sábado, 17 de maio de 2014

Alta Fidelidade

Título no Brasil: Alta Fidelidade
Título Original: High Fidelity
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Stephen Frears
Roteiro: D.V. DeVincentis
Elenco: John Cusack, Jack Black, Iben Hjejle, Todd Louiso

Sinopse:
A vida de Robb (John Cusack) chegou numa encruzilhada sentimental. Sua namorada de longa data, a quem ele tinha esperanças de um dia se casar, resolve pular fora do relacionamento e isso o leva a uma crise existencial sem precedentes em sua vida. Dono de uma loja de vinil decadente na velha Chicago ele tentará entender o que deu errado em sua vida! Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Comédia ou Musical (John Cusack), também indicado ao Grammy Awards na categoria Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Para muitos esse foi o melhor filme da carreira de John Cusack. De fato é um filme bem acima da média que captou um certo saudosismo que estava em voga nos Estados Unidos naquela época. Como se sabe o vinil como produto industrial de massa havia morrido nos anos 90, sendo substituído pelo CD. Nesse momento de mudanças os antigos colecionadores de discos ficaram meio perdidos sem saber direito o que fariam com seus velhos discos pretos, as queridas bolachonas. O personagem principal do filme é um dono de loja de discos de vinil em Chicago (comércio que em pouco tempo iria desaparecer do mapa). Assim há todo um clima de nostalgia no ar durante todo o filme. Também ajuda muito o roteiro muito bem escrito que se desenvolve nos conflitos pessoais e existenciais dos vários personagens que entram e saem daquela loja destinada à extinção. E o que falar da excelente trilha sonora musical? Para quem gosta de música de qualidade é um achado e tanto! O filme, não há como negar, ainda continua tão charmoso como na época de seu lançamento, há quase quinze anos! A boa e velha cultura pop nunca foi tão bem retratada como aqui, disso temos certeza.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Soma de Todos os Medos

Título no Brasil: A Soma de Todos os Medos
Título Original: The Sum of All Fears
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phil Alden Robinson
Roteiro: Paul Attanasio, baseado na obra de Tom Clancy
Elenco: Ben Affleck, Morgan Freeman, Ian Mongrain

Sinopse:
Jack Ryan (Ben Affleck) é um agente da CIA que precisa impedir um plano de grupos neo-nazistas europeus que colocam em risco a segurança e a vida de milhões de americanos. Após tomarem posse de uma antiga bomba nuclear esses terroristas almejam detonar a arma durante a final do futebol americano (Super Bowl). O plano é matar milhões de americanos para depois atribuir a culpa aos russos, para que assim seja reacendido o fogo da antiga guerra fria. Filme vencedor do prêmio da Visual Effects Society Awards, na categoria Melhores Efeitos Digitais.

Comentários:
Gosto bastante desse "The Sum of All Fears". Acredito até que seja o melhor filme com Jack Ryan, ficando atrás apenas de "Caçada ao Outubro Vermelho". Não sabe quem é Jack Ryan? Bom, se você ficou os últimos trinta anos hibernando culturalmente isso até seria aceitável, caso contrário não! Jack Ryan nasceu dos escritos do autor de best sellers Tom Clancy. Em essência é uma espécie de James Bond americano, com tramas mais realistas e enredos mais complexos. Uma revitalização e modernização sobre um velho conceito, vamos colocar assim. Tem dúvidas sobre isso? Se você parar para pensar nesse enredo, por exemplo, vai perceber que ele é praticamente igual ao que vimos no livro "Thunderball" de Ian Fleming. Mesmo assim se torna bom entretenimento por causa das belas cenas de ação e efeitos digitais, dando vida a essa megalomania terrorista em forma de celulóide. Ben Affleck, que está prestes a ser o novo Batman, está muito bem no papel. Ele certamente nunca foi um bom ator, tem até fama de canastrão, mas como Jack Ryan é basicamente um personagem meio caricato e nada complexo do ponto de vista psicológico, não há maiores problemas. No geral vale conhecer, se divertir e depois comparar as "coincidências" com os filmes de Bond, James Bond.

Pablo Aluísio.

