, mas quando pensa que terá paz descobre que seu irmão foi morto nos Estados Unidos por um caçador de recompensas que estava atrás dele. Procurando por vingança, ele retorna para acertar contas com o assassino de seu irmão. Começa então um jogo de vida e morte entre aqueles dois homens unidos por esse destino trágico.
Comentários:
Um dos últimos filmes da carreira de Audie Murphy. Uma produção entre Estados Unidos e Espanha o que já demonstrava que se tivesse vivido mais alguns anos Murphy teria mais cedo ou mais tarde se transferido definitivamente para o Western Spaghetti. É um faroeste B razoável, que se utiliza de um argumento um pouco saturado para faturar em cinemas pelo interior da América. O orçamento é pequeno e não há nada que lembre uma grande produção classe A de western do cinema americano. A Columbia Pictures, o mais modesto estúdio americano, resolveu realmente produzir um filme sem grandes pretensões comerciais, visando apenas faturar um pouco sem gastar muito. Tirando os dois nomes principais do elenco, Audie Murphy e Broderick Crawford, todos os demais membros do elenco são espanhóis. O filme foi rodado em uma região perto de Barcelona, conhecida por ter um deserto bem parecido com o deserto americano da Califórnia. O lugar é conhecido como Catalonia e vários faroestes spaghettis foram filmados por lá. Então é isso, um western mediano que passa longe de ser considerado um dos melhores da carreira de Audie Murphy. Mesmo assim vale a pena ser conhecido e assistido, nem que seja por apenas uma vez.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Texican
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Audie Murphy, Broderick Crawford, Diana Lorys
Sinopse:
Procurado nos Estados Unidos por roubo, Jess Carlin (Audie Murphy) decide fugir para o México onde pretende viver em paz o resto de seus dias de vida. Ele consegue cruzar a fronteira, mas quando pensa que terá paz descobre que seu irmão foi morto nos Estados Unidos por um caçador de recompensas que estava atrás dele. Procurando por vingança, ele retorna para acertar contas com o assassino de seu irmão. Começa então um jogo de vida e morte entre aqueles dois homens unidos por esse destino trágico.
Comentários:
Um dos últimos filmes da carreira de Audie Murphy. Uma produção entre Estados Unidos e Espanha o que já demonstrava que se tivesse vivido mais alguns anos Murphy teria mais cedo ou mais tarde se transferido definitivamente para o Western Spaghetti. É um faroeste B razoável, que se utiliza de um argumento um pouco saturado para faturar em cinemas pelo interior da América. O orçamento é pequeno e não há nada que lembre uma grande produção classe A de western do cinema americano. A Columbia Pictures, o mais modesto estúdio americano, resolveu realmente produzir um filme sem grandes pretensões comerciais, visando apenas faturar um pouco sem gastar muito. Tirando os dois nomes principais do elenco, Audie Murphy e Broderick Crawford, todos os demais membros do elenco são espanhóis. O filme foi rodado em uma região perto de Barcelona, conhecida por ter um deserto bem parecido com o deserto americano da Califórnia. O lugar é conhecido como Catalonia e vários faroestes spaghettis foram filmados por lá. Então é isso, um western mediano que passa longe de ser considerado um dos melhores da carreira de Audie Murphy. Mesmo assim vale a pena ser conhecido e assistido, nem que seja por apenas uma vez.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de junho de 2018
Bravura Indômita
Sempre é um prazer rever um faroeste como esse, com tudo o que os fãs do gênero tem direito. Sinceramente revendo o filme, achei uma injustiça com Wayne falar que ele só teria sido premiado com o Oscar por sua carreira, pelo conjunto da obra e não pela interpretação em si que mostra no filme. De certa forma essa é uma meia verdade pois ele está muito bem no papel de um agente federal beberrão, resmungão, gordo e velho, mas rápido no gatilho (como tinha que ser é claro!). O trabalho do ator é tão bom que esconde até mesmo a fraca atuação do ator Glen Campbell no papel do Texas Ranger que o acompanha na caçada ao assassino do pai da garotinha do filme (interpretada muito bem pela adolescente Kim Darby).
Temos que entender que Wayne foi premiado após anos de críticas ruins que afirmavam que ele na realidade era apenas um astro de Hollywood e que sempre interpretava o mesmo tipo de personagem. Isso acabou criando no ator um sentimento de inferioridade que só foi superado por esse merecido reconhecimento da Academia. Além disso não podemos ignorar que ele também foi homenageado pelo Globo de Ouro, o que de certa maneira reforçou ainda mais o talento de seu trabalho. Mesmo assim Wayne procurou manter a humildade, a ponto de soltar frases de puro humor sobre as premiações. Em determinado momento brincou dizendo: "Puxa, após tantos anos de carreira... se eu soubesse disso teria colocado um tapa-olho bem antes na minha vida".
Além de um roteiro acima da média, com ótimas tomadas externas e conflitos armados, "Bravura Indômita" ainda traz um elenco de apoio de respeito. Nada mais nada menos do que Dennis Hopper e Robert Duvall (que vejam só já estava ficando careca naquela época!). Duvall está particularmente muito bem no papel de um dos procurados por Wayne. Ele não tem muita chance de atuar, mas quando possível mostra domínio do que faz. O diretor Henry Hathaway não esqueceu também de investir em divertidos momentos de descontração e humor (que de certa forma está mais ausente do remake), principalmente nos momentos entre Wayne e Darby (que se dão muito bem em cena, sendo naturalmente divertido o contraste entre a garota e o marshal mal humorado e beberrão). Enfim, eis aqui dos grandes clássicos do western americano. Não resta dúvida que "Bravura Indômita" é mesmo um filmaço!
Bravura Indômita (True Gift, Estados Unidos, 1969) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Marguerite Roberts baseado na novela de Charles Portis / Elenco: John Wayne, Kim Darby, Glen Campbell, Robert Duvall, Dennis Hopper / Sinopse: Jovem gerota contrata os serviços de um agente beberrão e gordo para ir atrás dos assassinos de seu pai. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Música Original. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (John Wayne). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Drama (John Wayne). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original. Filme vencedor do Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (John Wayne).
Pablo Aluísio.
Além de um roteiro acima da média, com ótimas tomadas externas e conflitos armados, "Bravura Indômita" ainda traz um elenco de apoio de respeito. Nada mais nada menos do que Dennis Hopper e Robert Duvall (que vejam só já estava ficando careca naquela época!). Duvall está particularmente muito bem no papel de um dos procurados por Wayne. Ele não tem muita chance de atuar, mas quando possível mostra domínio do que faz. O diretor Henry Hathaway não esqueceu também de investir em divertidos momentos de descontração e humor (que de certa forma está mais ausente do remake), principalmente nos momentos entre Wayne e Darby (que se dão muito bem em cena, sendo naturalmente divertido o contraste entre a garota e o marshal mal humorado e beberrão). Enfim, eis aqui dos grandes clássicos do western americano. Não resta dúvida que "Bravura Indômita" é mesmo um filmaço!
Bravura Indômita (True Gift, Estados Unidos, 1969) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Marguerite Roberts baseado na novela de Charles Portis / Elenco: John Wayne, Kim Darby, Glen Campbell, Robert Duvall, Dennis Hopper / Sinopse: Jovem gerota contrata os serviços de um agente beberrão e gordo para ir atrás dos assassinos de seu pai. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Música Original. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (John Wayne). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Drama (John Wayne). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original. Filme vencedor do Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (John Wayne).
Pablo Aluísio.
