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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Jefferson em Paris

Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Enquanto na França se disseminam cada vez mais as ideias revolucionárias em busca de liberdade, Jefferson tenta superar a contradição entre manter boas relações com o sistema da monarquia francesa e o próprio simbolismo que representava pois sua nação naquele momento havia se tornado um exemplo bem sucedido de rompimento com o antigo regime das realezas européias. "Jefferson em Paris" é um bom drama histórico que tenta desvendar aspectos da complexa personalidade de Jefferson. O período enfocado no filme acontece anos antes dele se tornar presidente. Considerado uma pessoa sem sofisticação dentro da corte de Luís XVI a principal missão do diplomata naquele momento era realmente trazer maior reconhecimento para os Estados Unidos, que nada mais era naquela época do que uma jovem nação que procurava se organizar após se livrar do imperialismo colonial inglês.

A figura de Thomas Jefferson é das mais interessantes do ponto de vista histórico. Considerado um dos pais da América, Jefferson era um símbolo de liberdade mas ao mesmo tempo mantinha escravos em sua enorme fazenda. Seu caso com a escrava Sally Hemings, de apenas 15 anos, ainda hoje desperta constrangimento a historiadores americanos, sempre tão ciosos em preservar a memória dos grandes nomes de sua história. O fato porém é que certas verdades não podem ser escondidas. Jefferson teve filhos com suas escravas e a despeito de sua genialidade (foi um dos principais autores da carta de independência americana, era criativo e muito interessado em ciência), essa mancha em sua biografia não pode ser varrida para debaixo do tapete. O filme por sua vez é muito bem realizado, com ótima reconstituição de época e em nenhum momento ofende a inteligência do espectador. Felizmente o ufanismo e a patriotada, tão comuns em filmes que mostram grandes personagens da história americana como esse, também está sob controle. Dito isso fica a recomendação desse belo filme que seguramente vai lhe trazer um pouco mais de cultura histórica.

Jefferson em Paris (Jefferson in Paris, Estados Unidos, 1995) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala / Elenco: Nick Nolte, Greta Scacchi, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Lá buscará por reconhecimento para seu país, a jovem nação americana.

Pablo Aluísio.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Frank (Bruce Willis) está tentando levar uma vida normal. Depois de anos trabalhando na agência americana de inteligência o que ele mais quer agora é curtir uma vida sossegada ao lado de Sarah (Mary-Louise Parker), uma mulher bem mais jovem de que está apaixonado. Sua tranquilidade é perturbada quando é procurado por Marvin (John Malkovich). Um documento secreto vazou na internet indicando a presença de ambos em um serviço sujo realizado na URSS durante a guerra fria. A operação chamada "Sombra da Noite" tinha como objetivo plantar uma arma nuclear dentro do território russo para fragilizar e minar o regime comunista. Agora, tantos anos depois do fim da missão, tudo parece voltar para cima deles já que um grupo de assassinos está sendo muito bem pago para eliminar os dois, uma vez que eles se tornaram arquivos vivos de uma operação que pode causar sérios danos para o governo americano. Até mesmo a amiga Victoria (Helen Mirren) é contratada para tirar Frank do mapa. A primeira providência passa a ser continuar vivo, para só depois desvendar tudo o que está relacionado com a missão "Sombra da Noite".

Recentemente Bruce Willis se envolveu em algumas polêmicas. A primeira foi quando pediu um cachê milionário para participar da franquia "Mercenários" e a segunda quando afirmou que filmes de ação, com todas aquelas explosões, eram chatos mas rendiam ótimas bilheterias. Devo concordar com Willis. Essa franquia "Red" é um excelente exemplo disso. Embora o primeiro filme tenha feito bastante sucesso (a ponto de gerar essa continuação) nunca gostei dessas produções. São muitos clichês para um filme só. Claro que o próprio roteiro brinca com alguns deles e acentua um lado mais cômico em tudo o que se vê na tela mas isso é pouco. Não vejo nenhuma novidade maior nesse tipo de película. Para piorar temos que encarar um elenco com ótimos atores envolvidos em algo desse tipo. Lamento mesmo em ver o grande Anthony Hopkins envolvido em algo assim. Até Catherine Zeta-Jones está péssima como uma agente da contra-espionagem russa. No final não há muito o que criticar pois "Red 2" não sai da fórmula vazia de filmes com muitas explosões e poucas novidades. Completamente dispensável para cinéfilos de bom gosto.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber / Elenco: Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Anthony Hopkins, Byung-hun Lee, Catherine Zeta-Jones / Sinopse: Dois antigos membros da inteligência americana ficam em apuros após documentos secretos vazarem na internet revelando que ambos participaram de uma missão secreta na URSS durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bernie

Bernie Tiede (Jack Black) tem um emprego incomum. Ele trabalha numa funerária numa pequena cidadezinha do Texas. Mesmo trabalhando em algo que para muitos seria sinistro, Bernie começa a ganhar as graças de todos por ser uma pessoa gentil, acolhedora, de boa índole e muito humano. Sua busca para se tornar um verdadeiro cristão acaba lhe angariando a simpatia geral da comunidade. Simpático e amigo de todos ele acaba se aproximando até mesmo da mulher mais odiada do lugar, a megera milionária Marjorie Nugent (Shirley MacLaine). Ela é o extremo oposto de Bernie. Não gosta de ninguém, trata todos muito mal, é racista e intragável, mas mesmo assim acaba se afeiçoando ao doce e carismático Bernie. A amizade logo se torna muito próxima e eles começam a viajar, conhecendo outras cidades, frequentando grandes espetáculos da Broadway. As coisas começam a ficar esquisitas quando de repente  Marjorie some do mapa. Ninguém mais a vê em lugar nenhum. Bernie dá desculpas sobre sua ausência mas meses depois de sua última aparição a família dela resolve investigar. Isso irá revelar um dos crimes mais infames da história criminal dos Estados Unidos.
 
"Bernie" foi baseado numa história real. A estrutura do filme aliás é muito interessante. Os eventos que chocaram o país são reconstituídos através dos depoimentos dos próprios moradores da cidadezinha do Texas onde tudo aconteceu. Tudo intercalado com cenas recriadas por atores. O resultado é muito bom realmente. Não se trata exatamente de uma comédia mas sim de uma narração bem inteligente que tira proveito do fato de todos os moradores adorarem Bernie, não importando o fato dele ter cometido um crime bárbaro e sem muita explicação. Quem cai em cima dele para o jogá-lo na cadeia é o promotor Danny Buck (Matthew McConaughey) que aproveita a notoriedade que o caso ganha na imprensa para obviamente se auto promover o máximo possível. O filme é muito bem conduzido e tem um elenco muito bom. Jack Black deixa os exageros de lado para dar vida ao Bernie, tão amado e querido por todos, apesar de tudo. Shirley MacLaine também está fabulosa como a megera sem coração Marjorie. É sempre bom rever esse grande nome do cinema americano ainda na ativa e disponibilizando belas atuações como vemos aqui. Enfim é isso, "Bernie" merece uma segunda chance já que passou por aqui sem maior repercussão. É um filme realmente interessante, que prende a atenção do espectador do começo ao fim. Vale bastante a pena conhecer. 
 
Bernie (Idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Richard Linklater / Roteiro:  Skip Hollandsworth, Richard Linklater / Elenco: Jack Black, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey / Sinopse: O filme narra o infame caso criminal envolvendo o simpático Bernie (Black) e a megera da cidade Marjorie (MacLaine). Do encontro de pessoas tão diferentes nasce um dos crimes mais chocantes da história policial dos EUA.
 
Pablo Aluísio.

Os Escolhidos

Uma típica família americana começa a presenciar estranhos eventos em sua casa. Tudo começa com acontecimentos estranhos mas aparentemente sem muita importância. A comida da geladeira aparece pelo chão da cozinha durante a madrugada. Na noite seguinte vários enlatados ficam empilhados em uma coluna impossível e coisas do tipo. O casal só começa a ficar preocupado de verdade quando o filho caçula os avisa que há um novo morador na casa, chamado simplesmente de "O homem de areia" pelo garoto. Alucinação? Assombração? Ou tudo não passaria de mais um "amigo imaginário" tão comum na cabeça das crianças? Bom, os eventos sem explicação vão ganhando cada vez mais vulto no cotidiano da família até o ponto em que eles decidem procurar por ajuda urgente! Acabam encontrando o que procuram em um sujeito esquisito que se diz especialista no assunto (em boa interpretação do ator J.K. Simmons). A família então descobre da pior maneira possível a veracidade da curiosa citação de  Arthur C. Clarke que dizia: "Existem duas possibilidades no universo: ou estamos sozinhos, ou não estamos sozinhos. Ambas são igualmente terríveis."

Avançar mais na sinopse de "Os Escolhidos" seria uma má ideia para o leitor do blog, isso porque um dos grandes atrativos do filme se concentra na série de surpresas que o roteiro vai desvendando aos poucos, com o desenrolar do enredo. Inicialmente o espectador vai pensar que está assistindo a uma fita de terror, de casas mal assombrados e presenças demoníacas, até porque a linguagem, os caminhos da trama e os eventos supostamente paranormais vão se sucedendo ao longo do filme. Mas será que é isso realmente? É justamente nisso que reside o grande segredo de "Os Escolhidos". De antemão quero avisar que nem todo mundo vai gostar do desfecho ou das explicações sobre os acontecimentos mas isso é normal e vai variar de pessoa para pessoa. Alguns acharão bem bolado, outros pensarão certamente que é tudo uma grande bobagem. De nossa parte podemos dizer que se não é um clássico do gênero pelo menos é um dos que mais tentaram ser original. Também foi bem interessante rever a atriz Keri Russell (a eterna Felicity da TV) em um papel diferente, que muito provavelmente lhe dará novo fôlego no cinema. Arrisque, assista, mesmo que não seja exatamente o que você está esperando. O filme será certamente um bom entretenimento em um fim de noite.

