quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Maldita Sorte

Charlie Logan é um garoto de dez anos que se recusa a beijar uma amiguinha durante aquele típico jogo de adolescentes chamado joguinho da garrafa, onde um casco de refrigerante é girado sobre uma mesa e o participante deve beijar a garota que estiver na direção da garrafa quando essa parar. A questão é que a menina se sente ofendida com isso e acaba jogando uma espécie de feitiço em Charlie. Obviamente que algo assim não será levado à sério por um garoto mas os anos passam e ele começa a perceber que tudo dá errado em seus relacionamentos amorosos. As garotas pelas quais se apaixona acabam lhe traindo, ficam noivas de outros homens logo em seguida e se casam, sem maiores explicações. É sempre a mesma coisa, com ele sempre ficando na mão em todas as ocasiões. Mesmo sendo uma brincadeira de criança será que a tal maldição realmente pegou em Charlie?

Ok, sinopse pra lá de bobinha, temos que admitir. Já é fato notório que as comédias românticas americanas passam por uma crise de criatividade enorme. Esse "Maldita Sorte" não foge muito disso a não ser por um detalhe bem interessante: o casal central, Dane Cook e Jessica Alba, estão pra lá de carismáticos. Mesmo com material abaixo da média, sem grandes atrativos, eles cativam o espectador. Ela surge na vida de Charlie (Cook) e ele acaba se convencendo de estar na presença finalmente de sua alma gêmea mas antes disso terá que fazer de tudo para quebrar o feitiço que lhe foi feito aos 10 anos. Dizem que primeira paixão é coisa de outro mundo, a pessoa jamais esquece - será realmente verdade? Se for, Cook estará mesmo em apuros aqui nesse filme. Eu assisti essa película em seu lançamento (não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros pelo que me lembre) mas agora ganha uma nova chance pois será exibido pela Globo hoje à noite. Se você gosta de comédias românticas bobinhas mas simpáticas já tem programa para logo mais na TV aberta. Good Luck!

Maldita Sorte (Good Luck Chuck, Estados Unidos, 2007) Direção: Mark Helfrich / Roteiro: Mark Helfrich, Dane Cook / Elenco: Dane Cook, Jessica Alba, Dan Fogler, Ellia English, Sasha Pieterse, Lonny Ross / Sinopse: Charlie (Cook) não consegue se acertar com garota nenhuma em sua vida. Seria o efeito de uma maldição colocada nele quando era apenas um garoto de 10 anos?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Um Homem Contra Wall Street

Jim Baxford (Dominic Purcell) é um trabalhador comum, honesto e ciente de seus deveres. Trabalhando como agente de segurança numa empresa de transporte de valores ele não tem muito dinheiro mas também não passa por muitas dificuldades. Sua sorte muda porém quando sua esposa Rosie (Erin Karpluk) é diagnosticada com um tipo raro de câncer. Como nos EUA não existe saúde pública ele tem que se virar para bancar o tratamento. Para isso ele pretende usar o dinheiro que tem investido em um fundo em Wall Street, mas o problema é que sua corretora dá um golpe na praça e da noite para o dia ele fica sem um tostão. Desesperado tenta contratar um advogado (Eric Roberts) mas esse também lhe passa a perna em dez mil dólares, um dinheiro que conseguira emprestado com um colega de trabalho. Tudo começa a ir de mal a pior até que ele chega ao limite e resolve extrapolar toda a sua raiva contida em um acesso de fúria no principal endereço financeiro dos EUA, a própria Wall Street em Nova Iorque.

O roteiro desse filme "Assault on Wall Street" é completamente manipulador. Durante toda a projeção do filme vamos acompanhando a vida do personagem principal simplesmente desmoronar. São tantas as infelicidades e desgraças que o espectador começa então a torcer para que ele mande bala mesmo nos engravatados de Wall Street. Como se pode perceber o argumento é muito perigoso e moralmente muito condenável. O diretor Uwe Boll, que para muitos é considerado um dos piores do mundo, não mostra qualquer vergonha de seu maniqueísmo descontrolado. O que salva a projeção é a presença de atores interessantes. Erin Karpluk, a atriz que se destacou em "Being Erica" é um exemplo. Ela como sempre acaba roubando o show, muito embora seu papel não ajude muito. Mais impressionante é ver  Edward Furlong, o jovem de "Exterminador do Futuro 2" fazendo o colega de trabalho do personagem central. Envelhecido e muito abatido, não lembra em nada aquele garotão de cabelo emo que tanto sucesso fez na década de 90. Por fim Eric Roberts, o irmão de Julia Roberts, também surge em um visual que vai espantar muitos. O espanto inclusive será maior do que a mensagem equivocada que o texto desse filme tentará passar ao seu público.

