terça-feira, 15 de setembro de 2015

Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido

Título no Brasil: Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido
Título Original: Allan Quatermain and the Lost City of Gold
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Gary Nelson
Roteiro: H. Rider Haggard, Gene Quintano
Elenco: Richard Chamberlain, Sharon Stone, James Earl Jones

Sinopse:
Robeson Quatermain (Martin Rabbett) desaparece misteriosamente durante uma expedição na África, onde se encontrava para encontrar uma tribo selvagem e desconhecida do homem branco e da civilização moderna. Para encontrar seu irmão desaparecido o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) e sua amiga Jesse Huston (Sharon Stone) partem em busca de pistas de seu paradeiro, uma atitude que deixará o tirano sanguinário Agon (Henry Silva) furioso!

Comentários:
Esse é para matar as saudades dos nostálgicos dos anos 80. Se trata da continuação de "As Minas do Rei Salomão" com o mesmo Richard Chamberlain interpretando o aventureiro Allan Quatermain. O filme é, em essência, uma imitação mais barata dos filmes de Indiana Jones, o que não deixa de ser muito curioso pois o personagem Allan Quatermain nasceu na literatura muitos anos antes de Jones! Assim vejam a ironia do destino, os produtores colocaram o famoso Quatermain imitando o herói do cinema Indiana Jones que, em última análise, já imitava muitos conceitos do aventureiro original em seus livros! Bem confuso não é mesmo? O grande destaque no elenco vai para a bela Sharon Stone! Nessa época, é bom salientar, ela ainda não era a estrela que todos viriam a conhecer mas sim "uma loira bonita que precisava pagar seu aluguel" como a própria se auto definiu quando relembrou esse filme numa entrevista recente. Tadinha, acabou recebendo uma indicação ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Atriz por seu trabalho aqui! Piadas à parte deixe isso de lado. Se você já conhece o estilo da produtora Cannon sabe bem o que irá encontrar. Diversão pipoca bem ao estilo anos 80.

Pablo Aluísio.

O Amor é Cego

Título no Brasil: O Amor é Cego
Título Original: Shallow Hal
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Sean Moynihan, Peter Farrelly
Elenco: Jack Black, Gwyneth Paltrow, Jason Alexander

Sinopse:
Para Hal (Jack Black) tudo o que importa é a beleza de uma mulher. Aconselhada por seu pai no leito de morte a só se envolver com beldades, ele sai colecionando ao longo da vida garotas bonitas ao seu redor. Seu superficialismo acaba quando um guru o hipnotiza. Assim Hal perde o senso de realidade. Ao conhecer Rosemary (Paltrow), uma mulher muito obesa, com mais de 150 quilos, ele só consegue enxergar uma garota esbelta e bonita em sua mente!

Comentários:
Eu tenho percebido uma certa mudança no mundo do humor nos últimos anos. Há uma certa ofensividade no ar. A graça muitas vezes nasce de piadas verdadeiramente ofensivas e grosseiras com as pessoas, afetando até mesmo suas dignidades pessoais. Não é à toa que tantos processos judiciais têm sido abertos ultimamente. Um dos percursores desse tipo de humor mais incisivo são os irmãos Bobby Farrelly e Peter Farrelly. Eles não parecem ter quaisquer limites. Esse aqui inclusive pode até mesmo ser considerado um dos menos ofensivos filmes da dupla - embora pegue pesado com a obesidade de certas pessoas. Em vista disso é um filme que certamente não vai agradar a todo mundo. Para rir das piadas infames o espectador terá que adotar uma certa postura adolescente, daqueles garotos que riem das situações mais diversas e absurdas. O mal gosto certamente impera mas faz parte do jogo. É o tipo de fita ao estilo "ame ou odeie". Se quiser arriscar, boa sorte!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

The Beatles - Help!

Título no Brasil: Help!
Título Original: Help!
Ano de Produção: 1965
País: Inglaterra
Estúdio: Walter Shenson Films, Subafilms
Direção: Richard Lester
Roteiro: Marc Behm, Charles Wood
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, John Bluthal 

Sinopse: 
Uma seita religiosa precisa recuperar um anel cerimonial que está nos dedos de Ringo Starr dos Beatles. Para colocar as mãos na valiosa jóia os membros sacerdotais não medirão esforços, indo atrás de Ringo e dos demais Beatles.

