quinta-feira, 1 de maio de 2014

Elas Querem é Casar

Título no Brasil: Elas Querem é Casar
Título Original: Ask Any Girl
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Charles Walters
Roteiro: Winifred Wolfe, George Wells
Elenco: David Niven, Shirley MacLaine, Gig Young

Sinopse:
Meg Wheeler (MacLaine), uma jovem ingênua, vai para a cidade grande em busca de um marido, pois tem receios de virar uma solteirona, mas tudo o que ela acaba conseguindo é um emprego em tempo integral em uma empresa de marketing comandada pelos irmãos Miles e Evan Doughton. Não demorará muito para que os sentimentos entre eles aflorem.

Comentários:
Divertida comédia de costumes que contou em seu elenco com alguns dos maiores talentos da história de Hollywood. David Niven, por exemplo, era excelente para interpretar homens finos e elegantes que tinham que lidar com situações pra lá de constrangedoras. Seu humor sempre foi muito sofisticado e cheio de nuances engraçadas e ele está simplesmente hilário em sua caracterização. Shirley MacLaine não fica atrás. Bastante jovem ainda, ela dá vida a uma autêntica garota espevitada daqueles tempos. Embora não seja creditada como a principal do elenco - por causa obviamente do prestígio de David Niven - ela surpreende e rouba todas as atenções para si. Sempre considerei o cineasta Charles Walters muito eclético e talentoso. Ele conseguia realizar filmes como esse, deliciosamente ingênuos, ao mesmo tempo em que realizava obras mais complexas como o clássico western "Cimarron". Em certos aspectos essa produção me lembrou muito de outro filme seu, "Alta Sociedade", um musical visualmente muito bonito estrelado por Bing Crosby, Grace Kelly e Frank Sinatra. O feeling de ambas as produções são bem próximos. Então é isso, deixo a dica para fãs de Shirley MacLaine, sempre muito simpática e radiante nesse período de sua vida. 

Pablo Aluísio.

Uma Longa Viagem

Título no Brasil: Uma Longa Viagem
Título Original: The Railway Man
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Austrália
Estúdio: Lionsgate
Direção: Jonathan Teplitzky
Roteiro: Frank Cottrell Boyce, Andy Paterson
Elenco: Colin Firth, Nicole Kidman, Stellan Skarsgård

Sinopse:
Colin Firth interpreta Eric Lomax, um veterano da segunda guerra mundial que tenta reconstruir sua vida. Introvertido e com estranhos hobbies (como trens e horários de viagem) ele acaba conhecendo a bela Patti (Nicole Kidman) numa dessas viagens que realiza. A aproximação acaba criando um vínculo entre eles mas o relacionamento sofre por causa dos constantes ataques psicológicos que afligem Eric, por causa dos inúmeros traumas de guerra que desenvolveu por ter sido torturado quando se tornou prisioneiro dos japoneses na Birmânia.

Comentários:
Drama baseado em fatos reais cujo tema parecerá bem próximo a certas pessoas no Brasil, especialmente àquelas que foram torturadas durante o regime militar. O roteiro explora um tema que não é tão comum em filmes ultimamente, a dos traumas causados por prisioneiros de guerra que foram brutalmente torturados por japoneses. O argumento mostra um aspecto muito interessante, a das marcas psicológicas profundas que seguem com os torturados mesmo após o fim dos conflitos. As guerras passam mas os traumas ficam. Não é um drama de fácil digestão. O tema é pesado e como a história foi baseada em fatos reais nem sempre as soluções que surgem na tela serão do agrado dos espectadores. O clima é de melancolia e tristeza e os poucos momentos românticos, do envolvimento amoroso do casal Firth e Nicole Kidman, logo passam. Assim temos duas linhas narrativas, uma no presente, onde Colin Firth interpreta Eric na velhice, sofrendo de traumas psicológicos, e outra no passado onde acompanhamos Eric na guerra, como um jovem engenheiro do exército britânico que se torna prisioneiro de guerra e passa a ser usado pelas tropas japonesas na construção de uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Após ser descoberto um rádio improvisado pelos prisioneiros ingleses ele passa a ser sistematicamente torturado por oficiais japoneses, todos sádicos e brutais. Em suma, um filme por demais interessante que toca em temas importantes. Mostra que a tortura deixa marcas que nem o tempo apaga.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Challenger