Os Escolhidos (Dark Skies, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Stewart / Roteiro: Scott Stewart / Elenco: Keri Russell, Jake Brennan, Josh Hamilton / Sinopse: Família começa a passar por eventos inexplicáveis em sua casa. Para tentar entender o que se passa eles procuram a ajuda de um "especialista" no assunto que logo lhes avisam que há algo muito sinistro rondado todos os familiares.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Elysium

O ano é 2154. A humanidade está dividida em duas castas principais. Os ricos moram na estação espacial Elysium, um lugar magnífico, lindo, cheio de belas mansões e maravilhosos jardins. Os pobres moram na Terra, nessa altura da história um planeta poluído, devastado, superpovoado e repleto de pobreza e miséria. Max (Matt Damon) nasceu em uma Los Angeles decadente, onde quase todos só falam espanhol e são latinos. Seu sonho é um dia ir para Elysium mas como ex-presidiário isso parece ser um objetivo muito longe de se concretizar. Para sobreviver ele se torna operário de uma indústria da região. Em um mundo onde ter emprego é um grande privilégio, ele não se importa muito em ser explorado da maneira mais vil pelos grandes capitalistas que dominam o mundo. Durante uma operação padrão dentro da empresa ele acaba sendo contaminado por altos graus de radiação. Sua única saída seria a tecnologia médica de Elysium mas para chegar lá ele terá que contar com um verdadeiro "coiote espacial", Spider (Wagner Moura), um bandido pé de chinelo que ganha a vida transportando ilegais para dentro de Elysium.

Como se pode perceber pela sinopse essa ficção "Elysium" tem boas ideias. Afinal analisando-se bem vemos que tudo é uma grande metáfora sobre a sociedade americana atual. A estação Elysium assim nada mais seria que o próprio Estados Unidos, um oásis de riqueza e prosperidade que estaria sendo invadido por massas de ilegais todos os dias! Não é preciso ser muito perspicaz para entender as intenções do roteiro ao colocar toda aquela multidão de pobres e miseráveis latinos invadindo a Elysium (EUA) em busca de uma melhor condição de vida. É uma visão preconceituosa? Claro que sim! Infelizmente o que poderia ser um argumento muito interessante do ponto de vista sociológico logo se rende aos mais batidos clichês do gênero, caindo na vala comum dos filmes de ação e ficção pipoca que invadem as telas dos cinemas comerciais mundo afora. O primeiro ato, mostrando a nova realidade social do mundo do futuro, acaba dessa forma desabando sobre uma enorme quantidade de soluções fáceis e óbvias demais para ser levado à sério. O que era de fato um conceito muito promissor logo deixa de ter importância pois o roteiro, de forma muito preguiçosa aliás, prefere se apoiar nas cenas de ação gratuitas ao invés de desenvolver melhor o que se passa naquele universo. Assim o que sobra é um filme genérico e batido que logo se torna um dos mais decepcionantes da temporada.

Elysium (Elysium, Estados Unidos, 2013) Direção: Neill Blomkamp / Roteiro: Neill Blomkamp / Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Wagner Moura, Diego Luna, Alice Braga, Sharlto Copley / Sinopse: No futuro da Terra a separação entre pobres e ricos é ameaçada por um ex-presidiário, Max (Damon), que precisa de todas as formas entrar na estação Elysium em busca de uma cura para a radiação a que foi exposto. Do mesmo diretor de "Distrito 9".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Apenas uma Noite

Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) parecem formar, aos olhos dos outros, um belo casal, mas no fundo tudo não passa de uma mera fachada social. Internamente o cotidiano é de brigas, desconfianças e ciúmes. Michael está sempre em viagens de negócios e nutre uma indisfarçável atração por Laura (Eva Mendes), uma latina muito sensual e charmosa. Se o marido sonha com uma escapada de seu casamento falido a esposa também não fica muito atrás. Desde que morou na França alguns anos atrás Joanna se interessou muito pelo escritor americano radicado em Paris, Alex (Guillaume Canet), afinal ele é muito espirituoso, inteligente e atraente. Além disso eles possuem interesse em comum pois ela sonha um dia também se tornar uma escritora. Como se pode perceber, embora casados, os dois estão a um passo de trair um ao outro. E tudo parece seguir por esse caminho quando em uma noite em particular Joanna resolve jantar fora com Alex enquanto o marido está em uma viagem de negócios. E esse também não perde tempo ao se encontrar em um hotel com Laura. Traições para todos os lados.

Esse "Apenas uma Noite" tem uma moralidade bem duvidosa. Ao mesmo tempo em que mostra a derrocada de um casamento joga com a expectativa do espectador sobre os acontecimentos que se desenrolam na tela. Será que ele trairá a esposa? Será que ela trairá o marido? A trama se desenrola apenas em uma noite (como deixa claro o título), onde marido e mulher terão a oportunidade (ou não) de trair seus laços matrimoniais. Keira Knightley está muito bem na caracterização da esposa, que está em grande conflito emocional. Sabe que o marido talvez a esteja traindo mas não tem certeza. Ao mesmo tempo não sabe se o trair será uma boa ideia. Infelizmente o ator Sam Worthington, que interpreta o marido, não se sai bem em cena, ficando muitas vezes inexpressivo na tentativa de passar algum conflito para o público que assiste ao filme. Já Eva Mendes interpreta uma caricatura, a da mulher latina, muito sexy, que pouco está se importando com o fato do homem objeto de seu desejo ser casado ou não! Apesar desses pequenos pecados a película ainda é bem interessante pois procura mostrar a questão da infidelidade conjugal de uma forma bem adulta e coerente. 

Apenas uma Noite (Last Night, Estados Unidos, 2010) Direção: Massy Tadjedin / Roteiro: Massy Tadjedin / Elenco: Keira Knightley, Sam Worthington, Eva Mendes, Guillaume Canet / Sinopse: Durante uma noite um casal em crise tem todas as oportunidades para concretizar uma infidelidade mútua. Será que vão realmente pular a cerca?

Pablo Aluísio.

Vestida para Casar

Katherine Heigl despontou para a fama no seriado "Grey´s Anatomy" que inclusive acompanho até hoje. Na série ela fazia uma das jovens médicas que tinham que enfrentar o duro período de especialização em um grande hospital de Seattle. Sempre chamou a atenção com seu papel, principalmente depois que sua personagem passou por vários eventos dramáticos dentro da trama até se desligar completamente da série para tentar a carreira no cinema. Afinal era uma boa aposta pois carisma não faltava para a moça. Esse "Vestida para Casar" vem justamente nessa esteira. É mais uma tentativa de torná-la uma estrela de cinema, mais especificadamente no milionário ramo das comédias românticas de Hollywood. A direção foi entregue a uma mulher, a cineasta loira Anne Fletcher de alguns filmes dirigidos especialmente ao público feminino como por exemplo "Ela Dança, Eu Danço" e "A Proposta" com Sandra Bullock. "Vestida para Casar" vai mais ou menos pela mesma linha, ou seja, é uma comédia romântica inofensiva.

Katherine Heigl aqui interpreta Jane. Apesar de ser bonita, interessante e inteligente ele nunca encontrou o grande amor de sua vida. Em segredo acaba nutrindo uma paixão por seu superior na empresa onde trabalha mas antes que tente algo sua irmã dá o bote e acaba conquistando o coração dele. Passada para trás pela própria irmã caçula Jane tenta aos poucos recolocar sua vida emocional no lugar. "Vestida Para Casar" custou meros 30 milhões de dólares, uma pechincha em termos de Hollywood, e acabou se saindo muito bem nas bilheterias. Sua fórmula batida (diria até fácil) novamente provou que as comédias românticas tem mesmo muito fôlego e potencial nas filas de cinema. Katherine Heigl ainda não virou uma estrela de primeira grandeza no cinema americano mas já tem um bom currículo de filmes nesse estilo. Depois desse filme, fitas semelhantes vieram em seguida como por exemplo "A Verdade Nua e Crua", "Par Perfeito", "Juntos Pelo Acaso", "Como Agarrar Meu Ex-Namorado" e "O Casamento do Ano". A simpática atriz de sorriso fácil pelo visto vai longe ainda.

Vestida para Casar (27 Dresses, Estados Unidos, 2007) Direção: Anne Fletcher / Roteiro: Aline Brosh McKenna / Elenco: Katherine Heigl, Edward Burns, Malin Akerman, James Marsden, Jane Pfitsch, Krysten Ritter / Sinopse: Irmã caçula acaba roubando o grande amor de sua irmã mais velha e agora se prepara para casar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

É o Fim

Esse filme é muito louco! Vamos ao enredo? O ator Seth Rogen (que assim como todos os demais atores do filme interpreta a si mesmo) recebe em sua casa em Los Angeles o amigo Jay Baruchel. Juntos eles fazem o que mais gostam de fazer: fumar maconha e jogar videogame o dia inteiro. Depois de várias horas na vadiagem eles decidem ir até a casa de James Franco, que está dando uma festa de arromba com várias celebridades. Para se ter uma idéia estão lá a inglesinha Emma Watson, o comediante (e cheirador de cocaína compulsivo) Michael Cera e o gordinho Jonah Hill. No meio da festa, com muitas garotas e drogas, algo inesperado acontece! A terra treme, abre buracos no chão e de repente pessoas começam a ser levadas para o céu em grandes raios de luz! Já os demais ficam na terra testemunhando um verdadeiro... apocalipse! É isso mesmo que você leu. "É o fim" mostra o apocalipse surgindo na Los Angeles de hoje, pegando todos os atores de Hollywood de surpresa!

O roteiro é muito bizarro! Provavelmente foi escrito por Seth Rogen com a cabeça cheia de erva, só pode! Como é muito bem relacionado em Hollywood conseguiu levar vários nomes famosos para participar em pontas maiores ou menores, com a nova geração do cinema americano bem representada em cena. Enquanto o mundo vai se acabando eles tentam sobreviver ao fim do mundo dentro da casa de James Franco. É claro que piadas de baixo nível estão por toda parte e a vulgaridade é uma constante em diálogos e situações. Mesmo assim consegue divertir, por mais improvável que isso possa parecer. Provavelmente as pessoas mais religiosas se sintam um pouco ofendidas pela proposta de Seth, até porque tudo parece uma grande piada do ator com as crenças cristãs - em particular com as figuras de demônios e anjos da morte (que surgem no filme em bons efeitos digitais). Afinal tudo se resume em fazer uma comédia muito louca em cima das profecias do livro das revelações da Bíblia (obviamente sendo o Apocalipse o principal alvo). O filme deixa algumas conclusões mas a principal é a de que Seth Rogen deve parar de fumar maconha em grandes quantidades pois caso contrário mais filmes noiados como esse poderão ser feitos nos anos seguintes!

