segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Grande Dave

Ah Eddie Murphy! Um dia a festa acaba, a fama se vai e tudo o que sobra é tentar reviver os antigos anos de glória estrelando um filme atrás do outro para que algum dia tudo volte a dar certo. Esse “O Grande Dave” é mais uma tentativa do comediante em voltar ao topo. Após os trabalhos de dublagem nos filmes “Shrek”, Murphy queria voltar à velha forma, estrelando um novo filme em carne e osso. O projeto escolhido foi esse, o que de inicio soou como uma péssima ideia pois um dos maiores desastres de sua carreira, “Pluto Nash”, também tentava combinar comédia com Sci-fi. Ignorando essa má experiência anterior Eddie afirmou ter adorado o enredo fora do comum do projeto e tentou mais uma vez acertar o rumo do sucesso. O resultado? Um filme até que bem realizado tecnicamente mas que não consegue em nenhum momento relembrar os hilariantes filmes do ator nos anos 80. Lembrando até mesmo de filmes da Disney das décadas de 60, esse “Grande Dave” tentava até ser bem original.
   
O que mais prejudica o filme é justamente seu roteiro que não tem muito pé, nem cabeça. Eddie interpreta Dave, que na realidade é apenas uma sofisticada nave espacial comandada por pequenos alienígenas. Todas as funções executadas por Dave são controladas por equipes bem treinadas em seu interior que dão as diretrizes para seus atos. As coisas começam a complicar quando o objetivo passa a ser conquistar uma mulher humana. Se você não viu o filme ainda deve estar se perguntando que loucura de argumento é esse! Pois é, o público também achou esquisito demais e o filme, como não poderia deixar de ser, foi outro fracasso no currículo de Murphy. Ficou óbvio que nem todo mundo comprou a idéia estranha do roteiro, o que é natural pois esse tipo de estoria exige uma certa cumplicidade do espectador (e nem todo mundo tem boa vontade para isso). De uma forma ou outra se você embarcar na onda do filme poderá até mesmo dar uma ou duas boas risadas dessa rara comédia romântica de ficção!

O Grande Dave (Meet Dave, Estados Unidos, 2008) Direção: Brian Robbins / Roteiro: Rob Greenberg, Bill Corbett / Elenco: Eddie Murphy, Elizabeth Banks, Gabrielle Union / Sinopse: Dave (Eddie Murphy) é uma nave espacial em forma de ser humano que tenta se relacionar com outras pessoas. Na realidade todos os seus comandos são determinados por pequeninos alienigenas que trabalham em seu interior.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de julho de 2013

O Dia Em Que a Terra Parou

Com o sucesso espetacular de “Guerra dos Mundos” de Spielberg Hollywood resolveu reciclar mais alguns clássicos da ficção científica da década de 50. A bola da vez acabou sendo “O Dia Em Que a Terra Parou”, um dos mais cultuados filmes daqueles anos. O filme original era uma mensagem pacifista em uma época em que duas potencias nucleares se enfrentavam numa corrida armamentista sem precedentes. Com um roteiro extremamente inteligente ele evidenciava, através de uma estoria de ficção, a situação em que o mundo vivia. Pois bem, nesse remake a sutileza é deixada de lado para mais uma vez se investir pesadamente em toneladas de efeitos digitais enquanto o conteúdo que tornou o primeiro filme um clássico era ignorado sem maiores cerimônias. E onde foi parar a mensagem marcante do filme original? Em lugar nenhum, o novo “O Dia Em Que a Terra Parou” era puro pixel e nada mais. 

O enredo é praticamente o mesmo, pelo menos em sua premissa principal. No Central Park em Nova Iorque uma grande espaçonave pousa suavemente. Dela saem dois tripulantes, um homem e um grande robô gigante. Eles trazem uma mensagem de paz mas antes que consigam transmitir aquilo que desejam são atacados covardemente por membros das forças armadas americanas no local. O gesto de violência gratuita acaba gerando uma série de eventos que se tornam literalmente catastróficos para os seres humanos. Além dos problemas de roteiro esse remake tem outro sério problema: o ator principal, Keanu Reeves, se mostra completamente apático o filme inteiro, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Sua apatia afunda o filme do ponto de vista dramático e a partir daí tudo se resume mesmo a uma série de efeitos digitais sem fim (e sem finalidade nenhuma para deixar bem claro). O resultado comercial foi considerado morno, já que passou muito longe de repetir o sucesso de “Guerra dos Mundos”. Melhor assim, já que de agora em diante os produtores de Hollywood pensarão duas vezes antes de estragar qualquer outro clássico sci-fi dos anos 50.

