segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Três Amigos!

Título no Brasil: Três Amigos!
Título Original: Three Amigos
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Landis
Roteiro: Steve Martin, Lorne Michaels
Elenco: Steve Martin, Chevy Chase, Martin Short, Joe Mantegna

Sinopse:
Uma humilde vila de mexicanos resolve juntar seus poucos recursos para contratar três americanos que eles pensam ser grandes pistoleiros do velho oeste. Na verdade são apenas três atores canastrões de filmes de faroeste da era do cinema mudo. O engano dará origem a muitas confusões envolvendo o trio de trapalhões.

Comentários:
Confesso que nunca achei grande coisa dessa comédia, isso apesar de ter sido assinada por um dos meus diretores preferidos, o talentoso John Landis, uma espécie de sub-Steven Spielberg dos anos 80. Certamente gosto muito dos filmes do texano Steve Martin, que aqui se alia a dois outros humoristas divertidos, Chevy Chase e Martin Short. Apesar de tanta gente boa reunida a coisa simplesmente não funciona! Acredito que o filme não deu muito certo porque não tem enredo suficiente para um longa-metragem. Talvez funcionasse muito bem na TV, no Saturday Night Live, em sequências rápidas e bem boladas, mas em um filme inteiro, repetindo praticamente a mesma piada, cena após cena, a coisa toda ficou cansativa e sem graça! Sinceramente me pareceu excessivo. Sempre considerei esse filme um dos mais caricatos (no sentido ruim da palavra) da filmografia de Steve Martin. Os personagens são ingenuamente bobinhos, mas infelizmente não engraçados. Aqui temos um caso bem claro de que sempre que se aposta em um humor muito inofensivo, politicamente correto até a medula, as coisas não funcionam como deveriam. De bom mesmo apenas a sátira aos primeiros cowboys do cinema americano, ainda no advento do cinema mudo. Seus figurinos, acredite, não são nada exagerados se comparados ao que os pioneiros realmente usavam nas fitas da época. Pois é, os primeiros atores do faroeste mais pareciam artistas de circo do que homens do velho oeste de verdade. Nesse ponto o filme acertou, o que talvez o salve de ser efetivamente uma decepção completa.

Pablo Aluísio.

Dívida de Honra

Título no Brasil: Dívida de Honra
Título Original: The Homesman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company
Direção: Tommy Lee Jones
Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald
Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep

Sinopse:
A vida no oeste selvagem era muito dura. Que o diga três mulheres que acabam enlouquecendo por causa das dificuldades de viver em uma terra tão hostil e perigosa. Diante dessa terrível situação o reverendo Dowd (John Lithgow) decide que pelo bem da comunidade as três devem ser enviadas para uma instituição psiquiátrica no distante Iowa. O problema é que até lá são cinco semanas de jornada a cavalo, bem no meio do nada. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) decide aceitar o desafio. No meio do caminho acaba encontrando o velho George Briggs (Tommy Lee Jones), que também decide seguir viagem ao seu lado. Juntos enfrentarão todos os desafios impostos pela complicada travessia.

Comentários:
Esse faroeste é um projeto muito pessoal de Tommy Lee Jones. Só para se ter uma ideia ele produziu, dirigiu e ainda escreveu o roteiro de "The Homesman". Seu personagem é um homem já cansado pela vida que por um acaso do destino acaba entrando numa jornada ao lado da mulher que o salvou de morrer enforcado. O objetivo é levar três mulheres com problemas mentais a uma cidade distante cinco semanas de viagem pela terras selvagens cheias de pistoleiros, nativos e bandoleiros de todos os tipos. Usando uma carroça adaptada eles partem rumo aos confins do oeste americano. Pode-se dizer que em certos momentos a trama se arrasta um pouco, mas no geral é de fato um bom filme. O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". 

Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospício da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois".  No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de outubro de 2014

Crimes em Wonderland

Título no Brasil: Crimes em Wonderland
Título Original: Wonderland
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: James Cox
Roteiro: James Cox, Captain Mauzner
Elenco: Val Kilmer, Lisa Kudrow, Kate Bosworth

Sinopse:
Após largar sua carreira em filmes pornográficos, o viciado John Holmes (Val Kilmer) acaba se envolvendo com uma gangue de marginais em Wonderland, bairro suburbano localizado nos arredores de Los Angeles. Sempre em busca de drogas ele propõe um plano ao líder do grupo. Como tem amizade com um rico empresário da cidade, deixará a porta da cozinha de sua mansão aberta, para que os membros da quadrilha entrem e façam um assalto a mão armada. Depois o fruto desse roubo será dividido igualmente entre todos os envolvidos. O problema é que nem tudo sai como havia sido inicialmente planejado. 

