quinta-feira, 6 de março de 2014

Heleno

Título no Brasil: Heleno
Título Original: Heleno
Ano de Produção: 2011
País: Brasil
Estúdio: Agência Nacional do Cinema (ANCINE)
Direção: José Henrique Fonseca
Roteiro: L.G. Bayão, Felipe Bragança
Elenco: Rodrigo Santoro, Angie Cepeda, Alinne Moraes

Sinopse:
Filme baseado na história real do jogador de futebol do Botafogo e da Seleção Brasileira, Heleno de Freitas (1920 / 1959). Ele brilhou na década de 1940. Bom de bola, metido a galã e conquistador, Heleno virou muito popular e famoso por suas grandes jogadas e conquistas amorosas fora de campo.

Comentários:
Heleno de Freitas é até hoje um desportista querido pelos torcedores do Botafogo e por cronistas esportivos. Virou praticamente um símbolo de uma era que já não existe mais. O filme procura mostrar parte dessa sua trajetória. Infelizmente não há nenhum final feliz para se mostrar. Heleno era dado a farras, inclusive com prostitutas e isso lhe valeu uma grave doença, a sífilis. Uma das consequências dessa enfermidade é a perda da razão e capacidade cognitiva. A doença atinge o cérebro e devasta a saúde do enfermo. Assim o jogador terminou seus dias em um sanatório carioca, abandonado e esquecido. Não é uma produção de encher os olhos, sua falta de orçamento algumas vezes se torna clara, mas mantém aquela velha tradição do cinema brasileiro em mostrar o lado mais áspero da vida de pessoas que caíram de uma forma ou outra em suas vidas. O enredo está mais para tragédia do que para esporte. Mesmo assim o filme não é muito aconselhado a quem não gosta de futebol e sua mitologia de uma forma em geral. Vale como resgate histórico de um personagem meio esquecido de nossos gramados e é só.
 
Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sem Escalas

Título no Brasil: Sem Escalas
Título Original: Non-Stop
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: John W. Richardson, Christopher Roach
Elenco: Liam Neeson, Julianne Moore, Scoot McNairy

Sinopse:
O agente Neil Marks (Liam Neeson) embarga em um voo entre Nova Iorque e Londres que jamais esquecerá. Assim que a viagem começa ele recebe uma série de mensagens de texto em seu celular avisando que um passageiro será assassinado a cada vinte minutos se não forem depositados cento e cinquenta milhões de dólares em uma determinada conta bancária. Inicialmente Marks acredita que tudo não passa de uma piada de humor negro ou um blefe mas conforme as mortes vão acontecendo ele inicia uma série de investigações dentro do avião para descobrir quem seria o assassino. 

Comentários:
De todos os gêneros cinematográficos acredito que o mais desgastado atualmente é a dos filmes de ação. Os roteiros não conseguem inovar, nem trazer nada de novo. Com o advento da tecnologia de computação gráfica a coisa piorou pois as cenas vão ficando cada vez mais absurdas e inverossímeis. Tudo parece se resumir a uma competição entre as produções para ver quem consegue firmar o momento mais impossível em suas sequências. O problema é que para quem é cinéfilo experiente tudo soa como algo tedioso e sem novidades. O próprio Bruce Willis resumiu tudo ao dizer que "filmes de ação andam bem chatos ultimamente". Definição perfeita. Não consigo enxergar nada de novo em produções como esse "Sem Escala". Não me empolgou e nem me trouxe nada de novo. Talvez para os mais jovens as coisas funcionem melhor, para quem já é veterano nas telas tudo vai parecer muito Déjà vu para marcar de alguma forma.

Pablo Aluísio.

