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quarta-feira, 24 de maio de 2006
Punidos Pelo Proprio Sangue
O excelente cineasta John Sturges não assinava bobagens. E quando o tema era o velho oeste a coisa ficava muito mais séria. Aqui temos um faroeste com um roteiro extremamente bem escrito e ótimas atuações. Ele se empenhou bastante na realização desse filme, dando inclusive retoques no roteiro. Queria reforçar o aspecto de mistério de seu enredo. Infelizmente o título nacional entrega a solução do mistério que ronda toda a trama, mas nada podemos fazer sobre isso - pelo visto não é de hoje que temos títulos nacionais equivocados não é mesmo?
Pois bem, o enredo se passa no Arizona em 1870 e isso significa cidadezinhas empoeiradas no meio do deserto hostil. Richard Widmark passa o tempo todo com um figuro marrom (me lembrou até do famoso pioneiro Daniel Boone) e cai de amores pela mocinha Donna Reed (jovem e bonita, de cabelos curtos). O ator interpreta um verdadeiro personagem dúbio, ora agindo como mocinho, ora como vilão. No geral é um bom faroeste, movimentado, com perseguições de diligências, tiroteios em saloons e brigas no meio da areia do deserto. A fotografia foi valorizada, pois a região onde tudo foi filmado era bem bonita, com longas encostas montanhosas. Enfim, para matar saudades de Richard Widmark e seu estilo durão, com personagens que oscilavam entre o bem e o mal.
Punidos Pelo Proprio Sangue (Backlash, Estados Unidos, 1956) Estúdio: Universal International Pictures / Direção: John Sturges / Roteiro: Frank Gruber, Borden Chase / Elenco: Richard Widmark, Donna Reed, William Campbell / Sinopse: Durante o velho oeste americano um homem desconhecido chega em uma pequena cidade do interior em busca de respostas, sobre a morte de seu pai. Ele quer saber tudo o que aconteceu para se vingar do assassino cuja identidade terá que descobrir.
Pablo Aluísio.
Na Sombra do Disfarce
O que fazer quando não existe mais lei e as autoridades constituídas nada mais fazem para impedir a explosão da criminalidade e a violência? "The Lone Hand" mostra a solução ao colocar em cena a sociedade civil formada por homens de bem se armando para impor novamente ordem e respeito em uma terra assolada pela bandidagem. O enfoque do roteiro é muito bem construído, principalmente por mostrar a dura vida dos pioneiros que foram em direção ao oeste para começar uma nova vida.
O personagem interpretado pelo sempre ótimo Joel McCrea personifica justamente esse ideal. Ele também acaba se envolvendo com a bela e sofrida Sarah Skaggs (Barbara Hale) que embora seja uma mulher honesta, íntegra e ciente de seus deveres tem que presenciar pessoas de sua própria família integrando grupos e bandos de criminosos. O argumento sutilmente toca na questão do chamado fora-da-lei social, aquele que não encontra outro caminho de vida mas não se aprofunda sobre o tema. Ao invés disso mostra apenas o lado dos pioneiros que para continuarem sobrevivendo tiveram que pegar em armas. Um western visceral que certamente mexerá com você. Mais do recomendado.
Na Sombra do Disfarce (The Lone Hand, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Universal International Pictures / Direção: George Sherman / Roteiro: Joseph Hoffman, Irving Ravetch / Elenco: Joel McCrea, Barbara Hale, Alex Nicol / Sinopse: Em uma região dominada pelo crime, um grupo de fazendeiros e comerciantes decidem impor sua própria lei, formando grupos de justiceiros armados.
Pablo Aluísio.
Anjo de Vingança
Título Original: Frenchie
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Louis King
Roteiro: Oscar Brodney
Elenco: Joel McCrea, Shelley Winters, Paul Kelly, Elsa Lanchester, Marie Windsor, John Russell
Sinopse:
Frenchie Fontaine (Shelley Winters) decide vender seu negócio de sucesso em Nova Orleans para ir até a fronteira do velho oeste. A razão? Ela pretende encontrar os homens que mataram seu pai, Frank Dawson. O problema é que ela só conhece a identidade de um deles, e por isso precisa encontrar o segundo assassino. Para isso pretende contar com a ajuda do xerife da cidade, o durão e homem de poucas palavras Tom Banning (Joel McCrea). A caçada vai começar...
Comentários:
Mais um faroeste estrelado pelo ator Joel McCrea (1905 - 1990). Hoje em dia ele anda um tanto esquecido mas em seu auge foi bem popular. Isso se deve ao fato de que Joel realmente parecia um cowboy do velho oeste. Não era metido a galã e nem fazia o tipo que não convencia. Usando roupas surradas, cheias de poeira, cigarro na mão e jeito de durão era simplesmente impossível não acreditar que ele não fosse um autêntico "homem de Marlboro". Seus filmes de western se caracterizavam por serem bem duros, másculos, cheios de ação e tiroteios. Nada de personagens complexos, em crises existenciais. As crises em suas produções eram sempre resolvidas da mesma maneira, com o cano quente de uma Winchester calibrada. Nada mais, nada menos do que isso. Em "Anjo de Vingança" ele interpreta o xerife Tom Banning que não dá mole para a bandidagem, que como se sabe começa a se espalhar quando não é devidamente combatida. Banning usa da velha filosofia de que "bandido bom é bandido morto" e nada mais. Faroeste muito acima da média com cenas ótimas com Joel e Winters, que tenta trazer um pouco de leveza e bom humor às fitas de McCrea, um sujeito durão que não levava desaforos para casa. Quem precisa de mais? Os fãs de western certamente vão adorar.
Pablo Aluísio.
Terra Selvagem
Título Original: Comanche Territory
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Lewis Meltzer, Oscar Brodney
Elenco: Maureen O'Hara, Macdonald Carey, Will Geer, Charles Drake, Pedro de Cordoba, Ian MacDonald
Sinopse:
Durante a conquista do oeste americano, um grupo de colonos decide romper, por conta própria, um tratado de paz firmado entre o governo e a nação comanche. Eles cobiçam a prata que pode ser encontrada no território comanche. E essa invasão de suas terras dá origem a um conflito brutal entre homens brancos e nativos.
Comentários:
O diretor George Sherman tinha nome de general ianque da guerra civil. Isso parece ter abençoado sua carreira cinematográfica pois ele, desde cedo, se especializou em filmes com histórias passadas no velho oeste. Esse faroeste aqui tem uma característica interessante, pois foi estrelado por uma mulher! Isso mesmo, a atriz Maureen O'Hara era a verdadeira protagonista no filme, interpretando uma personagem chamada Katie Howard, uma pioneira naquelas terras selvagens. Maureen O'Hara era uma das principais estrelas da Universal, assim o estúdio decidiu arriscar, produzindo um western estrelado por uma atriz de personalidade forte. A "ousadia" deu certo, o filme foi elogiado pela crítica da época e rendeu uma boa bilheteria nos cinemas. Revisto nos dias atuais é sem dúvida um bom filme de western, com todos os elementos presentes, bom roteiro, elenco empenhado e ótimas cenas de batalha. Um bom fã do estilo não teria do que reclamar.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de maio de 2006
Comando Negro
Título Original: Dark Command
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Grover Jones, Lionel Houser
Elenco: John Wayne, Claire Trevor, Walter Pidgeon, George 'Gabby' Hayes, Porter Hall, Raymond Walburn
Sinopse:
Na véspera da eclosão da guerra civil americana, o texano Bob Seton (John Wayne) chega na pequena cidadezinha de Lawrence, Kansas. Ele pensa em viver por lá, só que seus planos são ameaçados por William 'Will' Cantrell (Walter Pidgeon), um ambicioso e fanático militante da causa sulista na região. Não demora muito e ele começa a impor o terror para toda a população local.
Comentários:
Hoje em dia esse western é pouco lembrado. Entretanto foi um dos grandes sucessos da carreira de John Wayne. Tanto do ponto de vista do público, como também da crítica. Foi produzido pelo lendário produtor Sol C. Siegel, que fez fortuna e fama em Hollywood, sendo conhecido pelo extremo capricho que trazia para seus filmes. A direção também foi excelente, caindo nas mãos do mestre Raoul Walsh. Tantos talentos fizeram com que o filme fosse indicado em duas categorias do Oscar, concorrendo como melhor direção de arte (realmente o filme tem um estilo e visual belíssimo) e melhor música original (a cargo do maestro Victor Young, consagrado pelos maravilhosos temas que compôs para filmes em Hollywood). O roteiro também conseguiu mesclar com rara inspiração personagens históricos reais (como Cantrell e seu bando de renegados) com personagens de pura ficção (como no caso do ranchero interpretado por John Wayne). Em suma, um dos grandes clássicos da Republic, um estúdio que marcou época na Hollywood em sua fase de ouro.
