terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Aliados

Casablanca, Marrocos. II Guerra Mundial. O agente canadense Max Vatan (Brad Pitt) desce de paraquedas no meio do deserto para uma missão importante: assassinar o embaixador nazista na região. Para isso ele precisa contar com um disfarce e se torna o "marido" de outra agente, a francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), que trabalha para os alemães. O primeiro obstáculo a vencer é conseguir ter acesso ao embaixador e para isso eles precisam ser convidados para a festa de recepção dele, a ser celebrada dentro de alguns dias. Será que conseguirão? Assim começa esse novo filme estrelado pelo ator Brad Pitt. Logo nas primeiras cenas descobrimos as reais intenções do diretor Robert Zemeckis. Veterano, colecionador de sucessos de bilheteria (tais como os filmes  da franquia "De Volta Para o Futuro"), ele aqui quis reproduzir o clima e o estilo dos antigos filmes clássicos de espionagem passados na II Guerra. A referência mais óbvia é justamente o próprio "Casablanca" de Michael Curtiz, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. Tentar atingir algo tão elevado? É óbvio que uma tentativa assim não teria muitas chances de dar certo.

E realmente o filme se perde em um aspecto essencial: seu roteiro! Desde o começo ficamos com aquela sensação ruim de que nada do que vemos na tela tem verossimilhança, nada é muito convincente. A paixão que nasce entre os dois protagonistas não convence, as cenas de ação (como o atentado ao embaixador alemão em Marrocos) também não convence e a guinada que o filme toma em determinado momento - de filme de espionagem para romance piegas - é ainda pior do que tudo isso. De repente o frio e objetivo agente interpretado por Pitt vira uma maridão apaixonado demais, piegas, bobão e... muito chato! Claro que haverá uma grande reviravolta para mudar isso, porém a que preço? A produção é luxuosa, os figurinos são realmente excelentes, porém isso é pouco para justificar esse roteiro cheio de problemas. Como eu escrevi, um dos problemas vem do fato do filme falhar ao tentar passar paixão entre os personagens interpretados pelo casal Brad Pitt e Marion Cotillard. Supostamente era para existir uma paixão avassaladora entre eles. O espectador porém nunca ficará convencido sobre isso. Ela ainda dá mostras de vivacidade, de ter uma personalidade mais envolvendo e cativante. Ele porém está muito mal em cena. Pitt desfila sua cara de tédio e preguiça por praticamente todos os momentos. Ele realmente está sorumbático. Na primeira parte do filme, quando ele precisa ser um agente mortal e calculista, isso até que ainda funciona, mas depois sua interpretação vai decaindo, ficando óbvio que ele não está muito interessado em atuar bem. O saldo final de tudo isso é que simplesmente não se consegue, nos dias atuais, se reviver o charme e a elegância daqueles antigos filmes. Isso é algo que se perdeu com o tempo. Não tem mais volta!

Aliados (Allied, Estados Unidos, 2016) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Camille Cottin / Sinopse: Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), dois agentes aliados no Marrocos ocupados por tropas nazistas, precisam cumprir uma missão perigosa: matar o embaixador alemão na região. Nesse meio tempo acabam se apaixonando um pelo outro. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Joanna Johnston).

Pablo Aluísio.

Ouija: Origem do Mal

De tempos em tempos Hollywood consegue produzir bons novos filmes usando para isso apenas de velhas ideias. Um exemplo vem desse "Ouija: Origem do Mal". A premissa é simples: após a morte de seu marido, Alice Zander (Elizabeth Reaser) precisa ganhar a vida de algum jeito. Ela tem duas filhas para criar, um adolescente e uma garotinha de nove anos. Para isso ela arruma uma sala em sua casa para receber espíritos de pessoas falecidas, queridas de seus familiares. Claro que tudo é uma fraude, um "teatrinho" como ela gosta de dizer. O importante é ganhar dinheiro em cima das crenças dos outros.Os problemas começam quando ela compra um tabuleiro Ouija, muito popular nos Estados Unidos na década de 1960 (na mesma época em que a história do filme se passa). Esse "jogo" era usado para que os vivos pudessem se comunicar com os mortos. Só era necessário respeitar três regras básicas: 1. Nunca jogar sozinho. 2. Nunca jogar em um cemitério e 3. Sempre diga adeus no fim das sessões. Claro que uma vez colocadas as regras elas serão desrespeitadas pelos personagens, dando origem a um surto de manifestações sobrenaturais demoníacas que vão literalmente infernizar a vida de toda a família.

