segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Falsificador

Título no Brasil: O Falsificador
Título Original: The Forger
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Philip Martin
Roteiro: Richard D'Ovidio
Elenco: John Travolta, Christopher Plummer, Tye Sheridan, Jennifer Ehle
  
Sinopse:
Raymond J. Cutter (John Travolta) é um falsificador de obras de arte. Preso e condenado, ele não tem mais nenhuma paciência para esperar os dez meses que ainda faltam para ganhar a liberdade. Assim pede ao seu advogado que entre em contato com um criminoso lá fora, que poderá dar um jeito para ele ir embora da prisão. Um suborno é providenciado ao juiz de seu caso e Ray finalmente ganha as ruas. O problema é que agora ele terá que pagar 50 mil dólares que foram pagos ao magistrado para sua saída da prisão. Para isso precisará entrar em um novo e perigoso golpe, envolvendo o roubo de uma das maiores obras do mestre impressionista Claude Monet.

Comentários:
Esse filme estrelado por John Travolta que chegou aos cinemas americanos no mês passado investe nesse mundo de falsificações de grandes obras primas da pintura. O personagem interpretado pelo ator tem um talento e tanto para pintar falsificações praticamente perfeitas dos quadros originais. Longe da prisão ele agora foca seu objetivo em roubar e colocar no lugar uma falsificação de Monet que estará em exposição na cidade de Boston. O golpe será certamente o maior feito de sua carreira criminosa. O roteiro porém não se contenta em apenas contar essa história policial. Grande parte do filme se concentra também na delicada relação de Ray (Travolta) com seu filho adolescente que está com um tumor cerebral incurável. O jovem sabe que não tem muito tempo de vida e por isso faz alguns pedidos ao pai, entre eles conhecer sua mãe, há muito desaparecida. Para o rapaz, Ray diz que ela vive em Nova Iorque, mas na realidade ela é uma pobre coitada que mora em um trailer. Viciada em drogas, não conseguiu lidar com a responsabilidade de se criar um filho e um dia simplesmente foi embora de casa. A atriz Jennifer Ehle que a interpreta tem um excelente trabalho de atuação. Ela não aparece muito, mas certamente sua performance é uma das melhores coisas do filme. Uma mulher corroída pelo vício que tenta de todas as formas esconder isso de seu filho, com quem não tem qualquer contato há muitos anos. "The Forger" é sem dúvida um bom filme, uma boa fusão entre drama familiar e filme policial. Provavelmente Travolta tenha realizado o filme por causa da recente morte de seu filho. O roteiro investe bastante na relação entre pai e filho e isso certamente foi um atrativo para o ator. Uma forma de redenção cinematográfica desse verdadeiro drama pessoal e familiar que viveu recentemente.

Pablo Aluísio.

A Grande Jogada

Título no Brasil: A Grande Jogada
Título Original: 23 Blast
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchdown Productions LLC
Direção: Dylan Baker
Roteiro: Bram Hoover, Toni Hoover
Elenco: Mark Hapka, Bram Hoover, Stephen Lang
  
Sinopse:
Baseado em fatos reais o filme narra parte da história do jovem Travis Freeman (Mark Hapka). Ele é um estudante secundarista de uma escola localizada numa pequena cidade do Texas. Jogador do time de futebol americano local, ele sonha em um dia ir para a universidade para se tornar atleta profissional daquele popular esporte. Seus sonhos sobre o futuro porém sofrem um terrível revés. Durante uma partida ele sofre um sério ferimento ao redor dos olhos. O quadro se agrava em uma complicada infecção e ele acaba perdendo a visão com apenas 19 anos de idade. Filme premiado no Heartland Film Festival.

Comentários:
Mais um daqueles filmes sobre superação. O quadro não poderia ser mais devastador, um jovem atleta fica cego após sofrer uma pancada durante um jogo de futebol americano. Essa modalidade esportiva é bem conhecida por causa de sua brutalidade em campo, não sendo raro atletas ficarem paralíticos para sempre por causa das lesões físicas sofridas em campo. O problema aqui é um pouco diferente e em certos aspectos bem mais devastador. Imagine ficar sem a visão com apenas 19 anos, com todo um futuro promissor pela frente. Nada poderia ser mais terrível não é mesmo? O roteiro porém tenta a todo custo fugir do dramalhão e da cansada fórmula de filmes sobre doenças, apostando na recuperação de seu personagem principal que, com a ajuda do técnico de seu time, acaba até mesmo voltando ao campo, em um raro caso em que um deficiente voltou a jogar após perder sua visão. A história de Travis Freeman assim é enfocada mais na mensagem de sua superação pessoal do que na exploração de seu drama pessoal. Nada de muitas lágrimas pelo caminho. Após um inevitável momento de depressão e melancolia, ele resolve voltar para a vida, retornando para a escola, para os amigos e para o esporte. Como eu já escrevi antes, filmes sobre futebol americano desanimam logo de cara a maioria do público brasileiro que não entende suas regras e nem gosta do esporte. De uma maneira ou outra "23 Blast" até merece uma chance por causa de sua bonita mensagem de vida. Esqueça o futebol americano e se concentre na história principal. Assim o filme lhe soará bem melhor.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de maio de 2015

