sábado, 7 de julho de 2012

Deixe-me Entrar

"Deixe-me Entrar" é o remake americano do excelente filme sueco "Deixa Ela Entrar" que causou frisson mundo afora em 2008. Muita gente torceu o nariz para essa produção pois o original já era tão bom e definitivo. Como todo mundo sabe odeio remakes, principalmente de filmes que gosto muito (e eu particularmente adoro o filme de Tomas Alfredson) mas aqui certamente abrirei uma exceção. Desnecessária uma refilmagem menos de dois anos depois do primeiro filme ter sido lançado? Certamente. Apesar de tudo isso vou dar o meu braço a torcer. Não acredito que a existência de "Deixe-me Entrar" tenha sido totalmente inútil. Eu acabei gostando dessa releitura. As pessoas podem até defender a tese de que sua própria existência não tem razão de ser e no fundo há uma certa verdade em pensar assim, porém já que o filme foi feito pelos americanos devo dizer que é muito bom saber que eles realmente fizeram um remake bem acima da média. É importante deixar claro que o filme não é a refilmagem take por take do original. Algumas coisas foram acrescentadas e no balanço final nada está em excesso ou em falta na versão americana. É um filme bem fechado em si mesmo.

Talvez o segredo da bem sucedida refilmagem esteja no elenco. Não tanto do garotinho (interpretado por Kodi Smit-McPhee) pois considero o do original melhor mas sim da jovem atriz Chloe Moretz. Sua interpretação é literalmente "sinistra" alternando momentos de ternura com fúria selvagem. Os efeitos especiais também estão no tom certo. Eu tinha receio de que na versão americana eles fizessem uma orgia de efeitos gratuitos, mas não, isso não acontece. Eles certamente estão em maior número do que no filme original mas são discretos e bem colocados. Acredito que quem assistiu ao original vai gostar também desse remake, pois não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Curiosamente o filme acabou sendo uma decepção nas bilheterias. O público norte-americano mesmo estando em um momento particularmente muito interessado em vampiros (vide o sucesso da saga Crepúsculo) acabou rejeitando a produção. O que aconteceu afinal? Provavelmente a estória de "Deixe-me Entrar" seja europeia demais para os gringos ou então sofisticada além do limite para o americano médio que consome pipoca nas salas de shopping center. De qualquer maneira isso é o de menos, "Deixe-me Entrar" e o original "Deixa Ela Entrar" são mais do que recomendados aos fãs de terror. Se um é pouco, dois já está bom demais.

Deixe-me Entrar (Let Me In, Estados Unidos, 2010) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Chloë Grace Moretz, Kodi Smit-McPhee, Richard Jenkins / Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário que sofre bullying na escola onde estuda. Tudo começa a mudar quando ele se torna amigo de Abby (Chloë Grace Moretz) uma menina da sua idade que se torna sua vizinha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Projeto X

Um grupo de adolescentes resolve fazer uma festa de aniversário para um amigo em sua casa quando seus pais saem para celebrar seu próprio aniversário de casamento. O que começa como uma pequena festinha com alguns colegas de escola acaba desvirtuando para uma festa monstruosa, com milhares de pessoas vindo de todos os lugares - com direito a mulheres nuas, depredação da casas, brigas, bebedeiras, drogas e até um anão violento que é colocado dentro do forno da cozinha! "Projeto X" é um filme novo feito de uma piada velha. Esse tipo de produção feita para jovens e adolescentes tem longa tradição na história do cinema americano. Seu auge foi certamente na década de 80 quando vários filmes desse estilo se tornaram grandes sucessos, virando franquias de muita bilheteria como por exemplo "Porky´s", "O Último Americano Virgem" e aquele que foi considerado o filme predecessor de todos eles, o famoso "O Clube dos Cafajestes". 

