quinta-feira, 9 de junho de 2016

Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos

Ir ao cinema hoje em dia tem se tornado um exercício de paciência. Quando não há filmes adaptados de quadrinhos em cartaz, há produções como essa que são destinadas ao mesmo público, só que usando outras fontes de cultura pop para adaptar ao cinema. Esse universo de "Warcraft" é muito conhecido do público ligado em RPG e games. Muito comercial, "Warcraft" já virou algo bem complexo e desenvolvido em seu nicho. Trazer algo assim para o cinema exigia uma certa simplificação. Foi justamente isso que o diretor Duncan Jones fez. Ele traz um enredo básico, que qualquer pessoa pode acompanhar. Você não precisa ser conhecedor das estórias para acompanhar.

Basicamente o que temos aqui é a invasão dos reinos humanos pelos Orcs, figuras criadas totalmente pela computação gráfica, com dentes de javali e força bruta. Falou em Orc eu tenho certeza que você lembrou de "O Senhor dos Anéis", a imortal obra de J.R.R. Tolkien. É bem por aí mesmo. Aquele tipo de universo de fantasia, com várias raças diferentes, magia e monstros.

Claro que "Warcraft" não passa de um subproduto da obra de Tolkien, mas mesmo assim está valendo pela pura e simples diversão. Tecnicamente achei o filme bem realizado. As criaturas - com destaque para os Orcs - são bem feitas e até mesmo convincentes. A parte de efeitos especiais só se perde um pouco mesmo durante as batalhas quando há muitos personagens juntos lutando. Nesses momentos o filme ficou com jeitão de videogame, mas não penso que o público que acompanhe esse universo vá reclamar de algo assim.

Por falar em criar ambientes virtuais próprios, essa é justamente a especialidade do cineasta Duncan Jones. Ele já havia trabalhado em algo parecido em seus filmes anteriores como "Lunar" (muito bom, merece ser redescoberto) e "Contra o Tempo" (bem bolada ficção estrelada pelo ator Jake Gyllenhaal). Aqui ele tem a primeira oportunidade de dirigir um filme com grande orçamento e pretensão de ser uma nova franquia blockbuster. Aliás fica claro no desfecho desse filme que é justamente essa a intenção dos produtores. Não há propriamente um clímax, ficando praticamente tudo em aberto para as sequências que poderão vir ou não, dependendo da bilheteria desse primeiro. Eu particularmente penso que haverá continuações, não tão bem sucedidas como "O Hobbit" ou até mesmo "O Senhor dos Anéis", mas pelo andar da carruagem esse certamente será o pontapé inicial de uma nova trilogia de fantasia. É esperar para ver.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Warcraft

Título no Brasil: Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos
Título Original: Warcraft
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Legendary Pictures
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Duncan Jones, Charles Leavitt
Elenco: Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster
  
Sinopse:
Após a destruição de seu mundo, os Orcs liderados por um feiticeiro maligno resolvem atravessar um portal mágico para invadir os reinos dos humanos em Azeroth, Eles planejam aniquilar todos os reinos dos homens, para tomar suas terras e seus territórios. O Rei e o Guardião Medivh (Ben Foster) então se unem para destruir a nova ameaça contra seus vastos domínios.

Comentários:
Esse universo "Warcraft" é bem amplo, indo desde livros de RPGs, romances, livros, games a álbuns de figurinhas. A inspiração é até bem óbvia, nos fazendo lembrar imediatamente dos livros de J.R.R.Tolkien (de "O Senhor dos Anéis), passando pelos mundos de "Dungeons & Dragons" e "Warhammer". É um universo de fantasia, com raças diversas (Orcs, Homens, Elfos e Anões) brigando entre si por poder e territórios. O roteiro explora tanto as intrigas e motivações dentro dos Orcs, como dos humanos. Há assim protagonistas de ambos os lados. É de se admirar que algo assim tão popular no universo nerd ainda não tivesse ganho sua adaptação para o cinema. De maneira em geral é uma produção realmente muito bem realizada (mais de cem milhões de dólares foram gastos em sua realização), com farto uso de computação gráfica. Por falar em efeitos especiais pouca coisa do que você verá em cena é real. Praticamente tudo é virtual, principalmente em relação aos Orcs (que parecem javalis brutamontes selvagens). Por essa razão muitos críticos reclamaram, afirmando que o filme mais parecia um videogame turbinado do que qualquer outra coisa. Resta saber se o público jovem vai encarar esse tipo de crítica como algo positivo ou negativo. Para uma geração que cresceu jogando games não vejo como alguém que sempre fez parte desse universo irá reclamar. E se você não conhece nada de "Warcraft" também não precisa se preocupar muito. O roteiro é simples, de fácil acesso. Pode até se tornar uma boa diversão se você aprecia esse tipo de filme mais voltado para a fantasia à la J.R.R.Tolkien, mas claro sem o conteúdo e a complexidade desse autor. Como entretenimento puro está valendo.

