terça-feira, 16 de julho de 2013

O Inventor da Mocidade

O Dr. Barnaby Fulton (Cary Grant) é o químico chefe do departamento de pesquisas de uma grande empresa. Sempre com o pensamento voltado para suas descobertas ele mal consegue pensar no dia a dia de sua vida. Sua esposa, a compreensiva Edwina (Ginger Rogers), tem que ter muita paciência com seu marido que parece estar sempre com o pensamento no mundo da Lua. Um dos sonhos de Barnaby é descobrir a fórmula que retarde o envelhecimento natural das pessoas. Até que um dia ele chega lá. Ao tomar a nova poção (que na realidade foi feita ao acaso por um chipanzé do centro de pesquisa) ele começa a ter reações adversas, inclusive se comportando como um inconseqüente e leviano adolescente, chegando inclusive a levar a bela senhorita Laurel (Marilyn Monroe), secretária do presidente da companhia, para um passeio em alta velocidade no carrão recém comprado por impulso! E agora, como o renomado doutor voltará ao normal?

Começa assim essa simpática comédia “O Inventor da Mocidade”, dirigida pelo talentoso e reverenciado cineasta Howard Hawks. O ator Cary Grant desfila seu talento natural para as comédias de costumes (bem populares na época) mas de certa forma acaba sendo ofuscado por duas atrizes que se tornaram, cada um ao seu estilo, grandes nomes da história do cinema. A que mais chama a atenção é obviamente Marilyn Monroe, linda, bastante jovem e em um papel bem coadjuvante mas já desfilando muita graça, carisma e simpatia com sua presença em cena. O outro destaque é a presença no elenco de Ginger Rogers, a eterna parceira de Fred Astaire. Ela se notabilizou pelas ótimas coreografias ao lado do colega em vários musicais clássicos de sucesso mas aqui exerce basicamente seu talento humorístico (embora dê alguns passinhos em uma cena de dança para agradar aos seus fãs). No geral “O Inventor da Mocidade” não é uma comédia tão marcante mas mantém o interesse e tem cenas realmente divertidas e engraçadas, principalmente quando o casal principal se torna ainda mais jovem, virando pequenas crianças travessas. Procure assistir.

O Inventor da Mocidade (Monkey Business, Estados Unidos, 1952) Direção: Howard Hawks / Roteiro: Ben Hecht, Charles Lederer / Elenco: Cary Grant, Ginger Rogers, Charles Coburn, Marilyn Monroe / Sinopse: Um renomado cientista inventa uma fórmula que rejuvenesce os mais velhos. Tentando verificar a eficácia da nova poção o próprio doutor resolve tomar algumas doses o que dará origem a várias confusões pois ele começa a se comportar como um adolescente inconseqüente.

Pablo Aluísio.

30 Dias de Noite

Os vampiros andam passando por uma fase de juvenilização dentro do cinema. Saem os monstros sanguinários do passado para entrar românticos adolescentes com crises existenciais (embora tenham séculos de idade!). Felizmente nem tudo está completamente perdido. Algumas produções ainda conseguem manter o velho estilo. Uma delas é esse muito bom “30 Dias de Noite” onde os vampiros voltam a ter sua essência resgatada, ou seja, a de monstros sedentos por sangue que enxergam a raça humana apenas como uma forma de saciar sua sede. O curioso é que o resgate veio através do mundo dos quadrinhos já que o filme é baseado numa Graphic Novel de Steve Niles em 2002. O enredo era dos mais interessantes: um grupo de vampiros decide ir até o distante e frio Alasca para promover um verdadeiro massacre na cidadezinha de Barrow. O lugar é conhecido por ter um período do ano em que o sol não nasce por 30 dias (fruto da localização geográfica e do rigoroso inverno que se assola o lugar todos os anos).

Essa noite sem fim, que dura um mês inteiro, acaba sendo o cenário perfeito para um grupo de vampiros que desejam caçar cada humano do local. Para enfrentar o bando de seres da noite surgem o corajoso xerife Eban (Josh Hartnett) e sua assistente Stella (Melissa George). A luta porém não será nada fácil. Para quem não assistiu ainda ao filme fica a advertência de que “30 Dias de Noite” é bem violento. É uma longa luta entre presas e predadores. Os vampiros massacram os humanos que encontram pela frente enquanto esses tentam sobreviver de alguma forma. A produção é de bom nível, com ótima maquiagem e efeitos digitais. Também foi bem sucedido nas bilheterias a ponto de ganhar uma seqüência mas esqueça a continuação pois é de fato péssima. Assim fica a dica desse “30 Dias de Noite”, um filme de vampiros que resgata a velha mitologia do romantismo adolescente que se inseriu dentro da existência desses monstros da ficção.