007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade

Título no Brasil: 007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade
Título Original: On Her Majesty's Secret Service
Ano de Produção: 1969
País: Inglaterra
Estúdio: MGM
Direção: Peter Hunt
Roteiro: Simon Raven, Richard Maibaum
Elenco: George Lazenby, Diana Rigg, Telly Savalas

Sinopse:
James Bond (Lazenby) resolve mudar alguns aspectos de sua vida. Após receber ordens de parar de perseguir o criminoso internacional Blofeld (Telly Savalas) ele se volta para sua vida pessoal. Acaba se apaixonando pela filha de um mafioso, Tracy Draco (Diana Rigg), o que o faz até mesmo começar a planejar um futuro casamento. Enquanto isso Blofeld começa a dar progresso a seu novo plano, usar armas biológicas para destruir a humanidade, caso seus crimes não sejam perdoados na justiça. Esse foi o primeiro e único filme com George Lazenby como Bond.

Comentários:
Um James Bond que tinha tudo para dar certo, afinal de contas o objetivo era se aproximar cada vez mais do personagem dos livros. Infelizmente essa aposta não agradou ao público. Sean Connery havia abandonado o personagem procurando por novos rumos na carreira. Assim houve uma procura por alguém para assumir James Bond no cinema. Na época houve uma discussão se o ator deveria ser um astro ou um desconhecido. Após muito pensar os produtores decidiram convidar um modelo, que nem tinha maior experiência como ator. George Lazenby foi o escolhido. A ideia era não ter mais problemas como aqueles que tinham acontecido com Connery. O espectador médio porém não comprou a ideia e inconformado com a saída de Sean simplesmente não prestigiou o filme nos cinemas o que é de se lamentar pois se trata sim de um filme até intrigante, bem articulado, com roteiro envolvente e um enredo diferente o que torna tudo no mínimo curioso, mostrando o lado mais humano de Bond. Esse agente apaixonado tentando se acalmar na vida pessoal ficou muito esquisito para quem estava acostumado com o Bond mulherengo e mais cínico. O que parece ter acontecido foi que o público já estava por demais acostumado com o Bond mais caricato, das aventuras do cinema e por isso rejeitou essa tentativa de uma nova releitura. O pobre George Lazenby não teve a menor chance e foi sumariamente demitido (para muitos de forma muito precoce). Sem saída o estúdio se rendeu e ofereceu uma soma indecente para Connery retomar o papel em mais um filme, "007 Os Diamantes São Eternos" - que diga-se de passagem seria bem ruim e marcaria a despedida do ator de uma vez por todas do agente mais famoso da história do cinema na franquia oficial e original.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Senhores do Crime

Título no Brasil: Senhores do Crime
Título Original: Eastern Promises
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Focus Features, BBC Films
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Steven Knight
Elenco: Naomi Watts, Viggo Mortensen, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Nikolai (Viggo Mortensen) trabalha para um grupo criminoso poderoso em Londres. Sua função é de espancar e intimidar todos aqueles que se coloquem no caminho das atividades criminosas de sua facção. Lidando e vivendo no submundo ele acaba conhecendo Anna Khitrova (Naomi Watts) um jovem que acaba caindo no brutal esquema de tráfico sexual internacional. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Ator (Viggo Mortensen). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Viggo Mortensen) e Melhor Trilha Sonora (Howard Shore).

Comentários:
Na primeira vez que assisti confesso que não achei grande coisa mas em novas revisões, ao me deparar de novo com o filme passando na TV a cabo até que acabei mudando de ideia, ao perceber aspectos que me tinham passado despercebidos da primeira vez. Isso acontece sempre com quem assiste muitos filmes. O roteiro tem um tom pesado, que curiosamente se manifesta de maneira muito sutil ao longo do filme, mas que vai sufocando os personagens conforme os eventos vão ocorrendo. Há uma certa tensão no ar, pois a impressão que temos é que nada é o que de fato aparenta ser em cena. Gosto muito da direção da película. Já tive muitas oportunidades de elogiar o trabalho do cineasta David Cronenberg e continuo sempre batendo na mesma tecla. Nas mãos de um diretor menos talentoso o filme certamente poderia virar um festival de clichês baratos envolvendo mafiosos russos mas Cronenberg não cai nessa armadilha e acaba realizando uma obra que merece certamente uma segunda chance. Além disso o que dizer da intensa atuação de Viggo Mortensen? Ele foi indicado a vários prêmios importantes e todos de forma bem merecida. O personagem que poderia ser simplesmente brutal e violento também apresenta, nas mãos desse ator, uma complexidade psicológica impressionante. Esse é o tipo de filme que vai melhorando com o tempo, tal como se fosse um vinho raro. Aproveite para rever.