Pablo Aluísio.

O Reino Proibido

Título no Brasil: O Reino Proibido
Título Original: The Forbidden Kingdom
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Entertainment
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: John Fusco
Elenco: Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano
  
Sinopse:
Jason Tripitikas (Michael Angarano), um jovem americano comum, encontra um velho artefato, numa loja de Chinatown. É um cajado que teria pertencido ao Rei Macaco, mestre em artes marciais. De posse desse objeto ele acaba sendo transportado para um novo universo, onde viverá grandes aventuras em um reino proibido no oriente próximo. Lá entra em contato com um novo mundo, onde clãs lutam entre si pelo poder supremo. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Filme de Ação.

Comentários:
Um filme com Jackie Chan e Jet Li já seria motivo suficiente para atrair a atenção dos fãs de filmes de lutas marciais orientais. Infelizmente esse "The Forbidden Kingdom" é irregular, possuindo pontos positivos e negativos. Do lado ruim o fã terá que aguentar aquele estilo de filme mais juvenil, realizado para o público médio americano, tendo que engolir um personagem criado apenas para criar identificação com esse tipo de público. No caso se trata do jovem Jason (Angarano), que com seu jeito um tanto desajeitado (diria até mesmo meio idiota), só atrapalha o resultado final. Não consegui achá-lo nem divertido, nem carismático, nem nada. Assim sobra o trabalho pesado para a dupla Jackie Chan e Jet Li, só que eles estão um pouco à margem de tudo o que acontece. Isso prejudica. Os pontos positivos vem da boa produção, onde tudo parece ser muito bem requintado e bem produzido (principalmente cenários e coreografias) e, como não poderia deixar de existir nesse tipo de filme, também boas cenas de lutas. Não é o caso de indicar o filme para todos os tipos de público porque como já escrevi ele segue uma linha mais infanto-juvenil do estilo mais comercial. De qualquer forma, na dúvida e usando um pouco de boa vontade, arrisque-se a conferir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro

Título no Brasil: Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro
Título Original: Mad Money
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Big City Pictures, Granada Entertainment
Direção: Callie Khouri
Roteiro: Glenn Gers, John Mister
Elenco: Diane Keaton, Queen Latifah, Katie Holmes

Sinopse:
Bridget Cardigan (Diane Keaton) é surpreendida ao saber que está prestes a perder sua confortável vida e casa, quando seu marido é demitido. Ela sai, então, em busca de um emprego. Após ter ficado anos sem trabalhar, ela consegue uma vaga no banco da reserva federal americana. Aos poucos, descobre que tem muito em comum com suas novas companheiras de trabalho.

Comentários:
Definitivamente não deu muito certo esse "Mad Money". A ideia era fazer uma comédia sobre três mulheres que resolvem fazer uma loucura para finalmente mudarem suas vidas de uma vez por todas. Obviamente o marketing da produção se apoiava completamente na presença de Katie Holmes, que de estrelinha de TV passou a celebridade por causa de seu casamento com o galã Tom Cruise. Mas ela não tem vocação para ser uma estrela de primeira grandeza, essa é a simples verdade. Até mesmo a sempre fina e elegante Diane Keaton perde a compostura nesse roteiro vulgar que fica mais adequado para a verve cômica de Queen Latifah, essa sim bem mais á vontade com a proposta do filme em si. Assim o resultado final é bem decepcionante e não vale a pena. Melhor perder tempo lendo as fofocas do casal Holmes / Cruise do que ver esse filme muito fraquinho e sem relevância.

Pablo Aluísio.

Em Qualquer Outro Lugar

Título no Brasil: Em Qualquer Outro Lugar
Título Original: Anywhere But Here
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Wayne Wang
Roteiro: Mona Simpson, Alvin Sargent
Elenco: Susan Sarandon, Natalie Portman, Bonnie Bedelia
  
Sinopse:
Adele August (Susan Sarandon) e sua filha Ann (Natalie Portman) mudam de uma cidade interiorana para a grande cidade, indo morar em um bairro novo, chique, dando origem a uma nova realidade em suas vidas. Para a mãe Adele a mudança significa um novo recomeço em sua vida, com grande potencial de futuro. Já sua filha Ann se sente deslocada, infeliz por ter deixado todos os seus amigos para trás. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman).