30 Dias de Noite (30 Days of Night, Estados Unidos, 2007) Direção: David Slade / Roteiro: Steve Niles, Stuart Beattie / Elenco: Josh Hartnett, Melissa George, Danny Huston / Sinopse: Um grupo de vampiros decide atacar uma pequena cidade do Alasca que fica numa região isolada onde o sol não nasce por trinta dias seguidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Valente

Já que estamos falando sobre Jodie Foster eu me lembrei desse filme bem diferenciado de sua carreira, chamado simplesmente de “Valente”. Não se trata de um drama ou um roteiro leve e divertido, muito pelo contrário, é bem violento e prega a velha máxima de que quando o Estado não consegue mais punir os criminosos cabe aos próprios cidadãos fazer justiça pelas próprias mãos. Quando “Valente” chegou nas salas de cinemas houve algumas reações bem difundidas. Uma delas era uma bobagem completa. Como Jodie é supostamente uma das mais famosas lésbicas da indústria do cinema nos Estados Unidos (embora ainda no armário), ela estaria tentando entrar no milionário filão de filmes de ação com uma personagem “machona” e agressiva. O filme seria assim uma mensagem subliminar sobre suas preferências sexuais. A outra idéia que foi bem falada foi a de que Jodie na verdade estaria estrelando um verdadeiro “Desejo de Matar” de saias, uma produção nada sutil, de pura porrada e nada mais.

Na verdade “Valente” pode ser encarada até mesmo como um filme feminista, por mais estranho que isso possa parecer à primeira vista. Mostra uma mulher que sofreu um brutal e violento ataque que simplesmente resolve reagir, partindo para sua vingança pessoal. Não haveria assim nenhuma mensagem maior subentendida em tudo que vemos mas apenas uma boa estória que chamou a atenção de Foster. Não é desconhecido de todos que as mulheres seguem ainda sendo as principais vitimas da violência familiar e urbana. Como é o sexo mais frágil do ponto de vista da força física obviamente se torna muito vulnerável e exposta a esse tipo de coisa. Já em relação ao filme em si, o achei tecnicamente muito bem realizado embora adote uma estética crua, fria e direta. Jodie Foster, a menininha de olhos azuis do passado nos comerciais de produtos fofinhos, deixa de lado tudo isso para interpretar um de seus personagens mais físicos e viscerais. Seja lá qual for a mensagem que ela quis passar aqui o fato é que o filme em si é mesmo no mínimo bem interessante.

Valente (The Brave One, Estados Unidos, 2007) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Roderick Taylor, Bruce A. Taylor / Elenco: Jodie Foster, Terrence Howard, Nicky Katt / Sinopse: Jovem mulher é vitima de um brutal e violento ataque. Recuperada ela decide partir para sua vingança pessoal.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2013

Plano de Voo

Jodie Foster é uma profissional das mais interessantes do cinema americano. Ela que começou como atriz mirim conseguiu despontar para a carreira adulta com ainda mais brilho e desenvoltura (provando que nem todos os astros mirins viram adultos problemáticos). Na filmografia de Foster encontramos um grande ecletismo, com filmes de praticamente todos os gêneros mostrando como ela é de fato uma grande profissional, seja na atuação ou seja na direção. Aqui Foster deixa um pouco o seu lado cineasta para voltar à boa forma, atuando novamente. O filme tem um roteiro bem escrito, bem bolado, que se apoia quase que totalmente em uma única trama que acaba sendo extremamente bem desenvolvida ao longo da duração da película.

Jodie Foster interpreta Kyle Pratt. Viúva, ela mora na Alemanha e está trazendo o corpo do marido de volta aos Estados Unidos para ser sepultado. O problema é que bem no meio da cansativa viagem sua pequena filha simplesmente desaparece dentro da grande aeronave. Desesperada a personagem de Jodie enfrenta todos os tipos de problemas para solucionar o desaparecimento da sua filha, que tanto pode ser algo paranoico de sua mente como um fato real. O roteiro aliás joga muito bem com essa dualidade e não é raro o espectador parar para se perguntar se ela é um louca alucinada ou realmente um mãe que perde o contato com a filha durante o longo voo. O filme fez bastante sucesso em seu lançamento apesar do mal estar que foi criado com os comissários de bordo de empresas americanas que não digeriram muito bem a proposta do roteiro. No final das contas isso realmente foi excesso de preciosismo pois “Plano de Voo” nada mais é do que um suspense eficiente e bem arquitetado. Se você estiver em busca de algo assim então aproveite e tente descobrir todos os mistérios que cercam esse misterioso desaparecimento em pleno ar.