Recentemente houve uma franquia que deu origem a muitos filmes chamada "American Pie". Em essência todos esses filmes são iguais: adolescentes loucos para transar se metem em confusões para perderem suas virgindades. A única diferença mais marcante de "Projeto X" para todos esses filmes é o ponto de vista para o espectador. Aqui acompanhamos tudo pela lente de um dos amigos que vai filmando tudo com sua câmera caseira. O filme tem suas qualidades e seus defeitos. Entre as qualidades estão a pouca duração (que deixa tudo muito ágil e eficiente) e o trio de jovens atores principais, todos carismáticos. Claro que os estereótipos estão todos lá: O idiota metido a querer ser popular e se dar bem, o Geek, o gordinho que é motivo de piada dos demais, a garota linda da escola que é o objeto de desejo de todos eles e os populares, geralmente valentões e beberrões. O lado ruim de "Projeto X" é sua mensagem subliminar que afirma que para ser popular o sujeito tem que promover uma festa daquelas com direito a todos os abusos e exageros possíveis (até jovens fumando crack surgem em cena!). De qualquer forma a produção pode servir como uma diversão ligeira, sem maiores pretensões mas para isso você terá que desligar seu modo pensante e crítico. Feito isso poderá até dar algumas risadas com o absurdo da situação.  

Projeto X - Uma Festa Sem Controle (Project X, Estados Unidos, 2012) Direção: Nima Nourizadeh / Roteiro: Matt Drake, Michael Bacall / Elenco: Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown / Sinopse: Um grupo de adolescentes resolve fazer uma festa de aniversário para um amigo em sua casa quando seus pais saem para celebrar seu próprio aniversário de casamento. O que começa como uma pequena festinha com alguns colegas de escola acaba desvirtuando para uma festa monstruosa, com milhares de pessoas vindo de todos os lugares - com direito a mulheres nuas, depredação de casas, incêndios, tumultos, brigas, bebedeiras, drogas e até um anão violento que é colocado dentro do forno da cozinha!

Pablo Aluísio.

Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança

Quando a Columbia anunciou o projeto de novo filme do personagem da Marvel Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider, no original) se criou uma grande expectativa nos fãs pois se afirmou que dessa vez iriam fazer tudo diferente, melhor, superior ao primeiro filme. Nicolas Cage, com a receita federal norte-americana no pé, logo topou a nova empreitada. A Columbia então resolveu filmar tudo no leste europeu pois os custos ficariam bem abaixo do que se fosse realizado nos EUA. Romênia e Turquia foram escolhidos para as locações externas. Atores locais foram contratados para o filme, além de praticamente toda a equipe técnica. De certa forma essa mudança de ares foi até acertada - o filme traz uma ambientação diferente do que estamos acostumados a ver (sem as highways de Los Angeles sendo utilizadas a todo momento). A escolha da atriz italiana Violante Placido também foi outro ponto positivo. Ela é bonita e com a maquiagem adequada convenceu como uma bela e exótica mulher do leste europeu. A produção não é medíocre, investiram no filme 70 milhões de dólares, uma boa quantia para um filme médio como esse. 

O problema de Motoqueiro Fantasma 2 é que esqueceram de escrever um bom roteiro. A promessa que iriam trabalhar melhor o personagem, serem mais fiéis aos quadrinhos, não se concretizou. O filme é raso, sem novidades, derivativo ao extremo (a velha estória batida do diabo tentando dominar o mundo através de um filho que teve com uma mulher humana - isso mesmo o tal de Anticristo que já foi explorado à exaustão pelo cinema americano em centenas de filmes anteriores). Ciarán Hinds, um bom ator que faz o vilão, está caricato e canastrão. Pelo menos não conseguiu superar a Cage, aqui mais careteiro e afetado do que nunca! Sem um pingo de esforço Cage apenas passeia em cena com uma careta aqui, outra acolá - sua interpretação é realmente medíocre. O filme tem dois diretores, um deles é o Mark Neveldine da franquia Adrenalina e do filme Gamer. Seus cacoetes estão todos lá - ritmo alucinado, cenas em velocidade rápida, apressada... se funcionava em termos nos outros filmes aqui tudo soa muito fora de hora, dando uma impressão de auto paródia nas cenas de ação. Enfim, não foi dessa vez que fizeram um filme decente para Johnny Blaze. Pelo visto ele vai continuar amaldiçoado, pelo menos no cinema.  

Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance, Estados Unidos, 2012) Direção: Mark Neveldine, Brian Taylor / Roteiro: Scott M. Gimple, Seth Hoffman / Elenco: Nicolas Cage, Ciarán Hinds, Idris Elba, Violante Placido / Sinopse: Johnny Blaze (Nicolas Cage) faz um pacto no leito de morte de seu pai. O diabo pouparia seu pai da morte e em troca ele lhe daria sua alma imortal. Depois do pacto concluído Johnny passa por uma transformação sendo possuído por um espírito vingador chamado Ghost Rider. 

Pablo Aluísio.