Comentários:
Um bom filme com toques de drama (e até humor) sobre as dificuldades de relacionamento entre mãe e filha. O maior interesse para os cinéfilos vem do elenco. É uma dupla muito interessante, formada pela veterana Susan Sarandon e uma ainda bem jovem Natalie Portman, aqui procurando se consolidar na carreira. Não é um exagero dizer que apesar da experiência de Sarandon ela foi superada pela jovem Portman em cena. A garota, mesmo ainda com pouca idade, já demonstrava que tinha um talento nato, diria até mesmo surpreendente. Suas emoções na realidade implodem, quando ela sai de sua vida cotidiana para uma nova realidade, novos costumes, uma nova forma de viver. Tudo valorizado pelo bom trabalho do cineasta oriental Wayne Wang. Importado de Hong Kong ele demonstra ter muito feeling para esse tipo de produção, algo que já havia demonstrado em seu filme mais conhecido, "O Clube da Felicidade e da Sorte", que também se tratava do delicado relacionamento entre mães e filhas. Vale a pena assistir, principalmente por causa do trabalho dessas atrizes, que fazem a diferença.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

X-Men: Apocalypse

Acabei indo ao cinema conferir "X-Men: Apocalypse". Eu já estou um tanto farto de adaptações de quadrinhos. Em temos de cinema americano não se fala de outra coisa ultimamente. Alguns filmes são bons, outros bem chatinhos. Esse novo "X-Men" porém me deixou bastante satisfeito. O roteiro é básico, o que não significa que seja ruim, mas sim eficiente. Um mutante chamado En Sabah Nur surge no Antigo Egito. Como possui poderes inexplicáveis para aquele povo e aquela cultura passa a ser adorado como a um Deus. Isso porém não convence a todos. Durante uma rebelião o estranho ser é finalmente soterrado por toneladas de pedra em sua grande pirâmide cerimonial.

Os séculos passam e eis que o tal mutante milenar retorna à vida. Seu grande poder é conseguir transferir sua consciência para outros corpos, o que o praticamente lhe torna imortal. Aliás ele próprio acredita ser uma divindade. A humanidade dos tempos modernos (na verdade o enredo do filme se passa na década de 1980) porém o deixa completamente enojado em seu retorno. Em sua mente doentia só há um caminho a seguir: a destruição dos fracos para que os seres ditos superiores promovam um novo recomeço para o planeta. Claro que em seus caminhos de megalomania - ele literalmente deseja dar início a um apocalipse - surgem os X-Men.

Como se trata de um filme ao estilo Prequel (onde o passado da franquia anterior é contado), todos os mutantes estão jovens e ainda inexperientes, com exceção de Wolverine (em rápida sequência com o ator Hugh Jackman, ainda se recuperando de um câncer de pele que quase acabou com sua vida e carreira). Com excelentes efeitos visuais e produção o destaque em minha opinião vai para o roteiro escrito por Bryan Singer. A estória é redondinha, sem firulas e eficiente. Quem não assistiu ao filme anterior nem precisa se preocupar (algo que não acontece, por exemplo, com os filmes dos Vingadores). Tudo tem começo, meio e fim e não há nenhum sinal de pontas soltas e a finalizar. Singer é mestre nesse tipo de adaptação.

Por fim um fato que merece pelo menos algumas observações. O vilão Apocalypse (a tal falsa divindade do Egito antigo que retorna) tem muitas similaridades com o próprio livro bíblico do apocalipse. Aliás fica óbvio desde o começo que a principal fonte desse enredo vem justamente da escritura, muito embora tudo sob um enfoque puramente pop. Ao lado de Magneto ele promove um verdadeiro caos para varrer tudo aquilo que ele considera impuro e não merecedor de continuar com sua existência. Um destruidor de mundos, literalmente. Como porém ele não é Deus, apenas pensa que é, acaba encontrando uma adversário à altura, a mutante Jean Gray (Sophie Turner) que diga-se de passagem sempre resolve no final das contas quando tudo parece estar perdido. Em suma, "X-Men: Apocalypse" é pura diversão pop. Muito competente por sinal.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de junho de 2016

Operação França

Título no Brasil: Operação França
Título Original: The French Connection
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: William Friedkin
Roteiro: Ernest Tidyman, Robin Moore
Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey
  
Sinopse:
O policial Jimmy "Popeye" Doyle (Hackman) resolve investigar ao lado do parceiro, Buddy Russo (Roy Scheider), um bandido pé de chinelo que começa a frequentar lugares caros de Nova Iorque. Para Doyle isso só poderia significar uma coisa: ele estaria envolvido com alguma operação criminosa onde muito dinheiro estaria na jogada. Seus instintos, que parecem nunca falhar, acabam mesmo levando ele a um traficante internacional de drogas, conhecido como Alain Charnier (Rey). Esse seria o verdadeiro elo de ligação entre um grande carregamento de heroína importada diretamente de traficantes franceses para seus comparsas em Nova Iorque.

