segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Minha Vida com Liberace

Esse novo filme do ator Michael Douglas é uma grata surpresa. Ao que parece ele tem ousado bem mais na carreira após o diagnostico de um grave problema de saúde que o atingiu recentemente. Mas deixemos isso de lado e vamos ao filme em si. Aqui Douglas encarna um dos mais populares artistas do show business americano: o extravagante e exagerado Liberace (1919 – 1987). Pianista de formação clássica ele decidiu deixar tudo isso de lado para investir numa nova abordagem da música instrumental. Ao invés de gravar discos para a academia, onde seria em última analise ouvido e consumido por poucos, ele resolveu investir seu talento na ala mais popular, gravando álbuns para a classe média, ou como gostava de dizer, levar um pouquinho de música clássica mesclada com ritmos populares para as donas de casa da América. Usando trajes escandalosamente luxuosos, ele logo caiu no gosto dessas senhoras e fez fama e fortuna. Seu sucesso se consolidou em Las Vegas, a terra do brega e do mal gosto.

Amado pelas matronas americanas Liberace escondia um segredo em sua vida pessoal: era gay! Para despistar as fofocas sempre tinha uma “amada” oficial, a quem não teria casado por “circunstâncias tristes” e fora de seu controle. Claro que no fundo tudo não passava de mentiras já que Liberace gostava mesmo era da presença de jovens rapazes, de preferência loiros e atléticos. Foi assim que acabou conhecendo Scott Thorson (Matt Damon), uma das grandes paixões de sua vida. Esse filme enfoca justamente esse relacionamento, mostrando a vida de luxo e luxúria do famoso pianista. Embora esteja um pouco afetado e afeminado demais, é de se reconhecer o belo trabalho que Michael Douglas desenvolve aqui na pele de Liberace. Ele está muito bem, evitando cair em maiores exageros. Suas cenas de homossexualismo ao lado de Matt Damon podem até mesmo ser consideradas ousadas para um filme convencional, mas no final se mostram necessárias. É um filme dos mais interessantes, principalmente para quem gosta de adentrar um pouco mais na intimidade dos ricos e famosos. De quebra temos um final dos mais bem bolados, muito significativo e bem de acordo com as extravagâncias de Liberace.

Minha Vida com Liberace (Behind the Candelabra, Estados Unidos, 2013) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Richard LaGravenese, baseado no livro de Scott Thorson / Elenco: Michael Douglas, Matt Damon, Scott Bakula, Eric Zuckerman / Sinopse: Liberace (Michael Douglas) é um famoso pianista e showman de Las Vegas. Amado pelas donas de casa da América ele esconde um segredo em sua vida particular: é gay e apaixonado por um jovem rapaz do interior, Scott (Matt Damon). O filme narra o conturbado relacionamento amoroso de ambos.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2013

R.I.P.D. - Agentes do Além

Nick (Ryan Reynolds) é um tira corrupto. Ao lado de outro policial, Hayes  (Kevin Bacon), ele resolve dividir o produto de um furto mas depois começa a se arrepender do que fez. Durante uma batida policial Hayes resolve então aproveitar a confusão para matar Nick, antes que ele, com peso na consciência, coloque tudo a perder. Morto, Nick se vê no mundo espiritual. Lá é designada por uma "burocrata celestial" para uma força policial do além conhecida como R.I.P.D. ("Rest in Peace Departament", ou em tradução livre, "Descanse em Paz Departamento"). A função dos agentes que fazem parte dessa agência é capturar fugitivos mortos que tentam fugir do inferno. Para trabalhar ao seu lado é designado o veterano tira Roy (Jeff Bridges). Ele havia sido xerife no velho oeste quando estava vivo e está há muitos anos trabalhando na R.I.P.D. Juntos terão que colocar as mãos em um artefato milenar que tem o poder de abrir definitivamente as portas do inferno, o que libertaria os maiores e mais desprezíveis criminosos da história da humanidade. E assim começa esse esquisito, para não dizer o mínimo, filme que tenta unir filmes policiais com temáticas de além-túmulo. Mas não precisa se preocupar pois a produção adota um tom de pura comédia ao estilo "MIB - Homens de Preto" só que ao invés de caçar ETs esses agentes do além partem em busca de mortos que tentam fugir do castigo eterno.

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção aqui é o elenco acima da média que conta com grandes nomes de Hollywood. Jeff Bridges, por exemplo, repete de certa forma o personagem que ele fez em "Bravura Indômita", só que obviamente tudo aqui levado na pura galhofa. Só me admira mesmo que um ator de seu nível tenha participado de um filme assim, que certamente nada vai acrescentar em sua carreira. Afinal de contas a produção nada mais é do que um filme dirigido ao público adolescente que lota cinemas de shopping com muita pipoca e coca-cola. Outra surpresa é ver o bom Kevin Bacon fazendo o tira corrupto que mata o parceiro logo nas primeiras cenas. Impossível não lembrar seu papel na série "The Following", que aliás é extremamente superior a qualquer coisa que vemos aqui. Mas afinal o que esses dois bons atores estão fazendo em algo desse tipo? Sinceramente não tenho a menor ideia! Por fim o ator Ryan Reynolds tenta se recuperar do grande fracasso de "Lanterna Verde". Vai conseguir? Só o tempo dirá. De qualquer forma parece que ele se recusa a crescer como ator pois fica entrando em projetos como esse, bem bobinhos e descartáveis. Em suma, RIPD tem elementos de muitos filmes que você já viu na vida, desde "Ghost", "MIB" até "Os Caça-Fantasmas". A diferença básica era que essas produções eram muito, muito superiores.