É o Fim (This Is the End, Estados Unidos, 2013) Direção: Evan Goldberg, Seth Rogen / Roteiro:  Seth Rogen, Evan Goldberg / Elenco: James Franco, Jonah Hill, Seth Rogen, Jay Baruchel, Danny McBride, Craig Robinson, Michael Cera, Emma Watson / Sinopse: Grupo de atores em uma festa de arromba na casa de James Franco descobrem, surpresos, que o mundo passa pelo apocalipse! Os bons são levados imediatamente ao céu mas eles, maconheiros e drogados, ficam na Terra para enfrentar uma verdadeira invasão de demônios e seres malignos.

Pablo Aluísio.

Wolverine: Imortal

O soldado Logan (Hugh Jackman) é feito prisioneiro pelas tropas japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Enviado a um campo de prisioneiros em Nagasaki ele acaba testemunhando um evento histórico: o ataque nuclear na cidade na fase final da guerra. No último momento resolve salvar a vida de um dos guardas pois seu esqueleto de  adamantium consegue salvar a ambos da explosão nuclear. Muitos anos depois, Logan agora leva uma vida isolada e longe da civilização. Vivendo como um ermitão ele prefere a companhia dos animais selvagens ao do homem. Numa noite encontra um urso bastante ferido e vai tomar satisfações com caçadores locais. Para sua surpresa uma jovem japonesa vem ao seu encontro dizendo ser a enviada de um amigo do passado, justamente o guarda que ele salvou a vida na guerra, Yashida (Hal Yamanouchi). Ele está morrendo e quer da o último adeus ao amigo americano. O que Wolverine nem desconfia é que está na verdade entrando no meio de uma grande conspiração envolvendo interesses corporativos e a luta pelo segredo de sua própria imortalidade.

Começa assim "Wolverine: Imortal" mais uma tentativa de tornar viável a franquia do personagem em produções solos. Como se sabe o primeiro Wolverine foi mal recebido por público e crítica. Recebendo vários comentários ruins o estúdio soube muito bem absorver todos eles, aprendendo com seus próprios erros. Esse segundo filme da franquia já se saiu bem melhor, inclusive em termos comerciais uma vez que se tornou uma das três maiores bilheterias do ano. O diretor James Mangold acertou em apostar em algo mais simples, com menos personagens, tudo centrado numa trama de fácil compreensão. Além disso o fato do filme ter sido ambientado todo no Japão trouxe novos ares ao personagem, melhorando ainda mais seu conceito entre os fãs. Wolverine surge aqui como um verdadeiro Ronin, ou seja, um samurai sem mestre. Enfrentando guerreiros, ninjas e até mesmo um samurai robótico feito de adamantium como ele, "Wolverine: Imortal" se mostra um filme de quadrinhos muito eficiente e bem realizado, embora com alguns probleminhas ainda, mas nenhum deles graves a ponto de desmerecer a fita. Em poucas palavras, finalmente acharam o caminho certo para Logan nas telas. Que venham agora os próximos filmes da franquia.

Wolverine: Imortal (The Wolverine, Estados Unidos, 2013) Direção: James Mangold / Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank / Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi / Sinopse: Wolverine (Hugh Jackman) vai ao Japão para se despedir de um antigo amigo que está morrendo mas acaba se vendo envolvido no meio de uma complicada rede de interesses envolvendo a luta pelo controle de uma grande corporação e a busca pelo segredo de sua própria imortalidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2013

O Lugar Onde Tudo Termina

Luke (Ryan Gosling) trabalha em um parque de diversões. Ele é piloto da moto do Globo da Morte, uma atração perigosa mas que paga um péssimo salário. Viajando de cidade em cidade ele vai parar em Schenectady, New York. Lá reencontra Romina (Eva Mendes), uma garçonete com o qual teve um caso meses antes. Luke que não é de muitas palavras logo desconfia que algo está acontecendo na vida de sua garota e para sua surpresa descobre que ela tem um filho seu, um bebezinho que ela tenta em vão esconder de seu ex-namorado. O problema é que ela já mora com um outro homem que resolveu assumir a figura de pai adotivo da criança. Luke quer ser um pai presente na vida do filho mas não tem dinheiro suficiente para ajudar em sua criação. Assim resolve tomar uma decisão radical. Ao lado de um comparsa começa a realizar assaltos a banco pela região. Ótimo piloto, passa a usar de sua habilidade para fugir da polícia após seus crimes. Por um tempo as coisas até que funcionam muito bem para ele até o dia em que cruza caminho com o policial Avery Cross (Bradley Cooper). O encontro durante uma fuga mudará para sempre o destino de sua vida.

Belo filme esse "O Lugar Onde Tudo Termina". O ator Ryan Gosling novamente surpreende estrelando mais uma ótimo produção em sua filmografia. Em certos momentos lembrei de "Drive" mas esse aqui é bem mais complexo e completo. O roteiro pode ser dividido em três atos bem nítidos. No primeiro acompanhamos a dura vida do personagem de Ryan Gosling. É um sujeito que caminha numa escolha sem volta. Ao abraçar o mundo do crime ele também dá adeus a uma vida equilibrada e segura, algo aliás que nunca teve. Gosling está ótimo em seu trabalho pois ele tem esse raro talento de imprimir carisma em papéis nem sempre agradáveis. A segunda linha narrativa já mostra a conturbada vida do policial Cross (Cooper), um sujeito ambicioso e pouco ético que começa aos poucos a subir no mundo da política. Por fim acompanhamos no ato final os desdobramentos do terrível encontro entre o criminoso e o tira, algo que repercutirá inclusive no futuro de seus próprios filhos. É sem dúvida um filme extremamente bem escrito, com ótimo elenco e enredo mais do que interessante que inclusive atravessa os anos. É um filme mais longo que o habitual (quase duas horas e meia de duração) mas que em momento nenhum cansará o espectador. Esse podemos recomendar sem qualquer receio. Grande filme certamente.

O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines, Estados Unidos, 2012) Direção: Derek Cianfrance / Roteiro: Derek Cianfrance, Ben Coccio / Elenco: Ryan Gosling, Bradley Cooper, Eva Mendes, Rose Byrne, Ray Liotta, Bruce Greenwood / Sinopse: Duas gerações sofrem as consequências de um terrível acontecimento ocorrido numa pequena cidade do interior dos EUA, Schenectady, New York.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de setembro de 2013

Seis Balas

O novo filme do ator Jean-Claude Van Damme é surpreendentemente bom e toca em uma questão que ultimamente tem ganho cada vez mais espaço em jornais e noticiários: o tráfico de pessoas. Na trama um casal de americanos e sua filha adolescente vão para a distante Moldávia, ex-república soviética. O pai é lutador de MMA e vai até lá para disputar uma luta com um conhecido esportista local. Seus problemas começam quando a filha desaparece dentro do hotel onde estão hospedados. Na verdade ela cai nas mãos de um grupo de traficantes de pessoas que vêem na jovem, loira e americana, uma “mercadoria” das mais preciosas no submundo do sexo do leste europeu. Desesperados eles tentam de todas as formas encontrar sua filha mas seus esforços são em vão. Como última tentativa eles contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira, Samson Gaul (Van Damme), especializado nesse tipo de resgate. Suas investigações acabam mostrando o envolvimento de altos funcionários do governo local, pois o mercado do sexo é uma das principais fontes de renda daquele país.

O título do filme, “Seis Balas”, reflete como é banal o tráfico envolvendo adolescentes (e até mesmo crianças) nesse mundo sórdido das ex-Repúblicas soviéticas. Seis balas é o preço que se paga por uma jovem garota, vendida praticamente como escrava para atuar em prostíbulos por toda a Europa. Como se vê o argumento é dos mais interessantes. Van Damme está envelhecido mas conseguiu manter sua boa forma física. Seu personagem vive como açougueiro na capital da Moldávia e nas horas livres trabalha como mercenário contratado. Infelizmente nem sempre seus serviços são bem sucedidos como é mostrado na cena inicial quando um grupo de jovens explorados sexualmente por uma rede de pedofilia acabam mortos por uma falha de estratégia por parte dele. Mesmo com o peso em sua consciência tenta seguir em frente. O filme tem ação, boas cenas e um cenário que não é muito comum em filmes (“Seis Balas” foi rodado na Hungria e na Romênia, ambos os países servindo de “Moldávia” no enredo). Enfim está recomendado essa nova fita de ação de Van Damme que consegue manter o interesse da primeira à última cena.

Seis Balas (6 Bullets, Estados Unidos, 2012) Direção: Ernie Barbarash / Roteiro: Chad Law, Evan Law / Elenco: Jean-Claude Van Damme, Joe Flanigan, Anna-Louise / Sinopse: Jovem adolescente americana é raptada no leste europeu por um grupo de traficantes de pessoas. Para tentar localizar seu paradeiro seus pais contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira especializado nesse tipo de crime.

Pablo Aluísio.

Soldados da Fortuna

Durante uma missão no Afeganistão o oficial Craig McCenzie (Christian Slater) acaba descumprindo ordens expressas de seus superiores para salvar a vida de um de seus homens. Julgado pela justiça militar do exército acaba ganhando seu desligamento da força de forma desonrosa. De volta aos EUA resolve abrir seu próprio negócio, uma agência de segurança, mas as coisas andam mal. Pior se encontra seu velho amigo, que veterano e rebaixado de forma também desonrosa, não consegue arranjar emprego em sua volta ao lar. A solução para ambos acaba vindo de um programa muito peculiar: Os Soldados da Fortuna. É um tipo de turismo radical para milionários endinheirados. Em troca de um ingresso caríssimo esses ricos entediados são levados por soldados treinados e veteranos para zonas de conflito reais, onde podem desfrutar de toda a adrenalina e emoção de uma guerra de verdade! Com seu treinamento militar de elite McCenzie acaba sendo a opção ideal para o programa que o contrata para evitar a todo custo que algum desses ricaços sofra algum tipo de perigo no campo de batalha. A missão então passa a ser uma entrega de armas na chamada Ilha das Cobras, um lugar isolado e controlado por um ditador sanguinário. O problema é que nada acaba saindo como planejado.

