quinta-feira, 5 de maio de 2016

Terremoto - A Falha de San Andreas

O cinema catástrofe, que teve seu auge nos anos 1970, nunca realmente saiu de cena. De tempos em tempos surgem filmes nesse estilo, principalmente atualmente quando não existem mais limites para a computação gráfica. Assim temos mais um exemplo desse tipo de produção. A bola da vez agora é explorar a falha de San Andreas, um acidente geográfico que atravessa a Califórnia na costa oeste dos Estados Unidos. São duas placas que mais cedo ou mais tarde vão se chocar causando um terremoto de proporções gigantescas e imensuráveis. O roteiro do filme assim explora como seria esse desastre natural, mas procurando dar um ponto de vista subjetivo a tudo o que acontece. E esse ponto de vista é representado justamente pelo protagonista Ray (Dwayne Johnson). Em seu dia a dia ele já salva vidas pois é um piloto de helicóptero de salvamentos. Agora imagine em uma situação de calamidade pública... Ele tenta salvar sua filha no meio do caos, mas logo percebe que isso não será nada fácil.

O filme, como era de esperar, é extremamente bem feito. A computação gráfica atingiu um nível de veracidade absurdo onde em muitos momentos não conseguimos mais distinguir o que é real e o que é digital do que vemos na tela. O ator Dwayne Johnson, vulgo The Rock, se sai bem, tanto em termos de ação - quando seu preparo físico é levado ao extremo - como nos momentos em que ele tenta trazer alguma humanidade para seu personagem, principalmente em relação à sua filha. Eu considero Johnson um ator carismático. No começo não o achava nada mais do que um halterofilista em cena, mas agora ele vem desenvolvendo bem seu carisma em cada filme, em cada nova produção que estrela. O roteiro é básico, não muito bom e nem original. Há situações em que se força muito a barra. Porém temos que entender que essa é uma característica desse tipo de produção. É preciso dar um desconto. Agora o que realmente faltou mesmo foi um desfecho melhor pois achei o final e a conclusão não muito bem bolados. De qualquer maneira, como pura diversão chiclete, até que San Andreas cumpre seus objetivos.

Terremoto - A Falha de San Andreas (San Andreas, Estados Unidos, Austrália, 2015) Direção: Brad Peyton / Roteiro: Carlton Cuse, Andre Fabrizio / Elenco: Dwayne Johnson, Carla Gugino, Paul Giamatti / Sinopse: Pai que trabalha como piloto de helicópteros de salvamento tenta salvar sua própria filha quando um enorme terremoto se instala em cidades da Califórnia, nos Estados Unidos, em decorrência de uma falha natural chamada San Andreas.

Pablo Aluísio.

Holidays

São nove contos de terror com duração de 10 a 12 minutos aproximadamente cada um. Os roteiros são temáticos explorando sempre algum feriado. Kevin Smith coordenou a produção e dirige um deles, o mais divertido sobre o Halloween. Alguns deles são ótimos, outros apenas medianos e alguns realmente ruins. Vamos comentar alguns deles brevemente. No primeiro chamado "Valentine's Day", dirigido por Kevin Kolsch, vemos uma garota sofrendo bullying na escola. Ela é apaixonada platonicamente pelo professor de natação e ganha dele um cartão no dia dos namorados. Claro que ela vai às nuvens, mas antes precisa acertar as contas com algumas garotas maldosas que sempre ficam pegando em seu pé. No final ainda consegue arranjar um "presentinho" especial para seu amado professor. Esse é certamente o mais bem bolado conto do filme. "Easter" sobre a Páscoa é um dos mais bizarros. Nele uma garotinha espera ansiosamente pela chegada do coelhinho da Páscoa, mas acaba ficando apavorada com o que encontra pela frente. Esse é especialmente recomendado para quem gosta de monstros em geral. É surrealisticamente estranho e bizarro, como já frisei.

Em "Father's Day" o diretor Anthony Scott Burns conseguiu o melhor clima de suspense. Nele uma garota encontra uma velha fita K7 gravada por seu pai que ela pensava estar morto. Seguindo o caminho descrito na velha gravação ela sai então para reencontrar seu amado pai em uma velha igreja em ruínas. Muito bom, com um final ainda melhor. Poderia até mesmo virar um longa se o enredo fosse mais desenvolvido. Os contos "St. Patrick's Day" e Mother's Day" são os mais fracos. Ambos lidam com a mitologia da serpente como começo de todo o mal. A do dia de São Patrício (feriado popular entre imigrantes irlandeses nos Estados Unidos) não convence e chega a ser bobo em seu final. Definitivamente não gostei. O do dia das mães é um pouquinho melhor, mas nada muito criativo ou interessante. Por fim, para subir o nível geral, temos os dois contos finais que são bem divertidos e com um humor negro à toda prova. Em "Halloween" o diretor e roteirista Kevin Smith coloca um dono asqueroso de site, onde shows de cam com garotas são exibidos, provando de seu próprio veneno. Ele trata mal todas as jovens com quem trabalha e acaba pagando muito caro por isso. Por fim, fechando "Holidays" temos "New Year's Eve" de Adam Egypt Mortimer. Nesse um psicopata usa sites de encontro da internet para encontrar suas vítimas, a maioria delas mulheres solitárias e deprimidas, mas acaba se dando mal em um encontro às escuras marcado justamente para a noite de  Réveillon. Em termos gerais gostei bastante do filme, fazendo me lembrar até mesmo em alguns momentos de séries de TV antigas como "Amazing Stories" e "Twilight Zone", só que mais voltados para o gênero terror. Vale a pena conhecer certamente.

