domingo, 3 de setembro de 2017

Eu, Daniel Blake

Essa produção inglesa foi bastante elogiada pela crítica, fazendo uma excelente carreira em festivais internacionais de cinema. Seu roteiro realista critica a ineficiência do Estado, atolado em atividades burocráticas, a maioria delas não fazendo qualquer sentido prático. O protagonista é um trabalhador comum, um marceneiro, chamado Daniel Blake. Certo dia ele sofre um infarto no trabalho. Sua médica o aconselha a não mais trabalhar, com risco de sofrer um segundo infarto, que na sua idade seria praticamente fatal. Blake então vai até o centro de assistência social do governo inglês e então começa seu calvário. O procedimento para receber uma ajuda governamental, enquanto ele ainda não está trabalhado, é absurdamente Kafkiana. Uma infinidade de petições, protocolos, recursos e tudo o mais em que chafurda a burocracia estatal. Enquanto isso Blake vai definhando, sem dinheiro e sem condições de trabalhar para se sustentar.

Ele também conhece uma jovem mãe solteira, que vive com duas crianças, em estado de grande pobreza. Ela chega a roubar alimentos em um pequeno mercado do bairro e acaba indo parar em uma atividade moralmente condenável, embora tenha sido a única saída para ela sustentar as crianças. Como se vê é um filme que mostra pessoas comuns, sofrendo as piores situações, para simplesmente sobreviver com o mínimo de dignidade. O Estado, criado justamente para auxiliar nesses casos, se apresenta como uma máquina absurdamente ineficiente, cheia de servidores ineptos e incompetentes, levando um homem a perder praticamente todos os seus direitos. Um bom filme, muito consciente do ponto de vista social, demonstrando acima de tudo como pode ser cruel a máquina burocrática de um sistema falido.

Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, Inglaterra, Bélgica, 2016) Direção: Ken Loach / Roteiro: Paul Laverty / Elenco: Dave Johns, Hayley Squires, Sharon Percy / Sinopse: Daniel Blake (Johns), um trabalhador comum, homem honesto, passa por todas as dificuldades possíveis para ser aprovado em um sistema de proteção social. Ele perdeu sua capacidade de trabalho após sofrer um infarto, está sem dinheiro e precisa de ajuda para sobreviver. Filme premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico do Ano. Também premiado pelo Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

Viktor

O roteiro desse filme não necessariamente é aquele tipo que esperaríamos encontrar em uma fita estrelada por Gérard Depardieu. Está mais para Charles Bronson. Explico. A trama é bem simples. Depardieu interpreta um envelhecido membro da máfia russa. Após ficar sete anos preso na França por seus crimes ele volta às ruas. Sua primeira atitude é ir atrás do seu filho, que não vê há anos. Então descobre que ele foi assassinado, provavelmente por um contrabandista russo de diamantes. De volta a Moscou, Viktor (Depardieu) decide então fazer justiça pelas próprias mãos. Ele arma ciladas, onde vai pegando um a um do grupo de responsáveis pela morte de sua filho, um rapaz que tinha problemas com drogas.

Primeiro Viktor aponta sua fúria contra um advogado, que trabalhava com o traficante, depois... bom, se você já assistiu a algum filme de vingança com Charles Bronson já sabe do que estou falando. Um ponto positivo (já que o roteiro é previsível) é o fato do filme ter sido rodado na Russia e em outros lugares da federação russa, como a Chechênia, por exemplo. Isso trouxe um belo cenário para as cenas, algo que não estamos acostumados a encontrar em filmes de ação como esse. Outro destaque é a presença da bela Elizabeth Hurley no elenco. A inglesa interpreta uma antiga paixão de Viktor que ele reencontra. Pena que a química de sedução entre os dois é quase nula, muito pouco verossímil para o espectador. Então é basicamente isso. Como o velho Bronson não está mais vivo era de se esperar que roteiros como esse ficassem à deriva em busca de algum ator famoso, ate que o encontrasse. Gérard Depardieu fisgou a isca. Pena que o resultado seja bem mediano realmente.