Um Homem Contra Wall Street (Assault on Wall Street, Estados Unidos, 2013) Direção: Uwe Boll / Roteiro: Uwe Boll / Elenco: Dominic Purcell, Erin Karpluk, Edward Furlong, Eric Roberts / Sinopse: Homem trabalhador e honesto perde todo o seu dinheiro por causa da quebra de uma empresa de Wall Street. Inconformado e desesperado por precisar muito do que perdeu ele decide partir para um acerto de contas com todos os engravatados do centro econômico da América.

Pablo Aluísio.

Depois da Terra

Mais uma ficção com previsão sombria para a humanidade. Nesse futuro o nosso planeta já foi abandonado há séculos. O homem esgotou completamente os recursos naturais, só sobrando poluição, radiação e desolação na Terra. Em busca de outros lugares no universo para viver os seres humanos acabam encontrando um planeta distante com as condições ideais, só que uma raça alienígena não fica nada contente com a presença humana lá e cria diversas criaturas especializada em matar os terrestres invasores. Nessa luta um homem acaba se destacando, Cypher Raige (Will Smith), que tem um dom raro. Ele não sente medo diante desses monstros e por isso os consegue matar facilmente já que esses animais são cegos e só conseguem sentir a presença de humanos perto deles pelos hormônios liberados durante a sensação de stress e medo. Por ser um homem frio e distante Raige tem dificuldade em se relacionar com seus filhos. Por isso quando surge a chance de viajar ao lado de seu pai o jovem Kitai (Jaden Smith) vê uma boa oportunidade de se aproximar mais dele. No meio do caminho porém a nave em que viajam é atingida por uma chuva de asteroides. Tentando escapar da morte e com a espaçonave completamente avariada eles acabam parando em lugar desconhecido e proibido para os homens. É a própria Terra que agora renasce em busca de um novo recomeço para seu ecossistema!

"Depois da Terra" é um projeto em família. O roteiro foi baseado numa estória original concebida pelo próprio Will Smith. Sua ex-esposa, Jada Pinkett Smith, é uma das produtoras e o filme é estrelado pelo filho do casal, Jaden Smith. Mas o que mais chama atenção dos cinéfilos aqui nem é tanto a trupe familiar reunida mas sim a presença do cineasta M. Night Shyamalan. Após um começo promissor ele, que havia sido apontado como uma das esperanças do chamado cinema de autor da indústria americana,  foi decaindo cada vez mais até ser considerado por parte da critica como uma promessa que não se realizou completamente. Aqui Shyamalan tenta mais uma vez dar a volta por cima. Quem espera por algo parecido com seus bons filmes do passado porém provavelmente vai se decepcionar. "Depois da Terra" é certamente muito bem produzido, com ótima produção e efeitos digitais de ponta mas a despeito de tudo isso não há outra conclusão: o filme tem roteiro sem surpresas, muito convencional e totalmente enquadrado no que se espera de um filme 100% comercial. O filme aliás lembra várias produções de ficção famosas do passado e até outros mais recentes como "Tropas Estrelares" mas tudo fica no meio do caminho pois Will Smith parece ter se contentado em apenas realizar mais uma película de promoção para seu garoto, que ele insiste em transformar em astro. Sem querer estragar suas esperanças acho que esse Jaden Smith não tem muito futuro. O menino não tem carisma e é muito careteiro! Suas expressões faciais tentando passar apreensão ou medo nas cenas são ridículas. No final o que sobra de fato é apenas uma aventura espacial sem grandes arroubos de criatividade com enredo banal e cheio de clichês. Quem diria que o antes tão criativo M. Night Shyamalan fosse virar um mero diretor por encomenda como vemos aqui...

Depois da Terra (After Earth, Estados Unidos, 2013) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: Gary Whitta, Will Smith, M. Night Shyamalan / Elenco: Jaden Smith, Will Smith, David Denman / Sinopse: Pai e filho caem na Terra em um futuro onde a humanidade já deixou o planeta há séculos. Agora terão que sobreviver aos animais selvagens e à selva hostil.

Pablo Aluísio.

Cazuza: O Tempo Não Pára

Vamos falar um pouco de rock Brasil? Eu tive o privilégio de vivenciar o surgimento de todas essas bandas e cantores que fizeram parte de um dos momentos mais interessantes da música brasileira. Era a década de 80 e entre os mais populares ícones daquele geração estava Cazuza. A primeira vez que ouvi Cazuza foi através do disco nacional do Rock in Rio de 1985. Ele realmente foi um cantor de muitos recursos, que ia tão bem cantando rocks como outros gêneros musicais. Aliás uma das razões de sua saída do Barão Vermelho foi justamente essa, o grupo com Frejat à frente não queria abandonar o velho e bom rock e Cazuza queria alcançar picos bem mais altos, cantando MPB, Samba e tudo o que lhe agradasse. Infelizmente quando estava se sobressaindo, gravando excelentes canções de um rico repertório, sua vida chegou ao fim. Cazuza faleceu muito jovem e o Brasil todo acompanhou seu drama. Esse filme "Cazuza: O Tempo Não Pára" tentou assim capturar um pouco da essência desse artista tão popular em sua época.

