sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Voando Alto

Título no Brasil: Voando Alto
Título Original: View from the Top
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Eric Wald
Elenco: Gwyneth Paltrow, Christina Applegate, Kelly Preston

Sinopse:
O sonho de Donna Jensen (Gwyneth Paltrow) é se tornar comissária de bordo pois ela entende que essa é a melhor profissão do mundo, muito glamourosa e chic, cruzando os céus do mundo, conhecendo inúmeros países e tudo mais. Para isso ela decide reunir todos os esforços para se tornar uma aeromoça bem sucedida, mas assim que entra na escola de formação começa a conhecer as dificuldades da função, entre elas ter que conviver com concorrentes que jogam sujo como Christine (Christina Applegate).

Comentários:
Uma tentativa de transformar Gwyneth Paltrow em uma estrela pop. Só que não deu certo. Na verdade esse filme dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto é muito frio, gélido e sem emoção. Parece uma balinha de drops daquelas refrescantes que você chupa e depois gospe fora. Não alimenta, não é nutritivo do ponto de vista cultural, não é nada no final das contas. Aliás me admira muito que a Miramax, que sempre primou por filmes relevantes e pertinentes, tenha produzido uma bobeirinha desse quilate. O roteiro é tão destituído de carga dramática que o bocejo logo se impõe. A única coisa boa que leva o espectador (pelo menos o espectador masculino hetero) a segurar as pontas até o final é o trio de lindas (e loiras) atrizes. Não acho a Gwyneth Paltrow muito sexy mas a Kelly Preston sem dúvida é uma beldade (pena que seja casada com o dúbio Travolta). A Christina Applegate obviamente já teve dias melhores quando era adolescente e linda na sitcom de bobagens "Um Amor de Família". Hoje em dia ainda é uma mulher interessante mas os anos de beleza estonteante ficaram para trás. Em suma, aqui temos realmente uma comédia de costumes inofensiva.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Superman & Shazam!

Título no Brasil: Superman & Shazam!
Título Original: Superman / Shazam! - The Return of Black Adam
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, DC Entertainment
Direção: Joaquim Dos Santos
Roteiro: Michael Jelenic
Elenco: Zach Callison, James Garner, Josh Keaton

Sinopse:
São quatro estórias independentes com alguns personagens da galeria da DC Comics, entre eles o Superman, Capitão Marvel, Spectre, Arqueiro Verde e Jonah Hex. Todos os episódios fazem parte da série animada DC Showcase.

Comentários:
DVD que foi lançado nos Estados Unidos trazendo quatro episódios, com em média 15 minutos cada. No primeiro acompanhamos o surgimento do Capitão Marvel, na realidade um garoto de boa índole que ganha poderes especiais de um mago ancestral chamado Shazam! Ele terá que enfrentar um vilão chamado Adão Negro que está disposto a destruir o planeta. Ao seu lado contará com a ajuda muito preciosa do Superman. Na segunda estória um produtor rico e famoso é morto misteriosamente. Para vingar sua morte surge um estranho ser espiritual chamado Spectre que não vai descansar enquanto não levar a alma de todos os envolvidos no crime para o inferno. A terceira estória conta com o Arqueiro Verde, que tentará salvar uma princesa da morte, pois todos querem sua cabeça para assim evitar que ela suba ao trono como a nova rainha de um país distante. Finalizando o DVD o espectador é levado ao velho oeste onde encontra o infame pistoleiro Jonah Hex que enfrentará uma prostituta especialista em matar seus clientes para roubá-los. No geral são animações muito boas, com um belo primor técnico, típico dos lançamentos da Warner / DC. Vale a pena ter na sua coleção.

Pablo Aluísio.

O Que Será de Nozes?

Título no Brasil: O Que Será de Nozes?
Título Original: The Nut Job
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul
Estúdio: Gulfstream Pictures
Direção: Peter Lepeniotis
Roteiro: Lorne Cameron, Peter Lepeniotis,
Elenco: Will Arnett, Brendan Fraser, Liam Neeson, Katherine Heigl 

Sinopse:
Surly (Will Arnett) é um esquilo esperto, mas individualista, que após uma confusão com um carrinho em seu parque acaba ocasionando a destruição de todo o depósito de comida dos bichinhos da região onde mora. Banido do parque ele precisa agora se virar na cidade grande, algo que não será nada fácil. Filme indicado ao prêmio da Canadian Cinema Editors Awards na categoria melhor edição em animação.