Sem Lei e Sem Alma
Entre tantas histórias que ficaram célebres no velho oeste poucas conseguiram alcançar a fama do tiroteio ocorrido no Ok Corral em Tombstone, Arizona. De um lado o lendário xerife Wyatt Earp (Burt Lancaster), seus irmãos e Doc Holliday (Kirk Douglas), do outro lado o bando dos irmãos Clanton. Ambos se enfrentaram face a face, cada um a poucos metros do outro, armas em punho, um duelo que entrou para a história e que foi fartamente explorado no cinema durante todos esses anos. Esse "Sem Lei e Sem Alma" é até hoje considerado uma das melhores versões já feitas sobre o evento. O roteiro é extremamente bem trabalhado, nitidamente dividido em dois atos que se fecham e se complementam de forma perfeita. No primeiro ato acompanhamos a chegada de Wyatt Earp numa pequena cidade do velho oeste. Ele vem no encalço de Johnny Ringo (John Ireland) e seu bando. Lá se aproxima do pistoleiro e jogador inveterado Doc Holliday e acaba salvando sua vida ao ajudá-lo a fugir de seu próprio linchamento. No segundo ato encontramos os personagens já em Tombstone, a lendária cidade, onde nos 15 minutos finais do filme ocorrerá o famoso confronto no O.K. Corral.
Burt Lancaster e Kirk Douglas estão perfeitos em seus papéis. Kirk Douglas em especial encontrou grande afinidade entre sua própria personalidade expansiva e extrovertida e a figura do lendário Doc Holliday. Esse como já tive a oportunidade de escrever é realmente um personagem à prova de falhas. Um dentista corroído pela tuberculose que ocupava todo seu tempo jogando cartas e se envolvendo em confusões pelas cidadezinhas por onde passava. O que fazia de Doc um ótimo pistoleiro é que seu instinto de preservação já não era tão acentuado pois sempre se via no limite, à beira da morte, por isso para ele tanto fazia morrer em um tiroteio ou escapar vivo para mais um duelo à frente. Sua frieza e pontaria certeira o transformaram em uma lenda do velho oeste. Já Wyatt Earp também encontrou um ator ideal em Burt Lancaster. Íntegro, honesto e temido, procurava manter a lei em uma região infestada de facínoras e bandoleiros. O duelo no O.K. Curral foi apenas uma das inúmeras histórias envolvendo esse famoso homem da lei. Para finalizar é bom salientar que a despeito de sua imensa qualidade cinematográfica, "Sem Lei e Sem Alma" não é completamente fiel aos fatos históricos. O próprio duelo final, razão de existência do filme, não ocorreu da forma mostrada no filme. De fato os eventos reais foram bem mais simples, pois os dois grupos rivais estavam frente a frente, a poucos metros uns dos outros. No filme há toda uma sequência de cenas que não existiram como a queima da carroça, por exemplo. Johnny Ringo, o famoso pistoleiro, também não estava no confronto do O.K. Ele foi morto tempos depois no meio do deserto. Suspeita-se que foi morto por Doc Holliday pois ambos tinham uma rivalidade antiga que só seria resolvida com armas em punho. De qualquer forma esses detalhes em nada diminuem a extrema qualidade de "Sem Lei e Sem Alma", que hoje é considerado merecidamente um dos melhores westerns já realizados. Uma obra prima certamente.
Sem Lei e Sem Alma (Gunfight at the O.K. Corral, Estados Unidos, 1957) Direção: John Sturges / Roteiro: Leon Uris baseado no artigo escrito por George Scullin / Elenco: Burt Lancaster, Kirk Douglas, Rhonda Fleming, Jo Van Fleet, John Ireland, Frank Faylen, Ted de Corsia, Dennis Hopper, DeForest Kelley, Martin Milner / Sinopse: Wyatt Earp (Burt Lancaster), seus irmãos e Doc Holliday (Kirk Douglas) resolvem enfrentar cara a cara um bando de ladrões de gado no O.K. Corral em Tombstone, Arizona.
Pablo Aluísio.
Burt Lancaster e Kirk Douglas estão perfeitos em seus papéis. Kirk Douglas em especial encontrou grande afinidade entre sua própria personalidade expansiva e extrovertida e a figura do lendário Doc Holliday. Esse como já tive a oportunidade de escrever é realmente um personagem à prova de falhas. Um dentista corroído pela tuberculose que ocupava todo seu tempo jogando cartas e se envolvendo em confusões pelas cidadezinhas por onde passava. O que fazia de Doc um ótimo pistoleiro é que seu instinto de preservação já não era tão acentuado pois sempre se via no limite, à beira da morte, por isso para ele tanto fazia morrer em um tiroteio ou escapar vivo para mais um duelo à frente. Sua frieza e pontaria certeira o transformaram em uma lenda do velho oeste. Já Wyatt Earp também encontrou um ator ideal em Burt Lancaster. Íntegro, honesto e temido, procurava manter a lei em uma região infestada de facínoras e bandoleiros. O duelo no O.K. Curral foi apenas uma das inúmeras histórias envolvendo esse famoso homem da lei. Para finalizar é bom salientar que a despeito de sua imensa qualidade cinematográfica, "Sem Lei e Sem Alma" não é completamente fiel aos fatos históricos. O próprio duelo final, razão de existência do filme, não ocorreu da forma mostrada no filme. De fato os eventos reais foram bem mais simples, pois os dois grupos rivais estavam frente a frente, a poucos metros uns dos outros. No filme há toda uma sequência de cenas que não existiram como a queima da carroça, por exemplo. Johnny Ringo, o famoso pistoleiro, também não estava no confronto do O.K. Ele foi morto tempos depois no meio do deserto. Suspeita-se que foi morto por Doc Holliday pois ambos tinham uma rivalidade antiga que só seria resolvida com armas em punho. De qualquer forma esses detalhes em nada diminuem a extrema qualidade de "Sem Lei e Sem Alma", que hoje é considerado merecidamente um dos melhores westerns já realizados. Uma obra prima certamente.
Sem Lei e Sem Alma (Gunfight at the O.K. Corral, Estados Unidos, 1957) Direção: John Sturges / Roteiro: Leon Uris baseado no artigo escrito por George Scullin / Elenco: Burt Lancaster, Kirk Douglas, Rhonda Fleming, Jo Van Fleet, John Ireland, Frank Faylen, Ted de Corsia, Dennis Hopper, DeForest Kelley, Martin Milner / Sinopse: Wyatt Earp (Burt Lancaster), seus irmãos e Doc Holliday (Kirk Douglas) resolvem enfrentar cara a cara um bando de ladrões de gado no O.K. Corral em Tombstone, Arizona.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de junho de 2018
Os Comancheros
Paul Regret ( Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin). “Os Comancheros” é mais um excelente western na extensa filmografia de John Wayne. Rodado quase que totalmente nos desertos de Utah (aqui fazendo papel de Texas) o filme foi dirigido pelo veterano cineasta Michael Curtiz, o consagrado diretor de “Casablanca”. As filmagens no deserto porém foram bem complicadas. Curtiz, de idade um tanto quanto avançada e com problemas de saúde, não conseguiu lidar com o tamanho da produção sozinho. Assim a Fox determinou ao próprio John Wayne que assumisse a direção várias vezes em um trabalho que acabou não sendo creditado a ele. Wayne que tinha acabado de dirigir “O Álamo” aceitou o desafio de bom grado. Ele tinha especial respeito por Curtiz e sentiu orgulho em dirigir ao lado do famoso diretor. O resultado é que sob seu comando o filme focou bem mais nas cenas de lutas e ação no meio do deserto árido. Wayne gostava de cenas grandiosas, de impacto, como bem demonstrou em “O Álamo” e as repetiu aqui com grande êxito.