R.I.P.D. - Agentes do Além (R.I.P.D, Estados Unidos, 2013) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi / Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon, Mary-Louise Parker / Sinopse: Policial assassinado é incorporado a uma agência do além cujo objetivo é capturar fugitivos do inferno.

Pablo Aluísio.

Kick-Ass 2

E a franquia "Kick-Ass" segue em frente. Como se sabe os filmes mostram um grupo de jovens comuns que resolvem se vestir de super-heróis de quadrinhos para combater o crime e o mal nas grandes cidades. Depois dos acontecimentos do primeiro filme reencontramos Mindy Macready (Chloë Grace Moretz), na verdade Hit-Girl, que tenta levar os sonhos de seu pai em frente. O problema é que o mundo é outro e ela tenta de alguma forma se adaptar à vida de uma garota normal de 15 anos que está no high school. Enquanto isso Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) continua a luta contra os vilões. Como foi de certa forma abandonado por Hit-Girl, ele decide ir em busca de um novo grupo de heróis mascarados que pensem como ele. Acaba encontrando. São novos personagens que terão que enfrentar o inacreditável The Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse) que está atrás de Kick-Ass por causa da morte de seu pai no primeiro filme. O que poucos sabem é que ele na verdade é o nerd almofadinha Chris D'Amico. "Kick-Ass" foi um filme que me agradou bastante, era assumidamente nerd, tinha boas sacadas e um roteiro bem escrito com muitas referências ao mundo da cultura pop.

Infelizmente essa segunda parte deixa a desejar. Além da ausência de Nick Cage (que está fora do filme por motivos óbvios), o enredo se mostra bem convencional, quadradinho mesmo. Não há mais aquele timing alucinado do primeiro filme. Claro que em certos aspectos "Kick-Ass 2" chega a ser bem mais violento que o anterior mas isso não garante nenhuma inovação maior dentro da série. Na verdade o roteiro se contenta em cair naquela velha fórmula que conhecemos bem, a do vilão que está em busca de vingança pela morte de um ente querido (aqui no caso The Motherfucker deseja matar Kick-Ass e seus amigos por causa da morte de seu pai, como já foi dito). Ora, um roteiro dessas certamente não vai empolgar ninguém. O único aspecto positivo é a chance de rever todos esses personagens novamente, em especial a garotinha Hit-Girl que é uma graça. Aliás a atriz Chloë Grace Moretz cresceu, virou uma mocinha e está mais carismática do que nunca, fazendo com que o filme não seja tão cansativo e decepcionante como possa parecer. No mais, nada de muito relevante no que diz respeito ao resto da produção. Certamente dá para assistir numa boa mas para quem criou algum tipo de expectativa a decepção será certa.

Kick-Ass 2 (Kick-Ass 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Jeff Wadlow / Roteiro: Jeff Wadlow, Mark Millar / Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, / Sinopse: Um novo vilão surge para vingar a morte de seu pai. Os alvos de sua ira são Kick-Ass e Hit-Girl que terão que enfrentar um dos grandes desafios nas suas carreiras de super-heróis.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2013

O Ataque

Mais uma vez o cinema americano explora a paranoia dos ataques terroristas. O alvo agora é a própria Casa Branca. Um grupo consegue entrar na sede do executivo dos EUA se fazendo passar por técnicos de manutenção. Uma vez lá dentro começam uma operação completamente insana, tomando todo o local com uma espantosa rapidez e facilidade. Sem saber de nada um ex-militar condecorado, Cale (Channing Tatum), faz um tour turístico com sua filha pelas salas e corredores da Casa Branca, o que o faz ficar no meio da crise. Por um lance de sorte do destino ele acaba salvando o próprio presidente de seus algozes e a partir daí tentará de todas as formas se manter vivo, ao mesmo tempo em que protege a mais alta autoridade da América. "O Ataque" é assinado pelo cineasta Roland Emmerich. E o que isso significa exatamente? Bom, Emmerich é um diretor de cinema na linha de outros realizadores como Michael Bay. Seu cinema é explosivo (literalmente), espalhafatoso, exagerado e é claro, completamente inverossímil. A típica produção pipoca para ser exibida em salas comercias de shopping center pelo mundo afora.