Infelizmente uma pessoa com uma vida tão rica não poderia mesmo ser retratada de forma completa em um filme de poucos minutos. Isso é simplesmente impossível. No seu caso a situação fica ainda pior pois tive a oportunidade de ler o livro que inspirou a produção, o lírico e muito bonito "Só as Mães são Felizes" escrito pela mãe de Cazuza, Lucinha Araújo. O texto é emocionante pois no fundo é um depoimento sincero e aberto da mãe do cantor sobre seu relacionamento com o filho. Uma visão vista de dentro da vida familiar do cantor. Detalhes, passagens e fatos, por pura falta de tempo, foram ignorados aqui nesse filme. Mesmo assim, pelas limitações naturais do produto cinematográfico, não posso deixar de elogiar alguns aspectos dessa cinebiografia. A mais evidente de todas é o excelente trabalho de atuação do ator Daniel de Oliveira. Eu não o considero parecido fisicamente com Cazuza mas isso se torna um detalhe sem importância quando vemos seu total empenho em reproduzir em cena todos os menores maneirismos do cantor. Talvez fosse melhor que "Cazuza: O Tempo Não Pára" focasse apenas em um determinado evento específico da vida do músico, como fez a mais recente biografia nas telas de Renato Russo, "Somos Tão Jovens". Mesmo assim vale a recomendação. Cazuza certamente foi muito mais do que vemos nessa produção mas pela dignidade e honestidade desse filme não podemos deixar de recomendar para os fãs dele e da música de nosso país. 

Cazuza: O Tempo Não Pára (Idem, Brasil, 2004) Direção: Walter Carvalho, Sandra Werneck / Roteiro: Fernando Bonassi, baseado no livro de memórias de Lucinha Araújo / Elenco: Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Reginaldo Faria / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Cazuza, ícone da geração do rock Brasil durante a década de 1980.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Martelo dos Deuses

O ano é 821. A ilha da Bretanha (futura Inglaterra) está dominada por guerras entre tribos rivais. Numa delas um grande rei está agonizando. No meio de uma luta feroz contra os saxões ele tem que decidir quem entre seus três filhos herdará o trono. O primogênito há muito se encontra desaparecido desde que rumou em direção à floresta negra. Para achá-lo e o trazer de volta o rei manda seu filho Steinar (Charlie Bewley) na perigosa missão. A jornada não será nada fácil uma vez que ele terá que atravessar vasto território controlado pelo inimigo. "Martelo dos Deuses" é uma produção inglesa que tem chamado a atenção dos que gostam de filmes de ação. A época enfocada não poderia ser melhor pois foi uma era de extrema violência e brutalidade, o que cai muito bem para os fãs desse tipo de produção. Embora o roteiro se apóie em um enredo até banal pode-se dizer que o resultado final agrada.

Não se trata de uma super produção, com milhares de figurantes ou algo parecido mas o diretor soube muito bem tirar proveito daquilo que tinha em mãos. A fotografia do filme é bonita, principalmente por ter sido rodado em parte na linda região montanhosa da Escócia. Não há nenhum grande nome no elenco, apenas o ator principal Charlie Bewley tem uma certa fama, principalmente por ter feito parte da "Saga Crepúsculo" e também por sua participação na série americana de sucesso "Diários de um Vampiro". Fora isso nada de grandes nomes no elenco. Esse é o primeiro filme do estreante diretor e roteirista Farren Blackburn, que é mais conhecido dos que gostam de séries pois ele já dirigiu muitos episódios de seriados americanos e ingleses. No geral "Martelo dos Deuses" não é nenhuma obra prima, passa bem longe disso, até porque algumas vezes tende a exagerar na violência gratuita mas isso de certa forma faz parte do jogo nesse tipo de película. Se você gosta de filmes medievais violentos pode ser uma boa opção.

Martelo dos Deuses (Hammer of the Gods, Inglaterra, 2013) Direção: Farren Blackburn / Roteiro: Matthew Read / Elenco: Charlie Bewley, Alexandra Dowling, Clive Standen / Sinopse: Um rei prestes a morrer incumbe seu filho a encontrar o primogênito, herdeiro natural do trono, para assumir seu lugar na luta contra os saxões numa Bretanha dominada pela violência e brutalidade.

Pablo Aluísio.

A Mexicana

Título no Brasil: A Mexicana
Titulo Original: The Mexican
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: J.H. Wyman
Elenco: Brad Pitt, Julia Roberts, James Gandolfini, J.K. Simmons, Bob Balaban.