Pablo Aluísio.
Rifles Apaches
A história desse filme se passa em 1879, no território do Arizona. Um grupo de guerreiros apaches rompem o tratado de paz, deixam sua reserva e partem em luta contra os soldados do exército. O Capitão Jeff Stanton (Audie Murphy) é designado pelo alto comando para liderar uma unidade da cavalaria para localizar, combater e capturar os Apaches rebeldes. E no meio de todo esse clima de confronto ainda surgem mineradores mal intencionados que desejam roubar os metais preciosos nessas mesmas terras de conflito. Bom filme de western, contando com Audie Murphy, veterano da II Guerra Mundial, que se tornou ator bem popular de filmes de faroeste da época, inclusive no Brasil.
Rifles Apaches (Apache Rifles, Estados Unidos, 1964) Direção: William Witney / Roteiro: Charles Smith, Kenneth Gamet / Elenco: Audie Murphy, Michael Dante, Linda Lawson / Sinopse: Capitão da cavalaria do exército dos Estados Unidos recebe ordens para combater e aprisionar um grupo de violentos guerreiros Apaches que deixaram a reserva onde viviam para partir em uma campanha de vingança contra os homens brancos que invadiram suas terras ancestrais.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Ao Rufar dos Tambores
Só que estoura a guerra de independência das 13 colônias americanas. Os ingleses se aliam com tribos de índios que atacam e queimam as fazendas dos colonos, inclusive a casa onde vive o casal que protagoniza a história. Eles fogem, conseguem sobreviver e se instalam em um forte de madeira mantido e defendido pelos próprios habitantes da região. A guerra é feroz, muitos homens morrem no campo de batalha e Lana logo percebe como é dura a vida de uma mulher naquelas terras sem lei, forjadas na violência.
"Ao Rufar dos Tambores" é um filme muito bom, explorando a vida dos pioneiros do oeste em um momento muito delicado da história dos Estados Unidos. Há cenas emblemáticas, como a da apresentação da primeiras bandeira da nova nação para as pessoas que viviam na fronteira selvagem. Como é de praxe em filmes de John Ford ele também acrescentou alguns breves momentos de humor para não deixar o filme tão pesado. Henry Fonda, como sempre ótimo, mas quem acaba roubando a cena é a atriz que interpreta sua esposa, Claudette Colbert. Enfim, um filme que resgata a vida de pessoas comuns, no limiar do nascimento daquela jovem nação.
Ao Rufar dos Tambores (Drums Along the Mohawk, Estados Unidos, 1939) Direção: John Ford / Roteiro: Lamar Trotti, Sonya Levien / Elenco: Claudette Colbert, Henry Fonda, Edna May Oliver, Eddie Collins / Sinopse: Um casal de pioneiros tenta vencer na vida, em um rancho da fronteira, durante a guerra de independência dos Estados Unidos. No novo lar acabam sendo atacados por índios e ingleses, que lutam contra a separação do colônia do império britânico. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Edna May Oliver).
Pablo Aluísio.
O Vingador Silencioso
Título Original: Il Grande Silenzio
Ano de Produção: 1968
País: Itália, França
Estúdio: Adelphia Cinematografica, Les Films
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Sergio Corbucci, Vittoriano Petrilli
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Klaus Kinski, Luigi Pistilli, Frank Wolff, Mario Brega, Carlo D'Angelo
Sinopse:
Um atirador mudo defende uma jovem viúva e um grupo de moradores de uma gangue de assassinos de recompensas no inverno de 1898. Há diversos pistoleiros profissionais entre os bandoleiros, o que resulta numa luta tensa e sombria entre os inimigos.
Comentários:
Produção franco-italiana dirigida pelo "mestre do western spaghetti", o hoje cultuado Sergio Corbucci. Esse cineasta, ao lado de Sergio Leone, é considerado um dos mestres do cinema italiano de faroeste da década de 1960. O curioso é que durante anos seus filmes foram impiedosamente malhados pelos críticos, mas depois sua filmografia foi ganhando um status cult, principalmente nos cursos de cinema ao redor do mundo. A estética de Corbucci hoje em dia é estudada nos mais renomados centros universitários, seus filmes são exibidos em cineclubes e assim sua obra foi devidamente reconhecida, embora tardiamente. Infelizmente o diretor, falecido em 1990, não teve a oportunidade de ver suas filmes sendo resgatados pela academia. De qualquer maneira a sua obra está aí, para quem deseja conhecer. Esse "O Vingador Silencioso" é um desses filmes que na época de lançamento passou em brancas nuvens, mas que hoje em dia é extremamente elogiada.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de maio de 2006
Adeus, Texas
Título Original: Texas, addio
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: B.R.C. Produzione S.r.l., Estela Films
Direção: Ferdinando Baldi
Roteiro: Ferdinando Baldi, Franco Rossetti
Elenco: Franco Nero, Alberto Dell'Acqua, Elisa Montés
Sinopse:
Após longos anos trabalhando como xerife, Burt Sullivan (Franco Nero) resolve deixar seu cargo para resolver um velho problema de seu passado. Acontece que ele finalmente descobre que Cisco Delgado (José Suárez) foi o responsável pela morte de seu pai, muitos anos atrás. Como homem da lei ele não poderia levar adiante seu plano de vingança, por isso resolve deixar a estrela de prata de lado para rumar em direção ao Texas com o firme objetivo de acertar contas com Cisco. Para isso conta com a ajuda de seu irmão Jim Sullivan (Alberto Dell'Acqua) pois ambos possuem interesse em fazer justiça com as próprias mãos. Uma vez na pequena cidade descobrem que Cisco se tornou um homem rico, poderoso e influente na região, o que dificultará ainda mais seu anseio de vingança.
Comentários:
No grande ano da carreira de Franco Nero ele ainda estrelou mais esse western Spaghetti, "Texas, addio". Uma das primeiras coisas que chamam atenção aqui é o fato do enredo ser muito parecido com o de seu filme anterior, "Tempo de Massacre". Isso se explica facilmente. Acontece que na década de 1960 o cinema italiano produzia filmes em ritmo industrial. Ao contrário do que acontece hoje em dia o número de salas de cinema no mundo só aumentava e com muita demanda era de se esperar que muitos filmes fossem produzidos rapidamente. Franco Nero assim pulava de um set de filmagens para outro, tudo para aproveitar sua popularidade após "Django". Nesse ritmo frenético nem sempre havia tempo hábil para se escrever roteiros muito originais, assim não era raro se aproveitar de uma estória que havia dado certo antes para se contar novamente algo bem parecido. Usando da velha tática de escrever roteiros "diferentes, mas iguais" os escritores do cinema italiano tinham que reciclar muitas vezes a mesma estória em filmes diferentes. Temas como vingança envolvendo a morte de familiares, xerifes que se tornavam criminosos e homens poderosos e ricos como vilões eram recorrentes por essa época. O mesmo acontece nessa produção. A boa notícia é que o filme realmente diverte, ainda hoje, e traz todos os elementos que fizeram a diversão dos fãs do estilo Spaghetti. Olhando sob esse prisma "Adeus, Texas" ainda pode ser considerado uma boa pedida.
Pablo Aluísio.
Deus Perdoa... Eu Não!
Título Original: Dio perdona... Io no!
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Cronocinematografica Productores Films
Direção: Giuseppe Colizzi
Roteiro: Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Frank Wolff, Bruno Ariè, Francisco Sanz, Antonio Decembrino
Sinopse:
Um trem chega na estação com todos os passageiros mortos. Havia um carregamento de ouro no valor de 200 mil dólares que simplesmente sumiu. Tudo leva a crer que foi um roubo bem planejado e executado com requintes de crueldade, mas quem teria sido o autor de tal crime? E o mais importante de tudo, onde foi parar aquela pequena fortuna? É justamente para responder essas perguntas que Cat Stevens (Terence Hill) e Hutch Bessy (Bud Spencer) se unem para procurar pelo ouro. Ambos acreditam que o roubo foi cometido pela quadrilha liderada pelo bandoleiro Bill San Antonio (Frank Wolff). O problema é que Bill é dado como morto desde que enfrentou Stevens no passado! Mas será mesmo que ele morreu?