Tecnicamente tudo é muito bem realizado. Os membros da equipe do filme recriaram a Casa Branca em mínimos detalhes. O problema é que tirando isso de lado o que sobra é realmente um argumento muito absurdo, embalado por clichês por todos os lados. O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, é interpretado pelo ator Jamie Foxx. Sua caracterização é a mais ufanista que você possa imaginar. O presidente é um homem de profunda bondade, cheio de valores e completamente íntegro! Como todos conhecemos a classe política (tanto aqui de nosso país como do restante do mundo) fica complicado acreditar nesse tipo de personalidade. Já Channing Tatum que faz o homem que impede que o presidente seja morto pelos terroristas é praticamente um Rambo da era moderna. Channing se esforça para virar um novo herói de ação mas tudo o que consegue mesmo é fazer o espectador ficar com saudades dos filmes de ação dos anos 80. Aliás ao ver um terrorista bombado, marrento, dando tiros no meio do salão oval será impossível não lembrar dos filmes de ação daquela década. Em suma, "O Ataque" é um filmão comercial, cheio de clichês, muito bem realizado do ponto de vista técnico mas que não traz absolutamente nada de novo. Para falar a verdade ele está mesmo é desatualizado, em pelo menos uns trinta anos.

O Ataque (White House Down, Estados Unidos, 2013) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: James Vanderbilt / Elenco:  Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal / Sinopse: Grupo terrorista invade a Casa Branca e tenta de todas as formas colocar as mãos no Presidente que é salvo por um ex-soldado americano que está no local com a filha fazendo uma visita turística.

Pablo Aluísio.

Aviões

Estreou muito bem nos Estados Unidos essa nova animação da Disney, "Aviões". Nem é preciso ir muito longe para entender de onde veio a ideia central dessa produção. É basicamente o mesmo argumento usado em "Carros", a animação da Pixar. Na verdade há alguns anos a Pixar foi incorporada pela Disney o que foi de certa forma algo ruim para o mundo da animação pois ambos os estúdios estavam em uma sadia concorrência pelo milionário mercado da animação onde quem ganhava mesmo no final das contas era o espectador. Agora que uma faz parte da outra essa saudável briga entre eles deixou de existir. A Disney como se sabe segue um padrão de qualidade e moralidade ao qual não abre mão e isso não acontecia com a Pixar que, no ponto de vista de roteiros, era sempre muito mais ousada, usando piadas com inúmeras referências ao mundo pop em geral e temática mais adulta.

Mas deixando isso de lado o que temos aqui em "Aviões" é certamente mais um produto de extremo perfeccionismo que do ponto de vista técnico é realmente impecável. O argumento é bem mais infantilizado, temos que reconhecer, o que faz "Aviões" ser mais indicado para crianças menores de 10 anos. Não se vê nenhum traço mais ousado por parte do texto, ficando tudo, como já tinha dito antes, dentro dos padrões familiares dos estúdios Disney. O comediante Dane Cook dubla a voz do personagem principal o que não deixa de ser uma surpresa e tanto já que Cook ficou conhecido justamente por seu humor mais pesado, bem vulgar em certos momentos. Basta lembrar de alguns de seus filmes no cinema como por exemplo "Funcionário do Mês", "Maldita Sorte" e "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte" para entender melhor do que se trata. No mais é isso, "Aviões" é irmão gêmeo de "Carros", a ponto inclusive da própria Disney usar como slogan a frase: " From above the world of Cars". Se você gostou de "Carros" certamente gostará desse aqui também. Boa viagem!

Aviões (Planes, Estados Unidos, 2013) Direção: Klay Hall / Roteiro: Jeffrey M. Howard, John Lasseter / Elenco (vozes): Carlos Alazraqui, Dane Cook, Stacy Keach / Sinopse: Assim como aconteceu em "Carros" aqui temos aviões animados em incríveis aventuras pelos céus do mundo.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Todo Mundo em Pânico 5

Tem alguma coisa errada em um filme como esse em que a melhor cena é a primeira e depois nada de mais engraçado acontece no resto de sua duração. A sequência em questão é exatamente aquela em que o ator Charlie Sheen e a atriz Lindsay Lohan satirizam aspectos de suas próprias vidas privadas. Sheen surge como um viciado em sexo, com uma parede lotada de DVDs pornôs e câmeras por todos os lados (obviamente para gravar suas cenas íntimas com as garotas que leva para a cama). Já Lohan brinca com o fato dela viver sendo presa, com uso de aparatos de segurança em seu braço e tornozelos. Infelizmente passada essa rápida cena tudo o que sobra é um festival de piadas sem graça, sátiras sem talento e gags pouco inspiradas. Como sempre acontece nessa franquia, filmes de terror de sucesso viram os alvos de chacota das sequências. Aqui sobra para vários filmes recentes como "Mama", "Evil Dead" (a refilmagem), "O Planeta dos Macacos" (o remake) e é claro "Atividade Paranormal".