Holidays (Holidays, Estados Unidos, 2016) Direção: Kevin Smith, Anthony Scott Burns, Kevin Kolsch, Nicholas McCarthy, Adam Egypt Mortimer, Ellen Reid, Gary Shore, Sarah Adina Smith, Scott Stewart, Dennis Widmyer / Roteiro: Kevin Smith, Anthony Scott Burns, Kevin Kolsch / Elenco: Kevin Smith, Lorenza Izzo, Seth Green, Ruth Bradley / Sinopse: Nove contos de terror passados em feriados como Dia dos Pais, Dia das Mães, Páscoa, Natal, Ano Novo, Halloween e Dia dos Namorados.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A Dama Dourada

Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas se apropriaram (roubaram mesmo) grandes coleções de arte, fossem elas de museus ou de coleções particulares. A protagonista desse filme, chamada Maria Altmann (Helen Mirren), é uma senhora de família judia que foi morar nos Estados Unidos para sobreviver ao holocausto. Seus familiares que ficaram na Europa foram mortos e seus bens, incluindo preciosos quadros, foram levados pelos alemães. Muitos anos depois ela se une a um jovem advogado, Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), para tentar reaver essas pinturas nos tribunais. Inicialmente ela enfrenta uma barreira jurídica enorme pois a grande maioria dessas obras de arte foram parar em museus europeus após o fim da guerra. Até a Suprema Corte dos Estados Unidos se torna um empecilho para ela, que não desiste e vai em frente.

Todos os historiadores sabem que uma das paixões de Hitler era a arte. Artista frustrado na juventude (ele chegou a ser reprovado em um exame de admissão na prestigiada escola de artes de Viena) o líder nazista levou sua obsessão às últimas consequências. O curioso é que tudo deveria ser de acordo com seu gosto pessoal, o que não se enquadrava no estilo preferido de Hitler era considerado arte decadente, degenerada, espúria, que deveria ser banida. Por essa razão assim que ocupava um novo país as tropas do exército alemão eram orientadas a recolher todos os quadros e pinturas para serem levadas à Berlim. E se elas pertencessem a famílias de judeus a expropriação era seguida de punição para os antigos proprietários, sendo eles enviados para campos de concentração imediatamente. Foi o que aconteceu com todos os familiares de Maria Altmann. Vivendo de uma pequena lojinha em Los Angeles ela então decide lutar pelas obras que pertenceram à sua família no passado, entre eles um quadro avaliado em 100 milhões de dólares! O principal tema desse filme é a perenidade da justiça. Essa deve ser buscada, não importando o tempo passado. O filme é assim um belo exemplo de perseverança e luta justamente por esse valor, a justiça. Especialmente indicado para profissionais da área jurídica.

A Dama Dourada (Woman in Gold, Inglaterra, 2015) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg / Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern / Sinopse: Uma senhora judia, dona de uma pequena lojinha em Los Angeles, decide lutar nos tribunais pela propriedade de antigas e valiosas obras de arte que foram roubadas de sua família pelos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

Operação Resgate

Depois de conferir esse novo filme do Bruce Willis cheguei na conclusão de que talvez seja melhor ele se aposentar mesmo. Pelo visto Bruce chegou ao fundo do poço. Eu sei que é clichê falar que um filme como esse tem muitos clichês, mas nesse caso aqui não existe mesmo outra saída. Da primeira à última cena tudo o que você verá são amontoados de clichês baratos em um roteiro que não apresenta absolutamente nada de original, um zero absoluto em termos de criatividade. O enredo? Vejam que coisa saturada e batida: Bruce Willis interpreta um agente da CIA que durante uma operação tem sua esposa morta por criminosos internacionais. Apenas seu filho sobrevive e mesmo assim com uma grande culpa pois estava armado na ocasião da morte de sua mãe e não teve a devida coragem para atirar para defendê-la. Os anos passam e o garoto se torna um adulto que desejando impressionar seu pai também entra na CIA, mas jamais consegue ser um agente de campo, ficando sempre atrás de uma mesa, em serviços burocráticos.