O Dia Em Que A Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, Estados Unidos, 2008) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: David Scarpa, Ryne Douglas Pearson, Stuart Hazeldine, baseados no conto original escrito por Harry Bates / Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jon Hamm, John Cleese, Jaden Smith, Kyle Chandler / Sinopse: Uma nave especial pousa no Central Park em Nova Iorque. Dentro dois tripulantes vem com uma mensagem de paz e advertência para os rumos que a humanidade está tomando mas viram alvos gratuitos das forças armadas americanas.

Pablo Aluísio.

A Guerra dos Mundos

O original é um dos grandes clássicos do cinema sci-fi americano da década de 50. Esse aqui é o badalado remake que foi realizado com orçamento milionário, tendo no elenco o astro Tom Cruise e na direção o aclamado Steven Spielberg. Curiosamente os produtores optaram por um roteiro bem fiel ao primeiro filme, com algumas mudanças, é óbvio, mas também com uma postura de respeito e veneração pela obra original. O enredo todos conhecemos. De repente o nosso pequeno planeta Terra recebe visitantes nada simpáticos, vindos do universo com o firme propósito de destruir a humanidade e explorar os recursos naturais do nosso ecossistema. A primeira vez que assisti “Guerra dos Mundos” me lembrei de um programa Cosmos em que o excelente Carl Sagan questionava se era realmente uma boa idéia tentar entrar em contato com vida inteligente no universo, caso ela existisse. Isso porque a humanidade poderia virar alvo de uma raça superior do ponto de vista tecnológico.

Pois é justamente isso que temos aqui. Dirigido por Steven Spielberg o filme era a aposta de Cruise para voltar ao topo das maiores bilheterias. O fato é que remakes que ousam mexer com filmes consagrados do passado sempre correm o risco de se darem mal. A crítica torceu o nariz para a produção mas a união de Spielberg, Cruise e efeitos especiais de última geração se mostraram imbatíveis nas bilheterias. O filme se tornou um grande sucesso, chegando quase aos 600 milhões de dólares em faturamento. Mesmo com todo esse êxito comercial a produção ainda não consegue, mesmo nos dias de hoje, agradar aos especialistas no gênero que a consideram megalomaníaca e desprovida de alma. De qualquer forma como puro e simples entretenimento o novo “Guerra dos Mundos” cumpre o que promete. Se no primeiro filme o medo dos visitantes era uma metáfora da guerra fria, agora Spielberg manipula os acontecimentos em favor da mais simplória diversão pipoca. Se é isso que você procura então não deixe de conferir a essa nova visão do antigo clássico de ficção.

A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, Estados Unidos, 2005) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Josh Friedman, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Tim Robbins / Sinopse: O planeta Terra é invadido por terríveis seres espaciais que desejam se apoderar dos recursos naturais do ecossistema, destruindo a humanidade nesse processo.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de julho de 2013

Redenção

Esse é o novo filme do ator Jason Statham. Está sendo lançado com dois títulos diferentes, um no mercado britânico e outro nos Estados Unidos, cujas distribuidoras sempre procuram por um nome mais comercial frente ao público americano. Aqui Jason interpreta Joey Jones, um veterano inglês da guerra do Afeganistão. Após ver seu pelotão ser dizimado por inimigos ele acaba perdendo a razão e sai a esmo no meio de civis afegãos procurando por vingança. Escolhendo ao acaso  suas vitimas ele comete vários crimes de guerra ao executar pessoas inocentes (chegando ao ponto de enforcar um pai de família na frente de seus filhos apenas para saciar seu instinto de retaliação). Após esses fatos lamentáveis ele é desligado das forças armadas e levado a uma corte marcial mas antes que isso aconteça foge, indo morar nas ruas de Londres, vivendo praticamente como um sem-teto, um vagabundo qualquer. Sofrendo de problemas psicológicos ele acaba sendo espancado e na ânsia de fugir encontra um belo apartamento cujo morador ficará em Nova Iorque até o verão.

A partir desse ponto sua vida começa a mudar para melhor. Ele começa a se vestir bem, cuidar de sua aparência e acaba arranjando emprego como motorista de um membro da máfia chinesa em Londres. Também não esquece das pessoas que lhe ajudaram quando estava na sarjeta, entre elas uma freira católica e uma jovem que também era moradora de rua como ele. Quando essa é brutalmente morta ele resolve procurar por seu assassino, o que o traz de volta psicologicamente para seus dias de combate no Afeganistão. Temos aqui um bom filme, realmente acima da média das produções estreladas por Jason Statham. Não se trata apenas de mais um filme de pura ação e pancadaria do ator. De forma surpreendente no roteiro há toda uma preocupação em desenvolver bem os personagens principais.  No geral é um filme que provavelmente agradará tanto aos fãs dos filmes do estilo mais brucutu de Statham quanto dos que querem apenas assistir a uma película com uma boa estória. Se trata de mais um ponto positivo na filmografia de Jason Statham, que vem desempenhando muito bem o papel de legitimo herdeiro dos antigos astros de filmes de ação da década de 80.