Comentários:
John Holmes (Val Kilmer) foi um dos mais famosos atores pornôs dos anos 1970. Apesar de ter participado de quase mil filmes e ter se tornando muito popular naqueles anos pioneiros da indústria adulta dos Estados Unidos, nunca conseguiu alcançar uma estabilidade financeira em sua vida, fruto de seu profundo vício em cocaína e outras drogas pesadas. Depois que largou os filmes entrou de cabeça no submundo de Los Angeles e passou a frequentar a casa de traficantes de drogas, ladrões e criminosos em geral. Foi justamente isso que praticamente o levou a ruína, ao se envolver numa história mal contada, que resultou na morte de quatro pessoas em Wonderland, uma região conhecida, bem próxima de Hollywood. Como ser humano era um verdadeiro lixo, mentiroso, viciado e picareta. Se também era um assassino até hoje pairam sérias dúvidas. O roteiro desse filme explora justamente seu envolvimento ou não em um dos crimes mais violentos da cidade de Los Angeles, um assassinato cruel e bárbaro de quatro pessoas em sua própria residência. 

No geral o grande destaque dessa produção vem do fato do ator Val Kilmer interpretar o patife John Holmes. Personagens viciados, que vivem na marginalidade já tinham sido explorados muito bem em sua carreira antes - vide sua fenomenal interpretação de Jim Morrison dos Doors. Aqui ele também está muito bem, porém a anos-luz de distância de seu trabalho anterior como Morrison. Também pudera, o personagem de Holmes não ajuda. Como ele poderia despertar alguma simpatia interpretando um sujeito desprezível como esse? Por outro lado gostei bastante da atuação de Kate Bosworth, que dá vida a Dawn Schiller, jovem e ingênua namorada de Holmes na época em que os crimes foram cometidos. Como o enredo é baseado em uma história real fiquei realmente impressionado como doces garotas como ela acabam se envolvendo com marginais como Holmes. Esse é um mistério em relação às mulheres que jamais decifrarei. De qualquer maneira deixarei a indicação do filme, mesmo alertando para o fato de que não é nenhuma maravilha do ponto de vista puramente cinematográfico, pois o que o salva mesmo é a reconstituição desse crime absurdo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Vivendo na Eternidade

Título no Brasil: Vivendo na Eternidade
Título Original: Tuck Everlasting
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Jay Russell
Roteiro: Natalie Babbitt, Jeffrey Lieber
Elenco: Alexis Bledel, Jonathan Jackson, Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving, William Hurt

Sinopse:
Winnie Foster (Alexis Bledel) é uma jovem que em suas férias no campo acaba se apaixonando por um jovem de sua idade que pertence a uma família que parece jamais envelhecer. Será que a velha lenda da fonte da juventude tem realmente algum fundo de verdade? Em breve Winnie descobrirá tudo o que se esconde por trás do mito. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Atriz (Alexis Bledel) e Melhor Atriz Coadjuvante (Sissy Spacek).

Comentários:
Filme da Disney que acabou com os anos virando um pequeno cult romântico entre os mais jovens. Duas coisas sempre me chamaram atenção nessa fita. A primeira se refere ao ótimo (ótimo mesmo!) elenco de apoio. Não é todo dia que vemos gente da categoria de Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving e William Hurt trabalhando juntos! E o mais curioso é que não se trata de uma grande produção, feita para fazer bonito em grandes festivais de cinema mundo afora! Pelo contrário, é um filme menos pretensioso, com foco para um público jovem, fã dos produtos da Disney. Outro aspecto que merece todos os elogios vem da bonita direção de arte assinada pelo ótimo Ray Kluga. Tudo de muito bom gosto e refinamento, mostrando como se realiza um filme com doses de fantasia, romance e fábula. Tudo muito belo para sonhar com os olhos abertos. Indico especialmente para os namorados que estejam na mesma faixa etária dos personagens. Para eles haverá um sabor extra todo especial.

