quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Caminhos da Floresta

Não parece, mas "Into the Woods" é um musical da Disney adaptado do texto original escrito por James Lapine (que chegou até mesmo a dirigir uma comédia com Michael J. Fox na década de 90 chamada "Um Talento Muito Especial"). A premissa básica é reunir em uma só história quatro contos infantis bem conhecidos: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Cinderela. Imagine colocar juntos todos os personagens desses famosos contos de fadas, reunindo todos eles em um só enredo. Depois adicionar uma grande atriz como Meryl Streep como uma bruxa da floresta que jogou uma maldição em um casal e pronto, está feito o roteiro. Como se trata de um musical obviamente há muitos números de canto. Por isso praticamente todo o elenco canta em algum momento do filme, até mesmo atores e atrizes que nunca fizeram isso em cena em outros filmes. De todos eles a que se sai melhor é realmente Meryl Streep. Ela já havia soltado a voz em "Mamma Mia!" e conforme deixou claro em várias entrevistas adora cantar sempre que a oportunidade surge em sua carreira. Claro que o que ouvimos durante as cenas não é o resultado de um tom natural, muitas vezes os atores vão para o estúdio e cantam praticamente o dia inteiro tentando acertar alguma nota musical. Depois com a tecnologia que os estúdios de gravação dispõem atualmente tudo é montado para parecer que a performance de todos eles é impecável. Mesmo sendo fruto de muitos programas de áudio não podemos deixar de elogiar pelo menos a coragem desses profissionais em se expor assim, em algo que nunca foi necessariamente seu ponto forte. Até Johnny Depp dá seu pequeno show como o Lobo Mau na floresta esperando pela Chapeuzinho Vermelho, o que origina um dos momentos mais divertidos do filme.

Já voltando ao roteiro eu devo dizer que nem sempre o resultado de reunir tantas histórias diferentes em uma só me deixou muito satisfeito. A verdade é que o roteiro tem uma característica que me incomodou um pouco. Ele nunca mostra o principal de cada conto de fadas. Assim, por exemplo, você não verá João entrando na casa do gigante após escalar o pé de feijão. Ela já surge depois, fugindo com as moedas e o ovo de ouro que roubou. Uma criança que ainda não conheça os contos de fadas ficará um pouco perdida. Eu considerei isso um erro e tanto por parte do roteirista pois ele presume que cada criança que vá ao cinema ver esse filme já saiba de antemão tudo o que acontece nos contos de fadas que deram origem ao filme. O mesmo vale para todos os demais personagens. Cinderela só aparece fugindo do príncipe depois do baile, sem explicar o que ela estaria fazendo lá, como chegou até a festa, etc. Rapunzel também é pouco explorada e Chapeuzinho Vermelho é só uma garotinha gulosa e mão leve para doces. Para a mente de uma criança de sete anos ou com menos idade tudo vai soar confuso e disperso. Mesmo assim ainda vale a pena conhecer o filme. É uma boa diversão, tem músicas bem escritas e um clima de fantasia que ajuda a digerir a produção. Não é impecável, mas diverte.

Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos, 2014) Direção: Rob Marshall / Roteiro: James Lapine / Elenco: Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, James Corden, Billy Magnussen, Chris Pine / Sinopse: Uma feiticeira da floresta (Streep) coloca uma maldição em um casal para que eles não tenham filhos. Para quebrar o feitiço ela exige que eles consigam quatro objetos preciosos: a capa da Chapeuzinho Vermelho, a vaca de João dos pés de feijão, o sapatinho de Cinderela e os cabelos de Rapunzel. Só com isso em mãos a bruxa deixará que o jovem casal seja feliz e tenha seu tão sonhado filho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt) e Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aliança do Crime

Boston, 1975. James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) é um criminoso sem maior expressão do submundo de uma cidade cada vez mais dominada pela máfia italiana. Para o FBI o principal objetivo passa a ser combater o crime organizado desse grupo mafioso. Em busca de informantes nas ruas o agente do FBI John Connolly (Joel Edgerton) acaba convencendo seus superiores a colocarem Bulger na sua lista de colaboradores. Isso acaba criando uma espécie de "imunidade" informal para Bulger que começa assim a ampliar seu domínio pela cidade, principalmente após a prisão do chefe da família Angiulo. Envolvido em apostas ilegais, assassinato, tráfico de armas e de drogas, extorsão e prostituição, o gângster começa a se tornar um dos maiores chefões de todo o estado, tudo com amparo indireto do próprio FBI. Afinal o agente Connolly que o conhece desde a infância está sempre encobrindo seus atos criminosos. Para completar o seu próprio irmão, Billy Bulger (Benedict Cumberbatch), acaba se tornando um político bem sucedido, principalmente com o apoio da comunidade irlandesa de Boston. O império de Bulger porém começa a ruir quando novos agentes do Bureau passam a desconfiar de que há algo muito errado no combate ao crime naquela divisão. Inexplicavelmente, apesar de seus vários e notórios crimes, Bulger continua à solta, agindo livremente, demonstrando que nem o FBI está livre de ter em seus quadros membros envolvidos com corrupção. A história de "Aliança do Crime" foi baseada em fatos reais. O bandido interpretado por Johnny Depp foi por muitos anos um dos mais procurados criminosos dos Estados Unidos. Na verdade ele acabou se tornando o resultado de uma política equivocada por parte do FBI nas décadas de 1970 e 1980. Na tentativa de prender os principais chefões da máfia italiana a agência acabou firmando pactos não oficiais com criminosos, alguns deles de baixo escalão. Com a prisão das principais famílias mafiosas acabou se abrindo um vácuo de poder dentro do mundo do crime, sendo que foi justamente dentro desse espaço que cresceram novos chefões como James 'Whitey' Bulger.