Em 28 de Janeiro de 1986 o ônibus espacial Challenger explodiu poucos minutos após decolar para mais uma missão. O desastre foi transmitido ao vivo para todo mundo e causou grande comoção popular, principalmente pela morte dos seis astronautas a bordo, entre eles uma professora primária  que estava no projeto como uma forma de integrar os projetos da NASA ao sistema educacional do país. Assim que o ônibus ficou em pedaços a administração do presidente Ronald Reagan iniciou uma investigação sobre as causas do acidente. Um comitê foi formado, contando com especialistas, militares e burocratas. Como opinião independente foi contactado o prêmio Nobel de física, Richard Feynman (William Hurt), provavelmente o único grande cientista do grupo. Para seu desapontamento logo que as investigações começam ele percebe que há uma clara tentativa de jogar uma cortina de fumaça em cima dos fatos reais. Um jogo de bastidores envolvendo grupos e indústrias com contratos milionários com o governo americano. O presidente da comissão (interpretado pelo sempre bom ator Brian Dennehy), parece caminhar em círculos sem real intenção de descobrir o que de fato teria acontecido, até porque a verdade certamente iria ao encontro de interesses poderosos em Washington.

Bom filme, valorizado pelo enredo mais do que interessante. Baseado em fatos reais mostra bem o choque que nasce quando a ciência ousa decifrar verdades que vão contra os interesses políticos e financeiros de pessoas poderosas. Curiosamente nos mostra uma realidade que nós, brasileiros, pensamos só existir em nosso país - sempre assolado por casos de corrupção nas altas esferas governamentais. Na investigação da explosão da Challenger também surgiu muita lama e tentativas de acobertamento sobre os reais motivos da grande tragédia. O personagem de William Hurt, um professor e cientista renomado, busca a verdade sem saber que nem sempre ela é bem vinda em certos meios. A produção é muito boa, mas não espere por nada muito empolgante. A intenção desse filme foi mesmo desvendar as sujeiras que aconteceram durante as investigações do acidente, tudo mostrado com riqueza de detalhes. Assim o espectador terá em mãos uma bela amostra do que realmente aconteceu nos bastidores, mostrando que a velha fama da NASA em ser uma agência impecável e extremamente eficiente do ponto de vista científico muitas vezes não passa de puro marketing.

Challenger (The Challenger, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: James Hawes / Roteiro: Kate Gartside / Elenco: William Hurt, Joanne Whalley, Bruce Greenwood / Sinopse: O filme narra em detalhes tudo o que aconteceu durante as investigações da explosão do ônibus espacial Challenger, que matou seis astronautas. O professor Richard Feynman (William Hurt), membro do comitê de investigação, anseia pela verdade, mas interesses poderosos tentam camuflar o que de fato aconteceu. Filme vencedor do prêmio da Royal Television Society.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Depois da Terra

Título no Brasil: Depois da Terra
Título Original: After Earth
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: Gary Whitta, M. Night Shyamalan
Elenco: Will Smith, Jaden Smith, David Denman

Sinopse:
Mil anos no futuro o planeta Terra se tornou um lugar inabitável, destruído por anos e anos de abuso da humanidade. Os que sobreviveram agora habitam Nova Prime. Cypher Raige (Will Smith) é um general respeitado e condecorado que passa muito tempo longe de sua família. Após retornar de uma missão resolve fortalecer os laços com seu filho. Ao saírem juntos numa nave são surpreendidos por uma chuva de asteróides que os jogam em direção ao planeta Terra. Após caírem numa selva fechada terão que sobreviver para retornar ao seu lar novamente.