Jogos Mortais 3

Título no Brasil: Jogos Mortais 3
Título Original: Saw III
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Twisted Pictures, Evolution Entertainment
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Leigh Whannell, James Wan
Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Angus Macfadyen

Sinopse:
Jeff (Angus Macfadyen) é um homem angustiado após perder sua família em um terrível acidente de carro. Ele se torna obcecado em vingar a morte de seus parentes contra o motorista irresponsável que as causou. O Dr. Lynn Denlon (Bahar Soomekh) por sua vez tem sérios problemas em seu casamento. Frustrado, se torna um homem à beira da insanidade. Ambos se tornam alvos da psicótica Amanda (Shawnee Smith), uma admiradora de Jigsaw. Jeff é colocado em um jogo mortal de vida e morte e o Dr. Denlon é levado para um armazém abandonado onde precisa manter John Kramer - Jigsaw - vivo acima de tudo! Um colar explosivo é colocado em seu pescoço, ligado aos aparelhos que mantém Kramer vivo. O artefato será acionado caso Jigsaw morra. E que os jogos comecem...

Comentários:
Terceiro exemplar da franquia de grande sucesso "Saw". É a tal coisa, um filme como esse, com orçamento até modesto (custou meros 10 milhões de dólares) se torna facilmente lucrativo por causa da força do nome comercial dos filmes envolvendo o famoso Jigsaw (um dos melhores personagens de filmes de terror e suspense surgidos nos últimos anos, não há como negar). O interessante é que já nessa terceira parte já vamos percebendo uma certa saturação em seu argumento. Fruto provavelmente dos problemas de saúde enfrentados pelo John Kramer - Jigsaw. Um dos erros de roteiro dessa saga em minha opinião veio justamente disso. Jigsaw saiu de circulação cedo demais, fazendo com que os roteiros tivessem que se utilizar de "admiradores" do psicopata como a própria Amanda, que vemos aqui. Mesmo assim ainda conseguimos ter, apesar dos pesares, um bom produto em mãos. Não é nenhuma obra prima mas vale como elo de ligação entre as películas com a marca "Saw".

Pablo Aluísio.

Velozes e Furiosos - Desafio em Tóquio

Título no Brasil: Velozes e Furiosos - Desafio em Tóquio
Título Original: The Fast and the Furious: Tokyo Drift
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan
Elenco: Lucas Black, Zachery Ty Bryan, Bow Wow, Vin Diesel

Sinopse:
Um adolescente americano chamado Sean Boswell enfrenta uma série de problemas em sua vida pessoal. É um solitário na escola, no entanto, ele desafia um rival para uma corrida de rua, um racha ilegal, mas é pego em flagrante. Para evitar que seja preso ele vai até Tóquio, onde vive seu pai, que é militar. Assim que chega na nova cidade descobre que rachas e competições com carros possantes são bem populares no submundo da cidade. Não demora a se envolver nesse tipo de "competição".

Comentários:
Um filme da franquia "Velozes e Furiosos" que peca por algo bem básico. A produção não conta com Paul Walker (que preferiu fazer bons filmes nesse ano como "A Conquista da Honra"). O estúdio também não chegou a um bom acordo sobre seu cachê. Além disso tentou-se inovar na trama, levando a série para o Japão. Há por isso uma clara diferença entre esse e os demais filmes. Há excessos de néon e luzes brilhantes por todos os lugares. O roteiro é mais raso do que o habitual e os atores japoneses não fazem grande diferença - a maioria aliás é de uma canastrice absoluta. Possa ser que os fãs desse tipo de produção venham a gostar do resultado mas eu particularmente não consegui simpatizar com a ideia por trás de tudo. A trama não é das melhores e as cenas de ação soam sem qualquer novidade relevante. No final é mais uma sequência sem grande destaque, só que rodada no Japão. Se isso vai fazer alguma diferença ou não cabe ao espectador julgar após assistir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de março de 2014

Resident Evil 2 - Apocalipse

Título no Brasil: Resident Evil 2 - Apocalipse
Título Original: Resident Evil: Apocalypse
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Constantin Film Ltd., Impact Pictures
Direção: Alexander Witt
Roteiro: Paul W.S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Sienna Guillory, Eric Mabius