Duas sequências inclusive se sobressaem. A luta entre comancheros, índios e Texas Rangers em um rancho e a longa cena final onde os mesmos grupos novamente se enfrentam em boas e bem coreografadas batalhas campais. Essas duas sequências foram inteiramente dirigidas por John Wayne mostrando seu talento como bom cineasta. Já as cenas mais dramáticas, de atuação, ficaram sob o comando de Michael Curtiz. Infelizmente esse foi o último filme do consagrado diretor que viria a morrer poucos meses após o filme ser finalmente concluído. Aos 72 anos e com 173 filmes no currículo Curtiz já havia dado seu recado. Seu último trabalho revela um produto de extrema qualidade, muito bem roteirizado e com inspiradas atuações de todo o elenco. Um canto de cisne à altura desse genial artista que se despediu do cinema em um dos gêneros mais populares e iconográficos da história da sétima arte. Por isso “Os Comancheros” é simplesmente obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.
Os Comancheros (The Comancheros, Estados Unidos, 1961) Direção: Michael Curtiz, John Wayne (não creditado) / Roteiro: James Edward Grant, Clair Huffaker baseado na novela de Paul Wellman / Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne / Sinopse: Paul Regret (Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin).
Pablo Aluísio.
Duas sequências inclusive se sobressaem. A luta entre comancheros, índios e Texas Rangers em um rancho e a longa cena final onde os mesmos grupos novamente se enfrentam em boas e bem coreografadas batalhas campais. Essas duas sequências foram inteiramente dirigidas por John Wayne mostrando seu talento como bom cineasta. Já as cenas mais dramáticas, de atuação, ficaram sob o comando de Michael Curtiz. Infelizmente esse foi o último filme do consagrado diretor que viria a morrer poucos meses após o filme ser finalmente concluído. Aos 72 anos e com 173 filmes no currículo Curtiz já havia dado seu recado. Seu último trabalho revela um produto de extrema qualidade, muito bem roteirizado e com inspiradas atuações de todo o elenco. Um canto de cisne à altura desse genial artista que se despediu do cinema em um dos gêneros mais populares e iconográficos da história da sétima arte. Por isso “Os Comancheros” é simplesmente obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.
Os Comancheros (The Comancheros, Estados Unidos, 1961) Direção: Michael Curtiz, John Wayne (não creditado) / Roteiro: James Edward Grant, Clair Huffaker baseado na novela de Paul Wellman / Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne / Sinopse: Paul Regret (Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin).
Pablo Aluísio.
A Sétima Cavalaria
"A Sétima Cavalaria" começa onde praticamente todos os filmes sobre o General Custer terminam. Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado. "A Sétima Cavalaria" é seguramente um dos melhores westerns estrelados por Randolph Scott. O roteiro é muito bem escrito e se concentra nos eventos que ocorreram após a morte de Custer e a Sétima Cavalaria. O inquérito aberto pelo exército americano, as dúvidas sobre as reais intenções de Benson ao pedir licença, a necessidade de resgatar todos os restos mortais dos militares em Little Big Horn, tudo é extremamente bem exposto em grande momento de Scott no cinema. Há cenas impactantes como a volta do cavalo do general ao campo de batalha e a questão sobre a quem pertenceria os despojos da grande batalha - aos vencedores ou aos soldados da cavalaria?
Uma das coisas que mais chamam atenção nesse filme é a questão sobre quem teria sido responsável pelo massacre das tropas americanas. Durante muitos anos após o desastre em Little Big Horn houve uma glorificação do General Custer. Considerado herói pois morreu lutando, seu legado foi incontestável por anos. Depois descobriu-se que Custer cometeu muitos erros no campo de batalha. Extremamente vaidoso e egocêntrico, Custer queria alcançar os picos da glória ao acreditar que venceria toda uma nação Sioux apenas com poucos homens extremamente bem treinados. Se equivocou feio o que acabaria custando a vida de centenas de soldados e oficiais americanos. O filme não tem medo de tocar nessa ferida e o faz de forma brilhante. Para quem gosta da história do velho oeste "A Sétima Cavalaria" é essencial.
A Sétima Cavalaria (7th Cavalry, Estados Unidos, 1956) Direção: Joseph H. Lewis / Roteiro: Peter Packer baseado no livro de Glendon Swarthout / Elenco: Randolph Scott, Barbara Hale, Jay C. Flippen / Sinopse: Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado.
Pablo Aluísio.
Uma das coisas que mais chamam atenção nesse filme é a questão sobre quem teria sido responsável pelo massacre das tropas americanas. Durante muitos anos após o desastre em Little Big Horn houve uma glorificação do General Custer. Considerado herói pois morreu lutando, seu legado foi incontestável por anos. Depois descobriu-se que Custer cometeu muitos erros no campo de batalha. Extremamente vaidoso e egocêntrico, Custer queria alcançar os picos da glória ao acreditar que venceria toda uma nação Sioux apenas com poucos homens extremamente bem treinados. Se equivocou feio o que acabaria custando a vida de centenas de soldados e oficiais americanos. O filme não tem medo de tocar nessa ferida e o faz de forma brilhante. Para quem gosta da história do velho oeste "A Sétima Cavalaria" é essencial.
A Sétima Cavalaria (7th Cavalry, Estados Unidos, 1956) Direção: Joseph H. Lewis / Roteiro: Peter Packer baseado no livro de Glendon Swarthout / Elenco: Randolph Scott, Barbara Hale, Jay C. Flippen / Sinopse: Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de junho de 2018
A Marca da Forca
Jed Cooper (Cint Eastwood) é confundido com um criminoso sendo espancado e linchado por um xerife corrupto e seu bando. Tempos depois retorna ao mesmo local para acertar as devidas contas entre eles. Eu costumo dizer que só dois atores garantem qualidade em seus filmes de western. Um é John Wayne. O outro é Clint Eastwood. Simplesmente não existem filmes com eles do gênero faroeste que sejam ruins. Todos são no mínimo bons, quando não são excepcionais. Esse "A Marca da Forca" é um exemplo claro dessa afirmação. Gosto muito dos antigos westerns da carreira do Clint. Nos anos 60 e 70 Clint estrelou uma série de ótimos filmes, quase sempre fazendo o mesmo papel, o do pistoleiro misterioso e de poucas palavras, que surge do nada e da mesma forma some ao final do filme. Esses personagens enigmáticos porém sempre tinham um passado por trás e nunca iam a essas cidades perdidas do velho oeste sem um objetivo em mente. Geralmente no decorrer do filme o espectador ia aos poucos entendendo o que ele fazia ali e quais eram seus propósitos. Clint Eastwood, com olhar de pedra encontrou seu veículo ideal nesse tipo de produção. A fórmula era certa e Clint colecionou uma série de sucessos de bilheteria assim.
Esse aqui segue basicamente essa linha embora tenha diferenças. Clint ainda continua durão mas o roteiro abre algumas concessões. Ao ler a sinopse a pessoa pode ser levada ao erro de pensar que tudo não passa de um acerto de contas entre ele e os vilões que tentaram lhe enforcar no começo do filme. Pois acredite, o filme tem um bom subtexto sobre a questão de se fazer justiça com as próprias mãos e até abre espaço para algumas cenas de romance com o personagem de Eastwood! Tudo isso porém não alivia e nem tira o filme de seu foco principal, o de ser um bang bang à moda antiga, com muitos tiroteios, enforcamentos e socos! Em essência é um legítimo western da primeira fase da carreira de Clint. Se você gosta não vai se arrepender.