Assim que surgiram as primeiras cenas de "Soldados da Fortuna" na tela eu me lembrei imediatamente das antigas produções de ação da produtora Cannon Group. Quem é cinéfilo de longa data saberá exatamente do que estou falando. Curiosamente nos créditos pude conferir também que o filme foi produzido pela produtora Globus-film. Ora, o produtor Yoram Globus era um dos donos da Cannon. Assim tudo se explica. É uma produção nova com todas as características que fizeram a festa dos fãs da Cannon na década de 80. Nessa fórmula temos filmes com roteiros simples, muitas explosões e cenas de ação. É o que eu gosto de chamar de filme de ação em sentido estrito. Nada de enrolação e nem de tentar ser o que não é. Tudo se resume a um ritmo de puro pancadaria sem freios. "Soldados da Fortuna" é exatamente isso. A única curiosidade mais digna de nota é a presença de um elenco de apoio acima da média. Todos os atores que interpretam os milionários que pagam para sentir a emoção de um verdadeiro campo de guerra são nomes reconhecíveis dos cinéfilos. De uma maneira ou outra é o tipo de filme que indico para quem gosta de ação e nada mais do que ação. Se é o seu caso, bom apetite.

Soldados da Fortuna (Soldiers of Fortune, Estados Unidos, 2013) Direção: Maxim Korostyshevsky / Roteiro: Alexandre Coscas, Robert Crombie / Elenco: Christian Slater, Sean Bean, Ving Rhames, Colm Meaney, Dominic Monaghan / Sinopse: Veterano da guerra do Afeganistão (Slater) é contratado para levar um grupo de ricaços até um front de batalha real para que eles experimentem a adrenalina de uma verdadeiro campo de guerra. As coisas porém acabam saindo que era inicialmente planejado.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sangue no Gelo

Os chamados Serial Killers, ou assassinos em série, são terríveis criminosos na vida real mas que no cinema acabam rendendo bons filmes. Um exemplo é esse novo "The Frozen Ground", filme que tem tido boa receptividade pela crítica na Europa e nos EUA. Um dos atrativos de seu roteiro é o fato de ter sido baseado em fatos reais o que deixa tudo ainda mais impressionante para o espectador. A história se passa em Anchorage, uma cidade isolada e fria no distante Alasca. É lá que começam a surgir vários corpos no meio da floresta. Inicialmente o departamento de polícia não vê ligação entre todas as mortes uma vez que há uma certa distância temporal entre elas. Um policial porém, o detetive Jack Halcombe (Nicolas Cage), começa a perceber que existe um padrão nos crimes. Todas as vítimas são jovens, bem parecidas entre si, com cabelos escuros curtos, sendo algumas delas prostitutas desaparecidas. Além disso os corpos revelam sinal de execução, com tiros de um potente rifle, calibre .223, dados pelas costas. O aparecimento de uma nova vítima ainda viva, uma garota que sofreu uma tentativa de estupro acaba levando o foco das investigações para o pacato cidadão e pai de família Robert Hansen (John Cusack). Mas como provar que esse sujeito acima de todas as suspeitas é na verdade um psicopata serial?

Como é um filme baseado em fatos reais o roteiro inverte de certa forma a sequência dos acontecimentos em relação aos filmes tradicionais sobre serial killers. Assim o espectador sabe logo de antemão quem é o assassino. Mesmo com essa inversão, onde não existe o impacto de se descobrir quem é o criminoso responsável pelas mortes, o filme mantém o interesse. Ponto para o ator Nicolas Cage que vem em uma maré baixa já há algum tempo. Não resta dúvida que é uma ótima notícia para os fãs de Cage que ultimamente tem se especializado em atuar em produções ruins, daquelas que viram chacotas nas mãos dos críticos. Aqui temos uma situação bem diferente, ainda bem, pois é um filme realmente bem realizado, roteirizado e com ótima reconstituição dos fatos. Outro que também está muito bem em cena é John Cusack. Sua caracterização é perfeita pois ele conseguiu trazer para as telas aquelas nuances psicológicas bem conhecidas de assassinos desse tipo. Eles geralmente mantém uma fachada social perfeita, com família e trabalho. Parecem cidadãos exemplares. Alguns são até muito pacatos e admirados pelos vizinhos. Por baixo da máscara de bom mocismo porém se esconde um predador feroz. Um retrato perfeito de um triste caso real que abalou o Alasca e que certamente abalará também o espectador. Assista sem receios, afinal Cage vinha virando sinônimo de filme ruim mas aqui felizmente isso passa longe de acontecer. 

Sangue no Gelo (The Frozen Ground, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Walker / Roteiro: Scott Walker / Elenco: Nicolas Cage, John Cusack, Vanessa Hudgens, Dean Norris / Sinopse: Policial prestes a se aposentar (Cage) acaba sendo designado para o caso que iria definir toda a sua carreira: a caça e captura do maior serial killer da história do Alasca.

Pablo Aluísio.

Jobs

Steve Jobs (Ashton Kutcher) é um jovem universitário que decide abandonar a faculdade para viajar pelo mundo, indo parar na Índia, onde conhece a realidade daquele povo. De volta aos EUA, sem saber direito que rumo tomar na vida, resolve se unir ao talentoso e inspirado Steve Wozniak (Josh Gad) para criar e desenvolver uma ideia nova e original, a criação de um novo conceito em informática, surgindo daí as origens do chamado PC, o computador pessoal. Inicialmente criam uma placa inovadora e depois com a ajuda de um investidor criam a Appel Computers, uma empresa que nas décadas seguintes se tornaria a mais valiosa de todo o mundo. Como se pode perceber "Jobs", o filme, tenta desvendar a figura desse famoso executivo, homem de negócios e inovador da indústria de informática. Infelizmente uma figura tão complexa e interessante para o nosso mundo moderno ganhou apenas uma pálida representação nessa produção muito burocrática, quadrada e sem inspiração, que se contenta apenas em narrar da forma mais enfadonha possível os principais eventos de sua vida.

A verdade pura e simples é que o personagem Steve Jobs retratado nesse filme não tem profundidade nenhuma. Ele é visto como um capitalista voraz, que após subir na carreira começa a se livrar de forma nada sutil de todas pessoas que o ajudaram a criar sua empresa vitoriosa. Ao mesmo tempo também mostra a terrível competição dentro das grandes empresas corporativas dos EUA, onde a puxada de tapete, a traição e o jogo de poder são fatos comuns, livres de qualquer ética pessoal. O roteiro se concentra mesmo na vida profissional de Jobs sem se importar em nenhum momento com a vida pessoal do retratado. Para se ter uma ideia o espectador é meio que informado que Jobs se recusou a assumir a paternidade de sua filha, mas tudo é jogado na tela sem qualquer complexidade, suas razões para agir assim são pessimamente explicadas em uma ou duas linhas de diálogo e nada mais. O ator Ashton Kutcher que interpreta Jobs, como era de se esperar, não consegue em nenhum momento captar a personalidade única desse executivo. Geralmente ele é retratado em cena apenas como uma pessoa extremamente rígida no trato com seus empregados. Sempre com cara de tensão e de poucos amigos o trabalho de Ashton Kutcher ficaria mais adequado se ele estivesse interpretando um psicopata e não uma pessoa tão imaginativa e criadora como Jobs. Assim o que temos aqui é um filme muito fraco, com estilo de telefilme, sem qualquer inovação ou surpresa. Bem decepcionante e vazio no final das contas.

Jobs (Jobs, Estados Unidos, 2013) Direção: Joshua Michael Stern / Roteiro: Matt Whiteley / Elenco: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad / Sinopse: O filme narra a vida de Steve Jobs. Após largar a universidade ele decide criar uma empresa na garagem de seus pais. Isso daria origem a Apple, uma das maiores empresas de informática do mundo moderno.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Invocação do Mal

Um casal e suas filhas se mudam para um velho casarão no meio do bosque. Há muitos anos o local se encontra abandonado mas pelo tamanho da propriedade e pelas possibilidades do lugar o preço se torna irresistível. Assim que se mudam começam a perceber estranhos acontecimentos. Primeiro o cão da família é encontrado morto, depois as jovens filhas começam a sentir a presença de entidades no local, tudo aliado a fatos inexplicáveis como o constante cheiro de carne podre que permeia toda a casa. Após uma noite em que fica clara a presença de espíritos no local a mãe das meninas procura pela ajuda de um casal especialista em demonologia. Após uma breve visita chegam na conclusão que realmente o local está infestado de entidades do mal. Enquanto esperam pela aprovação do Vaticano para a realização de um exorcismo tentam entender e pesquisar a natureza do mal que se manifesta no velho casarão. Essa nova produção de terror "Invocação do Mal" tem chamado bastante a atenção dos fãs de filmes de terror e suspense, tanto que está em cartaz nos cinemas brasileiros. O público em geral também tem gostado bastante da proposta da película.

A explicação não é tão complicada de entender. O filme escolheu, de maneira bastante acertada, seguir a linha dos antigos filmes de terror, principalmente dos da década de 70. Assim o que temos aqui é uma volta ao velho estilo, das casas mal assombradas e das fitas de exorcismo que tanto sucesso fizeram naquela década. O roteiro se baseia em fatos reais o que aumenta ainda mais o interesse. Obviamente que não foge a certos clichês - facilmente reconhecidos por quem costuma assistir a esse tipo de filme - mas mesmo assim temos que reconhecer que o resultado é muito eficiente. Além disso a ausência de efeitos digitais (que sempre estragam essa linha de produções de terror) é outro ponto muito positivo. Ao invés disso o diretor joga com a surpresa, com o susto e com a própria ambientação das locações (a casa velha, escura, a árvore assustadora usada para enforcamentos no passado, o lago imundo e assustador, etc). Como resultado de todos esses fatores o que temos é realmente um dos melhores filmes de terror do ano! Se você gosta de temas assim, então "Invocação do Mal" é mais do que recomendado pois os sustos estão assegurados.