Comentários:
O segundo filme dos Beatles não tem o mesmo brilho de "A Hard Day´s Night" que era tão imaginativo quanto divertido. Para falar a verdade esse "Help!" como filme em si deixa muito a desejar. Não há propriamente um enredo a se contar, existe esse roteiro que muitas vezes parece ter sido escrito para algum desenho animado dos anos 60 e nada mais. O que salva esse musical é certamente as canções dos Beatles apresentadas ao longo da estorinha boba e muitas vezes sem graça nenhuma. A cada 15 ou 20 minutos os Beatles surgem fazendo o que sabiam melhor, cantando e tocando para acordar o público, cansado de tantas bobagens. O enredo em si investe no besteirol, com um humor tão tipicamente britânico. Em muitos momentos me recordei dos filmes do Monty Python mas a comparação não é muito justa pois "Help!" fica muito distante do talento da trupe de comediantes ingleses. O próprio Paul McCartney reconheceu anos depois que o filme realmente não era lá essas coisas, tanto que disse que os próprios Beatles, vendo que tudo não passaria de um abacaxi, começaram a dar sugestões descabidas no roteiro (como irem até as Bahamas, por exemplo). Por fim cabe a observação de que como atores os Beatles realmente eram ótimos músicos, pois em momento algum conseguem passar o mínimo de talento para a atuação. Nem Ringo (que queria se tornar ator profissional) consegue convencer. O trabalho dos quatro pode ser definido como completamente amadorístico. Em suma, melhor ver mesmo um resumo dos momentos em que os Beatles tocam nesse filme, já que vê-los atuar aqui é realmente de amargar. Noventa minutos que passam muito devagar de tão fraco que o filme é.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de setembro de 2015

O Grande Lebowski

O elenco original do filme "O Grande Lebowski" se reuniu novamente em los Angeles para celebrar os vinte anos do lançamento do filme. Jeff Bridges, John Goodman e Steve Buscemi relembraram das filmagens do filme que foi dirigido pelos irmãos Coen. Isso aconteceu duas décadas atrás. "O tempo passa rápido demais!" - comentou Bridges. O filme não foi um sucesso comercial em seu lançamento há 20 anos, mas acabou se tornando um cult movie com o passar do tempo. "É algo que ninguém esperava acontecer. Eu apenas achava um bom roteiro e por isso resolvi estrelar o filme, fazendo o papel de Dude" - acrescentou o ator.

O filme custou 17 milhões de dólares em 1998 e só conseguiu faturar nas bilheterias 15 milhões, mas depois que o filme foi lançado em vídeo começou uma propaganda espontânea, boca a boca, o que acabou transformando o fracasso nos cinemas em um filme lucrativo. Mais do que isso, o filme acabou caindo nas graças do público americano que o transformou em um autêntico cult movie. 

Será que um dia haverá uma continuação? Para Jeff Bridges isso nunca vai acontecer. "Espero que nunca façam uma sequência desse filme porque ele é único! Além disso eu jamais voltaria a interpretar o Dude, isso está fora de cogitação". No final o elenco celebrou e brindou ao trabalho realizado no passado. Foi uma boa festa de confraternização.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de setembro de 2015

Natureza Quase Humana

Título no Brasil: Natureza Quase Humana
Título Original: Human Nature
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Line Features, StudioCana
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Charlie Kaufman
Elenco: Tim Robbins, Patricia Arquette, Rhys Ifans,
Sy Richardson, David Warshofsky, Hilary Duff

Sinopse:
Uma mulher está apaixonada por um homem apaixonado por outra mulher, e todos os três têm planos para um jovem criado como um macaco. Filme premiado no Munich Film Festival.

Comentários:
Filme chatinho. Uma comédia que tenta dar uma de engraçada usando aspectos da teoria da evolução de Darwin, aquela mesmo que afirmava que o homem e o macaco tinha tido um ancestral comum. Com base nisso o roteiro tenta dar umas "sacadas geniais", mas sinceramente falando... tudo é tão cansativo e chato que não consegui dar nem um sorrisinho de compaixão com os envolvidos nesse filme. E olha que o elenco era até muito bom, com destaque para Tim Robbins, E isso me leva sempre a uma pergunta: quem fim levou Tim Robbins? Principalmente nos anos 90 ele emplacou vários filmes de sucesso, mas depois foi sumindo, sumindo... o tempo, esse dragão, realmente não perdoa certos artistas. Uma pena pois eu sempre o considerei bem talentoso.

Pablo Aluísio.