Comentários:
Essa pequena animação, uma produção conjunta entre três países - Estados Unidos, Canadá e Coréia do Sul - surpreende não por sua qualidade técnica ou pelo roteiro, mas sim pelo quarteto de astros do cinema americano que reuniu! Imagine ouvir dublando os esquilos esse grupo de atores e atrizes populares de Hollywood, a começar pelos comediantes Will Arnett (bastante conhecido nos Estados Unidos pelo programa Saturday Night Live), Brendan Fraser (nosso velho conhecido da franquia "A Múmia" e tantos outros filmes). Completando temos o herói de ação Liam Neeson (complicado entender o que estaria fazendo aqui) e Katherine Heigl (estrela de Grey´s Anatomy, tentando se agarrar ao cinema após alguns fracassos em seu gênero preferido, a das comédias românticas). Alguns observadores mais cínicos poderia até dizer que todos eles estão de alguma forma em declínio na carreira, mas isso seria apenas parte da verdade uma vez que participar de animações no mercado americano não é sinônimo de decadência artística. De uma forma ou outra, se concentrando apenas no filme em si, temos que chamar a atenção para o fato de que não é das animações mais inspiradas ou talentosas. O traço lembra animações tradicionais mais antigas, embora tenha sido realizado por computação gráfica. No geral o resultado final se mostra apenas mediano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cherry Tree

Título Original: Cherry Tree
Título no Brasil: Ainda não definido
Ano de Produção: 2015
País: Irlanda
Estúdio: Irish Film Board
Direção: David Keating
Roteiro: Brendan McCarthy
Elenco: Naomi Battrick, Anna Walton, Patrick Gibson, Sam Hazeldine
  
Sinopse:
A vida da jovem adolescente Faith (Naomi Battrick) desaba quando ela descobre que seu pai está sofrendo de um raro tipo de câncer que só lhe dará mais três meses de vida. Desesperada ela procura por alguma saída. Essa vem pela sua professora de educação física Sissy (Anna Walton). Adepta de magia negra e rituais de bruxaria, Sissy oferece para sua aluna Faith a cura para seu paí. Isso porém terá que ter uma contrapartida, um pacto macabro com o próprio senhor das trevas.

Comentários:
Filme de terror irlandês sobre bruxas. Bruxas modernas, é bom frisar. A estória se passa em um velho vilarejo do interior da Irlanda. O lugar tem a fama de ter sido no passado um centro de adoração a Satã. Havia uma irmandade de bruxas que realizava sacrifícios à sombra de uma velha árvore cerejeira. Isso porém foi séculos atrás. Agora a região está mais desenvolvida e moderna. Isso não significa que adeptas desses antigos rituais pagãos tenham deixado de lado suas crenças. De tempos em tempos elas voltam à ativa. Agora encontram uma pessoa ideal, justamente a garota Faith. Ela só tem 16 anos, tem um pai condenado pela medicina e o mais importante de tudo: ainda é virgem. O diretor David Keating e o roteirista Brendan McCarthy parecem ter algum tipo de obsessão com lacraias. Esse inseto peçonhento (do gênero Scolopendra) é usado o tempo todo nos rituais de magia negra. O filme como um todo é apenas na média (na verdade um pouquinho abaixo dela). Há uma falta de desenvolvimento dos personagens, procurando-se ao invés disso investir mais nas cenas de rituais. Há uma ou outra locação mais interessante, como uma velha casa com um enorme porão medieval, mas nada muito além disso. Não chega a assustar e nem causar medo. Vale apenas como curiosidade por ser uma produção irlandesa, algo que não estamos muito acostumados a assistir no Brasil. Sim, tem algumas boas ideias, mas no geral não chega em nenhum momento a inovar.

Pablo Aluísio.

Os Gatões - Uma Nova Balada

Título no Brasil: Os Gatões - Uma Nova Balada
Título Original: The Dukes of Hazzard
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jay Chandrasekhar
Roteiro: John O'Brien
Elenco: Seann William Scott, Johnny Knoxville, Jessica Simpson, Burt Reynolds

Sinopse:
(Seann Williams Scott) e Luke (Johnny Knoxville) são dois irmãos caipirões do sul dos Estados Unidos que decidem se unir à sua prima gostosona Daisy (Jessica Simpson) e ao tio casca grossa Jesse (Willie Nelson) para salvar a sua querida cidade natal, Hazzard, que está caindo nas garras de um sujeito corrupto e sem ética, Hogg (Burt Reynolds).