Sinopse: 
Um criminoso tem que ir ao México em busca de uma pistola rara e de grande valor para entregar ao seu chefe ao mesmo tempo em que tem que lidar com sua esposa que quer de todas as formas que ele abandone o mundo do crime de uma vez por todas.

Comentários:
Não curti nem um pouco. Vi no cinema e saí insatisfeito. Pitt e Roberts não convencem e não mostram paixão nenhuma na dela. Sobra para o James Gandolfini tentar salvar o filme, mas em vão. Ele não é santo milagreiro. A mistura de filme de ação com romance não combinou muito bem. Há claras falhas de ritmo, além de uma duração que soa muito excessiva, talvez pelo fato do enredo ser bem enfadonho. É a tal coisa, até gosto de forma em geral do cinema assinado pelo diretor Gore Verbinski. Aqui porém ele errou na mão. Não sei se foi a pressão dos astros (da dupla central formada por Pitt e Roberts) ou então por causa do estúdio (DreamWorks, de Steven Spielberg), mas o fato é que tudo é muito artificial. Nada convincente, nada marcante. É aquele tipo de filme que, apesar dos nomes envolvidos, muitos deles bem talentosos, não existe aquela fibra que encontramos em grandes filmes. No fundo tudo é um grande exercício de vazio.

Pablo Aluísio.

Bruno

O comediante Sacha Baron Cohen se especializou em interpretar papeis fictícios inseridos dentro da realidade, onde interage com pessoas que não sabem que estão fazendo parte de um filme. Foi assim em seu maior sucesso, “Borat” e volta a ser assim nesse “Bruno”. Aqui ele interpreta um homossexual louco para se tornar famoso. Espelhando-se no exemplo das celebridades que adora ele tenta de tudo para se tornar conhecido nos Estados Unidos. Para isso não se faz de rogado e adota uma criança negra na África (como fez Madonna e Angelina Jolie), tenta abraçar grandes causas como a paz no Oriente Médio (usando Bono do U2 como exemplo) e por fim busca o caminho para a heterossexualidade uma vez que ele entende que só alcançara o verdadeiro sucesso se deixar seu lado gay de lado para virar um hetero casca grossa (o que obviamente renderá as melhores cenas de todo o filme).

“Bruno” é uma comédia irregular. Há cenas hilariantes intercaladas com situações que não deram muito certo. O roteiro é ácido e muitas vezes bem inteligente mas cai no grotesco também em certos momentos. Uma das melhores piadas ocorre quando Bruno cita celebridades “heterossexuais” (assim mesmo entre aspas) como Tom Cruise, Kevin Spacey e John Travolta! Em sua forma de pensar ele deverá se tornar “hetero” também como eles para alcançar o sucesso. Quem conhece o mundo dos bastidores do cinema certamente vai rir da ironia inserida na piada. Outro momento divertido é quando Bruno tenta ser “convertido” para a heterossexualidade por um pastor evangélico fundamentalista americano. Impossível não rir do absurdo da situação e não lembrar do recente “Cura Gay” brasileiro aprovado em nosso Congresso! O humorista parece não ter freios, colocando sua própria segurança em risco quando interage, por exemplo, com um membro do Hamas ou quando entra em um rinque de MMA para dar um beijo de boca no namorado na frente de uma platéia de brutamontes que fica em fúria!  O filme diverte, não há como negar, apesar de muitas vezes apelar para o mau gosto extremo, mas pensando bem isso no final das contas também faz parte do show.

Bruno (Brüno, Estados Unidos, 2009) Direção: Larry Charles / Roteiro: Sacha Baron Cohen, Anthony Hines / Elenco: Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale / Sinopse: Bruno (Sacha Baron) é um homossexual que tem um sonho: se tornar famoso nos Estados Unidos. Para alcançar seu objetivo ele irá se espelhar no comportamento de seus ídolos de revistas de fofocas, o que dará origem a muitas confusões.

Pablo Aluísio.

Tudo Por Justiça

 Russell e seu irmão Rodney vivem numa cidade afetada pela crise econômica americana. Sem muitas oportunidades eles sonham ir embora em busca de uma vida melhor. O problema é que Russell acaba sendo atraído pelo cruel mundo do crime. Depois de cumprir sua pena, volta para as ruas mas tem que escolher entre manter sua liberdade ou arriscar tudo em busca de justiça para o que aconteceu ao seu irmão enquanto ele esteve atrás das grades.

