quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ghost – Do Outro Lado da Vida

Um sucesso improvável. Assim podemos definir “Ghost”, um dos maiores fenômenos de bilheteria da década de 1990. Sua trajetória de sucesso lembra bastante a de outro filme, quase da mesma época, que também caiu nas graças do público para surpresa do estúdio, “Uma Linda Mulher”. Ambos foram filmes lançados em temporadas consideradas de baixa, quase como um “tapa buraco” na programação das salas de cinema dos EUA, mas que, contra todas as previsões, viraram grandes recordistas de vendas de ingressos. Também tem em comum o fato de serem filmes românticos, com forte apelo emocional, embora “Ghost” também tenha se aproveitado do talento de uma boa comediante e de um enredo que tangencia o sobrenatural com muita inspiração. Aqui temos a trágica estória de Sam Wheat (Patrick Swayze), brutalmente assassinado, no auge de seu relacionamento com Molly Jensen (Demi Moore). Do além ele decide resolver a trama de sua morte ao mesmo tempo em que busca punição para seu assassino.

Para isso contará com a ajuda de uma picareta, uma charlatã que finge ser médium e vidente, Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), que logo se tornará responsável pelas melhores cenas de humor de todo o filme. Como todo grande sucesso de bilheteria “Ghost” acabou entrando definitivamente para o universo da cultura pop com cenas marcantes, que não foram mais esquecidas pelos cinéfilos, como a famosa seqüência do vaso na argila, ao som do hit romântico “Unchained Melody” dos Righteous Brothers. Seu sucesso marcou também no mundo da estética (o cabelo curtinho de Demi Moore virou moda) e do próprio cinema (que de repente se viu lançado vários filmes com temática semelhante). No geral é um filme muito bom, que ainda resiste bem ao tempo, apesar de ter sido lançado há mais de 20 anos. Com efeitos especiais discretos e bem realizados, uma trama de assassinato, pitadas de bom humor e um toque romântico à prova de falhas, não é de se admirar que ainda continue tão cultuado e querido pelo público.

Ghost – Do Outro Lado da Vida (Ghost, Estados Unidos, 1990) Direção:  Jerry Zucker / Roteiro: Bruce Joel Rubin / Elenco: Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn / Sinopse: Após ser morto, Sam Wheat (Patrick Swayze), tentará do além-vida prender o seu assassino. Para isso contará com a ajuda muito especial de uma médium charlatã Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg, vencedora do Oscar por esse papel).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Psicose II

Após passar 22 anos internado numa instituição para criminosos insanos Norman Bates (Anthony Perkins) finalmente é submetido a uma comissão formada por psiquiatras e especialistas que decidem que ele está finalmente apto para voltar à vida na sociedade. Após uma tumultuada audiência judicial – que conta com a presença de parentes de vítimas indignados com a possibilidade dele ganhar às ruas novamente – Norman Bates se torna mais uma vez um homem livre. Ele passa então a ter um pequeno acompanhamento apenas como formalidade. De volta ao infame Bates Motel ele agora terá que reconstruir sua vida. Sua casa, onde viveu ao lado de sua mãe está completamente abandonada mas o motel ainda funciona, tocado por um gerente indicado pela justiça. O problema é que o local virou um ponto de encontro de usuários de drogas e prostituição o que deixa Norman chocado e irritado! Mas as mudanças terão que esperar um pouco. Como parte de sua recuperação Bates começa então a trabalhar em uma lanchonete enquanto se organiza novamente na vida. Lá simpatiza com uma garçonete, Mary Loomis (Meg Tilly) que logo se torna sua amiga. O que ele não desconfia é que ela tem uma forte ligação com seu passado violento!

“Psicose II” é uma continuação tardia do clássico de Alfred Hitchcock. Quando foi anunciado muitos acharam de muito mal gosto mexer com um enredo que havia marcado tanto na história do cinema americano. Mas como a Universal andava em uma crise financeira sem precedentes e tinha os direitos sobre os personagens de Psicose resolveu-se tentar ressuscitar todo aquele universo que tanto sucesso havia feito no passado. Assim Norman Bates ganhou a liberdade e voltou para seu sinistro motel de beira de estrada. O que mais chama a atenção aqui é a tentativa do roteiro em mexer com as neuroses de Bates de uma maneira pouco convencional. Existe um grupo de pessoas que querem que ele volte à insanidade para que seja encarcerado de novo. Também há uma sutil insinuação de que a mãe de Norman de fato é uma entidade do mal que ronda sua vida, não sendo apenas fruto de sua mente doentia. Algumas pontas ficam soltas na estória e certas situações soam forçadas demais (como o surgimento da “verdadeira” mãe de Norman Bates) mas de uma maneira em geral o filme consegue à duras penas se manter em um nível aceitável. A falta de Hitchcock se torna óbvia mas o diretor Richard Franklin faz o que é possível para preencher essa lacuna, inclusive usando de tomadas ousadas que repercutem muito bem no saldo final. Em termos de violência “Psicose II” é bem contido, existem apenas duas cenas mais explicitas mas que felizmente nunca caem no mal gosto. Assim temos um filme que a despeito de ser desnecessário pode vir a entreter aos fãs do filme original. Afinal de contas muita gente ficou curiosa no final de Psicose sobre o destino do personagem depois de todos aqueles acontecimentos.