Comentários:
Esse tipo de filme sempre me lembrou as antigas produções estreladas por Burt Reynolds nos anos 70. É aquele tipo de filme que nunca se leva à sério e é dirigido para um nicho mais popularesco do mercado americano, encontrando seu público ideal nos estados do Sul - por isso há tantas referências simpáticas para a caipirada de lá! Na verdade é um remake de uma série de TV dos anos 70 (óbvio!) que tenta manter o velho espírito da coisa. Claro que se trata de uma bobagem, um besteirol sem tamanho, mas que no final das contas foi salvo pelo bom humor e por ser assumidamente um produto idiota - percebam que quando isso acontece geralmente a mediocridade reinante acaba se salvando e o mais importante de tudo, se justificando. Para os marmanjos de plantão o elenco traz a bela Jessica Simpson, que faz o estilo loira brega e vulgar, muito popular entre os americanos. Ela até dá uma canja com a canção "These Boots Are Made For Walkin" que fez sucesso nas rádios ianques. Diante de tudo isso, já está bom demais da conta. Veja, desligue o cérebro e procure se divertir, de preferência tomando uma cerveja gelada.

Pablo Aluísio.

Tim Maia

Título no Brasil: Tim Maia
Título Original: Tim Maia
Ano de Produção: 2014
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Mauro Lima
Roteiro: Mauro Lima, Antônia Pellegrino
Elenco: Robson Nunes, Babu Santana, Alinne Moraes

Sinopse:
Cinebiografia do cantor brasileiro Tim Maia. Nascido numa humilde família da zona norte do Rio de Janeiro ele sonhava desde muito jovem em se tornar um cantor de rock. No final dos anos 1950 decide ir embora para os Estados Unidos, onde passa por inúmeras dificuldades financeiras. O lado bom e positivo vem do fato de ter tido contato direto com a soul music negra daquele país. De volta ao Brasil vai atrás de seu antigo parceiro de banda, o cantor Roberto Carlos, que estava se tornando o ídolo musical mais popular das paradas de sucesso. Com a ajuda de Roberto, Tim finalmente encontra o caminho da fama, do sucesso e da fortuna.

Comentários:
Como li o livro "Vale Tudo" escrito por Nelson Motta fico bem à vontade para analisar esse filme. Obviamente que toda cinebiografia se torna superficial pois é impossível retratar em um filme toda uma vida, principalmente de artistas. Geralmente um aspecto ou outro se torna o principal foco desse tipo de filme. Aqui o diretor e seu roteirista optaram por mostrar o lado doidão de Tim Maia. Assim o espectador encontrará um sujeito completamente obsessivo pela frente, uma pessoa que parecia cheirar, fumar e consumir todos os tipos de drogas, com muito excesso! Tudo bem que o Tim Maia de fato era usuário de drogas, o problema é que o filme não parece sair disso. Ele certamente tinha esse lado em sua vida, mas não era o único. O verdadeiro Tim Maia também era uma pessoa generosa, que levava crianças órfãs para passarem o domingo em sua mansão, brincando na piscina. Também ajudava outros artistas com problemas financeiros. Nada disso surge na tela. Essa coisa meio infantilóide de se focar apenas em um lado louco da vida do cantor algumas vezes se torna cansativa. O livro do Nelson Motta é muito bem escrito, fazendo com que o leitor não queira largar suas páginas e mostra esse lado das drogas também, mas igualmente mostra outras facetas de Tim, como seu jeito bem humorado de ser e outros aspectos de sua personalidade. O filme porém se mostra muito obcecado em mostrar apenas um lado mais sensacionalista e o menos lisonjeiro, diga-se de passagem. Além disso por questões dramáticas o roteiro cortou várias mulheres da vida de Tim, procurando concentrar aspectos de várias delas em apenas uma figura, a da Janaína (Alinne Moraes). No saldo geral porém "Tim Maia" ainda se mostra um bom filme, meio unilateral, é verdade, mas mesmo assim um bom programa. Deveria haver um cuidado melhor, principalmente na apresentação de suas melhores canções, mas ainda que se deixe levar por esses pequenos defeitos, vale a pena assistir e conhecer

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ele Não Está Tão a Fim de Você