Plano de Voo (Flightplan, Estados Unidos, 2005) Direção: Robert Schwentk / Roteiro: Billy Ray, Peter A. Dowling / Elenco: Jodie Foster, Peter Sarsgaard, Sean Bean, Erika Christensen / Sinopse: Durante um voo comercial entre a Alemanha e Estados Unidos uma mãe entra em desespero ao perceber que sua pequena filha Júlia simplesmente desapareceu dentro do avião. Agora terá que lutar contra o tempo para descobrir o que aconteceu.

Pablo Aluísio.

Astro Boy

Astro Boy é um dos personagens mais queridos do mundo mangá no Japão. Foi criado em 1953 por Osamu Tezuka, considerado um dos grandes gênios em sua arte. Através de suas estórias pretensamente simples Tezuka desfilava muito da natureza humana e sua relação com o meio ambiente, a tecnologia e os valores mais importantes da sociedade. O mundo habitado por Astro Boy está destruído pela ganância humana. O planeta virou uma espécie de lata de lixo por anos de exploração desenfreada. Os humanos então decidem viver em uma grande cidade acima das nuvens chamada Metro City. E lá que o cientista Dr. Tenma cria Astro Boy após perder seu próprio filho. No pequeno robô ele insere os melhores valores humanos, além de dar ao pequeno invento grandes poderes que deverão sempre ser usados para o bem de todos.

Essa animação americana dirigida pelo cineasta David Bowers (Por Água Abaixo) resgata o personagem Astro Boy para o mundo de hoje. Embora seja uma produção Made in  USA o filme procura manter intactos as melhores características da obra de Osamu Tezuka. Na lista dos atores que fizeram as vozes da versão original temos Nicolas Cage um fã assumido de quadrinhos que na época declarou que participar da animação foi uma honra e que faria até de graça se fosse preciso, só para ter o prazer de participar de um projeto com esse personagem que para ele é um ícone. Em conclusão temos aqui uma animação das mais competentes aliada ao resgate de um dos mangás mais famosos de todos os tempos.

Astro Boy (Idem, Estados Unidos, 2009) Direção: David Bowers / Roteiro: Timothy Harris, baseado nos personagens criados por Osamu Tezuka / Elenco (vozes): Bill Nighy, Donald Sutherland, Freddie Highmore, Nathan Lane, Nicolas Cage / Sinopse: Animação que mostra a origem do personagem Astro Boy, um garoto-robô que luta contras as injustiças do mundo.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de julho de 2013

Operação Valquíria

Esse é aquele tipo de filme que todo mundo sabe como vai terminar mas que mesmo assim não deixa de ser interessante. Além disso é ótimo para quem se interessa pela história da Segunda Grande Guerra Mundial porque foi um fato real, que tentou mudar os rumos do maior conflito armado que o mundo já viu. Como se sabe a Alemanha Nazista era liderada com mãos de ferro pelo sanguinário ditador Adolf Hitler. Ele tinha um plano insano de expandir o chamado Terceiro Reich para além das fronteiras da Alemanha. Em sua distorcida visão havia uma raça superior formada pelos arianos, alemães altos e loiros, que deveriam dominar as demais raças inferiores (praticamente todo o resto do mundo). Para crescer e dominar a nova raça deveria ter um “espaço vital” e por essa razão Hitler começou a invadir todos os países da Europa. Aos poucos Tchecoslováquia, Polônia, Áustria e outros foram caindo em questão de semanas. O sucesso espetacular parecia garantir ao Fuhrer a dominação do mundo. Isso durou até o momento em que resolveu invadir a União Soviética (Rússia e países controlados por Moscou sob um regime comunista brutal). Péssima ideia pois a partir dessa invasão a Alemanha literalmente começou a perder a guerra pois o exército russo sob o comando de Stálin fez picadinho das tropas de Hitler.

O filme começa justamente quando as tropas do Eixo começavam a sofrer uma derrota atrás da outra no front russo. Foi a partir desse momento que um grupo de oficiais do exército decidiu se livrar de seu megalomaníaco e lunático líder. Aliás é bom de se dizer que Hitler em momento algum da guerra foi bem visto pelos altos oficiais do exército alemão. O ditador era encarado por muitos generais como um maluco sem qualquer tipo de visão militar ou estratégica (de fato enquanto esteve servindo o exército alemão na I Guerra Hitler nunca havia passado do reles posto de cabo). Comandados por um inepto muitos oficiais resolveram dar cabo ao chefe nazista. A operação que tentou acabar com a vida de Hitler foi a “Operação Valquíria”. A idéia era colocar uma bomba durante uma das reuniões do ditador com alguns comandantes militares. Depois de sua morte o exército alemão tentaria uma última e desesperada tentativa de rendição com os aliados. Tom Cruise interpreta o Coronel Claus von Stauffenberg, o oficial responsável em colocar a bomba perto de Hitler numa casamata secreta no meio da floresta onde o ditador se encontraria com seu QG. Como se sabe as coisas não deram muito certo e Hitler só foi parado mesmo quando o exército vermelho entrou em Berlim, destruindo tudo pelo caminho. Mas isso é o de menos, releve o fato de você saber como o filme termina e assista acompanhado tudo com os olhares curiosos de quem presencia a história se desenvolvendo ao sabor dos ventos.