Psicose II (Psicose II, Estados Unidos, 1983) Direção: Richard Franklin / Roteiro: Tom Holland, Robert Bloch / Elenco: Anthony Perkins, Vera Miles, Meg Tilly / Sinopse: Norman Bates (Anthony Perkins) volta para a liberdade após passar mais de 20 anos internado em um sanatório para criminosos insanos. Agora de volta à vida normal ele terá que lidar com seus próprios demônios interiores.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Garoto do Futuro

Nos anos 80 valia tudo (ou quase tudo) no chamado cinema para adolescentes. Foi de certa forma a época de ouro para esse filão. John Hughes estava no auge, lançando uma crônica juvenil atrás da outra e com o sucesso dele, novos filmes foram idealizados e lançados. Foi então que começou uma verdadeira mistura de gêneros, e como não poderia deixar de ser os produtores resolveram unir os filmes de adolescentes com a mitologia dos monstros da Universal. Nasceu assim a idéia desse “Teen Wolf”. Basicamente se tratava de uma grande diversão onde um típico adolescente americano descobria que descendia de uma longa linhagem de lobisomens! Antes de qualquer coisa esqueça os gritos, as mortes, o sangue jorrando e tudo mais, “Garoto do Futuro” era um filme muito leve, focado principalmente na diversão pipoca sem qualquer pretensão de ser mais um filme marcante sobre o monstro. Para estrelar o estúdio trouxe o jovem Michael J. Fox que estava fazendo sucesso na série cômica “Caras e Caretas”. Era um novo ídolo teen e seu estilo caía perfeitamente no papel.

O curioso é que “Teen Wolf” foi filmado antes do grande sucesso de Fox em “De Volta Para o Futuro”. Aliás as filmagens do filme produzido por Spielberg começaram ao mesmo tempo em que esse filme estava sendo rodado. O ator escolhido para interpretar Martin McFly era Eric Stoltz mas as coisas não deram muito certo. Foi então que Spielberg mandou parar as filmagens de “De Volta Para o Futuro” até “Teen Wolf” ficar pronto para que só assim Michael J. Fox pudesse entrar no elenco. Vendo o potencial do outro filme os produtores de “Garoto do Futuro” o deixaram na geladeira por vários meses para só o lançar depois de “De Volta Para o Futuro” pois aproveitariam certamente toda a publicidade da outra produção. Nesse meio tempo Fox se tornaria um astro e o filme iria no embalo, o que certamente o tornaria outro sucesso do ator. No Brasil o filme se chamou inicialmente “Lobo Adolescente” mas depois do impacto do filme de Zemeckis tudo mudou, inclusive o título, que mesmo sem muito sentido passou a se chamar “O Garoto do Futuro”. Oportunismo pouco é bobagem!

O Garoto do Futuro (Teen Wolf, Estados Unidos, 1985) Direção: Rod Daniel / Roteiro: Jeph Loeb / Elenco: Michael J. Fox, James Hampton, Susan Ursitti, Jerry Levine, Mark Arnold / Sinopse: Adolescente tipicamente americano acaba descobrindo que é na verdade um lobisomem!

Pablo Aluísio.

Areias Brancas

Depois de alguns fracassos de bilheteria Mickey Rourke tentou recuperar o antigo sucesso com mais um thriller de ação e suspense. O filme foi dirigido pelo bom cineasta Roger Donaldson. A fita se propôs a ser um filme policial de ação com toques de suspense e mistério. Essa película infelizmente chegou em poucas salas nos cinemas brasileiros (apenas nos grandes centros como Rio e São Paulo). Havia todo um efervescente mercado de vídeo (VHS) e assim o filme acabou sendo lançado diretamente nas locadoras em praticamente todo o país, o que achei um erro haja visto que filmes bem piores de Rourke tinham conseguido maior espaço em nossas salas comerciais como “Orquídea Selvagem”, enquanto esse que tinha seu potencial para fazer boa bilheteria por aqui foi praticamente ignorado. Para piorar me recordo bem que o filme foi muito mal lançado em nosso mercado, uma vez que não houve boa publicidade e nem muita repercussão. Para falar a verdade foi até complicado achar a fita para alugar! Um completo descaso com os fãs do ator no Brasil. Por isso muitos ainda desconheçam “Areias Brancas” até hoje.