Homem-Pássaro

Título no Brasil: Homem-Pássaro
Título Original: Birdman
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Hanna-Barbera Productions
Direção: Joseph Barbera, William Hanna
Roteiro: Neal Barbera, Phil Hahn
Elenco: Keith Andes, Don Messick, John Stephenson, Vic Perrin, Mike Road, Ted Cassidy

Sinopse:
Birdman, ou Homem-Pássaro como era chamado no Brasil, é um super-herói alado que obtém seus poderes do sol, enquanto luta contra vários malfeitores com a ajuda de seu companheiro de batalha, uma águia conhecida como Vingador.

Comentários:
Quem foi criança no Brasil durante os anos 70 certamente assistiu esse desenho animado dos estúdios Hanna-Barbera. Eu me lembro perfeitamente de ter assistido inúmeros episódios dessa animação. Na realidade o desenho havia sido criado na segunda metade dos anos 60 nos Estados Unidos. Durou apenas duas temporadas! Era a tentativa da companhia em entrar no nicho dos super-heróis, que era dominado na época pelas editoras de quadrinhos DC Comics e Marvel. Os super-heróis da Hanna-Barbera nunca alcançaram a popularidade dos principais personagens dessas outras editoras, mas ao mesmo tempo não fizeram feio. Garantiram a alegria de muitas crianças naquela época. E esse aqui certamente foi um dos mais populares desenhos animados da programação infantil das TVs brasileiras, tendo sido exibida em vários canais abertos ao longo de todos esses anos. Hoje é um programa nostálgico e ainda muito divertido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Gotcha!

Título no Brasil: Gotcha! - Uma Arma do Barulho
Título Original: Gotcha!
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jeff Kanew
Roteiro: Paul G. Hensler, Dan Gordon
Elenco: Anthony Edwards, Linda Fiorentino, Jsu Garcia, Alex Rocco, Marla Adams, Klaus Löwitsch

Sinopse:
O jovem Jonathan (Anthony Edwards) é fera em jogos de paintball no campus universitário onde estuda. Só que o que era um mero jogo, acaba virando realidade quando ele viaja para Paris!

Comentários:
A expressão "Gotcha!" em língua inglesa significa algo próximo ao "Te Peguei" em nossa língua portuguesa. E é justamente esse o nome desse filme bem fraquinho que por anos foi um verdadeiro "clássico da Sessão da Tarde". Esse jovem ator chamado Anthony Edwards não conseguiu fazer carreira, apesar do relativo sucesso desse filminho para adolescentes, que aproveitava para também tirar uma casquinha de filmes de espiões ao estilo James Bond, o agente inglês 007, da famosa franquia cinematográfica. Esse aqui, claro, não chega nem perto. Filme bobinho dos anos 80 está praticamente esquecido nos dias de hoje. Enfim, só funcionava mesmo naquela década e olhe lá, pois nem naquela época eu consegui achar esse filme bom. Bola fora mesmo!

Pablo Aluísio.

O Mistério dos Escavadores

Um jovem é condenado injustamente por um crime que não cometeu. Ele então é enviado para um campo de detenção juvenil no meio do nada, de um deserto infernal. Lá passa a cumprir trabalhos forçados, cavando e cavando buracos, até que encontra algo que pode ter ligação com o passado do lugar, na história do velho oeste americano. O que será que tudo aquilo revela daquela região? Essa é a premissa desse filme que pouca gente viu e pouca gente se lembra.

OK, a sinopse mais parece ser de um drama sobre delinquência juvenil. Nada disso. A logomarca Walt Disney está no filme, então já se sabe que nada de muito pesado ou dramático vai aparecer no filme. Está mais para uma (quase) comédia assumida. Assisti a esse filme quando foi exibido pelo canal HBO. É uma daquelas produções que eu particularmente não gastaria dinheiro em um ingresso de cinema. Também é facilmente esquecível. Depois de alguns dias você vai esquecer completamente que um dia assistiu a esse filme.

O Mistério dos Escavadores (Holes, Estados Unidos, 2003) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Louis Sachar, Louis Sachar / Elenco: Shia LaBeouf, Sigourney Weaver, Jon Voight, Patricia Arquette, Tim Blake Nelson / Sinopse: Jovem cumprindo pena em um centro de detenção juvenil no meio do deserto acaba descobrindo algo sensacional ao cavar um burado no meio de toda aquela areia escaldante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Lugar Nenhum na África

Título no Brasil: Lugar Nenhum na África
Título Original: Nirgendwo in Afrika
Ano de Produção: 2001
País: Alemanha
Estúdio: Constantin Film
Direção: Caroline Link
Roteiro: Caroline Link, Stefanie Zweig
Elenco: Juliane Köhler, Merab Ninidze, Matthias Habich, Lea Kurka, Karoline Eckertz, Gerd Heinz

Sinopse:
Uma família alemã, de origem judia, decide ir embora de seu país pouco antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. A mudança de país salva suas vidas, mas a nova existência na África, no Quênia, também se revela cheia de desafios.