Viktor (Viktor, França, Rússia, 2014)  Direção: Philippe Martinez / Roteiro: Philippe Martinez / Elenco: Gérard Depardieu, Elizabeth Hurley, Evgeniya Akhremenko  / Sinopse: Viktor (Depardieu) é um antigo membro da máfia russa que após ficar sete anos preso na França retorna à liberdade. Agora ele almeja vingar a morte de seu filho, que foi executado por um traficante de diamentes de Moscou. Armado até os dentes, ela saiu em busca de satisfazer sua sede de vingança.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de setembro de 2017

Os Oito Odiados

Como o próprio material promocional do filme deixa claro temos aqui o oitavo filme de Quentin Tarantino, o segundo no gênero western. O enredo é dos mais simples: O caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) aluga uma diligência para levar sua prisioneira Daisy (Leigh) até Red Rock. A viagem é dura pois é realizada no meio de uma forte nevasca. No caminho eis que surge o Major Marquis (Jackson). Seu cavalo morreu por causa do clima hostil e ele está com dois corpos de foragidos. Pretende também levá-los a Red Rock para embolsar o prêmio de suas capturas. No começo Ruth reluta em lhe dar uma carona, mas depois de um diálogo dos mais interessantes (marca registrada de Tarantino) resolve lhe ajudar. A viagem segue. Mais a frente outra surpresa. Eles encontram Chris Mannix (Goggins) no meio da estrada coberta de neve. Ele se diz o novo xerife de Red Rock. Abrindo mais uma exceção Ruth resolve lhe ajudar também. Juntos acabam parando em uma estalagem, usualmente usada como posto de paradas em longas viagens. Ela pertence a uma velha conhecida de Ruth, mas para sua surpresa ela não está lá. Também não está seu fiel companheiro. No lugar deles há um grupo de homens. Não demora muito para que Marquis desconfie que algo muito estranho está prestes a acontecer naquele lugar esquecido por Deus.

"Os Oito Odiados" é mais uma tentativa de Tarantino em levar seu estilo único para o velho oeste. A boa notícia é que ele realizou realmente um bom filme. Não diria porém que está isento de críticas. Há uma duração excessiva (quase três horas de duração para um enredo tão simples é certamente um exagero), violência insana e gratuita (nada que irá decepcionar os fãs do diretor), atos de vulgaridade desnecessários (como a cena de sexo oral com o personagem de Samuel L. Jackson) e uma quebra de ritmo no terceiro ato do filme. Mesmo assim diverte e agrada. O que salva esse filme é a mesma característica que salvou em último análise todos os filmes anteriores do diretor, ou seja, uma profusão de ótimos diálogos, o desenvolvimento psicológico de praticamente todos os personagens, além do sempre presente clima surreal de contar suas histórias. Tarantino parece ter uma mente dual, pelo menos em relação aos seus personagens e isso volta a se refletir por aqui. No geral é certamente muito interessante, longe da banalidade do que anda se vendo nas telas. Não é o melhor em termos de Quentin Tarantino, mas certamente é muito melhor do que noventa por cento do que se vê hoje em dia nas telas. Vale a pena assistir, não tenha dúvidas disso.

Os oito odiados (The Hateful Eight, EUA, 2015) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Kurt Russell, Samuel L. Jackson, Jennifer Jason Leigh, Tim Roth, Walton Goggins, Demián Bichir, Michael Madsen, Bruce Dern / Sinopse: O caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) acaba levando de carona em sua diligência dois homens que encontrou por acaso no meio da estrada, durante uma forte tempestade. Eles acabam parando numa velha estalagem que mais se parece com um armadilha mortal. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora (Ennio Morricone).

Pablo Aluísio.

Atômica

Pensei que seria um filme bem melhor. Antes de mais nada é interessante dizer que se trata de uma adaptação livre dos quadrinhos. Escrevo a palavra "livre" porque realmente mudaram bastante coisa. No comics a protagonista é uma jovenzinha nerd com cabelos pretos. Há poucas cenas de ação. Isso para Hollywood não serviria muito. Assim  na telas a agente Lorraine Broughton (Charlize Theron) virou uma loiraça fatal, com cabelos platinados, que resolve tudo na base da porrada! A personagem original era bem mais intelectual nos quadrinhos, resolvendo as questões envolvendo espionagem mais pelo caminho da deducão, da inteligência. No cinema a Lorraine por Theron decide enfrentar tudo na base dos punhos e das armas. Perdeu em sutileza, ganhou em ação. E cenas de ação são o que não faltam durante o filme inteiro. Mal termina uma pancadaria e começa outra. Quase não há espaço para o espectador pensar um pouco sobre tudo o que está acontecendo...