O interessante é que o roteiro contou com a presença de um dos membros do famoso trio ZAZ, David Zucker, mas isso no final das contas não faz muita diferença. Como eu já escrevi recentemente em uma resenha do filme "Top Secret" foram justamente esses três talentosos humoristas que praticamente criaram  sozinhos esse gênero, o do besteirol, dentro do cinema americano no começo da década de 80. De lá para cá o estilo foi saturando, saturando, ao ponto de chegar a produções como essa que desperdiçam boas idéias porque subestima a inteligência do público, procurando apelar para a pura e simples baixaria e vulgaridade ao invés de apostar em um humor mais sutil, mais inteligente como acontecia nos primeiros filmes do trio, como por exemplo, "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". De resto o que temos é mais do mesmo, com poucas pinceladas realmente divertidas. Sobrou até para "Cisne Negro" que aliás conta com as piadas mais sem graça de todo o filme. Em suma, melhor esquecer esse tipo de filme, a não ser que você esteja com seus amigos de 14 anos matando aula numa tarde de semana tediosa e não tenha nada, mas nada mesmo, pra fazer.

Todo Mundo em Pânico 5 (Scary MoVie 5, Estados Unidos, 2013) Direção: Malcolm D. Lee / Roteiro: David Zucker, Pat Proft / Elenco: Simon Rex, Ashley Tisdale, Charlie Sheen, Lindsay Lohan / Sinopse: Quinto filme da série "Todo Mundo em Pânico", aqui satirizando os recentes sucessos de terror "Mama", "Evil Dead", "Planeta dos Macacos", "Cisne Negro", "Atividade Paranormal" e "A Origem".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As Loucuras de Charlie

Charles Swan III (Charlie Sheen) é um designer gráfico que ganha a vida fazendo capas de discos para grupos de rock e comediantes. Sua vida vira de pernas para o ar quando a grande paixão de sua vida, Ivana (Katheryn Winnick), decide colocar um fim no romance, uma vez que está cansada do estilo de vida mulherengo do namorado. Após ela deixar a casa em que viviam juntos o pobre Charlie começa a ficar sem rumo em sua vida, andando a esmo até que sofre um acidente e vai parar no hospital. Como se trata de um cara muito imaginativo ele começa a criar fantasias em relação ao seu complicado romance com Ivana. Sua intenção é fazer a garota voltar para ele mas enquanto isso não acontece Charlie vai cultivando uma tremenda dor de cotovelo. Pois é, Charlie Sheen está de volta aos filmes depois de vários anos se dedicando ao mundo das séries de TV, onde fez muito sucesso. Curioso é ter escolhido justamente essa modesta produção para retornar.

O roteiro é bem simples e o filme em si soa sem pretensão nenhuma. Charlie Sheen contracena com um bom elenco, com destaque para a presença muito bem humorada de Bill Murray como seu contador, mas a despeito disso o resultado é realmente bem irregular. O melhor vem quando Charlie dá asas para sua imaginação o que cria uma série de quadros bem surreais. Alguns são bem divertidos, outros não. Um dos melhores é ver o ator cantando em português o grande sucesso de Tom Jobim, "Águas de Março". Já outros, como na sequência em que ele e Bill Murray são atacados por um grupo de índias nativas gostosonas não soa lá grande coisa. O filme é curtinho, pouco mais de 65 minutos (quase um média metragem) e no final não chega a chatear, até porque o carisma de Charlie Sheen segura bem as pontas nos momentos mais fracos. Se você gosta do Sheen em suas séries de TV recomendo a produção para conferir algo bem diferente em sua carreira.

As Loucuras de Charlie (A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III, Estados Unidos, 2013) Direção: Roman Coppola / Roteiro: Roman Coppola / Elenco: Charlie Sheen, Jason Schwartzman, Bill Murray, Rosanna Arquette  / Sinopse: Designer de capas de discos se vê perdido na vida após ser abandonado pela garota que ele julga ser o grande amor de sua vida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Perdidos no Espaço

Ano 2058. A Terra está esgotada, o meio ambiente está saturado. Em busca de uma saída uma missão ousada é planejada. O envio de uma família em direção ao único planeta conhecido habitável do universo. As nações da Terra vivem uma relativa era de paz mas forças rebeldes fazem de tudo para sabotar seus planos. Assim o Dr. Zachary Smith (Gary Oldman), o médico da missão Júpiter 2, é enviado para destruir os planos da nave em sua viagem espacial mas tudo acaba dando errado e ele próprio fica preso dentro da espaçonave após sua decolagem. O problema é que ele, poucos momentos antes, havia programado o robô da expedição para destruir todos os equipamentos e seus tripulantes. Desesperado tenta evitar o pior mas os estragos são significativos e a nave fica literalmente perdida no espaço com todos a bordo e completamente à deriva. Começa assim "Perdidos no Espaço", remake da famosa série de TV dos anos 60 que encantou várias gerações, até mesmo aqui no Brasil onde o seriado foi exibido com grande sucesso de audiência. Claro que apenas o ponto de partida foi aproveitado. Na verdade esse novo "Perdidos no Espaço" foi uma produção milionária, com orçamento de primeira linha e efeitos digitais de última geração, algo bem distante do que víamos na série original com seus cenários franciscanos e alienígenas pintados de verde e suas anteninhas artificiais. 