Para dar aquele jeitão de filme antigo, o diretor Mike Flanagan introduziu alguns pequenos elementos que vão passar até despercebidos por muitos espectadores. O logotipo da Universal Pictures que abre o filme é o mesmo que era utilizado antigamente pelo estúdio. Há "marcas" na película, algo comum em antigos projetores de cinema que informavam aos exibidores a hora de trocar os rolos dos filmes nos cinemas e por aí vai. Cinéfilos mais experientes certamente vão notar essas peculiaridades cinematográficas. No elenco eu destacaria, como não poderia deixar de ser, a atriz mirim Lulu Wilson que interpreta a garotinha possuída Doris! Ela impressiona ora parecendo inocente, ora mordaz, ora demoníaca, provando que talento realmente não tem idade. Ajudada por efeitos digitais bem oportunos (e nada gratuitos) para se contar esse enredo, ela se torna a alma do filme. O roteiro, como já escrevi, utiliza velhos elementos bem conhecidos dos fãs de terror (a casa com passado obscuro, a menina possuída, o padre exorcista, etc), mas tudo muito bem coordenado, nos lugares certos. Na parte final o filme derrapa um pouquinho, isso é verdade, mas quando isso acontece o espectador já foi presenteado com um dos bons filmes de terror do ano. Assim pude conferir que a boa recepção que teve por parte da crítica americana não foi em vão. É de fato um bom filme de horror, acima da média do que se vê por ai. Que venham outros com a mesma qualidade.

Ouija: Origem do Mal (Ouija: Origin of Evil, Estados Unidos, 2016) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Elizabeth Reaser, Lulu Wilson, Annalise Basso, Henry Thomas / Sinopse: Garotinha de nove anos é possuída por demônios após sua mãe comprar um tabuleiro Ouija e trazer para casa. Agindo de forma estranha, escrevendo em línguas estrangeiras, tendo surtos de possessão, ela chama a atenção do padre da escola católica onde estuda, dando origem a uma luta entre as forças do bem e do mal.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O Nascimento de Uma Nação

O filme conta a história real de um escravo negro chamado Nat Turner. Ele viveu em Southampton, na Virgínia, sul dos Estados Unidos, no século XIX. Nascido e criado em uma fazenda de algodão ele poderia ter sido apenas um dos milhares de escravos que existiam nas extensas fazendas sulistas se não fosse por um detalhe que o diferenciava dos demais: ele aprendeu a ler e começou a estudar o evangelho. Naqueles tempos isso era extremamente raro pois a imensa maioria dos cativos eram analfabetos. Isso despertou a curiosidade dos demais fazendeiros brancos que começaram a pagar ao seu dono para levá-lo para pregar aos demais escravos da região.

Em um primeiro momento poderia até parecer que isso seria uma atitude caridosa dos donos de escravos, porém as intenções eram outras. Eles determinavam a Nat que ele apenas recitasse e ensinasse os trechos bíblicos que justificavam a escravidão, uma forma de amenizar e reprimir os desejos de rebelião dos escravos negros. Assim Nat nada mais era do que um instrumento a mais de dominação e repressão e não um verdadeiro pregador da mensagem bíblica. Aos poucos porém ele vai percebendo a deplorável situação de seus irmãos, muitos deles submetidos a torturas, castigos físicos e toda série de brutalidades que se possa imaginar. A partir desse ponto não é complicado imaginar o sentimento de revolta que acabou tomando conta de seus pensamentos e atos. Após ser brutalmente chicoteado, apenas por ter batizado um homem branco, Nat resolveu então liderar uma revolta de escravos, dando origem a um conflito sangrento que entrou para a história.

Esse é um excelente filme. Ele foi prejudicado nos Estados Unidos em seu lançamento porque o ator e diretor Nate Parker foi acusado de estupro, justamente na semana em que o filme chegava nos cinemas americanos. Isso fez com que a imprensa se concentrasse apenas nisso, deixando os méritos cinematográficos dessa produção completamente de lado. Uma pena. O filme conta uma história relevante, desconhecida até mesmo pelos negros americanos. Seria o resgate histórico da figura de Nat Turner, que apesar de ter escolhido os meios errados pela luta de sua causa, teve o importante papel de ser um dos pioneiros na busca pela liberdade dos escravos de sua época. Por fim um dado histórico estarrecedor: a história de Nat e sua rebelião serviram de justificativa para que uma lei fosse aprovada na Virgínia. Essa lei determinava que era proibido, a partir daquele momento, o ensino e aprendizado dos escravos negros, ou seja, era proibido ensinar a um escravo a ler e escrever. Tempos completamente obscuros eram aqueles.

O Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation, Estados Unidos, 2016) Direção: Nate Parker / Roteiro: Nate Parker / Elenco: Nate Parker, Armie Hammer, Penelope Ann Miller / Sinopse: Nat Turner (Nate Parker) é um jovem escravo que decide liderar uma rebelião pela liberdade de seu povo no sul racista dos Estados Unidos do século XIX, dando origem a um verdadeiro banho de sangue entre negros e brancos. Filme indicado aos prêmios da African-American Film Critics Association (AAFCA) e Black Reel Awards.

Pablo Aluísio.