Depois de encerrar com brilhantismo sua participação na trilogia "Batman", o ator Christian Bale está de volta às telas em novo projeto. Trata-se de "Out of the Furnace", produção que promete unir ação e drama em um thriller acima da média. Ao seu lado no elenco Zoe Saldana, Woody Harrelson, Willem Dafoe, Forest Whitaker e Casey Affleck. O filme mostra os esforços de um homem em encontrar o paradeiro de seu irmão, desaparecido misteriosamente. Data de estreia programada para dezembro de 2013 nos Estados Unidos.

Tudo Por Justiça (Out of the Furnace,  Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Brad Ingelsby, Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Casey Affleck, Zoe Saldana / Estúdio: Red Granite Pictures / Sinopse: Irmãos se unem para superar seus problemas, trilhando o caminho do mundo do crime para atingir seus objetivos.

Pablo Aluísio.

Os Estagiários

Dois quarentões, vendedores de relógio, são pegos na contramão da história. Acontece que com as novas tecnologias, os celulares, a internet, ninguém mais quer comprar relógios como os que eles vendem. Após sua empresa ser fechada eles tentam uma nova chance no mercado de trabalho. O mundo porém é outro. A bola da vez é das empresas de tecnologia, informática como a famosa Google. Assim eles, apesar da idade e de não entenderem nada de computadores, entram no programa de estágios da empresa, tentando quem sabe arranjar um novo lugar ao sol. O curioso é que o Google é diferente de tudo o que eles conheciam. É uma corporação que incentiva a criatividade, a imaginação e o senso de oportunidade. As instalações são coloridas, com brinquedos e atividades esportivas, uma nova realidade, uma nova forma de ver o corporativismo moderno.

Começa assim esse simpático e divertido "Os Estagiários". Obviamente o roteiro procura fazer humor do choque de gerações envolvendo caras em seus quarenta e tantos anos e a moçada jovem, que já nasceu inserida dentro da internet e das novas tecnologias que rondam nosso mundo. O fato é que dificilmente a dupla formada por Vince Vaughn e Owen Wilson realiza filmes ruins. Mesmo quando os roteiros não são lá grande coisa eles acabam salvando as produções com seus carismas. O mesmo acontece aqui. A piada inicial de "Os Estagiários" logo cai no lugar comum das comédias do circuito comercial americano mas no final tudo é salvo por causa de Owen e Vince. Claro que o enredo é completamente inverossímil, uma vez que uma dupla como essa jamais teria chance dentro do hiper competitivo mercado de tecnologia nos EUA mas o espectador deve deixar isso um pouco de lado e se divertir. Não é das comédias mais memoráveis que foram lançadas recentemente (o roteiro tem uma tonelada de clichês, por exemplo) mas se o espectador resolver dar uma colher de chá pode certamente vir a se divertir.

Os Estagiários (The Internship, Estados Unidos, 2013)  Direção: Shawn Levy / Roteiro: Vince Vaughn, Jared Stern / Elenco: Vince Vaughn, Owen Wilson, Rose Byrne / Sinopse: Dois quarentões resolvem se inscrever no programa de estágio do Google em busca de um novo recomeço em suas carreiras profissionais, o que dará origem a muitas confusões e choques de gerações.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Jefferson em Paris

Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Enquanto na França se disseminam cada vez mais as ideias revolucionárias em busca de liberdade, Jefferson tenta superar a contradição entre manter boas relações com o sistema da monarquia francesa e o próprio simbolismo que representava pois sua nação naquele momento havia se tornado um exemplo bem sucedido de rompimento com o antigo regime das realezas européias. "Jefferson em Paris" é um bom drama histórico que tenta desvendar aspectos da complexa personalidade de Jefferson. O período enfocado no filme acontece anos antes dele se tornar presidente. Considerado uma pessoa sem sofisticação dentro da corte de Luís XVI a principal missão do diplomata naquele momento era realmente trazer maior reconhecimento para os Estados Unidos, que nada mais era naquela época do que uma jovem nação que procurava se organizar após se livrar do imperialismo colonial inglês.

A figura de Thomas Jefferson é das mais interessantes do ponto de vista histórico. Considerado um dos pais da América, Jefferson era um símbolo de liberdade mas ao mesmo tempo mantinha escravos em sua enorme fazenda. Seu caso com a escrava Sally Hemings, de apenas 15 anos, ainda hoje desperta constrangimento a historiadores americanos, sempre tão ciosos em preservar a memória dos grandes nomes de sua história. O fato porém é que certas verdades não podem ser escondidas. Jefferson teve filhos com suas escravas e a despeito de sua genialidade (foi um dos principais autores da carta de independência americana, era criativo e muito interessado em ciência), essa mancha em sua biografia não pode ser varrida para debaixo do tapete. O filme por sua vez é muito bem realizado, com ótima reconstituição de época e em nenhum momento ofende a inteligência do espectador. Felizmente o ufanismo e a patriotada, tão comuns em filmes que mostram grandes personagens da história americana como esse, também está sob controle. Dito isso fica a recomendação desse belo filme que seguramente vai lhe trazer um pouco mais de cultura histórica.