Comentários:
Esse é um Western Spaghetti dos mais interessantes, não apenas por reunir a boa dupla Terence Hill e Bud Spencer mas também por apresentar um roteiro até bem feito, com idas e vindas no tempo, para encaixar todas as peças sobre o desaparecimento (ou teria sido morte?) do bandoleiro e assassino Bill San Antonio! Esse é um personagem bem curioso pois tem jeito de afeminado, meio louco e com ares de megalomania. Imaginem um pistoleiro como esse em pleno anos 60! Como sempre acontecia em Spaghettis dessa época temos todo aquele desfile de sujeitos barbudos, suados e mal encarados. O personagem de Terence Hill é um jogador inveterado que está sempre envolvido em jogos e tiroteios, não necessariamente nessa ordem. Como sempre seu carisma se mostra à prova de falhas. O filme tem sua dose de brigas caricatas - com todos aqueles sopapos bem característicos dos filmes italianos - mas a despeito disso consegue manter um tom bem mais sério do que o habitual. No final a única dúvida que fica sem resposta é como o Bud Spencer conseguia aguentar aquele pesado casaco de peles em pleno deserto? Haja preparo físico para isso!
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de maio de 2006
Sob o Sol do Arizona
Título Original: Neath the Arizona Skies
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Harry L. Fraser
Roteiro: Burl R. Tuttle
Elenco: John Wayne, Sheila Terry, Shirley Jean Rickert
Sinopse:
Chris Morrell (John Wayne) é um cowboy durão que de repente se vê na incumbência de cuidar de uma garotinha mestiça que se encontra abandonada. Chris tem esperanças de encontrar seu pai, que dizem viver nas montanhas, mas enquanto isso não acontece tem que deixar a menina a salvo de malfeitores que descobrem que ela é na verdade a herdeira não reconhecida de uma rica mulher branca que morreu na região.
Comentários:
Uma produção rodada ainda na primeira fase da carreira do mito John Wayne. Apesar de bastante jovem o ator já mostrava seu grande carisma, numa caracterização que se tornaria típica em sua carreira nos anos que viriam, a do durão de bom coração. Aqui Wayne tem o desafio de contracenar com uma simpática - e muito talentosa - atriz mirim. Muitos anos depois Wayne citaria o filme como uma prova de que ele havia atuado ao lado de uma criança e mesmo assim ainda conseguia chamar a atenção do público para si. Em tempos de Shirley Temple era realmente uma façanha e tanto. Apesar de ser um bangue-bangue bem na média do que era produzido em massa pelos estúdios naquela época, o filme ainda consegue crescer bastante em seu terço final quando um clima de suspense e tensão se impõe na história. Em suma, uma bela pedida para conferir o grande Wayne no alvorecer de sua maravilhosa carreira.
Pablo Aluísio
Amanhecer na Fronteira
Título Original: Dawn on the Great Divide
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Monogram Pictures
Direção: Howard Bretherton
Roteiro: Adele Buffington, James Oliver Curwood
Elenco: Buck Jones, Mona Barrie, Raymond Hatton
Sinopse:
Buck Roberts (Buck Jones) lidera uma caravana pelo meio do deserto que leva suprimentos para os trabalhadores da construção de uma estrada de ferro da região. No meio do caminho Buck e seus homens são surpreendidos por um ataque Navajo mas algo parece estranho com aqueles nativos. Na realidade são foras-da-lei disfarçados de guerreiros para desestabilizar o avanço da nova estrada férrea que avança rumo ao oeste selvagem.
Comentários:
Último filme da carreira do ator Buck Jones (1891 - 1942). Ele foi um dos mais conhecidos astros de filmes de oeste B do cinema americano. O interessante é que antes de entrar no ramo da atuação Buck exerceu realmente a profissão de cowboy. Nascido em Indiana e criado nas reservas do Oklahoma ele já atravessava aqueles territórios a cavalo muito antes de pensar em entrar na sétima arte. Seus filmes viraram sinônimo de matinês lotadas em cinemas do interior por todo o país. Com seu jeitão rude e valente mas íntegro e honesto, Buck acabou caindo no gosto da garotada que não perdia um só de seus faroestes rápidos e movimentados. No total estrelou quase 170 filmes! Agora em 2014 os fãs de western nos Estados Unidos estão celebrando o centenário de seu primeiro filme, "Life on the 101 Ranch, Bliss Oklahoma" lançado em 1914. Já nesse "Dawn on the Great Divide", que marcou sua despedida das telas, os fãs do eterno cowboy terão uma amostra de seu estilo. Foi sem dúvida uma honrosa despedida para um dos atores mais queridos da mitologia do faroeste americano.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de maio de 2006
Cavalgada Infernal
Título Original: Take a Hard Ride
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos, Itália, Espanha
Estúdio: Bernsen-Ludwig-Bercovici Production
Direção: Antonio Margheriti
Roteiro: Eric Bercovici, Jerrold L. Ludwig
Elenco: Jim Brown, Lee Van Cleef, Fred Williamson, Catherine Spaak, Barry Sullivan, Dana Andrews
Sinopse:
Depois de vender seu gado na cidade, o dono da fazenda Morgan morre inesperadamente, e seu capataz Pike tem que levar o dinheiro do pagamento de volta para os seus familiares, na região de onde veio. E essa será uma jornada de retorno perigosa pois ele passa a ser seguido por bandoleiros, pistoleiros e ladrões de todos os tipos.
Comentários:
Quando o western spaghetti começava a desaparecer dos cinemas, um grupo de produtores americanos se associou a produtores europeus, italianos e espanhóis, para a produção desse faroeste no melhor estilo spaghetti. O filme até que é bem interessante, diria bom, com destaque para as cenas de ação, todas bem elaboradas. O problema, ao meu ver, vem do fraco desempenho de Jim Brown que deveria ser o suposto astro principal do filme. Só que ele acabou sendo ofuscado por Lee Van Cleef, um veterano ator nesse tipo de produção. Aliás nem só de bandidos e violões viveu sua carreira. Na vida real ele se tornou de fato um ladrão, ladrão de filmes alheios. Costumava mesmo ofuscar todos os "mocinhos" de seus faroestes, se tornando um vilão tão interessante que acabava roubando todas as atenções para si. De resto posso dizer que os fãs de faroeste nessa linha certamente não vão se decepcionar. Todos os elementos que fazem a festa desses cinéfilos estão presentes nessa produção. Pode assistir sem receios.
Pablo Aluísio.
Cinco Revólveres Mercenários
Título Original: Five Guns West
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Palo Alto Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: R. Wright Campbell
Elenco: John Lund, Dorothy Malone, Mike Connors, R. Wright Campbell, Jonathan Haze, Paul Birch
Sinopse:
Durante a Guerra Civil, oficiais da Confederação perdoam sob certas condições cinco criminosos e os enviam para o território Comanche para recuperar o ouro confederado apreendido pela União. Eles também precisam capturar um traidor confederado.para cumprir o trato que foi feito. Caso contrário, voltarão para a prisão.
Comentários:
Quem poderia imaginar que Roger Corman, que iria se tornar o rei dos filmes B em Hollywood, iria estrear na indústria de cinema dos Estados Unidos justamente dirigindo um faroeste! E foi justamente isso que aconteceu. Esse foi seu primeiro filme, que aliás tem até uma boa produção para um western dos anos 50, com bonita fotografia realizada em locações no Vale da Morte na Califórnia. O tema novamente vinha de uma história passada na guerra civil americana. Os personagens principais são criminosos, pistoleiros e bandoleiros... ladrões em essência. Eles roubaram o ouro dos confederados e agora, para não encararem uma corda de enforcamento, precisam recuperar toda a fortuna. No caminho encontram um jovem e seu tio, o que lhes causam novos problemas. Filme movimentado, bem roteirizado, inclusive com bons diálogos. Não se parece em nada com o tipo de filme que Roger Corman iria se acostumar a dirigir e produzir ao longo de sua produtiva carreira.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de maio de 2006
Destino Violento
Título Original: The Parson and the Outlaw
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Oliver Drake
Roteiro: Oliver Drake, John Mantley
Elenco: Anthony Dexter, Sonny Tufts, Marie Windsor, Charles 'Buddy' Rogers, Jean Parker, Robert Lowery
Sinopse:
Para fugir de se passado violento e de sua fama de pistoleiro, Billy the Kid (Anthony Dexter) resolve recomeçar sua vida numa pequena cidade distante do velho oeste. Lá encontra o mesmo clima de opressão em que sempre viveu. A cidade é dominada por um rico comerciante e veterano da guerra civil, o coronel Morgan (Robert Lowery) que mantém todos com mão de ferro. Seu principal opositor na cidade é o pregador Jericho Jones (Charles 'Buddy' Rogers), velho conhecido de Billy. Depois da morte covarde dele, finalmente Billy The Kid resolve combater os malfeitores da região mas antes precisa se livrar da perseguição do xerife Pat Garrett, (Bob Duncan) que está em seu encalço, o perseguindo desde o condado de Lincoln.