Garotas Selvagens

Título no Brasil: Garotas Selvagens
Título Original: Wild Things
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Mandalay Entertainment
Direção: John McNaughton
Roteiro: Stephen Peters
Elenco: Kevin Bacon, Matt Dillon, Neve Campbell, Denise Richards, Theresa Russell, Robert Wagner, Bill Murray
  
Sinopse:
O professor Sam Lombardo (Matt Dillon) é detido, acusado de ter estuprado uma aluna, Kelly Van Ryan (Denise Richards), de uma tradicional família da Flórida. O detetive Ray Duquette (Kevin Bacon) começa então a investigar o caso e encontra furos e histórias mal contadas. Mesmo com a testemunha de Suzie Toller (Neve Campbell), outra aluna, de origem humilde, ele acredita que a verdade não está com a versão que as garotas contam.

Comentários:
Nunca gostei muito desse filme, isso apesar de contar com um ótimo elenco, uma mistura esperta entre veteranos e estrelas jovens em ascensão. A tentativa de tornar tudo sensual em uma história de cobiça, luxuria e traição, só funciona em termos. Quando tudo desanda para a (quase) vulgaridade, o filme se perde bastante. É um filme curioso também porque foi produzido pelo ator Kevin Bacon que usou seu prestígio pessoal e amizades no meio cinematográfico para trazer gente como Robert Wagner e Bill Murray em pequenas pontas. Também foi o filme que transformou as gatinhas adolescentes Neve Campbell e Denise Richards em musas sensuais para os jovens dos anos 90. Pena que nenhuma delas acabou fazendo uma carreira mais consistente nos anos que viriam. Pelo visto, como costumava dizer John Lennon, um rostinho bonito só dura alguns anos, depois se não tiver talento dramático real a carreira entra em pane, levando todas elas para um ostracismo. Então é isso, hoje em dia "Wild Things" já nem parece mais tão selvagem, embora na época de seu lançamento tenha chamado bastante a atenção. Revisto, vale como mera curiosidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Até o Último Homem

Título no Brasil: Até o Último Homem
Título Original: Hacksaw Ridge
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Icon Productions
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington
  
Sinopse:
O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico, porém se recusa a pegar em armas para matar o inimigo. Inicialmente sua postura lhe traz muitos problemas, inclusive quase o levando à corte marcial, porém uma vez no front ele acaba se destacando por causa de sua bravura e coragem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Andrew Garfield) e Melhor Direção - Drama (Mel Gibson). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Edição (John Gilbert).

Comentários:
"Hacksaw Ridge" parece ser o filme da redenção da carreira de Mel Gibson. Após anos de brigas e desavenças em Hollywood ele retorno ao topo, com um filme que é sucesso de bilheteria e crítica. Além disso conseguiu uma grande leva de indicações ao Oscar, mostrando que seu prestígio na Academia está de volta. De fato Gibson, que nunca foi bobo, acertou no alvo ao escolher a história certa para filmar. O que temos aqui é um dos capítulos mais curiosos e desconhecidos da guerra, a história de um pracinha que se recusava a lutar por causa de suas convicções religiosas. Nascido no interior dos Estados Unidos, ele se via obrigado por questões morais e patrióticas a ir para a guerra, mas uma vez no exército não admitia a possibilidade de matar o inimigo no campo de batalha. Acabou sendo enviado para uma das maiores carnificinas da guerra, na ilha de Okinawa, a porta de entrada para a invasão do Japão. Esse filme tem dois aspectos que merecem a atenção do espectador. Ele é basicamente dividido em dois atos. No primeiro somos apresentados à história pessoal de Desmond Doss antes dele seguir para a guerra, mostrando detalhes de sua vida pessoal, quando era apenas um civil. Nesse ato vemos um momento crucial na sua infância que o levou a se tornar uma pessoa bem religiosa, os problemas de relacionamento com seu pai (um homem corroído pela bebida e pelo fracasso) e o grande amor de sua vida, uma enfermeira do hospital de sua cidade.

No segundo ato, Doss finalmente entra para o exército. Sob o treinamento de um sargento durão chamado Howell (em boa interpretação de  Vince Vaughn), ele tenta sobreviver aos desafios do campo de combate. A primeira parte do filme achei bem mediana, um tanto plastificada, principalmente pelos excessos de "bondadismo" (a síndrome do bonzinho) do protagonista. Ele não parece ser uma pessoa real (embora tenha existido de fato, como bem demonstrado nas cenas finais, onde há uma breve entrevista com ele). O grande mérito dessa produção vem no segundo ato, no campo de guerra, na dureza da batalha. Como diretor, Mel Gibson conseguiu produzir tomadas excelentes, cenas tão boas de combate assim não tinha visto desde "O Resgate do Soldado Ryan"! Não é à toa que o filme tem sido considerado um dos mais bem editados do ano, pois certamente a luta entre japoneses e americanos nas areias vulcânicas de Okinawa valem por todo o filme! Mesmo sob intenso bombardeio dos navios americanos, os soldados japoneses conseguiam sobreviver, por contar com uma extensa rede de túneis subterrâneos por toda a ilha. Tudo muito bem demonstrado em cena. Então é isso, certamente é um dos melhores filmes do ano, pois conta com excelente produção, direção e roteiro. Talvez fosse ainda melhor se Gibson tivesse investido ainda mais nas cenas de luta, mas do jeito que está passa longe de ser decepcionante. É sim um dos melhores trabalhos assinados por Gibson. Um dos filmes obrigatórios do próximo Oscar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