Redenção (Redemption /  Hummingbird, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Steven Knight / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Jason Statham, Agata Buzek, Vicky McClure / Sinopse: Joey (Statham) é um veterano de guerra que para fugir da corte marcial vai parar nas ruas de Londres, vivendo como sem-teto. Após ser brutalmente espancado resolve mudar os rumos de sua vida. Entra para a máfia chinesa e procura ajudar uma jovem freira católica em seus atos de caridade com os mais pobres. No fundo ele busca por algum tipo de redenção pelos crimes que cometeu.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sinais

Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir estranhos desenhos em plantações dos EUA e Inglaterra. Eram símbolos ou sinais bem delimitados, feitos com bastante precisão. Na época houve muita especulação sobre as origens de tais sinais e como sempre acontece nesse tipo de situação logo surgiram teorias bem curiosas. Algumas atribuíam essas marcações nas plantações a visitas de civilizações extraterrestres. Hoje em dia sabe-se que a maioria foi realmente feita por fazendeiros com muito tempo livre mas de uma forma ou outra a lenda prosperou e assim entrou dentro da cultura pop. Foi partindo dessa premissa que o cineasta M. Night Shyamalan resolveu explorar de forma bem imaginativa esse curiosos desenhos geométricos. “Sinais” foi realizado em uma época de prestigio e sucesso na carreira do diretor (hoje em dia ele sofre de uma crise criativa sem precedentes como todos sabemos). O enredo mostrava uma típica família americana do interior. Morando em uma pequena fazenda no meio oeste daquele país eles logo descobrem o fenômeno presente em suas próprias plantações.

O chefe da família é o Reverendo Graham Hess (Mel Gibson). Ele passa por uma séria crise de fé após a morte de sua esposa. Ao seu lado moram seus filhos e seu irmão. A rotina pacata da família começa a mudar quando Graham percebe vários desenhos em seu campo de cultivo. Sem maiores explicações ele tenta compreender do que se trata tudo aquilo até o dia em que entende que no fundo os tais desenhos são na verdade mapas de sinalização para localização de naves extraterrestres. Fantasioso demais para você? Achou parecido com filmes de ficção da década de 50? De certa forma sim, M. Night Shyamalan tentou recriar de alguma maneira o charme daquelas antigas produções sci-fi mas com um diferencial: ele também investiu bastante em criar um clima de tensão e medo ao estilo Hitchcock. Outro aspecto positivo é a maneira como o diretor tenta mostrar a suposta invasão alienígena. Ele parte do ponto de vista da família, a forma como seria vista esse tipo de situação sob o olhar de um grupo familiar comum e não de forma estrondosa e espetacular como em filmes como “Independence Day”. Mel Gibson, um ator complicado de se dirigir está bem e o restante do elenco não compromete. Da safra mais bem sucedida de M. Night Shyamalan “Sinais” é certamente um dos mais criativos e imaginativos filmes de sua autoria. Para quem gosta do estilo do cineasta realmente é um prato cheio.

Sinais (Signs, Estados Unidos, 2002) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin / Sinopse: uma típica família do interior dos Estados Unidos é surpreendida por uma iminente invasão extraterrestre.

Pablo Aluísio.

New York, New York

Jimmy Doyle (Robert De Niro) é um saxofonista boêmio que volta da II Guerra Mundial e decide se casar com uma talentosa cantora, Francine Evans (Liza Minnelli), que tem o sonho de virar uma grande estrela de Hollywood. “New York, New York” foi uma curiosa tentativa do diretor Martin Scorsese em dirigir um musical ao velho estilo. Apaixonado por filmes antigos ele tentou, nessa rara incursão pela gênero, renovar e revitalizar os antigos musicais inspirados  nas peças da Broadway. Apesar dos grandes talentos envolvidos não há como negar que se trata de um filme bem abaixo das expectativas. Scorsese não mostra muita intimidade com musicais tornando o filme lento, pesado, muito melodramático para algo que deveria ser leve, divertido, simpático. A escolha de Robert De Niro também se mostra um equivoco já que ele definitivamente não leva jeito para a coisa, demonstrando em vários momentos que não tem qualquer familiaridade com o instrumento musical que finge tocar o filme inteiro.

Assim com tantos marinheiros de primeira viagem em filmes musicais sobra para Liza Minnelli a complicada tarefa de salvar musicalmente o filme, coisa que faz com raro brilhantismo. Não é de se estranhar já que Liza é um talento nato, que descende de uma linhagem de grandes cantoras. Ela se destaca pois tem talento musical para dar e emprestar ao resto do elenco. Apesar disso o filme não foi bem nem de bilheteria e nem de critica, que não comprou a idéia de Scorsese. Anos depois De Niro reconheceu os problemas do filme afirmando que já sabia que não daria certo pois Scorsese não tinha experiência com esse tipo de produção. Assim “New York, New York” foi sendo gradualmente esquecido até que Frank Sinatra resolveu resgatar a canção tema do filme, a transformando em um de seus maiores sucessos na carreira. Uma canção que virou símbolo da cidade de Nova Iorque sendo sempre lembrada em inúmeros filmes e comerciais até os dias de hoje. Um ícone cultural representativo de uma das maiores metrópoles do mundo.

