sábado, 15 de novembro de 2014

A Última Bala

Título no Brasil: A Última Bala
Título Original: One In The Chamber 
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: William Kaufman
Roteiro: Derek Kolstad, Benjamin Shahrabani
Elenco: Cuba Gooding Jr, Dolph Lundgren, Billy Murray, Louis Mandylor

Sinopse:
Depois de ser perseguido ferozmente pelas autoridades dos Estados Unidos, um grupo de criminosos e mercenários resolve ir para a Europa Oriental, onde o mercado negro oferece excelentes oportunidades de trabalho para esse tipo de gente. Uma vez lá começa um perigoso jogo de gato e rato, onde os caçadores se tornam as presas da noite para o dia. Apenas os fortes continuarão de pé ao fim da caçada.

Comentários:
Se tem um ator que foi atingido em cheio pela chamada "Maldição do Oscar" esse foi certamente Cuba Gooding Jr. Ele era apenas um novato no cinema quando levantou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme "Jerry Maguire" em 1996. Depois disso desceu ladeira abaixo e nunca mais conseguiu chegar nem ao menos perto das glórias conquistadas nesse comecinho de carreira. Para piorar começou a aparecer em um monte de filmes B sem importância, tentando emplacar em praticamente todos os gêneros - da comédia pastelão ao policial - mas jamais conseguiu se firmar em nenhum deles. Agora parte para os filmes de ação. O problema é que simplesmente não convence no papel de um atirador de elite e assassino profissional. Se Dolph Lundgren também não estivesse no elenco seria muito complicado convencer um fã de filmes de ação a encarar essa fita, que inclusive não chegou sequer a ser lançada nos cinemas americanos, indo parar diretamente no mercado de DVD e Blu-Ray. Todo rodado na República Tcheca, onde os custos são bem menores, podemos destacar um ou outro momento mais interessante, porém no geral é realmente um filme bem descartável, desses que não irão fazer muita falta em sua coleção. Melhor mesmo rever a franquia "The Expendables".

Pablo Aluísio.

Desaparecidas

Título no Brasil: Desaparecidas
Título Original: The Missing
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Imagine Entertainment
Direção: Ron Howard
Roteiro: Thomas Eidson, Ken Kaufman
Elenco: Tommy Lee Jones, Cate Blanchett, Evan Rachel Wood

Sinopse:
Samuel Jones (Tommy Lee Jones) decide retornar para sua antiga casa depois de muitos anos cavalgando e se aventurando pelo oeste. Já velho e cansado da vida, ele pretende reconstruir sua relação familiar com a filha Maggie. O problema é que sua família é surpreendida por um criminoso perigoso que acaba sequestrando sua própria neta. Para Sam Jones esse crime não ficará impune. Ao lado da filha ele parte em busca da garota, ao mesmo tempo em que tenciona mandar o facínora sequestrador para o inferno, sem escalas.

Comentários:
Embora não produza mais filmes de faroeste em ritmo industrial como no passado, Hollywood jamais deixou de realizar filmes desse estilo, afinal de contas é o mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Esse "The Missing" volta ao velho oeste para contar uma estória edificante, sobre o desespero de uma mãe após ver sua pequena e indefesa filha ser raptada. Nem é preciso lembrar que Cate Blanchett é de fato uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Aqui ela está particularmente inspirada pois seu personagem consegue ir do desespero à fúria em questão de segundos. O mesmo se pode dizer do grande Tommy Lee Jones, que encontra um meio ideal para sua personalidade nas telas. É de se lamentar apenas o fato de que o ator poderia estrelar mais westerns em sua carreira, pois possui todas as características dos grandes ídolos do passado que brilharam nesse tipo de filme. Também merece destaque a boa direção de Ron Howard. Muitos não o consideram um diretor mais ousado, preferindo seguir o caminho mais seguro imposto pelos grandes estúdios. Essa afirmação é apenas parte da verdade. Em "The Missing" ele consegue mesclar tensão e suspense em doses exatas. Um belo filme, sem sombra de dúvidas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Um Novo Amor