Pablo Aluísio.

Roubando Vidas

Título no Brasil: Roubando Vidas
Título Original: Taking Lives
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Michael Pye, Jon Bokenkamp
Elenco: Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland

Sinopse:
Illeana (Angelina Jolie) é uma agente do FBI perita em serial killers e seus métodos criminosos. Usando de técnicas pouco usuais, ela tenta entender melhor como funciona a mente desses psicopatas. Agora terá que enfrentar um assassino em série que parece ter prazer em assumir a identidade de suas vítimas, após as assassinar de forma cruel e violenta. Imersa em um verdadeiro e complexo jogo psicológico, Illeana precisará sobreviver a esse grande desafio. Roteiro baseado na novela policial escrita pelo autor Michael Pye.

Comentários:
Antes de ser a salvadora dos povos pobres e oprimidos do quarto mundo, a atriz Angelina Jolie estrelou uma série de filmes bem interessantes que hoje em dia andam praticamente esquecidos. Entre eles um dos meus preferidos é justamente esse "Taking Lives". Como já escrevi aqui antes, filmes sobre Serial Killers (os chamados assassinos em série) são como chocolate, mesmo quando não satisfazem completamente, costumam ser bons! Aqui a cereja do bolo vem das técnicas de psicologia forense que são aproveitadas no enredo. Para estudantes de criminologia e ciências afins, se torna mais do que interessante, pois o espectador é convidado a tentar entender o que se passa na mente desse tipo de criminoso. Não é tarefa fácil, como se pode perceber ao acompanhar todas as nuances desse suspense. De forma em geral considero o texto realmente o grande atrativo da película, uma vez que é muito bem trabalhado. Jolie está particularmente empenhada e imersa no papel, mas quem acaba roubando o filme mesmo no quesito atuação são seus dois coadjuvantes, pois tanto Ethan Hawke como Kiefer Sutherland estão perfeitos em suas caracterizações. Assim deixo a preciosa dica desse thriller policial de ação e suspense que foi injustamente esquecido nesses anos. Um bom filme sobre pessoas que simplesmente não conseguem parar de matar. Vale a pena conhecer.
 
Pablo Aluísio.

Refém de Uma Vida

Título no Brasil: Refém de Uma Vida
Título Original: The Clearing
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Pieter Jan Brugge
Roteiro: Pieter Jan Brugge, Justin Haythe
Elenco: Robert Redford, Willem Dafoe, Helen Mirren, Alessandro Nivola 

Sinopse:
Wayne Hayes (Robert Redford) e sua esposa Eileen (Helen Mirren) vivem uma vida pacata e tranquila até que tudo desmorona ao Wayne ser sequestrado por criminosos. Imediatamente o FBI entra no caso, mas o que parecia ser apenas mais um sequestro comum, visando um pagamento de resgate, se revela bem mais complexo, com segredos guardados a sete chaves por Eileen. O que de fato poderia se esconder por trás desse crime?

Comentários:
Quando lidamos com filmes estrelados pelo ótimo Robert Redford a tendência natural é elevarmos as expectativas ao máximo, afinal é um profissional talentoso e inteligente que teve toda a sua carreira pautada por bons filmes, inclusive alguns verdadeiros clássicos do cinema americano. Por isso quando o filme se revela apenas mediano o gostinho de leve decepção fica nos lábios. "The Clearing" não se enquadra na categoria de filmes ruins, mas temos que reconhecer que é bem banal, algo que como já frisei, não se espera de um filme com o grande Redford. O roteiro dá voltas e parece não chegar a lugar algum. Suspenses como esse lotam todos os anos os cinemas americanos, por isso não vai adicionar grande coisa aos nomes envolvidos em sua realização. Por falar neles, temos aqui de fato um elenco acima da média. Além do próprio Robert Redford, de quem sou fã assumido, ainda encontramos o talentoso e inspirado Willem Dafoe (que recentemente esteve no Brasil em uma excelente montagem teatral) e a grande dama da atuação Helen Mirren. No final das contas quando as luzes de acendem ao fim da projeção, o que nos afasta da sensação de tempo perdido é justamente o consolo de termos tido a oportunidade de vermos tantos bons atores em cena novamente. Isso porém não salva a película do lugar comum, infelizmente.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Elefante Branco