Título no Brasil: Ele Não Está Tão a Fim de Você
Título Original: He's Just Not That Into You
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Abby Kohn, Marc Silverstein
Elenco: Jennifer Aniston, Jennifer Connelly, Morgan Lily

Sinopse:
Gigi Haim está começando a ficar desesperada pois os anos passaram e ela ainda não encontrou seu príncipe encantado. Seu último relacionamento foi com o agente imobiliário Conor Barry. O problema é que ela ficou esperando por seu telefonema seguinte e nada aconteceu! Ele simplesmente não ligou mais. Sem pensar direito Gigi decide então partir para o tudo ou nada em sua vida amorosa, mas será que isso realmente valerá a pena? Filme indicado aos prêmios People's Choice Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Comédia romântica bem mediana (estou sendo gentil e generoso, entenda bem) que foi produzida pela atriz Drew Barrymore. Eu certamente não tinha planos de ir conferir esse filme no cinema, mas me recordo que a programação estava tão ruim na ocasião que acabei conferindo na telona (para depois pintar aquele leve sentimento de arrependimento e dinheiro perdido). O problema das comédias românticas americanas é que elas deixaram de surpreender. Como tem um público certo e cativo os roteiristas nem se importam em arriscar muito, apostando cada vez mais em fórmulas já testadas antes (e que hoje em dia soam completamente saturadas). Assim as personagens que vão surgindo na tela são estereótipos e clichês de mulheres: a desesperada que morre de medo de não casar, a gostosona que faz de gato e sapato os homens, a insegura, a romântica e por aí vai. Tudo bem chato e repetitivo.Talvez traga algum interesse para a mulherada, já para os homens será mesmo uma má ideia, afinal comédias românticas já são complicadas de suportar, imagine as sem originalidade ou imaginação.

Pablo Aluísio.

Uma Cilada Para Roger Rabbit

Título no Brasil: Uma Cilada Para Roger Rabbit
Título Original: Who Framed Roger Rabbit
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Gary K. Wolf, Jeffrey Price
Elenco: Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Kathleen Turner, Charles Fleischer, Joanna Cassidy

Sinopse:
Anos 1940. Embora Roger Rabbit (Charles Fleischer) seja um dos grandes astros de seu estúdio de animação, ele não se sente feliz. Ultimamente anda depressivo e triste por causa de seu conturbado relacionamento com Jessica Rabbit (Kathleen Turner). Para contornar toda essa situação o estúdio resolve contratar os serviços de um detetive particular, Eddie Valiant (Bob Hoskins), o que dará origem a inúmeras confusões. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Edição.

Comentários:
Hoje em dia pode até ser visto apenas como uma divertida mistura de animação com atores reais, mas o fato é que esse filme foi um marco e tanto em termos de avanços tecnológicos na época. Nunca, em nenhum período histórico do cinema, havia se conseguido chegar em tamanha perfeição técnica, fruto da entrada da tecnologia digital na produção de filmes. Outro fato que chama bastante a atenção foi a união - pela primeira e única vez na história - de praticamente todos os grandes estúdios de animação de Hollywood para a realização de apenas um filme. Todos eles cederam os direitos de seus personagens e assim o espectador é presenteado com uma vasta galeria de personagens da Disney, da Warner, da MGM clássica e tantos outros que desfilam pela tela. A supervisão foi dada ao genial cartunista Richard Williams, o criador da Pantera cor de rosa. A Academia inclusive lhe concedeu um prêmio especial por esse trabalho e pelo conjunto de sua obra que é realmente maravilhosa. Curiosamente o enredo procura explorar uma estória de detetives numa Hollywood dos anos 1940, onde havia charme e glamour em abundância diante das telas e muita decadência e crime por trás delas. Um exemplo perfeito disso pode ser encontrado na personagem de Jessica Rabbit, tão sensual e perigosa como uma mulher fatal dos filmes noir daquela década. A personagem dublada com sensualidade á flor da pele pela atriz Kathleen Turner acabou fazendo mais sucesso que o próprio coelho protagonista. Inicialmente a animação seria dirigida pelo próprio Steven Spielberg, mas no último momento ele resolveu deixar a direção a cargo de seu pupilo Robert Zemeckis. Com ótimo elenco, primazia técnica e um roteiro saborosamente nostálgico, "Who Framed Roger Rabbit" é realmente uma das melhores animações de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A Pata do Macaco

Título no Brasil: A Pata do Macaco
Título Original: The Monkey's Paw
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Chiller Films
Direção: Brett Simmons
Roteiro: Macon Blair, W.W. Jacobs
Elenco: C.J. Thomason, Stephen Lang, Michelle Pierce