Jornada nas Estrelas: Generations

Bom filme que tenta unir as pontas entre duas gerações de atores da franquia "Star Trek". De um lado a equipe comandada pelo lendário Capitão Kirk (William Shatner) e do outro a nova geração capitaneada pelo comandante Jean-Luc Picard (Patrick Stewart). Para conciliar a falta de lógica de juntar em um mesmo enredo duas tripulações que viveram suas histórias em tempos diferentes da saga Jornadas nas Estrelas, os roteiristas acabaram dando um jeito, manipulando o espaço-tempo entre as duas equipes da Enterprise. O resultado desse malabarismo temporal é meio complicado de engolir, mas uma vez ultrapassado esse mal estar inicial as coisas até que ficam divertidas, principalmente se formos comparar a diferença de estilos entre Picard e Kirk. 

Esse último sempre foi o típico canastrão de ação dos anos 1960 (quando a série televisiva original surgiu nos Estados Unidos) e o segundo sempre se caracterizou por ser bem mais sério, contido e íntegro em seus ideais. Eu sempre preferi Picard por causa de sua personalidade mais realista e forte, já que o estilo de Kirk nunca me convenceu - uma pessoa como ele, que mais parecia um caminhoneiro espacial, dificilmente receberia o comando de uma nave como a Enterprise em um mundo real. De qualquer maneira como "Star Trek" é acima de tudo um produto de cultura pop, pura diversão, o filme acabou cumprindo seus objetivos. Aliás mais divertido mesmo que o próprio filme em si foi a indicação do Framboesa de Ouro para William Shatner na categoria Pior Ator Coadjuvante. Pelo visto os dias dos grandes canastrões acabaram mesmo.

Jornada nas Estrelas: Generations (Star Trek: Generations, Estados Unidos, 1994) Direção: David Carson / Roteiro: Rick Berman / Elenco: Patrick Stewart, William Shatner, Malcolm McDowell, Jonathan Frakes.  / Sinopse: Com a ajuda do Capitão Kirk, capitão da nave Enterprise em seu passado remoto, o Capitão Picard deve parar um cientista louco disposto a matar e destruir civilizações inteiras em uma escala planetária para entrar em uma matriz espacial.

Pablo Aluísio.

O Franco-Atirador

Título no Brasil: O Franco-Atirador
Título Original: The Gunman
Ano de Produção: 2015
País: Espanha, França, Inglaterra
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Jean-Patrick Manchette, Don MacPherson
Elenco: Sean Penn, Javier Bardem, Idris Elba, Jasmine Trinca
  
Sinopse:
Sean Penn interpreta Terrier, um mercenário americano que vai até a distante República Democrática do Congo. Sob a fechada de ser um membro de um grupo de ajuda humanitária ele é na verdade um assassino profissional, um franco-atirador disposto a matar qualquer um que se oponha aos interesses do grupo minerador estrangeiro poderoso que contratou seus serviços. Assim acaba matando um ministro de Estado do Congo, um sujeito que estava colocando em dúvida os milionários contratos de mineração de seu país. Após o assassinato Terrier descobre que ele próprio agora se tornou um alvo. Alguém quer matá-lo, numa típica operação de queima de arquivo. A questão porém é descobrir quem deseja que ele seja eliminado o mais rapidamente possível.