Quem acompanhava a série dos anos 60 certamente se lembra do Dr. Smith interpretado pelo talentoso ator Jonathan Harris. Ele fazia de Smith um personagem bastante cômico, sempre atrapalhado, implicando com o robô da missão o chamando constantemente de "Lata de Sardinha". Na nova versão Smith já não é um alívio cômico embora aqui e acolá apareçam certos maneirismos que Oldman utiliza até como forma de homenagear o trabalho inesquecível de Jonathan Harris. Mesmo assim ele é antes de mais nada um vilão, um personagem vil, que acaba caindo em sua própria armadilha. No restante todos os demais integrantes da família  Robinson se encontram no filme, inclusive o cativante Will Robinson (Jack Johnson), o garoto prodígio que acaba criando inúmeras inovações tecnológicas ao longo do tempo. Infelizmente essa nova versão de "Perdidos no Espaço" não fez o sucesso esperado. E qual foi a razão disso ter acontecido? Para muitos o roteiro inteligente e cientifico demais afastou o público americano das salas. Realmente há uma certa dose de verdade nesse ponto de vista. Embora o filme comece usando todas as premissas da série que lhe deu origem logo o enredo dá uma guinada e tanto, misturando viagem no tempo, astrofísica e tudo mais a que tem direito. Isso parece ter sido muito para a cabeça do americano médio que assim acabou rejeitando de forma injusta a produção. Mas deixe isso de lado e não deixe de conhecer (caso você ainda não tenha visto) pois o novo "Perdidos no Espaço" é muito bom, porque afinal consegue manter o clima de nostalgia aliada a uma nova visão bem mais moderna, com ótima trilha sonora.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 1998) Direção: Stephen Hopkins  / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Gary Oldman, William Hurt, Matt LeBlanc, Mimi Rogers, Heather Graham, Lacey Chabert, Jack Johnson / Sinopse: Família fica perdida no espaço após uma viagem espacial que é sabotada por um penetra dentro da nave, o Dr. Smith. Remake da famosa série de TV da década de 60.

Pablo Aluísio.

Um Lugar Chamado Notting Hill

Alguns filmes são bem badalados em seus lançamentos e depois de alguns anos caem no esquecimento quase completo. Um exemplo? Ora, basta lembrar desse "Um Lugar Chamado Notting Hill", comédia romântica com ares de superprodução que contou no elenco com dois queridinhos do cinema americano da década de 1990: Hugh Grant e Julia Roberts. Grant foi o modelo do inglês boa pinta que caiu nas graças do público depois do sucesso do cult "Quatro Casamentos e um Funeral". Sempre interpretando ingleses sem jeito, tímidos, mas bem charmosos ele foi durante grande parte de sua carreira um galã diferente, que se encaixava como poucos no imaginário feminino. Depois que foi pego em flagrante com uma prostituta nas ruas de Nova Iorque sua imagem foi levemente arranhada mas ele de forma muito inteligente usou de sua persona nas telas para escapar do escândalo, que de uma forma ou outra, por mais incrível que isso possa parecer, acabou ajudando ainda mais em sua fama. Já Julia Roberts foi outra que virou estrela da noite para o dia por causa do sucesso de "Uma Linda Mulher", comédia sem pretensão da Touchstone que acabou virando um grande sucesso de bilheteria. No começo de sua carreira ainda era uma graça mas depois de tantos anos virou uma dessas divas insuportáveis que Hollywood sabe muito bem produzir.

Assim tudo o que "Um Lugar Chamado Notting Hill" faz é se aproveitar do carisma de ambos para atrair o público. O enredo, como não poderia deixar de ser, é bobinho e derivativo. Além disso procura encher ainda mais a bola de Julia Roberts a retratando como uma grande diva, com milhões de fãs dispostos a saber tudo sobre sua vida pessoal. Ah que tédio hein? A própria atriz deu pitacos no roteiro pois a sua personagem nada mais é do que uma caricatura dela mesma, tentando se vender o máximo possível como diva absoluta, perseguida por malvados paparazzis e a imprensa, sempre cruel com esses "maravilhosos" artistas. Assim Julia Roberts interpreta Anna Scott, a megastar do cinema americano que acaba se apaixonando pelo pacato dono de livraria Will (Hugh Grant). Eu me recordo que vi esse filme no cinema e que já naquela época achava a Roberts muito egocêntrica para o meu gosto. Só vi mesmo a produção por causa do Hugh Grant, ator limitado (ele só interpreta ele mesmo em seus filmes) mas que simpatizo. De bom mesmo aqui só indico a charmosa direção de arte e o roteiro que tenta a muito custo parecer de bom gosto. Até que vale a pena, apesar da Julia Roberts imersa em si mesma, se achando o máximo o tempo todo.

Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, Estados Unidos, 1999) Direção: Rogers Michell / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Julia Roberts, Hugh Bonneville, Emma Chambers, James Dreyfus, Rhys Ifans / Sinopse: Grande estrela do cinema (Roberts) se apaixona por pacato dono de livraria (Grant) o que dará origem a muitas confusões em suas vidas.

Pablo Aluísio.