Mickey Rourke aqui interpreta um perigoso traficante de armas e drogas que é caçado por um xerife feito por Willem Dafoe. O elenco ainda contava com Samuel L. Jackson em boa atuação como um agente federal também em busca de Rourke. O filme tem bom ritmo e excelentes tomadas de ação. É um policial dos bons mas infelizmente não conseguiu alcançar bom resultado comercial. Como se pode perceber o grande atrativo desse filme é seu excelente elenco, formado por atores que estavam em bastante evidência na época. A estética dessa produção também aproveitou bastante daquele clima mais sofisticado e clean que imperava em séries de sucesso na TV como a famosa “Miami Vice”. Na época inclusive li uma critica publicada em um jornal americano que definia “Areias Brancas” como um tipo de encontro entre Mickey Rourke e Miami Vice. Não é para tanto. Esse é um bom momento da carreira de Mickey que infelizmente foi bem subestimado. Agora com o mundo virtual surge uma nova chance dos fãs descobrirem essa produção. Se encontrar por aí não deixe passar batido, vale bastante a pena.

Areias Brancas (White Sands, Estados Unidos, 1992) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Daniel Pyne / Elenco: Mickey Rourke, Willem Dafoe, Mary Elizabeth Mastrantonio,  Samuel L. Jackson,  M. Emmet Walsh / Sinopse: Uma verdadeira caçada é desencadeada após o descobrimento de um corpo numa pequena cidade dos EUA. Thriller policial estrelado por Mickey Rourke e Willem Dafoe.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Recruta Hollywood

Pelo visto Hollywood anda mesmo em crise de criatividade. Essa comédia “A Recruta Hollywood” nada mais é do que uma usurpação da idéia central de um antigo filme chamado “A Recruta Benjamin” com a comediante Goldie Hawn que usava do mesmo ponto de partida: uma beldade loira, mimada e cheia de firulas, acaba indo parar no exército americano! Veja bem, se nem aquele filme original era lá grande coisa imagine essa cópia descarada! Aqui temos uma estrela de cinema, Megan Valentine (Jessica Simpson), que resolve se alistar no U.S. Army com a intenção de dar veracidade ao seu novo filme que terá como personagem principal justamente uma militar.

E então temos aquelas obviedades que nascem de uma garota dessas envolvida numa rígida disciplina militar, sem luxos ou mordomias. Claro que depois de um tempo ela se tornará ciente da importância da pátria e blá, blá, blá... A atriz principal é Jessica Simpson, uma daquelas celebridades loiras americanas vazias que até hoje não convenceram ninguém mas que não saem das capas de revistas de fofocas, ora preocupada com seus casos amorosos, ora mostrando a nova cor do cabelo, ora exibindo sua barriga de gravidez de nove meses... e daí eu pergunto: o que temos a ver com isso? Nada, por isso ignore essa comédia descartável e sem graça.

A Recruta Hollywood (Major Movie Star, Estados Unidos, 2008) Direção: Steve Miner / Roteiro: Steve Miner / Elenco: Jessica Simpson, Vivica A Fox, Steve Guttenberg, Aimee Garcia / Sinopse: Estrela de cinema (Jessica Simpson) acaba entrando no exército americano para provar que é uma boa atriz pois seu próximo personagem será a de uma militar. Isso, é claro, causará muitas confusões dentro do quartel.

Pablo Aluísio.

Alien³

Uma das seqüências mais complicadas já realizadas em Hollywood. De fato por pouco o terceiro filme da franquia Alien não afundou durante sua própria produção. Vários diretores e roteiristas estiveram envolvidos mas em pouco tempo foram substituídos por novos nomes que estivessem mais de acordo com o que os executivos do estúdio queriam. Afinal era uma das franquias mais bem sucedidas da história e eles definitivamente não queriam arriscar em quase nada. No fundo desejavam apenas mais um filme parecido com os anteriores (e se possível tão lucrativo quanto eles foram). Por essa razão houve muita controvérsia nos bastidores da realização dessa terceira sequência, não sendo rara uma constante troca de farpas entre diretores e chefes do estúdio. James Cameron, o diretor do filme anterior, qualificou o novo roteiro de “um tapa na cara dos fãs de Aliens”. Depois de bater a porta anunciou que nunca mais voltaria a se envolver com a franquia. A atriz Sigourney Weaver também hesitou em voltar. Sua hesitação em aceitar ou não fez com que sua personagem fosse eliminada da trama. Isso provava que o filme seria feito com ou sem ela. Depois de muita negociação entrou em acordo com a Fox e por cinco milhões de dólares de cachê resolveu voltar.

Depois de muitas trocas de cadeiras a direção foi finalmente entregue ao jovem cineasta David Fincher que até aquele momento não tinha muito o que mostrar, uma vez que só havia dirigido pequenos curtas e vídeos, além de um documentário sem grande expressão chamado “The Beat of the Live Drum”. Assim Fincher tentou conciliar suas próprias idéias para o filme com aquilo que o estúdio queria ter em mãos. Não foi fácil. A visão de Fincher era um tanto fora dos padrões, o que elevou o nível de tensão durante as filmagens. De fato é o filme da franquia mais diferenciado de todos, com um clima próprio e soluções singulares para a trama e os personagens. O filme chegou aos cinemas sob uma chuva de críticas negativas, conseguindo apenas uma tímida bilheteria dentro dos EUA (mas se tornando um sucesso pelo mundo afora). Revisto hoje em dia temos que reconhecer que não é um filme de fácil digestão. Alguns pontos funcionam e outros não, mesmo assim merece reconhecimento pela ousadia em seus planos e na narrativa. Isso de certa forma já deixava claro o talento de David Fincher que iria se revelar um dos melhores diretores da nova geração nos anos que viriam.