A Marca da Forca (Hang 'Em High, EUA, 1968) Direção: Ted Post / Roteiro: Leonard Freeman, Mel Goldberg / Elenco: Clint Eastwood, Inger Stevens, Ed Begley, Pat Hingle, Ben Johnson / Sinopse: Jed Cooper (Cint Eastwood) é confundido com um criminoso sendo espancado e linchado por um xerife corrupto e seu bando. Tempos depois retorna ao mesmo local para acertar as devidas contas entre eles.
Pablo Aluísio.
Esse aqui segue basicamente essa linha embora tenha diferenças. Clint ainda continua durão mas o roteiro abre algumas concessões. Ao ler a sinopse a pessoa pode ser levada ao erro de pensar que tudo não passa de um acerto de contas entre ele e os vilões que tentaram lhe enforcar no começo do filme. Pois acredite, o filme tem um bom subtexto sobre a questão de se fazer justiça com as próprias mãos e até abre espaço para algumas cenas de romance com o personagem de Eastwood! Tudo isso porém não alivia e nem tira o filme de seu foco principal, o de ser um bang bang à moda antiga, com muitos tiroteios, enforcamentos e socos! Em essência é um legítimo western da primeira fase da carreira de Clint. Se você gosta não vai se arrepender.
A Marca da Forca (Hang 'Em High, EUA, 1968) Direção: Ted Post / Roteiro: Leonard Freeman, Mel Goldberg / Elenco: Clint Eastwood, Inger Stevens, Ed Begley, Pat Hingle, Ben Johnson / Sinopse: Jed Cooper (Cint Eastwood) é confundido com um criminoso sendo espancado e linchado por um xerife corrupto e seu bando. Tempos depois retorna ao mesmo local para acertar as devidas contas entre eles.
Pablo Aluísio.
Golpe de Misericórdia
Achei um western bastante eficiente. No fundo o filme vai agradar a diversos tipos de cinéfilos: aos que gostam de faroestes clássicos e aos que curtem também filmes sobre assaltos. A trama central gira em torno do roubo de um trem no distante território do Colorado (praticamente um deserto inóspito naquela época em que o filme é passado). Embora o filme não entre muito no desenvolvimento dos personagens (o que é comum em faroestes dos anos 50) o fato é que o roteiro demonstra preocupação em mostrar as motivações e os sentimentos de Wes McQueen (Joel McCrea), fugitivo e principal membro do grupo que planeja executar o crime, o que no final das contas é um diferencial.
O elenco é liderado pelo ator Joel McCrea, durão sem perder a ternura (principalmente em relação às beldades em cena). Dessas a que mais me chamou a atenção foi Virginia Mayo. Era canastrona sim mas fotografava muito bem na tela, principalmente pelos olhares que foram extremamente bem captados pelo diretor. E por falar nele, Raoul Walsh era um excelente cineasta. Isso é bem demonstrado no uso maravilhoso que ele faz da paisagem natural que se torna quase um personagem próprio. Aliás curiosamente o filme foi rodado em 3 Estados diferentes (Califórnia, Arizona e Novo México) e embora o filme leve o nome original do território do Colorado esse não foi utilizado em cena! Enfim, coisas de cinema. Recomendo para os fãs de bons faroestes de ação com excelentes tomadas de cena mostrando o roubo do trem em movimento. Vale a pena.
Golpe de Misericórdia (Colorado Territory, EUA, 1949) Direção de Raoul Walsh / Roteiro de Edmund H. North e John Twist / Elenco: Joel McCrea, Virginia Mayo, Doroth Malone / Sinopse: Fora da lei, Wes McQueen (Joel McCrea) foge da prisão e se encontra com seu parceiro e velho amigo Dave Rickard (Basil Ruysdael).
Pablo Aluísio.
O elenco é liderado pelo ator Joel McCrea, durão sem perder a ternura (principalmente em relação às beldades em cena). Dessas a que mais me chamou a atenção foi Virginia Mayo. Era canastrona sim mas fotografava muito bem na tela, principalmente pelos olhares que foram extremamente bem captados pelo diretor. E por falar nele, Raoul Walsh era um excelente cineasta. Isso é bem demonstrado no uso maravilhoso que ele faz da paisagem natural que se torna quase um personagem próprio. Aliás curiosamente o filme foi rodado em 3 Estados diferentes (Califórnia, Arizona e Novo México) e embora o filme leve o nome original do território do Colorado esse não foi utilizado em cena! Enfim, coisas de cinema. Recomendo para os fãs de bons faroestes de ação com excelentes tomadas de cena mostrando o roubo do trem em movimento. Vale a pena.
Golpe de Misericórdia (Colorado Territory, EUA, 1949) Direção de Raoul Walsh / Roteiro de Edmund H. North e John Twist / Elenco: Joel McCrea, Virginia Mayo, Doroth Malone / Sinopse: Fora da lei, Wes McQueen (Joel McCrea) foge da prisão e se encontra com seu parceiro e velho amigo Dave Rickard (Basil Ruysdael).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Quatro Confissões
Versão americana do clássico "Rashomon" de Akira Kurosawa (inclusive ele está creditado como um dos roteiristas). Eu gostei bastante do resultado final embora realmente não se possa comparar com o original. O filme bebe bastante da fonte não do filme de Kurosawa mas sim da peça japonesa original. Isso é bem notado durante a projeção, uma vez que o estilo realmente é bem teatral, fortemente baseado no talento dos atores em cena. Dentre eles obviamente se destaca Paul Newman. Numa das caracterizações mais incomuns de sua carreira o ator se sai excepcionalmente bem como "Carrasco", bandoleiro, ladrão, pistoleiro e estuprador mexicano. Como o filme é baseado no que relembram as testemunhas sobre a morte de um ex Coronel, e como esses depoimentos são diferentes entre si, nos deparamos no filme com quatro caracterizações diferentes de cada personagem. Carrasco, por exemplo, surge como valente, herói, covarde, mentiroso ou estuprador - de acordo com cada testemunha. Agora imaginem ter que interpretar tantas nuances diferentes assim! Pois Newman, e o elenco de apoio, conseguem passar por esse teste de fogo.
A atriz Claire Bloom também está excelente - pois seu personagem rapidamente passa de jovem donzela em perigo a vagabunda de plantão. O mais interessante em "Quatro Confissões" é que ao final do filme, após todos darem seu testemunho sobre o que teria acontecido entre o bandido Carrasco e o casal, saímos sem saber exatamente o que aconteceu! Isso mesmo, o filme é totalmente livre na interpretação do espectador que assim vai escolher (ou tentar escolher) em qual versão irá acreditar. O diretor Martin Ritt (parceiro de Paul Newman em várias produções) conseguiu algo muito valioso: fazer um filme ágil com roteiro bem elaborado, de bastante conteúdo. Tanto que recomendo que se assista mais de uma vez para destrinchar todos os detalhes que ocorrem durante o filme. Recomendo sem receios - inclusive para estudantes de direito pois é muito curioso acompanhar como uma mesma história pode ter tantas versões diferentes entre si, dependendo de quem as conta.
Quatro Confissões (The Outrage, EUA, 1964) Direção de Martin Ritt / Roteiro de Michael Kanin e Akira Kurosawa / Elenco: Paul Newman, William Shatner, Edward G Robinson, Laurence Harvey e Claire Bloom / Sinopse: Carrasco (Paul Newman) é um bandoleiro mexicano que captura a diligência onde se encontram um veterano Coronel da Guerra Civil e sua bela e jovem esposa. A partir desse momento acabam surgindo diversas versões do que efetivamente teria ocorrido durante o julgamento do crime que ocorreu.