Jefferson em Paris (Jefferson in Paris, Estados Unidos, 1995) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala / Elenco: Nick Nolte, Greta Scacchi, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Lá buscará por reconhecimento para seu país, a jovem nação americana.

Pablo Aluísio.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Frank (Bruce Willis) está tentando levar uma vida normal. Depois de anos trabalhando na agência americana de inteligência o que ele mais quer agora é curtir uma vida sossegada ao lado de Sarah (Mary-Louise Parker), uma mulher bem mais jovem de que está apaixonado. Sua tranquilidade é perturbada quando é procurado por Marvin (John Malkovich). Um documento secreto vazou na internet indicando a presença de ambos em um serviço sujo realizado na URSS durante a guerra fria. A operação chamada "Sombra da Noite" tinha como objetivo plantar uma arma nuclear dentro do território russo para fragilizar e minar o regime comunista. Agora, tantos anos depois do fim da missão, tudo parece voltar para cima deles já que um grupo de assassinos está sendo muito bem pago para eliminar os dois, uma vez que eles se tornaram arquivos vivos de uma operação que pode causar sérios danos para o governo americano. Até mesmo a amiga Victoria (Helen Mirren) é contratada para tirar Frank do mapa. A primeira providência passa a ser continuar vivo, para só depois desvendar tudo o que está relacionado com a missão "Sombra da Noite".

Recentemente Bruce Willis se envolveu em algumas polêmicas. A primeira foi quando pediu um cachê milionário para participar da franquia "Mercenários" e a segunda quando afirmou que filmes de ação, com todas aquelas explosões, eram chatos mas rendiam ótimas bilheterias. Devo concordar com Willis. Essa franquia "Red" é um excelente exemplo disso. Embora o primeiro filme tenha feito bastante sucesso (a ponto de gerar essa continuação) nunca gostei dessas produções. São muitos clichês para um filme só. Claro que o próprio roteiro brinca com alguns deles e acentua um lado mais cômico em tudo o que se vê na tela mas isso é pouco. Não vejo nenhuma novidade maior nesse tipo de película. Para piorar temos que encarar um elenco com ótimos atores envolvidos em algo desse tipo. Lamento mesmo em ver o grande Anthony Hopkins envolvido em algo assim. Até Catherine Zeta-Jones está péssima como uma agente da contra-espionagem russa. No final não há muito o que criticar pois "Red 2" não sai da fórmula vazia de filmes com muitas explosões e poucas novidades. Completamente dispensável para cinéfilos de bom gosto.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber / Elenco: Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Anthony Hopkins, Byung-hun Lee, Catherine Zeta-Jones / Sinopse: Dois antigos membros da inteligência americana ficam em apuros após documentos secretos vazarem na internet revelando que ambos participaram de uma missão secreta na URSS durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bernie

Bernie Tiede (Jack Black) tem um emprego incomum. Ele trabalha numa funerária numa pequena cidadezinha do Texas. Mesmo trabalhando em algo que para muitos seria sinistro, Bernie começa a ganhar as graças de todos por ser uma pessoa gentil, acolhedora, de boa índole e muito humano. Sua busca para se tornar um verdadeiro cristão acaba lhe angariando a simpatia geral da comunidade. Simpático e amigo de todos ele acaba se aproximando até mesmo da mulher mais odiada do lugar, a megera milionária Marjorie Nugent (Shirley MacLaine). Ela é o extremo oposto de Bernie. Não gosta de ninguém, trata todos muito mal, é racista e intragável, mas mesmo assim acaba se afeiçoando ao doce e carismático Bernie. A amizade logo se torna muito próxima e eles começam a viajar, conhecendo outras cidades, frequentando grandes espetáculos da Broadway. As coisas começam a ficar esquisitas quando de repente  Marjorie some do mapa. Ninguém mais a vê em lugar nenhum. Bernie dá desculpas sobre sua ausência mas meses depois de sua última aparição a família dela resolve investigar. Isso irá revelar um dos crimes mais infames da história criminal dos Estados Unidos.
 