Alien³ (Alien³, Estados Unidos, 1992) Direção: David Fincher / Roteiro: Dan O'Bannon, Ronald Shusett / Elenco: Sigourney Weaver, Charles S. Dutton, Charles Dance / Sinopse: Durante a fuga a nave de Ripley cai em Fury 161, um distante e esquecido planeta nos confins do espaço sideral, cuja população é formada por perigosos condenados de uma prisão de segurança máxima. O problema é que a criatura Alien também parece ter sobrevivido ao terrível acidente pois não tarda a aparecer vários corpos mutilados com marcas do terrível ser alienígena. Agora Ripley terá que enfrentar o monstro mais uma vez.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de junho de 2013

Um Porto Seguro

Uma jovem acaba esfaqueando um homem na escuridão de sua casa, durante uma noite conturbada. Desesperada decide ir embora, não apenas de sua residência mas também da cidade. Com a policia em perseguição consegue ainda embarcar no primeiro ônibus que encontra pela frente. O destino é aleatório, naquele momento de pânico o que importa para ela é ir embora dali pois teme ser presa e condenada por homicídio. No meio do caminho para Atlanta resolve ficar numa pequena cidade do sul, um lugar isolado e longe de tudo, o que para ela naquele momento parece ser o lugar certo e ideal. Afinal ela foge da policia e ninguém pensaria em procurá-la em um lugar como aquele. Logo arranja trabalho como garçonete e aluga uma pequena cabana isolada no meio da floresta. Aos poucos começa a se habituar ao lugar, inclusive se envolvendo romanticamente com um jovem viúvo que trabalha em uma pequena mercearia. O que parece ser um recomeço perfeito porém logo se torna um pesadelo pois seu passado voltará para lhe atormentar mais cedo do que ela imaginava.

“Um Porto Seguro” não traz muitas novidades, seu roteiro tem vários clichês e as situações vão se desenvolvendo com uma certa previsibilidade mas a despeito de tudo isso ainda consegue ser um bom filme, que não cansa o espectador e nem aborrece. É um misto de thriller policial com filme romântico. No geral o que há de melhor é seu elenco, a começar pela estrela principal que faz a fugitiva, que acaba adotando o nome de Katie. A atriz Julianne Hough já tinha chamado minha atenção em filmes anteriores como Footloose, o remake, e Rock of Ages. Dona de uma beleza estonteante (é uma loira lindíssima de olhos azuis) ela ajuda o filme a decolar. Muitos vão dizer que “Um Porto Seguro” nada mais é do que um candidato a se tornar um “Supercine” da vida no futuro, mas essa seria uma visão simplista. É um bom filme, certamente não é excepcional e nem nenhuma obra prima, mas vale como um programa de fim de noite sem maiores pretensões.

Um Porto Seguro (Safe Haven, Estados Unidos, 2013) Direção: Lasse Hallström / Roteiro: Dana Stevens, Gage Lansky / Elenco: Julianne Hough, David Lyons, Josh Duhamel / Sinopse: Após esfaquear um homem em sua casa numa noite violenta uma garota resolve fugir para destino indeterminado com receio de ser presa e condenada. Acaba chegando numa pequena cidade do Sul onde pretende recomeçar sua vida mas seu passado não a deixará livre tão cedo.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de junho de 2013

O Grande Ano

Stu Preissler (Steve Martin) é um grande executivo, no auge de sua carreira. Brad Harris (Jack Black) trabalha com física nuclear mas sinceramente odeia o trabalho. Kenny Bostick (Owen Wilson) é um empreiteiro com problemas familiares, com vários divórcios em seu conturbado passado de relacionamentos problemáticos. Três pessoas completamente diferentes mas que tem algo em comum: são obcecados por pássaros, tentando superar um ao outro durante o “Grande Ano”, uma inusitada competição para saber quem consegue observar mais pássaros durante um ano. O atual campeão, Bostick (Owen Wilson), não pensa em perder seu trono e posto de maior observador do mundo, afinal o atual recorde mundial é dele, com mais de 732 observações de espécies da América. No seu encalço surgem Martin e Black que também querem o posto. Juntos eles atravessarão os Estados Unidos de costa a costa para observar o maior número de aves possíveis, até conseguir ganhar a disputa de maiores observadores de pássaros do ano.