Sinopse:
O vírus que transforma seres humanos normais em zumbis está fora de controle em Raccoon City. O resultado é trágico, milhões são contaminados e a humanidade caminha para um desastre de proporções globais. A empresa Umbrella então resolve colocar em prática novos experimentos, transformando Alice (Milla Jovovich) em uma aberração genética, pronta para enfrentar os mortos-vivos que cruzarem seu caminho. Com as alterações genética ela se torna mais forte, sensível aos menores detalhes e extremamente habilidosa em técnicas de combate. A guerra pela sobrevivência está prestes a começar.

Comentários:
Segundo filme da franquia "Resident Evil". Como o primeiro filme fez um sucesso digno de grandes orçamentos a produção dessa segunda parte ganhou bastante em termos de efeitos visuais, cenários e figurinos. É sem dúvida bem superior ao original nesse aspecto. Milla Jovovich continua tão bela como inexpressiva como atriz, o que não fará a menor diferença para os fãs de "Resident Evil" que desejam mesmo é ver o desfile de zumbis sendo trucidados pela heroína improvável (atire a primeira pedra quem nunca achou esquisito uma gata dessas baixando a porrada em um bando de monstros comedores de cérebros!). O destaque vai para as criaturas digitais como aquelas que atacam dentro da igreja, da fuga desesperada da população tentando fugir da cidade infectada e da destruição do prédio onde Milla Jovovich dá uma de Bruce Willis em "Duro de Matar" ao descer do edíficio em chamas. Cinema pop zumbi de qualidade certamente.

Pablo Aluísio.

Forças Especiais

Título no Brasil: Forças Especiais
Título Original: Forces spéciales
Ano de Produção: 2011
País: França
Estúdio: Easy Company, StudioCanal, Canal+
Direção: Stéphane Rybojad
Roteiro: Stéphane Rybojad, Michael Cooper
Elenco: Diane Kruger, Djimon Hounsou, Benoît Magimel

Sinopse:
Um grupo de elite do exército é enviado até uma região inóspita do Paquistão para resgatar uma jornalista francesa que se torna refém de um grupo radical ligado ao Talibã, terroristas islâmicos que pregam a guerra santa contra o Ocidente. O local onde ela está aprisionada parece ser um local afastado e isolado, dominado por fanáticos. O resgate não será nada fácil.

Comentários:
Esse filme mostra bem que na atual safra do cinema francês cabe praticamente todos os estilos, até mesmo filmes de ação como esse. A fita foi considerada uma inovação e tanto para os franceses, mais acostumados com dramas existenciais e profundos. "Forças Especiais" é o extremo oposto desse tipo de cinema mais intelectualizado. De certa forma lembra muito as produções americanas de guerra, com destaque para o famoso "Falcão Negro em Perigo" de Ridley Scott. A diferença é que saem os militares americanos e entram os franceses. Outro ponto que diferencia vem da própria maneira que Stephane Rybojad resolve explorar os momentos de maior combate, priorizando o uso de câmeras em movimento (algumas vezes em excesso) e trilha sonora com rock pauleira em último volume. Quem diria que uma mulher seria tão agressiva assim? Vale como diversão e curiosidade, pois não é todo dia que vemos um filme realizado na França com esse tipo de proposta.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Oscar 2014

Oscar 2014
Foi uma festa muito agradável, com uma apresentadora com um tipo de humor bem mais leve e inofensivo (você nunca verá Ellen DeGeneres fazendo algum tipo de piada ofensiva) e que transcorreu com rara normalidade, sem sobressaltos. Em termos de números de Oscars "Gravidade" levou a melhor com sete estatuetas. Era de se esperar que como venceu na categoria Melhor Direção levasse também o prêmio de Melhor Filme mas a velha tradição da Academia em premiar dramas históricos prevaleceu. Não é de hoje que filmes de ficção possuem poucas chances nas principais categorias e se for sucesso comercial as possibilidades de vencer se tornam ainda mais raras.