Pablo Aluísio.
A atriz Claire Bloom também está excelente - pois seu personagem rapidamente passa de jovem donzela em perigo a vagabunda de plantão. O mais interessante em "Quatro Confissões" é que ao final do filme, após todos darem seu testemunho sobre o que teria acontecido entre o bandido Carrasco e o casal, saímos sem saber exatamente o que aconteceu! Isso mesmo, o filme é totalmente livre na interpretação do espectador que assim vai escolher (ou tentar escolher) em qual versão irá acreditar. O diretor Martin Ritt (parceiro de Paul Newman em várias produções) conseguiu algo muito valioso: fazer um filme ágil com roteiro bem elaborado, de bastante conteúdo. Tanto que recomendo que se assista mais de uma vez para destrinchar todos os detalhes que ocorrem durante o filme. Recomendo sem receios - inclusive para estudantes de direito pois é muito curioso acompanhar como uma mesma história pode ter tantas versões diferentes entre si, dependendo de quem as conta.
Quatro Confissões (The Outrage, EUA, 1964) Direção de Martin Ritt / Roteiro de Michael Kanin e Akira Kurosawa / Elenco: Paul Newman, William Shatner, Edward G Robinson, Laurence Harvey e Claire Bloom / Sinopse: Carrasco (Paul Newman) é um bandoleiro mexicano que captura a diligência onde se encontram um veterano Coronel da Guerra Civil e sua bela e jovem esposa. A partir desse momento acabam surgindo diversas versões do que efetivamente teria ocorrido durante o julgamento do crime que ocorreu.
Pablo Aluísio.
Audácia de um Forasteiro
Faroeste B estrelado pelo veterano ator Fred MacMurray (50 anos de carreira e quase 100 filmes no curriculum!). Aqui ele faz um tipo que nem era tão comum dentro de sua filmografia. Para falar a verdade sua persona em cena como um cowboy casca grossa e fugitivo não convence muito. Ele tinha cara de bonachão e se saía melhor em comédias ou filmes família como os que realizou nos estúdios Disney. Ao seu lado em cena pelo menos um ator de faroeste de verdade: James Coburn. Muito jovem ele interpreta um capanga da quadrilha local. "Audácia de um Forasteiro" estava há muitos anos sem passar no Brasil mas recentemente ele foi exibido pela Rede Record que detém seus direitos. Infelizmente tantos nos EUA como no Brasil o filme permanece inédito no mercado de DVD e Blu-Ray.
O filme foi feito na Columbia no auge da popularidade dos filmes de bang-bang. Como esse tipo de western sempre dava bilheteria os filmes eram rodados em escala industrial, um atrás do outro, geralmente aproveitando as mesmas locações e os mesmos cenários. O filme foi dirigido por Paul Wendkos, outro profissional veterano com mais de 100 filmes em sua lista! O interessante é que assim como MacMurray ele também não era especialista em filmes de western! Enfim, o filme é isso, um faroeste curto, rápido e direto para ser exibido nas matinês dos cinemas nos anos 50. Vale como curiosidade.
Audácia de Um Forasteiro (Face of a Fugitive, EUA, 1959) Direção de Paul Wendkos / Roteiro: David T. Chantler e Daniel B. Ullman / Elenco: Fred MacMurray, Lin McCarthy, James Coburn e Dorothy Green / Sinopse: Pistoleiro mata um xerife e foge para uma pequena cidade onde muda de identidade e se envolve numa disputa de terras públicas.
Pablo Aluísio.
O filme foi feito na Columbia no auge da popularidade dos filmes de bang-bang. Como esse tipo de western sempre dava bilheteria os filmes eram rodados em escala industrial, um atrás do outro, geralmente aproveitando as mesmas locações e os mesmos cenários. O filme foi dirigido por Paul Wendkos, outro profissional veterano com mais de 100 filmes em sua lista! O interessante é que assim como MacMurray ele também não era especialista em filmes de western! Enfim, o filme é isso, um faroeste curto, rápido e direto para ser exibido nas matinês dos cinemas nos anos 50. Vale como curiosidade.
Audácia de Um Forasteiro (Face of a Fugitive, EUA, 1959) Direção de Paul Wendkos / Roteiro: David T. Chantler e Daniel B. Ullman / Elenco: Fred MacMurray, Lin McCarthy, James Coburn e Dorothy Green / Sinopse: Pistoleiro mata um xerife e foge para uma pequena cidade onde muda de identidade e se envolve numa disputa de terras públicas.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 13 de junho de 2018
A Estrada de Santa Fé
Título no Brasil: A Estrada de Santa Fé
Título Original: Santa Fe Trail
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Robert Buckner
Elenco: Errol Flynn, Ronald Reagan, Olivia de Havilland, Raymond Massey, Van Heflin, William Lundigan
Sinopse:
Nas vésperas da guerra civil americana dois jovens cadetes, Jeb Stuart (Errol Flynn) e George Custer (Ronald Reagan), se tornam amigos e vão vivendo as experiências típicas da idade em um momento particularmente turbulento para a nação, onde se torna iminente a eclosão de um dos maiores conflitos da história daquele país. Ao mesmo tempo em que tentam sobreviver ao caos político do momento vão se enamorando pela bela 'Kit Carson' Holliday (Olivia de Havilland).
Comentários:
Roteiro parcialmente inspirado em fatos históricos reais. Um bom faroeste que talvez erre um pouco do ponto de vista ideológico. Sob esse ponto de vista fiquei realmente com sérias dúvidas sobre quais seriam suas verdadeiras intenções. O roteiro é muito dúbio e pra falar a verdade passa a impressão que é de fato mal intencionado. Os vilões do filme são todos abolicionistas. Isso mesmo, John Brown (líder abolicionista da história americana) é retratado aqui como um maníaco, fanático religioso e surtado! Os que lutam ao seu lado pelo fim da escravidão nos EUA são todos assassinos sanguinários! Enquanto isso os mocinhos são representados pelos personagens de Errol Flynn (fazendo o papel do jovem cadete sulista de nome Jeb Stuart) e por Ronald Reagan, isso mesmo o futuro presidente dos EUA, no papel de ora vejam só, George Custer! Ele mesmo o famoso general americano da sétima cavalaria que foi morto por Touro Sentado alguns anos depois!
Talvez Jack Warner, o produtor, tivesse uma visão do mundo bem alinhada com o que os confederados defendiam. Só isso explicaria diálogos que me deixaram surpreso, como quando o personagem de Errol Flynn briga com outro cadete por este estar lendo um manifesto pelo fim da escravidão! Em outra cena um casal de negros afirma que "não querem a liberdade de John Brown" e preferem voltar para sua antiga casa, no sul! A questão é que no sul dos Estados Unidos naquele período histórico a população negra era toda escrava, usada como mão de obra das grandes fazendas de algodão. Quem em sã consciência acreditaria que um negro iria desejar uma coisa dessas para si e seus parentes?! É claro que soa absurdo. Agora, deixando tudo isso de lado, não há como negar que é uma excelente produção com muita ação e cenas de batalhas bem feitas. Sob o ponto de vista puramente cinematográfico é certamente um belo filme. Pena que o roteiro seja tão maniqueísta e equivocado. Detalhe: A morte de John Brown, o abolicionista, acabou sendo o estopim da guerra civil americana! Quem diria...