Três coisas chamam a atenção na produção. A principal delas é a maquiagem do ator Johnny Depp. Usar forte maquiagem não é nenhuma novidade em sua carreira, aliás isso é o comum em suas atuações. No caso desse filme Depp acabou ficando quase irreconhecível. Parecendo ser bem mais velho, calvo, cabelos brancos e com dentição ruim, nem seus olhos escaparam da transformação. Surgem opacos e sem vida, retratando o estado psicológico psicopata de seu personagem. Realmente parece uma outra pessoa. Depp tentou um encontro com o verdadeiro James 'Whitey' Bulger que atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua, mas não conseguiu. O infame criminoso não quis saber da adaptação de sua vida para as telas. Ele já está com quase 90 anos e nessa altura de sua vida não quer mais reviver velhas histórias de seu passado criminoso. O segundo aspecto a se destacar em "Aliança do Crime" é a tentativa por parte do diretor Scott Cooper (de "Coração Louco" e "Tudo por Justiça") em recriar o antigo estilo das produções sobre máfia da década de 1970. A fotografia saturada, com jeitão de filme antigo, tenta assim ressuscitar aquele clima antigo. Como ele não é Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, o resultado se torna apenas parcialmente bem sucedido. Faltou a Cooper melhor humanizar (ou desumanizar, dependendo do ponto de vista) seus principais personagens. A vida familiar e pessoal de Bulger, por exemplo, só é em parte bem desenvolvida. Descobrimos que ele perdeu um filho ainda muito jovem por causa de uma doença rara, porém isso não é melhor explorado. Sua esposa simplesmente desaparece a partir de determinado ponto do roteiro, sem maiores explicações. As reais motivações do agente Connolly também nunca ficam muito claras. Ele seria apenas um sujeito meio bobo e sem noção ou teria de fato interesses maiores na atuação de seu conhecido de infância, Bulger? Por fim e não menos importante, o roteiro apesar de apresentar essas falhas, até que se sai razoavelmente bem ao contar uma história que se prolonga por várias décadas. A principal referência que o espectador se lembrará será de filmes como "Os Bons Companheiros" ou "O Pagamento Final". Como Cooper porém jamais será Scorsese ou De Palma, temos assim apenas um bom filme e não uma obra prima como certamente teria acontecido caso fosse dirigido por esses mestres.

Aliança do Crime (Black Mass, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Mark Mallouk, Jez Butterworth / Elenco: Johnny Depp, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson / Sinopse: Durante a década de 1970 o criminoso James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) se torna informante do FBI em Boston. Ele repassa aos federais informações sobre as atividades criminosas da família mafiosa Angiulo. Com a prisão de seus membros a cidade acaba se tornando um território livre para que Bulger expanda sua rede de atividades ilegais. Jogos, apostas, prostituição, tráfico de armas, extorsão e comércio de drogas o tornam um sujeito rico e poderoso do submundo. E tudo isso contando com a preciosa ajuda do agente do próprio FBI John Connolly (Joel Edgerton). Filme vencedor do Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Edição.

Pablo Aluísio.

Interestelar

Não é pequeno o número de pessoas que não gostaram desse filme. Eu sei explicar bem a razão. Não temos aqui um roteiro de fácil digestão. Na realidade o argumento é um dos mais inteligentes que já vi nos últimos anos. Ele lida com universos paralelos, dimensões espaciais e física, muita física, ou melhor dizendo, astrofísica. As distâncias e o espaço / tempo são tão grandiosos em termos universais que até mesmo nossos conceitos mais básicos se tornam elásticos e sem muito sentido diante da realidade explorada pelo filme em si. Os roteiristas de "Interestelar" não o escreveram para um público mediano, que mal consegue lidar com conceitos mais simples da ciência. Na verdade eles partiram do pressuposto que o espectador já teria algum colchão de conhecimento para absorver tudo o que verá pela frente. Só assim haveria a mínima possibilidade de compreender como o astronauta Cooper (Matthew McConaughey) consegue entrar em um buraco de minhoca, vindo parar em uma realidade paralela, em outra dimensão dentro de nosso próprio mundo. Uma vez lá ele tenta se comunicar com o seu Eu desse outro espaço tempo e o ciclo volta a se renovar, mostrando nesse sentido a universalidade da própria eternidade.

Já deu para perceber que não é uma ficção para quem andou cabulando as aulas de física no ensino médio não é mesmo? Pois bem. Se o espectador conseguir pelo menos pegar parte dessas nuances já terá feito alguma coisa. Na verdade o filme tem além de um roteiro excepcional uma direção de arte brilhante (que recria como seria alguns exoplanetas no universo) e efeitos especiais bem feitos e que trabalham em sintonia com a história que está contando. Provavelmente o filme vai agradar muito mais aos que já se interessam por esse tipo de tema. Os espectadores eventuais que não estejam dispostos a pensar muito vão acabar sofrendo para pegar tudo o que vê na sua frente. Não é um filme para amadores. "Interestelar" exige concentração e foco, algo que infelizmente falta em abundância no público que frequenta cinemas hoje em dia.

Interestelar (Interstellar, Estados Unidos, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

007 Contra Spectre

Depois dos acontecimentos do filme anterior o agente James Bond (Daniel Craig) resolve ir atrás do criminoso Marco Sciarra (Alessandro Cremona) na Cidade do México. Ele foi indicado por M (Judi Dench) em um vídeo, determinando que Bond o eliminasse assim que o encontrasse. Tudo de forma não oficial. Ao colocar as mãos no mafioso, Bond descobre que há uma organização muito maior e mais organizada por trás de tudo o que anda acontecendo, inclusive dentro do próprio governo inglês. Há uma movimentação para que o o projeto de agentes 00 (com licença para matar) seja encerrado de forma definitiva. Além disso um burocrata chamado C (Andrew Scott) está lutando para que todos os serviços de inteligência sejam unificados, numa clara tentativa de controlar todo esse poder. Mal sabe Bond que tudo está sendo determinado pelo misterioso Blofeld (Christoph Waltz), líder de um grupo criminoso internacional chamado Spectre. O objetivo final é o controle completo do aparato de espionagem dos principais países ocidentais. "Spectre" é o quarto e ultimo filme de James Bond com o ator Daniel Craig já que o próprio ator anunciou recentemente que não mais voltará ao personagem. Depois de nove anos interpretando o agente 007, Craig se justificou dizendo que não havia mais nada a explorar dentro desse universo. Ele deseja agora trilhar outros caminhos na carreira. Uma pena já que esse também é seguramente o pior filme da era Craig. Isso até me surpreendeu de forma negativa porque havia gostado bastante do anterior, "Operação Skyfall" de 2012.