O Noivo da Minha Melhor Amiga

Pensei que ia ser bem pior mas me enganei. Na realidade tudo levaria a crer que seria mais uma comédia romântica chata falando sobre os bastidores de um casamento mas ainda bem que os roteiristas deixaram isso bem como pano de fundo. Na realidade o filme não é sobre o casamento da personagem de Kate Hudson mas sim da amizade que ela tem com Rachel (Ginnifer Goodwin). Lendo algumas críticas vi que alguns pensaram tratar-se de um roteiro que mostrava como as amizades entre mulheres são superficiais e sujeitas a traição e enganação. Não vi dessa forma. Na realidade, apesar do tema traição estar presente, vi muito mais uma mulher lutando contra seus próprios sentimentos em prol da felicidade da amiga do que qualquer outra coisa. Além disso essa coisa de afirmar que amizade entre homens é mais sincera do que entre mulheres é pura bobagem. Há pessoas traidoras e ruins tanto do lado dos homens quanto das mulheres. 

O elenco é irregular. Kate Hudson transpora energia o que constrata muito bem com Ginnifer Goodwin, fazendo justamente o oposto dela. Já o elenco masculino é bem mais fraco. Colin Egglesfield que faz o objeto de desejo das garotas é muito sem expressão. Sua postura em cena é quase opaca, o que traz problemas pois em alguns momentos fica complicado acreditar que um sujeito tão sem sal seja tão disputado pelas personagens principais. John Krasinski faz o tipo "amigo apaixonado" e consegue ter alguns boas cenas de humor, embora seja em certo momento totalmente descartado do triângulo amoroso (de forma até cruel diria). Enfim é isso. Não é um grande filme mas não aborrece e levanta até questões interessantes, como a ética que deve existir em relacionamentos de amizade.  

O Noivo da Minha Melhor Amiga (Something Borrowed, Estados Unidos, 2011) Direção: Luke Greenfield / Roteiro: Jennie Snyder baseado na novela de Emily Grifin / Elenco: Ginnifer Goodwin, Kate Hudson, Colin Egglesfield / Sinopse: Dentro de um grupo de amigos muito unidos se forma um triângulo amoroso com o noivo de duas grandes amigas.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Assalto ao Banco Central

Para minha surpresa não achei o filme ruim. De certa forma fui com expectativas baixas mas acabei assistindo a uma produção correta no final das contas. O roteiro segue as premissas básicas do fato real (a cavação do túnel, a empresa de fachada, o plano) mas também tem aspectos ficcionais (na realidade foram segundo li na net mais de 36 pessoas envolvidas e não apenas aquelas mostradas no filme). Não me admira que um plano com tanta gente tenha dado errado em termos. Aos poucos como era de se prever foram caindo um a um os assaltantes. Outra coisa a se considerar é que embora não deixe de lado a "brasilidade" (Palavreado pesado, certos momentos de humor bem brasileiros e uma pequena dose de erotismo) o filme não nega a influência dos filmes policiais americanos (principalmente no personagem de Lima Duarte, com aquela situação que já conhecemos - a do tira prestes a se aposentar que acaba indo investigar o caso de sua vida).
 
O filme é entretenimento acima de tudo. Não há muita preocupação em ser historicamente correto (até porque os eventos ainda estão ocorrendo, inclusive grande parte do dinheiro nunca foi recuperado) e nesse aspecto não achei mal. O Marcos Paulo entregou um filme, como eu já disse, adequado, correto. Pensei que seria bem ruim mas me surpreendi positivamente. Em termos de produções nacionais recentes "Assalto ao Banco Central" não é decepcionante, pelo contrário, visto sob um certo ponto de vista pode ser uma boa opção para o cinéfilo.  
 
Assalto ao Banco Central (Idem, Brasil, 2011) Direção: Marcos Paulo / Roteiro: Lúcio Manfredi, Rene Belmonte / Elenco: Milhem Cortaz, Lima Duarte, Eriberto Leão / Sinopse: um grupo de assaltantes decide executar um plano ousado: roubar o prédio do Banco Central do Brasil.  
 
Pablo Aluísio.

O Enigma de Andrômeda

Assisti hoje esse clássico da ficção dirigido pelo mestre Robert Wise. É a tal coisa, um filme como esse hoje dificilmente se sairia bem nas bilheterias já que seu roteiro é totalmente focado dentro de um centro de controle de contaminação com os diálogos centrados numa linguagem que se propõe a ser científica. Eu não sou muito fã do Michael Crichton porque não o considero um escritor de ficção científica de grande qualidade, na realidade ele era no fundo um escritor de contos fantásticos à la anos 50, como bem provam seus maiores sucessos (como Jurassick Park). Era um escritor chegado num exagero.