Isso muda completamente quando seu pai cai nas garras de bandidos internacionais que estão em busca de uma moderna arma tecnológica. Agora ele terá que mostrar ao seu pai de uma vez por todas que tem coragem e sabe resolver situações como essas. O filho de Bruce Willis no filme é interpretado pelo "ator" Kellan Lutz. Não o conhecia até assistir a esse filme (ainda bem!). Mesmo com todo a boa vontade do mundo você não terá outra opinião do trabalho do rapaz a não ser que ele é mesmo muito ruim pois não atua nada bem, sendo completamente inexpressivo. Tudo bem que seu papel também não exige muito, até porque na verdade ele só entra em cena para sair na pancadaria contra os inúmeros inimigos anônimos que vão cruzando seu caminho.  Absurdamente porém nem isso o tal de Lutz consegue fazer direito. Há ainda uma terceira personagem interpretada pela bonita Gina Carano, mas que também faz pouca diferença. Acreditar que ela seja uma agente da CIA super treinada é tão absurdo quanto aceitar qualquer coisa que aconteça nesse filme de ação muito ruim e sem novidades. Uma grande perda de tempo (e olha que o filme nem é tão grande assim). Melhor ignorar completamente.

Operação Resgate (Extraction, Canadá, 2015) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Max Adams, Umair Aleem / Elenco: Bruce Willis, Kellan Lutz, Gina Carano / Sinopse: Harry Turner (Lutz) é um agente da CIA novato que deseja provar ao pai, um veterano da agência de inteligência, que ele tem coragem e garra para enfrentar situações perigosas. Quando seu pai Harry (Willis) cai nas mãos de terroristas internacionais que querem uma moderna arma tecnológica para dominar os meios de comunicação do globo, ele vê a grande chance de provar seu valor.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Operação França

"Operação França" é um caso raro dentro do cinema americano. Foi um dos poucos filmes do gênero policial que foi premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Filme! Mais surpreendente do que isso é constatar que se formos bem sinceros numa avaliação isenta perceberemos que não há nada de excepcional nessa produção. Claro que o diretor William Friedkin (que também dirigiu outra obra prima, "O Exorcista") era um cineasta realmente excepcional, mas devo dizer que aqui temos apenas um filme de policiais e bandidos bem realizado, porém nada muito além disso. O cenário é um Nova Iorque saturada, em plenos anos 70. Uma cidade mal cuidada, suja e cheia de criminosos pelas ruas. Em um fervor quase messiânico o tira da narcóticos Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) faz da caça de traficantes de drogas o seu objetivo na vida. Durante um happy hour em um bar local com outro policial, Buddy Russo (Roy Scheider), ele implica com um bandido italiano pé de chinelo chamado Sal Boca (Tony Lo Bianco).

Acontece que Boca está muito bem vestido, em ternos impecáveis, usufruindo da presença de pessoas bem acima do que ele na hierarquia do crime. Para Popeye só há uma explicação para o que ele está vendo: Boca deve estar envolvido em algo grande. Dito e feito. O policial e seu parceiro começam a seguir os passos do italiano e em pouco tempo descobrem uma conexão internacional de tráfico de drogas para Nova Iorque. A partir daí o tempo fecha. Popeye não é conhecido por sua delicadeza, muito pelo contrário, ele geralmente chega nos lugares tocando o terror na bandidagem, com métodos violentos e fora das regras. A melhor cena do filme, que inclusive foi imitada por anos e anos, acontece quando Popeye sai em disparada na perseguição de um atirador de elite sob comando da máfia francesa. O sujeito segue no metrô, enquanto Popeye o persegue em um velho carro todo estropiado. Na década de 70 havia uma preocupação maior com realismo e por essa razão não espere por cenas muito espetaculares como o público se acostumaria nos anos 80, com seus filmes ultra violentos. Para Friedkin o importante era contar de forma eficiente sua estória e nesse ponto ele novamente se saiu muito bem.

Operação França (The French Connection, EUA, 1971) Direção: William Friedkin / Roteiro: Ernest Tidyman, baseado no livro escrito por Robin Moore / Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey, Tony Lo Bianco / Sinopse: Dois tiras do departamento de narcóticos da cidade de Nova Iorque investigam um criminoso italiano de baixo nível que muito provavelmente está envolvido num grande esquema de tráfico de drogas internacional, com carregamentos de cocaína vindos diretamente da França. Filme premiado pelo Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gene Hackman), Melhor Direção (William Friedkin), Melhor Roteiro Adaptado (Ernest Tidyman) e  Melhor Edição (Gerald B. Greenberg). Também indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Roy Scheider).

Pablo Aluísio.

Ipcress: Arquivo Confidencial

"Ipcress: Arquivo Confidencial" é um filme de espionagem inglês passado durante a guerra fria. Naqueles tempos o mundo estava dividido em dois blocos: o capitalista ocidental, liderado pelos Estados Unidos e o socialista oriental, comandado pela União Soviética (Rússia e demais nações fronteiriças invadidas por Moscou). Durante esse período histórico houve o auge dos serviços de espionagem dos países europeus. Isso porque era vital descobrir os planos do inimigo em uma época onde a tensão internacional era enorme. Nesse filme Michael Caine interpreta Harry Palmer, um membro do serviço de inteligência inglês. Indisciplinado, insolente, insubordinado e com tendência para atos criminosos (segundo sua própria ficha no departamento) ele é designado para uma nova missão.