Nesse novo filme se nota claramente que os roteiristas tentaram em vão voltar aos velhos tempos, partindo de uma trama mais tradicional. Não deu muito certo. Apesar de trazer de volta um dos vilões mais clássicos da franquia, o cruel Blofeld, que apareceu pela primeira vez em "Moscou Contra 007" de 1963, o resultado se mostrou apenas morno demais. A trama é bem básica e se desenvolve de maneira quase preguiçosa. Não há tantas sequências memoráveis de ação como nos filmes anteriores mais recentes e a sensação de Déjà vu logo se impõe. Rodado na Cidade do México, Roma e Londres, além de inúmeras tomadas de cenas nas geleiras da Áustria e nos desertos do Marrocos, o filme decepciona até mesmo na beleza dessas paisagens naturais, bem pouco aproveitadas. E por falar em desperdício de talento o grande equívoco do filme vem principalmente da pouca exploração da presença do ótimo ator Christoph Waltz. Ele tem poucas cenas realmente importantes e em nenhuma delas tem uma oportunidade real de mostrar seu talento dramático. Ao invés de desenvolver melhor o lado psicológico de seu duelo com James Bond, os roteiristas escolheram o caminho mais fácil, apelando para clichês (como na explosão das instalações no meio do deserto, algo que já saturou em se tratando de filmes da série). Outro velho problema que se repete vem das inúmeras situações de conclusão ao longo do filme. Toda uma teia é tecida com extremo cuidado para depois ser dissolvida das formas mais banais. O vilão está incomodando? Explode-se tudo! C é um burocrata odioso? Jogue ele do alto do prédio... e por aí vai. Provavelmente o surgimento tardio da Spectre nessa era Craig que se encerra aqui seja aproveitada no próximo filme, já sem o ator. Vai funcionar? Só o tempo dirá. O que podemos dizer é que nessa nova produção definitivamente não pareceu dar muito certo.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio. 

Livre

Filme muito bonito e tocante. A personagem principal se chama Cheryl Strayed (interpretada pela talentosa atriz Reese Witherspoon que inclusive foi indicada ao Oscar por sua atuação). Após o fim de seu casamento e a desesperada tentativa de superação de uma antiga dependência química, além de vários outros problemas em sua vida, ela resolve fazer uma jornada de auto conhecimento, pegando a estrada em direção à rota Pacific Crest. Com uma mochila nas costas ela encara as dificuldades de seguir em frente rumo ao seu objetivo. Nesse processo acaba fazendo uma profunda reflexão sobre si mesma enquanto vai conhecendo pessoas interessantes pelo caminho. A história é baseada em fatos reais e foi contada pela própria autora no livro "Wild: From Lost to Found on the Pacific Crest Trail". Assim com um material rico em mãos foi apenas questão de encontrar os atores certos e um bom roteirista.

Curiosamente foi a própria atriz Reese Witherspoon que acreditou no projeto e praticamente tocou o filme em frente com seus próprios recursos. Ela certamente estava cansada do material que Hollywood lhe vinha oferecendo ano após ano, na maioria das vezes chatinhas comédias românticas que batiam na mesma tecla. Esse filme foi uma tábua de salvação, consagrando aquela máxima de que se você quer algo terá que lutar por isso. O resultado é mais do que agradável. Além dos lindos cenários naturais onde a história se passa o filme conseguiu ainda passar ao espectador todas as angústias, dificuldades e tramas que a personagem principal vive. Nada como a natureza para repensarmos os caminhos que resolvemos seguir em nossa existência. Uma verdadeira lição de vida que vai agradar e emocionar em cheio aquele tipo de público que procura por algo mais profundo em termos de cinema. Ótimo filme.

Livre (Wild, Estados Unidos, 2014) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro escrito por Cheryl Strayed / Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Gaby Hoffmann / Sinopse: Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) é uma jovem com muitos problemas pessoais e emocionais que precisa respirar novos ares para repensar sua vida. Seu casamento acabou e ela ainda luta para superar seu vício em heroína. Em busca de uma saída ela coloca uma mochila nas costas e sai pela trilha de Pacific Crest onde conhece novas pessoas e vive experiências inéditas em sua jornada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Supergirl

Já que os quadrinhos são a bola da vez o canal CBS resolveu produzir essa série sobre a prima do Superman, a Supergirl. Ok, pode parecer apelação e de certa forma é mesmo, porém não deixa de ser no mínimo curioso ver no que tudo isso vai dar. O episódio piloto apresenta então para o público a história de Kara Danvers. Ela é enviada logo atrás da nave do futuro Superman, justamente para lhe proteger nos confins do universo. Durante a viagem interplanetária sua espaçonave é desviada. Só após mais de 20 anos ela finalmente chega em nosso planeta. Depois de um começo tímido, Kara começa a finalmente entender sua importância para a humanidade. Ela é jornalista (como Clark Kent), tem uma identidade secreta (como o primo), nutre uma paixão platônica por um colega de trabalho e tenta de todas as maneiras encontrar seu lugar no mundo. Nesse primeiro episódio ela ainda descobre que existe uma agência do governo especializada em controlar a ameaça alien e que há um grupo de criminosos de Kripton soltos na Terra.

Tudo bem, o roteiro é bem comic e tudo mais, porém devo dizer que achei tudo um tanto mediano, mas também ao mesmo tempo simpático. Os efeitos especiais não são de encher os olhos, mas estão na média do que é exibido em séries de TV, onde o orçamento é sempre mais apertado do que a de filmes de cinema. O elenco tem um grande trunfo para cativar o espectador, a própria atriz Melissa Benoist. Ela é simpática, carismática e bonita. Não demonstra nenhum constrangimento em interpretar uma heroína que sai por aí voando de minissaia. Vestiu literalmente a camisa do espírito da série e se saiu muito bem, sempre com um sorriso doce e extremamente simpático em cada cena. Provavelmente ela venha a salvar a série, já que a personagem que interpreta nada mais é do que uma versão feminina nada sutil do próprio Superman. É praticamente uma cópia, sem tirar e nem colocar muita coisa de diferente. Na última semana o canal CBS anunciou que mais dez episódios serão produzidos, demonstrando que pelo menos comercialmente a série agradou ao grande público.

