quarta-feira, 10 de julho de 2013

Em Transe

O famoso quadro “As Bruxas no Ar” está exposto em um grande leilão em Londres. A obra vale alguns milhões de dólares, não apenas por suas qualidade artísticas mas históricas também, pois é um marco do realismo nas artes plásticas. No meio dos lances porém algo inesperado acontece. Um grupo de ladrões entra no recinto e joga gás lacrimogêneo no meio do público. Todos correm para fora menos Simon (James McAvoy) pois é sua função proteger as obras de arte em situações como essa. Sem pensar duas vezes ele leva o quadro de Goya para os fundos da casa de leilão. O objetivo é deixar a obra no cofre de segurança máxima localizado atrás do palco mas antes que isso aconteça ele é interceptado pelos bandidos que tomam de posse o estojo onde deveria estar o quadro. Após sofrer uma forte pancada dada por um dos assaltantes Simon desmaia e cai. Os bandidos fogem pensando estar com o quadro mas ficam surpresos ao descobrir que dentro do estojo não se encontra a obra de Goya!

Mas afinal onde foi parar o milionário “Bruxas no Ar”? Essa é a premissa inicial desse “Em Transe”, novo filme do cineasta Danny Boyle. Pela cena inicial (descrita acima) é de se supor que se trata de um bom filme de roubos, com muita ação e violência mas a proposta não é bem essa. Assim que Simon (McAvoy) sofre a agressão ele perde a memória, fazendo com que a localização do quadro fique desconhecida, afinal ele seria a única pessoa que saberia do paradeiro da obra milionária. Para tentar descobrir onde ele próprio escondeu “Bruxas no Ar” ele começa um tratamento de hipnose com a Dra. Elizabeth (Rosario Dawson) que por sua vez também começa a querer tomar posse da obra. Revelar mais seria estragar as surpresas do filme ao espectador. De antemão é bom avisar que essa é mais uma daquelas tramas que sofrem várias reviravoltas ao longo do filme. Nem tudo é o que parece ser e nem todos são os mocinhos ou bandidos que o roteiro leva a pensar. Infelizmente o diretor Danny Boyle parece perder a mão em determinado momento por causa das várias reviravoltas que vão acontecendo. Em certas cenas o próprio espectador ficará perdido sem saber se o que vê na tela é real ou fruto apenas da hipnose de Simon. No geral é um bom filme mas que poderia ser bem melhor se fosse melhor conduzido.

Em Transe (Trance, Inglaterra, 2013) Direção: Danny Boyle / Roteiro: Joe Ahearne, John Hodge / Elenco: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson / Sinopse: Após sofrer uma agressão durante o roubo a uma famosa obra de arte o funcionário de uma casa de leilões resolve participar de sessões de hipnose para tentar lembrar onde escondeu o quadro milionário “As Bruxas no Ar” do pintor Goya. A solução do mistério despertará a cobiça não apenas do grupo de ladrões mas também da própria psiquiatra responsável pela hipnose dada ao seu paciente.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Jurassic Park 3

Terceira e até agora última seqüência da franquia Jurassic Park (há rumores que um quarto filme esteja nos planos de Spielberg). Aqui temos a volta do personagem Dr. Alan Grant (interpretado pelo ótimo ator Sam Neill). Ele está de volta ao trabalho de pesquisa, procurando por novos fósseis e dando palestras para alunos na universidade. Ele tenta de todas as formas esquecer tudo o que lhe aconteceu no primeiro filme mas isso o persegue em todos os lugares. As coisas parecem mudar de rumo quando é contactado por Paul Kirby (William H. Macy, como sempre muito bem em cena). Ele afirma ao renomado cientista que é um grande empresário e que teria autorização para sobrevoar a ilha de Sorna ao lado da esposa. Para tanto gostaria de contratar os serviços do Dr. Grant como guia da viagem. A proposta soa tentadora e Kirby oferece uma quantia absurda pela possibilidade de contar com o renomado cientista na viagem. O que não se sabe é que na verdade o rico empresário não é tão rico como se pensa e nem está interessado em dinossauros mas sim em resgatar seu filho que desapareceu na ilha.

Como era de se esperar tudo acaba saindo errado. O avião cai e todos ficam expostos aos perigos da ilha que está recheada de dinossauros carnívoros, como Velociraptors, Tiranossauros e demais espécies. Em termos de monstros digitais a novidade vai para os Pterossauros, que ganham grande destaque na aventura. “Jurassic Park 3” não contou com a direção de Spielberg que deu o bastão para Joe Johnston que não tinha muita experiência no currículo. O resultado soa irregular. A trama é básica e a sensação de que o filme só existe para mostrar os dinos digitais é recorrente. Nem mesmo a presença de Sam Neill interpretando o carismático cientista Dr. Grant salva o filme da mesmice. Para piorar Spielberg novamente injeta sua dose de pieguice no relacionamento do garoto perdido na ilha e seus pais divorciados (uma velha obsessão do cineasta, obviamente inspirada em sua própria vida pessoal). No geral é um filme bem realizado tecnicamente, com boas seqüências de efeitos digitais e é só. O roteiro é simplório e nem os dinossauros soam mais tão fantásticos como antes. 