New York, New York (New York, New York, Estados Unidos, 1977) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Earl Mac Rauch, Mardik Martin / Elenco: Liza Minnelli, Robert De Niro, Lionel Stander / Sinopse: O filme narra as duras lutas de um casal de artistas em Nova Iorque após o fim da segunda guerra mundial.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Blue Bloods

Séries policiais sempre estiveram no ar na TV americana. É uma tradição que vem de décadas. A explicação é fácil de entender. Casos policiais podem ser renovados a cada episódio em um ciclo interminável de enredos explorando novos crimes todas as semanas. Esse “Blue Bloods” estreou em 2010 no canal CBS e desde então tem sido um dos campeões de audiência por lá, sendo exibida em horário nobre. O elenco é liderado pelo ator Tom Selleck. Para quem é muito jovem é bom saber que ele estrelou uma das séries mais populares da TV americana, “Magnum”, onde interpretava um detetive no Havaí. Fez tanto sucesso que chegou a ser exibida por anos a fio pela Rede Globo em nosso país. Aqui Selleck volta ao mundo da telinha após passar uma temporada tentando emplacar uma carreira no cinema (que não resultou em nada muito memorável).

O enredo mostra uma família de policiais de Nova Iorque. São três gerações de tiras, desde o avô Reagan, até seu filho, Frank Reagan (Tom Selleck), atual comissário do NYPD (Departamento de Polícia de Nova Iorque). Na trama ele tem três filhos: Danny Reagan (Donnie Wahlberg), um detetive linha durão e brigão que ganha a vida descobrindo e resolvendo casos pelas ruas da grande cidade; Erin Reagan-Boyle (Bridget Moynahan), uma promotora de justiça que tem uma filha adolescente e finalmente seu irmão mais jovem, Jamie Reagan (Will Estes), que resolve largar uma tradicional universidade de direito para ser um policial de rua tal como seu pai e seu avô. Os episódios focam no dia a dia desses policiais, ora se concentrado em Selleck, ora se concentrado em seus filhos. “Blue Bloods” já está chegando em 70 episódios e segue em frente, sem sinal de cancelamento. Como se trata de um dos carros chefes de audiência da CBS não vemos aqui nada de muito ousado ou desafiador em termos de roteiro ou argumento mas mesmo assim se trata de uma boa série que vale a pena ser acompanhada.

Blue Bloods (Idem, Estados Unidos, 2010 - 2013) Criado por Mitchell Burgess, Robin Green / Elenco: Tom Selleck, Donnie Wahlberg, Bridget Moynahan, Will Estes / Sinopse: A série acompanha a saga de uma família de policiais de Nova Iorque. Exibido nos EUA no canal CBS.

Pablo Aluísio.

O Guarda-Costas

Um dos maiores sucessos da carreira de Kevin Costner também foi um dos mais fracos momentos de sua filmografia. “O Guarda-Costas” tinha um roteiro dos mais clichês, com Costner em um papel sem maior importância, servindo basicamente de escada para a cantora e estrela Whitney Houston. Aliás o estrelismo dela provavelmente seja a única razão para a existência desse filme sem grandes atrativos. Ela interpreta Rachel Marron, uma grande diva da música e do cinema (olhem só que falta de originalidade!) que começa a ser ameaçada por diversas cartas anônimas. Preocupada com sua segurança um ex-agente do serviço secreto, especializado em proteção de autoridades, Frank Farmer  (Kevin Costner), é contratado para manter a artista a salvo de possíveis atentados à sua vida. Não demora muito para que ambos comecem a sentir uma irresistível atração mútua. Frank porém resiste ao possível enlace romântico já que tem outros objetivos a alcançar.

“O Guarda-Costas” fez um grande sucesso de bilheteria apesar de suas falhas de roteiro, atuação (Whitney Houston não era de fato uma boa atriz) e principalmente direção (o diretor Mick Jackson parece negligente com o filme, do começo ao fim). Mesmo com tudo isso contra caiu no gosto popular. Mas afinal qual foi o segredo de seu grande êxito comercial? Muito simples, o filme foi salvo pela musicalidade de Whitney Houston que emplacou um grande hit na época, "I Will Always Love You", canção que transformou a trilha sonora em um recordista de vendas, com 10 milhões de cópias vendidas apenas no mercado americano. A canção ficou por 14 semanas em primeiro lugar na Billboard e obviamente ajudou a promover o filme para o grande público. As demais canções da trilha sonora também alcançaram boa repercussão nas paradas, principalmente "I'm Every Woman" e "I Have Nothing". Como se vê musicalmente temos algumas canções que marcaram época.  Já do ponto de vista exclusivamente cinematográfico não há como negar, é realmente um filme fraco que deixa bastante a desejar em vários aspectos.