Supergirl (Supergirl, Estados Unidos, 2015) Direção: Glen Winter / Roteiro: Ali Adler, Greg Berlanti, Andrew Kreisberg / Elenco: Melissa Benoist, Mehcad Brooks, Chyler Leigh / Sinopse: Kara Zor-El (Melissa Benoist) é enviada para a Terra para proteger seu primo, o Superman. Uma vez na Terra ela descobre que ele vai muito bem e que de fato não precisa dela. Assim Kara resolve usar seus super poderes para proteger a humanidade contra a ameaça de um grupo de criminosos espaciais que fugiram de seu planeta natal, Krypton.

Pablo Aluísio.

Dirty Harry na Lista Negra

Em busca de financiamento para realizar seu antigo projeto, "Bird", um filme sobre o músico Charlie 'Bird' Parker, o ator e diretor Clint Eastwood resolveu aceitar o convite da Warner Bros para interpretar pela última vez o tira durão "Dirty" Harry Callahan. Naquela altura Clint já não tinha mais desejo de voltar ao papel, porém como o cachê oferecido foi de fato excelente ele retornou para se despedir de um de seus personagens mais conhecidos em toda a carreira. Na história o velho tira com seus métodos violentos acabara de se tornar um problema para o Departamento de Polícia. Tentando capitalizar em torno de sua popularidade seu chefe decide transformar o detetive em uma espécie de garoto propaganda ao mesmo tempo que o tira das ruas, evitando assim novos processos por brutalidade policial. A tática porém não dá certo. Há novos crimes pela cidade e pelo que tudo indica um perigoso psicopata também anda à solta e quer Harry como seu troféu. Uma estranha ligação com um diretor de filmes de terror também parece ser o fio da meada que faltava para o policial descobrir toda a verdade.

Como era de se esperar o filme tem muita ação e violência e pelo menos uma excelente sequência quando Dirty protagoniza uma inusitada cena de perseguição pelas ruas com um carrinho controlado por controle remoto cheio de bombas e explosivos. O filme foi apenas razoavelmente bem nas bilheterias e a crítica não gostou muito. Parecia que Dirty Harry havia se tornado uma coisa do passado, dos anos 70. Clint, já um pouco envelhecido, não queria também apenas se repetir em sua carreira. Assim que o filme foi lançado ele anunciou que seria o último da série, uma promessa que aliás acabou cumprindo. Embora seja de fato o mais fraco de sua linhagem não se pode negar que "Dirty Harry na Lista Negra" cumpriu bem seus propósitos. Revisto hoje em dia acaba nos deixando com saudades desse tipo de filme policial. Na época poderia ser até quase banal, já hoje em dia ter filmes com essa qualidade chega a ser uma raridade. Sinal dos tempos.

Dirty Harry na Lista Negra (The Dead Pool, Estados Unidos, 1988) Direção: Buddy Van Horn / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: Clint Eastwood, Liam Neeson, Patricia Clarkson / Sinopse: Depois de vários problemas com a justiça o tira "Dirty" Harry (Eastwood) é designado por seus superiores para fazer o tipo garoto propaganda do Departamento. A intenção é tirar o velho tira das ruas ao mesmo tempo em que se ganha alguns pontos com a população por causa de sua popularidade. As coisas acabam não dando certo, principalmente depois do aparecimento de um psicopata que deseja matar Harry justamente por causa de sua fama.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de novembro de 2015

Roxanne

Simpática comédia romântica inspirada em "Cyrano de Bergerac", peça teatral clássica escrita em 1897 por Edmond Rostand. O tema central permaneceu o mesmo, porém adaptado para ser um filme estrelado pelo comediante Steve Martin. Ele interpreta C. D. Bales, um bombeiro romântico e de bom coração que a despeito de seu romantismo não consegue se relacionar com as mulheres por causa de um nariz enorme e nada estético. Ele nutre uma paixão platônica pela bela e jovem Roxanne (Daryl Hannah), mas não consegue se declarar a ela por vergonha de sua própria aparência. Bales acredita que se um dia vier a se declarar para sua amada será rejeitado. Para seu azar um jovem rapaz que trabalha ao seu lado no corpo de bombeiros da cidade também se apaixona por Roxanne. O sujeito é um tanto quanto vazio porém bonitão, então Bales resolve lhe ajudar, escrevendo lindos poemas de amor para ela. Assim Roxanne acaba se apaixonando pelo rapaz sem saber que todo aquele sentimentalismo e emoção na verdade não partem dele.

O roteiro de "Roxanne" foi escrito pelo próprio Steve Martin. Ele se saiu muito bem e acabou escrevendo um texto leve, sentimental e até mesmo, em certo aspecto, muito elegante. É importante ressaltar que "Roxanne" foi lançado em uma das fases mais inspiradas do ator. Ele conseguiu estrelar uma pequena obra prima atrás da outra. O diferencial desse filme para os demais era justamente o romantismo do personagem principal. O argumento é muito inteligente ao explorar um homem bom, de excelente caráter, que nunca consegue se tornar atraente para as mulheres simplesmente porque não tem os atributos físicos adequados. A sua beleza interior, que é imensa, é subjugada por seu nariz descomunal. Olhando sob esse ponto de vista temos uma bela lição de vida pela frente. Um filme bem acima da média, especialmente indicado para corações românticos que se identifiquem de alguma forma com o personagem principal.

Roxanne (Roxanne, Estados Unidos, 1987) Direção: Fred Schepisi / Roteiro: Steve Martin, baseado na obra de Edmond Rostand / Elenco: Steve Martin, Daryl Hannah, Rick Rossovich / Sinopse: C. D. Bales (Martin) é um bombeiro de uma cidade do interior dos Estados Unidos que se apaixona pela bela e radiante Roxanne (Hannah). Envergonhado por seu enorme nariz ele não consegue criar coragem para se declarar a ela. Quando um jovem membro da corporação se apaixona também por Roxanne, Bales se oferece para ajudar, escrevendo lindos poemas de amor para sua amada, algo que acabará criando muitos problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Steve Martin).