Invocação do Mal (The Conjuring, Estados Unidos, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Casal e suas filhas se mudam para um velho casarão que começa a dar sinais da presença de entidades sobrenaturais do mal.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Outono em Nova York

Richard Gere depois do sucesso de "Uma Linda Mulher" resolveu assumir a idade de vez, adotando seus famosos cabelos grisalhos em seus filmes, tudo sem culpa ou vergonha. Agora em "Outono em Nova York" podemos entender bem o caminho que o ator escolheu para mostrar sua persona nas telas. Velho sim, cabelos brancos certamente, até mesmo com problemas de coração, mas sem perder o charme, a elegância e o romantismo. Sua mensagem fica bem subentendida, pois velhice certamente não é sinônimo de perda da capacidade de sedução do homem moderno. No filme Richard Gere interpreta Will Keane, um coroa cinquentão que não abre mão de sua vida de playboy, sempre se encontrando com mulheres interessantes mas nunca assumindo nada mais sério em sua vida sentimental. Afinal o que ele quer mesmo é aproveitar o máximo que a vida pode lhe proporcionar. Garotas jovens, como não poderiam deixar de ser, são muito bem-vindas, embora ele nunca as leve muito à sério, até o dia em que conhece Charlotte Fielding (Winona Ryder).

Algo lhe diz que essa jovem é diferente e que pode ser até mesmo, quem sabe, sua alma gêmea! O romance, mesmo com a diferença de idade entre ambos, se fortalece a cada dia e o personagem de Gere pela primeira vez sente realmente algo profundo por alguém. Mas como o mundo não é perfeito um diagnóstico de problemas cardíacos acaba se tornando um empecilho para a felicidade do casal. Muitas mulheres, principalmente àquelas que foram trocadas por garotas mais jovens, vão sentir um certo sentimento de vingança em relação ao coroa interpretado por Richard Gere, afinal ele ter problemas de coração ao tentar levar em frente um romance com uma jovem com menos da metade da idade dele certamente seria uma ironia para colocar os velhotes em seu devido lugar. Talvez por isso os roteiristas inverteram a situação colocando a garota como a doente e não o cinquentão. De qualquer forma, tirando esse forma venenosa de ver o que se passa na tela, o que temos aqui é uma boa fita romântica indicada principalmente para o público feminino. O roteiro poderia cair em um dramalhão daqueles mas consegue evitar o sentimentalismo barato, além disso tudo é salvo pela linda fotografia da película que captou com raro talento a beleza natural de uma Nova Iorque em pleno outono. Gere e Ryder também estão muito carismáticos contribuindo ainda mais para o bom resultado do que se vê nas telas. Vale a recomendação.

Outono em Nova York (Autumn In New York, Estados Unidos, 2000) Direção: Joan Chen / Roteiro: Allison Burnett / Elenco: Richard Gere, Winona Ryder, Anthony Lapaglia, Elaine Stritch, Vera Farmiga / Sinopse: Homem bem mais velho (Gere) se apaixona por jovem (Ryder) perdidamente. Seus planos românticos porém sofre um revés ao saber que a jovem está com sérios problemas cardíacos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Viagem Insólita

Infelizmente a série "Vegas" com Dennis Quaid foi cancelada ainda na primeira temporada. Isso me fez lembrar dos bons anos do ator no cinema, principalmente nas décadas de 80 e 90 quando estrelou filmes pra lá de interessantes. Quer um exemplo? Ora, basta lembrar desse sci-fi 80´s chamado "Viagem Insólita". Como não poderia deixar de ser a idéia partiu do mago Steven Spielberg (no auge de sua criatividade artística). Relembrando os clássicos de sua infância o diretor pensou em aproveitar o argumento de "Viagem Fantástica" para captar aquela inocência das ficções do cinema durante as décadas de 50 e 60. O espírito era justamente esse. Atuando como produtor executivo Spielberg acabou designando para a direção o seu pupilo Joe Dante de "Gremlins". Usando do melhor em termos de efeitos especiais da época o filme mostrava um grande projeto de minituarização. O conceito era tão radical que até mesmo uma nave e seu tripulante eram minituarizados para estudo e exploração do corpo de seres vivos. É justamente nesse programa mais do que ousado que entra o tenente Tuck Pendleton (Dennis Quaid).

Os problemas acabam acontecendo quando ocorre um ataque ao laboratório onde as pesquisas estão sendo realizadas. No meio do caos a nave miniatuarizada com Tuck é inserida no corpo de um homem hipocondríaco, inseguro e muito atrapalhado. Assim Tuck fica literalmente dentro do organismo de Jack Putter (interpretado pelo comediante Martin Short). O filme mescla duas linhas narrativas básicas. Numa delas acompanhamos o tenente Tuck em sua expedição de conhecimento do corpo humano. As cenas são extremamente bem realizadas e isso numa época em que efeitos digitais ainda eram experimentais. Na outra linha vamos acompanhando o complicado Jack tentando entender o que se passa com ele! Divertido, bem realizado e hoje em dia com claro sabor nostálgico do cinema dos anos 80, "Innerspace" se torna um ótimo programa em um fim de noite sem nada para assistir na TV. Se ainda não assistiu não perca!

Viagem Insólita (Innerspace, Estados Unidos,1987) Direção: Joe Dante / Roteiro:  Chip Proser, Jeffrey Boam / Elenco: Dennis Quaid, Martin Short, Meg Ryan / Sinopse: Um projeto de minituarização se torna alvo de um ataque terrorista, fazendo com que no meio da confusão uma nave e seu tripulante sejam inseridos dentro do organismo de um sujeito muito atrapalhado.

Pablo Aluísio.

Surpresa de Shangai

Essa foi mais uma tentativa de transformar Madonna em uma atriz de cinema. Com produção do ex-beatle George Harrison "Shangai Surprise" acabou não agradando muito nem aos fãs de Madonna e nem muito menos à crítica que se limitou a elogiar sua boa direção de arte. Na estória Madonna interpreta a missionária Gloria Tatlock . Ela vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio perdido desde que um traficante foi morto pela polícia. Para isso ela usa os serviços do aventureiro Glendon Wasey (interpretado pelo marido da cantora na época, Sean Penn). No meio da busca pela droga que a personagem de Madonna tenciona usar como medicamento para soldados feridos na guerra, ambos acabam se apaixonando perdidamente. O filme deixa claro desde suas primeiras imagens de que pretendia ser uma aventura ao velho estilo, da Hollywood clássica, como aquelas grandes produções estreladas pelo mito Humphrey Bogart mas a verdade pura e simples é que faltou classe para os protagonistas. O roteiro também não é bom, não indo para lugar nenhum, girando em círculos, sem objetivos.

O curioso é que apesar de ter sido lançado no auge da carreira de Madonna o filme simplesmente não fez nenhum sucesso, se limitando a render nas bilheterias apenas 1 milhão de dólares, o que deixava muito a desejar uma vez que o orçamento havia custado quase vinte vezes mais. A produtora de George Harrison, a HandMade Films, quase foi à falência por causa do péssimo resultado comercial. Na época se comentou bastante que houve muitas falhas na divulgação do filme. Ao invés de o lançar em Los Angeles ou Nova Iorque em uma grande premiere para chamar a atenção da imprensa, o que seria o esperado uma vez que se tratava de Madonna, resolveu-se distribuir o filme inicialmente em pequenas cidades do interior dos EUA, o que se revelou uma péssima estratégia de lançamento. Quando chegou nos grandes centros o filme já tinha sido malhado pela crítica e assim ninguém mesmo se interessou a ver o resultado no cinema. No Brasil as coisas foram ainda piores pois o filme só foi lançado em poucas salas dois anos depois, indo parar diretamente no mercado de vídeo onde também não conseguiu se destacar como um sucesso. Pois é, até as grandes estrelas também tropeçam em suas carreiras.

Surpresa de Shangai (Shanghai Surprise, Inglaterra, 1986) Direção: Jim Goddard / Roteiro: John Kohn, Robert Bentley / Elenco: Sean Penn, Madonna, Paul Freeman / Sinopse: Uma missionária (Madonna) vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio que pretende usar em soldados americanos feridos na guerra. Lá resolve contratar os serviços de um aventureiro (Penn), o que acabará despertando a paixão entre ambos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Minha Vida com Liberace

Esse novo filme do ator Michael Douglas é uma grata surpresa. Ao que parece ele tem ousado bem mais na carreira após o diagnostico de um grave problema de saúde que o atingiu recentemente. Mas deixemos isso de lado e vamos ao filme em si. Aqui Douglas encarna um dos mais populares artistas do show business americano: o extravagante e exagerado Liberace (1919 – 1987). Pianista de formação clássica ele decidiu deixar tudo isso de lado para investir numa nova abordagem da música instrumental. Ao invés de gravar discos para a academia, onde seria em última analise ouvido e consumido por poucos, ele resolveu investir seu talento na ala mais popular, gravando álbuns para a classe média, ou como gostava de dizer, levar um pouquinho de música clássica mesclada com ritmos populares para as donas de casa da América. Usando trajes escandalosamente luxuosos, ele logo caiu no gosto dessas senhoras e fez fama e fortuna. Seu sucesso se consolidou em Las Vegas, a terra do brega e do mal gosto.