O Guarda-Costas (The Bodyguard, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Jackson / Roteiro: Lawrence Kasdan / Elenco: Kevin Costner, Whitney Houston, Gary Kemp / Sinopse: Atriz e cantora famosa se apaixona por seu Guarda-Costas, que é contratado para lhe proteger de várias ameças enviadas a ela através de cartas anônimas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Superman – O Homem de Aço

Na iminência do fim de seu planeta o cientista e político Jor-El (Russell Crowe) decide tirar seu filho antes da destruição completa de Krypton. Direcionado para a distante Terra, o pequeno Kal-El atravessa o universo em direção a uma nova vida. Enquanto isso Krypton vive seus últimos e turbulentos dias. O violento General Zod (Michael Shannon) decide dar um golpe militar pois acredita que o sistema político de seu planeta é ultrapassado e ineficiente. Descoberto, logo é capturado e enviado para a zona fantasma onde espera-se que cumpra sua pena pela eternidade. Na terra o pequenino Kal-El é adotado pelo casal Kent, dois fazendeiros pacatos do agrícola estado americano do Kansas. Dotado de grandes poderes pela proximidade com o nosso sol ele cresce tendo que esconder sua verdadeira natureza ao mesmo tempo em que tenta se adaptar à sociedade humana e seus valores. Vivendo de empregos temporários e sem muita importância ele começa a vagar pelo país até descobrir finalmente o seu verdadeiro destino. Após finalmente entender quem é ele terá que enfrentar os antigos inimigos de seu pai, agora em direção ao planeta Terra com o objetivo de destruir a raça humana e recriar a sociedade de Krypton em nosso planeta. Depois de muitas expectativas chega finalmente aos cinemas o novo filme do Superman. Ao contrário do anterior, “Superman – O Retorno” que tentava criar um vinculo com a quadrilogia dos filmes com Christopher Reeve, esse aqui parte novamente do zero, recontando mais uma vez as origens do herói. Se formos comparar os filmes originais com esse novo vamos perceber que na realidade temos aqui a fusão dos roteiros de “Superman 1” e “Superman 2” em uma única produção. A estória é praticamente a mesma, sem tirar nem colocar muitas coisas, o que de certa forma vai decepcionar muita gente.

Esse novo filme também tem outros problemas: o enredo não é satisfatoriamente desenvolvido, o próprio Clark Kent é pouco trabalhado, surgindo do nada, sem mostrar qualquer traço mais marcante de personalidade. O ator que o interpreta, Henry Cavill, também deixa a desejar e só consegue criar saudades de Christopher Reeve. A direção de arte é pesada, escura, sombria, o que não condiz com esse personagem (afinal ele não é o Batman!). O próprio uniforme do herói é azul escuro, feio, com cores em tonalidades obscuras demais, dando a impressão que os produtores tiveram vergonha da roupa original do Superman. Para piorar o bom mocismo que marca tanto esse personagem também foi deixado em segundo plano. O Clark Kent desse filme é um sujeito barbudo, mal encarado, mais parecendo um trabalhador braçal qualquer do que o famoso patriota e conservador Kent. Em suma, o filme falha bastante, inclusive criando coisas sem muito sentido (por exemplo, os kryptonianos nascem debaixo da água, em casulos!) e outras bobagens que vão surgindo ao longo do filme. Para piorar a metade do filme é pura pancadaria, quando Superman finalmente enfrenta o general Zod e sua trupe. A rapidez das cenas de luta e destruição nos dá a incômoda sensação de estar assistindo a um vídeo game e não a um bom filme. Enfim, não foi dessa vez que conseguiram realizar um filme melhor do que aqueles que assistimos na década de 70. O Superman está de volta mas sem o bom e velho carisma de antes.

Superman - O Homem de Aço (Man of Steel, Estados Unidos, 2013) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan, baseados nos personagens criados por Jerry Siegel & Joe Shuster / Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne / Sinopse: O filme narra as origens do super-herói Superman.

Pablo Aluísio.

O Demolidor

Na época de vacas magras da carreira de Stallone, os anos 90, ele tentou se voltar para os filmes de ação ambientados no futuro. Certamente estava de olho nos sucessos de bilheteria do rival Arnold Schwarzenegger, que sempre se deu muito bem nesse universo. Além de Sly o filme ainda trazia em seu elenco duas outras estrelas em ascensão: a simpática Sandra Bullock, para atuar nas cenas de alivio cômico e Wesley Snipes como o vilão da estória, um perigoso criminoso do século XX que é trazido de volta à vida depois de muitos anos. O mundo em que ele retorna é bem diferente daquele em que viveu, pois a criminalidade praticamente desapareceu e os policiais do futuro não têm muita coisa importante a fazer por causa disso. A trama é levemente baseada no famoso livro “Brave New World” de autoria de Aldous Huxley mas não espere nada de muito profundo ou marcante, já que “O Demolidor” é um filme de muita ação e não pretende ser mais do que isso.