Pablo Aluísio.

Segundas Intenções

Título no Brasil: Segundas Intenções
Título Original: Cruel Intentions
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Roger Kumble
Roteiro: Roger Kumble
Elenco: Sarah Michelle Gellar, Ryan Phillippe, Reese Witherspoon, Tara Reid, Joshua Jackson, Selma Blair
  
Sinopse:
A jovem adolescente Annette Hargrove (Reese Witherspoon) escreve um artigo para uma conhecida revista teen defendendo a virgindade. Ela própria escreve que pretende se casar virgem, seguindo as antigas tradições de sua família. O texto chama a atenção de dois estudantes fúteis e ricos, Sebastian Valmont (Ryan Phillippe) e Kathryn Merteuil (Sarah Michelle Gellar) que decidem se aproximar de Annette para testar suas pretensas virtudes morais. Filme premiado pelo MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Essa história você já assistiu antes em dois filmes bem conhecidos, "Ligações Perigosas" e "Valmont". Na verdade o roteiro era mais uma adaptação do famoso romance do século XVII escrito por Choderlos de Laclos. Aquele mesmo enredo de um grupo de pessoas fúteis e ricas que resolvem colocar em teste as virtudes tão propagadas de uma jovem inocente, pura e virgem. A diferença básica de "Cruel Intentions" para as demais adaptações cinematográficas é que o diretor e roteirista Roger Kumble resolveu inovar na adaptação, não colocando os personagens em seu contexto histórico original, mas trazendo a mesma história de intrigas para os Estados Unidos dos anos 1990. Como filmes de terror e suspense dessa época estavam em moda, ele resolveu trazer o velho romance para o mundo atual, escalando um grupo de jovens atores (alguns mais parecendo modelos do que atores) para seu filme. Como se sabe os filmes de terror e suspense dos anos 1990 apostavam muito nessa fórmula, levando um grupo de estrelinhas adolescentes para estrelar as fitas. O resultado final é até muito bom. O filme ganhou elogios da crítica, o que é de se admirar para esse tipo de filme. Particularmente ainda prefiro as versões mais fiéis, com tudo sendo passado no século XVII. De qualquer forma inegavelmente essa transposição temporal até que funcionou bem, para surpresa de muitos. O sucesso foi tão surpreendente que o filme ganhou uma sequência, essa porém bem mais inferior e sem o elenco original.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de novembro de 2015

Vingadores: Era de Ultron

O filme já começa com uma grande batalha envolvendo os Vingadores. Eles estão tentando tomar posse de uma pedra, uma jóia do universo, que estava sob domínio de Loki, irmão de Thor. Após conseguirem finalmente colocar as mãos nela Tony Stark (Robert Downey Jr) resolve usar JARVIS para analisar do que se trataria realmente o misterioso artefato. Chega-se a conclusão que seria uma espécie avançada de inteligência artificial. O problema é que essa criatura que se denomina Ultron começa a ganhar poder e força. Após subjugar JARVIS ele finalmente se espalha pelo mundo virtual, usando para isso a Internet. Virtualmente impossível de ser capturado Ultron começa a desenvolver seu objetivo maior: trazer paz para a Terra. Em sua forma de pensar porém isso só será alcançado com o fim da humanidade e a criação de uma nova raça de seres superiores sem os defeitos, erros e incoerências do ser humano. Para evitar que a espécie humana seja extinta os Vingadores se unem para destruir essa perigosa ameaça ao planeta. Segundo filme da Marvel a explorar os Vingadores no cinema. Como era de esperar nessa era de grande sucesso de personagens de quadrinhos no cinema, esse segundo filme dos Vingadores se tornou um grande campeão de bilheteria. Em pouco tempo a produção alcançou o posto de sexta maior bilheteria da história do cinema com 1.32 bilhão de dólares arrecadados. É muito dinheiro realmente. Não existe atualmente nenhum outro gênero cinematográfico que tenha tanto potencial de renda. Deixando um pouco de lado esse aspecto puramente comercial temos que reconhecer que o filme como diversão e produto da cultura pop é bem eficiente. Não é uma obra de arte nem tampouco uma obra prima, mas diverte bastante. O roteirista e diretor Joss Whedon resolveu de forma inteligente não complicar algo que no fundo é até bem simples. Usando os próprios quadrinhos como referência absoluta ele escreveu um enredo que se assemelha e muito a um arco narrativo do próprio universo das revistas dos heróis Marvel. Ponto positivo, sem dúvida. De quebra explorou ainda vários detalhes do mundo dos quadrinhos na tela, como por exemplo, a Hulkbuster, uma roupa especial usada pelo Homem de Ferro para enfrentar o Hulk no mano a mano. Essa cena de luta aliás é uma das melhores sequências do filme.