Título no Brasil: Um Novo Amor
Título Original: At Middleton
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: Adam Rodgers
Roteiro: Glenn German, Adam Rodgers
Elenco: Andy Garcia, Vera Farmiga, Taissa Farmiga, Tom Skerritt, Spencer Lofranco

Sinopse:
O Dr. George Hartman (Andy Garcia) é um médico cirurgião cardíaco que decide tirar um dia de folga para levar seu filho, Conrad (Spencer Lofranco), para conhecer o campus da universidade católica de Middleton. Durante a excursão acaba conhecendo a mãe de outra jovem, uma mulher mais do que interessante chamada Edith (Vera Farmiga). Embora ambos sejam casados, logo surge um flerte casual entre eles. Filme vencedor do Boston Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Andy Garcia) e Melhor Atriz (Vera Farmiga).

Comentários:
Mais um filme romântico bem interessante e curtível (principalmente se você estiver acompanhado de sua namorada). O enredo de certa forma é bem simples, todo passado em apenas um dia em que os personagens de Garcia e Farmiga vão conhecer o campus onde seus filhos vão estudar. Embora sejam comprometidos logo surge uma química entre eles. O curioso é que possuem personalidades bem distintas. Ela é expansiva, extrovertida, fala pelos cotovelos e parece ter uma incrível alegria de viver, chegando ao ponto até de se tornar inconveniente em público. Ele, por outro lado, é um sujeito bem mais sério, médico respeitado, que se veste e se comporta de maneira bem conservadora. Obviamente seguindo o velho ditado logo compreendemos que os opostos vão inevitavelmente se atrair. Ela resolve até roubar bicicletas para que eles façam um passeio bem divertido pela universidade (que não existe na vida real, sendo que o filme foi praticamente todo rodado na Washington State University, em Pullman). Não podemos deixar de elogiar os roteiristas que criaram situações para uma trama como essa, passada em poucas horas. O problema é que a partir da terça parte final ocorre uma ligeira queda de qualidade simplesmente por faltar mesmo assunto. Mesmo assim, por ser curtinho, o filme não chega a aborrecer. O ator Andy Garcia está produzindo seus próprios filmes, então para ele o que importa realmente é trabalhar em roteiros que realmente acredite. Além disso não é nada mal passar noventa minutos ao lado da atriz Vera Farmiga que aqui se dá ao luxo de contracenar com a própria filha, Taissa Farmiga (a mocinha é simpática, pena que seu personagem não ajude muito). Então é isso, outro filme de romance que apesar dos pesares não incomoda e nem aborrece, apenas diverte de forma bem descompromissada.

Pablo Aluísio.

Trama Internacional

Título no Brasil: Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.

Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um orgulhoso marido resolve presentear sua jovem esposa, colecionadora de bonecas antigas, com Annabelle, que tem um design que lembra antigos brinquedos do século XIX. O problema é que assim que chega em sua nova casa, eventos sobrenaturais começam a acontecer pelos corredores escuros. Para piorar uma estranha presença é sentida nos cantos mais obscuros da residência. Enredo parcialmente baseado em fatos reais.

Comentários:
A boneca Annabelle existe, não é invenção de roteiristas de cinema. Durante os anos 1970 um casal de pesquisadores começou a investigar casos sobrenaturais nos Estados Unidos. Em vários eventos havia peças, imagens ou artefatos (como a própria Annabelle) envolvidos. Entre dezenas de casos envolvendo seitas de adoradores do diabo e grupos estranhos, o da boneca acabou ganhando destaque por causa das muitas mortes envolvidas. Hoje em dia Annabelle se encontra em exposição, mas para desapontamento dos fãs do filme ela não se parece em nada com a boneca em cena. Na verdade é uma boneca de pano comum, com design que lembra até mesmo a personagem Emília do nosso Sítio do Pica Pau Amarelo! Mesmo com aparência tão singela não são poucos o que afirmam que ela de fato carrega uma carga negativa muito estranha, que impressiona até mesmo pessoas incrédulas que chegam perto dela pela primeira vez. De qualquer maneira a história do casal de pesquisadores de eventos sobrenaturais foi muito mais bem desenvolvido no primeiro filme, "Invocação do Mal". Aqui temos apenas os eventos anteriores ao que vimos no primeiro filme. De maneira em geral tudo o que você verá é mera ficção (ao contrário da fita original). De verdade mesmo temos apenas a presença de Annabelle! O que fez tanta gente gostar desse filme é até fácil de explicar. Ao invés de tentar inventar a roda o diretor John R. Leonetti optou por contar uma história tradicional de terror, com jogos de sombras, suspense e clima. A fita em determinados momentos lembra os filmes de terror dos anos 70. Isso fez toda a diferença do mundo. Só esperamos que a boneca não seja ridicularizada nos próximos anos como aconteceu com outro boneco de terror famoso, o Chucky de "Brinquedo Assassino". Isso seria mais prejudicial a ela do que dez exorcismos!