Jurassic Park 3 (Jurassic Park III, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Peter Buchman, Michael Crichton / Elenco: Sam Neill, William H. Macy, Téa Leoni, Trevor Morgan, Laura Dern / Sinopse: Um empresário em busca de seu filho acaba voltando para a Ilha de Sorna onde ao lado do cientista Grant tentará sobreviver ao ataque de várias espécies de dinossauros.

Pablo Aluísio.

Rei Arthur

Existe muita especulação histórica sobre a existência real ou não do mitológico Rei Arthur. Até bem pouco tempo atrás havia um consenso entre os historiadores de que Arthur era de fato apenas um personagem literário que teria nascido nas antigas canções medievais dos trovadores que iam de vila em vila encantando seu público ao cantar as estórias de um rei justo, leal e devotado ao seu povo que havia existido há muitos anos, em um passado perdido na memória. Essa era a tese mais aceita entre os especialistas até que começou a surgir uma nova corrente afirmando que Arthur foi de fato um soberano do mundo real que teria governado logo após a saída das tropas romanas da Bretanha. Ele assim teria surgido no vácuo deixado pelas tropas imperiais de Roma que teriam voltado para a cidade eterna com o objetivo de amenizar as inúmeras crises que se abatiam na capital do império (pois Roma já estaria vivendo seus dias de queda e decadência).

O roteiro do filme então abraça essa segunda visão. O Arthur desse filme surge justamente dentro desse contexto histórico e isso é a primeira grande diferença de outros retratos feitos do lendário Rei no cinema. De fato sempre ficamos acostumados a ver Arthur como um Rei medieval, que reinou na chamada Baixa Idade Média. Já o Arthur que emerge nas telas aqui é um soberano do mundo antigo, ainda enfrentando os últimos suspiros das tropas romanas em seu país. Infelizmente o roteiro muitas vezes se preocupa mais com a ação e as cenas de batalhas do que por fatores históricos propriamente ditos. Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale muito mais pelo que propõe do que por suas qualidades cinematográficas. Certamente não é um filme perfeito, tem furos e lacunas em seu enredo mas no final das contas tudo é salvo pela idéia interessante e moderna que defende. Teria mesmo Arthur sido um monarca justo e digno? Teria mesmo existido? Infelizmente nunca saberemos a resposta mas não custa nada também sonhar um pouco não é mesmo?

Rei Arthur (King Arthur, Estados Unidos, 2004) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Franzoni / Elenco: Clive Owen, Ioan Gruffudd, Keira Knightley / Sinopse: O filme tenta mostrar uma outra visão sobre o lendário Rei Arthur (Clive Owen). Sae o monarca medieval e entra em cena o rebelde nacionalista que luta contra as tropas do Império Romano na Bretanha.

Pablo Aluísio.

Jogos Mortais

Dentre as franquias de terror atuais uma das trajetórias mais curiosas foi a de “Jogos Mortais”. O primeiro filme era uma produção independente, de orçamento praticamente mínimo, com atores desconhecidos do grande público que conseguiu chamar atenção no concorrido Sundance Festival, aquele mesmo mantido pelo ator Robert Redford que funciona como um grande incentivo e promoção para filmes pequenos, independentes, procurando por distribuidores que aceitem lançar as películas em nível nacional. “Jogos Mortais” chamou logo a atenção por causa de seu roteiro singular e trama instigante. Além disso era extremamente violento o que chocou algumas pessoas em suas primeiras exibições. Quase todo o filme era ambientado em um só lugar: um banheiro imundo onde dois homens tentavam fugir da armadilha em que estavam encurralados. Ao seu lado jazia um corpo já em decomposição. Mas afinal de contas como eles foram parar lá? Eles teriam algo em comum? Quem os teria colocado naquela situação aflitiva?

Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos. 

Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.

Pablo Aluísio.