The Black Dahlia Haunting

Título no Brasil: Sem título no Brasil
Título Original: The Black Dahlia Haunting
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Micro Bay Features
Direção: Brandon Slagle
Roteiro: Brandon Slagle
Elenco:  Devanny Pinn, Britt Griffith, Noah Dahl

Sinopse: 
Um sujeito encontra a adaga que supostamente teria sido usada na morte da Dália Negra (aquele infame e terrível assassinato que ocorreu em Los Angeles na década de 1940, quando uma starlet chamada Elizabeth Short foi brutalmente esquartejada em um crime que nunca foi solucionado). Pois bem o tal objeto encontrado parece ter ligação com a morte dos pais de uma jovem, que foram mortos pelo próprio irmão dela. Aos poucos ela vai começar a sentir a própria presença da Dália Negra em sua vida.

Comentários:
A história da Dália Negra é por demais interessante. É um dos casos não resolvidos mais importantes da criminologia dos Estados Unidos. Porém nada disso se aproveita nesse filme. Esqueça! Se você estiver em busca de um bom filme sobre o caso de Elizabeth Short é melhor ficar bem longe dessa verdadeira porcaria. Atores incapazes, direção sem talento e roteiro para lá de confuso formam a receita indigesta desse filme muito fraco, beirando o amadorismo completo. Tudo é péssimo aqui. O enredo passado no tempo atual mais parece um samba do crioulo doido, sem sentido e sem lógica nenhuma. Uma completa perda de tempo. Fique longe desse lixo!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Gangster

Esse foi o último grande filme da carreira de Ridley Scott. Uma produção impecável com elenco classe A que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. A história do filme (baseada em fatos reais) se passa em Nova Iorque na década de 70. A morte de um chefão do tráfico do Harlem abre espaço para o surgimento de um novo líder, Frank Lucas (Denzel Washington). Ambicioso e metódico ele logo descobre como subir dentro da hierarquia das ruas. Após eliminar ou comprar seus mais potenciais inimigos começa a colocar em prática um plano para trazer a mais fina e pura heroína para o mercado americano. Usando como meio de transporte os próprios aviões militares americanos que voltavam da guerra do Vietnã, Lucas fez fortuna em pouco tempo. Estima-se que chegou a ganhar mais de um milhão de dólares ao dia, uma cifra realmente surpreendente. Dono de um faro comercial e organizacional fora do comum o traficante Frank Lucas logo se tornou o principal importador da drogas aos Estados Unidos. Seu produto dominou todo o mercado de drogas. Com tanto dinheiro e poder em jogo era questão de tempo até chamar a atenção da polícia de Nova Iorque.

Em um departamento policial corroído por todo tipo de corrupção o detetive Richie Roberts (Russell Crowe) parecia ser realmente uma rara exceção. Policial honesto, logo percebeu que algo grande estava acontecendo no submundo do tráfico das ruas da cidade. Após intensas investigações acabou descobrindo todo o itinerário e a complexa rede de intermediários da heroína que chegava até os viciados nova-iorquinos. A heroína além de ser extremamente pura era de uma qualidade excepcional, vendida a um preço muito barato, revelando um grande esquema de distribuição por trás de tudo. “O Gangster” é um tipo de filme que nos faz lembrar como era interessante o cinema americano, principalmente na década de 70. Os temas eram geralmente relevantes, mostrando problemas atuais em tramas bem desenvolvidas, fundadas em ótimos roteiros. A dupla central de atores aqui está excepcionalmente bem. O Frank Lucas de Denzel Washington é um sujeito contraditório naquilo que entende defender e no que faz em seu dia a dia. Grande direção de Ridley Scott que ultimamente tem derrapado bastante em suas escolhas. Um filme atual com o sabor das antigas produções dos anos 70. Excelente.

O Gangster (American Gangster, Estados Unidos, 2007) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Steven Zaillian / Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ted Levine / Sinopse: O filme conta a história de um dos maiores traficantes de Nova Iorque durante a década de 70. Faturando milhões ele conseguiu criar uma grande rede de distribuição e transporte da heroína vinda da Ásia para ser vendida no mercado americano. Filme indicado aos Oscars de Melhor de Direção de Arte e Atriz Coadjuvante (Ruby Dee). Indicado também aos Globos de Ouro de Melhor Direção, Melhor Filme Drama e Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

Duplex

Esse filme aqui tive a oportunidade de assistir no cinema. Obviamente não se trata de nenhuma obra prima mas sim de uma comédia de costumes, rápida, ligeira, que se propõe a fazer humor em cima do complicado problema de habitação em Nova Iorque, que como toda cidade grande tem muitos problemas urbanos. No simpática enredo um casal jovem tenta realizar seu sonho de ser proprietário de um apartamento duplex na grande maçã, algo que não é fácil de alcançar uma vez que o metro quadrado da cidade é um dos mais valorizados do mundo. Pois bem, mesmo assim tentam levar em frente o projeto de um dia, quem sabe, chegar lá. E contra todas as expectativas eles acabam conseguindo mas como nem tudo é perfeito precisam lidar com uma resistente velhinha, antiga moradora do local, que se recusa a deixar seu apartamento. Como ela não sai eles acabam planejando um jeito de dar um fim nela, nem que para isso tenham que cometer um crime! A direção do filme é do baixinho Danny De Vito, ator já bem conhecido do público brasileiro por inúmeros filmes de sucesso da década de 80.