Título no Brasil: Elefante Branco
Título Original: Elefante Blanco
Ano de Produção: 2012
País: Argentina, Espanha, França
Estúdio: Canal Plus, Canal+ España
Direção: Pablo Trapero
Roteiro: Alejandro Fadel, Martín Mauregui
Elenco: Ricardo Darín, Jérémie Renier, Martina Gusman

Sinopse:
Após passar vários anos como sacerdote católico numa distante cidadezinha da Amazônia, Nicolás (Jérémie Renier), um padre belga, aceita o desafio de ajudar dois colegas numa das mais violentas e pobres periferias de Buenos Aires, Lá o sacerdote europeu toma contato pela primeira vez com a complicada situação da população local, sem ajuda governamental, vivendo com medo no meio de uma verdadeira guerra do tráfico de drogas. Sua missão passa a ser a de salvar o maior número de almas possível naquele verdadeiro inferno na Terra. Filme indicado no Festival de Cannes.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você assiste e fica vários dias pensando sobre ele. O roteiro é primoroso e mostra um outro lado da atuação da igreja Católica. Não a das grandes catedrais, nem das grandes questões mundiais tendo o Papa como protagonista. O enfoque aqui é das pequenas e muitas vezes marginalizadas paróquias em regiões extremamente pobres e miseráveis da América Latina. E quando uso a palavra miserável a utilizo no sentido mais amplo possível. Estou me referindo não apenas à pobreza material, mas também à espiritual e de valores. Os três padres protagonistas da estória tentam levar a palavra de Deus a uma região assolada pelas drogas, pela criminalidade e pela falta de esperança. O lugar é dominado por narcotraficantes em guerra uns contra os outros. O crack destrói a juventude e a violência se expande sem encontrar qualquer obstáculo. Além da quase impossível missão dos padres, o filme ainda explora seus dramas pessoais e existenciais, principalmente na figura do sacerdote belga Nicolás (Renier), que não consegue mais esconder o profundo drama interior que vive. Sua crise existencial e de fé aliás levanta mais uma vez o questionamento do celibato católico, pois sendo jovem e bonito acaba despertando o amor de uma jovem da paróquia, colocando em xeque sua posição de padre. Já o padre Julian (Ricardo Darín) é o exemplo de um homem profundamente bem intencionado que não consegue a certa altura lutar contra todas as forças poderosas que lhe afrontam todos os dias, pois o mal sempre parece triunfar naquele ambiente desprovido de tudo. "Elefante Branco" é assim um filme visceral, muito intenso e que traz para todos os brasileiros uma incômoda situação de familiaridade com o enredo, já que acaba nos deixando com aquela sensação de impotência e perplexidade que incomoda bastante. Em minha forma de pensar é uma verdadeira obra prima do cinema argentino.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O Mistério de God's Pocket

Título no Brasil: O Mistério de God's Pocket
Título Original: God's Pocket
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Park Pictures
Direção: John Slattery
Roteiro: Peter Dexter, Alex Metcalf
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christina Hendricks, Richard Jenkins, John Turturro

Sinopse:
Mickey Scarpato (Philip Seymour Hoffman) vive em "God's Pocket", um bairro conhecido por ser uma comunidade de trabalhadores de baixa renda. Casado com a bela Jeanie (Christina Hendricks), ele vai levando sua vida no mercado de carnes da região e em pequenos golpes dados ao lado de seu amigo Arthur 'Bird' Capezio (John Turturro). Quando seu enteado morre em um suposto acidente no trabalho ele precisa arranjar da noite para o dia o dinheiro necessário para seu funeral, algo que não vai ser nada fácil. Filme indicado ao prêmio de Melhor Filme - Drama no Sundance Film Festival.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme a ser lançado após a morte do ator Philip Seymour Hoffman. É uma pequena obra, muito talentosa, com ótimo argumento e personagens bem cativantes. O foco do roteiro é direcionado para a chamada classe trabalhadora, o homem comum que mora em bairros de periferia das grandes cidades. A vizinhança aqui enfocada é a de God's Pocket, onde cada um vai tentando levar sua vida em frente, dentro de suas possibilidades. O interessante é que a maioria dos personagens não são bandidos ou marginais, porém vivem numa tênue linha entre a honestidade e a criminalidade. Como se trata de uma comunidade pobre não há qualquer receio em de vez em quando se envolver em alguma atividade ilícita. Como o próprio texto informa na abertura aquele é um lugar onde algum morador, pelo menos alguma vez em sua vida, bateu em alguém, ou roubou alguma coisa pela vizinhança. Mais uma vez estamos diante de um daqueles filmes onde há um clima de melancolia e completa falta de esperança no ar. Aquelas pessoas acordam pela manhã e tentam sobreviver mais um dia, sem muitas perspectivas de que o futuro lhes reservará algo melhor. 