Amado pelas matronas americanas Liberace escondia um segredo em sua vida pessoal: era gay! Para despistar as fofocas sempre tinha uma “amada” oficial, a quem não teria casado por “circunstâncias tristes” e fora de seu controle. Claro que no fundo tudo não passava de mentiras já que Liberace gostava mesmo era da presença de jovens rapazes, de preferência loiros e atléticos. Foi assim que acabou conhecendo Scott Thorson (Matt Damon), uma das grandes paixões de sua vida. Esse filme enfoca justamente esse relacionamento, mostrando a vida de luxo e luxúria do famoso pianista. Embora esteja um pouco afetado e afeminado demais, é de se reconhecer o belo trabalho que Michael Douglas desenvolve aqui na pele de Liberace. Ele está muito bem, evitando cair em maiores exageros. Suas cenas de homossexualismo ao lado de Matt Damon podem até mesmo ser consideradas ousadas para um filme convencional, mas no final se mostram necessárias. É um filme dos mais interessantes, principalmente para quem gosta de adentrar um pouco mais na intimidade dos ricos e famosos. De quebra temos um final dos mais bem bolados, muito significativo e bem de acordo com as extravagâncias de Liberace.

Minha Vida com Liberace (Behind the Candelabra, Estados Unidos, 2013) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Richard LaGravenese, baseado no livro de Scott Thorson / Elenco: Michael Douglas, Matt Damon, Scott Bakula, Eric Zuckerman / Sinopse: Liberace (Michael Douglas) é um famoso pianista e showman de Las Vegas. Amado pelas donas de casa da América ele esconde um segredo em sua vida particular: é gay e apaixonado por um jovem rapaz do interior, Scott (Matt Damon). O filme narra o conturbado relacionamento amoroso de ambos.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2013

R.I.P.D. - Agentes do Além

Nick (Ryan Reynolds) é um tira corrupto. Ao lado de outro policial, Hayes  (Kevin Bacon), ele resolve dividir o produto de um furto mas depois começa a se arrepender do que fez. Durante uma batida policial Hayes resolve então aproveitar a confusão para matar Nick, antes que ele, com peso na consciência, coloque tudo a perder. Morto, Nick se vê no mundo espiritual. Lá é designada por uma "burocrata celestial" para uma força policial do além conhecida como R.I.P.D. ("Rest in Peace Departament", ou em tradução livre, "Descanse em Paz Departamento"). A função dos agentes que fazem parte dessa agência é capturar fugitivos mortos que tentam fugir do inferno. Para trabalhar ao seu lado é designado o veterano tira Roy (Jeff Bridges). Ele havia sido xerife no velho oeste quando estava vivo e está há muitos anos trabalhando na R.I.P.D. Juntos terão que colocar as mãos em um artefato milenar que tem o poder de abrir definitivamente as portas do inferno, o que libertaria os maiores e mais desprezíveis criminosos da história da humanidade. E assim começa esse esquisito, para não dizer o mínimo, filme que tenta unir filmes policiais com temáticas de além-túmulo. Mas não precisa se preocupar pois a produção adota um tom de pura comédia ao estilo "MIB - Homens de Preto" só que ao invés de caçar ETs esses agentes do além partem em busca de mortos que tentam fugir do castigo eterno.

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção aqui é o elenco acima da média que conta com grandes nomes de Hollywood. Jeff Bridges, por exemplo, repete de certa forma o personagem que ele fez em "Bravura Indômita", só que obviamente tudo aqui levado na pura galhofa. Só me admira mesmo que um ator de seu nível tenha participado de um filme assim, que certamente nada vai acrescentar em sua carreira. Afinal de contas a produção nada mais é do que um filme dirigido ao público adolescente que lota cinemas de shopping com muita pipoca e coca-cola. Outra surpresa é ver o bom Kevin Bacon fazendo o tira corrupto que mata o parceiro logo nas primeiras cenas. Impossível não lembrar seu papel na série "The Following", que aliás é extremamente superior a qualquer coisa que vemos aqui. Mas afinal o que esses dois bons atores estão fazendo em algo desse tipo? Sinceramente não tenho a menor ideia! Por fim o ator Ryan Reynolds tenta se recuperar do grande fracasso de "Lanterna Verde". Vai conseguir? Só o tempo dirá. De qualquer forma parece que ele se recusa a crescer como ator pois fica entrando em projetos como esse, bem bobinhos e descartáveis. Em suma, RIPD tem elementos de muitos filmes que você já viu na vida, desde "Ghost", "MIB" até "Os Caça-Fantasmas". A diferença básica era que essas produções eram muito, muito superiores.

R.I.P.D. - Agentes do Além (R.I.P.D, Estados Unidos, 2013) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi / Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon, Mary-Louise Parker / Sinopse: Policial assassinado é incorporado a uma agência do além cujo objetivo é capturar fugitivos do inferno.

Pablo Aluísio.

Kick-Ass 2

E a franquia "Kick-Ass" segue em frente. Como se sabe os filmes mostram um grupo de jovens comuns que resolvem se vestir de super-heróis de quadrinhos para combater o crime e o mal nas grandes cidades. Depois dos acontecimentos do primeiro filme reencontramos Mindy Macready (Chloë Grace Moretz), na verdade Hit-Girl, que tenta levar os sonhos de seu pai em frente. O problema é que o mundo é outro e ela tenta de alguma forma se adaptar à vida de uma garota normal de 15 anos que está no high school. Enquanto isso Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) continua a luta contra os vilões. Como foi de certa forma abandonado por Hit-Girl, ele decide ir em busca de um novo grupo de heróis mascarados que pensem como ele. Acaba encontrando. São novos personagens que terão que enfrentar o inacreditável The Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse) que está atrás de Kick-Ass por causa da morte de seu pai no primeiro filme. O que poucos sabem é que ele na verdade é o nerd almofadinha Chris D'Amico. "Kick-Ass" foi um filme que me agradou bastante, era assumidamente nerd, tinha boas sacadas e um roteiro bem escrito com muitas referências ao mundo da cultura pop.

Infelizmente essa segunda parte deixa a desejar. Além da ausência de Nick Cage (que está fora do filme por motivos óbvios), o enredo se mostra bem convencional, quadradinho mesmo. Não há mais aquele timing alucinado do primeiro filme. Claro que em certos aspectos "Kick-Ass 2" chega a ser bem mais violento que o anterior mas isso não garante nenhuma inovação maior dentro da série. Na verdade o roteiro se contenta em cair naquela velha fórmula que conhecemos bem, a do vilão que está em busca de vingança pela morte de um ente querido (aqui no caso The Motherfucker deseja matar Kick-Ass e seus amigos por causa da morte de seu pai, como já foi dito). Ora, um roteiro dessas certamente não vai empolgar ninguém. O único aspecto positivo é a chance de rever todos esses personagens novamente, em especial a garotinha Hit-Girl que é uma graça. Aliás a atriz Chloë Grace Moretz cresceu, virou uma mocinha e está mais carismática do que nunca, fazendo com que o filme não seja tão cansativo e decepcionante como possa parecer. No mais, nada de muito relevante no que diz respeito ao resto da produção. Certamente dá para assistir numa boa mas para quem criou algum tipo de expectativa a decepção será certa.

Kick-Ass 2 (Kick-Ass 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Jeff Wadlow / Roteiro: Jeff Wadlow, Mark Millar / Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, / Sinopse: Um novo vilão surge para vingar a morte de seu pai. Os alvos de sua ira são Kick-Ass e Hit-Girl que terão que enfrentar um dos grandes desafios nas suas carreiras de super-heróis.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2013

O Ataque

Mais uma vez o cinema americano explora a paranoia dos ataques terroristas. O alvo agora é a própria Casa Branca. Um grupo consegue entrar na sede do executivo dos EUA se fazendo passar por técnicos de manutenção. Uma vez lá dentro começam uma operação completamente insana, tomando todo o local com uma espantosa rapidez e facilidade. Sem saber de nada um ex-militar condecorado, Cale (Channing Tatum), faz um tour turístico com sua filha pelas salas e corredores da Casa Branca, o que o faz ficar no meio da crise. Por um lance de sorte do destino ele acaba salvando o próprio presidente de seus algozes e a partir daí tentará de todas as formas se manter vivo, ao mesmo tempo em que protege a mais alta autoridade da América. "O Ataque" é assinado pelo cineasta Roland Emmerich. E o que isso significa exatamente? Bom, Emmerich é um diretor de cinema na linha de outros realizadores como Michael Bay. Seu cinema é explosivo (literalmente), espalhafatoso, exagerado e é claro, completamente inverossímil. A típica produção pipoca para ser exibida em salas comercias de shopping center pelo mundo afora.

Tecnicamente tudo é muito bem realizado. Os membros da equipe do filme recriaram a Casa Branca em mínimos detalhes. O problema é que tirando isso de lado o que sobra é realmente um argumento muito absurdo, embalado por clichês por todos os lados. O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, é interpretado pelo ator Jamie Foxx. Sua caracterização é a mais ufanista que você possa imaginar. O presidente é um homem de profunda bondade, cheio de valores e completamente íntegro! Como todos conhecemos a classe política (tanto aqui de nosso país como do restante do mundo) fica complicado acreditar nesse tipo de personalidade. Já Channing Tatum que faz o homem que impede que o presidente seja morto pelos terroristas é praticamente um Rambo da era moderna. Channing se esforça para virar um novo herói de ação mas tudo o que consegue mesmo é fazer o espectador ficar com saudades dos filmes de ação dos anos 80. Aliás ao ver um terrorista bombado, marrento, dando tiros no meio do salão oval será impossível não lembrar dos filmes de ação daquela década. Em suma, "O Ataque" é um filmão comercial, cheio de clichês, muito bem realizado do ponto de vista técnico mas que não traz absolutamente nada de novo. Para falar a verdade ele está mesmo é desatualizado, em pelo menos uns trinta anos.

O Ataque (White House Down, Estados Unidos, 2013) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: James Vanderbilt / Elenco:  Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal / Sinopse: Grupo terrorista invade a Casa Branca e tenta de todas as formas colocar as mãos no Presidente que é salvo por um ex-soldado americano que está no local com a filha fazendo uma visita turística.

Pablo Aluísio.