Em termos de boas cenas de pancadaria e pirotecnia até que o filme se sai bem. O problema é que as piadinhas de certa forma minam o resultado final. Se “O Demolidor” tivesse adotado um tom mais sério e focado, principalmente investindo melhor no duelo dos dois principais personagens o filme teria sido bem melhor recebido pelo público e pela critica. Do jeito que está agradou apenas parcialmente o público de Stallone e em contrapartida não conseguiu trazer, por exemplo, as fãs de Sandra Bullock para as filas nas bilheterias dos cinemas. Por falar em Sandra Bullock ela recebeu mais uma de suas inúmeras indicações ao Framboesa de Ouro de pior atriz. De fato ela parece bem fora de seu ambiente nesse filme, mostrando que sua personagem, uma policial do futuro, não faz a menor falta na trama principal. Na época recordo que “O Demolidor” funcionava muito melhor no mercado de vídeo, algo que se repete atualmente. Visto como um programa descontraído e descompromissado o filme funciona razoavelmente bem. Não leve muito à sério e se divirta.

O Demolidor (Demolition Man, Estados Unidos,1993) Direção: Marco Brambilla / Roteiro:  Peter M. Lenkov, Robert Reneau / Elenco: Sylvester Stallone, Wesley Snipes, Sandra Bullock / Sinopse: No futuro um perigoso criminoso do passado é trazido de volta à vida causando muitos problemas para as forças policiais daquela época.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Star Trek – Além da Escuridão

Após violar uma das regras mais importantes da federação (aquela que determina que nenhuma expedição pode influir no destino e desenvolvimento natural das civilizações de outros planetas) o jovem Capitão Kirk (Chris Pine) acaba sendo punido pela frota estelar. Ele perde o comando da Enterprise e é removido para outra nave, ocupando dessa vez o posto de primeiro oficial. Quando tudo parecia perdido, uma reviravolta do destino muda os rumos de sua carreira novamente. Um ex-capitão da frota se rebela e se torna um terrorista e uma ameaça, atacando outras naves, criando problemas diplomáticos com os Klingons e o mais ousado de tudo: promovendo ataques na própria sede da frota estelar em San Francisco. Após um atentado que quase mata a todos o comandante geral Marcus (Peter Weller) resolve reabilitar Kirk para que esse vá até um ponto remoto do universo em busca do rebelde. Ao lado de Spock (Zachary Quinto) e toda a sua tripulação a Enterprise então parte para os confins da galáxia para colocar as mãos no insurgente, ao mesmo tempo em que tenta não despertar uma nova guerra interplanetária pois estará em território dominado pelo Império Klingon. Para sua surpresa o que parecia ser uma missão simples, de busca e prisão, acaba se revelando muito mais e Kirk se vê no meio de uma rede complexa de conspirações envolvendo a alta cúpula da Frota Estelar.

“Star Trek – Além da Escuridão” é o novo filme da franquia Jornada nas Estrelas a chegar nos cinemas. Falar sobre esse universo Star Trek é complicado e até desnecessário tamanha a sua importância dentro da cultura pop. São inúmeros os filmes, as séries, os livros, a influência e as demais vertentes dessa maravilhosa saga que nasceu na TV nos anos 60 e depois invadiu os cinemas, os quadrinhos e tudo mais a que tinha direito. A boa notícia para os fãs é que desde a retomada da franquia nos cinemas não há maiores sobressaltos. O cineasta J.J. Abrams se mostra muito preciso e talentoso ao lidar com a mitologia. Ele já tinha mostrado muito domínio em seu primeiro filme e repete o êxito aqui. O roteiro é ágil, bem escrito e se apóia em um personagem muito querido dos fãs, um vilão que surgiu ainda na série clássica e que agora retorna para resgatar sua posição dentro dessa série (cuja identidade não revelarei aqui no texto para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme). Já do lado da tripulação original temos uma muito bem-vinda participação especial de Leonard Nimoy, o eterno Spock da série e dos primeiros filmes no cinema. Sua aparição é pequena, é verdade, mas seu carisma encherá de alegria os fãs mais saudosistas. Para quem gosta de efeitos especiais a produção é tecnicamente impecável, inclusive homenageando em sua direção de arte muitas das concepções que Gene Roddenberry usou nos primeiros episódios na TV. Os nativos primitivos de um planeta isolado que surgem logo na primeira cena do filme parecem ter saído de algum episodio da série clássica original. Enfim, só resta elogiar e recomendar. “Star Trek – Além da Escuridão” é realmente um excelente filme da eterna franquia Jornada nas Estrelas. Vida longa e próspera aos novos filmes.