Comentários:
Foi bastante massacrado pela crítica americana em seu lançamento. Para se ter uma idéia foi indicado a pior filme do ano pelo Framboesa de Ouro, "vencendo" ainda nas categorias de pior ator (Jaden Smith) e pior ator coadjuvante (Will Smith). Na realidade não consegui achar tão ruim como dizem por aí. Certamente não traz maiores novidades no gênero Sci-fi e tampouco pode ser considerado original mas diverte, apenas isso. Os efeitos especiais são bem realizados e pontuais, discretos e não tomam o primeiro plano. O interessante é que o aspecto humano do roteiro, onde se desenvolve a relação entre pai e filho, não consegue marcar muito. Assim o que salva mesmo o filme "After Earth" do desastre completo é sua vocação para a aventura. Aliás o roteiro pode ser qualificado exatamente assim, não é uma ficção com ares ou pretensões de discutir questões existenciais (como "Blade Runner", por exemplo) e nem um drama familiar como quis passar o paizão Will Smith. É uma aventura, passada no futuro, em clima Sci-fi. Se você encarar dessa forma certamente irá ao menos se divertir por duas horas. Já está de bom tamanho não é mesmo?

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de abril de 2014

O Exorcista - O Início

Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy

Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.

Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.

Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Reino de Fogo

Título no Brasil: Reino de Fogo
Título Original: Reign of Fire
Ano de Produção: 2002               
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Spyglass Entertainment, Touchstone Pictures
Direção: Rob Bowman
Roteiro: Gregg Chabot, Kevin Peterka
Elenco: Matthew McConaughey, Christian Bale, Izabella Scorupco

Sinopse:
O mundo está devastado desde que um lendário dragão foi acordado de seu sonho milenar. Agora, de volta aos céus, o monstro destrói tudo por onde anda. Dois homens, Quinn Abercromby (Bale) e Denton Van Zan (McConaughey), resolvem se unir para destruir a terrível ameaça. Filme indicado na categoria "Melhor Filme de Fantasia" da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films e vencedor na categoria "Melhores Efeitos Especiais" no prêmio Sitges.

Comentários:
Dragões e lobisomens não estão tendo ultimamente muita sorte no universo Sci-fi. Fitinhas B de baixo orçamento, verdadeiras porcarias estão sendo lançadas todos os anos com esses dois monstros. O que nos leva a ir atrás no passado em busca de filmes realmente bons sobre o tema. Aqui temos aquele que talvez seja o melhor filme com dragões já realizado. "Reign of Fire" é um achado, uma grande mistura de referências de vários filmes que juntos acabaram dando muito certo. Ótimos efeitos especiais, muita ação e uma trilha sonora pesada garantem grande diversão ao espectador. Some-se a isso um elenco realmente classe A e você terá de fato um filme imperdível. Esse tive a oportunidade de assistir no cinema e digo que com a potência do Dolby Stereo a coisa fica ainda mais impactante. De qualquer maneira, mesmo na telinha, funciona excepcionalmente bem. Uma grande dica para conferir hoje na sua TV a cabo. Não vá perder!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Medo da Verdade

Título no Brasil: Medo da Verdade
Título Original: Gone Baby Gone
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Ben Affleck
Roteiro: Aaron Stockard, Ben Affleck
Elenco: Casey Affleck, Morgan Freeman, Ed Harris, Amy Ryan, John Ashton

Sinopse:
A garota Amanda McCready (Madeline O'Brien) desaparece misteriosamente. Para investigar o caso a fundo dois detetives começam a procurar por pistas mas descobrem que há muito mais sob a mera aparência de um desaparecimento comum. A solução do mistério custará caro para todos os envolvidos. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Atriz Coadjuvante (Amy Ryan). Também indicado na mesma categoria (Atriz Coadjuvante - Amy Ryan) no Globo de Ouro.