Vários "cérebros" (físicos, químicos e cientistas em geral) estão desaparecendo do Reino Unido. A situação preocupa o governo inglês que resolve investigar. Palmer é então designado para essa operação. Provavelmente algum país socialista estaria planejando sabotar os ingleses eliminando justamente seus melhores quadros científicos. Aos poucos Palmer vai chegando na verdade, algo que o colocará em sério risco de vida. "Ipcress" é bem interessante porque segue de certa maneira os passos dos filmes de James Bond, mas tudo sob um ângulo mais realista, pé no chão. Não é tão fantasioso como 007. O próprio agente Palmer não é um super-herói, bem ao contrário, é apenas um agente comum, sem grandes heroísmos. Os vilões do filme são albaneses. A Albânia teve um dos regimes comunistas mais sombrios e fechados do mundo. Na época isso causou um certo mistério em relação a eles e o roteiro aproveita esse aspecto. No geral é um bom filme, com aquela sofisticação e elegância que sempre marcou o cinema inglês. Não é uma aventura tão movimentada como os filmes de Bond e nem se propõe a ser. A intenção é ser um filme de espionagem mais intelectual, mais introspectivo.

Ipcress: Arquivo Confidencial (The Ipcress File, Inglaterra, 1965) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: W.H. Canaway, James Doran / Elenco: Michael Caine, Nigel Green, Guy Doleman / Sinopse: Com o desaparecimento de um grande número de cientistas o governo inglês determina que seu serviço secreto comece a investigar o que de fato estaria acontecendo. O agente Harry Palmer (Michael Caine) é então designado para o solucionar o mistério. Filme premiado pelo BAFTA Awards nas categorias de Melhor Fotografia (Otto Heller), Melhor Direção de Arte (Ken Adam) e Melhor Direção (Sidney J. Furie).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A 5ª Onda

A vida de uma garota normal, Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz), que ainda está no ensino médio, muda para sempre quando uma nave alienígena surge nos céus dos Estados Unidos. Os aliens são criaturas parasitas que precisam dos seres humanos para servirem como hospedeiros. Em pouco tempo a humanidade entra em pânico pois os alienígenas estão se apoderando das pessoas sem que ninguém consiga saber ao certo quem é um ser humano e quem é um alien. Esse novo filme "A 5ª Onda" sofre de uma falta de originalidade de dar pena. A própria base do roteiro é uma coisa antiga que já vimos desde o clássico "Vampiros de Almas" que inclusive comentei recentemente aqui no blog. Junte isso com fórmulas batidas como colocar adolescentes e crianças como guerreiros e soldados (alguém ai lembrou de "Jogos Vorazes"?) e você entenderá como não existe praticamente nenhuma ideia realmente original nesse roteiro.

Para piorar a protagonista interpretada por Chloë Grace Moretz não convence. Ela passa praticamente todo o filme correndo pra lá e pra cá com um ursinho de pelúcia de seu irmão dentro de uma bolsa colegial em suas costas. Quando é preciso usa armas de grosso calibre para matar as ameaças. Enquanto o mundo é invadido ela ainda arranjar tempo para se apaixonar (?) por um jovem híbrido, metade homem e metade alien (cujas origens o roteiro nem se preocupa em explicar direito). O design dos invasores espaciais lembra demais também a franquia Aliens, pois são seres que entram na cabeça de suas vítimas para sugar seus cérebros! Sinceramente, nem um pingo de ideias novas! Por fim para soterrar qualquer pretensão de assistir um bom filme Sci-Fi há ainda poucos efeitos especiais, todos pontuais e discretos. Provavelmente faltou orçamento para investir mais nisso. Em suma, uma grande perda de tempo. Melhor rever clássicos como "Guerra dos Mundos" ou até mesmo "Vampiros das Almas" que pelo menos eram originais e criativos. Esse aqui é apenas uma cópia sem qualquer novidade.

A 5ª Onda (The 5th Wave, EUA, 2016) Direção: J Blakeson / Roteiro: Susannah Grant, Akiva Goldsman / Elenco: Chloë Grace Moretz, Matthew Zuk, Gabriela Lopez / Sinopse: Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz) é uma jovem colegial precisa sobreviver enquanto o planeta Terra é alvo de uma invasão de aliens parasitas. Ela precisa encontrar seu jovem irmão que desapareceu logo nos primeiros dias da chegada dos alienígenas.

Pablo Aluísio.

O Lobo de Wall Street

O filme conta a história real de Jordan Belfort ( Leonardo DiCaprio), um vigarista escroque que desejava ficar rico a todo custo. Como conseguir? O mercado de ações logo lhe pareceu o ambiente ideal. Usando de sua lábia de vendedor barato ele começou a negociar ações de empresas do tipo fundo de quintal cobrando por ela pequenas fortunas. Seu alvo eram os aposentados, pessoas mais simples, inocentes, que não conheciam o mercado da bolsa de valores. Em pouco tempo saiu de um escritório de quinta categoria para o ápice em Wall Street, ganhando rios de dinheiro com suas lorotas de mercado. Depois disso vieram as mulheres, as drogas e problemas, muitos problemas decorrentes de seu estilo de vida.