Além disso como bem brincou Ellen DeGeneres era a noite de "12 anos de escravidão" pois só havia duas possibilidades para os membros da Academia, ou votavam nesse filme ou seriam considerados racistas! Piadas à parte foi um prêmio justo, assim como também foram muito justas as premiações de elenco. Na ala masculina reinou "Clube de Compras Dallas" que levou os Oscars de Ator e Ator Coadjuvante (todos incontroversos). Cate Blanchett, que poderia ser prejudicada de alguma forma por causa dos problemas pessoais de Woody Allen, também venceu de forma incontestável. O único prêmio que pode ser considerado meio inesperado foi para a jovem atriz negra Lupita Nyong'o por "12 anos de escravidão" pois nem ela parecia acreditar que havia vencido. Em suma, uma noite bonita (gostei do cenário montado no palco, com várias referências aos equipamentos usados em cinema como holofotes e máquinas de escrever dos roteiristas), gente bonita e elegante e, é claro, muito glamour que a velha Hollywood nunca perdeu.

Lista dos vencedores do Oscar 2014:

12 anos de escravidão
Melhor Filme
Melhor Atriz Coadjuvante - Lupita Nyong'o
Melhor Roteiro Adaptado - John Ridley

Gravidade
Melhor Direção - Alfonso Cuarón
Melhores Efeitos Visuais
Melhor Edição de Som
Melhor Mixagem de Som
Melhor Fotografia
Melhor Edição
Melhor Trilha Sonora Original

Clube de Compras Dallas
Melhor Ator - Matthew McConaughey
Melhor Ator Coadjuvante - Jared Leto
Melhor Maquiagem e Cabelo

O Grande Gatsby
Melhor Figurino
Melhor Design de Produção

Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Animação
Melhor Canção Original - "Let it Go"

Blue Jasmine
Melhor Atriz - Cate Blanchett

Ela
Melhor Roteiro Original - Spike Jonze

Helium
Melhor Curta-metragem

The Lady in Number 6: Music Saved My Life
Melhor Documentário em curta-metragem

A Um Passo do Estrelato
Melhor Documentário em longa-metragem

Mr. Hublot
Melhor Curta-metragem de Animação

A Grande Beleza (Itália)
Melhor Filme Estrangeiro

Pablo Aluísio.

Capitão América 2 - O Soldado Invernal

Título no Brasil: Capitão América 2 - O Soldado Invernal
Título Original: Captain America: The Winter Soldier
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios, Sony Pictures
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans, Frank Grillo, Robert Redford

Sinopse:
Steve Rogers (Chris Evans) ainda se esforça para se adaptar aos novos tempos. Além disso luta para encontrar seu papel nesse mundo moderno, onde as ideologias parecem perder sua força original, se tornando meras peças de oportunismo no quadro político mundial. Se os tempos são outros algo do passado acaba surgindo no caminho do Capitão América, um agente soviético dos tempos da guerra fria chamado Winter Soldier (Sebastian Stan).

Comentários:
Ficou estranho esse título nacional de "Soldado Invernal"! Não soa muito bem, além de criar confusão pois muitos vão confundir com "Soldado Infernal". Enfim, títulos nacionais bizarros não faltam. Esse "Capitão América 2" chega para manter em alta o lucro dos filmes baseados em personagens da Marvel (que nesse aspecto está dando baile nas adaptações da DC Comics). O filme, que custou a bagatela de mais de 100 milhões de dólares, está sendo esperado com ansiedade pelos fãs de quadrinhos. Para cinéfilos em geral o interesse vem da presença de Robert Redford no elenco! Quem diria que esse veterano conceituado iria se envolver em um projeto como esse? Capitão América é um representante máximo do que há de mais comercial em Hollywood atualmente. Em minha forma de ver o tão intelectualizado e cult Redford abriu uma concessão em sua carreira para valorizar um pouco mais o lado industrial da máquina de fazer filmes em Hollywood, já que algo assim em nada iria acrescentar em sua rica e brilhante filmografia. De qualquer forma sua presença já garante o interesse. O filme vai estrear nas telas americanas no dia 10 de abril. Vamos aguardar.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de março de 2014