Sinopse:
Um artefato misterioso e de origem desconhecida, uma pata de macaco empalhada, vai parar nas mãos de Jake Tilton (C.J. Thomason). Afirma a lenda que o estranho objeto dá direito a realização de três desejos de seu dono. Assim Jake, ainda não acreditando, pede um carro novinho em folha, o que acaba dando certo! Depois deseja que seu amigo, que sofreu um sério acidente de carro, não morra. Pedido feito e aceito. O que Jake não desconfia é que todos os desejos possuem um alto preço a se pagar! E agora, fará o terceiro e último desejo?

Comentários:
Há uma crise no cinema de terror. A falta de originalidade se mescla com a ausência de qualidade cinematográfica e tudo o que resta são filme intragáveis. Esse "A Pata do Macaco" é um exemplo dessa mistura indigesta. O enredo é tão batido que nem vale a pena comentar (aliás curiosamente essa coisa de pata de macaco já tinha visto há muitos anos em um programa de suspense - isso mesmo, suspense - produzido pela Rede Globo!). Pois bem, em um argumento desprezível que copia a velha ladainha dos três desejos, um grupo de atores desconhecidos e fracos tentam trazer alguma qualidade a essa fitinha B. Não deu muito certo. É aquele tipo de produção que você faz uma baita força para chegar ao seu final de tão ruim que é! Melhor esquecer a pata, o macaco e todo o resto. Faça algo melhor com o seu tempo. 

Pablo Aluísio.

O Abutre

Título no Brasil: O Abutre
Título Original: Nightcrawler
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Dan Gilroy
Roteiro: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton

Sinopse:
Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) é um ladrãozinho pé de chinelo que vive de roubar cobre pelas ruas de Los Angeles. Casualmente descobre que existe uma forma relativamente mais fácil de ganhar a vida: filmando tragédias, chegando aos locais assim que os sinistros acontecem. Depois de filmar tudo, o material passa a ser negociado com redes de TV que estão dispostas a pagar bem pelas imagens exclusivas dos acontecimentos mais chocantes. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jake Gyllenhaal).

Comentários:
O roteiro de "O Abutre" enfoca a vida de um tipo de sujeito que anda cada vez mais comum nos Estados Unidos: a do cinegrafista freelancer que está sempre em busca das imagens do próximo furo de reportagem dos noticiários televisivos. O título de abutre é bem adequado uma vez que ele literalmente vive da desgraça alheia, aparecendo em momentos trágicos, apenas para captar imagens desses eventos. O personagem interpretado por Jake Gyllenhaal é um ser moralmente repulsivo que não está atrás de posturas éticas ou nada do tipo, pois para ele o importante é filmar tudo in loco, o mais rapidamente possível. Assim seu serviço consiste em capturar o momento exato da morte de alguém, a cena do crime em seus mais sórdidos detalhes. Curiosamente ele é apenas reflexo da avidez por audiência das emissoras de TV, pois para essas o que mais importa é a divulgação da cena mais sangrenta, da mais chocante, tudo para elevar o número de telespectadores. A ética jornalística é jogada para debaixo do tapete em prol de uma concorrência feroz com outros canais de TV. Outro aspecto curioso no personagem principal é que ele passa de um ladrão ordinário a uma fonte importante para uma emissora local, afinal de contas as cenas que filma acabam sendo o grande atrativo para o público. Em determinado momento porém ele chega na conclusão que precisa ir além, não apenas captando a tragédia no momento em que ela ocorre, mas também influindo diretamente sobre ela. Um excelente argumento que levanta muitas questões pertinentes sobre o circo da mídia atual, mostrando que a decadência moral da TV não é fruto ou culpa apenas de um setor envolvido, mas vários, onde Bloom representa apenas o elo mais sórdido e grotesco.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Blade: Trinity

O que poderia ser melhor em um filme de vampiro do que ter o próprio Drácula como um dos personagens? Nada, não é mesmo? Considerado o primeiro vampiro, a criatura da noite perfeita, essa mitológica criação de Bram Stoker é um peso e tanto em qualquer filme de terror, só que... essa regra não se aplicou nesse terceiro filme da franquia Blade. Logo na primeira cena, em uma tumba na Síria, o Drácula é resgatado por um grupo de vampiros. Nesse momento o espectador pode vir a pensar que isso será ótimo para o filme, só que isso infelizmente não acontece. O Drácula de Blade III é muito ruim, mal desenvolvido e fraco. O ator Dominic Purcell que interpreta esse novo Drácula do cinema, é provavelmente uma das piores escolhas de elenco do cinema americano. Bombado, cheio de músculos, ele não tem nada a ver com a figura do Conde que todos estamos familiarizados.