Martin Scorsese gosta de retratar os tipos mais comuns de sua Nova Iorque querida. Depois de ficar anos filmando a história de mafiosos da cidade ele resolveu partir para outro tipo de criminoso, o corretor de bolsa de valores de Wall Street. Para isso comprou os direitos do livro escrito por Belfort que o escreveu enquanto estava atrás das grades cumprindo prisão por inúmeros crimes que cometeu em Wall Street. O interessante é que Scorsese repete certos cacoetes que já havia explorado em filmes como "Cassino" onde colocava sua droga preferida, a cocaína, como símbolo de status e sucesso. O próprio Scorsese foi um viciado inveterado e todas as vezes que resolve lidar com a coca em seus filmes adota um ritmo alucinado, como se ele próprio estivesse cheirado. O filme como um todo é bom, mas tem esse viés narcótico. De qualquer maneira se sobressai novamente o talento de Leonardo DiCaprio, que consegue se sobressair em qualquer tipo de filme. O sujeito é realmente extremamente talentoso.

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, EUA, 2013) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Terence Winter, baseado no livro de Jordan Belfort / Elenco: Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie / Sinopse: O filme retrata a história de um corretor da bolsa de valores de Nova Iorque que começa a enganar seus clientes para fazer uma fortuna rápida e fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Ator Coadjuvante (Jonah Hill), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de maio de 2016

Sangue Jovem

Título no Brasil: Sangue Jovem
Título Original: Son of a Gun
Ano de Produção: 2014
País: Austrália
Estúdio: Altitude Film Entertainment, Bridle Path Films
Direção: Julius Avery
Roteiro: Julius Avery, John Collee
Elenco: Ewan McGregor, Alicia Vikander, Brenton Thwaites
  
Sinopse:
O jovem JR (Brenton Thwaites) é sentenciado a uma pena de seis meses. Enviado a uma prisão de segurança máxima acaba conhecendo outro detento, Brendan (Ewan McGregor) que lhe promete proteção em troca de alguns servicinhos que ele deverá fazer quando for colocado em liberdade. Com receios de sofrer algum tipo de violência física JR aceita a proposta. Após ser solto resolve colocar em prática o plano que foi concebido por Brendan atrás das grades. Filme indicado ao Australian Screen Sound Guild na categoria de Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
De maneira em geral é mais uma daquelas produções que procuram explorar o mundo do crime e seus desdobramentos. Ewan McGregor interpreta um sujeito durão que está preso, cumprindo uma pena pesada, de mais de 20 anos de reclusão, sem direito a condicional. Para alguém em sua situação a única alternativa é procurar uma forma de fugir, nada mais. Quando um jovem novato chega na Penitenciária onde ele está preso, logo vê uma chance de cair fora daquele lugar. O rapaz só vai ficar três meses preso e pode se tornar um elo de ligação com o mundo lá fora. Após salvá-lo de um grupo de estupradores ele firma um pacto com o jovem. A partir daí ele aceita participar de um plano de fuga no melhor estilo Fernandinho Beira-Mar, com direito a helicóptero e tudo mais. Uma vez lá fora McGregor não vê a hora de voltar à velha vida de crimes. Acontece que há uma usina de processamento de ouro, não muito segura, onde se forjam as barras de ouro maciço que depois vão para cofres de segurança. Uma vez lá dentro se torna até bem mais fácil colocar as mãos naquela fortuna. O plano tem tudo para dar certo mas... bom, se você já assistiu algum filme de roubo e assaltos na vida já saberá de antemão que nada sairá como inicialmente foi planejado. Embora tenha seus clichês e personagens pouco trabalhados o fato é que essa fita sobre criminosos, traições e violência consegue soar pelo menos satisfatória. E grande parte disso se deve a Ewan McGregor, um ator que consegue segurar qualquer tipo de filme nas costas. Seu jovem cúmplice é pouco talentoso e carismático, não convencendo nas cenas de amor e paixão que acaba tendo com uma garçonete de bar de strip tease. Assim sobra para McGregor segurar as pontas. Para alivio do espectador ele consegue essa proeza sem maiores problemas. "Son of a Gun" não é o melhor dos mundos em se tratando de filmes de ação, mas tampouco decepciona ou aborrece. Na escala geral merece ao menos ser conhecido.

Pablo Aluísio.