Assim até fiquei surpreso com o equilíbrio que esse "Enigma de Andrômeda" possui. Não há excessos demais e ele tenta de todas as formas se manter numa linha mais científica (embora todos saibamos que é tudo puro escapismo intelectual pseudocientífica). O filme é bom, prende a atenção e é bem interpretado. Claro que como toda ficção científica de longa data seus efeitos estão totalmente datados hoje em dia, mas nem isso compromete graças à excelente direção de Wise. Ele mantém bem o clima de suspense e consegue deixar o espectador interessado na busca de entender esse novo organismo chamado Andrômeda. Não aconselho o filme a pessoas que não gostam de muito bate papo técnico pois é nisso que o filme centra fogo. Caso contrário, se essa for a sua praia, a diversão certamente será garantida.

O Enigma de Andrômeda (The Andromeda Strain, Estados Unidos, 1971) Direção: Robert Wise / Roteiro: Nelson Gidding baseado no livro de Michael Crichton / Elenco: James Olson, Arthur Hill, David Wayne / Sinopse: Um grupo de cientistas investiga uma série de mortes causadas por um vírus misterioso para a ciência. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Homem Que Queria Ser Rei

Realmente é uma produção de encher os olhos sob a sempre preciosa direção de John Huston. O roteiro e o argumento levam a várias reflexões. A primeira e mais óbvia é o limite da ganância humana. No filme dois trambiqueiros e ladrões resolvem ir a uma região esquecida e selvagem para literalmente fazer fortuna em cima da ignorância daquele povo. Para tanto não medem esforços ao enganar, roubar e fraudar. O ápice surge justamente quando Connery (em ótima interpretação) é confundido com um Deus, que seria filho do lendário Alexandre, o Grande, que conquistou a mesma região séculos antes. O mais curioso é que o larápio é pego justamente quando tenta ser ético e trabalhar em prol do povo local. Maior ironia do que essa desconheço na história do cinema.

Ao lado de Connery dois outros ótimos atores se destacam. Michael Caine, como seu companheiro de trambiques, está em excelente forma, indo do trágico ao cômico em segundos. Esse papel dele inclusive tem certa semelhança com Zulu, um belo filme sobre o colonialismo inglês em terras distantes. Além da mesma época o figurino é praticamente o mesmo, por isso ao ver Caine vestido com uniforme militar britânico me lembrei imediatamente de seu papel em Zulu. Outro destaque é o sempre competente Christopher Plummer, aqui sob pesada maquiagem de caracterização. Enfim, "O Homem Que Queria Ser Rei" demonstra bem o talento do grande John Huston em conduzir, fotografar e dirigir excelentes filmes. Um talento que faz falta hoje em dia.

O Homem Que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, Estados Unidos, 1975) Direção: John Huston / Roteiro: John Huston, Gladys Hill / Elenco: Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer / Sinopse: Aventureiro inglês é confundido com uma divindade por um povo nativo que o coroa Rei.

Pablo Aluísio.

O Último Mestre do Ar

Elenco: Nenhum grande ator ou atriz em cena. Nada de muito relevante nesse quesito. O garotinho Avatar tem boa desenvoltura corporal mas como ator é uma nulidade completa. Não consegue criar empatia com o público e definitivamente atuação não é com ele. Os atores que interpretam os vilões são todos caricatos e canastrões (e parecem todos indianos para minha surpresa!). Direção: Esse é o filme mais diferenciado de M. Night Shyamalan. Na realidade ele deixa de ser autoral (como aconteceu em seus filmes anteriores) para entregar um filme feito sob encomenda ao estúdio. Parece que depois da bomba "Fim dos Tempos" ele deu um tempo em suas idéias infelizes (e bobocas).  