Pablo Aluísio.

O Exorcismo de Emily Rose

Título no Brasil: O Exorcismo de Emily Rose
Título Original: The Exorcism of Emily Rose
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems, Lakeshore Entertainment
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Paul Harris Boardman, Scott Derrickson
Elenco: Laura Linney, Tom Wilkinson, Shohreh Aghdashloo

Sinopse:
Emily Rose (Jennifer Carpenter) é um jovem universitária de 19 anos que começa a manifestar uma série de estranhas atitudes. Desesperada, sua família procura por um exorcista, o padre Moore (Tom Wilkinson). Após uma série de rituais de exorcismo a garota acaba morrendo. Levado a julgamento o sacerdote católico agora contará em sua defesa com o trabalho da advogada Erin Bruner (Laura Linney) que tem uma posição muito cética em relação a dogmas religiosos. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria "Melhor Filme de Terror".

Comentários:
Bom e interessante filme baseado em fatos reais. O pano de fundo do enredo é um tenso julgamento realizado após a morte de um jovem garota. Ela teria morrido enquanto estava passando por um processo de exorcismo promovido por um padre católico. Após sua morte a situação se complica pois o tribunal começa a debater se sua morte foi causada pelo rito ou não. Não vá esperando nada parecido com o clássico "O Exorcista". Há uma preocupação do filme em ser o mais fiel possível aos fatos reais do evento que chocou e virou noticia nos jornais americanos na época. No elenco fazendo o papel de Emily Rose temos a atriz Jennifer Carpenter. Bom, provavelmente você não ligará o nome à pessoa mas assim que começar a assistir ao filme certamente reconhecerá a irmã do Dexter - isso mesmo! Ela interpretou a irmã do mais famoso psicopata da tv e depois nos bastidores acabou casando com ele, não com o Dexter, é claro, mas com o ator que o interpretava, Michael C. Hall. Já voltando para essa produção deixamos a recomendação se você estiver em busca de um filme que trate sobre o tema de uma forma mais realista e pé no chão, baseado em fatos históricos e não apenas em literatura de ficção. Sob esse ponto de vista não há como negar que "O Exorcismo de Emily Rose" é realmente acima da média, muito interessante e até mesmo, porque não, instrutivo. Um curioso retrato da forma como a milenar Igreja Católica lida com o tema. PS: se você tiver curiosidade sobre o fato real procure na net pelo nome de Anneliese Michel (o nome real da garota). No Youtube inclusive há áudios gravados durante seu exorcismo.

Pablo Aluísio.

Caminhos Violentos

Título no Brasil: Caminhos Violentos
Título Original: At Close Range
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Hemdale Film
Direção: James Foley
Roteiro: Elliott Lewitt, Nicholas Kazan
Elenco: Sean Penn, Christopher Walken, Mary Stuart Masterson

Sinopse:
Brad Whitewood Jr. (Sean Penn) é um típico jovem do interior do Tennessee que vê sua vida mudar radicalmente após o rotorno de seu pai, Brad Whitewood (Christopher Walken) para casa. Ele é um sujeito durão, envolvido com atividades criminosas e que não pensa duas vezes antes de colocar o próprio filho para também gerir os seus "negócios". O filho que está apaixonado pela doce Terry (Mary Stuart Masterson) e pensando em se casar com ela um dia, resolve entrar com tudo na criminalidade, formando inclusive sua própria gangue de jovens criminosos.

Comentários:
Filme muito bom que anda bem esquecido. Até fiquei surpreso ao me deparar com ele na grade de programação da TV a cabo (que tem saturado muitos filmes, reprisando alguns títulos em excesso). Pois bem, aqui temos um misto de drama com filme de ação que deu muito certo. Penn, muito jovem ainda, já demonstrava que era um ator diferente, muito intenso e completamente absorvido em seu personagem. Christopher Walken também está inspirado. Seus maneirismos e maneira de ser já são bem conhecidos dos cinéfilos, a tal ponto inclusive de ter virado sátira no programa de humor SNL. Seu estilo "perturbado" combinou perfeitamente com o papel. A canção "Live To Tell" de Patrick Leonard virou hit na rádios e o diretor James Foley arrancou uma indicação de Melhor Direção no Festival de Berlim. Apesar disso a produção não chegou a ser exatamente um sucesso de público, apenas de crítica, o que a faz ser o programa perfeito para rever (ou assistir pela primeira vez) hoje em dia. Analisando-se bem é uma pequena obra prima dos anos 80. Um belo trabalho cinematográfico sem dúvida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras

Título no Brasil: Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras
Título Original: Sherlock Holmes - A Game of Shadows
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Michele Mulroney, Kieran Mulroney
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Jared Harris, Noomi Rapace

Sinopse:
Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) vive um novo desafio. Um dos herdeiros do trono austríaco é encontrado morto e evidências apontam que se trata de um mero suicídio. Tudo óbvio demais para Holmes. Ao lado de seu fiel companheiro Watson (Jude Law) e da vidente Sim (Noomi Rapace) ele começa a desvendar um grande plano conspiratório certamente arquitetado pelo gênio do crime, o professor Moriarty (Jared Harris).

Comentários:
Os mesmos problemas do primeiro filme se repetem aqui. Essa nova franquia do famoso personagem Sherlock Holmes se propõe a ser um filme baseado na pura ação, o problema é que o personagem da literatura sempre foi mais voltado para o lado intelectual de suas tramas e mistérios. Assim em nome de uma suposta popularização ao público mais jovem que frequenta os cinemas nos dias de hoje se matou grande parte das características originais do personagem dos livros. O que sobra depois dessa metamorfose é pouco para justificar tamanha mudança. Robert Downey Jr continua com suas gracinhas e piadinhas infames, mostrando que como ator ele de fato parou no tempo, sempre se repetindo à exaustão. Há uma sensível melhora no roteiro mas nada que justifique muito o trabalho de ir ao cinema para conferir esse prato (mal) requentado. No máximo vale uma conferida distraída na Tv a cabo, até porque apesar da produção rica e luxuosa o filme em si, que custou mais de 120 milhões de dólares, como produto cinematográfico, nunca foi lá essas coisas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Letra e Música

Título no Brasil: Letra e Música
Título Original: Music and Lyrics
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Marc Lawrence
Roteiro: Marc Lawrence
Elenco: Hugh Grant, Drew Barrymore, Scott Porter

Sinopse:
Alex Fletcher (Hugh Grant) é um cantor decadente dos anos 80 que luta desesperadamente em busca do sucesso há muito perdido. A gravadora já não acredita nele como alguém que irá levantar a carreira e por isso sugere que ele tente outro caminho, atingindo outro tipo de público, em especial o juvenil, que poderia lhe ver como um tiozão divertido e engraçado. Para Fletcher isso significa o fundo do poço, mas como está literalmente perdido, sem rumo, aceita a proposta. Para dar certo acaba contando com a ajuda de Sophie (Drew Barrymore), uma garota cheia de boas ideias.

Comentários:
Esse filme tive a oportunidade de assistir no cinema. É uma comédia romântica sem maiores novidades, a não ser o fato do roteiro explorar um pouquinho a vida de artistas decadentes, que após os anos iniciais de glória precisam de adaptar novamente a uma vida anônima e sem nenhum charme. Mesmo assim não espere nada dramático ou com fundo sentimental, mostrando a descida ao inferno de ex-astros. Nada disso, como é bem previsível ao se ler os nomes de Hugh Grant e Drew Barrymore no cartaz, tudo não passa de uma mera desculpa para o público (feminino) se sentir bem ao ver mais uma estorinha de amor improvável com final feliz. Aqui já se nota um certo desgaste da mesmice dos personagens interpretados por Hugh Grant dentro do cinema americano. Vai filme e vem filme e ele está sempre no mesmo papel, algo que já cansou, embora pessoalmente acredite que ele como profissional tenha muito mais a oferecer do que isso. Já Drew Barrymore segue curtindo essa maré de renovação em sua imagem pública. Adolescente bagaceira que tomou todas e consumiu todos os tipos de drogas imagináveis, ela agora tenta bancar essa coisa de "heroína indefesa e pueril" de comédias românticas leves e inofensivas. Certamente convencerá poucos, mas como uma das magias do cinema é justamente a ilusão, haverá aqueles que acreditarão nessa peça de marketing. Caso seja o seu caso, boa sorte!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nebraska

Título no Brasil: Nebraska
Título Original: Nebraska
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Vantage
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Bob Nelson
Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb

Sinopse:
David Grant (Will Forte) é um vendedor de eletrodomésticos numa cidadezinha de Montana que todos os dias é chamado às pressas em casa para encontrar seu idoso pai pelas ruas da cidade. O velho colocou na cabeça que receberá um prêmio de 1 milhão de dólares em Lincoln, Nebraska, caso vá para lá para receber a bolada. Após resgatar seu pai várias vezes na estrada, David finalmente percebe que a única forma de acabar com a obsessão de Woody (Bruce Dern) é levá-lo para Lincoln, numa viagem, de uma vez por todas.