E o que estaria de fato acontecendo? Basicamente agentes de vários países (Inglaterra, Estados Unidos e Rússia) lutando entre si para colocar as mãos em uma lista com os nomes de todos os agentes infiltrados por toda a Europa. O cenário onde se dá essa guerra de espionagem é a cidade de Berlim, durante o ano de 1989, às vésperas da queda do muro. E por ai vai... Surge também a identidade de um agente duplo, sua identificação também se torna vital e assim começam os jogos no tabuleiro da espionagem internacional. O filme me decepcionou um pouco justamente pela falta de um roteiro melhor, mais bem trabalhado. Filmes de espiões sempre foram mais complexos, com tramas mais bem criadas e elaboradas. Não é o que acontece aqui. O enredo pode ser definido como básico. Essa coisa de lista com nomes de espiões não é nenhuma novidade, acho até que já foi tema de algum filme de James Bond. Assim sobram apenas as várias cenas de ação, uma atrás da outra. São bem feitas, mas em certo momento cansam. Muito pouco para que o filme se torna algo memorável ou que fuja do lugar comum em que rastejam todos os blockbusters dos últimos anos.

Atômica (Atomic Blonde, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 2017) Direção: David Leitch / Roteiro: Kurt Johnstad / Elenco: Charlize Theron, James McAvoy, John Goodman / Sinopse: Filme baseado na graphic novel "The Coldest City", escrita por Antony Johnston. Na trama uma agente do serviço de espionagem do governo inglês é enviada até Berlim para localizar e pegar uma lista com o nome de todos os agentes secretos em atividade na Europa. A CIA e a KGB também querem a lista, o que dá origem a vários assassinatos e crimes. Filme premiado pelo Golden Trailer Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O Céu de Outubro

Título no Brasil: O Céu de Outubro
Título Original: October Sky
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Lewis Colick
Elenco: Jake Gyllenhaal, Chris Cooper, Laura Dern, Chris Owen, William Lee Scott, Scott Thomas

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. O filho de um mineiro das minas de carvão de sua cidade natal, decide estudar foguetes. Ele fica inspirado após o lançamento do primeiro satélite a ir até o espaço, o Sputnik. Para o adolescente Homer Hickam (Jake Gyllenhaal) essa seria a sua saída para um futuro melhor.

Comentários:
Bom filme que trata a ciência de uma forma bem carinhosa. O protagonista é um jovem sonhador que se une aos seus amigos para soltar foguetes. Tudo seria apenas uma diversão entre os rapazes se não fosse também um sonho, o de um dia se tornar cientista, fugindo do destino de seu pai, um trabalhador comum que se mata nas minas de carvão da região. Como se trata de uma adaptação de uma história real, baseada em um livro de memórias, podemos verificar como tudo soa nostálgico, relembrando os primeiros passos de um jovem que no futuro iria se dedicar à ciência, ao programa espacial americano. É uma espécie de sonho de virar astronauta que se tornou realidade (ou quase isso, bem próximo!). O elenco é todo bom, com atores jovens e bem talentosos. Alguns se tornariam bem famosos, como o próprio Jake Gyllenhaal que demonstrou no filme que talento realmente não tem idade. Boa diversão aliada a história mais do que interessante. Recomendo.

Pablo Aluísio.

Grandes Olhos

Fiquei surpreso como esse filme de Tim Burton foi pouco comentado em seu lançamento. A bilheteria foi muito modesta e quase ninguém falou sobre o filme na imprensa. Isso apesar de contar com um elenco muito bom e uma história mais do que interessante. O roteiro é baseado na vida real da pintora Margaret Keane (Amy Adams). Em plenos anos 50, um tempo bem conservador, ela decidiu se separar do marido, indo morar em San Francisco com sua pequena filha. Tempos duros, sem dinheiro e nem emprego. Para sobreviver ela acabou arranjando um pequeno trabalho temporário pintando berços infantis e nos fins de semana ia à luta, ao tentar vender seus quadros pelos parques e ruas da cidade. Até que conhece Walter (Christoph Waltz), também um artista de rua. Só que ao contrário de Margaret, que era bem tímida e sem jeito, Walter era um falastrão, um canastrão, sempre pronto a convencer os outros de que estudou belas artes em Paris e que seus quadros teriam sido todos pintados enquanto morava naquela glamorosa cidade europeia. Seria verdade ou pura balela dele?

Aos poucos Walter vai conquistado Margaret e se dispõe a tentar vender os seus quadros. Margaret sempre pintava crianças com grandes, enormes olhos. Um estilo próprio que logo acabou caindo no gosto dos ricaços da cidade. Em pouco tempo os quadros das crianças começaram a vender muito e se tornaram uma febre, até mesmo entre estrelas de cinema. Tudo seria lindo e maravilhoso se Walter não colocasse os créditos das pinturas para si mesmo, deixando Margaret (a verdadeira pintora das obras) em segundo plano! É inacreditável pensar que as pessoas compraram essas obras de arte pensando se tratar de pinturas de Walter, enquanto tudo era feito pela sua companheira. De certa maneira é um retrato da época, onde as mulheres eram injustamente colocadas de lado, quase sempre ignoradas completamente, por mais talentosas que fossem. Gostei bastante do filme principalmente pelo fato de ser um momento de sobriedade do diretor Tim Burton. Nada daqueles exageros e esquisitices tão conhecidas do cineasta se fazem presente. Tudo é contado numa narrativa até bem tradicional, sóbria e equilibrada. Talvez por essa razão o público cativo de Burton não tenha feito grande alarde. Eles gostam mesmo é do kitsch cheio de listas e bolhas coloridas por todos os lados. De qualquer forma com esse elenco tão bom, "Big Eyes" não poderia mesmo dar errado. Assista sem receios.