Comentários:
Filme alemão muito pouco conhecido. Eu o assisti sendo exibido em canais a cabo, muito provavelmente no canal HBO. É uma história interessante, mostrando esses europeus, de origem alemã, que precisam se adaptar a uma nova vida, vivendo e morando nos confins do interior da África. Lugar perigoso, não apenas por causa dos animais selvagens, mas também por violência e distúrbios sociais. O filme é até bom, diria curioso, mas não esconde também suas origens televisivas. É uma produção bem modesta, nada de encher os olhos. O que vale a pena é realmente seu enredo e sua história bem peculiar. Não há atores conhecidos, mas isso não significa que não sejam bons profissionais da arte dramática. Muito pelo contrário, gostei do trabalho de todo o elenco de uma maneira em geral.

Pablo Aluísio.

Quase sem Destino

Título no Brasil: Quase sem Destino
Título Original: Flashback
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Franco Amurri
Roteiro: David Loughery
Elenco: Dennis Hopper, Kiefer Sutherland, Carol Kane, Paul Dooley, Cliff De Young, Richard Masur

Sinopse:
Finalmente os federais o pegaram! O infame radical dos anos 60, Huey Walker, está indo para a prisão. Então, por que é o jovem escolta do FBI de Huey que acaba atrás das grades?

Comentários:
Dennis Hopper foi um dos "malucos beleza" do movimento da contracultura dos Estados Unidos. E ele se consagrou com o clássico on the road "Sem Destino". Então o título nacional e o roteiro original do filme aproveitaram essa imagem para aproveitar o velho Hopper nesse filme. Ficou bom? Ficou agradável, vamos colocar nesses termos. É um filme que você assiste, até com um certo interesse, curte a sessão e depois de algumas semanas esquece completamente que um dia assistiu ao filme. Enfim, um bom passatempo, nada muito além disso. E para ter na coleção? Não, não, agredeça ao Dennis Hopper por tudo o que ele representou, mas não é preciso ter esse filme na sua coleção  particular. Não é para tanto. .

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Perdido em Marte

Por livre e espontânea pressão fui assistir ao filme Perdido em Marte com o meu filho hoje. Eu não queria ver. Filmes sobre Marte geralmente são péssimos. Eu me recordo de um estrelado por Val Kilmer (antes dele virar um boneco inflado) que era realmente de amargar. Roteiro ruim, história sem pé e nem cabeça e tudo de ruim que você possa imaginar. Outro com Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone até que era bonzinho, porém nada demais também. Tive que engolir tudo isso para levar o guri ao cinema. Filho é filho e de repente você está fazendo coisas que se fosse solteiro teria vergonha de fazer. Acabei também indo numa sessão 3D. Como eu odeio 3D!!! Tudo fica escuro demais e aqueles óculos me incomodam demais. Eu não estava em uma posição confortável na cadeira e o preço salgado do ingresso me deixou ainda mais chateado. O filme começou e tive que encarar trailers de filmes nacionais horrorosos. Encarar Regina Casé em 3D tentando parecer engraçada é dose para leão sarnento. Mas enfim, é a vida. Como era dirigido por Ridley Scott percebi que as coisas não seriam tão desastrosas como pensei, fiquei surpreso até quando foram ficando melhores com o passar do tempo. Não há nada de muito original no roteiro, tampouco o Damon pode ser considerado o Marlon Brando. Mesmo com tanta coisa pesando contra até que curti o filme, apesar da minha rabugice. O Ridley parece encantado com o planeta vermelho e aquele deserto sem fim, uma verdadeira imensidão de nada. O céu vermelho é de deixar qualquer ser humano deprimido. Uma desolação até que poética. Para Ridley porém tudo parece ser seu parque de diversões particular.