Comentários:
Que decepção Mr. Sean Penn! Alguns meses atrás o ator deu uma entrevista a um jornal inglês afirmando que o cinema comercial americano estava péssimo, apelando sempre para os mesmos roteiros sem inspiração, as mesmas cenas de ação tediosas e a uma fórmula que já não tinha mais o que dar em termos cinematográficos. Pois bem, depois de falar tudo isso o que o ator faz? Sim, um daqueles mesmos filmes de ação vazios que tanto criticou! Não sei onde Penn estava com a cabeça para estrelar essa fitinha comercial descartável. Logo ele, que vinha numa vibe bem mais artística, principalmente como cineasta, dirigindo pequenas preciosidades como "Na Natureza Selvagem", por exemplo. De repente o ator jogou suas convicções artísticas pela janela e resolveu estrelar essa produção sem nenhum atrativo, sem nenhuma novidade. O roteiro é um clichê da primeira à última cena. É aquele velho argumento de vingança, jogo de gato e rato e tudo o mais que você já deve estar farto de ver em tantos filmes americanos de ação semelhantes (a única novidade é que essa é uma produção feita na Europa que tenta imitar, sem muito sucesso, o que é realizado nos Estados Unidos). A impressão que tive foi que Sean Penn, aos 55 anos de idade, tenta voltar ao topo das bilheterias, seguindo os passos de seu colega Liam Neeson, que aos 62, entrou numa sucessão de filmes de ação cujo único objetivo se resume em fazer bonito em cinemas comerciais pelo mundo afora. Uma péssima escolha. Enfim, não recomendo o filme, é bem vazio e sem nenhuma proposta interessante de fato. A trama em si é mais do que previsível e você descobre quem está tentando matar o personagem de Penn com facilidade. Uma bobagem que será esquecida muito rapidamente. Não vale a pena o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de maio de 2015

Lenny

Lenny Bruce (1925 -1966) foi um dos mais inteligentes e ácidos humoristas americanos da história. Seu humor nascia da critica áspera e corrosiva da sociedade. Em seus textos literalmente nada escapava, fosse política, religião ou relacionamentos pessoais, não importava, Lenny sempre tinha algo explosivo para falar. Seu estilo fora dos padrões (principalmente nas décadas de 50 e 60, tempos moralistas por si só) obviamente lhe causaram muitos problemas que esse filme tenta resgatar. Claro que por ser tão único Lenny divertiu multidões mas também colecionou inimigos ao longo da carreira. Some-se a isso uma vida atribulada, com muitos problemas pessoais. “Lenny” é a cinebiografia desse comediante diferente, que usava apenas o microfone como arma e instrumento de sua visão de mundo. Um filme bem diferente, inclusive em se tratando de Bob Fosse, que sempre pareceu bem mais inclinado para outros gêneros, em especial, grandes musicais baseados em peças famosas da Broadway.

No papel de Lenny surge o talentoso Dusfin Hoffman. Hoje em dia o ator é apenas uma sombra do que foi em seu auge. É realmente triste ver um trabalho desses, tão brilhante, e depois tomar consciência de que estamos na presença do mesmo Hoffman que agora dubla animações sem qualquer relevância para sua rica filmografia. Uma das melhores coisas desse Lenny é a fotografia inspirada. Geralmente o personagem é mostrado no palco em um brilhante jogo de sombras e luzes que realmente impacta ao espectador. Dustin Hoffman obviamente brilha, tanto na recriação dos textos de Lenny Bruce em suas apresentações como nas conturbadas passagens de sua vida pessoal. Um retrato de um homem perturbado por muitos conflitos internos que mesmo assim ainda conseguiu produzir um humor inteligente e sagaz como poucas vezes foi visto na história do show business americano.

Lenny (Idem, Estados Unidos, 1974) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Julian Barry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Dustin Hoffman, Valerie Perrine, Jan Miner / Sinopse: O filme narra a conturbada história de Lenny Bruce, famoso comediante americano que tinha muitos problemas pessoais em sua vida.

Pablo Aluísio.

High School Band

Will (Gaelan Connell) é um típico garoto de high school (o equivalente ao ensino médio no Brasil). Tímido e com poucos amigos ele acaba sendo convidado por Charlotte (Aly Michalka) para ajudar em sua banda. Embora não toque nenhum instrumento ele parece entender bastante de música e por isso acaba virando uma espécie de empresário e conselheiro informal do grupo. O objetivo de todos é ganhar o chamado "Bandslam", um concurso de bandas de garagem de alunos das escolas americanas. Ajudando a formar um bom conjunto musical todos esperam sair vitoriosos nessa nova empreitada. Aqui temos um produto com a cara da Disney estampada. A primeira associação é com a franquia “High School Musical” mas há diferenças. Ao contrário daquele que é sem dúvida um musical, esse se camufla de drama juvenil, tendo a música apenas como um pano de fundo.