Comentários:
Baseado na obra de Dennis Lehane, esse filme foi a estréia do ator Ben Affleck na direção. Na época de lançamento do filme ninguém deu muita bola para esse fato até porque Affleck nunca foi considerado um grande ator, então a desconfiança sobre sua capacidade de dirigir era mais do que natural. Para surpresa de muitos porém Ben se superou e mostrou jeito para a coisa - a tal ponto que hoje em dia ele é reconhecidamente um bom cineasta, embora como ator continue bem canastrão. Além de ser bem dirigido o filme também tem um bom roteiro, com trama instigante (e pasmem mais uma vez, pois o script foi escrito pelo próprio Ben Affleck!). Talvez o único ponto realmente fraco dessa produção venha do elenco.  Casey Affleck não consegue empolgar em nenhum momento e parece até mesmo sonolento em cena! Se o filme tivesse alguém mais talentoso no quesito atuação certamente teríamos uma pequena obra prima, mas não tem jeito, essa coisa de atuar não parece ser o forte da família Affleck! Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale a recomendação, nem que seja para apreciar as belas tomadas de cena captadas na bonita - mas também cinza - Boston em Massachusetts.

Pablo Aluísio.

10.000 A.C.

Título no Brasil: 10.000 A.C.
Título Original: 10,000 BC
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Legendary Pictures
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser
Elenco: Steven Strait, Camilla Belle, Marco Khan

Sinopse:
D'Leh (Steven Strait) vive no ano dez mil antes de Cristo. A civilização humana ainda é muito prmitiva mas alguns grupos já desenvolvem a consciência de que a união faz a força. Ao lado de um exército de guerreiros como ele, atravessa uma região selvagem repleta de feras e predadores tais como os enormes tigres dente-de-sabre. Apaixonado, luta para salvar a mulher que ama das mãos de um temido senhor da guerra.

Comentários:
O advento dos efeitos digitais de última geração abriram portas que antes seriam impossíveis de adentrar no cinema. De repente os diretores tiveram em suas mãos a oportunidade de recriarem todo um universo próprio, há muito perdido. O problema acontece quando os avanços tecnológicos não são acompanhados de criatividade e originalidade. Um exemplo temos aqui com esse "Dez Mil Anos Antes de Cristo". Sinceramente, o cineasta Roland Emmerich não consegue mudar seus cacoetes mais insuportáveis. Ele não consegue desenvolver nem minimamente qualquer personagem e se resume a ser um diretor de efeitos especiais pois seus filmes não passam disso. Ora, melhor entregar logo a direção a um programador de computador já que a função de diretor já ficou provado que ele nunca exerceu. O filme é tão vazio quanto seu argumento. O roteiro escrito pelo próprio Emmerich traz erros históricos brutais, largamente apontados em seu lançamento. Como se isso fosse importar a ele, já que realizar blockbusters sem conteúdo algum parece ter definitivamente se tornado seu estilo pessoal. Assim melhor esquecer de fato esse filme extremamente bem realizado do ponto de vista técnico mas pessimamente desenvolvido em suas ideias.

Pablo Aluísio.

Van Helsing - O Caçador de Monstros

Título no Brasil: Van Helsing - O Caçador de Monstros
Título Original: Van Helsing
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stephen Sommers
Elenco: Hugh Jackman, Kate Beckinsale, Richard Roxburgh

Sinopse:
Van Helsing (Hugh Jackman) é um especialista do Vaticano que trabalha com eventos e manifestações paranormais. Assim a Igreja Católica envia o caçador de monstros e seu aliado, Carl, para a Transilvânia. Seu objetivo é localizar e destruir o Conde Drácula que, ao que tudo indica, é uma criatura das trevas, um vampiro que se alimenta de sangue humano para continuar sua existência terrena. Chegando na região, Helsing acaba se aliando a uma princesa cigana chamada Anna Valerious (Beckinsale), que está determinada a acabar com uma antiga maldição em sua família, sendo que para isso deverá destruir o milenar vampiro.