Transformers

Título no Brasil: Transformers
Título Original: Transformers
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel

Sinopse:
Estranhos seres espaciais pertencentes a uma raça de máquinas resolvem invadir o planeta Terra para impor sua dominação sobre a frágil e tecnologicamente indefesa raça humana. Do lado do bem surgem os Autobots e do lado do mal os Decepticons. No meio deles um adolescente meio boboca e sua namorada gostosona completam o enredo desse sucesso comercial baseado nos famosos brinquedos dos anos 80.

Comentários:
Spielberg disponibilizou 150 milhões de dólares para a produção desse filme. Inicialmente ele iria dirigir mas depois pensou melhor e percebeu que não seria nada bom para seu prestígio de cineasta sério emprestar seu nome para algo assim tão rasteiro. Não há como negar, "Transformers" se resume a uma sucessão sem fim de cenas de computação gráfica de última geração e... nada mais. Não adianta procurar por roteiro, atuação ou relevância artística nesse tipo de filme. É cinema pipoca adolescente elevado à nona potência! Já que o negócio era explosão, Spielberg chamou o pirotécnico Michael Bay para mandar tudo pelos ares de uma vez por todas! Isso ajuda a distrair um pouco o tempo (longo demais) que esse filme leva para terminar. Ah, a beleza da Megan Fox também ajuda! Morenaça de olhos azuis e exalando sensualidade por todos os poros de seu lindo corpão, ela logo se torna outra razão para ver esse tipo de coisa. Obviamente que como atriz ela é um grande zero à esquerda mas quem se importa com isso afinal de contas? Deslique o cérebro, tape os ouvidos, abra os olhos e boa sorte!

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de março de 2014

RoboCop

Título no Brasil: RoboCop
Título Original: RoboCop
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Columbia Pictures
Direção: José Padilha
Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton

Sinopse:
Após algumas investigações o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) descobre um amplo esquema de corrupção envolvendo a corporação. Como retaliação acaba sofrendo um terrível atentado a bomba ao abrir seu carro. À beira da morte, sem possibilidade de continuar vivo pelos meios convencionais a empresa OmniCorp resolve usar o que sobrou de seu corpo numa nova tecnologia inovadora que une máquina e homem em apenas um organismo. Nasce assim RoboCop, um novo conceito de policial do futuro, pronto para combater a criminalidade pelas ruas da suja e violenta Detroit.

Comentários:
Remakes são complicados, ainda mais de filmes marcantes. O primeiro RoboCop e suas sequências ainda são muito presentes na memória dos cinéfilos. Por isso quando essa nova versão foi anunciada não fiquei muito entusiasmado. Como todos sabem a direção foi entregue ao talentoso cineasta brasileiro José Padilha, que se consagrou com o excelente "Tropa de Elite". Pois bem, finalmente temos agora um diretor de cinema no primeiro time em Hollywood. Dito isso é bom deixar claro algumas coisas. O novo "RoboCop" é um competente filme de ação futurista que na minha opinião se enquadra completamente dentro do que Hollywood tem produzido nos últimos anos. Não achei nada autoral como muito foi dito por aí. Certamente Padilha inseriu pequenos aspectos de sua visão pessoal sobre o personagem, isso é inegável, mas também é fato que o filme não sai muito do que se vê na linha de produção do cinema americano atualmente.