Operação Valquíria (Valkyrie, Estados Unidos, 2008) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Christopher McQuarrie, Nathan Alexander / Elenco: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkinson, Terence Stamp / Sinopse: O filme detalha os planos para matar o ditador e líder nazista Adolf Hitler por um grupo de altos oficiais do exército alemão descontentes com os rumos da Guerra após a invasão da Rússia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Morte Pede Carona

Não adianta. Certas estórias já encontraram seus filmes definitivos e por isso qualquer tipo de refilmagem (ou remake, na linguagem dos gringos) soa desnecessária. Na década de 80 um pequeno filme B chamado “A Morte Pede Carona” causou sensação em seu lançamento. Era um roteiro simples, é verdade, mas muito bem conduzido. No elenco o chamariz era Rutger Hauer (um ator símbolo daquela época) que deitava e rolava na pele de um serial killer que atormentava a doce viagem de um casal de pombinhos em férias. O filme marcou toda uma geração que curtia naquele momento a explosão do mercado de vídeo VHS. Havia suspense, tensão e muita violência – mas tudo muito bem conduzido em um roteiro esperto e cheio de boas situações.

Pois bem, o tempo passa, e como Hollywood não parece mais ter tanto fôlego para criar algo de novo resolveu-se refilmar aquele enredo que tanto causou furor em sua época. Assim chegamos nesse novo “A Morte Pede Carona”, tentativa desnecessária e burocrática de ganhar alguns trocados em cima da fama do original. Como vivemos em tempos politicamente corretos muito da crueza do enredo original foi bem amenizada. A premissa inicial continua a mesma: Grace Andrews (Sophia Bush) e Jim Halsey (Zachary Knighton) formam o lindo casalzinho que decide sair pela estrada em um carro antigo para desfrutar a delícia de uma viagem a dois para aproveitarem o feriado. No caminho resolvem dar carona a John Ryder (Sean Bean). Bem, já deu para perceber que essa é definitivamente uma péssima idéia. O novo “A Morte Pede Carona” não entusiasma, não assusta e nem marca. É mais uma bobagem Made in Hollywood reciclada. Uma decepção que só serve para uma coisa: nos lembrar de como era realmente bom o filme original. Por isso esqueça esse remake e se possível prefira ver o primeiro filme, vai valer muito mais a pena. E não se esqueça: nunca dê carona a estranhos.

A Morte Pede Carona (The Hitcher, Estados Unidos, 2007) Direção: Dave Meyers / Roteiro: Eric Red, Jake Wade Wall / Elenco: Sean Bean, Sophia Bush, Zachary Knighton / Sinopse: Jovem casal resolve dar carona um rapaz no meio da estrada. A idéia se revelará péssima já que o caroneiro é na verdade um cruel psicopata.

Pablo Aluísio.

A Rocha

Segue sendo lembrado pelos fãs de filmes de ação como um dos melhores momentos da carreira de Sean Connery no gênero. Ele aqui estrela ao lado de Nicolas Cage (no auge da carreira, muitos anos antes de virar um sombra do que foi, estrelando filmes sem qualquer qualidade como vemos atualmente). O enredo é pura fantasia mas diverte e entretém como poucos. Um militar, general condecorado, Francis X. Hummel (interpretado pelo sempre ótimo Ed Harris), se revolta contra a situação dos veteranos e o tratamento que o governo dos EUA lhes dá e resolve tomar uma decisão realmente radical. Ao lado de um grupo de fieis aliados ele rouba um lote de armas químicas e se encastela na antiga prisão de Alcatraz ao lado de vários reféns. A partir daí ameaça atacar a cidade de San Francisco se não lhe forem pagos 100 milhões de dólares. Para deter suas pretensões terroristas o governo americano envia para a “rocha” (como era conhecida Alcatraz pelos prisioneiros que lá ficavam) um grupo de elite que conta com dois especialistas.