Os personagens não fogem também do clichê. Há o nerd com ares de cara legal, a garotinha revoltadinha que não sabe se relacionar direito (interpretada por Vanessa Hudgens, uma estrelinha teen nos EUA), o popular e bonitão cantor da banda rival que pretende ganhar o concurso (feito por Scott Porter, das séries Friday Night Lights e Hart of Dixie) e finalmente a loira e ex-cheerleader, que agora tenta vencer com sua própria banda (a beldade Aly Michalka). Para quem tem mais de 16 anos o elenco vai parecer todo desconhecido com uma única exceção, a presença da veterana Lisa Kudrow, da série Friends, aqui fazendo o papel de mãezona coroa de um dos garotos. No geral “High School Band” traz muito pop e rock farofa com falsa verniz de música indie. Não chega a aborrecer em nada mas obviamente é o tipo de filme feito para um público bem especifico, adolescentes é claro. Se tiver um em casa pode ser uma boa opção de presente.

High School Band (Bandslam, Estados Unidos, 2009) Direção: Todd Graff / Roteiro: Josh A. Cagan, Todd Graff / Elenco: Vanessa Hudgens, Gaelan Connell, Aly Michalka, Scott Porter, Lisa Kudrow / Sinopse: um grupo de jovens de high School forma uma banda para ganhar um concurso de música, a chamada Bandslam.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Jeff e as Armações do Destino

Jeff tem mais de 30 anos, mora no porão da casa de sua mãe, não trabalha, não estuda e passa o dia inteiro fumando maconha no sofá, enquanto assiste a comerciais de produtos inúteis na TV. Bom, pelo visto já deu para perceber que ele não é dos caras mais promissores que você já viu no cinema. Numa manhã sua mãe, Sharon (Susan Sarandon), irritada com tanto marasmo o manda ir na mercearia mais próxima para comprar uma cola de madeira para consertar a janela da sala. Meio letárgico, Jeff finalmente sai de casa para se envolver numa série de confusões, envolvendo seu irmão, que está sendo traído pela namorada, um mistério envolvendo o nome “Kevin” e a busca por um sentido maior em sua estagnada existência. “Jeff e as Armações do Destino” (péssimo título para o original “Jeff que vive em casa”) é um daqueles filmes pequenos, independentes, com enredo simples mas que consegue agradar, justamente por essa falta de qualquer pretensão.

Nesse ponto a produção se assemelha até mesmo ao personagem Jeff, um sujeito que não está muito preocupado com o futuro e vai vivendo um dia de cada vez. O curioso é que ele não parece ter plano nenhum para a vida mas mesmo assim se revela mais inteligente e profundo do que seu irmão “normal”, que passa a vida em busca de coisas materiais (como um Porsche) mas que pouco está ligando para o seu próprio relacionamento (ao qual é premiado com um belo par de chifres). O roteiro segue sua simplicidade embora no final revele algo mais New Age no destino parasita de Jeff. Isso talvez seja o mais interessante pois há toda um subtexto tentando ligar a vida medíocre de Jeff com os grandes dilemas do universo. Só vendo pra crer. Enfim, se você estiver em busca de algo diferente, que saia do lugar comum dos grandes filmes de estúdios americanos fica essa dica de Jeff, que vive no porão de casa, mas que parece entender muito bem a lógica transcendental que guia todas as coisas e pessoas no universo. 

Jeff e as Armações do Destino (Jeff, Who Lives at Home, Estados Unidos, 2011) Direção: Jay Duplass, Mark Duplass / Roteiro: Jay Duplass, Mark Duplass / Elenco: Jason Segel, Ed Helms, Susan Sarandon / Sinopse: Apesar de ter mais de 30 anos Jeff (Jason Segel), não trabalha, não estuda e passa o tempo todo fumando maconha no porão de casa. Sua vida muda quando sua mãe manda ele ir até a mercearia mais próxima comprar uma cola de madeira para a janela da sala.

Pablo Aluísio.

Dia dos Namorados Macabro

Que tal fugir dos clichês no dia dos namorados? Ao invés de dar flores e caixas de bombons para sua namorada sugerimos um presente pouco convencional, uma cópia desse (nada) romântico “Dia dos Namorados Macabro”. O filme, considerado um dos mais violentos da década de 1980, sofreu vários cortes da MPAA para ser finalmente exibido nos cinemas americanos. No total foram eliminados nove minutos de duração (praticamente um recorde) mas isso em nada diminuiu seu clima de terror slasher. Existe um remake feito recentemente mas vamos por enquanto deixar esse de lado, nos concentrando aqui no original que foi lançado em 1981. A estoria de “Dia dos Namorados Macabro” começa na década de 1960. Um grupo de mineradores fica preso em uma mina subterrânea. Tudo culpa de uma equipe de solo que saiu antes do tempo para celebrar o dia dos namorados com suas respectivas amadas.