Produção: Luxuosa e de bom gosto para falar a verdade. Não poderia ser diferente de um filme que tem pretensão de se tornar um blockbuster. Além de M. Night Shyamalan o filme tem também na produção Kathleen Kennedy (que produziu muitos filmes de Spielberg em seu auge). Talvez por isso o filme tenha custado uma fortuna (150 milhões de dólares que não foram recuperados na bilheteria). Nada a reclamar também em relação aos efeitos especiais (embora esperasse que fossem explorados mais). Argumento e roteiro: Só para quem gosta desse tipo de animação. A idéia central me lembrou "O Senhor dos Anéis", mas com sabor oriental. Assim como em SDA há diferentes nações, batalhas homéricas entre eles e um personagem que parece ser a salvação para todo esse caos. O roteiro não inventa e por isso faz o arroz com feijão para explicar esse universo aos que nunca viram a animação (como no meu caso). Nesse aspecto ele até cumpre bem esse papel.  

O Último Mestre do Ar (The Last Airbender, Estados Unidos, 2010) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Noah Ringer, Nicola Peltz, Jackson Rathbone / A estória segue os passos de Aang, um jovem sucessor de uma longa linha de Avatars, seres que são predestinados a grandes feitos em suas vidas.

 Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Corações Perdidos

Doug Riley (James Gandolfini) e Lois (Melissa Leo) formam um casal atormentado pela morte da filha. Ao acaso Doug acaba conhecendo a jovem Mallory (Kristen Stewart), que vive como prostituta nas ruas e em bares fazendo strip tease. Identificando na garota a própria imagem de sua filha morta, Doug resolve lhe ajudar de alguma forma. "Corações Perdidos" é um bom drama moderno. Há pelos menos dois grandes intérpretes em cena, Gandolfini e Melissa Leo. Eles trazem uma carga emocional muito forte ao roteiro que naturalmente já tem fortes tintas, lidando com temas complicados e pesados, como a morte e a redenção na vida das pessoas. Infelizmente se nota ao assistir ao filme o desnível de atuação entre o ótimo James Gandolfini e a fraca Kristen Stewart. Um roteiro tão complexo como esse, que trata sobre tantas emoções fortes não encontrou em Stewart uma atriz à altura. Ela falha em vários momentos, deixando geralmente o talentoso Gandolfini em situação complicada nas cenas mais dramáticas, tendo que carregar o filme nas costas em várias ocasiões. Kristen Stewart ainda é muito imatura como atriz. Ela ainda precisaria de alguns anos para enfrentar de forma adequada um roteiro desses. Mesmo que seu personagem ajude (uma adolescente que se prostitui nos bares de strippers de New Orleans) ela nunca consegue ser convincente no filme. 

Outro fato que chama atenção é a aceitação difícil do argumento da produção. Mesmo sentindo enormemente a perda de sua filha, quem em sã consciência iria "adotar" uma garota como aquela? Além da barra pesada, de se prostituir e se drogar, a personagem da Kristen é agressiva, boca suja e não transparece nenhuma simpatia! Eu sinceramente acredito que na vida real ninguém iria se envolver em algo assim tão perigoso mesmo como forma de superar o trauma da morte de sua filha adolescente. De qualquer forma, apesar de todos esses problemas "Corações Perdidos" ainda vale a sessão. Se não chega a empolgar pelo menos também não aborrece.  

Corações Perdidos (Welcome to the Riley's, Estados Unidos, 2010) Direção: Jake Scott / Roteiro: Ken Hixon / Elenco: Kristen Stewart, Melissa Leo, James Gandolfini, Lance E. Nichols, David Jensen, Kathy Lamkin, Eisa Davis, Russell Steinberg / Sinopse: Doug Riley (James Gandolfini) e Lois (Melissa Leo) formam um casal atormentado pela morte da filha. Ao acaso Doug acaba conhecendo a jovem Mallory (Kristen Stewart), que vive como prostituta nas ruas e em bares fazendo strip tease. Identificando na garota a própria imagem de sua filha morta, Doug resolve lhe ajudar de alguma forma. 

Pablo Aluísio.

Rambo III

John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado ao Afeganistão numa missão não oficial para libertar o seu antigo mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna) que agora se encontra prisioneiro das tropas de ocupação soviética naquele país. "Rambo III" é a esperada continuação da saga do super soldado Rambo. Sem dúvida é um dos mais fracos exemplares da franquia. O roteiro escrito por Stallone foca totalmente em cenas completamente inverossímeis de ação e se esquece de todo o resto. A essência do personagem, que foi parcialmente captada no primeiro filme, aqui se perde completamente. Rambo se torna literalmente um exército de um homem só. Ele enfrenta todo o exército soviético sozinho e praticamente os liquida nos desertos do Afeganistão. O filme é exagerado ao extremo e com isso perde toda e qualquer credibilidade. Só para relembrar: Rambo invade uma base militar russa, mata vários soldados, liberta Trautman e não satisfeito solta ainda todos os demais prisioneiros do local. Consegue escapar de um cerco, rouba um helicóptero soviético de última geração, sofre um desastre com ele (mas não se machuca), corre pelo deserto e enfrenta no muque uma coluna de tanques do exército russo! O pior porém acontece nas cenas finais quando rouba um tanque russo e com ele dá uma "trombada" de frente com um outro helicóptero inimigo (e novamente sobrevive sem maiores problemas).