Comentários:

Na década de 1970 o cinema americano abraçou o realismo das ruas. Não haveria mais espaço para galãs refinados ou estórias fantasiosas. O principal ingrediente para os grandes cineastas viria do dia a dia, do cotidiano sufocante das grandes cidades e sua criminalidade sempre em expansão. Assim o diretor William Friedkin (conhecido por causa de sua obra prima do terror, "O Exorcista") acabou realizando um de seus filmes mais lembrados, "The French Connection". Obviamente que revisto hoje em dia o filme já não causa mais tanto impacto, fruto do passar dos anos e dele ter sido muito copiado em centenas de filmes policiais que viriam após seu lançamento. Mesmo assim sua originalidade, principalmente em investir em personagens mais realistas, como os dois policiais protagonistas, fizeram com que ele se tornasse um grande sucesso de público e crítica em seu lançamento. O roteiro explora Popeye (Hackman) e seu parceiro (Scheider), como se fossem policiais reais, de péssimos hábitos, muitas vezes atravessando a linha dos regulamentos e da mesmo da lei. 

O tira de Hackman, por exemplo, não se preocupa em usar a violência física ou a intimidação para obter informações. Nem tampouco está preocupado em seguir à risca as normas. Ele apenas deseja colocar atrás das grades todos os criminosos que cruzam seu caminho como o sofisticado Charnier, que por fora mais parece um homem culto, amante das artes, mas que na realidade é um traficante violento e brutal com seus inimigos. O cenário dessa caçada é formado pelas próprias ruas de uma Nova Iorque em plena decadência urbana, com seus lugares sujos, repletos de prostitutas e bandidos de todos os tipos. Diante de tantos méritos cinematográficos não é de se espantar que o filme tenha sido o grande vencedor do Oscar naquele ano. Entre outros levou para casa a cobiçada estatueta de Melhor Filme, Ator (Hackman, de forma bem merecida) e Direção (mostrando que William Friedkin era um cineasta talentoso, não se resumindo apenas à garotinha possuída pelo demônio em "O Exorcista"). Assim deixo a dica desse clássico dos anos 70. Um filme policial realista, com excelente roteiro e direção. O melhor de dois mundos em apenas uma produção.

Pablo Aluísio

X-Men: Apocalipse

Título no Brasil: X-Men: Apocalipse
Título Original: X-Men: Apocalypse
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Bryan Singer
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Rose Byrne, Hugh Jackman, Sophie Turner, Oscar Isaac
  
Sinopse:
Década de 1980. O professor Charles Xavier (James McAvoy) finalmente está realizando seu sonho. Ele está reunindo jovens mutantes em uma escola para que todos possam aprender, sem traumas, como lidar com seus próprios poderes. Seus planos acabam sofrendo um revés quando um mutante milenar chamado En Sabah Nur (Oscar Isaac) desperta de seu sono profundo. Adorado como um Deus no Egito Antigo ele está de volta para "purificar" a humanidade, eliminando tudo aquilo que vai contra seus planos de dominação. Seu objetivo é reconstruir a sociedade perfeita. Para isso ele está disposto a iniciar um verdadeiro apocalipse na Terra. 

Comentários:
De todos os filmes adaptados de quadrinhos esse seguramente foi o melhor que vi nesse ano de 2016. O roteiro é muito bem escrito (Bryan Singer acertou novamente) e a produção é das melhores. Fazendo um paralelo com "Capitão América: Guerra Civil", tudo o que havia de truncado naquele roteiro aqui surge com extrema fluidez. Eu sempre gosto de dizer que adaptações de super-heróis precisam ser simples, sem enrolação ou detalhes demais que só atrapalham o desenrolar da estória. Singer provavelmente sabe muito bem disso. Essa nova franquia dos X-Men na realidade é um grande prequel que conta o passado do surgimento desse grupo de seres mutantes. O primeiro filme já havia me agradado e esse aqui me deixou ainda mais satisfeito. É a tal coisa, todo grande filme inspirado em quadrinhos tem que ter como premissa básica um bom vilão para dar certo. Aqui há um que certamente é dos mais interessantes que já vi. En Sabah Nur foi provavelmente o primeiro mutante da história. No Egito Antigo ele desenvolveu a capacidade de transferir sua consciência para outro corpo. 

Isso praticamente o tornou imortal, sendo considerado um verdadeiro Deus para os egípcios da antiguidade. Soterrado durante séculos ele retorna para o mundo moderno e fica horrorizado com o que vê. A única maneira de colocar as coisas em seu devido lugar é promovendo literalmente um apocalipse para varrer da Terra tudo aquilo que ele considera errado. Para isso ele acaba se aliando com outro mutantes, entre eles o poderoso Magneto (Fassbender) que está emocionalmente destruído após a morte de sua esposa e filha. Além da trama bacana o filme ainda conta com ótimos efeitos visuais e a beleza sempre bem-vinda da atriz Jennifer Lawrence, aqui um pouquinho rechonchuda, mas ainda assim maravilhosa. Depois de tantos pontos positivos já está na hora da DC Comics pensar seriamente em contratar o sempre eficiente Bryan Singer para suas futuras adaptações para o cinema. O sujeito parece acertar sempre nas adaptações que dirige. Assim deixamos a recomendação desse divertido filme. Pode conferir sem receios, vale o ingresso certamente.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de junho de 2016