Antes de qualquer coisa o enredo desse filme logo chama a atenção, afinal um filme sobre as aventuras de um bando de observadores de aves em seu habitat natural não parece ser dos mais interessantes. Mesmo assim o filme consegue superar esse suposto obstáculo e se torna bem curioso, embora não seja aquele tipo de comédia que você vai se esborrachar no chão de tanto rir. Nada disso, há até mesmo toques de drama no roteiro. Os três personagens principais amam o que fazem mas obviamente são incompreendidos por familiares e esposas. Afinal de contas é complicado convencer alguém de que ir ao Alasca para ver pássaros exóticos é uma grande diversão! O elenco é que justifica a existência desse filme. Afinal de contas não é todo dia que vemos Steve Martin, Owen Wilson e Jack Black em um mesmo filme. O elenco de apoio também é ótimo com destaque para as participações de Dianne Wiest, Brian Dennehy, Jim Parsons (O Sheldon de “The Big Bang Theory”) e Anjelica Huston. A narração em off é de John Cleese, que conta as peripécias dos personagens em busca de seu desejo de ser o número 1 do mundo. Jack Black deixa de lado suas atuações mais exageradas para encarnar um sujeito (quase) normal, muito pacato e sonhador. Assim “O Grande Ano” acaba ganhando o espectador por seu lirismo, boas piadas aqui e acolá e claro, pelos passarinhos que desfilam pela tela com toda a sua graça.

O Grande Ano (The Big Year, Estados Unidos, 2011) Direção: David Frankel / Roteiro: Howard Franklin, baseado no livro de Mark Obmascik / Elenco: Jack Black, Owen Wilson, Steve Martin, John Cleese, Dianne Wiest, Brian Dennehy, Jim Parsons, Anjelica Huston / Sinopse: Três pessoas completamente diferentes disputam a competição do “Grande Ano” onde se sairá vencedor aquele que observar o maior número de pássaros em um ano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Golpe de Gênio

Filme baseado em fatos reais, por mais improvável que pareça a história contada nesse enredo. São dois irmãos, Matt (Dallas Roberts) e Sam (Jeremy Renner), que sonham um dia inventarem um produto perfeito que os tornará milionários. Embora sonhem com isso todos os dias a realidade é bem dura para eles. São sócios em uma empresa praticamente falida, que vive de tentar vender as loucuras criadas por eles próprios. Entre os “produtos geniais” estão uma escova de dentes para “apressadinhos”, um TV portátil feita especialmente para quem faz exercícios pela manhã e um relógio que mostra um cachorrinho e suas refeições diárias. Trocando em miúdos, eles só inventaram mesmo porcarias inúteis durante todos aqueles anos. Para piorar são roubados por um vendedor pilantra e acabam torrando um empréstimo bancário em uma aposta durante uma corrida de cães em Las Vegas. Com tanta loucura acontecendo ao mesmo tempo o inevitável ocorre: a empresa vai à falência e eles vão em busca de empregos completamente medíocres para sobreviver.

As coisas que pareciam ir de mal a pior muda num bar onde saboreiam uma deliciosa cerveja geladinha depois de um duro dia de trabalho. Matt pensa em um abridor de cervejas falante! Isso mesmo, parece surreal, estúpido e idiota? Certamente sim mas é justamente com essa invenção sem noção que eles pretendem finalmente alcançar o topo das vendas! Esse filme é bem interessante porque em uma primeira vista parece até mesmo se tratar de uma comédia maluca, como muitas que são feitas todos os anos por Hollywood, mas não é nada disso! Por mais estranho que isso possa parecer é um drama, um filme sério, que mostra que muitas vezes para acertar na vida basta apenas ter uma idéia muito idiota, completamente imbecil para cair nas graças de todo mundo! Ironia do destino? Claro que sim! “Golpe do Destino” é divertido e mais do que isso, intrigante! Só assistindo para entender.

Golpe de Gênio (Lightbulb, Estados Unidos, 2009) Direção: Jeff Balsmeyer / Roteiro: Mike Cram / Elenco: Dallas Roberts, Jeremy Renner, Ayelet Zurer / Sinopse: Dois irmãos em busca da fama e fortuna inventam uma série de produtos inúteis até o dia em que conseguem acertar no gosto do público americano! Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Inimigo Meu

Uma pequena obra prima da ficção cientifica da década de 80. Assim podemos definir esse “Inimigo Meu” que marcou bastante, tanto que até hoje é relembrado com muito carinho pelo público. O enredo em si é bem simples mas maravilhosamente desenvolvido. Após uma batalha feroz dois astronautas combatentes caem em um planeta inóspito. Se trata de um humano, Willis Davidge (Dennis Quaid) e um alienígena, Jeriba 'Jerry' Shigan (Louis Gossett Jr). Como são inimigos inicialmente tentam prejudicar um ao outro ao máximo. A intenção é obviamente liquidar o inimigo no solo, uma vez que isso não foi possível no ar. O problema é que ambos estão isolados naquele local, sem nenhuma perspectiva de serem resgatados. Para todos os efeitos são dados como mortos. Os anos passam e de repente eles se dão conta que a sobrevivência depende do apoio mutuo, da colaboração entre eles. Assim começam a se ajudar em pequenas coisas até que se tornam grandes amigos, confidentes e até mesmo irmãos.