Inimigo do Estado

Título no Brasil: Inimigo do Estado
Título Original: Enemy of the State
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: David Marconi
Elenco: Will Smith, Gene Hackman, Jon Voight
  
Sinopse:
Robert Clayton Dean (Will Smith) é um jovem advogado que trabalhando na capital dos Estados Unidos, Washington D.C, acaba descobrindo, sem querer, uma conspiração envolvendo altos membros do governo americano na morte de um senador da república. Depois que toma conhecimento dos fatos ele se torna um alvo, um "inimigo do Estado", pois todos querem encobrir o plano de assassinato.

Comentários:
Tony Scott foi um bom diretor, um cineasta talentoso que conseguia aliar inteligência com o pior do cinemão pipoca americano de verão. Eis aqui um exemplo. O roteiro é muito bom, bem desenhado, com uma trama que ficaria bem em qualquer tipo de gênero cinematográfico. Para falar a verdade "Enemy of the State" só não é melhor porque afinal de contas foi produzido por Jerry Bruckheimer! Quem conhece o estilo desse produtor de Hollywood já sabe o que encontrará pela frente: cenas e mais cenas de ação, cada uma mais espetacular do que a outra, mas também todas elas sem um pingo de criatividade, apelando para clichês em todos os momentos. Assim o filme acabou se tornando um cabo de guerra entre Tony Scott, tentando desenvolver uma boa trama, e seu produtor Bruckheimer, apelando o tempo inteiro para perseguições, correrias, explosões e tiroteios. No meio de tudo surge o astro Will Smith, que acaba sendo eclipsado pelos excelentes veteranos Gene Hackman e Jon Voight. Nesses momentos você percebe a diferença entre um ator de verdade e uma estrelinha popular. Smith, coitado, não chega nem aos pés da classe de um Gene Hackman. Chega até mesmo a ser uma covardia o encontro entre eles. Então é basicamente isso. Um bom filme de ação, prejudicado apenas pela ganância de seu produtor, tentando fazer do filme o mais comercial possível. Entre mortos e feridos porém ainda consegue ser uma boa diversão.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Dominação

Título no Brasil: Dominação
Título Original: Incarnate
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Ronnie Christensen
Elenco: Aaron Eckhart, Carice van Houten, Catalina Sandino Moreno
  
Sinopse:
Dr. Ember (Aaron Eckhart) trabalha com exorcismos de pessoas possuídas pelo demônio. Só que ele não é um exorcista comum. Procurando expulsar essas entidades apenas com a ciência, ele não quer saber do lado religioso de sua função. No fundo ele nem acredita em deuses ou demônios. Quando um garotinho é possuído por um membro das fileiras de Satã, uma representante da Igreja Católica resolve contratar Ember para expulsar o diabo do corpo da criança. O que Ember não sabe é que o tal espírito demoníaco é um velho conhecido seu! 

Comentários:
"Incarnate" é uma enorme bobagem! Não tem outra definição. No filme os padres e os membros da Igreja Católica precisam contratar os serviços de um exorcista freelancer para fazer o que seria basicamente o trabalho deles! E o protagonista Dr. Ember é um sujeito mal encarado, cadeirante e com traumas, que literalmente entra na mente das pessoas possuídas para sair na porrada com os demônios que encontra pela frente! Nada é sutil, nada é bem trabalhado no roteiro, não existe lugar para o místico, para o suspense, tudo é feito assim, na base da pancadaria. Os dias de "O Exorcista" realmente ficaram para trás... O curioso é que o Dr. Ember perdeu mulher e filho em um acidente de carro causado justamente pelo demônio que agora reencontra, dominando a mente e a alma de uma criança. Usando de métodos científicos fora do comum (como as tais experiência de quase morte) ele consegue entrar na mente dos possuídos e uma vez lá dentro parte para a briga! Sinceramente, que bobagem sem tamanho. Quer dizer que para combater o diabo o exorcista tem que usar de ainda mais ódio e ira? Não me parece ser uma boa fórmula para expulsar a diabada, sinceramente. Aaron Eckhart é um ator bacana, mas nem ele resiste a tamanha bobagem! No saldo geral é realmente um dos filmes de terror mais decepcionantes do ano! O incrível é saber que esse filme encontrou espaço no circuito comercial de cinemas no Brasil, enquanto outros filmes, bem mais interessantes e bem feitos, jamais serão lançados nos cinemas brasileiros. Tem algo muito errado aí...