Já deu para perceber que o roteiro tem pretensões de ser uma comédia de humor negro mas não precisa ficar preocupado sobre isso pois o estilo usado nessa produção é realmente inofensivo, sem maiores consequências, fruto aliás do fato do filme ser estrelado pelo casalzinho Ben Stiller e Drew Barrymore. Ele, um daqueles humoristas que fazem sucesso repetindo o mesmo personagem, filme após filme. Geralmente fazendo o papel de um sujeito comum, sem nada de especial, que acaba entrando nas maiores frias sem ter culpa nenhuma no cartório. Ela, a eterna garotinha de ET, tentando emplacar mais um sucesso no cinema, principalmente agora que virou produtora de seus próprios filmes. A Drew Barrymore aliás vem de uma longa linhagem de atores, uma família de artistas com muita história para contar, além é claro dos famosos problemas envolvendo bebidas e drogas - algo pelo qual a Drew também já passou. Mas enfim, deixemos isso de lado, fica então a dica desse "Duplex", uma comédia que seguramente não apresenta nada demais mas que pode até funcionar como um passatempo ligeiro, desde que você não espere por muita coisa.

Duplex (Idem, Estados Unidos, 2003) Direção: Danny Devito / Roteiro: Larry Doyle  / Elenco: Ben Stiller, Drew Barrymore, Eileen Essel, Harvey Fierstein, Justin Theroux, James Remar / Sinopse: Casal decide fazer tudo para ser dono de um duplex em Nova Iorque e quando se diz tudo é tudo mesmo, inclusive passando por cima da moralidade e da lei.

Pablo Aluísio.

Os Segredos de Tanner Hall

Dificilmente filmes assim, com esse tipo de temática, costumam ser ruins. A estória geralmente cria uma identidade com os mais jovens (por ainda estarem na fase colegial) e um clima de nostalgia nos mais velhos (que imediatamente lembram dos anos de escola). O enredo se passa todo dentro de um colégio interno para moças na Nova Inglaterra. E lá que vivem quatro amigas que tentam levar uma vida normal de adolescentes apesar do sistema rígido de ensino da instituição. Elas só podem sair com autorização da direção e tem que dedicar praticamente todo seu tempo para as atividades acadêmicas. Nesse meio tempo se apaixonam (nem sempre pelos homens certos) e vão experimentando novas experiências de vida (como fugir do colégio tarde da noite para ir, às escondidas, em uma noite de festa na cidade).
   
As garotas até que são bem desenvolvidas do ponto de vista dramático. De certa forma são estereótipos das meninas de sua idade mas isso não chega a ser necessariamente um problema. Há a jovem que se apaixona por um homem mais velho, casado com uma das melhores amigas de sua mãe e outra que resolve brincar de sedução com seu professor mas se arrepende depois. Isso sem falar naquela que tem sérias dúvidas sobre sua própria sexualidade e a última que tem um péssimo relacionamento com a mãe e por isso sempre tem idéias suicidas passando pela cabeça. Tudo é passado para a tela com graça e leveza, nunca exagerando no melodrama. O filme no final das contas agrada, não é nenhuma obra prima e embora lembre em certos aspectos de “Sociedade dos Poetas Mortos” fica muito abaixo da qualidade da película com Robin Williams. Mesmo assim pode ser considerado bom. Recomendo especialmente para o público feminino que obviamente vai se identificar bastante com os dramas e desafios das vidas das garotas em cena.

Os Segredos de Tanner Hall (Tanner Hall, Estados Unidos, 2009) Direção: Tatiana von Furstenberg, Francesca Gregorini / Roteiro: Tatiana von Furstenberg, Francesca Gregorini / Elenco: Amy Ferguson, Amy Sedaris, Brie Larson / Sinopse: No colégio interno de Tanner Hall quatro garotas vivem as experiências, amores e dramas típicas de sua idade.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de setembro de 2013

Doce Vingança 2

Quem diria que "Doce Vingança" fosse virar franquia de terror! O primeiro filme, como todos sabemos, era um remake de uma produção antiga que virou cult na época das fitas de VHS. Agora temos uma continuação sem qualquer relação de estória com o primeiro filme. Apenas a estrutura do roteiro segue sendo a mesma, ou seja, jovem garota sofre todos os tipos de abusos nas mãos de criminosos e depois consegue escapar da morte, passando a partir daí a literalmente caçar seus torturadores para se vingar de tudo aquilo que sofreu. Em "Doce Vingança 2" acompanhamos Katie (Jemma Dallender), uma garçonete em Nova Iorque que sonha se tornar modelo. Sem grana para pagar por um ensaio ela acaba sendo atraída pelo anúncio de um estúdio de fotografia na cidade que promete uma sessão grátis. Chegando lá ela descobre que a empresa pertence a um grupo de imigrantes búlgaros que sugere que ela tire algumas fotos de nu, algo que ela prontamente recusa. Para extremo infortúnio de Kate um dos irmãos do estúdio, Georgy (Yavor Baharov), é um estuprador que fica obcecado por ela. Após ele invadir seu apartamento e matar um vizinho, Katie acaba vendo sua vida virar ao avesso. Presa e jogada em um porão ela vira objeto de torturas nas mãos dos irmãos criminosos! Mas sua chance de vingança virá, mais cedo ou mais tarde.