Lá embaixo ficam soterrados cinco homens. Apenas um consegue sobreviver, Harry Warden. Após seis semanas ele consegue sair vivo após matar e canibalizar seus colegas de trabalho. Depois de ser trazido de volta o sobrevivente começa a apresentar distúrbios mentais. Também cria um enorme ódio ao dia dos namorados – afinal ele passou por tudo aquilo por causa dessa data infame. Depois de um ano internado em um sanatório consegue finalmente fugir atacando os antigos mineiros que o deixaram soterrado. E as mortes ocorrem justamente em um dia dos namorados. A partir daí a cidade de Valentine Bluffs evita celebrar essa data novamente. Passam-se vinte anos e finalmente todos voltam a se sentir seguros mais uma vez. As mortes ocorridas no passado mais parecem lendas distantes do que um fato real. O dia dos namorados volta assim a ser celebrado mas... não demora muito para ocorrer novas mortes em série. “Dia dos Namorados Macabro” é um bom exemplo dos rumos que os filmes violentos, geralmente enfocando algum psicopata, iriam seguir durante toda a década. Um programa diferente para passar ao lado de sua namorada nesse dia. Que tal a sugestão?

Dia dos Namorados Macabro (My Bloody Valentine, Estados Unidos,1981) Direção: George Mihalka / Roteiro: Stephen A. Miller, John Beaird / Elenco: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck / Sinopse: Psicopata começa a matar em série durante o dia dos namorados. Ele odeia a data após ser soterrado em uma mina por causa de uma equipe que saiu de seu posto de trabalho justamente para celebrar o dia dos apaixonados.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Warlock - O Demônio

Título no Brasil: Warlock - O Demônio
Título Original: Warlock
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: David Twohy
Elenco: Julian Sands, Lori Singer, Richard E. Grant, Mary Woronov, Kevin O'Brien, Richard Kuss

Sinopse:
Warlock é um demônio que desce até a Terra em busca de um livro misterioso que traria em suas páginas o verdadeiro nome de Deus. Em posse dessa informação esse ser espiritual poderia dominar todo o universo.

Comentários:
Assisti a esse "Warlock - O Demônio" nos tempos do VHS, das locadoras de vídeo. Achei bem mais ou menos para falar a verdade. Por aqui, no Brasil, o filme foi distribuido pelo selo Paris Filmes e até chegou a ser bem famosinho entre os ratos de videolocadoras, mas mesmo assim não há como negar que é um filme de fraco para ruim. Para a época estava até de bom tamanho, mas visto hoje em dia tudo soa datado, desde os efeitos especiais, passando pelos figurinos, chegando até mesmo no Julian Sands, com sua canastrice loira à toda prova. O personagem voltaria ainda em uma continuação que quase ninguém assistiu - nem esse que vos escreve - que definitivamente não iria pagar para ver um Warlock 2. Ver o primeiro já estava de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

A Inocência do Primeiro Amor

Título no Brasil: A Inocência do Primeiro Amor
Título Original: Lucas
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Seltzer
Roteiro: David Seltzer
Elenco: Corey Haim, Winona Ryder, Charlie Sheen, Courtney Thorne-Smith, Kerri Green, Tom Hodges

Sinopse:
Um adolescente de quatorze anos socialmente inepto experimenta um coração partido pela primeira vez quando seus dois melhores amigos - Cappie, uma figura de irmão mais velho, e Maggie, a nova garota por quem ele está apaixonado - se apaixonam.

Comentários:
Vamos colocar nos seguintes termos: esse filme romântico, visando atingir mais o público adolescente, foi uma espécie de "clássico" da Sessão da Tarde nas décadas de 1980 e 1990. É um bom filme, bem sentimental, mas numa base de nostalgia. Afinal praticamente todas as pessoas do mundo já tiveram um amor adolescente na vida - e muito provavelmente também quebraram a cara em algum momento. E o primeiro coração partido, meus caros, ninguém esquece! O elenco tem uma boa amostra dos ídolos jovens do cinema nos anos 80, aqui bem jovens. Dos que mais chamam a atenção temos Winona Ryder (muito, muito jovem mesmo!) e Charlie Sheen (prestes a estourar com Platoon). Então é isso, um filme sentimental que vai mexer com suas lembranças do passado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Prêt-à-Porter

Título no Brasil: Prêt-à-Porter
Título Original: Prêt-à-Porter
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Etalon Film, Miramax
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman, Barbara Shulgasser
Elenco: Sophia Loren, Julia Roberts, Marcello Mastroianni, Kim Basinger, Stephen Rea, Forest Whitaker, Tim Robbins, Lauren Bacall, Danny Aiello, Cher, Harry Belafonte

Sinopse:
Uma crônica da vida interconectada de um grupo de pessoas na preparação para a Paris Fashion Week. Filme indicado ao Golden Globes nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz Coadjuvante (Sophia Loren).