Comentários:
O famoso Billy The Kid (1859 - 1881) se revelou uma fonte inesgotável para o cinema americano. Centenas de filmes de faroeste foram feitos em torno de sua fama de rápido no gatilho. Infelizmente poucos retrataram o personagem com fidelidade histórica. Na imensa maioria das vezes tudo o que vemos são versões romanceadas de sua vida. Esse western B da Columbia não poderia ser diferente. Os roteiristas aqui resolveram dar um verdadeiro nó nos acontecimentos reais, criando toda um enredo de pura ficção, embora usando do nome de pessoas que realmente existiram como o próprio Billy e o xerife e ex-pistoleiro Pat Garrett. Como se trata de uma produção a ser lançada nas matinês não há maiores preocupações com qualidade de roteiro ou boas atuações. É um bangue-bangue de origem e isso significa que o espectador certamente terá muita ação e duelos mas nada muito além disso. Também vamos convir que filmes assim nunca tiveram a pretensão de se tornarem obras primas do cinema, pelo contrário, o importante era realmente divertir o público. O ator que interpreta Billy The Kid, Anthony Dexter, nunca chegou a se tornar um astro do gênero no cinema mas anos depois encontrou um bom veículo em séries de TV como "Rawhide", "Bat Masterson" e "Chaparral"
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Pablo Aluísio.
Os Tambores Rufam ao Amanhecer
Título Original: Drums in the Deep South
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Pictures
Direção: William Cameron Menzies
Roteiro: Philip Yordan, Sidney Harmon
Elenco: Guy Madison, Barbara Payton, James Craig, Barton MacLane, Robert Osterloh, Tom Fadden
Sinopse:
Atlanta, 1861. Nas vésperas da eclosão da guerra civil americana dois amigos acabam entrando em lados opostos do conflito. Clay Clayburn (James Craig) entra para as forças confederadas, onde se torna major. Já Will Denning (Guy Madison) se alista nas forças da união. Ambos disputavam a mão da mesma mulher antes da guerra e acabam se encontrando novamente no campo de batalha quando Clay e seus homens tomam o cume da montanha do diabo, de onde promovem ataques de canhões sobre uma importante ferrovia das tropas do general Sherman da União.
Comentários:
Interessante western que mais uma vez explora a guerra civil americana, uma das mais sangrentas da história dos Estados Unidos. Curiosamente o roteiro toma partido dos confederados, dos sulistas, os elegendo como os heróis do filme. Os vilões ficam com os casacos azuis, os ianques da União. Só esqueceram de avisar aos espectadores que os confederados lutavam por, entre outras coisas, a manutenção da escravidão nas fazendas de algodão do sul. E por falar nessas grandes fazendas toda a trama se passa dentro das terras de uma. Do alto da chamada montanha do diabo os membros do pequeno batalhão confederado do major Clay bombardeia dia e noite as ferrovias unionistas. O galã Guy Madison (1922 - 1996) estrela o filme mas quem rouba as atenções é James Craig. Já a jovem starlet Barbara Payton, que interpreta a mocinha Kathy Summers, era tão bonita quanto canastrona. Cheia de caras e bocas não consegue convencer em nenhuma cena em que aparece - e olha que ela tem vários momentos importantes dentro da estória. No geral temos uma produção modesta mas digna, em um filme que diverte acima de tudo apesar dos erros de ideologia em que toma partido.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de maio de 2006
Sanha Diabólica
Título Original: Curse of the Undead
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Edward Dein
Roteiro: Edward Dein, Mildred Dein
Elenco: Eric Fleming, Michael Pate, Kathleen Crowley, John Hoyt, Bruce Gordon, Edward Binns
Sinopse:
Primeiro filme que mistura os gêneros western e terror. No enredo uma pequena cidade do velho oeste é abalada por uma sucessão inexplicável de mortes de jovens mulheres. Todas surgem sem um pingo de sangue em seus corpos atacados. Os crimes surgem justamente após a chegada na cidade de um pistoleiro misterioso, um sujeito que se veste completamente de preto e que apresenta uma grande aversão à luz do sol.
Comentários:
Considerado por muitos o primeiro "Western de terror" da história! A ideia é bem criativa, mostrar um pistoleiro vampiro em uma produção realizada em plenos anos 50. A Universal era especialista em fitas de terror ao estilo Drácula, Frankestein então era natural que tentasse sempre reciclar esse tipo de produção. Como estava também interessada em entrar no lucrativo ramo dos filmes de faroeste o estúdio resolveu unir o útil ao agradável nessa produção que por via das dúvidas foi realizada com orçamento bem modesto. A crítica na época não soube muito bem como reagir a essa mistura de gêneros mas de forma em geral elogiaram a coragem da Universal em realizar um projeto tão fora do comum como esse. Revendo hoje em dia a ideia nem se mostra muito impactante - fruto do advento dos filmes trashs que sempre misturaram todos os gêneros sem muito pudor. Mesmo assim é uma curiosidade e tanto para os filmes de western (e de quebra para os amantes de filmes de vampiros também, pois não é muito comum ver um pistoleiro errante em pleno velho oeste que também é um ser da noite).
Pablo Aluísio.
Ouro da Discórdia
Título Original: Carson City
Ano de Produção:
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: André De Toth
Roteiro: Sloan Nibley, Winston Miller
Elenco: Randolph Scott, Lucille Norman, Raymond Massey
Sinopse:
O banqueiro William Sharon está desesperado. Um rico carregamento de ouro foi roubado durante o transporte do metal entre duas cidades, Carson City e Virginia City. O grupo de assaltantes acabam ganhando o nome de "Os Bandidos Champagne" por causa de uma peculiaridade muito singular. Após os roubos eles promovem piqueniques com frango frito e muito champanhe. Sharon se convence que apenas o transporte de ouro por ferrovias se tornará seguro mas isso ainda é algo complicado de concretizar. O rico banqueiro então resolve contratar Jeff Kincaid (Randolph Scott) para cuidar da segurança dos transportes e também para providenciar as primeiras medidas para a futura construção de uma estrada de ferro para a região.
Comentários:
Mais um bom western estrelado pelo sempre competente astro Randolph Scott. Esse filme se tornou notório não tanto por suas qualidades referentes ao roteiro ou atuações mas sim sobre o uso de uma nova câmera colorida da Kodak, bem mais leve e com ótimo resultado. Seu uso barateou as produções em cores, o que em pouco tempo deixaria os filmes preto e branco completamente ultrapassados. Para se ter uma ideia do avanço tecnológico, as primeiras câmeras de cinema que filmavam em cores pesavam mais de 500 kgs, tornando sua condução complicada e muito dispendiosa. A Warner então se uniu com a Kodak para o uso de uma câmera bem mais leve e de fácil locomoção. O teste de fogo do novo equipamento aconteceu justamente nesse faroeste pois a equipe técnica do filme levou todo o maquinário para o campo, com o objetivo de realizar cenas externas e tudo sai perfeitamente bem, sem problemas ou contratempos, mostrando que o caminho estava aberto para a produção em larga escala de filmes coloridos, que iriam dominar as telas nos anos seguintes - e cuja hegemonia dura até os dias atuais.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de maio de 2006
Matar para Viver
O cineasta Allan Dwan conseguia realizar bons filmes mesmo quando lidava com material de qualidade inferior. Um exemplo é esse muito interessante "The River's Edge". O que era para ser apenas um thriller B de suspense e tensão acabou virando um belo estudo psicológico dos três principais personagens. Isso fica bem nítido em Margaret (Debra Paget), que durante o período em que fica refém começa a oscilar entre o seu próprio sequestrador e seu marido, um homem trabalhador mas pobre e sem grandes perspectivas em seu futuro. Ben (Milland), o criminoso, acaba exercendo sobre ela uma indisfarçável fascinação pois é um sujeito durão que não está disposto a aceitar o destino que parece lhe ter sido reservado.