Ben Collins, o Dublê

Título no Brasil: Ben Collins, o Dublê
Título Original: Ben Collins Stunt Driver
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: Lionsgate
Direção: James Wiseman
Roteiro: James Wiseman, Ben Collins
Elenco: Ben Collins, Peter Miles, Evangelos Grecos
  
Sinopse:
O famoso dublê Ben Collins é contratado para atuar numa cena de perseguição com carros potentes, enquanto é atacado por terra e ar com todos os tipos de armas letais. Um misterioso produtor quer Collins para criar a melhor cena de ação da história do cinema, só que Collins precisará antes achar o carro ideal para essa sequência, o que o leva a inúmeros testes de diversos tipos de modelos e marcas, até escolher o mais perfeito, rápido e veloz veículo para o filme em que irá trabalhar.

Comentários:
Praticamente um documentário, embora haja um fio de meada de ficção, esse filme é curioso porque mostra o processo que envolve a filmagem e realização de uma grande cena de ação. Collins, o protagonista, é dublê na vida real, tendo atuado na franquia "Velozes e Furiosos", além de filmes de James Bond. Assim de carros e velocidade ele entende muito bem. Na busca pelo modelo ideal para o filme ele testa desde supercarros das marcas McLaren, Jaguar, até clássicos como o Mustang que Steve McQueen usou numa famosa cena de perseguição no clássico "Bullitt" de 1968. Por mais que se esforce ele nunca consegue achar exatamente o que está procurando. Ora os carros são rápidos, mas não possuem estabilidade, ora são estáveis nas pistas, mas nem tão velozes como era de se esperar. BMW, Audi, Ford, todos os tipos são testados, o que torna o filme especialmente indicado para quem curte carros em geral. Fica óbvio desde o começo que como cinema puro essa produção não se sustenta, mas como guia de carros esportes ultravelozes ele funciona muito bem. O dublê Ben Collins não está preocupado em atuar bem, mas sim em informar ao espectador todas as qualidades (e defeitos também) dos carros que vai testando. Falando diretamente para a câmera ele cria uma espécie de clima de reality show, como aqueles que passam no Discovery Channell. Não é o tipo de filme que pagaria para ver em um cinema, mas certamente é um bom programa para se ver em casa, na telinha. Instrutivo, rápido como os carros que desfilam na tela, esse é o tipo de filme para quem deseja comprar um carrão próprio para astros de cinema. Divertido, acima de tudo.

Pablo Aluísio.

Má Conduta

A primeira impressão para um cinéfilo que se depara com dois grandes atores como Anthony Hopkins e Al Pacino em um mesmo filme é de criar altas expectativas. Goste deles ou não, o fato é que ambos são de uma espécie rara de ator, algo que ultimamente está em franca extinção. Pois bem, o filme começa e você vai percebendo que o enredo vai girar muito mais em torno do personagem interpretado pelo fraco Josh Duhamel do que pelos dois grandes astros do cinema que, para seu desgosto, vão surgir mesmo apenas como coadjuvantes de luxo de um filme que não é ruim, mas que pelos nomes envolvidos poderia ser bem melhor. O filme não foi muito bem recebido pela crítica americana justamente por isso. Há um claro desperdício de Pacino e Hopkins, dois nomes que simplesmente não podem ser colocados de lado. Pacino é até melhor explorado do que Hopkins, mas nenhum deles tem grande oportunidade de demonstrar em cena seus inigualáveis talentos. Novamente temos aqui uma daquelas tramas de suspense onde nada parece ser o que realmente é, com várias surpresas e reviravoltas pelo meio do caminho.

O enredo é relativamente simples em seu começo. O bilionário do ramo farmacêutico Arthur Denning (Anthony Hopkins) se vê extorquido após o suposto sequestro de sua jovem namorada, a bela Emily Hynes (Malin Akerman). Para que ela escape com vida os sequestradores exigem que Denning entregue um resgate de dois milhões e meio de dólares numa galeria de arte. É uma semana particularmente ruim para o ricaço. Além de ter que resolver o sequestro de sua jovem amante, ele precisa lidar com um processo milionário movido pelos advogados Charles Abrams (Al Pacino) e Ben Cahill (Josh Duhamel). Eles alegam que Denning manipulou resultados em testes de drogas de sua indústria, o que resultou na morte de dezenas de pessoas. As coisas que já eram ruins começam a ficar estranhas quando Denning descobre que o advogado Cahill foi namorado e grande paixão de sua namorada Emily no passado. Tudo soa muito esquisito, pois coincidências desse tipo dificilmente existem. Será que haveria uma ligação entre as coisas? Pois é justamente nesse misterioso elo de ligação entre os fatos que o roteiro vai desenvolver até o final, que devo avisar, poderá soar decepcionante para alguns (no meu caso não gostei realmente!). De qualquer forma é a tal coisa, com Hopkins e Pacino no elenco fica mesmo difícil ignorar esse "Má Conduta". Só não vá esperando muito, pois assim ficará decepcionado. É ver para crer.