Comentários:
Outro finalista da categoria de melhor filme na Academia. Dentre os concorrentes foi o representante do cinema independente americano. Se trata de uma produção muito humana e tocante que mostra a viagem de um senhor idoso em busca de um prêmio que jamais existiu. Depois do velho fugir de casa inúmeras vezes e sair andando por ai, seu filho decide que é hora de levá-lo até lá - em Lincoln no Nebraska - para ele finalmente se convencer que tudo não passa de uma mera propaganda de revistas. No meio do caminho acaba encontrando novamente a relação pai e filho que tanto buscava. A linda fotografia em preto e branco mostra toda a imensidão do interior americano com suas fazendas e campos a perder de vista. Também traça um retrato pouco lisonjeiro dos habitantes dessas cidades, pessoas muitas vezes movidas por interesses mesquinhos. O ator Bruce Dern passou anos amargando papéis sem importância e tem aqui a grande chance de mostrar todo o seu talento. O curioso é que seu filho é interpretado pelo ator Will Forte do elenco do SNL, ou seja, um comediante que se sai excepcionalmente bem nesse drama que pode ser classificado como melancólico, embora também poético.

Todo o elenco está acima da média, o que era de se esperar, pois "Nebraska" é um filme fundado em cima de relações humanas e para que algo assim funcione é necessário um grupo de atores inspirados. Bruce Dern como o velho está perfeito. Cabelos despenteados, olhar perdido no horizonte, sem saber o que de fato está acontecendo, é uma daquelas atuações que marcam para sempre a carreira de qualquer ator. June Squibb interpreta sua esposa, uma velhinha com cara simpática, mas língua ferina, que não perdoa ninguém com seus comentários ácidos - nem mesmo os que já morreram (sua cena no cemitério é muito divertida). Assim como Dern ela também foi indicada ao Oscar por sua atuação. Além dessas o filme também foi indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Seu maior destaque vem dos ótimos diálogos de um roteiro extremamente bem escrito que traz um retrato da América que envelheceu e não consegue mais enxergar um propósito de vida para si e seus habitantes. No final fica um gostinho de melancolia no ar, como se ficássemos preparados para os desafios da velhice, afinal envelhecer é um grande desafio, seja em que país for e seja em que sociedade se estiver inserido. Uma aula sobre o crepúsculo da vida que todos nós, um dia, viveremos.

Pablo Aluísio.

Empire State

Título no Brasil: Empire State
Título Original: Empire State
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Dito Montiel
Roteiro: Adam Mazer
Elenco: Liam Hemsworth, Michael Angarano, Dwayne Johnson

Sinopse:
O sonho de Chris (Liam Hemsworth) sempre foi ser policial, mas quando está prestes a fazer o exame para entrar no departamento é barrado por causa de uma pequena contravenção cometida por ele anos atrás. Agora ele precisa arranjar um novo emprego. Seu pai é um humilde trabalhador e ele deseja lhe dar uma vida melhor na velhice. Após conseguir trabalho numa empresa de transporte de valores, a Empire, ele se vê tentado a roubar um grande carregamento de dinheiro com a ajuda de seu amigo Eddie (Michael Angarano). Os planos porém não saem exatamente como planejado.