O argumento segue sendo basicamente o mesmo, com pequenas mudanças na trama que não a descaracteriza e nem a deixa muito longe do que vimos no filme original de Paul Verhoeven. Há inclusive a inserção de trechos de reportagens televisivas ao longo de toda a estória (algo marcante e bem característica da primeira versão). Some-se a isso a mensagem subliminar contra o poder das grandes corporações empresarias americanas, algo que também estava bem presente no primeiro filme de 1987. Em termos de aspectos técnicos do filme há boas mudanças. Inicialmente o design do policial robô homenageia o estilo mostrado na franquia original. Depois RoboCop ganha um novo visual, todo negro e com um capacete high tech, com visor vermelho e elegante. Muito cool realmente. Mas será que apenas esse tipo de coisa chega a justificar a existência desse novo remake? Assim temos altos e baixos em uma película 100% Made in USA (ao contrário do que muitos críticos nacionais queriam). Passa longe da criatividade e qualidade de um "Tropa de Elite" e está, repito, na média do que Hollywood costumeiramente produz todos os anos. Se você não for ao cinema esperando uma obra prima certamente se divertirá. Agora se for atrás de algo muito autoral do diretor, com uma marca verde e amarela em cada cena, pode ir tirando o cavalinho da chuva, pois isso definitivamente você não encontrará.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Título no Brasil: Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Título Original: Saving Mr. Banks
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Kelly Marcel, Sue Smith
Elenco: Emma Thompson, Tom Hanks, Colin Farrell, Paul Giamatti, Annie Rose Buckley

Sinopse:
O filme narra as tentativas de Walt Disney (Tom Hanks) em levar para as telas o livro "Mary Poppins" da escritora P.L. Travers (Emma Thompson). Durante vinte anos Disney tentou em vão assinar um contrato com Travers para que ela cedesse os direitos autorais da obra. Até que finalmente convence a autora a ir até Los Angeles para conhecer seus estúdios, conversar com seus roteiristas e músicos, tudo com o objetivo de convencê-la a concordar com a adaptação. Assim que Disney conhece Travers pessoalmente descobre que isso definitivamente não será nada fácil!

Comentários:
Um primor de filme, assim de forma singela poderia definir esse "Saving Mr. Banks" (que ganhou o péssimo título no Brasil de "Walt nos Bastidores de Mary Poppins"). A película é especialmente indicada para cinéfilos que adoram a história do cinema e seus personagens marcantes. Walt Disney ganhou uma interpretação tão terna e carinhosa de Tom Hanks que certamente ele merecia mais uma indicação ao Oscar por esse filme. O Disney de Hanks é certamente um empresário astuto e com faro para os negócios mas também é um homem muito humano, que entende muito bem a complexidade dos sentimentos e da alma da escritora de Mary Poppins. Por falar nela foi um prazer reencontrar Emma Thompson mais uma vez em um papel realmente marcante. A atriz que havia despontado em grandes interpretações vinha com a carreira em banho-maria mas agora ressurge novamente nas telas em grande estilo. Seu trabalho é digno de aplausos, sem favor nenhum.

O roteiro explora duas linhas narrativas de forma brilhante. Na primeira acompanhamos a mal humorada, ranzinza e durona P.L. Travers (Emma Thompson) em sua viagem a Los Angeles. Assim que chega começa logo a se indispor com todos dos estúdios Disney. Nada parece lhe agradar. O fato de Mary Poppins se transformar em um musical lhe dá arrepios e qualquer tentativa de Disney em inserir cenas de animação no filme é plenamente rejeitada por ela. Mas Walt não está disposto a desistir da produção pois é uma promessa que fez há vinte anos para suas filhas. O duelo entre Disney e Travers rende ótimos momentos. A cena quando se encontram e relembram aspectos de seus passados sofridos é brilhante, digna de qualquer premiação da Academia. A lição de que devemos encerrar certos momentos tristes em nossas vidas bate fundo na alma.