Má Conduta (Misconduct, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Shintaro Shimosawa / Roteiro: Simon Boyes, Adam Mason / Elenco: Josh Duhamel, Anthony Hopkins, Al Pacino, Alice Eve, Malin Akerman, Julia Stiles, Byung-hun Lee / Sinopse: Bilionário (Hopkins) se vê encurralado ao descobrir que sua jovem namorada foi sequestrada por criminosos. Na mesma semana ele ainda precisa resolver um processo milionário movido por ambiciosos advogados que exigem uma indenização extraordinária por causa de algumas mortes causadas supostamente por drogas criadas pela empresa de sua propriedade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Missão: Impossível 2

Título no Brasil: Missão: Impossível 2
Título Original: Mission: Impossible II
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Woo
Roteiro: Bruce Geller, Ronald D. Moore 
Elenco: Tom Cruise, Dougray Scott, Thandie Newton
  
Sinopse:
O agente Ethan Hunt (Tom Cruise) tem um novo desafio. Ele vai até a distante Austrália onde investigações apontam para o uso de uma poderosa arma química que poderá ser usada contra as principais potências militares mundiais. Denominada "Chimera" essa seria uma doença modificada geneticamente para promover ataques terroristas em larga escala contra populações civis. Cabe a Hunt eliminar o problema antes que ele ceife a vida de milhões de pessoas inocentes. Filme vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor Ator (Tom Cruise) e Melhor Sequência de Ação (com as motocicletas).

Comentários:
Depois do sucesso do primeiro filme o ator Tom Cruise resolveu contratar o diretor John Woo para dirigir a primeira sequência da franquia. Esse cineasta estava muito badalado desde que fora contratado pela Paramount em Hollywood. Ele era considerado um inovador no gênero ação, criando cenas realmente de impacto na tela. De fato Woo se deu bem em "Mission: Impossible", mantendo a boa qualidade que caracteriza todos os filmes dessa série. Já Tom Cruise apostou em um visual diferente, com longos cabelos e uma imagem mais, digamos, selvagem. É curioso que de tempos em tempos Cruise lançaria mais uma nova continuação, sempre de olho em ótimas bilheterias (e comercialmente esses filmes jamais decepcionaram). Em termos de elenco de apoio porém esse foi um dos filmes mais fracos. Não há vilões tão complexos ou grandes atores o interpretando. Justamente por essa razão Cruise resolveria consertar esse pequeno problema nos filmes que viriam (lembrando que a franquia pertence a ele, que é produtor executivo de todos os filmes). Em suma, uma boa segunda parte, que manteve a chama acessa de Missão Impossível, essa velha série de TV que reencontrou o sucesso nas telas de cinema pelas mãos do astro Tom Cruise.

Pablo Aluísio.

Do Outro Lado da Porta

Título no Brasil: Do Outro Lado da Porta
Título Original: The Other Side of the Door
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Johannes Roberts
Roteiro: Johannes Roberts, Ernest Riera
Elenco: Sarah Wayne Callies, Jeremy Sisto, Sofia Rosinsky
  
Sinopse:
A americana Maria (Sarah Wayne Callies) tenta se recuperar após a morte de seu jovem filho. Ela mora com o marido e sua filha pequena na Índia. Depois de um acidente na estrada seu veículo foi jogado para dentro de um lago. Não houve tempo de salvar as duas crianças e o menino morreu afogado, preso dentro do carro. Deprimida e desesperada, ela resolve ouvir a sugestão de Piki (Suchitra Pillai), uma indiana que lhe recomenda ir a um antigo templo abandonado onde reza a lenda os mortos poderiam se comunicar com os vivos. Ela quer se despedir de seu filho falecido. As coisas porém logo saem do controle e Maria acaba abrindo uma porta entre o mundo dos vivos e dos mortos que jamais poderia ter sido aberta.