Pablo Aluísio.

Pânico 2

Título no Brasil: Pânico 2
Título Original: Scream 2
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jada Pinkett Smith, Heather Graham
  
Sinopse:
Dois anos após os acontecimentos do primeiro filme Sidney Prescott (Neve Campbell) tenta retomar sua vida. Ela volta para a sua escola, Windsor College. Tudo vai bem até que as roupas que foram usadas pelo serial killer Ghostface desaparece. Primeiro todos pensam se tratar apenas de um trote de alunos querendo fazer brincadeiras de humor negro. Depois as coisas ficam mais sérias quando começa uma nova onda de crimes pelos corredores do colégio. Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Atriz (Neve Campbell).

Comentários:
Diante da mediocridade do gênero terror nos anos 90 e diante do imenso sucesso do primeiro filme "Scream", alguém realmente tinha alguma dúvida de que uma sequência iria ser lançada nos cinemas? Obviamente não! Assim em 1997 chegou nas telas essa muito fraca continuação, tão fraca que sequer encontramos ânimo suficiente para começar a criticar, diante de tantos problemas. O roteiro é basicamente o mesmo, com estudantes de high school enfrentando problemas com o reaparecimento do serial killer conhecido como Ghostface. Mas afinal o que teria acontecido? Prenderam o assassino errado? Ou é apenas alguém se fazendo passar pelo criminoso, usando seus métodos tão conhecidos de matar? Não adianta perder muito tempo procurando por respostas pois esse "Pânico 2" é uma bobagem, uma mera tentativa de faturar mais alguns milhões nas bilheterias sem muito esforço - algo que efetivamente conseguiram pois o filme, que custou pouco mais de 20 milhões, acabou faturando 150 milhões de dólares em todo o mundo! Nada mal não é mesmo? Os produtores e executivos da Dimension Films certamente agradeceram aos fãs da franquia. Lucro rápido e fácil.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A Guerra das Flechas

Título no Brasil: A Guerra das Flechas
Título Original: Choi-jong-byeong-gi hwal
Ano de Produção: 2011
País: Coreia do Sul
Estúdio: Venture Capital
Direção: Han-min Kim
Roteiro: Han-min Kim
Elenco: Chae-won Moon, Hae-il Park, Seung-ryong Ryu, Mu-Yeol Kim
  
Sinopse:
Coreia, século XVII. Após a morte de seu pai, assassinado por usurpadores guerreiros que promoveram um golpe de Estado, a jovem Ja-in (Chae-won Moon) e seu irmão fogem e se mudam para terras distantes. Seu martírio porém não chega ao fim. Treze anos após sua chegada no feudo pertencente ao seu tio, toda a região onde vive é invadida por tropas imperiais da Manchúria! Os novos conquistadores espalham teror e morte por onde chegam, causando a chacina e a escravidão do povo local. Filme indicado ao Asian Film Awards e ao Blue Dragon Awards.

Comentários:
Muito boa essa produção coreana sobre um dos períodos mais conturbados da história daquela nação. Como o próprio título da fita indica, o filme mostra os acontecimentos históricos reais quando a península coreana foi invadida pelos povos da Manchúria, uma região ao norte da China. Como era de praxe naqueles tempos obscuros os povos invasores e vitoriosos escravizavam os povos vencidos e conquistados com requintes de crueldade extrema. A personagem principal é um jovem que acaba vivendo todo esse caos e o pior de tudo, a temida invasão ocorre justamente no dia de seu casamento! Apesar de tudo isso não vá pensando que se trata de um drama, daqueles bem tristes e melancólicos. Não é essa a intenção do diretor e roteirista Han-min Kim. Ao invés de investir nessa linha ele preferiu acertadamente realizar um filme de guerra, ação e aventura, com muitas cenas de batalha e conflitos. Embora seja um pouco excessivo em sua duração o filme diverte bastante, sem apelar para exageros ou algo do tipo. A trama central se mantém firme, inclusive sob o ponto de vista histórico, e muitas cenas com muita ação vão se sucedendo. Uma delas é bem interessante, quando um pequeno grupo de soldados da Manchúria, os vilões do filme, acabam cercados por um feroz e selvagem tigre, bem no meio de uma ravina! A atriz Chae-won Moon também se mostra bem talentosa. A produção em si é muito boa, com ótimos figurinos e preciosa reconstituição de época. Tudo de muito bom gosto. Em relação ao nosso mercado deixo um aviso: procure por uma versão legendada, com som original, porque infelizmente a versão dublada no Brasil deixa bastante a desejar. Um trabalho muito mal feito, vamos convir. Então é isso, fica a dica desse filme coreano que vai certamente satisfazer a vontade dos fãs de filmes orientais. Vale a pena.

Pablo Aluísio.