Pablo Aluísio.

Kinjite - Desejos Proibidos

Título no Brasil: Kinjite - Desejos Proibidos
Título Original: Kinjite - Forbidden Subjects
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Golan-Globus Productions
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Harold Nebenzal
Elenco: Charles Bronson, Juan Fernández, Perry Lopez

Sinopse:
O tenente Crowe (Charles Bronson) do departamento policial de Los Angeles está determinado a desmantelar uma perigosa rede de prostituição organizada por criminosos orientais na cidade. Fortemente armado até os dentes está disposto a fazer justiça de todas as maneiras possíveis.

Comentários:
Último filme da carreira do diretor J. Lee Thompson. Em seus últimos anos ele emplacou uma muito bem sucedida parceria com o ator Charles Bronson. Dessa união no cinema surgiram obras como "Dez Minutos Para Morrer" (o melhor em minha opinião), "O Vingador" e "Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown". Todos são filmes focados essencialmente em agitadas cenas de ação, geralmente passadas no caos urbano das grandes cidades americanas, onde o crime parece estar fora de controle e sem rumo. Bronson de certa maneira personificou quase sempre o mesmo personagem, a do justiceiro das ruas, o sujeito de bem e honesto que não conseguia mais aguentar a ineficiência do Estado e que por isso resolvia fazer justiça com as próprias mãos. O inimigo aqui é a máfia oriental, que ganha milhões de dólares com o tráfico de seres humanos, garotas bonitas que são literalmente exportadas para os Estados Unidos para faturarem muito no submundo da prostituição. Uma fita que certamente entrega o que promete. Os fãs de Charles Bronson não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Como não Esquecer essa Garota

Título no Brasil: Como não Esquecer essa Garota
Título Original: Remember Sunday
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Jeff Bleckner
Roteiro: Michael Kase, Barry Morrow
Elenco: Alexis Bledel, Zachary Levi, Merritt Wever, Barry Shabaka Henley
  
Sinopse:
Gus (Zachary Levi) casualmente conhece durante um café da manhã a simpática e bonita Molly (Alexis Bledel), uma jovem estudante que pretende um dia ter maior autonomia em sua vida pessoal. Atualmente ela tenta superar um relacionamento ruim com um ex-namorado problemático, enquanto tenta pagar suas despesas, sempre enrolada em manter suas contas descontroladas em dia. O que começa com um flerte casual acaba ganhando novos contornos quando Gus lhe convida para sair. O que Molly não sabe é que ele tem um importante segredo a esconder.