"Doce Vingança 2", seguindo a tendência de filmes de terror da atualidade, é bem violento e insano. Como já podemos antecipar a garota conseguirá se libertar partindo para uma vingança tão violenta e cruel quanto às atrocidades de que foi vítima. O diretor é o mesmo do remake recente e por isso o espectador pode esperar algo bem parecido com o filme de 2010. Na verdade olhando um filme desses não podemos deixar de chegar na conclusão de que algo anda errado com os filmes de terror de Hollywood. A moral do filme é completamente condenável pois vende a idéia de que violência deve ser respondida com mais violência. Assim a garota que é torturada na parte inicial do enredo se torna absolutamente sádica quando coloca as mãos em seus algozes. Embora não exista mais censura no Brasil, apenas classificação etária dos filmes, indico esse tipo de terror apenas para maiores de 18 anos, pois além de haver nu frontal o roteiro não perde tempo com sutilezas, apelando mesmo para uma infinidade de cenas de tortura e sadismo. Se você estiver em busca de uma produção com muita violência gratuita então “Doce Vingança 2” pode ser a opção ideal. Só não recomendo a fita para pessoas de bom gosto.

Doce Vingança 2 (I Spit on Your Grave 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Steven R. Monroe / Roteiro: Neil Elman, Thomas Fenton / Elenco: Jemma Dallender, Joe Absolom, Yavor Baharov / Sinopse: Garota americana cai nas garras de um grupo de irmãos criminosos búlgaros que a submetem a todos os tipos de abusos e torturas possíveis. Tudo que ela deseja é conseguir escapar para partir para uma doce vingança contra seus algozes.

Pablo Aluísio.

Somos Tão Jovens

Cinebiografia do cantor e compositor Renato Russo (1960 - 1996). Ao contrário de outros filmes de temática semelhante como por exemplo "Cazuza" os roteiristas resolveram contar apenas uma parte da vida do músico. No filme sobre Cazuza, por exemplo, tínhamos uma abordagem que mostrava praticamente toda sua vida, seus dramas, até sua morte causada pelo vírus da AIDS. Aqui o texto se concentra entre os anos de 1976 a 1982 na vida de Renato Russo. Ele é um jovem de Brasília que se apaixona pelo movimento inglês punk! Após sofrer um acidente de bicicleta causada por uma doença rara Renato passa vários meses em recuperação, trancado em seu quarto. Para passar o tempo lê muito e ouve música. Sua recuperação acontece justamente quando uma amiga lhe passa uma fita K7 com o novo som que vinha fazendo a cabeça dos jovens londrinos daquela época. Era o nascimento do Punk! Movido pela paixão de fã, Renato começa a formar sua própria banda, o Aborto Elétrico. O roteiro se concentra bastante nesse período da vida de Russo. O espectador assim acompanha os primeiros anos, as primeiras lutas, os concertos precários e o sonho de Russo em um dia, quem sabe, virar um grande astro de rock.

Também não joga para debaixo do tapete o homossexualismo de Renato. Ele se apaixona por um dos membros do Aborto Elétrico e é rejeitado. Isso aliado a vários outros fatores acaba determinando o fim precoce do grupo. Em outro momento o roteiro explora o dia em que Renato saiu do armário, assumindo para sua mãe que era gay! Após algumas experiências em uma breve carreira solo onde se auto intitulava "O Trovador Solitário", Renato resolveu montar um novo grupo, com outras pessoas, nascendo daí o famoso Legião Urbana, a banda que o consagrou definitivamente, o levando para o ápice de sua carreira, com sucesso nacional e milhões de cópias vendidas. O filme acaba justamente quando Russo está prestes a tornar o seu novo conjunto um marco na história do rock nacional. Particularmente gostei da opção do roteiro em mostrar essa fase da vida do cantor. Isso é algo bem comum em cinebiografias americanas como por exemplo "Os Cinco Rapazes de Liverpool". A intenção é mostrar as origens, o começo da trajetória desses artistas. Obviamente que existem muitas lacunas e omissões pois não poderia ser diferente, mas mesmo assim o filme agrada. O ator Thiago Mendonça que interpreta Renato Russo merece elogios por sua atuação, principalmente nas cenas de palco. Sua performance é realmente digna de aplausos. No mais "Somos Tão Jovens" se torna bem indicado para quem viveu os anos 80, pois não há como negar que a música do Legião Urbana se tornou mesmo a trilha sonora daquela década.

Somos Tão Jovens (Somos Tão Jovens, Brasil, 2013) Direção: Antonio Carlos da Fontoura / Roteiro:  Victor Atherino, Marcos Bernstein / Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Bruno Torres / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Renato Russo nos anos de 1976 a 1982.

Pablo Aluísio.