"Bernie" foi baseado numa história real. A estrutura do filme aliás é muito interessante. Os eventos que chocaram o país são reconstituídos através dos depoimentos dos próprios moradores da cidadezinha do Texas onde tudo aconteceu. Tudo intercalado com cenas recriadas por atores. O resultado é muito bom realmente. Não se trata exatamente de uma comédia mas sim de uma narração bem inteligente que tira proveito do fato de todos os moradores adorarem Bernie, não importando o fato dele ter cometido um crime bárbaro e sem muita explicação. Quem cai em cima dele para o jogá-lo na cadeia é o promotor Danny Buck (Matthew McConaughey) que aproveita a notoriedade que o caso ganha na imprensa para obviamente se auto promover o máximo possível. O filme é muito bem conduzido e tem um elenco muito bom. Jack Black deixa os exageros de lado para dar vida ao Bernie, tão amado e querido por todos, apesar de tudo. Shirley MacLaine também está fabulosa como a megera sem coração Marjorie. É sempre bom rever esse grande nome do cinema americano ainda na ativa e disponibilizando belas atuações como vemos aqui. Enfim é isso, "Bernie" merece uma segunda chance já que passou por aqui sem maior repercussão. É um filme realmente interessante, que prende a atenção do espectador do começo ao fim. Vale bastante a pena conhecer. 
 
Bernie (Idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Richard Linklater / Roteiro:  Skip Hollandsworth, Richard Linklater / Elenco: Jack Black, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey / Sinopse: O filme narra o infame caso criminal envolvendo o simpático Bernie (Black) e a megera da cidade Marjorie (MacLaine). Do encontro de pessoas tão diferentes nasce um dos crimes mais chocantes da história policial dos EUA.
 
Pablo Aluísio.

Os Escolhidos

Uma típica família americana começa a presenciar estranhos eventos em sua casa. Tudo começa com acontecimentos estranhos mas aparentemente sem muita importância. A comida da geladeira aparece pelo chão da cozinha durante a madrugada. Na noite seguinte vários enlatados ficam empilhados em uma coluna impossível e coisas do tipo. O casal só começa a ficar preocupado de verdade quando o filho caçula os avisa que há um novo morador na casa, chamado simplesmente de "O homem de areia" pelo garoto. Alucinação? Assombração? Ou tudo não passaria de mais um "amigo imaginário" tão comum na cabeça das crianças? Bom, os eventos sem explicação vão ganhando cada vez mais vulto no cotidiano da família até o ponto em que eles decidem procurar por ajuda urgente! Acabam encontrando o que procuram em um sujeito esquisito que se diz especialista no assunto (em boa interpretação do ator J.K. Simmons). A família então descobre da pior maneira possível a veracidade da curiosa citação de  Arthur C. Clarke que dizia: "Existem duas possibilidades no universo: ou estamos sozinhos, ou não estamos sozinhos. Ambas são igualmente terríveis."

Avançar mais na sinopse de "Os Escolhidos" seria uma má ideia para o leitor do blog, isso porque um dos grandes atrativos do filme se concentra na série de surpresas que o roteiro vai desvendando aos poucos, com o desenrolar do enredo. Inicialmente o espectador vai pensar que está assistindo a uma fita de terror, de casas mal assombrados e presenças demoníacas, até porque a linguagem, os caminhos da trama e os eventos supostamente paranormais vão se sucedendo ao longo do filme. Mas será que é isso realmente? É justamente nisso que reside o grande segredo de "Os Escolhidos". De antemão quero avisar que nem todo mundo vai gostar do desfecho ou das explicações sobre os acontecimentos mas isso é normal e vai variar de pessoa para pessoa. Alguns acharão bem bolado, outros pensarão certamente que é tudo uma grande bobagem. De nossa parte podemos dizer que se não é um clássico do gênero pelo menos é um dos que mais tentaram ser original. Também foi bem interessante rever a atriz Keri Russell (a eterna Felicity da TV) em um papel diferente, que muito provavelmente lhe dará novo fôlego no cinema. Arrisque, assista, mesmo que não seja exatamente o que você está esperando. O filme será certamente um bom entretenimento em um fim de noite.

Os Escolhidos (Dark Skies, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Stewart / Roteiro: Scott Stewart / Elenco: Keri Russell, Jake Brennan, Josh Hamilton / Sinopse: Família começa a passar por eventos inexplicáveis em sua casa. Para tentar entender o que se passa eles procuram a ajuda de um "especialista" no assunto que logo lhes avisam que há algo muito sinistro rondado todos os familiares.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Elysium

O ano é 2154. A humanidade está dividida em duas castas principais. Os ricos moram na estação espacial Elysium, um lugar magnífico, lindo, cheio de belas mansões e maravilhosos jardins. Os pobres moram na Terra, nessa altura da história um planeta poluído, devastado, superpovoado e repleto de pobreza e miséria. Max (Matt Damon) nasceu em uma Los Angeles decadente, onde quase todos só falam espanhol e são latinos. Seu sonho é um dia ir para Elysium mas como ex-presidiário isso parece ser um objetivo muito longe de se concretizar. Para sobreviver ele se torna operário de uma indústria da região. Em um mundo onde ter emprego é um grande privilégio, ele não se importa muito em ser explorado da maneira mais vil pelos grandes capitalistas que dominam o mundo. Durante uma operação padrão dentro da empresa ele acaba sendo contaminado por altos graus de radiação. Sua única saída seria a tecnologia médica de Elysium mas para chegar lá ele terá que contar com um verdadeiro "coiote espacial", Spider (Wagner Moura), um bandido pé de chinelo que ganha a vida transportando ilegais para dentro de Elysium.