Comentários:
Bom romance estrelado pela gatinha Alexis Bledel. Talvez alguns não ligarão imediatamente o nome à personagem, mas quem curte seriados a reconhecerá imediatamente pois ela foi a atriz que fez grande sucesso interpretando Rory Gilmore em "Gilmore Girls" da Warner. Pois bem, nesse filme romântico ela tem um desafio e tanto pela frente. Seu novo caso amoroso, o jovem Gus, tem um complicado problema de saúde. Após sofrer um aneurisma cerebral ele perde completamente a chamada memória de curto prazo, fazendo com que ele acorde todas as manhãs sem se lembrar de nada do que aconteceu no dia anterior. Como manter um namoro com alguém nessa situação crítica? Para piorar o namorado esconde essa situação no começo do relacionamento, o que faz com que ele praticamente a veja pela primeira vez todo dia que a reencontra! Para não esquecer de quem ela se trata, ele também precisa anotar tudo o que vivenciou antes ao seu lado, o que traz inúmeros problemas, como por exemplo, pensar que sua melhor amiga é na verdade a sua própria namorada! Imagine a saia justa! Filme simpático, diria até sensível. Esse tema fará você lembrar de uma comédia com a Drew Barrymore chamada "Como se Fosse a Primeira Vez", mas apesar dos argumentos parecidos são filmes bem diferentes, pois aqui tudo é mais focado mesmo no romance improvável dos protagonistas. Não é um roteiro para se fazer rir como o anterior, mas vale bem a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

À Procura do Amor

Título no Brasil: À Procura do Amor
Título Original: Enough Said
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Nicole Holofcener
Roteiro: Nicole Holofcener
Elenco: Julia Louis-Dreyfus, James Gandolfini, Catherine Keener, Toni Collette

Sinopse:
Eva (Julia Louis-Dreyfus) está divorciada há mais de dez anos. Ela tem uma filha adolescente e ganha a vida fazendo massagens terapêuticas. Sua vida passa longe de ser fácil, já que ela passa o dia todo atendendo clientes, levando sua pesada mesa de massagem para cima e para baixo. Um certo dia conhece casualmente Albert (James Gandolfini), um sujeito também divorciado como ela, já cinquentão, que deseja reconstruir sua vida amorosa. Mesmo sendo aparentemente tão diferentes começam a ter um relacionamento que não será isento de problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Julia Louis-Dreyfus). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Ator (James Gandolfini).

Comentários:
Esse foi um dos últimos trabalhos da carreira do ator James Gandolfini, falecido em 2013. É um filme romântico que explora um tipo diferente de relacionamento envolvendo duas pessoas já cinquentonas, divorciadas, com filhos adolescentes prestes a irem embora fazer faculdade. Com a síndrome do ninho vazio batendo às portas elas resolvem então se dar uma segunda chance, para quem sabe superar os traumas do passado revivendo um novo amor em suas vidas. Julia Louis-Dreyfus (a Elaine Benes da série "Seinfeld") interpreta essa mãe divorciada, mas bastante trabalhadora, que vai vivendo um dia de cada vez na criação de sua filha. As coisas não são fáceis, mas ela vai superando os desafios. Curiosamente acaba tendo como cliente justamente a ex-esposa de seu atual namorado, Albert. Em conversas amigáveis vai descobrindo os podres dele com a antiga esposa, criando uma situação constrangedora, mas também divertida e reveladora da alma humana. O roteiro apresenta ótimos diálogos, em um enredo que nunca chega a cansar o espectador, pelo contrário, apesar de ser despretensioso em si, o filme acaba prendendo a atenção do começo ao fim. Depois dessa produção James Gandolfini realizou apenas mais um filme, "The Drop", que permanece inédito no Brasil. Uma pena que tenha partido tão cedo sendo dono de um grande talento. Aqui mostra mais uma vez que conseguia se sair tão bem em filmes românticos como em séries mais viscerais como "Os Sopranos". Um bela amostra de seu excelente timing dramático.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sabotagem

Título no Brasil: Sabotagem
Título Original: Sabotage
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: David Ayer
Roteiro: Skip Woods, David Ayer
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Olivia Williams, Mireille Enos, Sam Worthington, Terrence Howard, Josh Holloway, Joe Manganiello, Max Martini, Kevin Vance

Sinopse:
John 'Breacher' Wharton (Arnold Schwarzenegger) é o líder de um esquadrão de elite do DEA (Departamento de combate ao narcotráfico nos Estados Unidos). Durante uma operação envolvendo a invasão de uma casa de um poderoso e rico cartel mexicano ele e seus homens resolvem roubar parte do dinheiro encontrado no local, algo em torno de dez milhões de dólares. Eles então escondem a quantia nos esgotos, mas depois que retornam lá para pegar todo o dinheiro de volta descobrem que ele simplesmente sumiu! Para piorar o DEA descobre o plano e todos os envolvidos acabam caindo na malha fina de uma pesada investigação a cargo da corregedoria. A questão porém permanece sobre quem realmente teria ficado com toda aquela fortuna...