O primeiro é Stanley Goodspeed (Nicolas Cage), especialista em armas bioquímicas e o segundo o ex-detento e único homem a fugir da prisão de Alcatraz, John Patrick Mason (Sean Connery). Juntos tentarão deter os planos do obstinado general. “A Rocha” foi dirigido por Michael Bay e produzido pela dupla Jerry Bruckheimer e Don Simpson (que morreu poucos meses antes da estréia do filme). A presença do trio já deixa claro o que o espectador vai encontrar no filme. Muitas explosões, ação desenfreada e um roteiro não muito trabalhado. Michael Bay que vinha do sucesso “Bad Boys” ainda não tinha se tornado esse cineasta alucinado dos dias atuais, onde seus filmes mais parecem um festival de pirotecnia, mas já demonstrava em “A Rocha” os caminhos que iria seguir em sua carreira. É curioso também o fato de Sean Connery ter feito esse filme. Ele vinha numa fase de busca por reconhecimento artístico e de repente se viu envolvido nesse projeto de pura ação e pipoca (chegou inclusive a participar da produção como produtor executivo). Deixando tudo isso de lado não há como deixar de se divertir nesse filme. É obviamente um blockbuster de ação, sem maiores pretensões a não ser divertir as massas. Olhando sob esse ponto de vista “A Rocha” certamente cumpriu seus objetivos cinematográficos.

A Rocha (The Rock, Estados Unidos, 1996) Direção: Michael Bay / Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook / Elenco: Sean Connery, Nicolas Cage, Ed Harris,  John Spencer / Sinopse: Um general renegado (Ed Harris) decide tomar Alcatraz armado com armas químicas. Após ameaçar atacar a cidade de San Francisco o governo americano envia um grupo de elite para o local com a finalidade de deter o obstinado militar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Anjos da Lei

Talvez seja o momento de Hollywood parar de adaptar antigas séries de sucesso da TV para o cinema. Esse “Anjos da Lei” é um exemplo disso. Eles não conseguem acertar nem uma vez, a imensa maioria das adaptações é de uma mediocridade sem fim. O seriado original fez muito sucesso e chegou a ser exibido por longos anos na Rede Globo. Nunca fui muito ligado e acompanhei poucos episódios mas é inegável que foi muito bem sucedida, ganhando muitos fãs. Também revelou para a popularidade o ator Johnny Depp, que fazia um dos policiais infiltrados no meio dos jovens de uma escola de ensino médio. Não tinha esse timing de comédia pastelão que vemos aqui, muito pelo contrário, os roteiros tendiam para o drama mais adolescente, embora sem se descuidar das boas cenas de ação e perseguição.

Depois de vários anos de seu cancelamento o ator Jonah Hill resolveu produzir e estrelar essa nova versão de “Anjos da Lei”. A premissa é a mesma da série antiga, ou seja, dois tiras se infiltram entre os estudantes para prender traficantes de drogas da pesada. O problema é que nessa adaptação pouca coisa funciona – o roteiro é primário, estúpido, histérico, com todas aquelas explosões para disfarçar a falta de um texto minimamente bem escrito. Para piorar as piadas não funcionam e tudo vira uma bobagem sem graça. A única coisa boa no final das contas é uma participação nonsense de Johnny Depp, revivendo seu antigo personagem. O ator que abandonou a série no seu auge por não suportar o fato de estar virando um ídolo teen se mostra muito galhofeiro em sua pequena participação. Não é grande coisa mas pelo menos deixa um sorriso amarelo para o espectador. Em suma, comédia das mais bobocas que não diz a que veio e não convence como filme policial. Um desperdício completo. Corra para as colinas.

Anjos da Lei (21 Jump Street, Estados Unidos, 2012) Direção: Phil Lord, Chris Miller / Roteiro: Michael Bacall / Elenco: Jonah Hill, Channing Tatum, Brie Larson, Johnny Depp / Sinopse: Dois policiais se disfarçam de estudantes de ensino médio para prender um grupo de traficantes que está vendendo uma nova droga para a garotada.

Pablo Aluísio.

Sons of Anarchy

Já que falamos de Charlie Hunnam eu gostaria de tecer alguns comentários sobre essa ótima série “Sons of Anarchy” (Filhos da Anarquia) que é estrelada por ele. O enredo gira em torno de um moto clube, algo bem comum nos Estados Unidos, bastando lembrar do motoqueiros mais famosos que existe por lá – os Hell´s Angels. O SAMCRO (denominação que os próprios membros usam para se referir ao “Sons of Anarchy”) é formado por um grupo  de amigos que desejam viver a vida sobre duas rodas. Foi fundado por um grupo de veteranos do Vietnã que de volta ao lar e cansados da disciplina militar resolvem fazer o extremo oposto do que tinha vivido nas selvas asiáticas, onde tudo que o membro teria que fazer era beber, ouvir rock e sair por aí pilotando pela noite as potentes motos Harley-Davidson. O trama da série é criada justamente quando o Sons deixa de ser apenas um grupo de amantes de motocicleta para virar uma perigosa gangue de criminosos envolvidos em tráfico de drogas e armas, além de assassinatos e contrabando. Deixando de lado a bela mensagem de liberdade que ajudou a criar o grupo tudo o que é resta é muita violência e caos.