Comentários:
Muito bom esse filme sobre assalto. Baseado em fatos reais o roteiro recria o famoso roubo ocorrido no Bronx durante os anos 1980. Na ocasião sumiram mais de 10 milhões de dólares de uma empresa de transporte de valores, a maior quantia já roubada na história de Nova Iorque. Inicialmente a polícia ficou sem maiores pistas, pensando tratar-se de um grande plano da máfia italiana. Mal sabiam os investigadores comandados pelo detetive Ransome (Dwayne Johnson) que os verdadeiros autores do crime eram na realidade dois amadores que resolveram roubar milhões sem planejamento, tudo feito ao acaso, sem qualquer sofisticação, como é comum ocorrer em crimes envolvendo esse tipo de fortuna. O resultado aqui é muito bom, com apenas 90 minutos de duração, o filme nunca deixa a bola cair! O espectador fica realmente grudado na tela acompanhando todos os acontecimentos. O complicado mesmo é acreditar que dois bandidos pé de chinelos como esses conseguiram realizar o maior roubo de Nova Iorque! Por fim uma observação válida: a filmografia de Dwayne "The Rock" Johnson tem surpreendido pelos bons filmes em que ele tem trabalhado ultimamente. The Rock tem deixado, de forma bastante inteligente, a vaidade de lado, interpretando papéis secundários em bons filmes. Aqui vale o ditado: é melhor ser coadjuvante em um filme acima da média do que ser astro de abacaxis. Ponto para ele!

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de maio de 2014

Clube de Compras Dallas

Título no Brasil: Clube de Compras Dallas
Título Original: Dallas Buyers Club
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Voltage Pictures, Truth Entertainment
Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Craig Borten, Melisa Wallack
Elenco: Matthew McConaughey, Jennifer Garner, Jared Leto, Steve Zahn, Denis O'Hare 

Sinopse:
Ron Woodroof (Matthew McConaughey) é um cowboy de rodeios machão que não perde a chance de sair com qualquer garota bonita que cruze seu caminho. Após um pequeno acidente no trabalho ele é levado a um hospital em Dallas. Isso leva seu médico a realizar uma série de procedimentos padrão sobre sua saúde e um dos testes revela que ele na realidade tem AIDS, naquela época - o enredo do filme se passa em 1985 - uma doença considerada exclusivamente de gays e viciados em drogas injetáveis. A descoberta vira o mundo de Ron de ponta cabeça. Desesperado, ele tentará de todas as formas se manter vivo!

Comentários:
Excelente drama mostrando o terrível diagnóstico de AIDS para um típico machão texano, cowboy e homofóbico, que de repente descobre estar infectado com uma doença que era atribuída apenas aos membros da comunidade gay da região. Logo no começo do filme o personagem de Matthew McConaughey mostra todo o seu preconceito ao comentar a morte do ator Rock Hudson, galã de cinema que morreria da doença após assumir publicamente que era homossexual e que tinha o vírus mortal. O filme é extremamente bem realizado, com um roteiro que explora excepcionalmente bem a luta do cowboy Ron após ele descobrir que está com o vírus HIV. Um dos aspectos mais importantes desse argumento é que ele explora o preconceito do personagem principal e depois como ele próprio enfrenta esse mesmo preconceito contra si. Assim que a notícia se espalha seus antigos "amigos" logo o julgam e acreditam que ele sempre fora um gay dentro do armário (algo que não era verdade). Ron perde os amigos, o emprego e seu médico lhe informa que ele tem menos de 30 dias de vida! Imaginem o desespero...

O filme concorreu a categorias importantes da Academia, entre elas Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Acabou vencendo muito merecidamente os dois Oscars da categoria atuação masculina, sendo que Matthew McConaughey levou o Oscar de Melhor Ator e Jared Leto o de Melhor Ator Coadjuvante. Ambos os prêmios foram mais do que merecidos. Esqueça aquela imagem de galã musculoso de McConaughey, pois aqui ele está literalmente transformado em um outra pessoa. Muitos quilos abaixo de seu peso normal o ator mostra em cada momento o grau de entrega em sua atuação. Realmente impressionante seu trabalho. Conforme a doença avança ele vai ficando cada vez mais abatido e magro, uma sombra do homem que um dia foi. Já Jared Leto também está excepcional, calando a boca de todos os que o criticaram por anos e anos. Ele simplesmente desaparece na pele de seu personagem, o travesti Eve. Aliás deve-se também a ele o mérito do terceiro Oscar ganho pelo filme - o de maquiagem - pois sua transformação é completa, ficando até mesmo complicado reconhecer o ator debaixo de toda aquela mudança de personalidade e visual. No final a lição que fica é a de que muitas vezes interesses comerciais de grandes corporações se sobressaem em relação ao ato de salvar vidas de pessoas infectadas e doentes. Também se mostra muito claramente o momento em que a doença começou a atingir também pessoas heterossexuais, acabando de vez com o preconceito duplo que sempre acompanhou os doentes de AIDS (pelo menos deveria assim ser). Um filme realmente essencial para qualquer cinéfilo que se preze. Fabuloso.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de maio de 2014