“Inimigo Meu” tem um dos melhores roteiros já feitos no mundo da ficção. Essa afirmação pode até mesmo soar um pouco fora de propósito para alguns mas se formos analisar bem a mensagem do filme é simplesmente sublime e maravilhosa. De certa forma é uma alegoria até mesmo sobre o que acontecia no mundo naquela época. Em meados dos anos 80 a guerra fria ainda era uma realidade. Vivia-se eternamente no medo de ocorrer uma guerra nuclear entre União Soviética e Estados Unidos, numa bipolaridade de nações armadas e prontas para o conflito. “Inimigo Meu” colocava assim dois inimigos que vivem em um planeta isolado mas que precisam deixar essa disputa de lado para sobreviver. Entendeu a metáfora? Simplesmente genial. Assim como os personagens do filme, EUA e URSS tinham que aprender a conviver juntos, se ajudarem, para sobreviver mutuamente. O filme em análise é isso, um grande manifesto pela paz e pela solidariedade de todos, independentemente de onde você veio ou de que lado está. “Inimigo Meu” é sem dúvida um dos mais inteligentes argumentos já filmados no cinema americano.

Inimigo Meu (Enemy Mine, Estados Unidos, 1985) Direção: Wolfgang Petersen / Roteiro: Barry Longyear, Edward Khmara / Elenco: Dennis Quaid, Louis Gossett Jr., Brion James / Sinopse: Em um planeta distante e inóspito dois combatentes aprendem que para sobreviver naquela ambiente hostil terão que ajudar um ao outro. Nasce assim um grande laço de amizade e solidariedade entre quem supostamente deveria se comportar como um inimigo.

Pablo Aluísio.

O Especialista

A idéia era boa, reunir Sylvester Stallone e Sharon Stone em um filme de ação que não deixasse também a sensualidade de lado. Stallone estava desesperado por um grande sucesso de bilheteria afinal causar impacto nos cinemas com seus filmes já não era algo tão fácil como nos anos 80. Alguns projetos equivocados, outros mal sucedidos, acabaram nublando o status de grande astro do ator. Infelizmente o roteiro não trazia grandes novidades. Aqui o ator interpretava o personagem Ray Quick, um ex-perito em explosivos da agência de inteligência americana. Após uma operação mal sucedida ele resolvera abandonar tudo, se aposentando precocemente nas areias das praias de Miami. Sua vida sossegada chega ao fim quando May Munro (Sharon Stone) vem lhe pedir ajuda numa missão de captura e vingança contra uma poderosa família do crime organizado comandada por Joe Leon (Rod Steiger) e seu filho Tomas (Eric Roberts).

Eles tinham sido responsáveis pela morte dos pais de May e ela agora sente que tem a oportunidade ideal para saciar sua sede de justiça. Outro personagem interessante na trama é Ned Trent (James Woods), também egresso das fileiras da CIA (onde trabalhou ao lado do personagem de Stallone) mas que agora se tornou membro da quadrilha da poderosa máfia local. “O Especialista” desperdiça bons atores como James Woods e Rod Steiger em papéis convencionais demais. A direção é burocrática, jamais ousando, nunca saindo do feijão com arroz dos filmes de ação da época, tudo obviamente seguindo a fórmula dos action movies da década de 80 por causa da presença de Stallone, o que de certa forma prejudicou o resultado. No final o interesse é todo desviado para o casal Stallone / Stone. Eles fazem tudo para elevar o nível de sensualidade do enredo mas o resultado se mostra bem morno. Sharon Stone estava lindíssima mas seu trabalho como atriz nesse filme é abaixo da média. Hoje em dia vale como curiosidade muito embora tenha envelhecido bastante em sua proposta.

O Especialista (The Specialist, Estados Unidos, 1994) Direção: Luis Llosa / Roteiro: John Shirley, Alexandra Seros / Elenco: Sylvester Stallone, Sharon Stone, James Woods, Rod Steiger, Eric Roberts / Sinopse: May Munro (Sharon Stone) tenta se vingar da morte de seus pais e para isso conta com a ajuda de um especialista em explosivos que havia trabalhado para a CIA, Ray Quick (Sylvester Stallone).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Indiana Jones e o Templo da Perdição

É curioso que Steven Spielberg tenha dado continuação ao seu grande sucesso de bilheteria “Caçadores da Arca Perdida”. Por essa época o cineasta não via com bons olhos seqüências de filmes de sucesso, tanto que chegou a declarar que odiava a idéia de um bom filme virar uma espécie de “franquia comercial” no cinema. Obviamente a raiva de Spielberg tinha endereço certo: as várias continuações (todas bem ruins) que o estúdio havia feito de “Tubarão”, um filme que Spielberg considerava sua obra prima, com roteiro fechado em si, sem possibilidade de se levar em frente. Claro que anos depois ele próprio mudaria de opinião e daria origem a muitas franquias com seu nome, principalmente como produtor executivo, mas por essa época o diretor ainda poderia ser considerado um purista e idealista da sétima arte (quando se tornou dono de estúdio Spielberg jogou fora tudo o que havia dito nesses anos). Pois bem, talvez por pressão do estúdio ou de seu amigo George Lucas o fato é que ele voltou para realizar a primeira seqüência de sua carreira: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. O arqueólogo mais famoso da história do cinema estava de volta às telas.