A segunda linha narrativa também é excelente. Nela encontramos P.L. Travers em sua infância, ainda garotinha na Austrália. Seu pai é uma pessoa maravilhosa, muito imaginativa, que adora contar estorinhas de bruxas e dragões para as filhas. Apesar de sempre ser um sujeito sorridente e amigo ele também tem seus próprios fantasmas, como um sério problema com alcoolismo. Frustrado por ser um bancário (uma função burocrática e muito aborrecida para alguém com sua alma imaginativa) ele começa a decair cada vez mais e mais. O pai de Travers é interpretado por Colin Farrell que também está irrepreensível. Nessa segunda linha narrativa descobrimos as origens da personagem Mary Poppins e os traumas que ficaram para a vida toda na alma da escritora. Enfim, é de fato uma pequena obra prima, muito sutil e sentimental que certamente agradará aos cinéfilos que amam a sétima arte e seus deliciosos bastidores. Imperdível.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Escola da Vida

Título no Brasil: Escola da Vida
Título Original: School of Life
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: ABC
Direção: William Dear
Roteiro: Jonathan Kahn
Elenco: Ryan Reynolds, David Paymer, Kate Vernon, Andrew Robb

Sinopse:
O Sr. D (Ryan Reynolds) é contratado para ensinar na Fallbrook Middle School. Ele é um professor diferente, jovem, simpático e que procura ser amigo de seus alunos, acima de tudo. Sua excelente acolhida porém acaba despertando a inveja de um colega, um professor de biologia da escola que almeja ser escolhido como o mestre do ano. Para isso o Sr. D pode certamente lhe trazer problemas.

Comentários:
Telefilme cheio de boas intenções produzido para ser exibido pelo canal a cabo americano ABC Family. Se tem méritos deve-se ao argumento que procura valorizar esses profissionais tão desvalorizados em nossa sociedade, verdadeiros heróis anônimos que ajudam a construir um mundo melhor. Tudo bem que Ryan Reynolds não é lá muito convincente como um mestre, um verdadeiro professor, mas de qualquer forma mantém uma certa dignidade no papel. No fundo é ajudado pela garotada que interpreta os alunos da escola. Por falar neles alguns são bem carismáticos e bons atores, para surpresa geral. Enfim, não espere nenhuma obra prima, até porque nunca foi essa a intenção dos realizadores. Como entretenimento familiar porém cumpre seus objetivos plenamente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Código Para o Inferno

Título no Brasil: Código Para o Inferno
Título Original: Mercury Rising
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Harold Becker
Roteiro: Ryne Douglas Pearson, Lawrence Konner
Elenco: Bruce Willis, Miko Hughes, Alec Baldwin

Sinopse:
Bruce Willis interpreta um agente do FBI chamado Art Jeffries. Ele não é muito bem visto dentro da agência por causa de seus métodos pouco convencionais. Por essa razão passa a ser designado para serviços que nenhum outro agente quer. Agora terá que proteger um menino autista de 9 anos, que é o alvo de assassinos depois de quebrar um código ultra secreto do governo americano.

Comentários:
"Mercury Rising" mistura elementos de vários gêneros para agradar aos fãs de Bruce Willis. Há um misterioso complô nas altas esferas do governo americano para liquidar um garotinho que desvendou um código militar secreto com extrema facilidade, o que certamente vai deixar os admiradores de teorias das conspirações eufóricos; uma amizade que nasce entre o agente do FBI (Willis) e o pequeno autista, para deixar o filme mais palatável para o público feminino e por fim, como não poderia faltar, a produção traz sua sucessão de espetaculares cenas de ação, como carros voando pelos ares, explosões e toda a pirotecnia que tanto caracterizam esse tipo de fita. "Código Para o Inferno" custou pouco mais de 60 milhões de dólares, um custo de produção até robusto, mas não satisfez os produtores nas bilheterias. Isso provavelmente foi causado pelo excesso de filmes de ação de Bruce Willis que trabalhando feito um louco causou uma certa saturação no mercado, o que era previsível. Revisto hoje em dia ele pode soar bem formulaico embora tenha lá seus momentos. Não é marcante mas também ainda não ficou completamente datado.