Com isso o filme perde muito. Claro, a fórmula dos filmes de Blade continuam, com muitos efeitos especiais, cenas com lutas de artes marciais e aquele mesmo plot dos filmes anteriores. Esse personagem da Marvel, um dos primeiros negros dos quadrinhos americanos, é na verdade um híbrido, meio ser humano e meio vampiro, uma espécie de caçador de vampiros que dedica sua existência a eliminar seus primos de dentes pontudos. A única novidade desse roteiro que é digna de nota é que Blade cai em uma armadilha e acaba matando um ser humano. Mais em frente ele também descobre que há uma verdadeira instalação onde seres humanos são mantidos em coma induzido, enquanto máquinas vão drenando seu estoque de sangue, tudo para alimentar os vampiros. Enfim, tudo praticamente na mesma. Ah e antes que em esqueça o Ryan Reynolds também está no filme, servindo como alívio cômico.

Blade: Trinity (Blade: Trinity, Estados Unidos, 2004) Direção: David S. Goyer / Roteiro: David S. Goyer, Marv Wolfman / Elenco: Wesley Snipes, Kris Kristofferson, Ryan Reynolds, Jessica Biel, Dominic Purcell / Sinopse: O primeiro dos vampiros, Drácula, é resgatado de sua tumba milenar e trazido de volta ao mundo atual. Ele será mais um formidável inimigo a ser superado pelo caçador de vampiros Blade, que também precisa se preocupar em escapar das autoridades, após ser acusado de ter matado um homem, numa armadilha criada por vampiros. 

Pablo Aluísio. 

Um Verão Para Toda Vida

Título no Brasil: Um Verão Para Toda Vida
Título Original: December Boys
Ano de Produção: 2007
País: Austrália
Estúdio: Australian Film Finance Corporation (AFFC)
Direção: Rod Hardy
Roteiro: Ronald Kinnoch
Elenco: Daniel Radcliffe, Teresa Palmer, Lee Cormie

Sinopse:
O filme é baseado no romance de Michael Noonan e mostra a vida de quatro órfãos que deixam o seu orfanato para desfrutar férias à beira-mar. Um boato sobre dois dos residentes da região, que possivelmente gostariam de adotar um dos órfãos provoca tensão e ansiedade entre eles. Filme vencedor do prêmio Australian Writers' Guild na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Também vencedor do Giffoni Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Uma das situações mais complicadas na vida de um ator marcado por um personagem muito famoso é um dia se livrar dele. Que o diga Christopher Reeve que, apesar de ser extremamente talentoso, jamais se livrou do estigma de ter interpretado o Superman em quatro filmes no cinema. Desafio semelhante passa Daniel Radcliffe que vai sofrer ainda por muitos anos para se desvencilhar do personagem Harry Potter. Uma tentativa aconteceu com essa pequena produção australiana. Entre os filmes "Harry Potter e a Ordem da Fênix" e "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" o ator aceitou o convite de dar vida a um rapaz comum, vivendo e passando por experiências de amizade e amor em sua adolescência. É um filme despretensioso mesmo, sem qualquer objetivo além de contar uma boa estória que se tornará familiar para muita gente, pois é baseado em eventos simples, cotidianos, que podem acontecer (ou aconteceram) na vida de qualquer jovem daquela idade. A produção foi rodada nas belas praias e paisagens de Adelaide, então não é nenhum esforço assistir ao filme. Provavelmente você esquecerá dele poucas semanas após ter assistido, mas mesmo assim vale a diversão de ver Radcliffe tentando se desgarrar um pouquinho de seu mais marcante personagem, o bruxinho Harry Potter.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Título no Brasil: Harry Potter e a Ordem da Fênix
Título Original: Harry Potter and the Order of the Phoenix
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Gary Oldman, Maggie Smith, Emma Thompson, Alan Rickman, Imelda Staunton, Helena Bonham Carter, Robert Pattinson
  