Assim que o filme chegou aos cinemas recebeu uma saraivada de críticas, pois os especialistas o consideraram violento demais para um público infanto-juvenil. Alguns anos atrás George Lucas reconheceu isso, de que a fita era realmente sangrenta além do que seria razoável. Atribuiu isso a problemas pessoais pelos quais passava enquanto escrevia a estória do filme. Segundo Lucas ele estava se divorciando de sua primeira esposa que estava levando quase tudo o que ele havia conquistado em anos e anos de trabalho e essa situação frustrante se refletiu em seu trabalho. Lucas escreveu cenas violentas, de cultos primitivos, onde pessoas tinham seu coração arrancado do peito, ainda batendo. “Era uma metáfora do que eu mesmo sentia” – explicou depois. Revisto hoje em dia “Indiana Jones e o Templo da Perdição” ainda se mostra uma boa película, com doses certas de ação e aventura, inclusive com cenas que se tornaram das mais lembradas da série mas em termos de comparação se torna bem inferior ao filme seguinte, “Indiana Jones e a Última Cruzada”. E de fato é bem violento, principalmente nas cenas de sacrifícios humanos, uma violência gratuita desnecessária. Analisando bem esse filme só não consegue ser pior do que “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” que é realmente péssimo. Também seria demais, convenhamos.

Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, Estados Unidos, 1984) Direção:  Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Willard Huyck, Gloria Katz / Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw, Jonathan Ke Quan / Sinopse: O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) vai até a índia em busca de uma mitológica pedra preciosa. Lá acaba se envolvendo em uma série de aventuras em palácios e lugares exóticos e misteriosos. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Um Divã Para Dois

Após 30 anos de casamento a rotina, a monotonia e o marasmo se abatem sobre um casal comum. Todos os dias Arnold (Tommy Lee Jones) acorda, toma seu café da manhã, lê o jornal e vai para o trabalho. Na volta assiste ao seu programa favorito de esporte e vai dormir – em um quarto separado da esposa. No dia seguinte a mesma rotina, tudo igual, sem qualquer mudança. Kay (Meryl Streep), a esposa, começa a se sentir profundamente infeliz nessa rotina sem brilho, chata e desgastante. A paixão parece enterrada e para piorar o sexo inexiste. Há quatro anos eles não tem mais nenhuma vida intima. Desesperada ela resolve procurar por ajuda para salvar seu casamento e encontra o que procurava em um livro escrito por um especialista em terapia de casais. O autor, o Dr Feld (Steve Carell em personagem não humorístico), promete aparar as arestas para trazer a felicidade novamente ao leito conjugal. Para isso oferece em sua cidade natal no Maine uma terapia intensiva de casais. Inicialmente Kay tenta convencer seu marido a ir com ela até lá para o tratamento mas esse se recusa totalmente, até que no último minuto cede e segue viagem ao lado da esposa para tentar entender o que se passa em seu relacionamento de tantos anos.

A terapia começa e marido e mulher finalmente colocam todos os problemas em panos limpos numa série de sessões com o famoso terapeuta. Começa assim esse interessante filme chamado “Um Divã Para Dois”. Um roteiro muito inteligente, sensível, que mostra os perigos que rondam uma união que cai na rotina, na comodidade de uma vida no controle remoto. Esse tipo de argumento poderia facilmente cair na chatice se não fosse pelo inspirado casal central. Meryl Streep está ótima como uma esposa submissa, até tímida, mas que não consegue mais suportar a infelicidade de seu casamento. Já Tommy Lee Jones está perfeito no papel do rabugento e mal humorado marido que definitivamente não entende os anseios da esposa já que considera seu casamento igual a muitos outros, com filhos criados e três décadas de relacionamento. Para ele os altos e baixos são normais e o sexo acaba se tornando mesmo um mero detalhe depois de muitos anos juntos. Esse é o tipo de filme que deve ser recomendado para pessoas que estejam na mesma faixa etária do casal retratado no roteiro. Certamente em um ou outro aspecto se tornará familiar a esse público. Afinal de contas administrar um relacionamento por tantos anos pode ser bem mais complicado do que se pensa. No mais a grande conclusão dessa estória é bem mais simples de entender: procure valorizar sua companheira, entenda suas necessidades e desejos, antes que seja tarde demais.

Um Divã Para Dois (Hope Springs, Estados Unidos, 2012) Direção: David Frankel / Roteiro: Vanessa Taylor / Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Jean Smart / Sinopse: Casal em crise após décadas de casamento resolve ir até o Maine para participar de uma terapia de casais. A intenção é entender o que anda errado no relacionamento para salvar o casamento de tantos anos.

Pablo Aluísio.