Há também um leve toque de humor negro, principalmente envolvendo o corpo do enteado morto de Mickey, porém não espere por aquele tipo de situação cômica que fará você rolar no chão de rir, pelo contrário, o sorriso certamente sairá bem nervoso. No elenco temos três destaques. O primeiro é obviamente a presença de Philip Seymour Hoffman que dá vida ao personagem Mickey Scarpato. Um sujeito casado com uma bela mulher, mas que leva uma vida dura, onde a sorte parece nunca lhe sorrir. Ao seu lado Christina Hendricks (de "Mad Men") interpreta uma dona de casa arrasada pela morte de seu filho, que começa a ter dúvidas sobre seu casamento e a vidinha que anda levando. Por fim completando o triângulo amoroso temos Richard Shellburn (Richard Jenkins), um decadente jornalista, que passa seus dias completamente bêbado, cuja inspiração literária há muito o abandonou. Sem grandes arroubos de inspiração acaba escrevendo sobre a vida nada extraordinária dos moradores de God's Pocket, algo que lhe custará bem caro depois. Em suma, temos aqui um pequeno grande filme sobre a vida ordinária e cotidiana desses personagens, tudo realizado com muito bom gosto e talento.

Pablo Aluísio.

Divisão de Homicídios

Título no Brasil: Divisão de Homicídios
Título Original: Hollywood Homicide
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Columbia Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Robert Souza, Ron Shelton
Elenco: Harrison Ford, Josh Hartnett, Isaiah Washington

Sinopse:
Dois tiras do Departamento de Homícidios da Polícia de Los Angeles são designados para solucionar a morte de um popular e famoso cantor de Rap. Inicialmente se mostram empenhados em solucionar o crime, mas aos poucos vão conhecendo o mundo dos ricos e famosos, mostrando a realidade milionária dos grandes nomes da indústria fonográfica e musical.

Comentários:
Um filme policial bem fraco e bem decepcionante. Já demonstrava que a carreira outrora tão brilhante e bem sucedida de Harrison Ford já começava a dar sinais de desgaste. O roteiro literalmente atira para todos os lados, mas no final não consegue acertar em nenhum dos alvos. Há uma clara tentativa de unir ação e humor em doses equilibradas, tentando reviver uma fórmula que foi muito bem sucedida na década de 1980. O resultado infelizmente é bem pifío. Harrison Ford não parece empenhado em suar a camisa para o filme funcionar e ao invés disso parece apenas passear em cena, sem muito esforço ou empolgação. Pior é o que acontece com seu parceiro, Josh Hartnett, pois o estúdio tentou transformá-lo em um novo sucesso de bilheteria, sem grande êxito. Só demonstrou que não daria muito certo seguindo nessa linha. Curiosamente o diretor Ron Shelton não é tão mal como aparenta ser nessa fitinha descartável. Ele já havia dirigido coisas interessantes antes como "Blaze - O Escândalo", "O Jogo da Paixão", "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" e "A Face Oculta da Lei". Infelizmente o fracasso desse filme foi tão acentuado que sua carreira praticamente acabou em Hollywood depois de seu lançamento. Uma pena.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato
Título Original: Star Trek - First Contact
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jonathan Frakes
Roteiro: Rick Berman, baseado na obra de Gene Roddenberry
Elenco: Patrick Stewart, Jonathan Frakes, Brent Spiner, LeVar Burton 

Sinopse:
No futuro, mais precisamente no século XXIV, o planeta Terra sofre uma nova e perigosa ameaça. Uma raça de extraterrestres denominada Borg, caminha em direção ao nosso mundo com o objetivo de assimilar a humanidade e todos os recursos naturais de sua biosfera. Apenas o comandante Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) e sua tripulação a bordo da nave interestelar Enterprise podem deter o avanço dessa terrível ameaça para a sobrevivência da Terra. 