Comentários:
O roteiro desse filme me lembrou de velhas produções de terror, como por exemplo. "O Cemitério Maldito". A premissa é bem parecida. A dor pela perda acaba levando a uma tentativa de trazer os mortos de volta à vida. Uma péssima ideia, claro. No enredo uma mãe inconsolável ouve falar de um velho e esquecido templo hindu, onde se poderia abrir um contato direto entre o mundo dos vivos e dos mortos. Ela deveria levar as cinzas de seu jovem filho morto e as espalhar nos degraus da velha construção. Depois deveria se dirigir ao interior do templo para com orações tentar entrar em contato com sua alma. Apenas uma recomendação importante: ela nunca poderia abrir a velha porta do templo, mesmo que o espírito de seu filho implorasse por isso. Claro que ao ouvir a voz do garoto ela imediatamente ignora tudo o que lhe foi dito e sem pensar nas consequências de seus atos acaba abrindo a tal porta, liberando todos os tipos de forças sobrenaturais maquiavélicas para o seu mundo e sua vida. A quebra dos limites que separam os vivos dos mortos acabam atraindo todo tipo de maldição para sua existência, colocando em perigo toda a sua família. De forma em geral gostei bastante desse filme. 

Tem boa produção, um cenário exótico (filmado em terras indianas) e um roteiro que, apesar de não ser tão original, consegue contar muito bem sua trama. Há também bons sustos e efeitos especiais eficientes, principalmente em relação a uma entidade que vem do mundo sobrenatural para levar o garotinho falecido de volta para o mundo dos mortos. Um grupo de homens santos, bem de acordo com os costumes religiosos daquela velha religião hindu, também surge para tentar consertar o erro da americana Maria. A atriz que a interpreta, Sarah Wayne Callies, será reconhecida pelos fãs da série "The Walking Dead" onde interpretou a personagem Lori Grimes. Já o diretor inglês Johannes Roberts tem aqui sua primeira grande chance de chamar a atenção entre os fãs de terror, apesar de já ser relativamente conhecido por "Floresta dos Condenados". Enfim, é isso. Deixo a recomendação desse bom filme de horror, um dos mais interessantes que já assisti dessa safra de 2016. Vale a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

A Família da Noiva

Título no Brasil: A Família da Noiva
Título Original: Guess Who?
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Kevin Rodney Sullivan
Roteiro: William Rose
Elenco: Bernie Mac, Ashton Kutcher, Zoe Saldana, Judith Scott
  
Sinopse:
Percy Jones (Bernie Mac) leva um choque ao descobrir que o novo namorado de sua filha Theresa Jones (Zoe Saldana) é um cara branco! Ele sempre foi muito cuidadoso com as escolhas dela e chega até mesmo a realizar uma pesquisa sobre seu novo amor, mas um dado é omitido: ele não era negro! Como lidar com esse sentimento de racismo às avessas? Filme indicado aos prêmios étnicos Black Movie Awards e Black Reel Award.

Comentários:
Remake do clássico "Adivinhe Quem Vem Para Jantar?" de 1967. No filme original um casal de brancos era surpreendido pelo ato da filha de levar um negro para sua casa. Aqui as coisas foram invertidas. Temos uma família negra que precisa lidar com o fato de sua filha estar apaixonado por um homem branco. É a tal coisa, não se pode nunca comparar Ashton Kutcher com Sidney Poitier. Aliás em termos de elenco a diferença é monumental. No elenco do filme original tínhamos além da elegância de Poitier dois outros mitos do cinema: Spencer Tracy e Katharine Hepburn! E nesse remake quem os substitui? Sim, Bernie Mac!!! Chega a ser covardia fazer uma comparação. Esse segundo filme jamais convence e sendo bem sincero não tem charme e nem sofisticação. Comédias ultimamente andam até mesmo vulgares, fazendo uma força absurda para parecer engraçado. Nesse filme não é muito diferente. Diante de tantas coisas contra meu único conselho é: procure assistir ao filme original. Sua cultura ganhará muito mais do que ver esse prato requentado e sem graça.

Pablo Aluísio.

Paul Newman - Rachel, Rachel

Há poucos dias assisti a "Rachel, Rachel", um drama sensível sobre uma professora oprimida numa pequena cidade interiorana dos Estados Unidos. Chegando aos 40 anos de idade, solteira e infeliz, ela acaba se agarrando ao que parece ser a última chance de encontrar a felicidade no campo amoroso ao reencontrar um velho conhecido da infância. Estrelado pela ótima atriz Joanne Woodward, o filme se destaca por ter sido dirigido pelo marido dela, o astro Paul Newman.

Os cinéfilos que gostam de cinema clássico conhecem Paul Newman pela sua maravilhosa carreira como ator. Ele certamente foi um dos maiores astros de Hollywood, mas muitos ignoram que ele também demonstrava grande talento como cineasta. Ao todo Paul Newman dirigiu seis filmes, sendo que esse "Rachel, Rachel" foi sua primeira experiência atrás das câmeras. Ao assistir percebemos logo que além de grande intérprete ele também tinha grande sensibilidade na direção.