Tarzan, o Filho das Selvas

Vou fechar o mês falando sobre esse filme que assisti ontem pela primeira vez, isso apesar de ser uma produção antiga, lançada em 1981. É uma espécie de versão mais moderna e sensual de Tarzan (o imortal personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs). O filme na época de seu lançamento causou mais repercussão por causa das cenas de nudez da atriz Bo Derek do que por qualquer outro tipo de qualidade cinematográfica que ele tivesse. Esqueceram (ou ignoraram), por exemplo, a ótima atuação de Richard Harris, que está muito inspirado como um aventureiro meio lunático que avança selva adentro em busca de seus sonhos mais alucinados.Antes de qualquer coisa vamos relembrar a estória. Jane (Bo Derek) é uma linda estrangeira que resolve cruzar a África em busca do seu pai, James Parker (Richard Harris). Ela quer criar novamente um laço com ele, após a morte de sua mãe. James nunca foi um sujeito muito comum ou normal, sempre se dedicou a aventuras pelo mundo afora e essa foi uma das razões que levaram seu casamento ao fim. Agora Jane acredita que poderá se reaproximar dele, mesmo e apesar de suas excentricidades embaraçosas. Assim que chega Jane decide seguir ele numa expedição pelos confins do continente africano. E é justamente nessa jornada que ela toma contato pela primeira vez com a lenda de Tarzan, que os nativos consideram um macaco branco, gigante e de extrema força que habita as florestas.

Como era de esperar logo eles se encontram. Jane, virgem e pura, fica obviamente atraída por aquele homem selvagem, musculoso e másculo. Por falar em Tarzan, o ator que o interpreta chamado Miles O'Keeffe não diz nem uma linha de diálogo sequer durante todo o filme. Ele realmente se comporta como um primata criado nas matas, sem qualquer tipo de traço de civilização. O único som que sai de sua boca é o famoso grito dos tempos ainda dos filmes de Johnny Weissmuller. Fora isso, nem um pio é emitido. De modo em geral acabei gostando do filme. Ele não tem roteiro bem elaborado e seu enredo não tem nada demais, porém também não é pura apelação como alguns críticos chegaram a dizer em seu lançamento original. Bo Derek tem suas cenas de nudez, isso é verdade, mas para os padrões de hoje nada é muito ousado ou fora do normal. Acredito que mesmo sendo até despretensioso esse filme tem seu espaço dentro da vasta mitologia do homem macaco.

Tarzan, o Filho das Selvas (Tarzan the Ape Man, Estados Unidos,1981) Direção: John Derek / Roteiro: Tom Rowe / Elenco: Bo Derek, Richard Harris, Miles O'Keeffe / Sinopse: A jovem loira e aristocrática Jane (Bo Derek) decide ir até a África selvagem para encontrar novamente seu pai, James (Harris), um homem excêntrico e incomum que procura por um cemitério de elefantes, onde ele poderá finalmente ficar rico com o marfim que pretende encontrar. No meio da jornada sua filha Jane acaba conhecendo Tarzan, dito até aquele momento como apenas uma lenda criada pelos nativos da região.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Regras do Jogo

Título no Brasil: Regras do Jogo
Título Original: Rules of Engagement
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Friedkin
Roteiro: Jim Webb, Stephen Gaghan
Elenco: Tommy Lee Jones, Samuel L. Jackson, Guy Pearce, Ben Kingsley, Bruce Greenwood, Anne Archer
  
Sinopse:
O Coronel Terry Childers (Samuel L. Jackson) é levado para ser julgado em uma corte marcial pela acusação de que teria atirado em civis desarmados durante a tentativa de ocupação da embaixada americana no distante e conturbado Iêmen, no Oriente Médio. O militar se defende da acusação dizendo que tudo foi necessário, diante da gravidade da situação. Filme indicado ao BET Awards na categoria de Melhor Ator (Samuel L. Jackson).

Comentários:
Um filme dirigido pelo cineasta William Friedkin, o mesmo de "O Exorcista". Aqui ele deixou o terror de lado para dirigir um drama de tribunal militar, numa história que foi parcialmente inspirada em fatos reais. O enredo explora um longo flashback mostrando a tentativa de invasão de uma embaixada no Oriente Médio, quando o comandante militar encarregado da segurança do corpo diplomático americano decidiu abrir fogo contra manifestantes civis que tentavam invadir o lugar. Levado à corte marcial se impõe o caso: teria ele cometido algum crime ou apenas se defendeu de uma multidão em delírio? O elenco é bem acima da média, contando não apenas com Samuel L. Jackson (naquela que provavelmente foi sua melhor atuação na carreira), mas também com um inspirado Tommy Lee Jones interpretando um coronel linha dura chamado Hayes 'Hodge' Hodges. Esse tipo de interpretação aliás sempre foi especialidade do durão com cara de poucos amigos Jones. No saldo geral é um filme muito bom, muito coeso, com roteiro extremamente bem escrito. Mesmo que você não goste muito de filmes de tribunais, certamente vai acabar apreciando essa produção por causa de seus méritos cinematográficos. Esse filme é certamente um item para ter em sua coleção.