Pablo Aluísio.
Título Original: Santa Fe Trail
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Robert Buckner
Elenco: Errol Flynn, Ronald Reagan, Olivia de Havilland, Raymond Massey, Van Heflin, William Lundigan
Sinopse:
Nas vésperas da guerra civil americana dois jovens cadetes, Jeb Stuart (Errol Flynn) e George Custer (Ronald Reagan), se tornam amigos e vão vivendo as experiências típicas da idade em um momento particularmente turbulento para a nação, onde se torna iminente a eclosão de um dos maiores conflitos da história daquele país. Ao mesmo tempo em que tentam sobreviver ao caos político do momento vão se enamorando pela bela 'Kit Carson' Holliday (Olivia de Havilland).
Comentários:
Roteiro parcialmente inspirado em fatos históricos reais. Um bom faroeste que talvez erre um pouco do ponto de vista ideológico. Sob esse ponto de vista fiquei realmente com sérias dúvidas sobre quais seriam suas verdadeiras intenções. O roteiro é muito dúbio e pra falar a verdade passa a impressão que é de fato mal intencionado. Os vilões do filme são todos abolicionistas. Isso mesmo, John Brown (líder abolicionista da história americana) é retratado aqui como um maníaco, fanático religioso e surtado! Os que lutam ao seu lado pelo fim da escravidão nos EUA são todos assassinos sanguinários! Enquanto isso os mocinhos são representados pelos personagens de Errol Flynn (fazendo o papel do jovem cadete sulista de nome Jeb Stuart) e por Ronald Reagan, isso mesmo o futuro presidente dos EUA, no papel de ora vejam só, George Custer! Ele mesmo o famoso general americano da sétima cavalaria que foi morto por Touro Sentado alguns anos depois!
Talvez Jack Warner, o produtor, tivesse uma visão do mundo bem alinhada com o que os confederados defendiam. Só isso explicaria diálogos que me deixaram surpreso, como quando o personagem de Errol Flynn briga com outro cadete por este estar lendo um manifesto pelo fim da escravidão! Em outra cena um casal de negros afirma que "não querem a liberdade de John Brown" e preferem voltar para sua antiga casa, no sul! A questão é que no sul dos Estados Unidos naquele período histórico a população negra era toda escrava, usada como mão de obra das grandes fazendas de algodão. Quem em sã consciência acreditaria que um negro iria desejar uma coisa dessas para si e seus parentes?! É claro que soa absurdo. Agora, deixando tudo isso de lado, não há como negar que é uma excelente produção com muita ação e cenas de batalhas bem feitas. Sob o ponto de vista puramente cinematográfico é certamente um belo filme. Pena que o roteiro seja tão maniqueísta e equivocado. Detalhe: A morte de John Brown, o abolicionista, acabou sendo o estopim da guerra civil americana! Quem diria...
Pablo Aluísio.
Cavaleiros da Bandeira Negra
Título no Brasil: Cavaleiros da Bandeira Negra
Título Original: Kansas Raiders
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Robert L. Richards
Elenco: Audie Murphy, Brian Donlevy, Marguerite Chapman, Tony Curtis
Sinopse:
Jesse James (Audie Murphy) e seu irmão Frank (Richard Long) decidem abandonar a quadrilha Quantrill. Formada por bandoleiros e pistoleiros de todos os tipos o grupo aterrorizou o velho oeste durante a guerra civil com muitos saques, violência e assassinatos. Dizendo-se ser um rebelde renegado confederado o líder do bando, o coronel William Clarke Quantrill (Brian Donlevy), não passaria na verdade de um criminoso sanguinário. Sabendo disso os irmãos James resolvem seguir em frente, fora do grupo.
Comentários:
O ator Audie Murphy foi o soldado americano mais condecorado da II Guerra Mundial. Quando a guerra acabou ele voltou para os EUA e começou uma carreira como astro de filmes de guerra e faroestes. Aproveitando a onda de patriotismo, ele foi estrelando um western atrás do outro. Os filmes de faroeste do Audie Murphy eram quase sempre produções B da Universal. Ele próprio nunca se levou muito à sério e quando encerrou sua carreira disse em tom de brincadeira: "Fiz dezenas de faroestes em Hollywood e eles eram todos iguais, só mudavam os cavalos". Na época não se dava muita bola para seus filmes, é verdade, mas ultimamente os fãs de western tem reconhecido melhor essas produções. Um exemplo é esse Kansas Raiders (que no Brasil ganhou o péssimo título de "Os Cavaleiros da Bandeira Negra"). O filme é um típico produto protagonizado por Audie Murphy. Produção modesta, roteiro simples e tramas ligeiras - para se passar nas matinês dos cinemas visando o público mais jovem, a garotada. Dificilmente os filmes tinham mais de 70 minutos.
Esse filme tem uma curiosidade, interpretando um dos bandidos do bando de Jesse James temos Tony Curtis, ainda bem jovem, e com duas linhas de diálogos para falar. Pena que apesar disso sua presença não acrescente muito ao resultado final. O próprio Audie Murphy também não se esforça muito para mudar essa situação. Além disso muitos de seus filmes eram adaptações de livros de bolso que eram muito populares nos anos 50. Nesses livrinhos todos os personagens eram bem romantizados, como bem se percebe aqui nesse filme. De qualquer forma, pelo sucesso que alcançou e pela longa filmografia que acabou estrelando, os faroestes com Audie Murphy merecem passar ao menos por uma revisão. Apesar de simples, no fundo divertem, com um irresistível clima de nostalgia.
Pablo Aluísio.
Título Original: Kansas Raiders
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Robert L. Richards
Elenco: Audie Murphy, Brian Donlevy, Marguerite Chapman, Tony Curtis
Sinopse:
Jesse James (Audie Murphy) e seu irmão Frank (Richard Long) decidem abandonar a quadrilha Quantrill. Formada por bandoleiros e pistoleiros de todos os tipos o grupo aterrorizou o velho oeste durante a guerra civil com muitos saques, violência e assassinatos. Dizendo-se ser um rebelde renegado confederado o líder do bando, o coronel William Clarke Quantrill (Brian Donlevy), não passaria na verdade de um criminoso sanguinário. Sabendo disso os irmãos James resolvem seguir em frente, fora do grupo.
Comentários:
O ator Audie Murphy foi o soldado americano mais condecorado da II Guerra Mundial. Quando a guerra acabou ele voltou para os EUA e começou uma carreira como astro de filmes de guerra e faroestes. Aproveitando a onda de patriotismo, ele foi estrelando um western atrás do outro. Os filmes de faroeste do Audie Murphy eram quase sempre produções B da Universal. Ele próprio nunca se levou muito à sério e quando encerrou sua carreira disse em tom de brincadeira: "Fiz dezenas de faroestes em Hollywood e eles eram todos iguais, só mudavam os cavalos". Na época não se dava muita bola para seus filmes, é verdade, mas ultimamente os fãs de western tem reconhecido melhor essas produções. Um exemplo é esse Kansas Raiders (que no Brasil ganhou o péssimo título de "Os Cavaleiros da Bandeira Negra"). O filme é um típico produto protagonizado por Audie Murphy. Produção modesta, roteiro simples e tramas ligeiras - para se passar nas matinês dos cinemas visando o público mais jovem, a garotada. Dificilmente os filmes tinham mais de 70 minutos.