Grandes Olhos (Big Eyes, 2014) Direção: Tim Burton / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz, Terence Stamp, Danny Huston, Jason Schwartzman,  / Sinopse: Após o fim de seu casamento a pintora Margaret Keane (Amy Adams) resolve recomeçar sua vida. Ela passa a vender seus quadros nos parques e ruas de San Francisco. Ao conhecer outro artista como ela, o falastrão e extrovertido Walter (Waltz), seus quadros começam a fazer sucesso no mundo das artes. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz (Amy Adams). Também indicado nas categorias de Melhor Ator (Christoph Waltz) e Melhor Música Original ("Big Eyes" de Lana Del Rey). 

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de agosto de 2017

A Casa das Amarguras

Título no Brasil: A Casa das Amarguras
Título Original: Ten North Frederick
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Philip Dunne
Roteiro: Philip Dunne, baseado no romance de John O'Hara
Elenco: Gary Cooper, Diane Varsi, Suzy Parker, Geraldine Fitzgerald, Ray Stricklyn
  
Sinopse:
Joseph B. 'Joe' Chapin (Gary Cooper) é um advogado bem sucedido, paí de uma família tradicional, que começa a ter ambições políticas. Ele pretende se candidatar a um alto cargo público. Suas pretensões porém acabam esbarrando em problemas familiares diversos. Sua filha fica grávida de um músico trompetista de uma banda de jazz. Ele é pobre, descendente de italianos e não condiz com os requisitos de Joe para se tornar o marido de sua filha. Seu outro filho, Joby (Ray Stricklyn), também não quer seguir os passos do pai, preferindo estudar música ao invés de ser enviado para Yale para se formar em Direito. Para piorar Joe descobre estar apaixonado por uma jovem que poderia ser sua filha. Tantos conflitos de uma só vez acabam minando sua vida política e familiar. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Revelação (Ray Stricklyn). Vencedor do Locarno International Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Drama familiar estrelado pelo astro Gary Cooper. Já em fase final de carreira, beirando os 60 anos de idade, o bom e velho Cooper acabou realizando uma de suas melhores atuações nesse filme ao velho estilo. A carga dramática é o seu grande atrativo. O roteiro mostra a vida de um homem que vê a ruína e o fracasso se instalarem em sua vida profissional e familiar. Ao se deparar com problemas ele acaba escolhendo os caminhos errados, se desvirtuando do que seria certo. As coisas começam a andar mal quando sua filha fica grávida de um músico de jazz band. O sujeito é um pobretão, filho de imigrantes italianos e sem grande futuro pela frente. Como se isso não fosse ruim o bastante Ann Chapin (interpretada pela doce e elegante Diane Varsi) está grávida dele. Um escândalo que coloca em risco até mesmo as ambições políticas de Joe Chapin (Cooper) em se tornar um figurão do mundo da política. Tentando abafar a situação ele suborna o músico e o manda sumir de vista, destroçando emocionalmente a vida sentimental de sua própria filha. 

Depois força a barra para que seu único filho homem, Joby (Stricklyn), vá para Yale estudar Direito contra sua vontade. Manipulando a vida dos filhos, causando frustrações e infelicidades neles, tentando controlar a tudo e a todos, a vida de Joe começa a entrar em um ciclo de fracassos e planos que nunca dão certo. Ele também termina se apaixonando pela colega de quarto de sua própria filha, a bela Kate Drummond (Suzy Parker, sensual e apaixonada na medida certa), mas a diferença de idade entre ambos torna tudo praticamente impossível. O diretor Philip Dunne era um hábil cineasta na realização desse tipo de drama mais pesado, com tintas excessivas. Curiosamente ele tentaria três anos depois da realização dessa produção trazer um pouco mais de carga dramática para a carreira do roqueiro Elvis Presley no filme "Coração Rebelde". Não foi tão bem sucedido. Já ao lado do veterano Cooper as coisas funcionam muito bem. O filme tem densidade dramática adequada, ótimas atuações de todo o elenco e o toque final mostrando e explorando a hipocrisia que reina dentro da sociedade como um todo. Um pequeno clássico que anda esquecido e que merece ser redescoberto pelos admiradores do cinema clássico americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Uma Lição Para não Esquecer