Comentários:
Muitos detonam essa produção, chamam de porcaria cheia de efeitos digitais e oportunismo cinematográfico. Bom, talvez seja, porém não há como negar que há filmes que mesmo em sua ruindade conseguem divertir caso sejam encarados como meras diversões descompromissadas. "Van Helsing" vai bem por esse caminho. Ninguém em sã consciência vai assisti-lo pensando em encontrar alguma obra prima do cinema. Na época de seu lançamento foi criada uma expectativa tola sobre suas qualidades cinematográficas e isso gerou decepção no público. Já hoje em dia revendo em exibições nas TVs a Cabo e no PC a coisa já não aparenta mais ser tão desastrosa. Pra falar a verdade revi recentemente e olha que me diverti pra valer. Primeiro porque achei aquelas vampiras gostosonas aladas uma boa pedida, segundo porque em nenhum momento o filme em si se leva à sério. É aquele tipo de fita que você sabe que não foi realizada para ser dissecada, analisada em profundidade, nada disso, é um popcorn por excelência, para ver com os amigos da escola numa tarde sem nada pra fazer. Olhando sob esse ponto de vista (que é o certo, afinal de contas) posso dizer que "Van Helsing" diverte pacas! Pode assistir sem receio algum.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Hurricane - O Furacão

Título no Brasil: Hurricane - O Furacão
Título Original: The Hurricane
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Sam Chaiton
Elenco: Denzel Washington, Rod Steiger, Vicellous Reon Shannon, Deborah Kara Unger

Sinopse:
Rubin Carter (Denzel Washington) é um jovem negro americano que sonha em se tornar um campeão do boxe em seu país. Quando as coisas começam a dar certo em sua carreira ele é injustamente acusado pela morte de homens brancos em sua cidade natal. Levado a julgamento é condenado a uma dura e cruel pena de prisão. Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir das memórias de Carter. Indicado ao Oscar de Melhor Ator (Denzel Washington). Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator (Denzel Washington) e indicado a Melhor Direção (Norman Jewison).

Comentários:
Ontem comentei aqui sobre o filme "Em Nome do Pai", uma produção baseada em fatos reais que contava a história de um homem que ficou por longos anos encarcerado sem ter qualquer culpa nos crimes que lhe imputavam. Pois bem, por uma dessas coincidências do destino ontem faleceu Rubin "Hurricane" Carter, outro personagem que sofreu na pele a injustiça de ser acusado e condenado por um crime que não cometeu. No caso de Carter a situação foi ainda pior pois há como um ingrediente fundamental em sua condenação o racismo, tão forte e presente ainda nos dias de hoje nos Estados Unidos, apesar de todos os esforços para mudar a mentalidade de certos setores daquela sociedade. Esse é um daqueles roteiros viscerais que todo grande ator sonha um dia cair em seu colo. Para Denzel Washington foi uma graça receber o convite para interpretar Hurricane. Afinal sua vida, repleta de momentos dramáticos e terríveis, era de fato um prato cheio para abocanhar uma grande quantidade de prêmios. De fato Denzel incorpora de forma brilhante o personagem, mudando seu modo de ser e até mesmo seu visual - ele fez um tratamento especial para mudar a textura de seu próprio cabelo. Obviamente a crítica se derreteu em elogios e Denzel foi merecidamente premiado no Globo de Ouro, chegando no Oscar como franco favorito ao prêmio mas... por uma dessas ironias dos deuses do cinema ele não conseguiu vencer! Bom, se o argumento de "Hurricane - O Furacão" era sobre injustiça então o fato de não ter levado seu Oscar acabou sendo mais do que conveniente à história que contava. A vida imitando a arte! De uma forma ou outra não deixe de assistir esse drama maravilhoso que mostra como pode ser cruel os mecanismos e meandros do sistema judiciário quando se perde os mais preciosos valores em seus julgamentos.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de abril de 2014

Em Nome do Pai

Título no Brasil: Em Nome do Pai
Título Original: In the Name of the Father
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos, Irlanda, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Gerry Conlon, Terry George
Elenco: Daniel Day-Lewis, Emma Thompson, Pete Postlethwaite, Alison Crosbie

Sinopse:
O jovem irlandês Gerry (Daniel Day-Lewis) é injustamente acusado de ser membro de uma facção terrorista de seu país e é condenado a uma pesada pena de prisão perpétua pela justiça inglesa, que naquele momento estava particularmente empenhada em deter e punir os membros de grupos de libertação da Irlanda, sob dominação inglesa por séculos. Na prisão Gerry começa uma intensa luta para provar sua inocência das acusações que lhe foram impostas de forma arbitrária e completamente injustas. 