Aviões

Estreou muito bem nos Estados Unidos essa nova animação da Disney, "Aviões". Nem é preciso ir muito longe para entender de onde veio a ideia central dessa produção. É basicamente o mesmo argumento usado em "Carros", a animação da Pixar. Na verdade há alguns anos a Pixar foi incorporada pela Disney o que foi de certa forma algo ruim para o mundo da animação pois ambos os estúdios estavam em uma sadia concorrência pelo milionário mercado da animação onde quem ganhava mesmo no final das contas era o espectador. Agora que uma faz parte da outra essa saudável briga entre eles deixou de existir. A Disney como se sabe segue um padrão de qualidade e moralidade ao qual não abre mão e isso não acontecia com a Pixar que, no ponto de vista de roteiros, era sempre muito mais ousada, usando piadas com inúmeras referências ao mundo pop em geral e temática mais adulta.

Mas deixando isso de lado o que temos aqui em "Aviões" é certamente mais um produto de extremo perfeccionismo que do ponto de vista técnico é realmente impecável. O argumento é bem mais infantilizado, temos que reconhecer, o que faz "Aviões" ser mais indicado para crianças menores de 10 anos. Não se vê nenhum traço mais ousado por parte do texto, ficando tudo, como já tinha dito antes, dentro dos padrões familiares dos estúdios Disney. O comediante Dane Cook dubla a voz do personagem principal o que não deixa de ser uma surpresa e tanto já que Cook ficou conhecido justamente por seu humor mais pesado, bem vulgar em certos momentos. Basta lembrar de alguns de seus filmes no cinema como por exemplo "Funcionário do Mês", "Maldita Sorte" e "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte" para entender melhor do que se trata. No mais é isso, "Aviões" é irmão gêmeo de "Carros", a ponto inclusive da própria Disney usar como slogan a frase: " From above the world of Cars". Se você gostou de "Carros" certamente gostará desse aqui também. Boa viagem!

Aviões (Planes, Estados Unidos, 2013) Direção: Klay Hall / Roteiro: Jeffrey M. Howard, John Lasseter / Elenco (vozes): Carlos Alazraqui, Dane Cook, Stacy Keach / Sinopse: Assim como aconteceu em "Carros" aqui temos aviões animados em incríveis aventuras pelos céus do mundo.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Todo Mundo em Pânico 5

Tem alguma coisa errada em um filme como esse em que a melhor cena é a primeira e depois nada de mais engraçado acontece no resto de sua duração. A sequência em questão é exatamente aquela em que o ator Charlie Sheen e a atriz Lindsay Lohan satirizam aspectos de suas próprias vidas privadas. Sheen surge como um viciado em sexo, com uma parede lotada de DVDs pornôs e câmeras por todos os lados (obviamente para gravar suas cenas íntimas com as garotas que leva para a cama). Já Lohan brinca com o fato dela viver sendo presa, com uso de aparatos de segurança em seu braço e tornozelos. Infelizmente passada essa rápida cena tudo o que sobra é um festival de piadas sem graça, sátiras sem talento e gags pouco inspiradas. Como sempre acontece nessa franquia, filmes de terror de sucesso viram os alvos de chacota das sequências. Aqui sobra para vários filmes recentes como "Mama", "Evil Dead" (a refilmagem), "O Planeta dos Macacos" (o remake) e é claro "Atividade Paranormal".

O interessante é que o roteiro contou com a presença de um dos membros do famoso trio ZAZ, David Zucker, mas isso no final das contas não faz muita diferença. Como eu já escrevi recentemente em uma resenha do filme "Top Secret" foram justamente esses três talentosos humoristas que praticamente criaram  sozinhos esse gênero, o do besteirol, dentro do cinema americano no começo da década de 80. De lá para cá o estilo foi saturando, saturando, ao ponto de chegar a produções como essa que desperdiçam boas idéias porque subestima a inteligência do público, procurando apelar para a pura e simples baixaria e vulgaridade ao invés de apostar em um humor mais sutil, mais inteligente como acontecia nos primeiros filmes do trio, como por exemplo, "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". De resto o que temos é mais do mesmo, com poucas pinceladas realmente divertidas. Sobrou até para "Cisne Negro" que aliás conta com as piadas mais sem graça de todo o filme. Em suma, melhor esquecer esse tipo de filme, a não ser que você esteja com seus amigos de 14 anos matando aula numa tarde de semana tediosa e não tenha nada, mas nada mesmo, pra fazer.

Todo Mundo em Pânico 5 (Scary MoVie 5, Estados Unidos, 2013) Direção: Malcolm D. Lee / Roteiro: David Zucker, Pat Proft / Elenco: Simon Rex, Ashley Tisdale, Charlie Sheen, Lindsay Lohan / Sinopse: Quinto filme da série "Todo Mundo em Pânico", aqui satirizando os recentes sucessos de terror "Mama", "Evil Dead", "Planeta dos Macacos", "Cisne Negro", "Atividade Paranormal" e "A Origem".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As Loucuras de Charlie

Charles Swan III (Charlie Sheen) é um designer gráfico que ganha a vida fazendo capas de discos para grupos de rock e comediantes. Sua vida vira de pernas para o ar quando a grande paixão de sua vida, Ivana (Katheryn Winnick), decide colocar um fim no romance, uma vez que está cansada do estilo de vida mulherengo do namorado. Após ela deixar a casa em que viviam juntos o pobre Charlie começa a ficar sem rumo em sua vida, andando a esmo até que sofre um acidente e vai parar no hospital. Como se trata de um cara muito imaginativo ele começa a criar fantasias em relação ao seu complicado romance com Ivana. Sua intenção é fazer a garota voltar para ele mas enquanto isso não acontece Charlie vai cultivando uma tremenda dor de cotovelo. Pois é, Charlie Sheen está de volta aos filmes depois de vários anos se dedicando ao mundo das séries de TV, onde fez muito sucesso. Curioso é ter escolhido justamente essa modesta produção para retornar.

O roteiro é bem simples e o filme em si soa sem pretensão nenhuma. Charlie Sheen contracena com um bom elenco, com destaque para a presença muito bem humorada de Bill Murray como seu contador, mas a despeito disso o resultado é realmente bem irregular. O melhor vem quando Charlie dá asas para sua imaginação o que cria uma série de quadros bem surreais. Alguns são bem divertidos, outros não. Um dos melhores é ver o ator cantando em português o grande sucesso de Tom Jobim, "Águas de Março". Já outros, como na sequência em que ele e Bill Murray são atacados por um grupo de índias nativas gostosonas não soa lá grande coisa. O filme é curtinho, pouco mais de 65 minutos (quase um média metragem) e no final não chega a chatear, até porque o carisma de Charlie Sheen segura bem as pontas nos momentos mais fracos. Se você gosta do Sheen em suas séries de TV recomendo a produção para conferir algo bem diferente em sua carreira.

As Loucuras de Charlie (A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III, Estados Unidos, 2013) Direção: Roman Coppola / Roteiro: Roman Coppola / Elenco: Charlie Sheen, Jason Schwartzman, Bill Murray, Rosanna Arquette  / Sinopse: Designer de capas de discos se vê perdido na vida após ser abandonado pela garota que ele julga ser o grande amor de sua vida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Perdidos no Espaço

Ano 2058. A Terra está esgotada, o meio ambiente está saturado. Em busca de uma saída uma missão ousada é planejada. O envio de uma família em direção ao único planeta conhecido habitável do universo. As nações da Terra vivem uma relativa era de paz mas forças rebeldes fazem de tudo para sabotar seus planos. Assim o Dr. Zachary Smith (Gary Oldman), o médico da missão Júpiter 2, é enviado para destruir os planos da nave em sua viagem espacial mas tudo acaba dando errado e ele próprio fica preso dentro da espaçonave após sua decolagem. O problema é que ele, poucos momentos antes, havia programado o robô da expedição para destruir todos os equipamentos e seus tripulantes. Desesperado tenta evitar o pior mas os estragos são significativos e a nave fica literalmente perdida no espaço com todos a bordo e completamente à deriva. Começa assim "Perdidos no Espaço", remake da famosa série de TV dos anos 60 que encantou várias gerações, até mesmo aqui no Brasil onde o seriado foi exibido com grande sucesso de audiência. Claro que apenas o ponto de partida foi aproveitado. Na verdade esse novo "Perdidos no Espaço" foi uma produção milionária, com orçamento de primeira linha e efeitos digitais de última geração, algo bem distante do que víamos na série original com seus cenários franciscanos e alienígenas pintados de verde e suas anteninhas artificiais. 

Quem acompanhava a série dos anos 60 certamente se lembra do Dr. Smith interpretado pelo talentoso ator Jonathan Harris. Ele fazia de Smith um personagem bastante cômico, sempre atrapalhado, implicando com o robô da missão o chamando constantemente de "Lata de Sardinha". Na nova versão Smith já não é um alívio cômico embora aqui e acolá apareçam certos maneirismos que Oldman utiliza até como forma de homenagear o trabalho inesquecível de Jonathan Harris. Mesmo assim ele é antes de mais nada um vilão, um personagem vil, que acaba caindo em sua própria armadilha. No restante todos os demais integrantes da família  Robinson se encontram no filme, inclusive o cativante Will Robinson (Jack Johnson), o garoto prodígio que acaba criando inúmeras inovações tecnológicas ao longo do tempo. Infelizmente essa nova versão de "Perdidos no Espaço" não fez o sucesso esperado. E qual foi a razão disso ter acontecido? Para muitos o roteiro inteligente e cientifico demais afastou o público americano das salas. Realmente há uma certa dose de verdade nesse ponto de vista. Embora o filme comece usando todas as premissas da série que lhe deu origem logo o enredo dá uma guinada e tanto, misturando viagem no tempo, astrofísica e tudo mais a que tem direito. Isso parece ter sido muito para a cabeça do americano médio que assim acabou rejeitando de forma injusta a produção. Mas deixe isso de lado e não deixe de conhecer (caso você ainda não tenha visto) pois o novo "Perdidos no Espaço" é muito bom, porque afinal consegue manter o clima de nostalgia aliada a uma nova visão bem mais moderna, com ótima trilha sonora.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 1998) Direção: Stephen Hopkins  / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Gary Oldman, William Hurt, Matt LeBlanc, Mimi Rogers, Heather Graham, Lacey Chabert, Jack Johnson / Sinopse: Família fica perdida no espaço após uma viagem espacial que é sabotada por um penetra dentro da nave, o Dr. Smith. Remake da famosa série de TV da década de 60.