Pablo Aluísio.

O Quarto Poder

Título no Brasil: O Quarto Poder
Título Original: Mad City
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Costa-Gavras
Roteiro: Tom Matthews
Elenco: John Travolta, Dustin Hoffman, Alan Alda
  
Sinopse:
John Brackett (Dustin Hoffman) é um repórter decadente que ao visitar um museu para uma matéria de rotina acaba tirando a sorte grande. Acontece que o guarda do local, Sam (John Travolta) se revolta ao ser demitido e acaba ameaçando a diretora do museu. Mais do que isso, acidentalmente ele dispara sua arma dentro do lugar. Era tudo o que Brackett precisava para fazer uma reportagem extremamente sensacionalista, chamando a atenção de todo o país.

Comentários:
Essa denominação "Quarto Poder" geralmente é usada para designar os órgãos de imprensa, ou seja, a mídia. Assim foi bem feliz esse título nacional desse filme originalmente chamado "Mad City" (Cidade Louca, em inglês). O roteiro é obviamente uma crítica aos meios de comunicação que geralmente exageram nas matérias jornalísticas, aumentando em muito o real impacto do que está acontecendo. É curioso porque esse filme foi realizado antes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, onde acontecimentos assim, de ameaças e terror, eram relativamente bem raros dentro dos Estados Unidos. Depois de 11/9 situações como essa mostrada no filme dificilmente chamariam a atenção de toda a nação como acontece nesse roteiro. No máximo seria tratado como um evento de criminalidade meramente local. Embora até apresente uma boa ideia o fato é que logo o filme se torna cansativo, principalmente porque o antes aclamado diretor Costa-Gavras não parece ir a fundo em praticamente nada, ficando apenas na superficialidade. Assim o cineasta acaba confirmando uma velha máxima que dizia que grande diretores estrangeiros geralmente se tornam medíocres quando vão para Hollywood. A máquina da indústria cinematográfica americana geralmente engole todos eles, sem dó e nem piedade. Enfim, temos aqui um filme até bem banal, apesar dos nomes envolvidos. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Anjos da Noite: Guerras de Sangue

Título no Brasil: Anjos da Noite - Guerras de Sangue
Título Original: Underworld - Blood Wars
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: Anna Foerster
Roteiro: Cory Goodman, Kyle Ward
Elenco: Kate Beckinsale, Theo James, Tobias Menzies, Lara Pulver, Charles Dance

Sinopse:
A vampira Selene (Kate Beckinsale) agora é uma completa pária, tanto entre os lycans como entre os vampiros. Todos querem vê-la morta! As coisas mudam porém quando se descobre que sua filha poderia ser uma peça chave na guerra entre os clãs. A garotinha, uma híbrida, poderia conter o segredo para a vitória em uma guerra que já atravessa os séculos e não parece ter fim! Selene porém está disposta a defender sua filha a todo custo, sem pensar duas vezes. Após ser contactada para treinar os guerreiros vampiros, ela descobre que caiu em uma armadilha, uma traição que poderá custar sua existência.

Comentários:
Uma das coisas que sempre me irritaram nessa franquia "Underworld" e que em todos os filmes, sem exceção, a fotografia sempre se mostrou extremamente escura, absurdamente negra, onde em determinados momentos o espectador não consegue ver nada - mesmo nas melhores salas de cinema! Aqui o velho problema continua o mesmo, principalmente quando os lobisomens atacam (seria uma forma de esconder o fato de que os efeitos especiais não são assim tão bons?). A única diferença mais notável nesse novo filme vem da direção de arte de uma forma em geral. O velho visual ao estilo Matrix foi substituído por algo mais na linha "Game of Thrones". Já era hora de mudanças! Claro, Selene continua com sua roupa de couro negro, mas fora isso, todos os demais personagens parecem ter saídos da famosa série! E as semelhanças não param por aí, os roteiristas criaram inclusive um clã de vampiros que vive isoladamente em terras do norte, um lugar completamente congelado por um inverno que parece eterno, tudo protegido por uma enorme muralha (uma óbvia referência à Patrulha da Noite). Pois bem, se há inovações nesses aspectos periféricos o mesmo não se pode dizer isso em relação ao roteiro. Eles seguiram na mesma linha, com Selene no meio da guerra entre vampiros e lycans. Esse é o quinto filme da franquia, por isso resolveram apostar no mais do mesmo, no que deu certo antes, sem mudar muitas coisas. Penso que os fãs vão gostar, porém os cinéfilos em geral, aqueles que apenas estão em busca de uma boa diversão, a coisa pode soar bem decepcionante. Além de praticamente não conseguir enxergar quase nada (por causa da escuridão das cenas) corre-se o risco de ficar entediado já nas primeiras sequências. Penso que chegou a hora de encerrar "Underworld" pois já se está andando em círculos há bastante tempo. Melhor encerrar antes de ficar completamente ridículo, não é mesmo? No geral é apenas mais um filme da série, sem nada muito interessante. Nenhum efeito especial exuberante e sem nenhuma mudança mais significativa em termos de roteiro. Enfim, um verdadeiro zero a zero no placar.