Desejos

Produção requintada que reuniu mais uma vez dois dos grandes símbolos sexuais do cinema nas décadas de 80 e 90: Richard Gere e Kim Basinger. Eles já tinham atuado juntos antes em “Sem Perdão” (No Mercy, 1986) um filme muito mal sucedido que não agradou a ninguém, nem ao público e nem à crítica. Era o momento errado uma vez que a carreira de Gere estava em sua pior fase, em uma época em que nenhuma produção que contasse com ele no elenco conseguia fazer sucesso. Em “Desejos” Gere já estava reconciliado com o êxito comercial. “Uma Linda Mulher” levantou de vez a carreira do astro que assumindo seus cabelos grisalhos estrelou um sucesso atrás do outro. Já Kim Basinger procurava por algo diferente, uma vez que seu papel em “Nove Semanas e Meia de Amor” havia marcado tanto sua carreira que ela não conseguia mais nenhum tipo de oferta que não fosse a de interpretar loiras sensuais e ousadas. O roteiro de “Desejos” vinha bem a calhar pois era bem diferente daquele tipo de personagem.

O enredo se passa em San Francisco. É lá que vive um renomado psiquiatra, o Dr. Isaac Barr (Richard Gere). Violando todos os códigos de ética da profissão ele acaba atravessando uma linha que jamais poderia ser desrespeitada na relação com seus pacientes. Em determinado momento ele começa a se envolver com assuntos privados de uma de suas clientes. Ela tem uma irmã que é casada com um homem violento e hostil, membro de uma quadrilha de bandidos. O médico acaba se apaixonando por ela e deseja que se separe o mais rápido possível. O problema é que nem tudo é o que aparenta ser. Após a morte do marido violento o médico começa a ser considerado como suspeito do crime, entrando em uma rede de assassinatos e mentiras do qual não consegue mais se desvencilhar. “Desejos” sofreu algumas pesadas críticas em seu lançamento pois alguns críticos acharam o filme pretensioso demais. Comparações com “Um Corpo Que Cai” foram feitas e a produção foi desacreditada. Bobagem, considero certamente um bom filme, com roteiro inteligente e clima de enredo sofisticado. Gere e Basinger estão bem em seus papéis e a direção segura de Phil Joanou mantém o interesse do espectador. Um filme que anda esquecido mas que merece ser redescoberto. Um bom momento na carreira de Richard Gere.

Desejos (Final Analysis, Estados Unidos, 1992) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Robert Berger, Wesley Strick / Elenco: Richard Gere, Kim Basinger, Uma Thurman,  Eric Roberts / Sinopse: Médico conceituado acaba se vendo envolvido numa rede de crimes e mentiras após se envolver com a irmã de uma de suas pacientes.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Jóia do Nilo

Já que “Tudo Por Uma Esmeralda” se tornou um grande sucesso de bilheteria sua continuação viria mais cedo ou mais tarde, era apenas uma questão de tempo. Afinal de contas em Hollywood nada se desperdiça, até filmes que não dão margem a seqüências acabam ganhando novas produções, tudo obviamente em busca de gordas bilheterias. Michael Douglas não queria voltar ao personagem do aventureiro cínico Jack T. Colton. Em entrevistas na época o ator explicou que fazer o primeiro filme tinha sido muito divertido mas que aquilo certamente não era bem o caminho que ele queria seguir como intérprete sério. De fato Douglas estava obcecado em ganhar um Oscar para ser finalmente reconhecido dentro da indústria não apenas como um astro de sucesso mas também como um profissional respeitado no meio. Era óbvio que ele não chegaria nesse status interpretando personagens como Jack T. Colton, um “Indiana Jones” mais ácido e falastrão.

O estúdio porém não desistiu. As ofertas continuaram a chegar na mesa de Michael Douglas até o ponto em que a proposta, segundo as próprias palavras do ator “se tornou indecente”. O cachê era milionário! Com todo aquele dinheiro sobre a mesa Michael Douglas finalmente disse sim ao projeto. Também ganhou partes na bilheteria, caso o filme se tornasse um novo sucesso. De certa forma esse “A Jóia do Nilo” faz parte daquele tipo de continuação que conhecemos bem, ou seja, é um filme feito para ser igual ao primeiro, com mudanças pontuais aqui e acolá, para ficar tudo menos óbvio demais. Ao invés da estória se passar na América do Sul temos agora o casal de aventureiros na África, em busca novamente de uma jóia maravilhosa e rara, tal como acontecia na primeira aventura.  O fã de “Tudo Por Uma Esmeralda” certamente não teve o que reclamar. As mesmas cenas ao estilo aventura em ambientes hostis estão presentes e o carisma do casal volta a funcionar em cena. Não é um grande filme, de fato é bem inferior ao primeiro, mas pelo menos mantém o clima divertido. E diversão é, em última análise, tudo o que esse filme queria proporcionar ao seu espectador. Missão cumprida então.

A Jóia do Nilo (The Jewel of the Nile, Estados Unidos, 1984) Direção: Lewis Teague / Roteiro: Mark Rosenthal, Lawrence Konner, Diane Thomas / Elenco: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito / Sinopse: O casal formado pelo aventureiro Jack T. Colton (Michael Douglas) e pela romancista Joan Wilder (Kathleen Turner) volta a viver grandes aventuras, só que dessa vez no norte da África.

Pablo Aluísio.