Excelente filme dirigido pelo ator Paul Newman. Ele interpreta Hank Stamper, o filho mais velho de uma família de lenhadores. O pai Henry Stamper (Henry Fonda) é um sujeito austero, rígido, durão, que não admite que seus filhos demonstrem qualquer sinal de moleza. Ele impõe praticamente um regime militar dentro de sua própria casa. Todos os dias acorda toda a família às quatro da manhã para que eles estejam ao amanhecer na floresta, derrubando árvores. Se orgulham dessa forma de viver, como trabalhadores honestos que ganham a vida com o suor do próprio rosto. Quando uma greve de madeireiros explode na região os Stampers se recusam a descumprir seus contratos, parando o serviço e por isso decidem  continuar a trabalhar no dia a dia, como sempre fizeram. Isso acaba criando uma tensão com o sindicato de trabalhadores que começa a promover atos de sabotagem contra a família. Eles porém não estão dispostos a mudarem seu ponto de vista e vão até o final para levar a madeira até os depósitos da empresa que os contrataram. Para complicar ainda mais a situação do clã a volta do caçula Leeland Stamper (Michael Sarrazin), após passar vários anos fora cursando uma universidade, embaralha a já complicada situação familiar dentro da casa dos Stampers. Para o patriarca Henry aquela seria uma visita inesperada que ele agora terá que lidar da melhor maneira possível.

O roteiro do filme é baseado no best-seller do autor Ken Kesey. Em sua obra ele criou um retrato da típica família operária da sociedade americana. Os valores da classe trabalhadora são colocados em choque com os ideais do sindicato da região. Para os Stampers aqueles sindicalistas não passariam de comunistas disfarçados e eles não estariam dispostos a abrirem mão de sua ética de trabalho, descumprindo os contratos que assinaram. O núcleo familiar dos Stampers é formado por excelentes atores. O velho Henry Fonda é o patriarca. Ele passa praticamente o filme inteiro engessado após sofrer um sério acidente na floresta. Isso em nada tira sua visão de vida. Mesmo afastado do trabalho ele faz questão que seus filhos continuem a rotina dura de acordar de madrugada para passar o dia inteiro no meio da floresta derrubando árvores. O caçula da família é Leeland (Sarrazin), um jovem com outra visão de vida. Ele passou vários anos fora, estudando numa universidade, porém desempregado na grande cidade acaba voltando para o antigo lar, para trabalhar ao lado dos irmãos na floresta, um trabalho duro, onde apenas os fortes sobrevivem. Como viveu na cidade grande ele tem uma visão mais liberal do mundo, o que contrasta com seus irmãos mais rudes, que vivem da floresta. Por fim Paul Newman consegue demonstrar que também tinha grande talento para a direção. Ele criou um filme extremamente bem realizado que ganha muitos pontos positivos por causa da narrativa e das excelentes sequências na floresta, principalmente nas cenas mais impactantes, como por exemplo quando seu irmão no filme, Joe Ben (Richard Jaeckel), fica preso embaixo de um enorme tronco de árvore pesando algumas toneladas. Ele tenta de todas as formas salvar sua vida, mas a força da natureza acaba vencendo todos os seus esforços. O melhor porém vem na última cena do filme, com um maravilhoso toque de humor negro que fecha com chave de ouro essa excelente produção assinada pelo grande Paul Newman em um dos melhores momentos de toda a sua carreira.

Uma Lição Para não Esquecer (Sometimes a Great Notion, EUA, 1970) Direção: Paul Newman / Roteiro: John Gay, baseado na obra de Ken Kesey / Elenco: Paul Newman, Henry Fonda, Michael Sarrazin, Lee Remick, Richard Jaeckel / Sinopse: A família Stamper é formada por lenhadores. Quando o sindicato da categoria resolve fazer uma greve na região do Oregon eles se recusam a participar do movimento. Isso acaba criando uma tensão entre os Stampers e os demais trabalhadores, mas engana-se quem pensa que eles vão dar o braço a torcer pela pressão que sofrem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Richard Jaeckel).

Pablo Aluísio.