Comentários:
O cineasta Robert Altman, falecido em 2006, pautou toda a sua carreira na realização de filmes mais independentes, que tivessem como foco principal um tipo de cinema mais cultural e inovador. Na fase final de sua carreira acabou caindo também nas graças dos grandes estúdios e das grandes estrelas que não perdiam a chance de aparecer em um de seus filmes. Assim o que temos nesse último momento de sua carreira são produções com roteiros ao estilo mosaico (vários personagens que vão se encontrando ao longo do enredo) e com elencos imensos. Algumas vezes funcionava, mas sinceramente falando em outras ocasiões a coisa toda ficava dispersa demais, sem foco, geralmente tudo se desenvolvendo ao mero acaso. "Prêt-à-Porter" vai bem por esse caminho. Não há exatamente uma história coesa para contar e nem tampouco algum personagem que possa ser considerado o principal, o eixo da trama. Na verdade a impressão que fica ao espectador é a que ele está vendo um documentário sobre o mundo fashion e não um filme convencional. Para quem gosta de moda há o interesse pelos desfiles e pelas roupas, pelo clima dos bastidores também. Já para quem vai atrás apenas de cinema o gostinho pode ser de decepção. Eu nunca me arrependi de ter visto um filme assinado por Robert Altman, porém devo admitir que em muitas ocasiões cheguei bem perto disso!  

Pablo Aluísio.

Cake: Uma Razão para Viver

Após sofrer um acidente de carro bastante sério, que inclusive vitimou seu próprio filho, um garotinho com apenas cinco anos de idade, Claire Bennett (Jennifer Aniston) precisa reencontrar o caminho de sua vida. Isso não será muito fácil. Ela sofreu vários ferimentos no acidente e por essa razão sua rotina diária é marcada por muitas dores em suas pernas e coluna. Para combater essa situação ela também recorre a um vasto cardápio de drogas. O uso excessivo de remédios acaba lhe causando estranhas alucinações, como a presença constante de uma conhecida de um grupo de apoio que resolveu se suicidar pulando de uma ponte em Los Angeles. Deprimida, sofrendo de intensas dores, alucinando com uma suicida e com a vida pessoal em frangalhos Claire só consegue encontrar algum tipo de apoio com sua empregada, a mexicana Silvana (Adriana Barraza). Para piorar ela começa também a nutrir uma estranha obsessão pela mulher que se matou, resolvendo ir visitar sua família, conhecendo seu marido e seu pequeno filho. Estaria de alguma forma tentando suprir o vazio familiar que sua vida se tornou após o acidente? Pois é, durante muitos anos eu reclamei da atriz Jennifer Aniston. Além de ter se tornado uma celebridade irritante, dessas que vivem em revistas de fofocas, ela ainda parecia presa eternamente na personagem Rachel Green de "Friends". Enfim, era o próprio modelo da superficialidade em Hollywood.

Depois de uma sucessão de comédias bobocas, meros passatempos descartáveis, eis que ela resolveu finalmente abraçar um projeto mais significativo e ousado. Despida de qualquer tipo de vaidade Aniston surge na tela como um bagaço, literalmente falando. Envelhecida, sem maquiagem e com o rosto inchado (que lhe dá uma aparência bem estranha) a atriz finalmente cresceu e saiu daquela fase de Peter Pan em que parecia encarcerada para sempre. Provavelmente seja o grande momento de sua carreira, ao ponto inclusive de ter sido considerada injustiçada pela Academia. Eu devo concordar. Para uma estrela como ela, a atriz finalmente deixou as bobeiras que vinha estrelando de lado para se entregar de corpo e alma a essa personagem. O roteiro não se propõe a explicar o que teria acontecido a Claire desde o começo. Inicialmente o texto apenas acompanha a rotina desgraçada dela e o público vai juntando as pequenas pistas do que teria lhe acontecido. Quando se torna obcecada pela jovem que se matou, ela própria começa a flertar com a ideia de também colocar um fim em seus problemas físicos, psicológicos e emocionais. O suicídio passa a ser visto então como algo válido para colocar um ponto final em seu sofrimento. Nesses momentos a melancolia parece tomar conta de todos os seus pensamentos. Um reflexo disso é que o filme em si acaba se tornando também uma obra muitas vezes pesada e de complicada assimilação. Curiosamente esse aspecto meio sombrio acaba se tornando também o grande mérito do filme em si. "Cake" certamente deixará muitos dos fãs de Jennifer Aniston assustados com sua proposta, mas ao mesmo tempo fará um bem imenso para sua carreira. Espero que ela a partir de agora siga por esse caminho.