Esse filme tem uma curiosidade, interpretando um dos bandidos do bando de Jesse James temos Tony Curtis, ainda bem jovem, e com duas linhas de diálogos para falar. Pena que apesar disso sua presença não acrescente muito ao resultado final. O próprio Audie Murphy também não se esforça muito para mudar essa situação. Além disso muitos de seus filmes eram adaptações de livros de bolso que eram muito populares nos anos 50. Nesses livrinhos todos os personagens eram bem romantizados, como bem se percebe aqui nesse filme. De qualquer forma, pelo sucesso que alcançou e pela longa filmografia que acabou estrelando, os faroestes com Audie Murphy merecem passar ao menos por uma revisão. Apesar de simples, no fundo divertem, com um irresistível clima de nostalgia.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 12 de junho de 2018
O Justiceiro
O Nefflix tem adaptado vários personagens secundários da Marvel em suas novas séries. A maioria delas não me despertou maior curiosidade em conferir, porém essa nova versão do Justiceiro me chamou a atenção. No primeiro episódio já chegamos na conclusão de que tudo foi muito bem adaptado. A saída dos quadrinhos para filmes e séries nem sempre dá muito certo, mas aqui não há maiores críticas a se fazer. O enredo segue sendo o mesmo das HQs. Frank Castle é um homem que precisa superar uma enorme tragédia que aconteceu em seu passado, quando criminosos mataram sua esposa e sua filha, de forma brutal e covarde. Ele sobreviveu e faz da vingança a profissão de fé que moverá sua vida dali em diante.
Nesse primeiro episódio Castle está trabalhando na construção civil. Ele apenas sobrevive um dia de cada vez. Calado e com jeito de poucos amigos, acaba virando alvo de chacotas de outros operários. Uma péssima ideia para eles que nem sabem no que estão se metendo. Pior acontece depois quando resolvem participar de um assalto. Enquanto combinam o crime percebe que Castle está por perto e ouviu tudo. Partem para um acerto de contas e aí... não sobra pedra sobre pedra. O roteiro da série não agride o bom senso do leitor de quadrinhos. Tudo parece muito bem respeitoso com o personagem original. Claro que tudo gira em torno do mesmo tema, a do justiceiro que transforma sua dor em fúria contra os bandidos. É a trajetória da vingança. Sim, é uma fórmula bem gasta e batida, tanto no cinema como nas comics, mas isso no final é o que menos importa. Mesmo uma estória saturada ainda pode render muito bem, caso o roteiro saiba desenvolver bem a história que pretende contar...
O Justiceiro (Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Goddard, Tom Shankland, Jeremy Webb / Roteiro: Ross Andru, Gerry Conway / Elenco: Jon Bernthal, Amber Rose Revah, Ebon Moss-Bachrach / Sinopse: Após a morte de sua família, Frank Castle (Jon Bernthal) decide que é chegada a hora de fazer justiça com as próprias mãos. Adaptação para as telas do personagem de quadrinhos do universo Marvel.
Episódios Comentados:
O Justiceiro 1.04 - Resupply
Muitas séries da Marvel em parceria com a Netflix estão sendo canceladas. Pouca receptividade do público, baixa qualidade, entre outras coisas, minaram essa parceria. Uma das poucas que ainda não foram canceladas foi essa do "Justiceiro". Penso que os roteiros aqui são um pouco mais caprichados, com os personagens mais bem desenvolvidos, o que se é de admirar já que esse personagem não é de primeiro escalão nos quadrinhos. Ele fica bem atrás de um Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk, etc. Mesmo assim parece que funcionou nesse formato. Nesse episódio há uma boa cena de ação, já no final, quando o Justiceiro interfere numa operação do FBI para apreender armas contrabandeadas do exterior. Ele está ali não apenas para atrapalhar os agentes federais, mas também para colocar as mãos naquele arsenal. Fora isso, indo pelas beiradas, o roteiro ainda mostra as dificuldades de adaptação de veteranos de volta ao lar. Um deles, completamente traumatizado, só consegue dormir em paz se fizer uma trincheira no quintal de casa! Não é fácil viver agora na paz de um bairro periférico tipicamente americano! Enfim, bom episódio de uma série que ainda tem bastante potencial. / O Justiceiro 1.04 - Resupply (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Marvel Studios, Marvel Television, Netflix / Direção: Kari Skogland / Roteiro: Dario Scardapane / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barnes.
O Justiceiro 1.05 - Gunner
Esse episódio traz um longo flashback. Isso tudo porque na narrativa encontramos Frank Castle contando parte de sua história para um jornalista. Ele volta no tempo e mostra como foi duro seu serviço militar, como quase morreu no campo de batalha. Ao mesmo tempo, no presente, o cerco vai se fechando para o Justiceiro. Pessoas poderosas e influentes querem que ele morra, numa verdadeira operação de queima de arquivo. Ficar vivo será o grande desafio para ele daqui em diante. Destaque para as cenas na floresta, com a batalha sendo travada até mesmo com armas antigas, como flechas! / O Justiceiro 1.05 - Gunner (Estados Unidos, 2017) Direção: Dearbhla Walsh / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.
O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat
Frank Castle vai se recuperando da flechada que levou no episódio anterior. A coisa toda é tensa. Ele reencontra um velho amigo, mas que no presente pode muito bem passar para o outro lado, se tornando um traidor. Não há como confiar em ninguém nesse mundo. E não é que ele acaba mesmo caindo numa cilada? Pois bem, eu juro que tentei gostar dessa série, mas não deu. De forma regular acabava ficando entediado ao assistir aos novos episódios. E isso, se tratando de uma série de ação, é para desistir mesmo. Nos Estados Unidos novas temporadas foram contratadas, mas eu vou ficando por aqui. Cansei. Não empolgou, não me fez tornar fã. E como não sou fã dos quadrinhos originais também (nunca li um gibi do Justiceiro) isso contribuiu ainda mais para que eu largasse essa série justamente nesse ponto. Não considerei um perda de tempo assistir esses seis episódios, mas apenas não gostei da série. Acontece. / O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat (Estados Unidos, 2017) Direção: Jeremy Webb / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.
Pablo Aluísio.
Nesse primeiro episódio Castle está trabalhando na construção civil. Ele apenas sobrevive um dia de cada vez. Calado e com jeito de poucos amigos, acaba virando alvo de chacotas de outros operários. Uma péssima ideia para eles que nem sabem no que estão se metendo. Pior acontece depois quando resolvem participar de um assalto. Enquanto combinam o crime percebe que Castle está por perto e ouviu tudo. Partem para um acerto de contas e aí... não sobra pedra sobre pedra. O roteiro da série não agride o bom senso do leitor de quadrinhos. Tudo parece muito bem respeitoso com o personagem original. Claro que tudo gira em torno do mesmo tema, a do justiceiro que transforma sua dor em fúria contra os bandidos. É a trajetória da vingança. Sim, é uma fórmula bem gasta e batida, tanto no cinema como nas comics, mas isso no final é o que menos importa. Mesmo uma estória saturada ainda pode render muito bem, caso o roteiro saiba desenvolver bem a história que pretende contar...
O Justiceiro (Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Goddard, Tom Shankland, Jeremy Webb / Roteiro: Ross Andru, Gerry Conway / Elenco: Jon Bernthal, Amber Rose Revah, Ebon Moss-Bachrach / Sinopse: Após a morte de sua família, Frank Castle (Jon Bernthal) decide que é chegada a hora de fazer justiça com as próprias mãos. Adaptação para as telas do personagem de quadrinhos do universo Marvel.