Batman vs. Robin

Mais uma animação lançada pela DC / Warner diretamente em DVD nos Estados Unidos. Aqui temos uma situação no mínimo interessante. Batman tem um novo pupilo, Damian, que passa a usar o uniforme do Robin (o original, Dick Grayson, já é um adulto e resolve abandonar seu antigo posto). Ao contrário de Dick, Damian é rebelde, tem uma personalidade complicada e acha que Batman não vai até o fim em sua luta contra a criminalidade. A diretriz de Bruce Wayne em não matar os criminosos é algo que o irrita. Para Damian todos eles deveriam ser mortos. Esse tipo de pensamento o coloca na mira de um novo justiceiro, o Garra. Esse pensa como Damian, todos precisam ser liquidados sem pena. Em pouco tempo o novo Robin deixa o Batman de lado e passa a acompanhar o Garra em suas rondas noturnas, o que o colocará inevitavelmente em conflito contra o Homem-Morcego.

Tudo muito bem feito e realizado, essa animação "Batman Vs Robin" também investe na existência da Corte da Coruja, uma sociedade secreta que reúne os homens mais ricos de Gotham City. Esses milionários acreditam que apenas a força bruta irá livrar a cidade de seus problemas, mas precisam antes disso se livrarem do próprio Batman, uma obstáculo no meio do caminho, de seus planos. Uma das coisas que mais curti nessa animação foi a escolha dos animadores em revitalizar o design do uniforme do Batman que era bem comum nas histórias em quadrinhos dos anos 80. Isso deu um clima retrô bem nostálgico para os antigos leitores. Outro ponto positivo é o próprio roteiro, investindo no dilema que se abate sobre o novo Robin Damian, onde ele precisa decidir entre esquecer o código de ética que lhe foi ensinado pelo Batman e partir para a violência total ou continuar seguindo os ensinamentos de Bruce Wayne... Assista e descubra o caminho que ele decidiu seguir.

Batman vs. Robin (Batman vs. Robin, EUA, 2015) Direção: Jay Oliva / Roteiro: Grant Morrison, baseado na obra de  Bob Kane / Elenco: Stuart Allan, Troy Baker, Kevin Conroy / Sinopse: Mesmo sendo rebelde e impulsivo, Bruce Wayne resolve colocar o jovem Damian como o novo Robin. Ele porém não está disposto a seguir todas as regras do Homem-Morcego, agindo muitas vezes por conta própria, o que o colocará na mira de dois vilões que assombram Gotham City, o bizarro Criador de Bonecas e o sinistro Garra que acaba convencendo o garoto Robin a se tornar o seu novo parceiro. 

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de abril de 2016

Brooklyn

Título no Brasil: Brooklyn
Título Original: Brooklyn
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra, Canadá, Irlanda
Estúdio: BBC Films
Direção: John Crowley
Roteiro: Nick Hornby, baseado no romance de Colm Tóibín
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Fiona Glascott
  
Sinopse:
Durante a década de 1950, uma jovem irlandesa chamada Eilis (Saoirse Ronan) decide emigrar para os Estados Unidos. Com documentos e ajuda de seu padre ela segue viagem rumo a Nova Iorque. Deixa sua mãe e sua irmã na Irlanda em busca de trabalho e um novo recomeço na vida. Na grande cidade americana vai morar no bairro do Brooklyn, onde finalmente as coisas começam a dar certo em sua vida. Ela arranja emprego numa loja de departamentos, começa a estudar no período da noite para se formar em contabilidade e de quebra conhece um rapaz italiano que poderá se tornar o homem de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Saoirse Ronan). Vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Mais um excelente filme inglês contando a história de uma jovem mulher irlandesa que emigra para a América em busca do sonho americano. Na Irlanda seus horizontes são limitados. No máximo ela conseguiria um pequeno emprego em lojas comerciais locais. Por isso, sem maiores perspectivas de vida, ela resolve seguir o caminho de milhares de compatriotas que resolveram trocar a Irlanda natal pelas oportunidades de vida nos Estados Unidos. Ela vai sozinha, apenas com o apoio de um padre em Nova Iorque que lhe promete ajudar na nova cidade. Para sua sorte arranja um emprego e começa a caminhar no rumo certo. Ela se matricula em uma escola noturna e finalmente os horizontes começam a se abrir. O mais importante desse roteiro é que ele constrói um excelente filme em torno de um enredo aparentemente bem simples, tendo como protagonista uma pessoa normal. Com isso certamente criou uma identidade muito grande com aqueles que fizeram o mesmo que a personagem principal, saíram de seus países em busca de uma nova vida. A comunidade irlandesa de Nova Iorque é obviamente a mais celebrada no enredo nesse aspecto, mas bem poderia ser os italianos, latinos, etc. As etnias e nacionalidades são diferentes, mas os sonhos sempre são os mesmos. 