Como se pode perceber pela sinopse essa ficção "Elysium" tem boas ideias. Afinal analisando-se bem vemos que tudo é uma grande metáfora sobre a sociedade americana atual. A estação Elysium assim nada mais seria que o próprio Estados Unidos, um oásis de riqueza e prosperidade que estaria sendo invadido por massas de ilegais todos os dias! Não é preciso ser muito perspicaz para entender as intenções do roteiro ao colocar toda aquela multidão de pobres e miseráveis latinos invadindo a Elysium (EUA) em busca de uma melhor condição de vida. É uma visão preconceituosa? Claro que sim! Infelizmente o que poderia ser um argumento muito interessante do ponto de vista sociológico logo se rende aos mais batidos clichês do gênero, caindo na vala comum dos filmes de ação e ficção pipoca que invadem as telas dos cinemas comerciais mundo afora. O primeiro ato, mostrando a nova realidade social do mundo do futuro, acaba dessa forma desabando sobre uma enorme quantidade de soluções fáceis e óbvias demais para ser levado à sério. O que era de fato um conceito muito promissor logo deixa de ter importância pois o roteiro, de forma muito preguiçosa aliás, prefere se apoiar nas cenas de ação gratuitas ao invés de desenvolver melhor o que se passa naquele universo. Assim o que sobra é um filme genérico e batido que logo se torna um dos mais decepcionantes da temporada.

Elysium (Elysium, Estados Unidos, 2013) Direção: Neill Blomkamp / Roteiro: Neill Blomkamp / Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Wagner Moura, Diego Luna, Alice Braga, Sharlto Copley / Sinopse: No futuro da Terra a separação entre pobres e ricos é ameaçada por um ex-presidiário, Max (Damon), que precisa de todas as formas entrar na estação Elysium em busca de uma cura para a radiação a que foi exposto. Do mesmo diretor de "Distrito 9".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Apenas uma Noite

Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) parecem formar, aos olhos dos outros, um belo casal, mas no fundo tudo não passa de uma mera fachada social. Internamente o cotidiano é de brigas, desconfianças e ciúmes. Michael está sempre em viagens de negócios e nutre uma indisfarçável atração por Laura (Eva Mendes), uma latina muito sensual e charmosa. Se o marido sonha com uma escapada de seu casamento falido a esposa também não fica muito atrás. Desde que morou na França alguns anos atrás Joanna se interessou muito pelo escritor americano radicado em Paris, Alex (Guillaume Canet), afinal ele é muito espirituoso, inteligente e atraente. Além disso eles possuem interesse em comum pois ela sonha um dia também se tornar uma escritora. Como se pode perceber, embora casados, os dois estão a um passo de trair um ao outro. E tudo parece seguir por esse caminho quando em uma noite em particular Joanna resolve jantar fora com Alex enquanto o marido está em uma viagem de negócios. E esse também não perde tempo ao se encontrar em um hotel com Laura. Traições para todos os lados.

Esse "Apenas uma Noite" tem uma moralidade bem duvidosa. Ao mesmo tempo em que mostra a derrocada de um casamento joga com a expectativa do espectador sobre os acontecimentos que se desenrolam na tela. Será que ele trairá a esposa? Será que ela trairá o marido? A trama se desenrola apenas em uma noite (como deixa claro o título), onde marido e mulher terão a oportunidade (ou não) de trair seus laços matrimoniais. Keira Knightley está muito bem na caracterização da esposa, que está em grande conflito emocional. Sabe que o marido talvez a esteja traindo mas não tem certeza. Ao mesmo tempo não sabe se o trair será uma boa ideia. Infelizmente o ator Sam Worthington, que interpreta o marido, não se sai bem em cena, ficando muitas vezes inexpressivo na tentativa de passar algum conflito para o público que assiste ao filme. Já Eva Mendes interpreta uma caricatura, a da mulher latina, muito sexy, que pouco está se importando com o fato do homem objeto de seu desejo ser casado ou não! Apesar desses pequenos pecados a película ainda é bem interessante pois procura mostrar a questão da infidelidade conjugal de uma forma bem adulta e coerente. 

Apenas uma Noite (Last Night, Estados Unidos, 2010) Direção: Massy Tadjedin / Roteiro: Massy Tadjedin / Elenco: Keira Knightley, Sam Worthington, Eva Mendes, Guillaume Canet / Sinopse: Durante uma noite um casal em crise tem todas as oportunidades para concretizar uma infidelidade mútua. Será que vão realmente pular a cerca?

Pablo Aluísio.