Comentários:
Depois do retorno de Arnold Schwarzenegger ao cinema esse é sem dúvida o seu melhor filme. Um policial bem barra pesada que consegue mesclar elementos de seus antigos filmes (com muita ação e conflitos armados com armamento pesado) aliada a uma boa trama. Inicialmente o espectador fica um pouco surpreso com o personagem de Schwarzenegger, afinal ele sempre optou por interpretar papéis de homens íntegros e honestos (com algumas pequenas exceções, é claro). Aqui logo de cara ficamos sabemos que ele se envolveu em um plano para meter a mão no dinheiro sujo do narcotráfico mexicano. Quando a grana some e vários membros de sua equipe começam a surgirem mortos, ele começa a se mexer para descobrir tudo o que se esconde por baixo de todo esse jogo sujo. O filme tem excelentes sequências de invasão - afinal o enredo gira em torno de uma equipe de elite especializada justamente nesse tipo de operação. Pelo menos há três ótimas cenas envolvendo esse tipo de situação. De falso mesmo temos apenas a vã tentativa de incorporar um romance fajuto entre Arnoldão e a personagem investigadora da atriz  Olivia Williams! Tudo bem gratuito. Melhores mesmo são os cenários onde seus homens vão sendo encontrados, com mortes bem violentas e sombrias para quem curte esse tipo de coisa. O ator ainda não conseguiu um grande sucesso desde que deixou o partido republicano para retomar sua carreira, essa certamente pode ser uma boa chance. No geral é isso, boa diversão que não ofende a inteligência dos espectadores, provando que há sim vida inteligente nos filmes de ação.

Pablo Aluísio.

Jumanji

Título no Brasil: Jumanji
Título Original: Jumanji
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Greg Taylor
Elenco: Robin Williams, Kirsten Dunst, Bonnie Hunt, Bradley Pierce
 
Sinopse:
Dois garotinhos encontram um jogo mágico, capaz de alterar as leis do universo em que conhecemos, os jogando no meio de uma grande e inesquecível aventura! Filme vencedor da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Bonnie Hunt) e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor Filme de Fantasia, Melhor Ator (Robin Williams) e Melhor Direção (Joe Johnston).

Comentários:
Segue sendo um dos mais queridos filmes da carreira de Robin Williams. Na época de seu lançamento foi acusado de ser uma produção meramente usada como desculpa para um desfile de avançados efeitos especiais de última geração. Na verdade grande parte do impacto do filme realmente é proveniente de seu visual, mas não é só isso que podemos elogiar. A fita pode ser encarada como uma bela tentativa de resgatar o espírito das antigas matinês, onde filmes de aventuras e muita imaginação faziam a festa da garotada que lotava os cinemas nas décadas de 1940 e 1950. Além disso vamos convir que Robin Williams era de fato muito carismático, conseguindo muitas vezes levar um filme apenas mediano nas costas até o fim. Nesse "Jumanji" o roteiro realmente deixa a desejar em certos aspectos, mas nem isso tira seu charme de puro entretenimento. Para o estúdio também foi uma bela aposta pois a produção acabou enveredando para outros produtos, virando livro, álbum de figurinhas, quadrinhos e até um bem sucedido jogo de videogame (ironicamente a indústria de games iria superar a do cinema em faturamento poucos anos depois). De uma forma ou outra o cineasta Joe Johnston procuraria manter o velho espírito em filmes posteriores dele, em especial os bons "Jurassic Park III" (também com farto uso de animais digitais), "Mar de Fogo" (uma aventura ao velho estilo) e "Capitão América: O Primeiro Vingador" (novamente flertando com o mundo dos quadrinhos). Em suma, "Jumanji" é isso mesmo, pura diversão para todas as idades.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Sex Tape - Perdido na Nuvem