Episódios Comentados:
O Justiceiro 1.04 - Resupply
Muitas séries da Marvel em parceria com a Netflix estão sendo canceladas. Pouca receptividade do público, baixa qualidade, entre outras coisas, minaram essa parceria. Uma das poucas que ainda não foram canceladas foi essa do "Justiceiro". Penso que os roteiros aqui são um pouco mais caprichados, com os personagens mais bem desenvolvidos, o que se é de admirar já que esse personagem não é de primeiro escalão nos quadrinhos. Ele fica bem atrás de um Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk, etc. Mesmo assim parece que funcionou nesse formato. Nesse episódio há uma boa cena de ação, já no final, quando o Justiceiro interfere numa operação do FBI para apreender armas contrabandeadas do exterior. Ele está ali não apenas para atrapalhar os agentes federais, mas também para colocar as mãos naquele arsenal. Fora isso, indo pelas beiradas, o roteiro ainda mostra as dificuldades de adaptação de veteranos de volta ao lar. Um deles, completamente traumatizado, só consegue dormir em paz se fizer uma trincheira no quintal de casa! Não é fácil viver agora na paz de um bairro periférico tipicamente americano! Enfim, bom episódio de uma série que ainda tem bastante potencial. / O Justiceiro 1.04 - Resupply (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Marvel Studios, Marvel Television, Netflix / Direção: Kari Skogland / Roteiro: Dario Scardapane / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barnes.
O Justiceiro 1.05 - Gunner
Esse episódio traz um longo flashback. Isso tudo porque na narrativa encontramos Frank Castle contando parte de sua história para um jornalista. Ele volta no tempo e mostra como foi duro seu serviço militar, como quase morreu no campo de batalha. Ao mesmo tempo, no presente, o cerco vai se fechando para o Justiceiro. Pessoas poderosas e influentes querem que ele morra, numa verdadeira operação de queima de arquivo. Ficar vivo será o grande desafio para ele daqui em diante. Destaque para as cenas na floresta, com a batalha sendo travada até mesmo com armas antigas, como flechas! / O Justiceiro 1.05 - Gunner (Estados Unidos, 2017) Direção: Dearbhla Walsh / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.
O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat
Frank Castle vai se recuperando da flechada que levou no episódio anterior. A coisa toda é tensa. Ele reencontra um velho amigo, mas que no presente pode muito bem passar para o outro lado, se tornando um traidor. Não há como confiar em ninguém nesse mundo. E não é que ele acaba mesmo caindo numa cilada? Pois bem, eu juro que tentei gostar dessa série, mas não deu. De forma regular acabava ficando entediado ao assistir aos novos episódios. E isso, se tratando de uma série de ação, é para desistir mesmo. Nos Estados Unidos novas temporadas foram contratadas, mas eu vou ficando por aqui. Cansei. Não empolgou, não me fez tornar fã. E como não sou fã dos quadrinhos originais também (nunca li um gibi do Justiceiro) isso contribuiu ainda mais para que eu largasse essa série justamente nesse ponto. Não considerei um perda de tempo assistir esses seis episódios, mas apenas não gostei da série. Acontece. / O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat (Estados Unidos, 2017) Direção: Jeremy Webb / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Deadpool 2
Dizem os leitores de quadrinhos que o Deadpool tem os piores gibis da Marvel. São péssimos. Já no cinema o personagem parece ter encontrado seu espaço. Esse segundo filme confirma isso. O estúdio investiu 110 milhões de dólares em uma produção que está indo bem nas bilheterias. Basicamente o enredo segue em frente o que vimos no primeiro filme. Agora o herói tem planos de se casar e ter filhos, mas tudo acaba em segundos quando seu apartamento é invadido por vilões que matam sua noiva com um tiro certeiro. A partir daí o Deadpool que sempre foi insano vai ficando cada vez mais maluco, tentando inclusive se matar, quase sempre sem sucesso.
Confesso que é um pouco complicado gostar desse Deadpool. Ele não é um herói Marvel convencional. Embora seja praticamente indestrutível, sua principal característica é ser uma metralhadora verbal de bobagens. O sujeito não cala a boca nunca, sempre com uma piadinha na ponta da língua. Algumas vezes funciona, mas no geral se torna algo até cansativo. Para ajudar a passar o tempo há pelo menos alguns coadjuvantes interessantes, como o vilão Fanático (muito popular nos quadrinhos) e o X-Men Colossus. Aliás a tentativa desse último em recrutar o Deadpool para o grupo liderado pelo professor Xavier rende algumas das melhores piadas do filme.
Fora isso nada de muito relevante. A chamada quarta parede é quebrada várias vezes, com Deadpool criticando o próprio filme, zoando o roteiro, dizendo que é fraco demais. Boa opção. Nos créditos finais o ator Ryan Reynolds aparece abrindo um roteiro do Lanterna Verde. Como se sabe esse foi um dos maiores fracassos dos quadrinhos no cinema. Assim o Deadpool acaba dando um tiro em sua cabeça para que ele deixe de lado essa má ideia. No geral essa acaba sendo a melhor piada de todo o filme, que se passa longe de ser um dos melhores da Marvel, mas que pelo menos entretém dentro de suas possibilidades. Diante disso até que não foi uma perda de tempo conferir esse Deadpool 2. Até que vale a pena assistir.
Deadpool 2 (Idem, Estados Unidos, 2018) Direção: David Leitch / Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick / Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin / Sinopse: Após a morte da amada, o Deadpool decide tocar o terror em si mesmo, adotando um comportamento suicida. As coisas vão acontecendo até o surgimento de um jovem mutante, que consegue produzir chamas em suas mãos. Com a chegada de um enviado do futuro para matar o garoto, caberá a Deadpool solucionar todos os problemas, mas claro, sem deixar o seu conhecido humor ácido de lado.
Pablo Aluísio.
Confesso que é um pouco complicado gostar desse Deadpool. Ele não é um herói Marvel convencional. Embora seja praticamente indestrutível, sua principal característica é ser uma metralhadora verbal de bobagens. O sujeito não cala a boca nunca, sempre com uma piadinha na ponta da língua. Algumas vezes funciona, mas no geral se torna algo até cansativo. Para ajudar a passar o tempo há pelo menos alguns coadjuvantes interessantes, como o vilão Fanático (muito popular nos quadrinhos) e o X-Men Colossus. Aliás a tentativa desse último em recrutar o Deadpool para o grupo liderado pelo professor Xavier rende algumas das melhores piadas do filme.
Fora isso nada de muito relevante. A chamada quarta parede é quebrada várias vezes, com Deadpool criticando o próprio filme, zoando o roteiro, dizendo que é fraco demais. Boa opção. Nos créditos finais o ator Ryan Reynolds aparece abrindo um roteiro do Lanterna Verde. Como se sabe esse foi um dos maiores fracassos dos quadrinhos no cinema. Assim o Deadpool acaba dando um tiro em sua cabeça para que ele deixe de lado essa má ideia. No geral essa acaba sendo a melhor piada de todo o filme, que se passa longe de ser um dos melhores da Marvel, mas que pelo menos entretém dentro de suas possibilidades. Diante disso até que não foi uma perda de tempo conferir esse Deadpool 2. Até que vale a pena assistir.
Deadpool 2 (Idem, Estados Unidos, 2018) Direção: David Leitch / Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick / Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin / Sinopse: Após a morte da amada, o Deadpool decide tocar o terror em si mesmo, adotando um comportamento suicida. As coisas vão acontecendo até o surgimento de um jovem mutante, que consegue produzir chamas em suas mãos. Com a chegada de um enviado do futuro para matar o garoto, caberá a Deadpool solucionar todos os problemas, mas claro, sem deixar o seu conhecido humor ácido de lado.
Pablo Aluísio.