Vida De Adulto

Título no Brasil: Vida De Adulto
Título Original: Adult World
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Treehouse Pictures
Direção: Scott Coffey
Roteiro: Andy Cochran
Elenco: Emma Roberts, Armando Riesco, John Cusack, Evan Peters

Sinopse:
O sonho de Amy (Emma Roberts) é ser poetisa, mas cursando uma faculdade que não gosta resolve trancar o curso. Depois disso ela então resolve se inscrever em vários concursos de poesia mas não consegue obter êxito em nenhum. Seus pais não estão convencidos que um dia ela poderá viver de sua arte e começam a pressioná-la para retomar os estudos ou então arranjar logo um emprego. Sua saída seria arranjar logo um trabalho mas sem experiência e curso superior suas opções são ruins e tudo o que sobra são empregos de salário mínimo. Desesperada ela acaba encontrando um lugar para trabalhar, só que num pequenino sex shop chamado Adult World! Lá acaba conhecendo todos os tipos de figuras exóticas e bizarras de uma cidade que ela não conhecia até então.

Comentários:
"Adult World" é um filme independente muito simpático e curioso. Sua trama é interessante e mostra uma jovem americana procurando seu caminho no mundo, algo que em tempos de crise não será nada fácil. Emma Roberts está plenamente convincente em seu papel mas quem acaba roubando o filme são dois outros atores que estão excepcionalmente bem em cena. O primeiro é o nosso velho conhecido John Cusack. Ele aqui interpreta um poeta decadente que fez sucesso nos anos 1980 mas que agora só coleciona críticas negativas de suas últimas obras. Amy (Roberts) tem verdadeira fascinação por ele e começa a lhe perseguir pela cidade. Com essa atuação Cusack prova que ainda pode ser um ator talentoso, basta se envolver nos projetos certos. Outro destaque vem do desconhecido Armando Riesco. Ele interpreta um travesti que eventualmente trabalha no sex shop onde Amy está ganhando uns trocados. Como sempre acontece com esse tipo de personagem sua  "Rubia" é muito humana e cheia de bons sentimentos. Excelente ator, incorpora sem pudores esse complicado papel. Em suma, filme pequeno mas muito bem sucedido em suas pretensões de levar entretenimento inteligente e diferente para um público mais alternativo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Revenge - A Vingança

Título no Brasil: Revenge - A Vingança
Título Original: Revenge
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Jim Harrison
Elenco: Kevin Costner, Anthony Quinn, Madeleine Stowe

Sinopse:
Michael "Jay" Cochran (Kevin Costner) acaba de deixar a Marinha depois de 12 anos de serviço. Ele não está completamente certo sobre o que vai fazer dali em diante. Assim decide ir ver Tiburon Mendez (Anthony Quinn), um poderoso mas sombrio empresário mexicano que talvez lhe tenha algum serviço a oferecer. Chegando lá acaba se surpreendendo pela beleza da mulher de Mendez, o que certamente lhe trará inúmeros problemas futuros já que que Mendez é um homem poderoso, vingativo e muito possessivo, que não tolera traição. 

Comentários:
Esse filme foi rodado antes de "Dança Com Lobos" mas os produtores de forma muito esperta arquivaram a produção e esperaram o lançamento do famoso western de Kevin Costner para só depois jogarem no mercado esse muito mediano "Revenge - A Vingança". Sinceramente não me recordo se esse filme chegou a ser lançado nas salas de cinema brasileiras, o que me lembro com certeza foi de seu lançamento completamente sem repercussão no mercado de vídeo (na época ainda as locadoras trabalhavam com a velha fita VHS). Minha impressão inicial não foi muito boa. O filme é muito árido e não estou me referindo ao fato dele ter sido filmado na fronteira do México com os Estados Unidos, mas sim por ser muito destituído de maiores qualidades cinematográficas. O roteiro é apenas ok e o elenco não me pareceu lá muito empolgado - com exceção do sempre esforçado Anthony Quinn que parecia sempre dar a alma em qualquer personagem que interpretasse. Há uma tentativa de explorar um pouco de ação e cenas mais empolgantes mas são bem poucas e nada memoráveis. O lado romântico do filme também não empolga. Na verdade o filme, sendo bem sincero, cai muitas vezes na monotonia. Um momento morno, bem morno, da filmografia do astro Kevin Costner. 