Sem a necessidade, muitas vezes enfadonha, de ter que sair apresentando personagem por personagem, o roteiro teve liberdade para contar um enredo com um melhor ritmo, sem se preocupar com bobagens desnecessárias. Além disso há um ótimo vilão em cena, o Ultron. Logo que ele começou a declamar suas falas em cena eu reconheci imediatamente aquela forma singular de falar. Não poderia ser outro ator a dublar que não fosse o ótimo James Spader. A sensação inconsciente que tive foi que aquele robô havia incorporado o personagem Raymond 'Red' Reddington da série "The Blacklist". O mesmo sentimento, a mesma maneira de se expressar. Até mesmo os técnicos de efeitos especiais se empenharam em trazer os trejeitos de Spader para aquela máquina. Sinceramente essa foi para mim a melhor coisa de todo o filme. Simplesmente impagável. Em relação aos demais Vingadores temos que reconhecer que aquele velho problema de filmes com muitos protagonistas se repete aqui. Há muitos heróis para explorar ao mesmo tempo, com isso todos eles acabam sendo mal aproveitados de uma forma ou outra. No fundo a ideia de uma equipe de super heróis só funciona mesmo nas cenas de ação quando eles se unem para combater o mal, aqui corporificado em um exército de robôs controlados remotamente por Ultron. Confesso que em relação a essas mesmas máquinas não senti muita credibilidade nos efeitos digitais. Eles não reagem à gravidade, não parecem ter massa ou peso algum e deixam a sensação que estamos vendo um videogame. Em um aspecto que não poderia haver falhas o filme realmente apresenta esse defeito. Os efeitos não são tão perfeitos como era de se esperar. Para os apaixonados por quadrinhos porém isso tem pouca importância. Eles querem mesmo é ver seus personagem preferidos em carne e osso, aqui com o bônus de encontrarem pela primeira vez uma nova galeria de heróis formado por personagens como Visão, Feiticeira Escarlate e Mercúrio. Provavelmente a Marvel vá aproveitar cada um deles em futuros filmes ou séries, afinal de contas se há algo lucrativo hoje em dia no mundo do cinema essa é a adaptação de quadrinhos em série para a sétima arte. Assim deixo a recomendação, mesmo que você não seja um leitor dessas histórias a diversão certamente estará garantida.

Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, Estados Unidos, 2015) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon, baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby / Elenco: Robert Downey Jr., James Spader, Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Paul Bettany / Sinopse: Um novo vilão chamado Ultron (James Spader) decide destruir a humanidade para em seu lugar recomeçar a história da Terra com uma nova raça de seres evoluídos, inteligentes e racionais. Para evitar que seus planos sejam levados em frente um grupo de super-heróis que se denomina de Vingadores resolve combater essa nova ameaça. Filme indicado a vários prêmios do Australian Film Institute, Golden Trailer Awards e Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio. 

RoboCop

O primeiro RoboCop é uma pequena obra prima dos anos 80. Claro que as várias sequências, algumas bem ruins, saturaram de certa maneira o personagem. Isso porém nunca tirou o mérito original do primeiro filme. Agora com a escassez de ideias que assola Hollywood resolveu-se realizar um remake, zerando a franquia, recomeçando tudo de novo. O resultado é essa nova versão dirigida pelo brasileiro José Padilha. Como ele foi o diretor dos excelentes filmes nacionais da franquia "Tropa de Elite" eu pensei que haveria mais conteúdo e substância nessa repaginada. Afinal de contas até mesmo o filme original colocava em pauta assuntos interessantes como a força das corporações controlando o aparelho policial que deveria ficar nas mãos do Estado. Certamente haveria bom material para levar adiante.

Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.

RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O Último Caçador de Bruxas

Assim que tomei conhecimento da existência desse filme e vi o nome do ator Vin Diesel no elenco já percebi que não havia muito o que esperar. Ele se especializou nesse tipo de filme sem conteúdo nenhum, vazio e baseado muitas vezes apenas em efeitos especiais e cenas de ação e nada mais. Então ver o Vin Diesel em um filme que supostamente seria de terror já causava desconfiança. Eu estava certo em todas as previsões. Realmente pouca coisa se salva nesse "O Último Caçador de Bruxas". No começo pensei se tratar de mais uma daquelas adaptações de quadrinhos, mas não era nada disso. É realmente um roteiro original. Pena que não muito interessante ou criativo. A referência mais óbvia é aquele filme "Van Helsing: O Caçador de Monstros" de 2004. Uma maneira de tentar modernizar monstros clássicos com toneladas de efeitos digitais. Bom, todo mundo sabe que aquele filme passou longe de ser bom, então... Basicamente é uma tentativa de fazer um terror baseado nas lendas envolvendo bruxas. Eu particularmente sempre fico incomodado com esse tema porque historicamente as "bruxas" não passavam de mulheres pobres, solteiras, que viviam em casebres miseráveis no meio das florestas. Como elas também tinham o hábito de criarem gatos pretos e preservar velhos costumes de antigas religiões pagãs, logo foram acusadas de serem feiticeiras! De forma triste acabaram caindo na rede de fanatismo religioso que dizimou milhares de mulheres inocentes na idade média e durante a colonização americana. Um período obscuro e triste, onde muitas foram mortas na fogueira, em uma brutalidade indescritível para os dias de hoje. Basta estudar as históricas "caças as bruxas" da inquisição protestante, principalmente na América do Norte na época da colonização, para entender que foi algo deplorável, o mais sombrio aspecto do fanatismo religioso que se teve notícia na história da humanidade. De uma maneira ou outra acabaram entrando no inconsciente coletivo. Obviamente que um filme tão vazio como esse não estaria preocupado em tratar historicamente o que aconteceu com as mulheres acusadas de bruxas no passado, mas sim partir do pressuposto de que eram bruxas mesmo, monstros a serviço do mal. Em suma, tudo uma grande bobagem.

Apesar de ser curto, o enredo desse filme é meio enrolado. Tentarei resumir da melhor maneira possível. Vin Diesel interpreta um caçador de bruxas chamado Kaulder. Ele nasceu no século XIII e após perder toda a sua família resolve se empenhar ainda mais na destruição dessas feiticeiras malignas. Durante um desses ataques ele se depara com a mais poderosa delas, tratada como a rainha por todas as demais. Essa lhe roga uma maldição: ele terá vida eterna, jamais morrerá e sofrerá muito por isso, passando os séculos remoendo as dores de seu trágico passado. O tempo passa e finalmente encontramos Kaulder nos tempos atuais. Ele continua caçando bruxas, mas agora faz parte de uma ordem religiosa secreta denominada "Machado e Cruz". Na sua luta para erradicar de vez com a magia negra no mundo ele conta sempre com a ajuda de um padre que recebe o título de Dolan. São membros da igreja designados justamente para essa função. O mais velho deles, interpretado por Michael Caine, está prestes a se aposentar. Antes que isso aconteça porém ele sofre um atentado à sua vida. Caberá a Kaulder descobrir quem matou seu antigo amigo. E isso tudo, acreditem, é apenas o começo da trama. Para não dizer que o filme só apresenta problemas e defeitos eu vou destacar dois aspectos positivos que encontrei. O primeiro vem do elenco. Além do veterano Michael Caine, que sempre vale ao menos uma espiada seja qual for o filme, temos também em cena a atriz Rose Leslie, a ruivinha guerreira Ygritte da série "Game of Thrones". Eu sempre considerei ela muito talentosa, pena que o seu personagem aqui, uma bruxinha do bem, não ajude muito. Mesmo assim ela garante os poucos e raros bons momentos do filme. Outro aspecto que merece uma certa dose de elogios é a direção de arte da produção. Tom Reta, o diretor de arte do filme, se baseou nas antigas crenças pagãs de culto à natureza para criar todo o visual estético da produção. Ficou diferente e bem interessante. Esse aspecto também passou para os efeitos especiais, todos baseados nessa premissa. Infelizmente nada disso serviu no final para salvar o filme como um todo já que inegavelmente é bem fraco realmente.