Cake: Uma Razão para Viver (Cake, EUA, 2014) Direção: Daniel Barnz / Roteiro: Patrick Tobin / Elenco: Jennifer Aniston, Adriana Barraza, Anna Kendrick / Sinopse: A advogada Claire Bennett (Jennifer Aniston) precisa encontrar um novo sentido para sua vida após a morte do filho em um grave acidente de carro. Com sequelas da batida, que a impede de levar uma vida normal, Claire começa a pensar em fazer o mesmo que uma conhecida do grupo de apoio ao qual frequentava, que resolveu acabar com tudo ao se suicidar. Filme indicado ao Globo de Ouro a ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Jennifer Aniston).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Carta Selvagem

Quando uma garota pede a ajuda de Nick Wild (Jason Statham) para encontrar o homem que a estuprou em um quarto de hotel de Las Vegas, ele imediatamente entra em campo para descobrir a verdadeira identidade do criminoso. Ao que tudo indica se trata de Danny DeMarco (Milo Ventimiglia), filho de um rico industrial, um típico filhinho de papai mal caráter que nas horas vagas gosta de aterrorizar jovens mulheres pela cidade. Inicialmente Nick não pretende se envolver muito no caso. Desde que deixou as forças armadas ele vive no limite do possível em Vegas, realizando "serviços", que vão desde pequenos golpes até trabalhos como segurança para pessoas ricas e visadas pelo crime organizado. Embora ele inicialmente não estivesse a fim de criar um nova rixa em sua vida as coisas logo saem do controle e Nick acaba virando alvo de uma gangue de criminosos comandados por DeMarco. Para piorar tudo, enquanto tenta se manter vivo, ele acaba tendo uma recaída em seu velho vício de jogatinas... Isso mesmo, por baixo do jeito durão de ser, Nick é na realidade um velho jogador inveterado que nunca conseguiu ficar por muito tempo longe de uma mesa de cartas!

Aqui está o novo filme do ator Jason Statham. Quem curte o gênero ação já sabe o que encontrará pela frente. Essa é aquele tipo de produção que é obviamente indicada para o público masculino que gosta do estilo de Jason, um verdadeiro astro da pancadaria. A boa notícia é que o filme é realmente bom, divertido e com ótimas cenas de lutas. Numa delas o ator destrói um bar inteiro localizado em um cassino quando acaba encurralado por bandidos. Essa sequência tem uma ótima coreografia, aliada a um momento bem complicado na vida do personagem quando ele tenta se recuperar do baque de perder numa mesa de Blackjack o equivalente a meio milhão de dólares! Imagine o stress... O mais interessante é que o quebra-pau ocorre ao som de Dean Martin cantando um de seus velhos clássicos! Nem preciso dizer que adorei o resultado dessa estranha mistura, usando o repertório de um dos grandes cantores da história! Outro destaque vem da presença de duas atrizes que estão particularmente bonitas em cena, Anne Heche (está mais bonita do que nunca, pelo visto o tempo e o casamento lhe fizeram bem) e Sofía Vergara (que está sempre disposta a vestir o estereótipo da "latina burra e gostosa" que o americano médio parece adorar). Então é isso, "Carta Selvagem" vale a pena pois é curtinho, eficiente e funciona muito bem como entretenimento de ação.

Carta Selvagem (Wild Card, Estados Unidos, 2015) Direção: Simon West / Roteiro: William Goldman / Elenco: Jason Statham, Milo Ventimiglia, Anne Heche, Sofía Vergara, Stanley Tucci, Jason Alexander, Michael Angarano, Dominik García-Lorido / Sinopse: Nick Wild (Jason Statham) é contratado por uma velha conhecida, Holly (Dominik García-Lorido), para descobrir a identidade de um homem que a teria estuprado em um hotel de Las Vegas. No caminho acaba se envolvendo em muitas confusões e se torna amigo de um jovem milionário, Cyrus Kinnick (Michael Angarano) que deseja aprender as manhas do velho veterano.