Título no Brasil: Sex Tape - Perdido na Nuvem
Título Original: Sex Tape
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Kate Angelo, Jason Segel
Elenco: Jason Segel, Cameron Diaz, Rob Lowe, Rob Corddry

Sinopse:
Jay (Jason Segel) e Annie (Cameron Diaz) se conhecem na universidade. No começo o relacionamento realmente pega fogo, eles se dão muito bem do ponto de vista sexual, não perdendo nenhuma oportunidade para transarem, em todos os lugares possíveis e imagináveis. Depois de um tempo resolvem finalmente se casar. Cinco anos e dois filhos depois, as coisas já não são da mesma forma. O casamento caiu na rotina e no tédio e eles não possuem mais o mesmo amor ardente de antes. Tentando reacender a paixão acabam cometendo a besteira de se filmarem fazendo sexo. Após vazar a cena eles tentam de tudo para barrar sua divulgação na net. 

Comentários:
"Sex Tape" é mais uma daquelas comédias industriais que não conseguem lidar com o tema sexo de forma adulta. Tudo soa muito vulgar e beirando a cafonice completa. O roteiro é bem cafajeste e procura tirar humor da chatice do casamento. Obviamente que o alvo é dirigido para um público que esteja na mesma situação do casal central do filme, ou seja, casais que já descobriram que o casamento é um tremenda chatice, cheia de obrigações e poucos bons momentos verdadeiros. Os filhos acabam sendo apontados como um dos fatores que rebaixam o calor da paixão entre marido e mulher, veja só a cretinice do argumento. Após o sujeito falhar na cama, eles tentam gravar uma cena de sexo usando um livro de posições sexuais bizarras como modelo. Claro que o maridão, que não é muito familiarizado com informática, cometerá um tremendo erro, pois ao invés de apagar o vídeo o acaba compartilhando com todos os Ipads que deu de presente recentemente. A partir daí começa a correria deles para recuperar os aparelhos antes que tudo vaze pela internet (o que obviamente tornará impossível a retirada da cena de sexo da rede). Cameron Diaz já passou da idade de fazer filmes como esse, ela deveria procurar por rumos mais criativos de se explorar. Pior são suas cenas de nudez gratuita, que no final das contas só servirá mesmo para as mulheres criticarem sua falta de, digamos assim, dotes físicos abundantes! A direção é do jovem Jake Kasdan, que já havia dirigido um filme igualmente ruim com a Cameron Diaz antes, a porcaria "Professora Sem Classe". No geral é tudo mesmo uma grande bobagem, com sérios problemas de enfrentar o tema com um mínimo de maturidade, onde o que sobra mesmo é muita baixaria e vulgaridade. No final agradará apenas aos apreciadores desse tipo de humor ralé, de baixo nível.

Pablo Aluísio.

Maré Vermelha

Título no Brasil: Maré Vermelha
Título Original: Crimson Tide
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Hollywood Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Michael Schiffer, Richard P. Henrick
Elenco: Gene Hackman, Denzel Washington, Viggo Mortensen, James Gandolfini, Matt Craven

Sinopse:
Em um submarino nuclear da marinha americana, dois oficiais entram em conflito após o recebimento de uma ordem de ataque. O tenente Ron Hunter (Denzel Washington) acaba liderando um verdadeiro motim contra o capitão Frank Ramsey (Gene Hackman) com o objetivo de evitar que a ordem de lançar os misseis nucleares seja executada. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Som. Filme vencedor do Grammy Awards na categoria de Melhor Trilha Sonora instrumental original.