O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter, Estados Unidos, 2015) Direção: Breck Eisner / Roteiro: Cory Goodman, Matt Sazama / Elenco: Vin Diesel, Michael Caine, Rose Leslie, Elijah Wood, Ólafur Darri Ólafsson, Julie Engelbrecht / Sinopse: Durante a idade das trevas o caçador de bruxas Kaulder (Vin Diesel) é amaldiçoado por uma feiticeira. Ele jamais morrerá, para sofrer pelos séculos seguintes a dor psicológica pela morte de toda a sua família. 800 anos depois Kaulder está em Nova Iorque, fazendo parte de uma ordem religiosa chamada "Machado e Cruz" para caçar as bruxas que ainda vivem. O que ele não esperava era reencontrar nessa altura de sua vida os velhos inimigos do passado agindo novamente nas ruas da grande cidade.

Pablo Aluísio. 

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Como aconteceu com "Harry Potter" e "Crepúsculo" os produtores resolveram dividir em duas partes a conclusão de "Jogos Vorazes". Ora, se é possível lucrar duas vezes com uma mesma história não haveria mesmo outro caminho a seguir. Money Talks, como gostam de dizer os americanos. Então vamos lá de novo! Nesse filme a heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é escolhida para servir como símbolo da luta da rebelião dos distritos oprimidos contra a Capital. A situação é de guerra civil. Os distritos estão em escombros após pesados bombardeiros do poder central. No meio das ruínas Katniss é levada para estrelar uma série de vídeos com o objetivo de levantar a moral dos rebeldes. Para sua surpresa seu amado Peeta Mellark (Josh Hutcherson) começa a fazer a mesma coisa, só que do lado inimigo. A partir daí começa uma verdadeira guerra de propaganda de ambos os lados, o que acaba se revelando também uma tortura psicológica para Katniss porque afinal de contas ela nunca deixou de amar Peeta, mesmo agora, quando ele definitivamente está agindo de um modo nada normal, como se realmente estivesse abraçando a causa dos opressores. Para a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) porém tudo é válido para tirar do poder o tirânico e ditador Presidente Snow (Donald Sutherland), agora mais cruel e violento do que nunca por causa das lutas envolvendo a população civil dos distritos. Mesmo que Katniss saia machucada emocionalmente de tudo o que está acontecendo, sua participação se torna vital no esforço de guerra. Enquanto um lado tenta destruir o outro, quem acaba sofrendo mesmo são as pessoas desarmadas e indefesas. Muitas delas ainda conseguem lutar  apenas com suas próprias mãos, mas isso acaba tornando tudo ainda mais sangrento e destrutivo.

Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro:  Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O Hobbit: A Desolação de Smaug

Nesse fim de semana resolvi assistir aos dois últimos filmes dessa nova trilogia de Peter Jackson, "O Hobbit". O primeiro filme tive oportunidade de ver em seu lançamento. Sendo bem sincero não chegou a me empolgar completamente embora ficasse muito longe de ser ruim. Ao contrário da trilogia original de "O Senhor dos Anéis", o fato é que dessa vez Jackson não contou com um material original tão rico como da primeira vez. O livro "O Hobbit" escrito por J.R.R. Tolkien em 1937 é claramente uma obra infantil, sem a riqueza de detalhes de seus romances posteriores. Por essa razão o enredo é bem simples e sem maiores desdobramentos. Basicamente é a jornada de Bilbo Baggins e um grupo de anões em direção à montanha do antigo reino de Erebor, que marcou o auge da era de ouro daquele povo. Dentro há um imenso tesouro, inigualável dentro da Terra Média.  O problema é que essa riqueza está sendo guardada pelo dragão Smaug, que no passado causou destruição e morte por onde passou. O objetivo do hobbit não é enfrentar e matar aquele monstro, mas sim roubar uma pedra que dará ao seu dono o poder real sobre os sete reinos dos anões. Assim Bilbo, que tem fama de ser um ladrão talentoso (por mais estranho que isso possa parecer), deverá entrar na montanha tirando de lá a preciosa pedra. Com ela Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) pretende se tornar o senhor absoluto dos anões. No caminho eles precisam superar uma floresta milenar e sinistra, monstros, aranhas gigantes e é claro a fúria dos Orcs, que agora parecem estar sob o comando de um estranho e ainda desconhecido poder maligno, temido inclusive pelo mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen).