O filme tem problemas de lógica. Aqui vai alguns furos do roteiro - e contém spoilers. Em resumo: Matt Damon e seu eterno jeito de adolescente baby face fica em Marte após uma tempestade épica. Seus companheiros de missão vão embora e ele fica para trás, enterrado na areia. Pior do que isso, sua barriga foi perfurada por um pedaço de metal. Bom, sabemos que naquele ambiente radioativo isso seria morte certa, mas vamos relevar, afinal de contas ele se recupera bem rapidinho (absurdo 1). Seguindo em frente... Ele volta ferido para a estação e lá encontra tudo o que precisa para sobreviver, menos comida que tem em estoque limitado. Para viver até que uma missão de resgate venha lhe salvar ele precisa fazer como Quincas Borba e plantar batatas numa hortinha improvisada dentro da estação (absurdo 2: aquela terra cheia de radiação jamais seria adequada para a germinação de qualquer tipo de alimento viável). Embora esteja em uma estação espacial de última tecnologia ele não tem como se comunicar com a Terra (absurdo 3, que nunca é explicado direito, como um equipamento daquele não possui um único rádio primitivo?). Para achar um modo de comunicação ele então vai atrás de uma antiga sonda, a Mars Pathfinder (absurdo 4 - como ele achou um equipamento pequeno daqueles em um planeta daquela dimensão?). Por fim no momento do resgate ele entra em órbita com uma nave adaptada, sem nariz (é sério!) e com uma lona cobrindo tudo (absurdo dos absurdos, não merece nem comentários). No final fica aquela sensação de ter visto algo que parece sério, mas não é! Parece científico, mas também não é! Pelo menos parece divertido... e pelo menos nesse ponto é de fato mesmo. Se eu gostei do filme? Bom, depende do que você espera ver. Se for apenas para levar a gurizada para o cinema até que não chega a dar dor de barriga. Agora se você estiver em busca de algo bom de verdade é melhor desistir de Marte porque no cinema americano o planeta vermelho realmente não dá muito certo mesmo. Melhor os produtores tentarem algo em Plutão da próxima vez...

Perdido em Marte (The Martian, Estados Unidos, 2015) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig / Sinopse: Um astronauta fica perdido em Marte durante uma expedição. E ele terá que sobreviver de alguma forma. Sua plantação de batatas pode significar vida ou morte naquele distante e hostil planeta.

Pablo Aluísio.

Comando Para Matar

Título no Brasil: Comando Para Matar
Título Original: Commando
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells, David Patrick Kelly, Alyssa Milano

Sinopse:
Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger), mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa ideia.

Comentários:
De certa forma era para ser mais um genérico de "Rambo". Realmente era essa a intenção da produtora. Usar um ator musculoso como um militar imbatível, um exército de um homem só. Acabou virando sensação do verão americano de 1985. Afinal tinha como grande atração aquele ator austríaco de nome impronunciável que o público americano só conhecia mesmo de dois recentes sucessos, "Conan" e principalmente "O Exterminador do Futuro". O filme acabou sendo importante para a carreira de Arnold Schwarzenegger porque provou que ele poderia segurar um filme sozinho, tornando ele um sucesso de bilheteria. Afinal de contas em "Conan" ele virava coadjuvante do próprio personagem, que já tinha fama entre os leitores de quadrinhos e em "Terminator" ele era suplantado pelo roteiro bem escrito e pela direção impecável de James Cameron. Já aqui ele contava apenas com ele mesmo, com as cenas de ação e com o apelo publicitário de aparecer no poster do filme já devidamente camuflado, pronto para a guerra. Revisto hoje em dia o filme soa como um exemplo do exagero do cinema de ação dos anos 80, onde apenas um super soldado era capaz de matar dez, vinte ou cinquenta inimigos sem maior problema. O que importavam eram as cenas com as metralhadoras cuspindo chumbo quente para todos os lados. Sem perda de tempo e sem sentimentalismos baratos. Sem firulas. Puro cinema para macho! Nada mais do que isso. Se nunca assistiu não deixe de ver para ter uma ideia do que imperava nos cinemas na época.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ghoul

Título no Brasil: Ghoul
Título Original: Ghoul
Ano de Produção: 2015
País: República Tcheca, Ucrânia
Estúdio: J.B.J. Film
Direção: Petr Jákl
Roteiro: Petr Bok, Petr Jákl
Elenco: Jennifer Armour, Alina Golovlyova, Jeremy Isabella
  
Sinopse:
Um grupo de amigos americanos, estudantes de cinema, decide ir até a Ucrânia para filmar um pequeno documentário sobre um homem que ficou vários anos preso após ser condenado por canibalismo. A intenção dos jovens é produzir uma entrevista com o criminoso e depois ligar sua história a várias lendas sobrenaturais da região que nasceram durante a ditadura soviética de Stálin, na década de 1930. Na ocasião se deu um grande surto de fome no país e a população sem ter o que comer começou a praticar em massa o canibalismo. Filme vencedor do Grossmann Fantastic Film and Wine Festival na categoria de Melhor Filme de terror.