Mesmo sendo um assassino ele acaba despertando algo em Margaret, simplesmente por causa de sua personalidade forte. Sob esse ponto de vista Ray Milland está realmente ótimo em cena, valorizado ainda mais pelas cenas mais viscerais da produção, como a intensa luta corporal final contra Anthony Quinn, esse sim um ator que ficou mais conhecido por causa de suas atuações mais físicas e passionais. Milland, que sempre foi considerado um ator mais refinado, se despe de maiores vaidades para dar mais realidade ao seu papel. Uma ótima caracterização, sem dúvida. Um belo filme, que ultimamente tem sido redescoberto por cinéfilos americanos por causa de sua ótima proposta de desenvolver melhor psicologicamente todos os personagens do roteiro. Acima da média do que era produzido na época nesse nicho cinematográfico.
Matar para Viver (The River's Edge, Estados Unidos, 1957) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Allan Dwan / Roteiro: Harold Jacob Smith, James Leicester / Elenco: Ray Milland, Anthony Quinn, Debra Paget / Sinopse: Criminoso procurado pela polícia, decide fugir e para isso pratica mais um ato impensado e perigoso, que colocará em risco a vida de várias pessoas ao seu redor. E tudo isso acaba indo em direção a uma situação de se matar para se viver.
Pablo Aluísio.
Sangue de Pistoleiro
Título Original: Gunman's Walk
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Phil Karlson
Roteiro: Frank S. Nugent, Ric Hardman
Elenco: Van Heflin, Tab Hunter, Kathryn Grant, James Darren, Mickey Shaughnessy, Robert F. Simon
Sinopse:
Um fazendeiro poderoso procura proteger seu filho, um sujeito incontrolável, irresponsável e cruel, de atitudes selvagens e condenáveis. Para livrar ele da cadeia não mede esforços, pagando subornos, coagindo testemunhas e acobertando seu erros até o dia que seus crimes se tornam fora de controle, sérios demais para corrigir.
Comentários:
Viúvo Lee Hackett (Van Heflin), um criador de gado, típico homem forjado no velho oeste, tenta fazer de seus dois filhos, Ed (Tab Hunter) e Davy (James Darren), uma imagem de si mesmo, afinal eles herdarão sua propriedade rural e a criação de gado, a mais bonita da região. O problema é que seu filho Ed é selvagem e desregrado, além de possuir uma péssima índole pessoal. Assim Ed decide ir por outro caminho e resolve se tornar um pistoleiro, numa atitude tomada justamente para afrontar seu velho pai e o irmão, que se revela um modelo para cuidar dos negócios da família. Bom faroeste da Columbia que mostra os problemas familiares enfrentados por um velho e justo criador de gado que acaba tendo muitos aborrecimentos pessoais com seu filho rebelde e fora de controle. Curiosamente o roteiro aposta bastante no conturbado relacionamento entre pai e filho, fruto da época, pois fitas como "Juventude Transviada" com James Dean estavam na ordem do dia. Obviamente Tab Hunter passava longe de ser um novo James Dean, mas até que não se sai mal interpretando seu personagem selvagem e hostil. Anos depois veria sua carreira desmoronar após uma revista de fofocas revelar sua homossexualidade. De qualquer maneira esqueça isso e se divirta pois é um western que sem dúvida vale muito a pena.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de maio de 2006
O Poder da Vingança
Título Original: Apache Territory
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Charles R. Marion, George W. George
Elenco: Rory Calhoun, Barbara Bates, John Dehner, Carolyn Craig, Tom Pittman, Leo Gordon
Sinopse:
Logan Cates (Rory Calhoun) é um cowboy errante que viaja pelo país; Ao chegar no Arizona acaba entrando em pleno território Apache. Ele está acompanhado por alguns pioneiros e um pequeno grupo de soldados. O clima deserto e hostil maltrata os viajantes, mas eles seguem em frente. A meta de todos é chegar em um forte da cavalaria situado alguns quilômetros pelo deserto adentro, entretanto antes que isso aconteça são violentamente atacados por um grupo de guerreiros Apaches. E depois disso, desse confronto sangrento, tudo acaba virando uma questão de vida ou morte no meio daquela imensidão inóspita.
Comentários:
Mais um western da Columbia que surpreende. Para os fãs de filmes de faroeste a resposta vem em um só nome: Ray Nazarro! Cineasta bem subestimado, ele rodou algumas das mais criativas fitas de western dos anos 1950. Seu estilo procurava ser o mais realista possível, mostrando a dificuldade de se cruzar um deserto como aquele, onde em estado de necessidade extrema, os verdadeiros aspectos das personalidades dos personagens iam sendo revelados. O filme foi estrelado pelo ator Rory Calhoun, um eficiente intérprete para esse tipo de produção. Outro aspecto digno de nota é que o roteiro do especialista Charles R. Marion mostrava algo que era bem comum e recorrente naqueles anos duros, o rapto e sequestro de mulheres brancas por indígenas, algo pouco falado nos dias de hoje. Afinal havia uma guerra entre brancos e nativos e nessa guerra valia de tudo, algo que passsava bem longe dos tratados de paz. Assim deixo a dica desse faroeste chamado "Apache Territory", um filme que mostra o lado mais cruel daqueles tempos de sangue e morte no deserto.
Pablo Aluísio.
O Texas Ranger
Título Original: The Range Rider
Ano de Produção: 1951 - 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Archainbaud
Roteiro: Oliver Drake
Elenco: Jock Mahoney, Dickie Jones, Bob Woodward, Al Wyatt Sr, Boyd Stockman, Stanley Andrews
Sinopse:
No velho oeste um Texas Ranger (Jock Mahoney) se faz passar por comerciante rico em busca de oportunidades pelas cidadezinhas da fronteira para capturar foras-da-lei e procurados pela justiça. Usando de sua identidade disfarçada ele acaba desbaratando várias quadrilhas de pistoleiros e bandoleiros.
Comentários:
Nem só de cinema vivia os fãs de western nos anos 1950. Várias séries de TV passadas no velho oeste enchiam a garotada de diversão por aqueles anos. Uma delas foi essa "The Range Rider" que ficou no ar por três temporadas. Era exibida logo após o almoço para que toda a patota que chegasse da escola pela manhã pudesse acompanhar os episódios sem problemas. Jock Mahoney (1919 - 1989) que estrelava o seriado era um antigo dublê de filmes com Errol Flynn, John Wayne, Gregory Peck e Gene Autry que ganhou uma chance de tentar o estrelato. Ex-jogador de futebol americano, boa pinta e carismático, era o que a TV estava mesmo procurando. Sua estampa inclusive foi usada em brinquedos e cereais matinais. Depois que a série foi cancelada tentou uma carreira no cinema e até realizou bons filmes em papéis secundários como "Cavalgada para o Inferno" mas nunca conseguiu virar um astro de primeira grandeza. Ele ainda voltaria para a TV em outras séries como "Caravana" e "Rawhide" mas nunca mais com a mesma popularidade. O que vale a pena ao ver episódios dessa "The Range Rider" é justamente ver como eram inocentes aqueles tempos. Uma nostalgia de uma época não vivida que serve como uma verdadeira aula sobre a história da TV americana. Os cowboys, mocinhos e bandidos nunca foram tão charmosos como naquela época perdida no tempo.
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de maio de 2006
Bonanza
Título Original: Bonanza
Ano de Produção: 1959 - 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: William F. Claxton, Lewis Allen
Roteiro: Série criada por David Dortort e Fred Hamilton
Elenco: Lorne Greene, Michael Landon, Dan Blocker, Pernell Roberts, Victor Sen Yung, Ray Teal
Sinopse:
A série "Bonanza" narra os dramas, aventuras e desafios vividos por Ben Cartwright (Lorne Greene) e seus filhos. Rancheiros no velho oeste eles enfrentam todos os tipos de dificuldades para levar em frente sua fazenda. Inseridos na comunidade local vivem como uma típica família rural americana de sua época.
Comentários:
Um verdadeiro marco na história da TV americana. "Bonanza" é certamente a série de western mais bem sucedida de todos os tempos. Atravessou três décadas de muita popularidade e chegou na marca incrível de quatorze temporadas, tendo no total mais de 400 episódios. Nos Estados Unidos praticamente todas as temporadas foram lançadas em DVD mas no Brasil ela permanece ainda inédita, fruto é claro dos problemas de mercado em nosso país. De qualquer maneira quem estiver em busca de conhecer melhor o seriado vale a indicação de suas exibições periódicas no canal especializado TCM. Em minha opinião "Bonanza" resistiu bem ao teste do tempo. Os episódios ainda soam interessantes, fruto do fato de terem sido bem dirigidos, produzidos e escritos. Não é para menos, na época de seu auge "Bonanza" era um dos carros chefes da programação da poderosa NBC, que nunca poupou recursos para a série. Até mesmo a trilha sonora de abertura se tornou um ícone de popularidade. Enfim, se você gosta de western, "Bonanza" certamente não poderá faltar em sua coleção.