Pablo Aluísio.

Boca do Inferno

Título no Brasil: Boca do Inferno
Título Original: Nothing Left to Fear
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films / Slasher Films
Direção: Anthony Leonardi III
Roteiro: Jonathan W.C. Mills
Elenco: Anne Heche, Clancy Brown, Jennifer Stone

Sinopse: 
Um pastor da cidade grande aceita o convite para assumir uma pequena igreja no interior dos Estados Unidos. O antigo pastor está se aposentando e assim ele se muda para a comunidade para conhecer todos. É uma cidade pacata, onde todos os moradores se conhecem entre si. Inicialmente todos os recebem muito bem mas o local guarda um terrível segredo que vai se revelar aos poucos para todos os membros de sua família.

Comentários:
Esqueça o horrível título nacional (que de certa forma acaba entregando parte da trama). Para surpresa geral esse "Nothing Left to Fear" é realmente bom! O grande diferencial vem no roteiro. De forma bem inteligente e criativa o texto explora um trecho por demais conhecido do velho testamento para trazer uma realidade sobrenatural aos dias atuais. E isso funciona muito bem. As referências bíblicas são utilizadas de forma muito sutil e curiosa. Esse é o tipo de enredo que vai se revelando aos poucos ao espectador que vai montando o quebra-cabeça lentamente. Isso  por si só já é um aspecto por demais positivo pois cria um clima muito envolvente mas há mais. Efeitos digitais pontuais e bem realizados garantem a harmonia da produção. Alguns dirão que a trama é bem interessante até o momento em que se revela completamente mas penso um pouco diferente. Mesmo após tudo revelado ainda restam detalhes muito interessantes para chamar a atenção. Assim fica a dica desse "Boca do Inferno", um filme de terror que conseguiu extrair de uma velha história da bíblia um misto de terror e medo que vai agradar aos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Kong: A Ilha da Caveira

Esse novo filme do gorilão King Kong não é necessariamente um remake. Na verdade se trata de uma tentativa de se criar uma nova série de filmes. Tanto isso fica óbvio que ao contrário dos anteriores tudo se passa na Ilha da Caveira, sem a ida do gigante para Nova Iorque. De forma geral até gostei dessa nova versão. É um filme de aventuras ao estilo antigo, das matinês dos anos 30, 40... Por isso não espere por um roteiro extremamente bem elaborado e nem por personagens profundos. Esse é na essência um filme de monstros com tudo de bom e ruim que isso possa significar. Em termos de produção não há o que reclamar, com tudo muito bem realizado. O filme é um blockbuster de Hollywood (com financiamento de investidores chineses) e custou absurdos 185 milhões de dólares no total! É dinheiro que não acaba mais...

Um dos melhores aspectos desse novo filme de King Kong é o design do bichão. Os produtores decidiram esquecer o visual dos filmes dos anos 70 e da recente produção dirigida por Peter Jackson. O diretor de "O Senhor dos Anéis" havia optado por um Kong mal encarado, cheio de cicatrizes e com uma face levemente defeituosa por causa dos combates que ele havia travado com dinossauros ao longo dos anos. Aqui não, a inspiração veio mais de longe, do primeiro filme, do clássico original. Por isso seus braços são maiores, numa clara imitação do boneco original (cuja existência hoje em dia se resume a sua carcaça metálica que foi a leilão alguns anos atrás!). O curioso é que apesar de ser um blockbuster o estúdio resolveu confiar o filme a um diretor praticamente novato, o pouco conhecido Jordan Vogt-Roberts, que veio do mundo da TV para o cinema. Ele até que se saiu muito bem, fazendo um filme redondinho que funciona muito bem. No elenco não temos maiores destaques, até porque qualquer personagem humano em um filme de King Kong será sempre um coadjuvante. Os mais conhecidos são Samuel L. Jackson, John Goodman, Tom Hiddleston e John Goodman. Não faz diferença, pois no final das contas todos eles não passam de carne fresca para o Rei Kong.

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, Estados Unidos, 2017) Direção: Jordan Vogt-Roberts / Roteiro: Dan Gilroy, Max Borenstein / Elenco: Samuel L. Jackson, John Goodman, Tom Hiddleston / Sinopse: Expedição é enviada para uma remota ilha nos mares do sul. Mal sabem os aventureiros que o lugar é dominado por estranhas criaturas gigantes e mortais.

Pablo Aluísio.