Comentários:
O tempo passa muito rápido realmente. Já vai fazer dez anos que o excelente ator Gene Hackman resolveu se aposentar do cinema. Ele parece ter simplesmente se cansado de tudo e resolveu ir embora para aproveitar o resto de sua vida em paz, desfrutando do dinheiro que ganhou em tantos filmes. Uma pena pois era aquele tipo de profissional cuja presença no elenco já fazia valer o preço do ingresso. Esse "Crimson Tide" foi um dos grandes sucessos de bilheteria de sua carreira, onde teve a oportunidade de contracenar com outro grande ator, o sempre empenhado Denzel Washington. O cenário é um submarino nuclear americano prestes a dar início a um ataque de larga escala. O problema é que surge uma dúvida entre a tripulação: seria a ordem de atacar um erro técnico (já que não havia nenhuma justificativa para tal) ou era de fato um procedimento realmente ordenado por Washington? Dos dois lados da balança ficam o tenente comandante Ron Hunter (Denzel Washington), um sujeito mais equilibrado e o capitão do submarino, o "falcão" oficial Frank Ramsey (Gene Hackman). Do choque de personalidades nasce o conflito central de todo o enredo. Desnecessário dizer que estamos na presença de um roteiro cuja força se concentra justamente na tensão e nos diálogos de embate entre os dois personagens centrais. Nesse quesito o filme realmente é uma delícia. Curiosamente o elenco de apoio traz a presença de dois atores que ainda não eram muito conhecidos, mas que em pouco tempo se tornaria extremamente populares, Viggo Mortensen e James Gandolfini. Mortensen iria se consagrar na franquia "O Senhor dos Anéis" como Aragorn e Gandolfini na série televisiva "Família Soprano" no papel inesquecível de Tony Soprano. Em suma, "Maré Vermelha" segue sendo considerado um dos melhores filmes ambientados em submarinos do cinema americano. Um programa realmente imperdível.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de novembro de 2014

Scarface

Título no Brasil: Scarface
Título Original: Scarface
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Oliver Stone
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Steven Bauer, Mary Elizabeth Mastrantonio, F. Murray Abraham, Robert Loggia

Sinopse:
Remake do clássico filme de gangsters da década de 1930. Agora o espectador é convidado a conhecer Tony Montana (Al Pacino), um refugiado cubano que deseja viver intensamente o chamado American Dream. Ele quer vencer e subir na vida na América dos anos 80. Para isso não mede esforços em roubar, matar e traficar o maior número possível de toneladas de cocaína para dentro do mercado americano. Quem cruzar seu caminho será recebido com chumbo quente. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Steven Bauer) e Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Até hoje é uma obra controvertida, havendo defensores e detratores apaixonados de ambos os lados da balança. Alguns consideram um filme violento, vulgar e ofensivo ao extremo. Outros dizem que "Scarface" é uma obra prima da safra mais inspirada de Brian de Palma. Afinal quem tem a razão? Na verdade essa nova versão do famoso personagem Tony Montana (praticamente uma caricatura de Al Capone) tem seus pontos positivos e negativos. A diferença é que tudo parece ser levado ao extremo, então quando o filme acerta, ele realmente passeia pela perfeição e quando erra, cai facilmente na vulgaridade gratuita. No meio da montanha russa o que podemos afirmar com certeza é que Brian De Palma realizou sua obra mais visceral. O personagem de Al Pacino tem fome de vencer na vida, uma vontade tão ferrenha que ele não pensa duas vezes em passar por cima de todos os valores morais e éticos mais caros para a sociedade. Para Tony Montana não importa perder sua alma, mas sim conquistar o mundo, acima de tudo! E não há caminho mais fácil para isso do que o submundo milionário das drogas! Até hoje certos momentos são lembrados, como a verdadeira montanha de cocaína que voa pelos ares, ou do acesso de fúria de Al atirando com sua metralhadora para todos os lados. De fato você não vai encontrar sutileza por aqui, mas certamente encontrará um filme mais do que instigante. Não há limites para Tony Montana, essa é a mensagem principal.

Pablo Aluísio.