Pablo Aluísio.
O Cavaleiro de Durango
Título Original: The Durango Kid
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lambert Hillyer
Roteiro: Paul Franklin
Elenco: Charles Starrett, Luana Walters, Kenneth MacDonald, Francis Walker, Forrest Taylor, Melvin Lang
Sinopse:
Numa região de fronteira do velho oeste uma verdadeira guerra é travada entre os pioneiros. O rancheiro Sam Lowry (Frank LaRue) é covardemente assassinado pela gangue de Mace Ballard (Kenneth MacDonald) sob a falsa acusação de que estaria traindo os colonos. Depois desse crime brutal surge no horizonte um novo personagem. "Durango Kid", um pistoleiro mascarado que, com ares de Robin Hood, resolve defender todas as pessoas oprimidas da região. Durango é na realidade Bill Lowry (Charles Starrett), um homem íntegro e honesto que deseja ver a justiça novamente imperando naquela terra sem lei.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme feito com o popular personagem Durango Kid. Poucos foram tão populares como ele. Uma espécie de Batman misturado com Robin Hood que atuava no velho oeste. Desnecessário dizer que com essas qualidades ele acabou virando ídolo da garotada e se tornou um ícone invadindo não apenas o cinema mas a cultura pop em geral. Virou gibi, revistas em quadrinhos, brinquedos, roupas e tudo o mais que poderia se imaginar. Curiosamente o desenhista Bob Kane que criaria o personagem Batman anos depois creditaria sua criação também ao Durango Kid, que ao lado do Zorro, lhe forneceriam as bases para seu novo super-herói. Nem é preciso ir muito longe para entender isso. Durango Kid geralmente surgia todo vestido de negro, escondendo sua verdadeira identidade para proteger sua vida pessoal. Também se escondia atrás de uma máscara negra e queria impor justiça na sociedade, por isso as constantes acusações de justiceiro fora-da-lei. Nesse primeiro filme já temos praticamente todas as características que o fizeram famoso, embora o roteiro não seja tão pop como os que viriam anos depois. Mesmo assim é um western histórico, pois é a gênesis de um dos mais queridos personagens da mitologia do velho oeste em todos os tempos.
Pablo Aluísio.
sábado, 13 de maio de 2006
Caravana
Título Original: Wagon Train
Ano de Produção: 1957 - 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Revue Studios, Universal TV
Direção: Vários
Roteiro: Vários
Elenco: Frank McGrath, Terry Wilson, Robert Horton
Sinopse:
"Caravana" mostra várias histórias de pioneiros rumo ao oeste selvagem. Com o fim da guerra civil houve uma grande leva de americanos que decidiram rumar em direção ao oeste em busca de novas oportunidades, uma maneira de recomeçarem suas vidas. As jornadas atravessando planícies, desertos e montanhas rochosas, colocavam à prova a força e integridade desses homens, mulheres e crianças que enfrentavam as maiores adversidades para construir uma nova nação em suas fronteiras mais distantes.
Comentários:
Essa foi mais uma série de sucesso na TV americana. No total durou oito temporadas, sempre com muito êxito de audiência. O curioso é que hoje em dia, infelizmente, séries de western andam bem raras (de lembrança me recordo agora apenas de "Hell on Wheels" do canal a cabo AMC). Nos anos 1950 e 60 a situação era bem diversa. Havia toda uma diversidade para os fãs de faroestes. A estrutura dos roteiros de "Caravana" abriam muito espaço para histórias novas, com outros personagens, que vinham e iam de acordo com a aceitação do público. Um exemplo é a aparição nos enredos de ícones do velho oeste como Doc Holliday, afinal o famoso pistoleiro também foi um pioneiro, um viajante que foi para o velho oeste em busca de um recomeço em sua vida. Assim a cada novo episódio os espectadores eram apresentados a novas estórias de cada um dos viajantes de caravanas que iam para cidadezinhas perdidas no meio do deserto ou localizadas na distante e desconhecida Califórnia. Até hoje gosto bastante da proposta de "Wagon Train". Nos Estados Unidos grande parte de suas temporadas já está no mercado de DVD mas no Brasil, como sempre, ainda há escassez desse tipo de lançamento. De qualquer maneira fica a dica caso você tenha acesso a algum DVD importado para sua coleção. Certamente valerá a pena.
Pablo Aluísio.
O Cavalheiro dos Amores
Título Original: Bardelys the Magnificent
Ano de Produção: 1926
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Rafael Sabatini, Dorothy Farnum
Elenco: John Gilbert, Eleanor Boardman, Roy D'Arcy, John Wayne
Sinopse:
Filme do cinema mudo que conta a estória do cavalheiro Bardelys (John Gilbert) que precisa sobreviver às intrigas e tramas da sociedade na época do reinado de Louis XIII (Arthur Lubin). Sob o comando do tirânico Cardeal Richelieu (Edward Connelly) não haveria espaço para rebeliões ou conflitos contra a ordem dominante da nação. Produção capa e espada da velha escola.
Comentários:
Esse foi o segundo filme da carreira de John Wayne. O primeiro, "Mocidade Esportiva", desse mesmo ano, é extremamente raro de encontrar mesmo nos Estados Unidos. Também é de pouco interesse pois Wayne não passa de um figurante sem qualquer relevância para o enredo do filme em si. As coisas não mudam muito nesse "Bardelys the Magnificent", já que Wayne ainda era um jovem que ninguém conhecia. A diferença maior é que esse já é um filme bem mais relevante, com produção muito mais bem cuidada e que contava no elenco com o famoso John Gilbert. Esse foi um ator extremamente produtivo na era do cinema mudo, tendo atuado em mais de 70 filmes, de todos os gêneros cinematográficos. Até em westerns se deu muito bem. Aliás John Gilbert e Eleanor Boardman estão ótimos em cena, com belo entrosamento. Há cenas de ação, romance e aventura, tudo feito para agradar o público da época. De brinde o espectador pode se divertir procurando por Wayne nas cenas. Enfim, uma interessante volta ao passado, no tempo em que o cinema ainda não tinha voz.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Dois Contra o Oeste
Título Original: Texas Across the River
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Michael Gordon
Roteiro: Wells Root, Harold Greene
Elenco: Dean Martin, Alain Delon, Rosemary Forsyth, Joey Bishop, Tina Aumont, Peter Graves
Sinopse:
Don Andrea Baltazar (Alain Delon) é um nobre espanhol que vai até os Estados Unidos para desposar a bela e rica Phoebe Ann (Rosemary Forsyth) da aristocracia sulista, mas no dia do casamento uma grande confusão é armada, um soldado americano cai de um terraço e Baltazar é acusado de assassinato. Sem alternativas, resolve fugir para o oeste em direção ao Texas onde conhece Sam Hollis (Dean Martin); Juntos eles rumam para desbravar as terras do território que, em breve, iria se tornar o mais novo estado a integrar os Estados Unidos.
Comentários:
É incrível que o mesmo diretor de "Confidências à Meia-Noite", uma das melhores comédias dos anos 50, tenha errado tão feio como nesse equivocado "Texas Across the River". O que era sofisticado, de fino humor, acaba virando um pastelão dos mais sem graça nessa tentativa de fazer rir no velho oeste. Nem o elenco formado por atores bacanas como Dean Martin e Alain Delon salva a fita de ser um desastre completo. Poucas vezes vi um tipo de humor tão grosseiro, numa sucessão de cenas que tentam ser engraçadas mas que nunca conseguem atingir seu objetivo. Até os comanches do filme são trapalhões, saindo dando cabeçadas por aí. Por falar nos Trapalhões a comparação, infelizmente, é válida. Imagine o mais sem graça filme dos Trapalhões. Pois bem, saiba que esse "Dois Contra o Oeste" consegue ser pior do que isso. Um filme quando é ruim não tem jeito. Até Dean Martin, que tinha ótimo feeling para comédias, está perdido e sem graça. Suas cenas são constrangedoras sob qualquer ponto de vista. Pior ainda se sai Alain Delon que odiou a experiência de ir para Hollywood para fazer algo tão estúpido. Era melhor ter ficado na Europa, fazendo filmes cults certamente. Em suma, essa tentativa de mesclar comédia com faroeste é simplesmente desastrosa. Um abacaxi sem tamanho. Ignore.