Star Trek - Além da Escuridão (Star Trek Into Darkness, Estados Unidos, 2013) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman / Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Leonard Nimoy, Karl Urban / Sinopse: A Entrerprise sob o comando do capitão Kirk (Pine) é enviada a um setor distante do universo para capturar um ex-membro da frota estelar que agora está rebelado, promovendo ataques terroristas contra o alto comando da federação.

Pablo Aluísio.  

Avalon High

Filme produzido pela Disney para seu canal a cabo nos Estados Unidos. É baseado em um livro bem popular entre os adolescentes americanos escrito por Meg Cabot. O enredo é obviamente direcionado ao público jovem: A bonita e simpática Allie Pennington é transferida para uma nova escola. O local inicialmente se revela cheio de novidades mas nada a prepararia para o que acaba descobrindo pois seus novos colegas de classe são na verdade reencarnações da corte do Rei Arthur. Apaixonada pelo quarterback da escola ela acaba se envolvendo em muitas aventuras!

Pois é, pelo enredo já deu para ver que dificilmente um adulto vá curtir essa estória. Como se trata de um produto Disney não espere nada de muito ousado mas em compensação também não espere por algo mal feito. A produção segue o padrão do estúdio, muito embora adaptado para o universo das TVs a cabo, o que significa um orçamento mais modesto. O elenco é praticamente desconhecido do público brasileiro, todo formado por uma garotada ao estilo Disney: belas garotas e rapazes de boa aparência. O enredo tem romance e fantasia nas doses certas para os adolescentes. Quem já sintonizou alguma vez na vida o canal Disney Channel saberá muito bem o que lhe espera. Não chega a aborrecer como alguns programas que vemos ali mas para o público teen vai soar bem mais ideal. Só não recomendo para quem tem mais de 16 anos.
   
Avalon High (Idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Stuart Gillard / Roteiro:  Julie Sherman Wolfe, Amy Talkington / Elenco: Britt Robertson, Gregg Sulkin, Joey Pollari, Devon Graye / Sinopse: Garota novata em escola descobre uma nova realidade em sua vida, ao mesmo tempo em que se envolve em muitas aventuras ao lado de seus novos colegas.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de junho de 2013

Um Cara Quase Normal

Jack Giamoro (Ben Affleck) é um sujeito bem sucedido. Tem sua própria agência de talentos, uma ótima casa, carros modernos e uma linda esposa, a ex-top model Nina (interpretada pela não menos maravilhosa deusa loira Rebecca Romijn). Tudo parece correr às mil maravilhas até que de repente as coisas começam a dar errado. Clientes deixam sua agência, as receitas caem, o pai sofre um derrame e por fim, para arruinar de uma vez por todas a sua ascensão pessoal e profissional, sua mulher tem um caso com um de seus mais importantes clientes. Tudo parece desmoronar de uma vez na cabeça do agora pobre coitado Jack. Essa é a premissa inicial desse “Um Cara Quase Normal”. Como era de se esperar o título nacional é dos mais estúpidos e certamente muitos deixaram de ver esse filme por essa razão. Quem se aventurar porém terá uma boa surpresa pois "Man About Town", seu título original, é uma película bem interessante, mostrando os dois lados da mesma moeda, onde o sucesso e o fracasso ficam bem próximos.

O elenco é liderado por Ben Affleck. Bom, já sabemos que ele é muito mais talentoso como diretor do que como ator pois sua lista de atuações canastras é longa. Aqui pelo menos ele não compromete. Seu papel é de um jovem homem de negócios com muita sede de poder e dinheiro que em determinado momento de sua vida tem uma revelação e começa a entender que no fundo isso não tem tanta importância como ele pensava. Sua vida mais parece um castelo de cartas que vai ao chão ao menor sinal de mudanças. Sua reviravolta no modo de pensar curiosamente começa quando ele decide entrar em um curso de escrita, ministrado por um professor com ares de charlatão (ótimo papel nas mãos de John Cleese, ator e comediante de mão cheia). Quando começa a escrever um diário com suas impressões da vida (uma das tarefas do tal curso) começa a finalmente entender os rumos de sua existência. Em essência temos aqui um filme divertido, leve, mas que também traz algumas questões interessantes. Esqueça o idiota titulo nacional e assista para tirar suas próprias conclusões.

Um Cara Quase Normal (Man About Town, Estados Unidos, 2006) Direção: Mike Binder / Roteiro: Mike Binder / Elenco: Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese / Sinopse: Jack (Affleck) é dono de uma agência de talentos que de repente vê os principais aspectos de sua vida pessoal e profissional ruir.

Pablo Aluísio.