Com várias indicações merecidas em diversos premiações de cinema, a atriz Saoirse Ronan brilha em sua atuação, que é marcada pela singeleza, pela simplicidade. Sua personagem é uma jovem tímida que aos poucos vai tentando entrar no ritmo da vida da sociedade americana. Morando numa pensão, se tornando uma típica garota da classe trabalhadora, ela vai subindo devagarinho os degraus de sua realização pessoal. Isso incluiu se formar, arranjar um emprego melhor e se casar com um bom homem. Saoirse Ronan é também filha de uma família de imigrantes irlandeses. Embora nascida nos Estados Unidos ela teve muita facilidade em trazer para a tela a história e a cultura de seu povo, uma vez que isso é parte de sua vida. A primeira vez que ela me chamou a atenção foi em "Desejo e Reparação", só que naquele filme ela era apenas uma garotinha de 13 anos de idade. Agora, já adulta e transformada numa bela mulher, ela realiza aquela que talvez seja a grande atuação de sua carreira. Um ótimo desempenho que merecia até mesmo o Oscar. Assim deixamos a dica desse excelente drama que traz de tudo um pouco, romance, história e até mesmo sonhos, em grande quantidade e para todos os gostos.

Pablo Aluísio.

Quarteto Fantástico

De todas as adaptações cinematográficas baseadas em quadrinhos essa nova versão do Quarteto Fantástico foi a que mais decepcionou público e crítica. O filme foi mal nas bilheterias, os fãs que entendem de comics odiaram e a produção não agradou a praticamente ninguém. O resultado foi tão ruim que há poucas semanas o estúdio anunciou que uma continuação está definitivamente fora de cogitação. O futuro desses personagens assim segue incerta. Apesar do mal humor generalizado ainda volto a afirmar que não é tão ruim como dizem. Como um filme de origens, que tenta explicar de onde teriam vindo todos os heróis, o roteiro realmente se perde um pouco, fica truncado, mas passa longe de ser um desastre completo. Depois do lançamento do filme o diretor Josh Trank acusou a Twentieth Century Fox de ter mudado o filme e que não teria culpa sobre o que se vê na tela.

Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, EUA, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell /  Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Harry & Sally

Título no Brasil: Harry & Sally - Feitos um Para o Outro
Título Original: When Harry Met Sally...
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Billy Crystal, Meg Ryan, Carrie Fisher, Bruno Kirby 

Sinopse:
Por mero acaso Harry (Billy Crystal) acaba encontrando Sally (Ryan) numa viagem. Eles se conhecem superficialmente do passado. Ela não vai muito com sua cara, pois Harry é expansivo e fala pelos cotovelos. Porém, conforme o tempo passa eles acabam se tornando grandes amigos, numa amizade que vai crescendo conforme as desilusões amorosas de ambos vão se acumulando. Sempre frustrados no amor, eles levam algum tempo para entender que são mesmo feitos um para o outro.

Comentários:
Fazia muitos anos que tinha assistido pela última vez. Então, numa dessas madrugadas da vida, acabei esbarrando no filme. Sem nada para fazer fui revendo sem muito compromisso e então de repente o revi praticamente todo. É uma comédia romântica que ainda mantém seu charme intacto. O roteiro é de fato muito primoroso em explorar a chamada friendzone, a zona limite que separa a amizade do amor. Os dois personagens principais possuem tudo em comum, inclusive gostos pessoais (a cena em que ambos assistem a uma antiga fita de romance na TV enquanto conversam ao telefone mostra bem isso), mas apesar de tudo a favor não conseguem enxergar que sua alma gêmea está bem diante de seu nariz. Billy Crystal se apoia em seu carisma habitual, ora como um sujeito meio inconveniente, ora como um ombro amigo. Meg Ryan está linda, jovem e muito carismática também. É uma pena que a atriz não tenha envelhecido com elegância, pois ao invés de assumir suas marcas do tempo, partiu para uma série de cirurgias plásticas desastrosas que destruiu seu belo rosto. De qualquer maneira "Harry & Sally - Feitos um Para o Outro" resistiu muito bem ao tempo. Sem dúvida deixará muitas saudades de quem o viu na época, em um tempo onde todos eram jovens, bonitos e felizes.

Pablo Aluísio.

Marcas de Guerra

Título no Brasil: Marcas de Guerra
Título Original: War Pigs
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Schuetzle Company Productions
Direção: Ryan Little
Roteiro: Adam Emerson, Andrew Kightlinger
Elenco: Luke Goss, Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Chuck Liddell
 
Sinopse:
Depois de falhar numa missão, o capitão Jack Wosick (Luke Goss) é enviado para liderar um novo grupo de soldados. Ao lado do capitão da Legião Francesa Hans Picault (Dolph Lundgren) ele precisa disciplinar seu novo pelotão que se auto denomina "porcos de guerra". São veteranos do front que já não se importam muito em seguir todas as regras. Seu novo oficial precisa agir rápido uma vez que o Major A.J. Redding (Mickey Rourke) quer enviar todos eles numa ousada missão atrás das linhas inimigas. O objetivo é destruir uma nova arma do exército alemão, um super canhão capaz de destruir grandes cidades como Londres e Paris, mesmo estando a quilômetros de distância de seus alvos.