Pergaminho Fatídico

Título no Brasil: Pergaminho Fatídico
Título Original: Plunder of the Sun
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Farrow
Roteiro: Jonathan Latimer, David Dodge
Elenco: Glenn Ford, Diana Lynn, Patricia Medina, Francis L. Sullivan
  
Sinopse:
O americano Al Colby (Glenn Ford) vai para Cuba. Ele pretende encontrar novas oportunidades de negócios. As coisas porém acabam dando errado e ele termina sem dinheiro em Havana. Justamente quando tudo parecia perdido ele é procurado por um misterioso homem que lhe oferece um serviço. Ele deverá viajar até o México levando consigo uma preciosidade arqueológica encontrada em ruínas antigas. São três páginas de pergaminho antigo e uma valiosa peça de jade que parece contar a chave para a decifração do que está escrito naquelas antigas folhas. Por mil dólares Colby aceita realizar a jornada. Ele só não contava que seria perseguido por inúmeras pessoas que também tentariam de todas as formas colocar as mãos naquele que pode ser um mapa ou guia para encontrar uma verdadeira fortuna, um tesouro antigo escondido pelos povos nativos dos conquistadores espanhóis no século XV.

Comentários:
Na era de ouro do cinema clássico americano não só se produziam grandes filmes, produções realizadas para marcar época. Hollywood sempre foi uma indústria cultural e como tal havia também um segmento direcionado principalmente para a pura diversão do grande público. Esse "Plunder of the Sun" se enquadra bem nessa última categoria. O filme em si é uma aventura embalada por um trama bem ao estilo do cinema noir (nesse período já em franca decadência). A mistura ora funciona, ora deixa bastante a desejar. O enredo gira em torno desse manuscrito que supostamente poderia indicar a localização exata de um grande tesouro que pertenceu a uma civilização antiga. Quando a Espanha começou a dominar as vastas terras que iriam se transformar no futuro México, muitos desses povos nativos foram simplesmente exterminados. Para se proteger os monarcas mandaram esconder ricos tesouros com ouro, prata e demais riquezas minerais. De certa maneira é uma derivação do velho mito do Eldorado aqui adaptado para o tempo em que o filme foi lançado (na primeira metade da década de 1950). Claro que filmes assim hoje em dia soam bem datados ainda mais depois que o cinema americano voltou a explorar esse gênero com produções ao estilo "Indiana Jones". A comparação obviamente é desproporcional, porém serve bem para dar uma ideia do que o espectador encontrará pela frente. Do cinema noir verá mulheres fatais, mentirosas, que só contam inverdades para colocar as mãos no pergaminho. Do gênero aventura fará um passeio bem interessante por ruínas das civilizações pré-colombianas. É curioso, até prende a atenção, mas no geral não passa mesmo de uma produção B realizada para faturar bem nas matinês. Um passatempo divertido, acima de tudo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Confissões de um Espião Nazista

Título no Brasil: Confissões de um Espião Nazista
Título Original: Confessions of a Nazi Spy
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Anatole Litvak
Roteiro: Milton Krims, John Wexley
Elenco: Edward G. Robinson, George Sanders, Francis Lederer, Paul Lukas, Henry O'Neill,  Dorothy Tree

Sinopse:
Um americano de origem alemã, desempregado e precisando ganhar dinheiro para sustentar sua família, aceita fazer serviços de espionagem para a Alemanha nazista de Hitler. Assim começa a passar informações militares dos Estados Unidos para espiões do III Reich, o que leva o agente do FBI Edward Renard (Edward G. Robinson) a abrir uma investigação para descobrir todo o aparato de espionagem.

Comentários:
Bom filme que fica ainda melhor se levarmos em conta alguns fatos históricos importantes. O primeiro deles é saber que essa produção foi realizada em 1939, ou seja, antes dos Estados Unidos entrarem na II Guerra Mundial. O nazismo naquela época era visto como algo absurdo pelos americanos, mas o governo do país não parecia disposto a entrar em mais um conflito de proporções épicas, onde muitos soldados e militares iriam morrer nos campos de batalha da Europa (algo que havia acontecido na I Guerra e que o povo americano não queria ver se repetir). Assim como Chaplin em "O Grande Ditador" esse filme também não perde tempo, se posicionando claramente contra o regime nazista, colocado aqui como vilão. O roteiro também chama bastante a atenção por não ter uma linha narrativa tão tradicional, ao invés disso segue por um estilo do tipo mosaico, com inúmeros personagens dispersos que depois vão se encontrar já perto do final do filme em um mesmo momento da trama. O ator Edward G. Robinson interpreta um agente do FBI, mas só aparece bem depois, quando todo o esquema de espiões de Hitler já se encontra bem montado e funcionando. O ator aliás foi peça central na produção desse filme já que a Warner tinha receios de produzir algo tão incisivo.  Robinson porém estava decidido em bater de frente com a ideologia nazista e nem pensou duas vezes em enfrentar Hitler e seus seguidores, pelo menos no cinema. Fica assim a lição de história e de bom cinema, onde a sétima arte foi colocada à serviço de bons ideais.