True Lies

Mais uma parceria entre o diretor James Cameron e o ator Arnold Schwarzenegger. Ambos tinham se dado extremamente bem nos filmes da série “O Exterminador do Futuro” e voltavam a trabalharem juntos novamente. A diferença é que aqui nada é levado muito à sério. De fato o filme tem uma levada mais para o humor, chegando ao ponto de fazer piada até mesmo com os clichês mais recorrentes dos filmes de ação. Aliás o ator Arnold Schwarzenegger vinha cada vez mais tentando emplacar nessa linha mais divertida, principalmente após o sucesso de “Irmãos Gêmeos”, uma fita com muito bom humor que acabou sendo muito bem sucedida nas bilheterias. O que parecia evidente é que Schwarzenegger queria deixar a atitude de durão quebra ossos de lado para vender uma imagem mais simpática, como um gigante de músculos bem mais amável e boa praça. Já James Cameron procurava por outro grande sucesso comercial na carreira. Ele nunca escondeu o fato de fazer filmes para as massas, para o grande público. Sempre foi um cineasta especializado em blockbusters e nunca escondeu isso de ninguém.

Com ótimos efeitos especiais “True Lies” contava em seu enredo a estória de Harry Tasker (Arnold Schwarzenegger), um agente secreto do governo americano especializado em terrorismo internacional que esconde sua verdadeira função até mesmo da esposa com quem está casado há vários anos. Ela pensa que o maridão nada mais é do que um vendedor de produtos de informática. A esposa Helen (Jamie Lee Curtis, em caracterização divertida), então decide sair da rotina ao se envolver com alguém mais perigoso e menos banal que seu marido. Assim começa a se sentir atraída por Simon (Bill Paxton), um vendedor de carros que diz ser espião (embora não seja coisa nenhuma!). É na realidade do extremo oposto de seu marido que é um espião de verdade disfarçado de homem comum. Após vários desencontros a entediada esposa termina se envolvendo de verdade em um caso extremamente perigoso de terrorismo cujo alvo principal é justamente o seu esposo. Como se pode perceber “True Lies” mescla uma comédia de costumes com um filme de ação desenfreada. A estranha combinação deu muito certo, por mais estranho que isso possa parecer, e deu a Arnold Schwarzenegger e James Cameron mais um grande sucesso de bilheteria em suas carreiras. Curiosamente o filme nunca teve uma seqüência. Por anos se especulou que o ator se uniria novamente a Cameron para levar a estória adiante mas isso definitivamente nunca aconteceu. Quem sabe um dia venha a acontecer, embora nessa altura do campeonato seja bastante improvável.

True Lies (Idem, Estados Unidos, 1994) Direção: James Cameron / Roteiro: Claude Zidi, Simon Michaël / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jamie Lee Curtis, Tom Arnold, Bill Paxton, Tia Carrere / Sinopse: Agente do governo americano esconde seu trabalho por anos da esposa mas agora terá que revelar tudo uma vez que ela também vira alvo dos bandidos internacionais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Atividade Paranormal 3

Um jovem casal e suas duas pequenas filhas começam a notar alguns barulhos e acontecimentos estranhos na casa onde moram. O marido que trabalha filmando casamentos resolve então colocar seu equipamento para filmar automaticamente a residência durante as madrugadas. Para piorar ainda mais a situação a filha mais jovem afirma ter um amigo imaginário chamado Toby, que conversa e interage com ela todos as noites. As imagens captadas pelas câmeras ao redor da casa irão revelar o que de fato está acontecendo. “Atividade Paranormal 3” é mais um filme da franquia mockumentary mais bem sucedida do cinema atual. Conhecido por alguns como “falso documentário” essa estética procura recriar os registros amadores, ou seja, filmagens caseiras, não profissionais, feitas por pessoas comuns em situações excepcionais. Desde “A Bruxa de Blair” que essa forma de filmar vem ocupando cada vez mais espaço no gênero terror e encontra aqui em “Atividade Paranormal” um ótimo veículo comercial, já que todos os filmes da franquia foram bem sucedidos de bilheteria.

Nesse em particular o enredo é um pouco mais fantasioso do que os demais. Os sustos não são tantos mas a imersão em uma trama que envolve bruxas e magia negra faz uma curiosa ligação com, ora vejam só, o clássico mockumentary definitivo, o já citado “A Bruxa de Blair”. Como os espectadores já estão acostumados essa série exige uma certa dose de paciência pois são muitos os momentos em que ficamos assistindo cenas supostamente gravadas de forma amadora sem que nada de importante aconteça de fato. Mesmo assim há pelo menos dois bons sustos nas cenas do armário e na cozinha com o pano em forma de fantasma. Fora isso nada de muito especial ou digno de nota. Nada de efeitos especiais caprichados ou cenas espetaculares como convém a essa franquia “Atividade Paranormal”. É a tal coisa, caso você gosta do estilo pode assistir sem receios mas se essa não for sua praia não adianta insistir pois é de maneira em geral mais do mesmo.

Atividade Paranormal 3 (Paranormal Activity 3, Estados Unidos, 2011) Direção: Henry Joost, Ariel Schulman / Roteiro: Christopher Landon, Oren Peli / Elenco: Lauren Bittner, Christopher Nicholas Smith / Sinopse: Família é atormentada por estranhos fenômenos paranormais que são atribuídos ao amigo imaginário de um das garotinhas.