Alguns aspectos dessa série do canal FX são bem interessantes. Muitos dos episódios giram em torno da luta pela liderança do clube. De um lado o veterano Clay (interpretado pelo excelente Ron Perlman, sim ele mesmo de “Hellboy”). Do outro lado representando os mais jovens surge Jax (Charlie Hunnam de “A Tentação” que comentamos ontem). Ele é filho de um dos fundadores do Sons, que ao que tudo indica foi morto por Clay anos antes. Fora isso acompanhamos os tramas familiares dos personagens, sua tentativa de conviver com a policia e políticos corruptos da região e as incríveis manobras criminosas em que se envolvem com cartéis colombianos de tráfico de drogas e grupo paramilitares de irlandeses (com conexões com o IRA, famoso grupo terrorista daquele país). Tudo muito bem roteirizado, produzido e atuado. “Sons of Anarchy” é aquele tipo de série que merece ser acompanhado do primeiro ao último episódio.

Sons of Anarchy (Idem, Estados Unidos, 2008 - 2013) Criado por Kurt Sutter / Elenco: Charlie Hunnam, Ron Perlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior / Sinopse: Numa pequena cidade dos EUA um grupo de motoqueiros chamados “Sons of Anarchy” tenta sobreviver às lutas e artimanhas envolvendo policiais corruptos, cartéis de drogas e contrabandistas de armas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Tentação

Gavin Nichols (Charlie Hunnam) está à beira do colapso. Ele sobe em um alto edifício e ameaça se jogar lá de cima. Hollis Lucetti (Terrence Howard) é o policial encarregado de tentar convencer o potencial suicida a desistir de suas intenções. Para tentar compreender porque ele está ali naquela situação pede que Gavin diga porque está prestes a pular. A partir daí o jovem contará tudo o que lhe aconteceu para que ele tomasse essa decisão terrível. Começa assim esse ótimo “A Tentação”. Esse é um caso típico de produção subestimada que não conseguiu ter a devida atenção em seu lançamento. Na realidade o grande trunfo de “A Tentação” é o seu roteiro. Ao relembrar de tudo o que aconteceu o jovem Gavin conta como conheceu Shana Harris (Liv Tyler), uma nova empregada do hotel em que gerencia. Ela era tímida e muito discreta e morava no mesmo prédio que ele. Também era casada com Joe Harris (Patrick Wilson), um sujeito muito religioso, beirando às raias do fundamentalismo cristão. 

O casal logo se torna amigo de Gavin e o convida para jantar com eles em seu apartamento. O que parecia ser apenas um encontro social trivial se revela muito mais pois Gavin é assumidamente ateu e não acredita em Deus. Para ele Deus é uma criação humana, já que não existem provas de sua existência. A forma de pensar de Gavin logo choca Joe que tenta lhe converter o que faz o jantar acabar subitamente. O que Joe não desconfia é que Gavin e sua esposa Shana estão cada vez mais próximos, a ponto de terem um relacionamento amoroso. Esse romance obviamente trará sérias conseqüências para todos os envolvidos. “A Tentação” é um filme realmente muito bom, acima da média. Os diálogos são muito bem escritos e a dualidade entre um homem bom (mas ateu) e um religioso fervoroso e fanático (que ao saber da traição esquece todos os fundamentos cristãos) é o grande achado de todo o filme. O elenco é liderado por Charlie Hunnam, ator muito conhecido de quem acompanha séries americanas. Ele faz o personagem principal de “Sons of Anarchy” do canal FX.  Ao seu lado surge Liv Tyler, em um papel bem diferente do que é habitualmente acostumada a fazer. Ela é uma esposa reprimida pelo marido, um evangélico alucinado. Não há a sensualidade tão famosa dela em cena. O resultado final é excelente. Em termos de argumento é um dos melhores filmes recentes lançados. Em seu texto mesclam-se assuntos de extrema relevância como adultério, fanatismo, religião, homofobia, amizade e muito mais. Não deixe de assistir.