Pablo Aluísio.

Filhos do Desprezo

Título no Brasil: Filhos do Desprezo
Título Original: Juvenile Court
Ano de Produção: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: Michael L. Simmons
Elenco: Paul Kelly, Rita Hayworth, Frankie Darro, Hal E. Chester, Don Latorre, Richard Selzer

Sinopse:
Após a condenação de um jovem delinquente à pena de morte, o defensor público Gary Franklin (Paul Kelly) promete a si mesmo não mais falhar no tribunal. Ele fica frustrado até o surgimento de um novo caso, envolvendo um jovem acusado de um crime que não cometeu.

Comentários:
Bom filme de tribunal. Hoje em dia a grande atração para os cinéfilos que gostam de filmes clássicos é a presença de uma ainda bastante jovem Rita Hayworth no elenco. Ela interpretava a irmã de um jovem acusado de um crime do qual seria inocente. Quando o filme foi rodado um dos produtores sugeriu que Rita pintasse seu cabelo de loiro porque sua personagem fazia parte de uma família de imigrantes holandeses em Nova Iorque. O teste de câmera não ficou bom, por essa razão ela acabou aparecendo com seus longos cabelos negros que iriam virar sua marca registrada em Hollywood. Esse filme foi recentemente relançado nos Estados Unidos em um box com várias outras produções envolvendo o tema da delinquência juvenil. Por lá os jovens eram julgados como criminosos comuns, adultos, não havendo espaço para a proteção da lei contra menores de idade. O roteiro até que abre margem para um debate maior sobre esse tema, mas se concentra mesmo nos aspectos jurídicos do crime cometido pelo jovem acusado. Um bom filme, curtinho, mas bem eficiente. Além disso trouxe um dos primeiros trabalhos de Rita Hayworth que muito em breve iria se tornar uma das grandes estrelas de Hollywood.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A Herança do Deserto

Título no Brasil: A Herança do Deserto
Título Original: Heritage of the Desert
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, J. Farrell MacDonald, David Landau, Gordon Westcott, Guinn 'Big Boy' Williams

Sinopse:
Adam Naab (J. Farrell MacDonald) é um fazendeiro, antigo bandoleiro e pistoleiro, que tem ambições de dominar todo o condado em que vive no Arizona. Ele tenta comprar as terras do rancheiro Jack Hare (Randolph Scott), mas esse se recusa a vender seu rancho. Pior do que isso, Naab deseja também a garota de Jack. Com isso a situação vai se tornando cada vez mais tensa até o inevitável duelo final.

Comentários: 
Depois de vários filmes mais sofisticados, chiques, produções do tipo "bolhas e champagne", finalmente Randolph Scott foi contratado para atuar em um faroeste. "A Herança do Deserto" de  Henry Hathaway trazia Randolph Scott como um cowboy envolvido bem no meio de uma disputa de terras no velho oeste americano. Ele fotografou muito bem com seus trajes de pistoleiro. O roteiro também foi um presente pois era bem escrito, com cenas marcantes. Produzido pela Paramount Pictures, filmado no próprio rancho da companhia, esse foi o primeiro grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Um filme bem importante, que determinaria os rumos da filmografia do ator nas próximas décadas. O interessante é que por essa época Scott ainda não havia decidido se dedicar apenas aos filmes de faroeste. Ele tinha a ideia de apenas esporadicamente participar desse tipo de filme, porém com o tempo ele foi percebendo que as bilheterias de seus filmes de western eram bem superiores aos dos dramas e romances. Assim viu que o público o queria ver mesmo em trajes de cowboy, caminho do qual iria se dedicar mais com o passar dos anos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Matá-lo

Título no Brasil: Matá-lo
Título Original: ¡Mátalo!
Ano de Produção: 1970
País: Espanha, Itália
Estúdio: Rofima Cinematografica
Direção: Cesare Canevari
Roteiro: Nico Ducci, Eduardo Manzanos Brochero
Elenco: Lou Castel, Corrado Pani, Antonio Salines

Sinopse:
Uma quadrilha de bandoleiros e ladrões de bancos e trens resgata um dos seus comparsas e depois parte para uma nova onda de crimes. Seu alvo é uma diligência que está carregando ouro e prata. Logo após o roubo são cercados pelo xerife e decidem fugir para o deserto onde finalmente encontram seu trágico destino...