Carrie, a Estranha

Título no Brasil: Carrie, a Estranha
Título Original: Carrie
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Screen Gems
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa
Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde, Portia Doubleday

Sinopse:
Carrie (Chloë Grace Moretz) é uma jovem estudante que vive oprimida tanto em casa como na escola. Em casa pela mãe dominadora, cruel e fanática religiosa que enxerga pecado e devassidão em tudo ao redor. Na escola, por ser tímida e fechada, ela logo passa a ser o principal alvo de bullying das garotas de sua idade. O que ninguém sabe é que Carrie na verdade possui estranhos poderes, que logo logo se virarão contra todos aqueles que ousam zombar dela.

Comentários:
Remake desnecessário do clássico filme inspirado na obra de Stephen King. É a tal coisa, a originalidade anda distante de Hollywood atualmente. Sem novas ideias o jeito é tentar olhar para o passado, revitalizando antigos filmes. O original já é um clássico absoluto, muito bem realizado pelo mestre Brian De Palma! Já esse aqui soa como um caça-níquel desesperado da combalida MGM - que vira e mexe surge nos jornais com as portas prestes a fechar. No geral é uma refilmagem burocrática, sem maiores vôos em termos de inovação ou originalidade. Talvez o maior erro tenha sido a escalação da atriz jovem Chloë Grace Moretz. Ela não é má atriz, bem longe disso, mas deixa a desejar talvez por ser bonitinha demais para o papel. Não podemos nos esquecer que a Carrie das páginas de King é uma garota complexada, estranha (como o próprio título do livro sugere) e que sofre intenso bullying por parte dos colegas de escola. Já a gatinha Chloë Grace Moretz passa longe desse tipo. Mesmo com as costas caídas, jeito meio sinistro de agir, não há como encarar ela como uma vítima de preconceito e escárnio dos amigos de classe. Quem se sai um pouco melhor é a sempre eficiente Julianne Moore como a mãe que caiu nas garras do fanatismo religioso. Em suma, uma produção que não tinha a menor necessidade de existir.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de novembro de 2014

November Man - Um Espião Nunca Morre

Título no Brasil: November Man - Um Espião Nunca Morre
Título Original: The November Man
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Relativity Media
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Michael Finch, Karl Gajdusek
Elenco: Pierce Brosnan, Luke Bracey, Olga Kurylenko, Bill Smitrovich

Sinopse:
Peter Devereaux (Brosnan) é um ex-agente da CIA que se envolve em um jogo de espionagem perigoso, envolvendo informações vitais do passado de um influente político russo apontado para ser o novo presidente daquele país. Ao tomar posse de provas vitais ele tenta levar o material de volta ao ocidente ao mesmo tempo em que tenta juntar e decifrar todo o mosaico de peças soltas do mistério que ronda o passado desse homem.

Comentários:
Isso já havia acontecido antes com Roger Moore. O fato é que depois que se interpreta um personagem tão marcante como James Bond o ator fica marcado para sempre. Assim não é de se estranhar que Pierce Brosnan venha a protagonizar um filme como esse. Na realidade o que temos aqui é quase um genérico de Bond (bem reforçado no Brasil por causa do título nacional oportunista). Brosnan dá vida a um ex-agente da CIA chamado Devereaux, tão semelhante ao famoso espião inglês de Ian Fleming que fiquei até esperando ele se apresentar em alguma cena como "Bond, James Bond". A trama até que não é tão ruim, explorando o passado negro de um bem sucedido político russo que provavelmente será o próximo presidente (semelhanças com Putin, atual líder russo, não são meras coincidências). Após a assistente dele ser morta, surgem provas colhidas em um celular comum que Devereaux tentará levar em segurança para o ocidente. O problema é que ele terá que enfrentar não apenas os agentes russos como também a própria CIA que deseja colocar as mãos no "pacote". Ora, nem preciso dizer que algo assim só seria possível se o famoso 007 estivesse em campo. De qualquer forma o filme não é de todo mal, serve bem para matar as saudades de Pierce Brosnan que vinha numa linha em sua carreira que não era bem a sua praia, uma série de comédias de humor negro que não lhe caíam muito bem. Agora, com esse filme temos um paliativo de um dos melhores atores que já passaram pela franquia Bond. Não é nenhuma maravilha, mas quebra o galho.

Pablo Aluísio.