Pablo Aluísio.

Um Lugar Chamado Notting Hill

Alguns filmes são bem badalados em seus lançamentos e depois de alguns anos caem no esquecimento quase completo. Um exemplo? Ora, basta lembrar desse "Um Lugar Chamado Notting Hill", comédia romântica com ares de superprodução que contou no elenco com dois queridinhos do cinema americano da década de 1990: Hugh Grant e Julia Roberts. Grant foi o modelo do inglês boa pinta que caiu nas graças do público depois do sucesso do cult "Quatro Casamentos e um Funeral". Sempre interpretando ingleses sem jeito, tímidos, mas bem charmosos ele foi durante grande parte de sua carreira um galã diferente, que se encaixava como poucos no imaginário feminino. Depois que foi pego em flagrante com uma prostituta nas ruas de Nova Iorque sua imagem foi levemente arranhada mas ele de forma muito inteligente usou de sua persona nas telas para escapar do escândalo, que de uma forma ou outra, por mais incrível que isso possa parecer, acabou ajudando ainda mais em sua fama. Já Julia Roberts foi outra que virou estrela da noite para o dia por causa do sucesso de "Uma Linda Mulher", comédia sem pretensão da Touchstone que acabou virando um grande sucesso de bilheteria. No começo de sua carreira ainda era uma graça mas depois de tantos anos virou uma dessas divas insuportáveis que Hollywood sabe muito bem produzir.

Assim tudo o que "Um Lugar Chamado Notting Hill" faz é se aproveitar do carisma de ambos para atrair o público. O enredo, como não poderia deixar de ser, é bobinho e derivativo. Além disso procura encher ainda mais a bola de Julia Roberts a retratando como uma grande diva, com milhões de fãs dispostos a saber tudo sobre sua vida pessoal. Ah que tédio hein? A própria atriz deu pitacos no roteiro pois a sua personagem nada mais é do que uma caricatura dela mesma, tentando se vender o máximo possível como diva absoluta, perseguida por malvados paparazzis e a imprensa, sempre cruel com esses "maravilhosos" artistas. Assim Julia Roberts interpreta Anna Scott, a megastar do cinema americano que acaba se apaixonando pelo pacato dono de livraria Will (Hugh Grant). Eu me recordo que vi esse filme no cinema e que já naquela época achava a Roberts muito egocêntrica para o meu gosto. Só vi mesmo a produção por causa do Hugh Grant, ator limitado (ele só interpreta ele mesmo em seus filmes) mas que simpatizo. De bom mesmo aqui só indico a charmosa direção de arte e o roteiro que tenta a muito custo parecer de bom gosto. Até que vale a pena, apesar da Julia Roberts imersa em si mesma, se achando o máximo o tempo todo.

Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, Estados Unidos, 1999) Direção: Rogers Michell / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Julia Roberts, Hugh Bonneville, Emma Chambers, James Dreyfus, Rhys Ifans / Sinopse: Grande estrela do cinema (Roberts) se apaixona por pacato dono de livraria (Grant) o que dará origem a muitas confusões em suas vidas.

Pablo Aluísio.

The Black Dahlia Haunting

Título no Brasil: Sem título no Brasil
Título Original: The Black Dahlia Haunting
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Micro Bay Features
Direção: Brandon Slagle
Roteiro: Brandon Slagle
Elenco:  Devanny Pinn, Britt Griffith, Noah Dahl

Sinopse: 
Um sujeito encontra a adaga que supostamente teria sido usada na morte da Dália Negra (aquele infame e terrível assassinato que ocorreu em Los Angeles na década de 1940, quando uma starlet chamada Elizabeth Short foi brutalmente esquartejada em um crime que nunca foi solucionado). Pois bem o tal objeto encontrado parece ter ligação com a morte dos pais de uma jovem, que foram mortos pelo próprio irmão dela. Aos poucos ela vai começar a sentir a própria presença da Dália Negra em sua vida.

Comentários:
A história da Dália Negra é por demais interessante. É um dos casos não resolvidos mais importantes da criminologia dos Estados Unidos. Porém nada disso se aproveita nesse filme. Esqueça! Se você estiver em busca de um bom filme sobre o caso de Elizabeth Short é melhor ficar bem longe dessa verdadeira porcaria. Atores incapazes, direção sem talento e roteiro para lá de confuso formam a receita indigesta desse filme muito fraco, beirando o amadorismo completo. Tudo é péssimo aqui. O enredo passado no tempo atual mais parece um samba do crioulo doido, sem sentido e sem lógica nenhuma. Uma completa perda de tempo. Fique longe desse lixo!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Gangster

Esse foi o último grande filme da carreira de Ridley Scott. Uma produção impecável com elenco classe A que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. A história do filme (baseada em fatos reais) se passa em Nova Iorque na década de 70. A morte de um chefão do tráfico do Harlem abre espaço para o surgimento de um novo líder, Frank Lucas (Denzel Washington). Ambicioso e metódico ele logo descobre como subir dentro da hierarquia das ruas. Após eliminar ou comprar seus mais potenciais inimigos começa a colocar em prática um plano para trazer a mais fina e pura heroína para o mercado americano. Usando como meio de transporte os próprios aviões militares americanos que voltavam da guerra do Vietnã, Lucas fez fortuna em pouco tempo. Estima-se que chegou a ganhar mais de um milhão de dólares ao dia, uma cifra realmente surpreendente. Dono de um faro comercial e organizacional fora do comum o traficante Frank Lucas logo se tornou o principal importador da drogas aos Estados Unidos. Seu produto dominou todo o mercado de drogas. Com tanto dinheiro e poder em jogo era questão de tempo até chamar a atenção da polícia de Nova Iorque.

Em um departamento policial corroído por todo tipo de corrupção o detetive Richie Roberts (Russell Crowe) parecia ser realmente uma rara exceção. Policial honesto, logo percebeu que algo grande estava acontecendo no submundo do tráfico das ruas da cidade. Após intensas investigações acabou descobrindo todo o itinerário e a complexa rede de intermediários da heroína que chegava até os viciados nova-iorquinos. A heroína além de ser extremamente pura era de uma qualidade excepcional, vendida a um preço muito barato, revelando um grande esquema de distribuição por trás de tudo. “O Gangster” é um tipo de filme que nos faz lembrar como era interessante o cinema americano, principalmente na década de 70. Os temas eram geralmente relevantes, mostrando problemas atuais em tramas bem desenvolvidas, fundadas em ótimos roteiros. A dupla central de atores aqui está excepcionalmente bem. O Frank Lucas de Denzel Washington é um sujeito contraditório naquilo que entende defender e no que faz em seu dia a dia. Grande direção de Ridley Scott que ultimamente tem derrapado bastante em suas escolhas. Um filme atual com o sabor das antigas produções dos anos 70. Excelente.

O Gangster (American Gangster, Estados Unidos, 2007) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Steven Zaillian / Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ted Levine / Sinopse: O filme conta a história de um dos maiores traficantes de Nova Iorque durante a década de 70. Faturando milhões ele conseguiu criar uma grande rede de distribuição e transporte da heroína vinda da Ásia para ser vendida no mercado americano. Filme indicado aos Oscars de Melhor de Direção de Arte e Atriz Coadjuvante (Ruby Dee). Indicado também aos Globos de Ouro de Melhor Direção, Melhor Filme Drama e Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

Duplex

Esse filme aqui tive a oportunidade de assistir no cinema. Obviamente não se trata de nenhuma obra prima mas sim de uma comédia de costumes, rápida, ligeira, que se propõe a fazer humor em cima do complicado problema de habitação em Nova Iorque, que como toda cidade grande tem muitos problemas urbanos. No simpática enredo um casal jovem tenta realizar seu sonho de ser proprietário de um apartamento duplex na grande maçã, algo que não é fácil de alcançar uma vez que o metro quadrado da cidade é um dos mais valorizados do mundo. Pois bem, mesmo assim tentam levar em frente o projeto de um dia, quem sabe, chegar lá. E contra todas as expectativas eles acabam conseguindo mas como nem tudo é perfeito precisam lidar com uma resistente velhinha, antiga moradora do local, que se recusa a deixar seu apartamento. Como ela não sai eles acabam planejando um jeito de dar um fim nela, nem que para isso tenham que cometer um crime! A direção do filme é do baixinho Danny De Vito, ator já bem conhecido do público brasileiro por inúmeros filmes de sucesso da década de 80.

Já deu para perceber que o roteiro tem pretensões de ser uma comédia de humor negro mas não precisa ficar preocupado sobre isso pois o estilo usado nessa produção é realmente inofensivo, sem maiores consequências, fruto aliás do fato do filme ser estrelado pelo casalzinho Ben Stiller e Drew Barrymore. Ele, um daqueles humoristas que fazem sucesso repetindo o mesmo personagem, filme após filme. Geralmente fazendo o papel de um sujeito comum, sem nada de especial, que acaba entrando nas maiores frias sem ter culpa nenhuma no cartório. Ela, a eterna garotinha de ET, tentando emplacar mais um sucesso no cinema, principalmente agora que virou produtora de seus próprios filmes. A Drew Barrymore aliás vem de uma longa linhagem de atores, uma família de artistas com muita história para contar, além é claro dos famosos problemas envolvendo bebidas e drogas - algo pelo qual a Drew também já passou. Mas enfim, deixemos isso de lado, fica então a dica desse "Duplex", uma comédia que seguramente não apresenta nada demais mas que pode até funcionar como um passatempo ligeiro, desde que você não espere por muita coisa.

Duplex (Idem, Estados Unidos, 2003) Direção: Danny Devito / Roteiro: Larry Doyle  / Elenco: Ben Stiller, Drew Barrymore, Eileen Essel, Harvey Fierstein, Justin Theroux, James Remar / Sinopse: Casal decide fazer tudo para ser dono de um duplex em Nova Iorque e quando se diz tudo é tudo mesmo, inclusive passando por cima da moralidade e da lei.

Pablo Aluísio.