Pablo Aluísio.

O Grande Dave

Ah Eddie Murphy! Um dia a festa acaba, a fama se vai e tudo o que sobra é tentar reviver os antigos anos de glória estrelando um filme atrás do outro para que algum dia tudo volte a dar certo. Esse “O Grande Dave” é mais uma tentativa do comediante em voltar ao topo. Após os trabalhos de dublagem nos filmes “Shrek”, Murphy queria voltar à velha forma, estrelando um novo filme em carne e osso. O projeto escolhido foi esse, o que de inicio soou como uma péssima ideia pois um dos maiores desastres de sua carreira, “Pluto Nash”, também tentava combinar comédia com Sci-fi. Ignorando essa má experiência anterior Eddie afirmou ter adorado o enredo fora do comum do projeto e tentou mais uma vez acertar o rumo do sucesso. O resultado? Um filme até que bem realizado tecnicamente mas que não consegue em nenhum momento relembrar os hilariantes filmes do ator nos anos 80. Lembrando até mesmo de filmes da Disney das décadas de 60, esse “Grande Dave” tentava até ser bem original.
   
O que mais prejudica o filme é justamente seu roteiro que não tem muito pé, nem cabeça. Eddie interpreta Dave, que na realidade é apenas uma sofisticada nave espacial comandada por pequenos alienígenas. Todas as funções executadas por Dave são controladas por equipes bem treinadas em seu interior que dão as diretrizes para seus atos. As coisas começam a complicar quando o objetivo passa a ser conquistar uma mulher humana. Se você não viu o filme ainda deve estar se perguntando que loucura de argumento é esse! Pois é, o público também achou esquisito demais e o filme, como não poderia deixar de ser, foi outro fracasso no currículo de Murphy. Ficou óbvio que nem todo mundo comprou a idéia estranha do roteiro, o que é natural pois esse tipo de estoria exige uma certa cumplicidade do espectador (e nem todo mundo tem boa vontade para isso). De uma forma ou outra se você embarcar na onda do filme poderá até mesmo dar uma ou duas boas risadas dessa rara comédia romântica de ficção!

O Grande Dave (Meet Dave, Estados Unidos, 2008) Direção: Brian Robbins / Roteiro: Rob Greenberg, Bill Corbett / Elenco: Eddie Murphy, Elizabeth Banks, Gabrielle Union / Sinopse: Dave (Eddie Murphy) é uma nave espacial em forma de ser humano que tenta se relacionar com outras pessoas. Na realidade todos os seus comandos são determinados por pequeninos alienigenas que trabalham em seu interior.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de julho de 2013

O Dia Em Que a Terra Parou

Com o sucesso espetacular de “Guerra dos Mundos” de Spielberg Hollywood resolveu reciclar mais alguns clássicos da ficção científica da década de 50. A bola da vez acabou sendo “O Dia Em Que a Terra Parou”, um dos mais cultuados filmes daqueles anos. O filme original era uma mensagem pacifista em uma época em que duas potencias nucleares se enfrentavam numa corrida armamentista sem precedentes. Com um roteiro extremamente inteligente ele evidenciava, através de uma estoria de ficção, a situação em que o mundo vivia. Pois bem, nesse remake a sutileza é deixada de lado para mais uma vez se investir pesadamente em toneladas de efeitos digitais enquanto o conteúdo que tornou o primeiro filme um clássico era ignorado sem maiores cerimônias. E onde foi parar a mensagem marcante do filme original? Em lugar nenhum, o novo “O Dia Em Que a Terra Parou” era puro pixel e nada mais. 

O enredo é praticamente o mesmo, pelo menos em sua premissa principal. No Central Park em Nova Iorque uma grande espaçonave pousa suavemente. Dela saem dois tripulantes, um homem e um grande robô gigante. Eles trazem uma mensagem de paz mas antes que consigam transmitir aquilo que desejam são atacados covardemente por membros das forças armadas americanas no local. O gesto de violência gratuita acaba gerando uma série de eventos que se tornam literalmente catastróficos para os seres humanos. Além dos problemas de roteiro esse remake tem outro sério problema: o ator principal, Keanu Reeves, se mostra completamente apático o filme inteiro, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Sua apatia afunda o filme do ponto de vista dramático e a partir daí tudo se resume mesmo a uma série de efeitos digitais sem fim (e sem finalidade nenhuma para deixar bem claro). O resultado comercial foi considerado morno, já que passou muito longe de repetir o sucesso de “Guerra dos Mundos”. Melhor assim, já que de agora em diante os produtores de Hollywood pensarão duas vezes antes de estragar qualquer outro clássico sci-fi dos anos 50.