Comentários:
Filme espanhol que surfa na onda do western spaghetti. Esse aqui procura misturar elementos do velho oeste com um roteiro que explora até mesmo o mundo do sobrenatural. Acontece que os bandidos vão parar em uma cidade fantasma perdida no meio do deserto. A desolação é completa. Nesse lugar não existe nenhuma alma viva a não ser uma velha misteriosa que surge nas sombras, trazendo maldições e terror para os bandoleiros que chegam por lá. A fita é estrelada pelo colombiano Lou Castel. Ator (e também diretor), foi muito produtivo na era do cinema italiano, chegando ao recorde de ter trabalhado em nada mais, nada menos, do que 150 filmes! Provavelmente um recorde mundial na época. Noventa por cento desses filmes de faroeste nunca foram lançados no mercado brasileiro, com algumas exceções, é claro. Entre seus filmes mais conhecidos por aqui estão "Gringo" de 1967 e o clássico "O Leopardo" onde ele fazia apenas uma pequena participação. Esse "Matá-lo" acabou sendo assim um dos destaques de sua filmografia, chegando a ser lançado nos cinemas brasileiros no começo dos anos 70.

Pablo Aluísio.

O Preço do Poder

Título no Brasil: O Preço do Poder
Título Original: Il prezzo del potere
Ano de Produção: 1969
País: Itália, Espanha
Estúdio: Patry Film, Films Montana
Direção: Tonino Valerii
Roteiro: Massimo Patrizi
Elenco: Giuliano Gemma, Warren Vanders, María Cuadra, María Luisa Sala, Ángel Álvarez, Norma Jordan

Sinopse:
Bill Willer (Giuliano Gemma) é um agente especial da agência de detetives Pinkerton que é enviado para o deserto do Texas, numa região bem isolada e remota, para investigar a morte do presidente James Garfield em 1881. Depois das primeiras investigações ele descobre uma enorme teia de conspirações envolvendo assassinos profissionais e políticos desonestos e gananciosos.

Comentários:
Segundo os produtores desse western spaghetti o roteiro era baseado nos acontecimentos que levaram ao assassinato do presidente JFK em Dallas. Até aí tudo bem, o problema histórico porém é que o enredo da fita se passava no século XIX. Assim usou-se a morte de outro presidente norte-americano, James Garfield, para se fazer uma grande mistureba de eventos, fatos e conspirações históricas, tudo junto e misturado! Quem gosta de spaghetti western porém não haverá muito do que reclamar pois a receita e a fórmula desse tipo de produção é seguido à risca, inclusive com aquelas trilhas sonoras bem marcantes, muitos tiros e violência estilizada. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a atuação de Giuliano Gemma. Embora fosse um ator bem apessoado, sempre notei uma certa indiferença dele em cena. Seria pura omissão ou falta de um talento maior em termos dramáticos? Isso fica a critério de cada um descobrir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

As 3 Espadas de Zorro

Título no Brasil: As 3 Espadas de Zorro
Título Original: Le Tre Spade di Zorro
Ano de Produção: 1963
País: Itália, Espanha
Estúdio: Hispamer Films, Rodes Cinematografica
Direção: Ricardo Blasco
Roteiro: Mario Amendola
Elenco: Guy Stockwell, Gloria Milland, Mikaela, Giuseppe Addobbati, Franco Fantasia, Juan Luis Galiardo

Sinopse:
A história se passa em 1830, no ano da independência do México. Um grupo de tirânicos governantes decide impor à população mais pobre e humilde um governo de opressão e tirania. Apenas um homem parece disposto a lutar pelos mais humildes, um cavaleiro de capa e espada chamado Zorro! Mas quem estaria por trás daquela máscara?

Comentários:
O famoso personagem Zorro também foi explorado dentro do western spaghetti! Esse filme é uma adaptação italiana de suas aventuras. Para dar uma impressão de que se tratava de um filme feito em Hollywood os produtores contrataram o ator norte-americano Guy Stockwell. Com longa experiência na TV, onde atuou em várias séries ao longo dos anos, Stockwell resolveu cruzar o Atlântico para dar vida a esse justiceiro negro, de capa e espada, tão cultuado dentro da cultura pop. Até que não ficou tão mal. O filme obviamente não pode ser comparado às produções americanas da mesma época, que contavam com maiores recursos e orçamentos mais milionários. Mesmo assim esse filme funciona até muito bem se você é fã do Zorro. Curiosamente em 1972 um filme chamado "Les aventures galantes de Zorro" usou várias cenas desse filme como pano de fundo! A produtora Hispamer Films estava indo à falência, por essa razão usou vários cenas rodadas para essa produção para suprir a falta de dinheiro para um novo filme sobre o Zorro. Oportunismo puro, claro.

Pablo Aluísio.