Comentários:
Maravilhoso drama baseado em fatos reais vividos pelo autor Gerry Conlon que escreveu sobre sua terrível experiência no best seller "Proved Innocent". O que temos aqui é um manifesto contra a influência política sobre o judiciário, algo que infelizmente também tem se mostrado bem presente em nosso país nos dias atuais. O personagem Gerry era um jovem completamente inocente que foi preso simplesmente para se manter um status quo político na região onde morava. Foi a forma encontrada pelo governo inglês de punir e mostrar aos irlandeses que qualquer ato de subversão seria punido com rigor. O problema básico é que ele era inocente, um fato que foi propositalmente ignorado pelas autoridades britânicas. Um completo absurdo do ponto de vista jurídico. Daniel Day-Lewis como sempre brilha em sua interpretação. Seu inspirado trabalho em cena lhe valeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator naquele ano mas infelizmente ele não levou (o que desagradou parte da crítica que apostava em seu prêmio). Emma Thompson também foi indicada de forma merecida mas também não levou. Na época muito se disse que houve influência do governo inglês para que o filme não fosse consagrado pela Academia (a produção no total foi indicada a sete estatuetas, incluindo direção, roteiro e filme mas acabou não sendo premiada em nenhum). Agora surge uma ótima oportunidade de conferir novamente esse belo filme que tanto do ponto de vista político como artístico é uma verdadeira obra prima.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de abril de 2014

Closer - Perto Demais

Título no Brasil: Closer - Perto Demais
Título Original: Closer
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Patrick Marber
Elenco: Natalie Portman, Jude Law, Clive Owen, Julia Roberts 

Sinopse:
O complicado relacionamento envolvendo dois casais em uma cidade moderna dos Estados Unidos nos dias atuais. O que parecia algo estável se torna explosivo quando o interesse entre eles ultrapassa as fronteiras das relações da cada casal.

Comentários:
Closer é muito bom porque mostra o natural desgaste que sofre relacionamentos amorosos com o tempo. A mulher já não é tão mais atraente como antes, os homens revelam pequenas manias que enfurecem elas e por aí vai. O destaque no elenco vai obviamente para a personagem de Natalie Portman, uma garota bonita que ganha a vida explorando seus dotes femininos. Sua imagem com a peruca rosa de stripper já entrou para a galeria de figurinos inesquecíveis da cultura pop. Junte-se a isso a excelente trilha sonora e o roteiro, muito bem escrito por sinal, e você entenderá porque Closer é considerado um dos melhores filmes sobre relacionamentos amorosos lançados nos últimos anos Além disso esse filme é basicamente sobre relacionamentos. Por isso ele é mais indicado para as mulheres porque as mulheres adoram discutir sobre seus relacionamentos (os seus e os dos outros também!). Homens gostam mesmo é de assistir TV tomando cerveja e ficar falando mal do técnico de seu time de futebol! Provavelmente 99% dos homens não gostarão de Closer porque esse filme, como eu disse, é sobre o envolvimento de duas pessoas, coisa que geralmente só interessa a uma delas, a mulher! Mesmo assim, com essa visão um pouco sarcástica demais, eu acho o filme acima da média. Claro que ajuda muito as generosas cenas de nudez parcial da Portman mas ignore isso e assista pelas qualidades cinematográficas de Closer, afinal isso é apenas a opinião de mais um homem

Pablo Aluísio.