Comentários:
Inicialmente você pensa estar assistindo a mais um daqueles filmes ao estilo mockumentary, que anda tão popular nos Estados Unidos. Há diferenças porém. A primeira e mais óbvia é que o filme foi produzido na Europa. Os produtores inclusive fizeram questão de filmar na Ucrânia, algo até perigoso nos dias de hoje por causa dos inúmeros conflitos que existem por lá. A segunda diferença substancial é que o roteiro fez uma bem bolada ligação do enredo com a vida do infame serial killer ucraniano Andrei Chikatilo. Esse foi um dos mais violentos psicopatas da história, acusado de ter matado mais de 50 pessoas e depois praticar canibalismo com seus corpos. Era um louco perigoso que ficou muito conhecido pelas atrocidades que cometeu em sua vida miserável. Tão violento que agora acabou virando vilão de filmes de terror. A ideia não é ruim, embora Chikatilo tenha conseguido ser mais sanguinário e monstruoso do que qualquer tipo de história ficcional que se possa imaginar. Infelizmente a criatividade também não vai muito além disso. Um mockumentary que usa uma história real, a utilizando como ponto de partida para a pura ficção é uma boa sacada, porém seu desenvolvimento fica no lugar comum. As mocinhas gritando, as imagens sem foco, tremendo e o caos e a gritaria imperando de forma banal. Mesmo com tantas ressalvas ainda vale a pena conferir, nem que seja para mudar um pouco, vendo um filme realizado no leste europeu; se bem que na verdade qualquer documentário que conte a história do verdadeiro Chikatilo é bem mais aterrorizante do que esse filme.

Pablo Aluísio.

2010 - O Ano Em Que Faremos Contato

Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
  
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.

Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse! 

Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Forca

Título no Brasil: A Forca
Título Original: The Gallows
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Travis Cluff, Chris Lofing
Roteiro: Travis Cluff, Chris Lofing
Elenco: Reese Mishler, Pfeifer Brown, Ryan Shoos
  
Sinopse:
Vinte anos depois de um evento trágico, quando um jovem estudante morreu em uma encenação de uma peça escolar chamada "A Forca", ela volta a ser encenada pelo grupo teatral da escola. Os atores são todos estudantes que querem dar o melhor de si no palco. O jovem Ryan Shoos resolve então gravar os bastidores da peça e acaba descobrindo que existe algo muito sinistro por trás de tudo o que está acontecendo.

Comentários:
Uma produção praticamente amadora que acabou caindo nas graças da Warner Bros que resolveu distribuir o filme nos cinemas (inclusive no Brasil). Os atores do filme usam seus próprios nomes para seus personagens e tudo é muito caseiro mesmo. Como era de esperar a linguagem e a estética seguem a linha do estilo mockumentary (uma verdadeira praga que assola o gênero terror nos Estados Unidos). Assim o espectador acaba acompanhando todos os acontecimentos em péssimas imagens  feitas naquelas pequenas câmeras de mão usadas por um dos personagens. Uma tremenda chateação. Além de não vermos praticamente quase nada do que acontece, a sensação de tontura também estará garantida (já que a câmera não para de balançar de um lado para o outro). Além da experiência nauseante você ainda será presentado (presente de grego é bom salientar) por uma trama bobinha e sem novidades. Como era de se esperar o tal fantasma do ator morto no passado volta para se vingar, com uma corda na mão e uma roupa de carrasco (fala sério!). São apenas quatro atores em cena (dois rapazes e duas garotas) que se revezam entre gritos e sustos dentro de um teatro na madrugada sem fim. Tudo muito chatinho e sem graça. As mortes não são assustadoras e nem criativas e vamos ser sinceros, quem ainda vai se assustar com esse tipo de fitinha B completamente sem originalidade? No final você vai procurar por uma corda mesmo, mas para se enforcar, com tanta raiva de ter perdido seu precioso tempo assistindo a essa bobagem nada arrepiante. É melhor pular do cadafalso do que assistir a essa bomba.

Pablo Aluísio.