A Tentação (The Ledge, Estados Unidos, Alemanha, 2011) Direção: Matthew Chapman / Roteiro: Matthew Chapman / Elenco: Charlie Hunnam, Terrence Howard, Liv Tyler, Patrick Wilson / Sinopse: Jovem esposa começa a trair o marido, um evangélico fanático, com o gerente do hotel onde trabalha. A traição irá trazer graves conseqüências para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio. 

Em Transe

O famoso quadro “As Bruxas no Ar” está exposto em um grande leilão em Londres. A obra vale alguns milhões de dólares, não apenas por suas qualidade artísticas mas históricas também, pois é um marco do realismo nas artes plásticas. No meio dos lances porém algo inesperado acontece. Um grupo de ladrões entra no recinto e joga gás lacrimogêneo no meio do público. Todos correm para fora menos Simon (James McAvoy) pois é sua função proteger as obras de arte em situações como essa. Sem pensar duas vezes ele leva o quadro de Goya para os fundos da casa de leilão. O objetivo é deixar a obra no cofre de segurança máxima localizado atrás do palco mas antes que isso aconteça ele é interceptado pelos bandidos que tomam de posse o estojo onde deveria estar o quadro. Após sofrer uma forte pancada dada por um dos assaltantes Simon desmaia e cai. Os bandidos fogem pensando estar com o quadro mas ficam surpresos ao descobrir que dentro do estojo não se encontra a obra de Goya!

Mas afinal onde foi parar o milionário “Bruxas no Ar”? Essa é a premissa inicial desse “Em Transe”, novo filme do cineasta Danny Boyle. Pela cena inicial (descrita acima) é de se supor que se trata de um bom filme de roubos, com muita ação e violência mas a proposta não é bem essa. Assim que Simon (McAvoy) sofre a agressão ele perde a memória, fazendo com que a localização do quadro fique desconhecida, afinal ele seria a única pessoa que saberia do paradeiro da obra milionária. Para tentar descobrir onde ele próprio escondeu “Bruxas no Ar” ele começa um tratamento de hipnose com a Dra. Elizabeth (Rosario Dawson) que por sua vez também começa a querer tomar posse da obra. Revelar mais seria estragar as surpresas do filme ao espectador. De antemão é bom avisar que essa é mais uma daquelas tramas que sofrem várias reviravoltas ao longo do filme. Nem tudo é o que parece ser e nem todos são os mocinhos ou bandidos que o roteiro leva a pensar. Infelizmente o diretor Danny Boyle parece perder a mão em determinado momento por causa das várias reviravoltas que vão acontecendo. Em certas cenas o próprio espectador ficará perdido sem saber se o que vê na tela é real ou fruto apenas da hipnose de Simon. No geral é um bom filme mas que poderia ser bem melhor se fosse melhor conduzido.

Em Transe (Trance, Inglaterra, 2013) Direção: Danny Boyle / Roteiro: Joe Ahearne, John Hodge / Elenco: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson / Sinopse: Após sofrer uma agressão durante o roubo a uma famosa obra de arte o funcionário de uma casa de leilões resolve participar de sessões de hipnose para tentar lembrar onde escondeu o quadro milionário “As Bruxas no Ar” do pintor Goya. A solução do mistério despertará a cobiça não apenas do grupo de ladrões mas também da própria psiquiatra responsável pela hipnose dada ao seu paciente.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Jurassic Park 3

Terceira e até agora última seqüência da franquia Jurassic Park (há rumores que um quarto filme esteja nos planos de Spielberg). Aqui temos a volta do personagem Dr. Alan Grant (interpretado pelo ótimo ator Sam Neill). Ele está de volta ao trabalho de pesquisa, procurando por novos fósseis e dando palestras para alunos na universidade. Ele tenta de todas as formas esquecer tudo o que lhe aconteceu no primeiro filme mas isso o persegue em todos os lugares. As coisas parecem mudar de rumo quando é contactado por Paul Kirby (William H. Macy, como sempre muito bem em cena). Ele afirma ao renomado cientista que é um grande empresário e que teria autorização para sobrevoar a ilha de Sorna ao lado da esposa. Para tanto gostaria de contratar os serviços do Dr. Grant como guia da viagem. A proposta soa tentadora e Kirby oferece uma quantia absurda pela possibilidade de contar com o renomado cientista na viagem. O que não se sabe é que na verdade o rico empresário não é tão rico como se pensa e nem está interessado em dinossauros mas sim em resgatar seu filho que desapareceu na ilha.