Pablo Aluísio.
Uma Pistola Para Cem Caixões
Título Original: Una Pistola Per Cento Bare
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Copercines, Cooperativa Cinematográfica
Direção: Umberto Lenzi
Roteiro: Marco Leto, Eduardo Manzanos Brochero
Elenco: Peter Lee Lawrence, John Ireland, Gloria Osuna
Sinopse:
Jim Slade (Peter Lee Lawrence) é forçado a se alistar nas tropas confederadas durante a Guerra Civil americana mas não se dá bem pois sendo muito religioso se recusa a matar outro homem. Preso por insubordinação passa dois anos preso numa prisão de trabalhos forçados. Com o fim da guerra finalmente é libertado e volta para casa mas ao chegar lá encontra seus pais mortos por uma quadrilha de foras-da-lei. Em vista disso ele decide deixar suas convicções religiosas de lado para vingar a morte deles. Compra uma pistola e sai em busca dos assassinos de seus pais.
Comentários:
Bom, não é todo dia que você se depara com um filme onde o personagem principal é uma testemunha de Jeová pistoleiro! Pois as caracterizações fora do comum não se resumem a ele. Há também um pregador que segura uma bíblia numa das mãos e uma pistola na outra, um agente funerário que adora sua profissão, seu cemitério e os tiroteios (afinal sua clientela sempre aumenta com as mortes) e até um prefeito que gosta tanto de dinheiro que topa até mesmo se passar por defunto para transportar a grana dentro de seu caixão. E o que dizer do bando de doidos que fogem do manicômio e ganham as ruas tocando o terror? É um western Spaghetti típico, com alguns toques do roteiro que soam ao mesmo tempo caricatas e engraçadas. Por exemplo, quando o pistoleiro resolve ir atrás dos assassinos de seus pais ele compra apenas quatro balas para os quatro criminosos que ele busca para acertar as contas. Nada de atirar em vão! Apesar de todos esses momentos folclóricos a verdade pura e simples é que você acaba se divertindo com tudo. Talvez esse seja um dos segredos do sucesso dos filmes italianos de faroeste pois eles geralmente nunca se levavam muito à sério, o que acabava criando um clima de muita diversão escapista. Até os títulos dos filmes mostram isso. Então se você estiver disposto a ver uma só pistola mandando cem bandoleiros para seus caixões essa é uma pedida e tanto! Divirta-se!
Pablo Aluísio
quinta-feira, 11 de maio de 2006
O Grande Massacre
Título no Brasil: O Grande Massacre
Título Original: The Great Sioux Massacre
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Salkow
Roteiro: Marvin A. Gluck, Sidney Salkow
Elenco: Joseph Cotten, Darren McGavin, Philip Carey,
Julie Sommars, Nancy Kovack, John Matthews
Sinopse:
O General George Armstrong Custer (Philip Carey) é designado para a fronteira como comandante da Sétima Cavalaria do exército americano para concretizar a missão de pacificar as tribos indígenas Sioux da região. Chegando lá adota uma postura de superioridade, arrogância e intolerância para com as reivindicações dos índios, o que acaba despertando a ira de todos os caciques. O confronto final se dá em Little Big Horn quando as tropas de Custer são cercadas por centenas e centenas de guerreiros liderados por Touro Sentado.
Comentários:
Começa um certo revisionismo dentro do cinema americano sobre o real papel exercido pelo general George Armstrong Custer e a sétima cavalaria nas chamadas guerras Indígenas. Para entender bem isso basta prestar atenção na época em que esse filme foi produzido, meados dos anos 1960, quando os americanos ficaram mais críticos em relação a vários grandes nomes de sua história. Nesse filme o general não é mais apresentado como um herói sem máculas, como era comum em filmes antigos, estrelados por galãs como Errol Flynn. Aqui o militar americano surge como um sujeito de moral duvidosa, de caráter dúbio em relação ao tratamento que dispensava aos membros da nação Sioux. Claro que ainda não temos um completo realismo em cena mas o filme mostra claramente o caminho que produções futuras iriam tomar sobre esse espinhoso tema. Como não poderia deixar de ser os acontecimentos ocorridos na batalha de Little Big Horn - quando a cavalaria foi massacrada pelos índios liderados por Touro Sentado - ganham destaque. Sem dúvida é uma obra bem corajosa para a época, um western socialmente consciente que merece ser redescoberto.
Pablo Aluísio.
Roubo no Rancho
Título Original: Pistol Harvest
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Norman Houston
Elenco: Tim Holt, Joan Dixon, Robert Clarke, Mauritz Hugo, Robert J. Wilke, Edward Hearn
Sinopse:
O sonho do cowboy Tim (Tim Holt) é se casar com a bela Felice Moran (Joan Dixon), indo morar em um bonito rancho que há anos ele sonha comprar. Para isso terá que superar as vilanices de Terry Moran (Edward Hearn), um mal-intencionado rancheiro da região que também deseja comprar a propriedade dos sonhos de Tim, além de ter uma queda nada correspondida por Felice que ele a todo custo tenta conquistar.
Comentários:
Faroeste B da RKO que investe no carisma do ator Tim Holt, tudo embalado em um roteiro dos mais simples, com um enredo bem clichê, que fazia a festa da gurizada que lotava as matinês dos cinemas nos anos 1950. A fita é tão curtinha que mais parece um média metragem. De fato tem pouco mais de 60 minutos e quando menos esperamos ela acaba. Na época a RKO já passava por inúmeros problemas financeiros (o estúdio iria à falência alguns anos depois) e por isso produzia fitas de western em ritmo industrial como essa que geralmente eram exibidas em sessão dupla nas matinês (por essa razão é que eram tão curtinhas). O ator Tim Holt (1919–1973) que hoje em dia anda bem esquecido era extremamente popular por essa época. Ele chegou à fama ainda bastante jovem, o que criou uma identificação com seu público que acabava se vendo também na tela. Muitas de suas produções são perfeitos exemplos do faroeste juvenil que fez a alegria de muitas crianças nos anos 1940 e 50. Um retrato de uma época que já não mais existe. Se você deseja conhecer como eram as produções dessa era esse "Roubo no Rancho" é uma ótima opção.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de maio de 2006
As Aventuras de Búfalo Bill
Outro aspecto a se considerar vem da interpretação de Charlton Heston no papel de Búfalo Bill. Como se sabe Bill foi o dono de um espetáculo de velho oeste que cruzava os Estados Unidos em bem sucedidas turnês. Em determinado momento de sua vida ele virou mais um artista de palco do que qualquer outra coisa. Tanto que fundou uma empresa circense, especializada em apresentações de cowboys e índios, que o tornaram muito rico. O enredo desse filme passa longe disso, procurando mostrar o personagem em sua juventude, mas isso não inibiu Heston que encontrou o tom certo para Búfalo Bill, embora fossem fisicamente bem diferentes. O verdadeiro Bill era loiro com grandes cabelos e bigode espalhafatoso. Também usava roupas chamativas e exageradas, fora dos padrões. Heston tem a aparência de um cowboy comum no filme, em nada diferente das demais pessoas. Claro que o filme não avança muito nesse aspecto de se preocupar com fatos históricos da biografia de Búfalo Bill. Tente comparar com a caracterização que Paul Newman faria de Bill anos mais tarde desse mesmo personagem e você entenderá a diferença substancial entre as duas interpretações. No saldo geral é um bom western valorizado pelo enredo que presta homenagem aos cavaleiros da Pony Express que, com seus esforços, mantiveram uma nação unida, de costa a costa, apesar de todas as dificuldades.
As Aventuras de Búfalo Bill (Pony Express, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Jerry Hopper / Roteiro: Charles Marquis Warren, Frank Gruber / Elenco: Charlton Heston, Rhonda Fleming, Jan Sterling, Forrest Tucker / Sinopse: Buffalo Bill Cody (Charlton Heston) e Wild Bill Hickok (Forrest Tucker) participam da consolidação da Pony Express, uma linha de comunicação entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos. Formada por bravos homens montados a cavalo, eles levavam mensagens de um lado ao outro do país.
Pablo Aluísio.