Comentários:
Em 1987 surgiu na TV americana a série "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração". Era uma forma de trazer de volta para a telinha o universo de "Star Trek" que havia encantado os fãs na década de 1960. Novos personagens, novas aventuras e roteiros bem trabalhados garantiram o sucesso do programa que ficou no ar até 1994. Depois de sete temporadas e 176 episódios estava mais do que claro que o projeto havia dado muito certo na TV, mas a dúvida que todos queriam saber é se emplacaria também no cinema. A resposta veio finalmente com o primeiro filme "Jornada nas Estrelas: Generations" que foi muito bem sucedido comercialmente. Esse filme aqui "Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato" é o segundo filme da nova franquia. Se no anterior os produtores sentiram uma certa necessidade de ainda usar personagens clássicos, em "Star Trek: First Contact" temos finalmente uma produção realizada exclusivamente para os novos fãs que acompanharam toda a saga da nova Enterprise comandada pelo capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart). Roteiro extremamente preciso, sem pontas soltas, esse filme é considerado por muitos como o melhor da nova tripulação e isso se deve principalmente aos vilões, os Borgs, uma raça a meio caminho entre o mundo orgânico e a mais pura tecnologia cibernética. Esses personagens já tinham sido explorados com enorme êxito na série e agora ganharam as telas do cinema no mundo todo. O resultado é de fato acima da média. Com excelentes efeitos especiais e uma maquiagem primorosa (que inclusive foi indicada ao Oscar na categoria) esse foi de fato o filme que consolidou o espaço de Picard e os novos personagens na sétima arte. Para ver e rever sempre, pois uma boa estória jamais fica datada como bem está provado aqui nessa bela produção.

Pablo Aluísio.

O Último Matador

Título no Brasil: O Último Matador
Título Original: Last Man Standing
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Walter Hill
Roteiro: Walter Hill
Elenco: Bruce Willis, Bruce Dern, William Sanderson, Christopher Walken

Sinopse:
John Smith (Bruce Willis) é um assassino profissional que chega na pequena cidade de Jericho, no Texas, bem no começo dos anos 30. O lugar está sendo disputado com violência entre dois grupos rivais. O ambiente ideal para Smith ganhar muito dinheiro com seus "serviços". O que ele não desconfia é que em breve terá que ele próprio impor justiça naquela terra sem lei, algo que mudará completamente seus planos iniciais.

Comentários:
Poucos sabem, mas "Last Man Standing" é na verdade um remake americano do clássico "Yojimbo" do mestre Akira Kurosawa. Inicialmente a versão Made in USA seria passada no velho oeste, adotando como era de se esperar um tom bem ao estilo do western americano mais clássico. Isso mudou porém quando Bruce Willis resolveu aceitar o convite para realizar o filme. O diretor Walter Hill entendeu que seria melhor mudar o cenário onde o enredo iria se desenvolver, transportando todo o argumento para a década de 1930 onde reinavam os grandes gangsters do período da lei seca. Curiosamente Hill não jogou toda a ambientação western fora, mantendo as filmagens na inóspita e ensolarada região de Galisteo, New Mexico, locação muitas vezes utilizada para filmagens de faroestes. Isso deu ao filme um colorido bem diferenciado onde o background natural parece ser o de um filme de western da velha escola com atores vestindo figurinos de filmes policiais noir. Bruce Willis encontra um personagem bem adequado para seu estilo, com poucas palavras e muita ação. Infelizmente a profundidade e a sutileza psicológica do filme original foram deixadas de lado, até porque não era pretensão de Walter Hill seguir minuciosamente o trabalho de Kurosawa. Mesmo assim é aquele tipo de filme que vale a pena assistir, nem que seja pelo menos uma única vez na vida. Um bom entretenimento.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Risco Imediato

Título no Brasil: Risco Imediato
Título Original: Good People
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Henrik Ruben Genz
Roteiro: Kelly Masterson, Marcus Sakey
Elenco: James Franco, Kate Hudson, Tom Wilkinson, Sam Spruell 

Sinopse:
Tom (James Franco) e sua esposa Anna (Kate Hudson) formam um casal que, em dificuldades financeiras, resolve alugar o porão de sua casa para ajudar no pagamento da hipoteca de onde moram. O problema é que o inquilino é um assaltante de bancos e assassino que acaba sendo encontrado morto por uma overdose de drogas pouco tempo depois de se mudar para lá. Depois que seu corpo é removido, casualmente Tom acaba também encontrando no quarto alugado uma maleta cheia de dinheiro proveniente de seu último roubo. Toma então uma decisão que irá se arrepender depois ao decidir que ficará com a pequena fortuna de 200 mil libras para si. Não tardará para que outros criminosos venham em busca do dinheiro, o que colocará Tom e Anna em sério perigo de vida.