Guerra dos Mundos

Título no Brasil: Guerra dos Mundos
Título Original: War of the Worlds
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, DreamWorks SKG
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Josh Friedman, David Koepp
Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Tim Robbins

Sinopse:
Um pai e seus dois filhos tentam sobreviver a um evento de repercussão catastrófica: a invasão de uma raça alienígena contra a Terra! Dotados de tecnologia avançada e destrutiva os ETs chegam ao nosso planeta sedentos por recursos naturais. Para isso precisam antes eliminar toda a humanidade. Indicado ao Oscar nas categorias Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Via de regra odeio remakes e quando são de clássicos do cinema odeio ainda mais, porém nesse caso tenho que dar o braço a torcer. Essa refilmagem não ficou ruim, pelo contrário, Spielberg, como grande fã do universo Sci-fi, procurou ser respeitoso ao filme original, apenas reforçando o relacionamento entre pai e filha e claro, colocando o que havia de melhor em termos de tecnologia digital para embelezar a produção. Quando esse remake foi anunciado a primeira coisa que me veio à mente foi que não iria funcionar, pois o enredo original seria considerado inocente e bobo demais para os dias de hoje. Nos anos 50, com a paranoia anticomunista e nuclear na ordem do dia a coisa toda era muito mais bem aceita pelo público, já nos dias cínicos que correm dificilmente aconteceria a mesma simbiose entre filme e público. Bom, Spielberg não é um dos maiores gênios do cinema à toa. Ele soube muito bem amenizar os aspectos mais ultrapassados do enredo para se concentrar na tensão e no suspense. Acertou em cheio. O resultado é um caso raro de remake de ficção que realmente vale a pena ser prestigiado e o melhor, com o selo de qualidade do genial Steven Spielberg.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Orquídea Selvagem

Título no Brasil: Orquídea Selvagem
Título Original: Wild Orchid
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures, Vision PDG
Direção: Zalman King
Roteiro: Zalman King, Patricia Louisianna Knop
Elenco: Mickey Rourke, Carré Otis, Jacqueline Bisset

Sinopse:
A advogada Emily Reed (Carré Otis) vem ao Brasil para cuidar de assuntos profissionais e se vê entrando cada vez mais numa rede de sensualidade e sedução, se envolvendo perigosamente com o misterioso (mas charmoso) milionário e excêntrico americano James Wheeler (Mickey Rourke). Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias Pior Ator (Mickey Rourke) e Pior Revelação Feminina (Carré Otis).

Comentários:
Tentativa muito mal sucedida de reprisar o sucesso de “Nove Semanas e Meia de Amor”. Aqui Rourke se une ao roteirista do filme de Adrian Lyne, Zalman King, para voltar ao velho argumento de erotismo do filme anterior, só que dessa vez usando da sensualidade tropical do Brasil. A produção foi rodada principalmente na Bahia e no Rio de Janeiro, onde Rourke criou todo tipo de atrito com a imprensa local. O ator não quis falar com jornalistas e esnobou convites para vários eventos sociais. Para piorar se envolveu em brigas com alguns membros da equipe. Mickey Rourke, ao que parece, havia passado por uma cirurgia plástica mal sucedida e estava particularmente mal humorado durante as filmagens. O calor e o assédio também não ajudaram em nada. O único lado bom foi que desfrutou bastante do país, andando de moto Harley-Davidson, aproveitando as praias e as belezas naturais das locações. Também procurou ser gentil com os brasileiros que encontrava pelo caminho (pelo visto sua aversão foi única e exclusivamente contra jornalistas e não o povo em geral). A atriz cult Jacqueline Bisset também estava no elenco mas longe das cenas mais sensuais. Sua personagem não tinha a menor importância dentro do fraco roteiro e sua atuação se mostrava negligente.