O Retorno do Pistoleiro
Título Original: Return to Warbow
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Les Savage Jr, Les Savage Jr
Elenco: Philip Carey, Catherine McLeod, Andrew Duggan, William Leslie, William Leslie, James Griffith
Sinopse:
Após ficar preso por longos onze anos, o pistoleiro e fora-da-lei Clay Hollister (Philip Carey) consegue escapar. Ao lado de dois outros prisioneiros, ele engana os guardas e foge rumo ao deserto. Antes de ser preso pelo xerife no passado, Clay determinou ao seu irmão que enterrasse em um lugar seguro o dinheiro de um grande assalto de banco que havia cometido ao lado de seus comparsas. Agora, em liberdade, ele irá atrás desse valor que está bem escondido em algum lugar. O problema é que seu irmão é um beberrão, jogador inveterado e está hesitante em revelar o verdadeiro paradeiro daquela pequena fortuna. O que terá acontecido de verdade?
Comentários:
Outro faroeste B muito competente da Columbia. Nos anos 1950 era comum a publicação de estórias de western nos grandes jornais americanos, aos domingos. Na maioria dos casos esses textos mesclavam ficção com fatos reais, em uma espécie de romantização de eventos que realmente ocorreram no velho oeste. "O Retorno do Pistoleiro" é baseado em um desses textos que foi publicado no New York Times. Era a história de um fora-da-lei que conseguia fugir de uma prisão no meio do deserto e que logo após partia para uma jornada atrás do ouro roubado de um banco, em um assalto sangrento que ele mesmo havia cometido. Por mais que procurasse o dinheiro, não conseguia chegar no saco que supostamente havia sido enterrado logo após ele ser preso. Se não fosse um western poderia muito bem ser um filme noir, pois a trama é das melhores, com muitas reviravoltas, traições e surpresas envolvendo todos os personagens. Curiosamente nenhum deles pode ser apontado como um "mocinho" pois é de fato um ninho de cobras, com bandoleiros querendo passar a perna em pistoleiros e criminosos de toda ordem enganando uns aos outros. Não há nenhuma ética envolvendo todos eles, mas apenas a ganância de recuperar o valor do assalto, nem que para isso se tenha que matar aqueles que se colocam entre o dinheiro e o pistoleiro Clay Hollister. Com apenas 67 minutos de duração "Return to Warbow" impressiona ainda hoje por causa de seu bem estruturado roteiro. Uma ótima opção para fãs de faroestes antigos dos anos 50.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de maio de 2006
Dinheiro Sangrento
Título Original: El kárate, el Colt y el impostor
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos, Espanha, Itália, Hong Kong
Estúdio: Champion films, Harbor Productions
Direção: Antonio Margheriti
Roteiro: Miguel De Echarri, Barth Jules Sussman
Elenco: Lee Van Cleef, Lieh Lo, Patty Shepard, Femi Benussi, Karen Yeh, Julián Ugarte, Erika Blanc
Sinopse:
Ho Chiang (Lieh Lo), um mestre de artes marciais chinesas, se une a Dakota (Lee Van Cleef), um ás do gatilho e pistoleiro americano, para descobrir o paradeiro de um tesouro de ouro e prata escondido por bandoleiros do velho oeste no meio do deserto. No caminho enfrentarão muitos desafios e perigos. Apenas os mais fortes vão sobreviver a esse jogo de vida ou morte.
Comentários:
Na década de 1970, nos chamados "cinemas de bairro", dois tipos de filmes se tornaram extremamente populares. O primeiro, que mais nos diz respeito, era o famoso Spaghetti Western, formado por produções italianas geralmente rodadas no deserto espanhol de Almería, Andalucía. Eram filmes de faroeste bem mais sujos, violentos e menos sofisticados do que os similares americanos. Talvez justamente por essa razão, tenham se tornado tão populares. Já o outro tipo de fita que formava filas e filas nas portas dos cinemas populares era o que por aqui no Brasil ficou conhecido como "filmes de Kung-Fu ou Karatê". Eram esses os nomes populares dados aos filmes de artes marciais geralmente produzidos em Hong Kong com muita pancadaria e violência. Pois bem, "Dinheiro Sangrento" era uma tentativa de unir esses dois ramos do cinema que o povão mais gostava nos anos 1970. O próprio nome original dessa película, "El kárate, el Colt y el impostor" já deixava bem claras as suas intenções para o espectador. Lee Van Cleef foi um dos atores americanos mais populares do Spaghetti e Lieh Lo era um ator muito popular dentro da indústria de cinema de Hong Kong. Só para se ter uma ideia de sua popularidade na China, ele estrelou incríveis 225 filmes!!! Sem dúvida deve ser um dos recordistas mundiais! Hoje em dia "Dinheiro Sangrento" vale como curiosidade de uma época que não existe mais. Não vá esperar nada muito bem feito ou roteirizado. Aqui temos um exemplar perfeito do cinema povão daqueles anos e nada mais. Diversão pura para as massas.
Pablo Aluísio.
A Vingança
Título Original: Kid Vengeance
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos, Israel
Estúdio: Cannon Group
Direção: Joseph Manduke
Roteiro: Ken Globus, Bud Robbins
Elenco: Jim Brown, Lee Van Cleef, Leif Garrett, Glynnis O'Connor, John Marley, Matt Clark
Sinopse:
Bando de ladrões, assassinos e estupradores, encontra uma família viajando pelo deserto. Após matar sua única vaca, resolvem continuar seus atos criminosos. Estupram a mãe e matam o pai. O caçula da família porém escapa, pois estava no momento caçando nas montanhas da região. Ao voltar e presenciar tudo, resolve partir para a vingança contra todos aqueles facínoras.
Comentários:
A produtora Cannon se notabilizou pelas fitas de ação que produziu para astros de pancadaria ao estilo Chuck Norris, mas também se aventurou por outros estilos como esse western filmado em Israel com uma equipe americana. Logo nas primeiras cenas fica muito claro que o objetivo do filme é recriar o clima dos filmes do estilo western spaghetti. O roteiro, a edição e a trilha sonora lembram isso a todo tempo para o espectador. Lee Van Cleef também está no elenco para ninguém ter a menor dúvida sobre esse aspecto. Aliás o ator surge nas cenas com uma esquisita bandana na cabeça, sem chapéu e ostentando sua careca com orgulho o tempo todo. O título original do filme é bem explicativo, "Kid Vengeance", um garoto que parte em busca de vingança após a morte de seus pais de forma brutal pelo bando de foras-da-lei comandados pelo personagem de Cleef. O curioso é que para aparentar ser ainda mais antigo, os produtores resolveram envelhecer propositalmente a película do filme, dando um aspecto de surrado e sujo ao produto final. A verdade porém é que o resultado final não consegue ser grande coisa. Com muitos clichês "A Vingança" perde mesmo simplesmente por não ser um western spaghetti legítimo. Quem diria que um dia os americanos iriam imitar os italianos sem êxito...
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de maio de 2006
Assim Começou Trinity
Dito isso é bom frisar que se trata de um Macaroni Western muito divertido, bem de acordo com o que seria no futuro os filmes estrelados pela dupla Terence e Bud. O primeiro sempre fazendo o papel do pistoleiro cuca fresca e o segundo sempre encarnando o tipo brutamontes de bom coração. Eles fizeram tanto sucesso juntos que acabaram indo para outros gêneros, sempre com o mesmo sucesso. A fórmula se baseava em um estilo de humor bem fanfarrão, pastelão até. O público, é claro, adorava pois havia um certo feeling circense neles. O curioso é que esse "Assim Começou Trinity" nem era tão escrachado quanto os filmes que viriam, mas tampouco também deixava de ter um pezinho na chanchada burlesca. O interessante é que a dupla central acabou passando por apuros e quase foi ofuscada no filme pelo ótimo ator Eli Wallach, em interpretação mais cômica e bem humorada. O seu personagem estava sempre passando a perna em Terence Hill e Bud Spencer ao longo do filme. Enfim, temos um filme divertido, engraçado, diria até mesmo ingênuo para os padrões atuais, mas que no final das contas agradava e divertia muito o público em sua época de lançamento original.
Assim Começou Trinity / Os Quatro da Ave Maria (I quattro dell'Ave Maria, Itália, 1968) Estúdio: Crono Cinematografica, Finanzia San Marco / Direção: Giuseppe Colizzi / Roteiro: Bino Cicogna, Giuseppe Colizzi / Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Eli Wallach / Sinopse: Cat Stevens (Terence Hill) e Hutch Bessy (Bud Spencer) são dois caçadores de recompensas no velho oeste que acabam tendo que brigar ainda mais pelo dinheiro prometido pela captura de um criminoso procurado vivo ou morto.
Pablo Aluísio.