O Dia Em Que A Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, Estados Unidos, 2008) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: David Scarpa, Ryne Douglas Pearson, Stuart Hazeldine, baseados no conto original escrito por Harry Bates / Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jon Hamm, John Cleese, Jaden Smith, Kyle Chandler / Sinopse: Uma nave especial pousa no Central Park em Nova Iorque. Dentro dois tripulantes vem com uma mensagem de paz e advertência para os rumos que a humanidade está tomando mas viram alvos gratuitos das forças armadas americanas.

Pablo Aluísio.

A Guerra dos Mundos

O original é um dos grandes clássicos do cinema sci-fi americano da década de 50. Esse aqui é o badalado remake que foi realizado com orçamento milionário, tendo no elenco o astro Tom Cruise e na direção o aclamado Steven Spielberg. Curiosamente os produtores optaram por um roteiro bem fiel ao primeiro filme, com algumas mudanças, é óbvio, mas também com uma postura de respeito e veneração pela obra original. O enredo todos conhecemos. De repente o nosso pequeno planeta Terra recebe visitantes nada simpáticos, vindos do universo com o firme propósito de destruir a humanidade e explorar os recursos naturais do nosso ecossistema. A primeira vez que assisti “Guerra dos Mundos” me lembrei de um programa Cosmos em que o excelente Carl Sagan questionava se era realmente uma boa idéia tentar entrar em contato com vida inteligente no universo, caso ela existisse. Isso porque a humanidade poderia virar alvo de uma raça superior do ponto de vista tecnológico.

Pois é justamente isso que temos aqui. Dirigido por Steven Spielberg o filme era a aposta de Cruise para voltar ao topo das maiores bilheterias. O fato é que remakes que ousam mexer com filmes consagrados do passado sempre correm o risco de se darem mal. A crítica torceu o nariz para a produção mas a união de Spielberg, Cruise e efeitos especiais de última geração se mostraram imbatíveis nas bilheterias. O filme se tornou um grande sucesso, chegando quase aos 600 milhões de dólares em faturamento. Mesmo com todo esse êxito comercial a produção ainda não consegue, mesmo nos dias de hoje, agradar aos especialistas no gênero que a consideram megalomaníaca e desprovida de alma. De qualquer forma como puro e simples entretenimento o novo “Guerra dos Mundos” cumpre o que promete. Se no primeiro filme o medo dos visitantes era uma metáfora da guerra fria, agora Spielberg manipula os acontecimentos em favor da mais simplória diversão pipoca. Se é isso que você procura então não deixe de conferir a essa nova visão do antigo clássico de ficção.

A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, Estados Unidos, 2005) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Josh Friedman, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Tim Robbins / Sinopse: O planeta Terra é invadido por terríveis seres espaciais que desejam se apoderar dos recursos naturais do ecossistema, destruindo a humanidade nesse processo.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de julho de 2013

Redenção

Esse é o novo filme do ator Jason Statham. Está sendo lançado com dois títulos diferentes, um no mercado britânico e outro nos Estados Unidos, cujas distribuidoras sempre procuram por um nome mais comercial frente ao público americano. Aqui Jason interpreta Joey Jones, um veterano inglês da guerra do Afeganistão. Após ver seu pelotão ser dizimado por inimigos ele acaba perdendo a razão e sai a esmo no meio de civis afegãos procurando por vingança. Escolhendo ao acaso  suas vitimas ele comete vários crimes de guerra ao executar pessoas inocentes (chegando ao ponto de enforcar um pai de família na frente de seus filhos apenas para saciar seu instinto de retaliação). Após esses fatos lamentáveis ele é desligado das forças armadas e levado a uma corte marcial mas antes que isso aconteça foge, indo morar nas ruas de Londres, vivendo praticamente como um sem-teto, um vagabundo qualquer. Sofrendo de problemas psicológicos ele acaba sendo espancado e na ânsia de fugir encontra um belo apartamento cujo morador ficará em Nova Iorque até o verão.

A partir desse ponto sua vida começa a mudar para melhor. Ele começa a se vestir bem, cuidar de sua aparência e acaba arranjando emprego como motorista de um membro da máfia chinesa em Londres. Também não esquece das pessoas que lhe ajudaram quando estava na sarjeta, entre elas uma freira católica e uma jovem que também era moradora de rua como ele. Quando essa é brutalmente morta ele resolve procurar por seu assassino, o que o traz de volta psicologicamente para seus dias de combate no Afeganistão. Temos aqui um bom filme, realmente acima da média das produções estreladas por Jason Statham. Não se trata apenas de mais um filme de pura ação e pancadaria do ator. De forma surpreendente no roteiro há toda uma preocupação em desenvolver bem os personagens principais.  No geral é um filme que provavelmente agradará tanto aos fãs dos filmes do estilo mais brucutu de Statham quanto dos que querem apenas assistir a uma película com uma boa estória. Se trata de mais um ponto positivo na filmografia de Jason Statham, que vem desempenhando muito bem o papel de legitimo herdeiro dos antigos astros de filmes de ação da década de 80.