Comentários:
O filme até que começa bem. O roteiro mostra esse simpático casal que só deseja mesmo ser feliz, mesmo levando uma vida muito apertada do ponto de vista financeiro. O problema é que eles estão em apuros nesse campo. A hipoteca está vencida e eles estão prestes a serem despejados da casa onde moram.  Depois que encontram a mala cheia de dinheiro roubado de seu inquilino falecido a vida dos dois vira pelo avesso. Obviamente criminosos violentos virão atrás da grana e policiais corruptos não tardarão a também tentar pegar seu naco daquele dinheiro todo. E assim quando pensamos que tudo se resumirá em um inocente casal tentando sobreviver em jogo sórdido as coisas mudam - para piorar no meu ponto de vista. Eles resolvem levar os bandidos para uma casa isolada nos arredores de Londres. Uma casa em reformas, com tudo ainda muito precário, já que Tom (Franco) que trabalha na construção civil ainda está terminando as obras no local. Lá criam uma série de armadilhas para eliminar um por um seus perseguidores. O que se segue é um verdadeiro banho de sangue. Esse roteiro derrapa justamente nisso. Fiquei com a sensação de estar assistindo a uma versão adulta e violenta de "Esqueceram de Mim", onde o garotinho também bolava uma série de armadilhas em sua casa para prejudicar os bandidos invasores. No final de tudo muitas perguntas e pontas soltas pairam no ar. A mais intrigante delas é: Por que o casal não se mandou logo após encontrar o dinheiro, aquela pequena fortuna? Por que resolveram esperar pelo surgimento de criminosos psicopatas em seu caminho? Teria sido muito fácil eles fugirem na mesma noite em que encontraram a sacola cheia de libras. São perguntas sem respostas. De qualquer maneira vale a presença da sempre gracinha Kate Hudson, com direito a generosas cenas de nudez onde expõe seu dotes que a natureza lhe deu. Obviamente os marmanjos vão gostar. Já para quem estiver em busca apenas de um bom thriller policial de suspense a sensação não será de plena satisfação. Poderia ter sido bem melhor se os clichês não fossem tão recorrentes.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de outubro de 2014

Morto ao Chegar

Título no Brasil: Morto ao Chegar
Título Original: D.O.A.
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Annabel Jankel, Rocky Morton
Roteiro: Charles Edward Pogue
Elenco: Dennis Quaid, Meg Ryan, Charlotte Rampling, Daniel Stern 

Sinopse:
Na véspera de natal o professor Dexter (Dennis Quaid) entra cambaleando numa delegacia de polícia. Quase perdendo os sentidos ele tem uma queixa a fazer, uma tentativa de assassinato promovida contra ele mesmo! Como isso teria sido possível? Através de flashbacks o espectador é então apresentado a todos os fatos que o levaram até aquela situação delicada e perigosa.

Comentários:
Ao longo de todos esses anos Hollywood bem que tentou recriar o clima dos antigos e clássicos filmes noir. Nem sempre deu certo, seja por um motivo ou outro. Esse "D.O.A" (sigla em inglês que significa exatamente "Morto ao Chegar" do título nacional) procura captar pelo menos a essência daquelas produções. O problema central é que na minha opinião não existe como recriar toda aquela estética que tanto marcou dentro do cinema americano dos anos 1930, 40 e 50. É algo que ficou para trás definitivamente (e isso também é parte importante do charme daqueles filmes de detetives antigos). O que sobra dessa tentativa mal sucedida é porém um bom filme de suspense e mistério dos anos 80. Realizado pelo braço adulto da Disney, a Touchstone Pictures, o filme apostou no carisma do jovem casal formado por Dennis Quaid e Meg Ryan (que eram na época casados de fato). Quaid até se esforça para trazer um certo clima nostálgico para seu personagem chamado Dexter Cornell, mas tudo fica mesmo com gosto plastificado, de coisa fake. Vale como curiosidade e não aborrece, o que já é uma vantagem e tanto, vamos convir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Loja Mágica de Brinquedos