Sinopse:
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts tem uma nova professora, a senhorita Dolores Umbridge (Imelda Staunton). Por fora ela aparenta ser um doce de pessoa, muito amável e agradável, porém sua chegada em Hogwarts tem um objetivo obscuro e sinistro que fica devidamente escondido nas sombras. Assim que começa a ter cada vez mais poderes dados pelo ministério da Magia, ela começa a apertar o cerco contra os alunos e professores, promovendo uma série de medidas impopulares e sem muito sentido. Teria ela alguma ligação com o temido Lord Voldemort (Ralph Fiennes)? Filme indicado ao BAFTA Awards na categorias de Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Eu considero um dos melhores filmes da franquia de Harry Potter no cinema. Isso em razão do bom roteiro, que procura apostar no suspense ao invés de focar apenas na mera aventura. Há um clima de tensão na escola, afinal as coisas andam bem esquisitas por lá. Obviamente que Harry, Hermione e Ron logo descobrem que se trata de um plano maquiavélico para deixar os alunos indefesos no caso de um ataque contra Hogwarts. Eles então decidem aprender as técnicas de magia e bruxaria por si mesmos. Arranjam um salão na escola e vão para lá todos os dias treinar feitiços e magias de combate pois ao que tudo indica há um perigo concreto de que haverá em breve um ataque de Lord Voldemort (Ralph Fiennes) contra Hogwarts. E para surpresa de todos não parece haver ninguém capaz de parar os desmandos de  Dolores Umbridge (Staunton) que começa a perseguir professores e alunos que não concordam com seu modo de agir. Até mesmo Dumbledore parece se omitir na série de absurdos que vão sendo cometidos sob a direção de Umbridge. Harry Potter (Radcliffe) acaba descobrindo na própria pele que há mesmo algo muito soturno no ar. Esse foi o primeiro filme de "Harry Potter" dirigido pelo cineasta inglês David Yates que agradaria tanto aos executivos da Warner que voltaria dois anos depois para dirigir "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", encerrando com chave de ouro a passagem de Potter nas telas com os dois filmes da saga "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Com estilo sóbrio, sem procurar impor sua própria marca autoral em cima de uma obra amada por muitos, o diretor acabou agradando tanto a crítica como ao público, se revelando o profissional ideal para encerrar uma das franquias de maior sucesso comercial da história do cinema. 

Pablo Aluísio.

Antes de Dormir

Título no Brasil: Antes de Dormir
Título Original: Before I Go to Sleep
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott Free Productions, Millennium Films
Direção: Rowan Joffe
Roteiro: Rowan Joffe, baseado na novela de S.J. Watson
Elenco: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong, Anne-Marie Duff

Sinopse:
Após sofrer um sério acidente, Christine (Nicole Kidman) perde a capacidade de reter memórias recentes. Isso faz com que ela toda manhã acorde sem saber nada sobre o que aconteceu em sua vida nos últimos vinte anos. Seu marido Ben (Colin Firth) precisa todas as manhãs lhe dizer que está casado com ela há 14 anos e que ele tem esse problema sério causado pelas sequelas do acidente. O Dr. Nasch (Mark Strong), um neurologista que cuida de seu caso, aconselha que Christine use uma câmera todos os dias para gravar suas impressões e memórias, para serem assistidas dia após dia. Em pouco tempo ela descobre que há algo muito errado em sua vida.

Comentários:
Temos aqui um thriller de suspense muito enxuto (com apenas 70 minutos de duração) que tenta contar uma estória muito interessante e curiosa sobre uma mulher que perdeu a capacidade de lembrar do que aconteceu recentemente em sua vida. Tudo o que ela consegue relembrar são flashes de momentos marcantes de sua vida passada. Esse é aquele tipo de roteiro que você deve falar o mínimo possível com receios de estragar as surpresas para quem ainda não conferiu o filme. A grande força do enredo vem justamente de uma grande reviravolta que acontece na terça parte final do filme. Alguns matarão a charada logo, outros porém vão ser surpreendidos. O fato porém é que mesmo com a boa trama e talvez pela curta duração do filme, o espectador acaba ficando com uma sensação de que faltou algo. Nicole Kidman continua linda, mas esperava-se mais de seu encontro com o talentoso e oscarizado Colin Firth. O filme basicamente só tem cinco personagens, por isso cada cena com os dois acaba trazendo uma expectativa que nunca se cumpre completamente. Esse é apenas o quarto filme assinado pelo roteirista Rowan Joffe (de "Um Homem Misterioso") e essa falta de experiência em dirigir atores explica o fato dele, apesar de ter um excelente elenco em mãos, não conseguir arrancar grandes interpretações nem de Kidman e nem de Firth. A sensação fria que fica deixa uma incômoda percepção que tudo poderia ser melhor trabalhado e desenvolvido, resultando talvez em um grande filme. Do jeito que está, temos apenas uma película ok, mediana, que se tornará bastante esquecível após sua exibição. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Amante da Rainha