De roteiro simples, porém bastante humano, "Rachel, Rachel" demonstra que Paul Newman era acima de tudo um cineasta eficiente. Ele realizou um filme enxuto, sem exageros e sem pretensões descabidas. Talvez seu maior desafio tenha sido expor na tela de forma convincente e não piegas os pensamentos e as angústias de sua protagonista. A personagem da professora Rachel interpretada com maestria por Joanne Woodward (que chegou a ser indicada ao Oscar por seu trabalho) tem uma personalidade interior ora mórbida, ora depressiva e em alguns momentos até mesmo irônica, mordaz. Transpor isso para o filme (que foi baseado em um romance escrito por Margaret Laurence) acabou se tornando o grande desafio de Newman. E ele, conforme podemos ver, acertou em cheio.

Como se sabe Paul Newman e Joanne Woodward tiveram um longo casamento. Ele faleceu em 2008, mas Joanne ainda vive, no alto de seus 86 anos de idade. Juntos tiveram três filhos. Um deles morreu tragicamente por overdose de drogas nos anos 70 o que fez Newman criar uma fundação de amparo a dependentes químicos. Durante décadas o casamento de Newman e Woodward foi considerado modelo em Hollywood. Em um lugar onde os relacionamentos sempre foram fugazes e descartáveis eles ficaram juntos até a morte de Newman. Essa imagem ficou um pouco arranhada recentemente com a publicação de uma biografia do ator que revelava que ele teve um caso extraconjugal por anos com uma jornalista. Não importa, filmes como "Rachel, Rachel" demonstram que o casal funcionava não apenas na vida real, mas também profissionalmente. Poderiam não ser perfeitos (ninguém é), mas diante das circunstâncias se saíram muito bem no final das contas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Justified

Outra boa dica para os fãs do gênero western que estejam em busca de séries que lembrem nosso amado estilo na TV é esse "Justified" do canal FX. Os episódios giram em torno da figura do agente federal Raylan Givens (Timothy Olyphant). Nascido e criado numa cidadezinha do Kentucky ele acaba sendo acusado de brutalidade policial em Miami e como punição é transferido de volta para a mesma cidadela onde nasceu no meio das montanhas. O problema é que Raylan tem uma família nada convencional. Seu pai é um conhecido contraventor e criminoso local e todos os seus conhecidos de infância e juventude estão envolvidos de alguma forma com operações ilegais envolvendo tráfico de drogas ou prostituição. Levando a máxima de que "santo de casa não faz milagres" o marshal durão tem que provar aos habitantes da região que ele está ali para cumprir a lei de todas as formas, sem fazer concessões a quem quer que seja. Rodado no que podemos considerar como o moderno oeste americano o seriado tem bons episódios e tramas bem elaboradas. O curioso é que "Justified" começou de forma bem modesta, quase como um tapa buraco da série "Sons Of Anarchy" mas que logo ganhou seu próprio espaço, conquistando cada vez mais audiência com o passar do tempo.

O programa é particularmente indicado para quem aprecia séries policiais com toques de western, pois "Justified" de certa maneira une ambos os gêneros. O personagem principal é um agente federal (Marshall) dos EUA que age muitas vezes como se realmente estivesse no velho oeste americano. O curioso é que tudo foi baseado em um conto curtinho. A série nasceu para ter no máximo 12 episódios mas com o sucesso os roteiristas estão desde a primeira temporada fazendo malabarismos para ampliar a estória o máximo que podem. Novos personagens foram adicionados e outros dramas foram inseridos para alongar ainda mais os episódios. Outro detalhe importante: o seriado é sequencial o que significa dizer que se deve assistir os episódios na ordem, na sequência, caso contrário se perde o fio da meada. "Justified" também foi a única série do canal FX a ser premiada com o Emmy, o Oscar da TV americana. A atriz Margo Martindale levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante em 2011. Ela interpretou a mãe de uma família de criminosos caipiras e armados até os dentes do interior do Kentucky que acaba cruzando o caminho do agente Raylan. Sua interpretação realmente foi digno de reconhecimento pois ela conseguia ir da ternura à violência em questão de segundos. Achei seu prêmio extremamente digno e merecido. Assim deixamos a dica de "Justified" para vocês, os amantes de western, que estejam em busca de novidades na telinha.


Justified (idem, EUA, 2010 - 2013) Direção: Jon Avnet, Peter Werner, Michael Dinner / Roteiro: Elmore Leonard, Graham Yost, Benjamin Cavell / Elenco: Timothy Olyphant, Nick Searcy, Joelle Carter, Margo Martindale / Sinopse: Após ser acusado de agir com extrema brutalidade na Flórida o agente federal Raylan Givens (Timothy Olyphant) é transferido para sua cidade natal no Kentucky onde passa a reprimir os criminosos locais, muitos deles velhos conhecidos do passado.

Pablo Aluísio.