A partir daqui irei colocar spoiler, assim se você ainda não viu ao filme aconselho a não seguir o texto em frente. Pois bem, talvez o maior problema de "O Hobbit: A Desolação de Smaug" seja o fato dele ser bem inconclusivo. Tudo bem que no fundo a trilogia se trata na verdade de apenas um filme, separado em três partes, por motivos comerciais, porém deveria ter sido escolhido um critério melhor para fechar cada filme. Entenda o problema aqui. A questão é que Peter Jackson não fez um boa separação dos eventos entre as três produções. Perceba, por exemplo, que nesse roteiro temos a chegada dos anões na montanha, o enfrentamento de Smaug e sua fuga em direção ao pequeno vilarejo do lago, onde pretende se vingar da cobiça daqueles que querem roubar seus tesouros. Quando Smaug sai da montanha, Jackson resolveu terminar o filme! Teria sido bem mais lógico o diretor ter incluído o ataque da criatura no final dessa segunda sequência pois assim teríamos a conclusão dos acontecimentos principais dessa parte do livro. Ao contrário disso Peter Jackson, sabe-se lá a razão, resolveu seguir a fórmula dos velhos seriados de cinema dos anos 1930 e 1940, colocando os protagonistas em um momento final crucial, inconclusivo, de perigo e suspense, para tudo continuar e se concluir na semana seguinte, no próximo episódio. O problema é que cada filme foi lançado com intervalos anuais entre si, assim o espectador que foi assistir a essa parte 2 ficou literalmente no meio do caminho, não vendo nenhum dos eventos mostrados e desenvolvidos no filme sendo concluídos. Não resta dúvida que Peter Jackson é um grande cineasta, mas aqui ele errou, juntamente ao também roteirista, cineasta e amigo Guillermo del Toro, que também assinou o roteiro. Mesmo assim, sendo tão inconclusivo, não precisa se preocupar. É um filme tecnicamente impecável, com ótimas cenas e produção classe A. Afinal de contas Jackson pode ter se equivocada na separação dos eventos mostrados no livro de Tolkien, mas definitivamente não errou na mão ao colocar na tela todo aquele universo de fantasia e imaginação.

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, Estados Unidos, 2013) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Organizados pelo Mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), o hobitt Bilbo Baggins (Martin Freeman) e um pequeno grupo de anões vão em direção à montanha de Erebor, para tentar encontrar uma preciosa pedra que trará ao seu possuidor o direito de reinar sobre todos os reinos desse povo na Terra Média. Antes de cumprir sua missão porém eles terão que passar pelo terrível dragão Smaug. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Grammy Awards na categoria de Melhor Canção Original, "I See Fire" de Ed Sheeran.

Pablo Aluísio. 

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Esse é o último filme da franquia "O Hobbit". Como era de se esperar traz a conclusão da história. O roteiro começa mostrando a devastação causada pelo dragão Smaug no pequeno vilarejo do lago. Como eu escrevi no texto anterior esse ataque deveria ter sido usado como clímax no filme anterior pois fecharia bem aqueles acontecimentos explorados pelo segundo filme. Esse porém não foi o caminho escolhido por Peter Jackson. Considero essa sequência a melhor de todos os filmes. Muito bem executada e dirigida, contando com excelentes efeitos especiais. O dragão Smaug é sem dúvida o melhor personagem dessa nova trilogia, por mais estranho que isso possa soar. O fato dele falar e ter uma personalidade (ressaltada pelo ótimo trabalho de interpretação de voz pelo dublador Benedict Cumberbatch) acrescentou bastante ao filme como um todo. A luta para matar a criatura mitológica é certamente empolgante. Passado essa fase parte-se então para a montanha de Erebor, já dominada pelos anões. Como foi profetizado por Smaug a posse de toda aquela riqueza começa a corroer os valores morais e éticos do agora Rei Thorin (Richard Armitage). Ele se torna mesquinho, avarento e desprezível, ao ignorar a própria promessa que havia feito aos moradores do vilarejo antes de rumar em direção à montanha. Essa parte da história foi o momento em que J.R.R. Tolkien usou para criticar a ganância e a miséria que se abatem sobre os corações dos homens quando eles se tornam ricos e poderosos. Uma metáfora muito sutil e inteligente criada para que as crianças entendam desde cedo esse lado pouco louvável da alma humana. Em relação ao filme em si não haveria como criticar muito Peter Jackson nessa altura da trilogia já que ele contou com pouco material original para trabalhar. Eu até mesmo fico bem admirado em perceber que ele fez um filme de duas horas e quarenta minutos de duração em cima de apenas algumas páginas que trazem a conclusão de "O Hobbit" na literatura.

A conclusão do livro de J.R.R. Tolkien narra apenas a batalha envolvendo Elfos, humanos, Orcs e Anões pela possibilidade de assumir o controle sobre toda a riqueza que está dentro da montanha. Tudo muito sucinto e sem maiores detalhes. Assim Peter Jackson e sua equipe de roteiristas tiveram que rebolar para criar situações e mais situações para preencher o filme como um todo. Por essa razão não espere muito em termos de argumento e roteiro de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" pois o que basicamente se desenvolve aqui são confrontos e mais confrontos das raças da Terra Média no campo de batalha e nada muito além disso. Há também a morte de alguns personagens importantes, os sentimentos de luto e perda por eles e finalmente o retorno ao lar de Bilbo. Depois de muitos meses longe de lá ele finalmente retorna ao condado, de volta para sua vidinha de hobbit (e que Jackson aproveita para fazer uma pequena ponte com o começo da história de "O Senhor dos Anéis", fechando definitivamente o ciclo da obra de Tolkien). O filme também marca a despedida de Christopher Lee ao mundo do cinema. Após incríveis 278 filmes ele finalmente deu adeus à sétima arte em uma sequência muito boa e bem produzida que fez jus ao seu incrível trabalho por todos esses anos. Um adeus merecido a esse grande nome do cinema de fantasia. Os demais atores cujos personagens participaram da trilogia "O Senhor dos Anéis" passaram por um processo digital de rejuvenescimento com destaque para Orlando Bloom e Cate Blanchett. O efeito serve para demonstrar as incríveis possibilidades que a computação gráfica possibilita aos diretores nos dias de hoje. Então é isso, "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" passa longe de apresentar um roteiro brilhante ou algo assim, porém diverte bastante. Os fãs da obra de J.R.R. Tolkien certamente não ficarão decepcionados.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, Estados Unidos, 2014) ) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Depois da morte do dragão Smaug, os anões finalmente tomam posse da montanha de Erebor. O novo Rei Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) porém começa a ser corroído pela avareza e ganância, algo que atinge a praticamente todos que alcançam tamanho poder e riqueza. Ele ignora as promessas que havia feito e se recusa a ajudar os humanos do vilarejo que foi destruído pelo dragão. Seus problemas porém só começaram. A montanha passa a ser alvo de Elfos e Orcs, que lutarão pelo controle dessa riqueza inimaginável. Uma guerra de proporções épicas está para começar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.