Pablo Aluísio.

O Detonador de Alta Voltagem

Título no Brasil: O Detonador de Alta Voltagem
Título Original: Live Wire
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Christian Duguay
Roteiro: Bart Baker
Elenco: Pierce Brosnan, Ron Silver, Ben Crosn, Lisa Eilbacher, Tony Plana, Al Waxman

Sinopse:
Depois que um senador dos Estados Unidos é morto, um especialista em eliminação de bomba é trazido para investigar o explosivo mortal e tentar descobrir o plano dos terroristas.

Comentários:
Na década de 1990 o mundo do cinema recebeu de braços abertos o novo James Bond: Pierce Brosnan. Não tenho receios de dizer que em minha opinião ele foi um dos melhores astros da franquia, sem favor algum. Estrelou bons filmes e conquistou belas bilheterias na pele do agente secreto mais famoso da história do cinema. Foi justamente nessa época de sucesso de público e crítica que pintou no mercado esse péssimo "O Detonador de Alta Voltagem" (mais um nome sem noção para entrar na galeria dos mais obtusos títulos nacionais já criados por nossas distribuidoras). O enredo era banal, feito em uma época em que Brosnan ainda não tinha virado uma estrela e era apenas... bem, ele era apenas um ator desempregado atrás de qualquer coisa para trabalhar. Não adianta perder tempo com os méritos do filme ou a completa falta deles no quadro geral. Tudo gira em torno de terroristas, especialistas em explosão e coisas do gênero. Tudo funcionando como mero pretexto para cenas e mais cenas de ação gratuitas. Dizem que Brosnan chamou a atenção dos produtores de Bond por causa dessa fita B. Se isso é verdade mesmo pelo menos serviu para alguma coisa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

De Bico Calado

Começo mais um texto reclamando de novo do péssimo título nacional. É incrível a falta de originalidade e criatividade dos tradutores das distribuidoras em nosso país. Bons filmes ganham nomes ridículos no Brasil. Deixando isso de lado vamos no concentrar na película em si. É uma produção inglesa, que usa do típico humor negro britânico. Muitas pessoas pensarão que se trata de mais uma comédia pastelão, não só pelo seu patético nome nacional mas também pela presença do ator e comediante Rowan Atkinson (o Mr. Bean) no elenco. Bom, esse é um daqueles casos em que realmente as aparências enganam. "Keeping Mum” tem um humor muito mais sofisticado do que se pensa. O enredo é tecido em cima da família do vigário anglicano Walter Goodfellow (Rowan Atkinson). Ele é um bom sujeito, apenas vive com a mente no mundo da lua e não consegue perceber o que está acontecendo com sua vida familiar. A filha é uma garota que troca de namorado (ou “ficante”, como queiram) toda semana. Para piorar sua esposa está apaixonada por um professor de golfe bonitão (interpretado pelo ator Patrick Swayze).

As coisas mudam quando chega a nova governante da casa. Ela é a senhora Grace Hawkins (Maggie Smith). No começo muito simpática, ela logo começa a intervir nos acontecimentos familiares, tentando colocar tudo nos eixos de uma forma nada comum. O que ninguém sabe é que Grace é uma ex-condenada da justiça britânica. Quando era jovem ela havia matado o seu marido infiel e sua amante e os colocado em um baú. Agora, cumprida sua sentença, ela volta para a sociedade, justamente para trabalhar na casa dos Goodfellows. O grande triunfo do filme é, além de seu roteiro bem escrito, a presença de um elenco muito bom com destaque para Rowan Atkinson (em um personagem divertido mas não humorístico) e a grande dama Maggie Smith. Quem acompanha a série “Downton Abbey” sabe sobre seu grande talento. Ela domina todo o filme e seu personagem, mesmo sendo quem é, cativa muito o espectador. Sou fã confesso dessa veterana atriz e por essa razão indico esse filme, mais particularmente para os admiradores de seu trabalho. Enfim, fica a dica dessa boa produção inglesa que mostra muito bem que humor pode muito bem ser feito com classe e inteligência.

De Bico Calado (Keeping Mum, Inglaterra, 2005) Direção: Niall Johnson / Roteiro: Richard Russo, Niall Johnson / Elenco: Rowan Atkinson, Kristin Scott Thomas, Maggie Smith, Patrick Swayze / Sinopse: Vigário anglicano do interior da Inglaterra tenta conciliar sua missão religiosa com sua problemática família. Para ajudar na casa é contratada uma nova governante, a Sra Grace, que mudará a vida de todos.

Pablo Aluísio.