Título no Brasil: A Loja Mágica de Brinquedos
Título Original: Mr. Magorium's Wonder Emporium
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Zach Helm
Roteiro: Zach Helm
Elenco: Natalie Portman, Dustin Hoffman, Jason Bateman

Sinopse:
Mr. Edward Magorium (Dustin Hoffman) é um simpático e imaginativo dono de uma secular loja de brinquedos que afirma ter mais de 240 anos de idade! A alegria e a mágica de viver seriam as responsáveis por sua incrível longevidade, mas o tempo passou e ele finalmente decide que irá se aposentar. Assim resolve deixar seu mágico estabelecimento para a doce e meiga jovem Molly (Natalie Portman) que deve levar a magia do lugar em frente a partir de agora.

Comentários:
Não chega a ser um filme ruim, longe disso. Na verdade é uma tentativa de se realizar uma fábula mágica, direcionada principalmente  para as crianças. O elenco é muito bom e conta não apenas com a experiência e talento do grande Dustin Hoffman, que infelizmente tem pago alguns micos em filmes inexpressivos, como também com Natalie Portman, provavelmente a melhor atriz de sua geração. O problema é que infelizmente o roteiro não ajuda. Zach Helm dirigiu e escreveu o roteiro, mas não consegue convencer muito. Na verdade esse foi seu primeiro filme como diretor e sua falta de experiência em conduzir o enredo se torna bem visível e clara. Embora tenha sido o roteirista de outra obra que passeava por um realismo fantástico como em "Mais Estranho que a Ficção", aqui ele não consegue obter o mesmo resultado positivo. De bom mesmo podemos apenas citar a bela direção de arte e os efeitos especiais, discretos e usados de forma correta, como instrumento para se contar a estorinha e não o contrário. No geral é um filme indicado mesmo para a garotada que provavelmente conseguirá se divertir, apesar dos erros que ele apresenta.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Quem Vai Ficar Com Mary?

Título no Brasil: Quem Vai Ficar Com Mary?
Título Original: There's Something about Mary
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro:  Ed Decter, John J. Strauss
Elenco: Cameron Diaz, Matt Dillon, Ben Stiller, Lee Evans

Sinopse:
Ted (Ben Stiller) passou toda a sua adolescência apaixonado pela linda e loira Mary (Cameron Diaz). Agora, adulto e mais estabilizado em sua vida, fica com a curiosidade de saber onde estaria sua paixão platônica de seus dias de juventude. Para localizar a beldade decide então contratar um detetive particular, dando origem a inúmeras confusões que nem ele mesmo poderia prever. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme - Musical ou Comédia e Melhor Atriz (Cameron Diaz).

Comentários:
Mais uma comédia americana que apela para a vulgaridade sem limites com o desesperado objetivo de fazer rir. Claro que os tempos de "Porky´s" e similares já havia passado, mas os produtores tentaram levantar a bola do gênero mais uma vez. No geral não há muito o que se elogiar de um filme cuja cena mais marcante seja a de uma garota com o cabelo em pé, por ter usado um "gel" nada comum (quem assistiu entenderá do que estou escrevendo!). Cameron Diaz no final das contas é quem leva o filme praticamente inteiro nas costas. Simpática e sem medo de pagar grandes micos na tela, ela traz muita simpatia para seu trabalho e ajuda a tornar a produção um pouco mais suportável. Já o chato do Ben Stiller continua o mesmo. Humorista sem graça, repete sempre o mesmo papel, filme após filme, a do sujeito levemente aparlemado que se envolve em grandes confusões, apesar de ter uma personalidade que as evita a todo custo. A direção é dos cineastas Bobby e Peter Farrelly, bem conhecidos por serem os mais politicamente incorretos do cinema americano atual, fazendo piadas com coisas e pessoas que normalmente causam perplexidade nos espectadores (deficientes físicos e gordos são seus alvos preferidos). Aqui estão mais contidos, embora a dose de baixaria esteja garantida para os fãs da dupla. Assista sem compromisso, dê alguns sorrisinhos amarelos e depois fique com vergonha de si mesmo por ter se divertido com tamanha bobagem.

Pablo Aluísio.