Comentários:
Um filme B de guerra que curiosamente reúne um bom elenco. Além de Luke Goss e Dolph Lundgren o filme ainda traz um imprevisível Mickey Rourke. Ele surge usando seu velho chapéu de cowboy e roupas nada condizentes com as de um Major americano na II Guerra Mundial. Isso porém é o de menos. Como acontece em praticamente todos os seus últimos filmes o que mais choca é ver sua aparência cada vez mais fora do normal, fruto de inúmeras plásticas mal sucedidas a que se submeteu. Se Rourke tivesse envelhecido naturalmente isso jamais ofuscaria sua atuação (afinal é inegável que é um ator talentoso). Como se trata de uma produção B não vá esperando nada generoso em termos de produção. O filme é, poderia dizer, bem econômico em suas pretensões. Basicamente tudo se resume em um enredo bem simples desenvolvido de forma igualmente simplória. Claro que uma produção dessas estaria recheada de clichês por todos os lados, porém uma vez se adequando às suas limitadas propostas até que o espectador pode vir a se divertir. Como o filme tem curta duração não chega sequer a ter a chance de nos aborrecer. O diretor Ryan Little claramente tenta copiar o estilo dos velhos filmes de guerra dos anos 50 e 60, mas como era de se esperar não se sai muito bem nisso. Do ponto de vista histórico só há uma maior curiosidade envolvida: o super canhão nazista mostrado no filme realmente existiu de fato, porém não conseguiu cumprir todas as suas promessas. Sem tempo para melhorar o projeto pois a guerra estava chegando ao fim a monstruosa arma de Hitler acabou se tornando mais um caro e ineficiente fracasso militar do III Reich em seus momentos finais.

Pablo Aluísio.

Boneco do Mal

Título no Brasil: Boneco do Mal
Título Original: The Boy
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Stacey Menear
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Diana Hardcastle
  
Sinopse:
Greta Evans (Cohan) é uma babysitter americana que é contratada por um casal de idosos ingleses para cuidar de seu filho. Ao chegar na casa deles descobre, para seu completo espanto, que a criança havia morrido há 20 anos. No lugar dela seus pais colocaram um boneco, como se ele ainda estivesse vivo. Uma situação completamente bizarra e surreal, para não dizer estranha e assustadora. Precisando urgentemente de dinheiro Greta aceita cuidar do boneco. O que ela jamais pensaria supor era que de alguma forma o espírito do garotinho morto pudesse se comunicar com o mundo dos vivos, através daquele objeto assustador.

Comentários:
Mais um filme de terror com bonecos? Nada animador, você pode pensar inicialmente... O mais surpreendente é que esse filme conseguiu superar esse estado de saturação esperada para criar um clima de horror e suspense que vai garantir no mínimo uns quatro bons sustos (daqueles de dar arrepios em você!). O que ajuda é a recriação do clima dos velhos filmes de terror ingleses, passados naquelas velhas mansões vitorianas, com todo aquele mistério encoberto por trás de cada porta de um quarto escuro. Assistindo a um filme como esse você entenderá perfeitamente que não é preciso uma tonelada de efeitos especiais para assustar ninguém. O boneco Brahms é apenas isso, um boneco inanimado. Ele não surge em efeitos de computação gráfica e nem sai correndo atrás das pessoas com uma faca como fez Chucky em "Brinquedo Assassino". Nada parecido com isso vai acontecer, pode ficar tranquilo. Mesmo assim Brahms consegue ser incrivelmente assustador na maioria das cenas. O espectador vai fazer uma conexão com a alma do garotinho falecido e o boneco, como se aquele se utilizasse do fantoche para interagir com o mundo dos vivos. 

O casal de velhinhos, pais do verdadeiro Brahms, são cordiais e extremamente educados, mas ao mesmo tempo parecem esconder algo realmente sinistro em seu passado. Eles dizem que vão viajar e deixam a Babysitter cuidando sozinha do boneco enquanto estão fora. Ela deverá seguir um roteiro de cuidados com o boneco, tal como se ele fosse um garotinho real. Claro que após o casal ir embora a jovem quebra todas essas regras, afinal se trata de apenas um boneco! Quem em sã consciência iria cuidar de uma coisa daquelas? Loucura tem limites! Essa quebra de regras (como colocar o boneco para dormir em determinada hora, ler para ele um livro ou tocar seu disco preferido) acaba despertando a fúria de uma força maior, longe da compreensão humana. Para finalizar deixo aqui minha única decepção com o roteiro. Spoiler: Gostaria muito que a estória seguisse nessa linha sobrenatural até o final, mas infelizmente não foi esse o caminho seguido pela roteirista Stacey Menear. Ela preferiu um desfecho mais racional (e bem menos assustador do que se poderia pensar). Ao trocar uma intrigada estória de fantasmas e espíritos malignos, por algo mais, digamos, mundano, o filme perdeu grande parte de seu charme inicial. Nem sempre as escolhas por um desfecho mais realista e pé no chão se mostram as mais certeiras. Mesmo assim, pelo que se vê no começo do filme, vale muito a pena assistir.

Pablo Aluísio.