Redenção (Redemption /  Hummingbird, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Steven Knight / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Jason Statham, Agata Buzek, Vicky McClure / Sinopse: Joey (Statham) é um veterano de guerra que para fugir da corte marcial vai parar nas ruas de Londres, vivendo como sem-teto. Após ser brutalmente espancado resolve mudar os rumos de sua vida. Entra para a máfia chinesa e procura ajudar uma jovem freira católica em seus atos de caridade com os mais pobres. No fundo ele busca por algum tipo de redenção pelos crimes que cometeu.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sinais

Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir estranhos desenhos em plantações dos EUA e Inglaterra. Eram símbolos ou sinais bem delimitados, feitos com bastante precisão. Na época houve muita especulação sobre as origens de tais sinais e como sempre acontece nesse tipo de situação logo surgiram teorias bem curiosas. Algumas atribuíam essas marcações nas plantações a visitas de civilizações extraterrestres. Hoje em dia sabe-se que a maioria foi realmente feita por fazendeiros com muito tempo livre mas de uma forma ou outra a lenda prosperou e assim entrou dentro da cultura pop. Foi partindo dessa premissa que o cineasta M. Night Shyamalan resolveu explorar de forma bem imaginativa esse curiosos desenhos geométricos. “Sinais” foi realizado em uma época de prestigio e sucesso na carreira do diretor (hoje em dia ele sofre de uma crise criativa sem precedentes como todos sabemos). O enredo mostrava uma típica família americana do interior. Morando em uma pequena fazenda no meio oeste daquele país eles logo descobrem o fenômeno presente em suas próprias plantações.

O chefe da família é o Reverendo Graham Hess (Mel Gibson). Ele passa por uma séria crise de fé após a morte de sua esposa. Ao seu lado moram seus filhos e seu irmão. A rotina pacata da família começa a mudar quando Graham percebe vários desenhos em seu campo de cultivo. Sem maiores explicações ele tenta compreender do que se trata tudo aquilo até o dia em que entende que no fundo os tais desenhos são na verdade mapas de sinalização para localização de naves extraterrestres. Fantasioso demais para você? Achou parecido com filmes de ficção da década de 50? De certa forma sim, M. Night Shyamalan tentou recriar de alguma maneira o charme daquelas antigas produções sci-fi mas com um diferencial: ele também investiu bastante em criar um clima de tensão e medo ao estilo Hitchcock. Outro aspecto positivo é a maneira como o diretor tenta mostrar a suposta invasão alienígena. Ele parte do ponto de vista da família, a forma como seria vista esse tipo de situação sob o olhar de um grupo familiar comum e não de forma estrondosa e espetacular como em filmes como “Independence Day”. Mel Gibson, um ator complicado de se dirigir está bem e o restante do elenco não compromete. Da safra mais bem sucedida de M. Night Shyamalan “Sinais” é certamente um dos mais criativos e imaginativos filmes de sua autoria. Para quem gosta do estilo do cineasta realmente é um prato cheio.

Sinais (Signs, Estados Unidos, 2002) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin / Sinopse: uma típica família do interior dos Estados Unidos é surpreendida por uma iminente invasão extraterrestre.

Pablo Aluísio.

New York, New York

Jimmy Doyle (Robert De Niro) é um saxofonista boêmio que volta da II Guerra Mundial e decide se casar com uma talentosa cantora, Francine Evans (Liza Minnelli), que tem o sonho de virar uma grande estrela de Hollywood. “New York, New York” foi uma curiosa tentativa do diretor Martin Scorsese em dirigir um musical ao velho estilo. Apaixonado por filmes antigos ele tentou, nessa rara incursão pela gênero, renovar e revitalizar os antigos musicais inspirados  nas peças da Broadway. Apesar dos grandes talentos envolvidos não há como negar que se trata de um filme bem abaixo das expectativas. Scorsese não mostra muita intimidade com musicais tornando o filme lento, pesado, muito melodramático para algo que deveria ser leve, divertido, simpático. A escolha de Robert De Niro também se mostra um equivoco já que ele definitivamente não leva jeito para a coisa, demonstrando em vários momentos que não tem qualquer familiaridade com o instrumento musical que finge tocar o filme inteiro.