Pablo Aluísio

Halloween H20

Título no Brasil: Halloween H20
Título Original: Halloween H20
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Steve Miner
Roteiro: Debra Hill, John Carpenter
Elenco: Jamie Lee Curtis, Josh Hartnett, Adam Arki

Sinopse:
Vinte anos depois que Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) escapou das garras de um violento psicopata ela ainda tenta reconstruir sua vida. Após mudar de nome e de cidade as coisas parecem que finalmente estão caminhando bem. Ela trabalha numa escola de uma pequena cidade e tem um filho, um jovem rapaz chamado John (Josh Hartnett). O próximo Halloween está chegando e Laurie mal sabe o que lhe aguarda quando essa terrível noite finalmente chegar.

Comentários:
Nada contra "Halloween", uma das mais importantes e influentes franquias do cinema de terror dos Estados Unidos de todos os tempos. Tampouco falaria mal do grande John Carpenter. Até a "rainha do grito" Jamie Lee Curtis merece todos os nossos respeitos. A questão é que tudo tem seu tempo. O problema surge quando um filme é realizado de forma oportunista, sem originalidade nenhuma e o pior, sem qualquer traço de novidade. "Halloween H20" supostamente foi produzido para se celebrar os vinte anos do lançamento do filme original, tanto que por aqui essa fita recebeu o subtítulo de "20 Anos Depois". Bom, como sabemos de boas intenções o inferno está cheio, por isso não vá se entusiasmar muito com o resultado pois o filme é bem ruim mesmo. Convenhamos, comparar isso com o clássico "Halloween - A Noite do Terror" que James Carpenter realizou em 1978 é um pouco demais. Aquele sim era um terror marcante, que fez história e foi tão copiado ao longo dos anos que hoje em dia pode até soar um pouco saturado (injustamente aliás). "Halloween H20" é apenas uma cópia muito mal feita que tenta pegar carona na força do nome comercial "Halloween" e nada mais. Uma farsa em última análise. Michael Myers merecia uma homenagem melhor. Esqueça essa coisa e vá rever o primeiro filme, sua cultura cinéfila agradece.

Pablo Aluísio.

Spartacus

Título no Brasil: Spartacus
Título Original: Spartacus - Blood and Sand
Ano de Produção: 2010 - 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Starz Media, Starz Productions
Direção: Vários
Roteiro: Steven S. DeKnight (criador da série)
Elenco: Andy Whitfield, Lucy Lawless, Manu Bennett

Sinopse:
Na antiga Roma um escravo chamado Spartacus é vendido para uma tradicional casa onde se treinam os melhores gladiadores romanos. Lá ele sofre duro treinamento e começa a planejar uma rebelião para fugir das garras de seu mestre. Uma vez livre, Spartacus começa uma verdadeira revolução dentro das fronteiras de Roma, levando milhares de escravos a segui-lo em busca de liberdade e justiça!

Comentários:
Considero essa série "Spartacus" realmente genial. Foram três temporadas ao todo e nenhuma delas deixou a desejar. Ótimos roteiros aliados a um elenco simplesmente perfeito para dar vida novamente à famosa história (que para quem não sabe de fato aconteceu, sendo um dos eventos históricos mais marcantes da história da República Romana). Na primeira temporada tivemos a apresentação de Spartacus e todos os demais personagens, escravos feitos em guerras e transformados em gladiadores para a pura diversão da classe patrícia. Crixus, Doctore, Gannicus e vários outros, todos muito bem desenvolvidos. Depois Spartacus finalmente consegue escapar das garras da escravidão e lidera uma enorme rebelião dentro das fronteiras romanas. O episódio final quando ele finalmente enfrenta face a face seu algoz, o tribuno Crasso, é realmente memorável. A série, é bom salientar, tem uma violência estética muito singular - o que levou alguns episódios a sofrerem censura quando foram liberados na TV a cabo no Brasil, por isso recomendo que se assista aos episódios tais como foram exibidos na tv americana, sem cortes ou amenizações. A força de "Spartacus" também vem de sua violência explícita, afinal de contas na antiguidade essa era a ordem do dia. Não perca, é uma das melhores coisas produzidas pela telinha nos últimos anos. Simplesmente imperdível. 

Pablo Aluísio.