Diante de tantos problemas não é de se admirar que não tenha se tornado sucesso de bilheteria. De certa forma foi até mesmo ignorado no exterior, só alcançando um pouco de repercussão aqui mesmo no Brasil, onde fez bonito nas salas de cinema e depois no mercado de vídeo VHS. Mickey Rourke sempre conseguia bons números aqui no Brasil onde seus filmes sempre eram bem recebidos pelo público. Um exemplo era o próprio “Nove Semanas e Meia de Amor” que ficou em cartaz anos a fio em São Paulo, se transformando em um verdadeiro cult movie. Já “Orquídea Selvagem” teve resultados bons mas bem mais modestos. A verdade é que o filme em si também não ajuda. O roteiro é sem foco, disperso e cheio de furos. Não há uma boa estória e o personagem de Rourke é vazio e sem propósito. Nem a bonita presença de Jacquelne Bisset salva o filme de ser o primeiro grande abacaxi da carreira de Mickey Rourke. Esse pelo menos parece ter encontrado algo de bom nas filmagens pois se apaixonou por Carré Otis, a modelo que era sua partner nas cenas mais sensuais. Anos depois se casaria com ela mas o casamento não duraria pois se divorciaria no meio de um grande escândalo envolvendo inclusive acusações de agressão doméstica contra ele. Rourke foi preso e devidamente fichado pela Polícia de Los Angeles. Enfim, histórias sobre o filme não faltam, o que falta mesmo é qualidade cinematográfica dessa produção erótica de baixa carga sensual. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Grey Gardens

Título no Brasil: Grey Gardens
Título Original: Grey Gardens
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Michael Sucsy
Roteiro: Michael Sucsy, Patricia Rozema
Elenco: Drew Barrymore, Jessica Lange, Jeanne Tripplehorn

Sinopse:
Mãe e filha vivem abandonadas em uma antiga casa caindo aos pedaços em um balneário para ricaços no Estado de Nova Iorque. Sua rotina muda com a chegada de uma equipe de documentaristas que desejam filmar a rotina e o cotidiano delas. Vencedor do Globo de Ouro de melhor filme para a TV e de melhor atriz para Drew Barrymore. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor atriz para Jessica Lange.

Comentários:
Filme muito sensível e humano que foi baseado em um documentário que mostrava a realidade de duas mulheres, mãe e filha, que viviam isoladas e abandonadas numa antiga casa em East Hampton, um balneário para ricaços no Estado de Nova Iorque. Acontece que ambas eram de famílias ricas mas que se encontravam em completa miséria após o patriarca perder tudo na quebra da bolsa em 1929. Depois de sua morte ficaram as duas completamente esquecidas e abandonadas à própria sorte na outrora elegante casa. Vivendo com o antigo glamour de um tempo passado as duas ainda mantinham aquela superioridade típica de pessoas ricas embora há muito tivessem perdido tudo. Para completar o quadro surreal ambas eram parentes da primeira-dama dos Estados Unidos, Jacqueline Kennedy. O filme mostra as filmagens do documentário original, quando elas ficaram conhecidas do grande público. O embaraço foi tão grande que Jacqueline mandou realizar uma reforma completa na casa que estava caindo aos pedaços.

Baseado em fatos reais esse telefilme é muito interessante porque é realmente de cortar o coração. Mostra a realidade das pessoas que foram abandonadas, esquecidas, colocadas de lado. Também é um belo retrato da hipocrisia humana ao mostrar a verdadeira face de certos “amigos” que conhecemos ao longo da vida. Enquanto eram ricas e poderosas mãe e filha eram constantemente visitadas por seus parentes e conhecidos. Depois que ficaram na ruína foram solenemente esquecidas, deixadas no ostracismo, vivendo no meio do lixo que se transforma a casa. Os personagens, ricos em personalidade e carisma, certamente são um presente para qualquer atriz. Aqui se sobressaem de forma sublime Drew Barrymore e Jessica Lange. Drew interpreta a filha, uma pessoa que vive em um mundo próprio, sonhando um dia se tornar uma estrela famosa na Broadway. Já Lange faz a mãe, uma pessoa idosa que constantemente puxa briga com sua filha. Jéssica Lange está maravilhosa no papel de idosa, pois seu personagem é bem mais velha do que ela própria. Drew também surpreende ao fazer a filha meio amalucada mas muito sensível e carismática. No saldo final “Grey Gardens” é muito superior a muito filme de cinema por aí. Roteiro sensível, profundo e bem estruturado que realmente mexe com o espectador. Especialmente indicado para pessoas sensíveis e emocionais.

Pablo Aluísio.