Assim com tantos marinheiros de primeira viagem em filmes musicais sobra para Liza Minnelli a complicada tarefa de salvar musicalmente o filme, coisa que faz com raro brilhantismo. Não é de se estranhar já que Liza é um talento nato, que descende de uma linhagem de grandes cantoras. Ela se destaca pois tem talento musical para dar e emprestar ao resto do elenco. Apesar disso o filme não foi bem nem de bilheteria e nem de critica, que não comprou a idéia de Scorsese. Anos depois De Niro reconheceu os problemas do filme afirmando que já sabia que não daria certo pois Scorsese não tinha experiência com esse tipo de produção. Assim “New York, New York” foi sendo gradualmente esquecido até que Frank Sinatra resolveu resgatar a canção tema do filme, a transformando em um de seus maiores sucessos na carreira. Uma canção que virou símbolo da cidade de Nova Iorque sendo sempre lembrada em inúmeros filmes e comerciais até os dias de hoje. Um ícone cultural representativo de uma das maiores metrópoles do mundo.

New York, New York (New York, New York, Estados Unidos, 1977) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Earl Mac Rauch, Mardik Martin / Elenco: Liza Minnelli, Robert De Niro, Lionel Stander / Sinopse: O filme narra as duras lutas de um casal de artistas em Nova Iorque após o fim da segunda guerra mundial.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Blue Bloods

Séries policiais sempre estiveram no ar na TV americana. É uma tradição que vem de décadas. A explicação é fácil de entender. Casos policiais podem ser renovados a cada episódio em um ciclo interminável de enredos explorando novos crimes todas as semanas. Esse “Blue Bloods” estreou em 2010 no canal CBS e desde então tem sido um dos campeões de audiência por lá, sendo exibida em horário nobre. O elenco é liderado pelo ator Tom Selleck. Para quem é muito jovem é bom saber que ele estrelou uma das séries mais populares da TV americana, “Magnum”, onde interpretava um detetive no Havaí. Fez tanto sucesso que chegou a ser exibida por anos a fio pela Rede Globo em nosso país. Aqui Selleck volta ao mundo da telinha após passar uma temporada tentando emplacar uma carreira no cinema (que não resultou em nada muito memorável).

O enredo mostra uma família de policiais de Nova Iorque. São três gerações de tiras, desde o avô Reagan, até seu filho, Frank Reagan (Tom Selleck), atual comissário do NYPD (Departamento de Polícia de Nova Iorque). Na trama ele tem três filhos: Danny Reagan (Donnie Wahlberg), um detetive linha durão e brigão que ganha a vida descobrindo e resolvendo casos pelas ruas da grande cidade; Erin Reagan-Boyle (Bridget Moynahan), uma promotora de justiça que tem uma filha adolescente e finalmente seu irmão mais jovem, Jamie Reagan (Will Estes), que resolve largar uma tradicional universidade de direito para ser um policial de rua tal como seu pai e seu avô. Os episódios focam no dia a dia desses policiais, ora se concentrado em Selleck, ora se concentrado em seus filhos. “Blue Bloods” já está chegando em 70 episódios e segue em frente, sem sinal de cancelamento. Como se trata de um dos carros chefes de audiência da CBS não vemos aqui nada de muito ousado ou desafiador em termos de roteiro ou argumento mas mesmo assim se trata de uma boa série que vale a pena ser acompanhada.

Blue Bloods (Idem, Estados Unidos, 2010 - 2013) Criado por Mitchell Burgess, Robin Green / Elenco: Tom Selleck, Donnie Wahlberg, Bridget Moynahan, Will Estes / Sinopse: A série acompanha a saga de uma família de policiais de Nova Iorque. Exibido nos EUA no canal CBS.

Pablo Aluísio.

O Guarda-Costas

Um dos maiores sucessos da carreira de Kevin Costner também foi um dos mais fracos momentos de sua filmografia. “O Guarda-Costas” tinha um roteiro dos mais clichês, com Costner em um papel sem maior importância, servindo basicamente de escada para a cantora e estrela Whitney Houston. Aliás o estrelismo dela provavelmente seja a única razão para a existência desse filme sem grandes atrativos. Ela interpreta Rachel Marron, uma grande diva da música e do cinema (olhem só que falta de originalidade!) que começa a ser ameaçada por diversas cartas anônimas. Preocupada com sua segurança um ex-agente do serviço secreto, especializado em proteção de autoridades, Frank Farmer  (Kevin Costner), é contratado para manter a artista a salvo de possíveis atentados à sua vida. Não demora muito para que ambos comecem a sentir uma irresistível atração mútua. Frank porém resiste ao possível enlace romântico já que tem outros objetivos a alcançar.