Karate Kid

Eu sempre costumo dizer que alguns filmes já encontraram suas versões definitivas no cinema, por isso não é necessário tentar realizar remakes. Apenas a ganância em busca de caça-níqueis justifica a existência de certas produções. Um exemplo claro disso aconteceu com Karate Kid. A estória já havia encontrado seu veículo perfeito pois virou até franquia na década de 80. Infelizmente em crise completa de criatividade Hollywood resolveu ressuscitar o personagem nessa obra bufa, sem carisma, sem razão de existência, sem qualidade nenhuma. Para piorar o que já era uma idéia ruim o novo Karate Kid nada mais é que do uma tentativa (das mais desesperadas e toscas) do paizão Will Smith em transformar seu filhote Jaden Smith em astro instantâneo.

O enredo é muito parecido com o que já conhecemos. Dre Parker (o chatinho do Jaden Smith) se muda com a mãe para Pequim. Lá acaba se interessando por uma jovem garota chamada Meiving (Wenwen Han). O problema é que esse inocente e doce romance acaba irritando profundamente um valentão chamado Cheng, que não hesita em agredir Parker por sua ousadia de tentar conquistar a jovem de seus sonhos. Para aprender a se defender ele começa a ser treinado pelo Sr. Han (Jackie Chan, pagando mico), que através de sua arte marcial e filosofia tentará transformar o garoto em um grande lutador. É a mesma estória dos filmes anteriores só que agora maquiada para parecer algo diferente. Não colou. Nada de muito marcante acontece e o saldo final é mais do que negativo. É o tipo de filme que não soma em nada, não acrescenta nada de novo. Por isso é bem melhor rever os filmes originais, que eram bem melhores e muito charmosos com todo aquele estilo que só o cinema dos anos 80 conseguia reproduzir. Essa aqui é uma obra fajuta e descartável, sem a menor importância.

Karate Kid (idem, Estados Unidos, 2010) Direção: Harald Zwart / Roteiro: Christopher Murphey, Robert Mark Kamen / Elenco: Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson / Sinopse: Garoto americano após sofrer agressões na China resolve aprender artes marciais com um velho e sábio professor.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de junho de 2013

A Identidade Bourne

Esse foi o primeiro filme da franquia Bourne. Com toques de James Bond e muita ação os filmes Bourne fizeram grande sucesso e lançaram o ator indie Matt Damon no rol dos heróis de Action Movies. Não há como negar que todos os três filmes da série são bem realizados, bem roteirizados, com ótimo enfoque na mais pura ação. Como se sabe o gênero ação vive sua fase de ouro desde a década de 80 e segue colecionando ótimas bilheterias todos os anos, sendo que se formos analisar bem praticamente todos os blockbusters de Hollwyood atualmente são de ação (até mesmo os filmes de super-heróis). Praticamente não existem exceções. Mas voltemos a Bourne. Jason Bourne (Matt Damon) acorda de repente no meio do nada, sem memória e sem saber direito quem é. Em posse de um código, que parece ser um número relativo a uma conta bancária na Suíça, ele cruza a Europa e os Estados Unidos em busca de respostas. Como todos já sabemos Bourne é um agente especial de um programa ultra-secreto do governo americano que treina apenas a elite da elite.

Matt Damon se preparou bastante para o papel, afinal esse é o tipo de filme que era uma completa novidade para ele, uma vez que construiu sua carreira em cima de filmes mais alternativos, dramas em essência. Virar um astro de filmes de ação não é para qualquer um. Conforme explicou depois em entrevistas de promoção da fita ele treinou arduamente artes marciais para se sair bem em cena. Em muitas cenas – como a luta dentro do apartamento – literalmente dispensou dublês, realizando ele próprio toda a coreografia do confronto contra seu oponente. A produção de “A Identidade Bourne” foi cara e complicada pois o filme foi filmado em diversas locações, em países diferentes. O diretor Doug Liman também nunca tinha feito nada no gênero ação, sendo seus filmes anteriores pertencentes a outros estilos. Houve um tipo de atrito inicial entre Damon e o estúdio pouco antes do começo das filmagens pois resolveu-se mudar o roteiro da noite para o dia. “Esse não foi o filme que eu topei fazer” – avisou Damon, deixando claro que abandonaria o projeto caso o roteiro fosse modificado de última hora. Depois de muitas negociações ele e o diretor Doug Liman conseguiram então impor a primeira versão do texto, que é justamente essa que o espectador conferiu nos cinemas. Assim deixamos a dica do primeiro filme Bourne – caso você seja jovem demais para conhecer que tal uma maratona nesse fim de semana com toda a trilogia? Pode ser uma boa pedida, sem dúvida.

A Identidade Bourne (The Bourne Identity, Estados Unidos, 2002) Direção: Doug Liman / Roteiro: Tony Gilroy, W. Blake Herron / Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Chris Cooper / Sinopse: Jason Bourne (Matt Damon) é um super agente da CIA que acorda sem memória. Agora terá que correr contra o tempo para entender a complexa rede de interesses no qual está supostamente envolvido.

Pablo Aluísio.