Como era de se esperar tudo acaba saindo errado. O avião cai e todos ficam expostos aos perigos da ilha que está recheada de dinossauros carnívoros, como Velociraptors, Tiranossauros e demais espécies. Em termos de monstros digitais a novidade vai para os Pterossauros, que ganham grande destaque na aventura. “Jurassic Park 3” não contou com a direção de Spielberg que deu o bastão para Joe Johnston que não tinha muita experiência no currículo. O resultado soa irregular. A trama é básica e a sensação de que o filme só existe para mostrar os dinos digitais é recorrente. Nem mesmo a presença de Sam Neill interpretando o carismático cientista Dr. Grant salva o filme da mesmice. Para piorar Spielberg novamente injeta sua dose de pieguice no relacionamento do garoto perdido na ilha e seus pais divorciados (uma velha obsessão do cineasta, obviamente inspirada em sua própria vida pessoal). No geral é um filme bem realizado tecnicamente, com boas seqüências de efeitos digitais e é só. O roteiro é simplório e nem os dinossauros soam mais tão fantásticos como antes. 

Jurassic Park 3 (Jurassic Park III, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Peter Buchman, Michael Crichton / Elenco: Sam Neill, William H. Macy, Téa Leoni, Trevor Morgan, Laura Dern / Sinopse: Um empresário em busca de seu filho acaba voltando para a Ilha de Sorna onde ao lado do cientista Grant tentará sobreviver ao ataque de várias espécies de dinossauros.

Pablo Aluísio.

Rei Arthur

Existe muita especulação histórica sobre a existência real ou não do mitológico Rei Arthur. Até bem pouco tempo atrás havia um consenso entre os historiadores de que Arthur era de fato apenas um personagem literário que teria nascido nas antigas canções medievais dos trovadores que iam de vila em vila encantando seu público ao cantar as estórias de um rei justo, leal e devotado ao seu povo que havia existido há muitos anos, em um passado perdido na memória. Essa era a tese mais aceita entre os especialistas até que começou a surgir uma nova corrente afirmando que Arthur foi de fato um soberano do mundo real que teria governado logo após a saída das tropas romanas da Bretanha. Ele assim teria surgido no vácuo deixado pelas tropas imperiais de Roma que teriam voltado para a cidade eterna com o objetivo de amenizar as inúmeras crises que se abatiam na capital do império (pois Roma já estaria vivendo seus dias de queda e decadência).

O roteiro do filme então abraça essa segunda visão. O Arthur desse filme surge justamente dentro desse contexto histórico e isso é a primeira grande diferença de outros retratos feitos do lendário Rei no cinema. De fato sempre ficamos acostumados a ver Arthur como um Rei medieval, que reinou na chamada Baixa Idade Média. Já o Arthur que emerge nas telas aqui é um soberano do mundo antigo, ainda enfrentando os últimos suspiros das tropas romanas em seu país. Infelizmente o roteiro muitas vezes se preocupa mais com a ação e as cenas de batalhas do que por fatores históricos propriamente ditos. Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale muito mais pelo que propõe do que por suas qualidades cinematográficas. Certamente não é um filme perfeito, tem furos e lacunas em seu enredo mas no final das contas tudo é salvo pela idéia interessante e moderna que defende. Teria mesmo Arthur sido um monarca justo e digno? Teria mesmo existido? Infelizmente nunca saberemos a resposta mas não custa nada também sonhar um pouco não é mesmo?

Rei Arthur (King Arthur, Estados Unidos, 2004) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Franzoni / Elenco: Clive Owen, Ioan Gruffudd, Keira Knightley / Sinopse: O filme tenta mostrar uma outra visão sobre o lendário Rei Arthur (Clive Owen). Sae o monarca medieval e entra em cena o rebelde nacionalista que luta contra as tropas do Império Romano na Bretanha.

Pablo Aluísio.

Jogos Mortais

Dentre as franquias de terror atuais uma das trajetórias mais curiosas foi a de “Jogos Mortais”. O primeiro filme era uma produção independente, de orçamento praticamente mínimo, com atores desconhecidos do grande público que conseguiu chamar atenção no concorrido Sundance Festival, aquele mesmo mantido pelo ator Robert Redford que funciona como um grande incentivo e promoção para filmes pequenos, independentes, procurando por distribuidores que aceitem lançar as películas em nível nacional. “Jogos Mortais” chamou logo a atenção por causa de seu roteiro singular e trama instigante. Além disso era extremamente violento o que chocou algumas pessoas em suas primeiras exibições. Quase todo o filme era ambientado em um só lugar: um banheiro imundo onde dois homens tentavam fugir da armadilha em que estavam encurralados. Ao seu lado jazia um corpo já em decomposição. Mas afinal de contas como eles foram parar lá? Eles teriam algo em comum? Quem os teria colocado naquela situação aflitiva?

Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos. 

Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.

Pablo Aluísio.