“O Guarda-Costas” fez um grande sucesso de bilheteria apesar de suas falhas de roteiro, atuação (Whitney Houston não era de fato uma boa atriz) e principalmente direção (o diretor Mick Jackson parece negligente com o filme, do começo ao fim). Mesmo com tudo isso contra caiu no gosto popular. Mas afinal qual foi o segredo de seu grande êxito comercial? Muito simples, o filme foi salvo pela musicalidade de Whitney Houston que emplacou um grande hit na época, "I Will Always Love You", canção que transformou a trilha sonora em um recordista de vendas, com 10 milhões de cópias vendidas apenas no mercado americano. A canção ficou por 14 semanas em primeiro lugar na Billboard e obviamente ajudou a promover o filme para o grande público. As demais canções da trilha sonora também alcançaram boa repercussão nas paradas, principalmente "I'm Every Woman" e "I Have Nothing". Como se vê musicalmente temos algumas canções que marcaram época.  Já do ponto de vista exclusivamente cinematográfico não há como negar, é realmente um filme fraco que deixa bastante a desejar em vários aspectos.

O Guarda-Costas (The Bodyguard, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Jackson / Roteiro: Lawrence Kasdan / Elenco: Kevin Costner, Whitney Houston, Gary Kemp / Sinopse: Atriz e cantora famosa se apaixona por seu Guarda-Costas, que é contratado para lhe proteger de várias ameças enviadas a ela através de cartas anônimas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Superman – O Homem de Aço

Na iminência do fim de seu planeta o cientista e político Jor-El (Russell Crowe) decide tirar seu filho antes da destruição completa de Krypton. Direcionado para a distante Terra, o pequeno Kal-El atravessa o universo em direção a uma nova vida. Enquanto isso Krypton vive seus últimos e turbulentos dias. O violento General Zod (Michael Shannon) decide dar um golpe militar pois acredita que o sistema político de seu planeta é ultrapassado e ineficiente. Descoberto, logo é capturado e enviado para a zona fantasma onde espera-se que cumpra sua pena pela eternidade. Na terra o pequenino Kal-El é adotado pelo casal Kent, dois fazendeiros pacatos do agrícola estado americano do Kansas. Dotado de grandes poderes pela proximidade com o nosso sol ele cresce tendo que esconder sua verdadeira natureza ao mesmo tempo em que tenta se adaptar à sociedade humana e seus valores. Vivendo de empregos temporários e sem muita importância ele começa a vagar pelo país até descobrir finalmente o seu verdadeiro destino. Após finalmente entender quem é ele terá que enfrentar os antigos inimigos de seu pai, agora em direção ao planeta Terra com o objetivo de destruir a raça humana e recriar a sociedade de Krypton em nosso planeta. Depois de muitas expectativas chega finalmente aos cinemas o novo filme do Superman. Ao contrário do anterior, “Superman – O Retorno” que tentava criar um vinculo com a quadrilogia dos filmes com Christopher Reeve, esse aqui parte novamente do zero, recontando mais uma vez as origens do herói. Se formos comparar os filmes originais com esse novo vamos perceber que na realidade temos aqui a fusão dos roteiros de “Superman 1” e “Superman 2” em uma única produção. A estória é praticamente a mesma, sem tirar nem colocar muitas coisas, o que de certa forma vai decepcionar muita gente.

Esse novo filme também tem outros problemas: o enredo não é satisfatoriamente desenvolvido, o próprio Clark Kent é pouco trabalhado, surgindo do nada, sem mostrar qualquer traço mais marcante de personalidade. O ator que o interpreta, Henry Cavill, também deixa a desejar e só consegue criar saudades de Christopher Reeve. A direção de arte é pesada, escura, sombria, o que não condiz com esse personagem (afinal ele não é o Batman!). O próprio uniforme do herói é azul escuro, feio, com cores em tonalidades obscuras demais, dando a impressão que os produtores tiveram vergonha da roupa original do Superman. Para piorar o bom mocismo que marca tanto esse personagem também foi deixado em segundo plano. O Clark Kent desse filme é um sujeito barbudo, mal encarado, mais parecendo um trabalhador braçal qualquer do que o famoso patriota e conservador Kent. Em suma, o filme falha bastante, inclusive criando coisas sem muito sentido (por exemplo, os kryptonianos nascem debaixo da água, em casulos!) e outras bobagens que vão surgindo ao longo do filme. Para piorar a metade do filme é pura pancadaria, quando Superman finalmente enfrenta o general Zod e sua trupe. A rapidez das cenas de luta e destruição nos dá a incômoda sensação de estar assistindo a um vídeo game e não a um bom filme. Enfim, não foi dessa vez que conseguiram realizar um filme melhor do que aqueles que assistimos na década de 70. O Superman está de volta mas sem o bom e velho carisma de antes.

Superman - O Homem de Aço (Man of Steel, Estados Unidos, 2013) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan, baseados nos personagens criados por Jerry Siegel & Joe Shuster / Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne / Sinopse: O filme narra as origens do super-herói Superman.

Pablo Aluísio.