Pablo Aluísio.

Stigmata

Título no Brasil: Stigmata
Título Original: Stigmata
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Rupert Wainwright
Roteiro: Tom Lazarus
Elenco: Patricia Arquette, Gabriel Byrne, Jonathan Pryce

Sinopse:
Um jovem mulher começa a apresentar estranhos sinais, conhecidos como Stigmatas. Para investigar o caso de perto o Vaticano envia um padre especialista em manifestações sobrenaturais. Ao examinar seu corpo ele começa a desconfiar que na realidade não se trata de um milagre de luz mas sim a chegada de uma força ancestral, dos tempos de Cristo, algo maligno e extremamente perigoso.

Comentários:
Stigmata é um filme interessante porque traz para o mundo do cinema esse  estranho e curioso fenômeno em que pessoas comuns começam a manifestar as marcas da crucificação de Jesus Cristo. Principalmente nas palmas das mãos vão surgindo feridas sangrentas, exatamente como se tivessem sido atravessadas por pregos romanos usados nessas execuções horripilantes. Agora, apesar da boa partida inicial do roteiro temos que lamentar que ao invés de tratar o tema sob um ponto de vista mais realista o filme, lá pela metade de sua metragem, acaba dando uma guinada e cai na vala comum de produções enfocando possessões demoníacas. A MGM até tentou levantar alguma polêmica com o Vaticano na época do lançamento do filme, algo que obviamente traria promoção extra para a fita, mas os membros da alta cúpula da Igreja Católica, já calejados por outras discussões em relação a filmes polêmicos, resolveu ignorar as provocações. Assim "Stigmata" não consegue cumprir tudo o que promete, se tornando uma boa ideia que foi parcialmente desperdiçada em nome de sustos fáceis e soluções sensacionalistas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os Embalos de Sábado Continuam

Título no Brasil: Os Embalos de Sábado Continuam
Título Original: Staying Alive
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Nik Cohn, Sylvester Stallone
Elenco: John Travolta, Cynthia Rhodes, Finola Hughes

Sinopse:
Cinco anos depois da história mostrada no primeiro filme o suburbano Tony Manero (Travolta) corre atrás de seu grande sonho, se tornar dançarino profissional de uma grande companhia de dança da Broadway em Nova Iorque. Nada será fácil pois a competição é acirrada e a concorrência numerosa. Apenas os verdadeiros talentos vencerão essa disputa.

Comentários:
Conforme o próprio Sylvester Stallone explicaria, ele era um grande fã do primeiro filme. Em suas próprias palavras: "Aquele era o filme que eu gostaria de ter feito se soubesse dançar como o John Travolta". Certamente Stallone não era Travolta e por isso arranjou um jeito de convencer a Paramount a lhe dar carta branca para dirigir a sequência do grande sucesso musical dos anos 70. O roteiro seria do próprio Stallone. Ele porém queria impor sua própria visão naquele enredo. Transformou Tony Manero em um dançarino profissional, aspirante à entrar em um grande musical da Broadway. Não há como negar que o filme tenha ótimas cenas de dança, embalados com o que havia de melhor na época nesse estilo mas algo se perdeu. Stallone parece obcecado por corpos musculosos e suados de seus dançarinos em números musicais longos e muitas vezes cansativos. O que era para ser algo mais sutil se transformou em um desfile de atores e figurantes bombados - tal como o próprio Stallone. A crítica não gostou e o público, para surpresa de muitos, ignorou completamente o filme, deixando as salas de cinemas vazias. Com isso os embalos de sábado à noite ficaram definitivamente encerrados.

Pablo Aluísio.