Título no Brasil: O Amante da Rainha
Título Original: En Kongelig Affære
Ano de Produção: 2012
País: Dinamarca, Suécia, República Tcheca
Estúdio: Zentropa Entertainments, Danmarks Radio
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Bodil Steensen-Leth, Rasmus Heisterberg
Elenco: Alicia Vikander, Mads Mikkelsen, Mikkel Boe Følsgaard, Trine Dyrholm

Sinopse:
Caroline Mathilde (Alicia Vikander) é uma jovem nobre inglesa que é prometida em casamento ao Rei da Dinamarca. Inicialmente ela teme por seu futuro, pois não acredita em casamentos arranjados. Por pressão da família e da sociedade porém acaba aceitando seu destino. Uma vez na nova nação ela é finalmente apresentada ao monarca, um rapaz imaturo e inconsequente, que demonstra um comportamento estranho e fora do comum. Não demora muito e ela toma conhecimento dos boatos que envolvem Christian VIII (Mikkel Boe Følsgaard), pois correm rumores na corte e entre o povo que ele está na verdade ficando louco. Infeliz em seu relacionamento fracassado, ela então decide arranjar um amante, o próprio médico particular do monarca, o Dr. Johann Friedrich Struensee (Mads Mikkelsen).

Comentários:
"O Amante da Rainha" é uma produção dinamarquesa que concorreu ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Uma película requintada e muito bem realizada que conta a história real de um monarca jovem e despreparado, apresentando sinais de loucura, que assumiu o trono daquele país após a morte de seu pai. A sua rainha, uma garota inglesa que o desprezava por causa de suas atitudes infantis e constrangedoras, não demora muito ao se apaixonar pelo médico Johann Struensee (Mikkelsen), um homem culto com ideias iluministas que inicialmente cai nas graças do Rei, para depois dividir o leito da Rainha em seu próprio palácio. O contexto histórico é dos mais interessantes pois naquele momento a Europa via suas monarquias absolutistas perderem o controle, surgindo então as monarquias constitucionais e os regimes liberais, frutos de uma visão iluminista da política, onde se destacavam os pensamentos racionais em torno do poder de cada Estado, em que autores e filósofos importantes como Rousseau e Voltaire mostravam as contradições dos sistemas políticos reinantes. O Dr. Struensee era um ávido leitor dessas obras e a Rainha, bem mais culta e instruída que seu tolo marido, logo criou um vínculo emocional e intelectual com ele. 

Com um Rei fraco e dominado, mais interessado em frequentar bórdeis e se embriagar, não foi complicado para que, aos poucos, o verdadeiro poder fosse passado para as mãos de Struensee, que passou a reinar de fato, ao mesmo tempo em que desfrutava dos favores sexuais da Rainha. Claro que uma situação tão escandalosa como essa logo caiu na boca do povo, da nobreza e do clero, surgindo desse sentimento de indignação um grupo de oposição decidido a acabar com essa situação vergonhosa do ponto de vista moral. Em termos de produção em si não há o que criticar. O filme foi rodado nos mesmos palácios onde tudo aconteceu, o figurino é rico e elegante e os atores estão perfeitos em seus personagens. Entre eles destaco Mads Mikkelsen como o Dr. Struensee. Um homem com boas intenções, porém ambicioso e maquiavélico ao extremo. Para o grande público será logo reconhecido por seu trabalho na série "Hannibal" onde interpreta com classe o famoso serial killer Dr. Hannibal Lecter. Ambos os personagens possuem aspectos em comum e Mikkelsen mantém o mesmo modo de ser, com muita elegância e charme em cada cena. Assim esse filme servirá como incentivo para o cinéfilo conhecer melhor o cinema que está sendo feito nos chamados países nórdicos europeus. Não é de hoje que temos uma qualidade cinematográfica excepcional vindo dessas distantes e frias nações. É certamente muito enriquecedor do ponto de vista cultural conhecer obras como essa.

Pablo Aluísio.