É ou não é um amontoados de absurdos? O que será que deu na cabeça do Stallone em escrever tantas cenas impossíveis? Para piorar o filme levou uma rasteira da história. Nele acompanhamos a aliança entre Rambo e os rebeldes afegãos, mostrados como heróis da liberdade contra o invasor soviético. O problema é que esses mesmos rebeldes iriam dar origem ao regime brutal dos Talibãs anos depois quando os russos finalmente deixaram o Afeganistão de lado, ou seja, Rambo aqui se alia com um grupo que anos depois seria uma das bases de sustentação de grupos terroristas como a Al-Qaeda (o próprio Bin Laden tinha no Afeganistão uma de suas bases mais sólidas). Acredito que por isso Rambo III seja um dos filmes ideologicamente mais incorretos da história do cinema americano. Talvez por essa razão Stallone nem o cite mais atualmente provavelmente por se sentir constrangido pelo roteiro que escreveu. Enfim, "Rambo III" é aquele tipo de produção que entornou o caldo, transformando o personagem em uma mera caricatura, tudo sob uma verniz ideológica muito infeliz.

Rambo III (Idem, Estados Unidos, 1988) Direção: Peter MacDonald / Roteiro: Sylvester Stallone, Sheldon Lettich baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Marc De Jonge / Sinopse: John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado ao Afeganistão numa missão não oficial para libertar o seu antigo mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna) que agora se encontra prisioneiro das tropas de ocupação soviética naquele país.

Pablo Aluísio.

Chico Xavier, O Filme

Cinebiografia do médium brasileiro Chico Xavier. Alegando poder psicografar cartas de pessoas falecidas, Chico Xavier construiu uma rede de caridade e apoio a pessoas humildes. Bom filme, bem digno. Como cinema em si achei o roteiro até bem escrito. A escolha de ir contando a história do Chico ao mesmo tempo em que trechos do programa "Pinga Fogo" da extinta TV Tupi são exibidos foi uma boa opção. Não cansa o espectador e traz uma agilidade e versatilidade no decorrer do filme. Os atores estão muito bem, em especial Nelson Xavier que faz uma caracterização muito boa. Como o Chico Xavier é um nome muito conhecido do público em geral era até mesmo complicado interpretá-lo a contento, mas o Nelson consegue isso. Nesse aspecto não há o que reclamar. Ator talentoso já tinha feito algo semelhante com outro ícone da cultura brasileira, Lampião. 

 A única crítica que tenho a fazer do filme é o posicionamento que o diretor toma em relação ao personagem principal. Não há o menor sinal de questionamento sobre a espiritualidade de Chico ou sua capacidade de realmente incorporar almas de pessoas mortas e psicografar suas mensagens. A existência dos espíritos em sua vida é encarada no filme como fato, onde não existem dúvidas. Seria melhor que o filme fosse menos parcial, que deixasse uma margem de dúvida para que o espectador formasse suas próprias conclusões. Essa mesma coisa aconteceu com o outro filme médium, Bezerra de Menezes. Do jeito que ficou parece um filme de adeptos do espiritismo para adeptos do espiritismo. Seria melhor que fosse diferente, até porque a obra de Chico Xavier e sua dedicação a obras de caridade e ajuda aos mais necessitados vale por si só, independente da crença e da fé de cada um. De qualquer forma, apesar disso, é um bom momento do cinema nacional.  

Chico Xavier, O Filme (Chico Xavier, Brasil, 2010) Direção: Daniel Filho / Roteiro: Marcos Bernstein / Elenco: Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Matheus Costa / Sinopse: Cinebiografia do médium brasileiro Chico Xavier. Alegando poder psicografar cartas de pessoas falecidas, Chico Xavier construiu uma rede de caridade e apoio a pessoas humildes.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Perfume - A História de um Assassino

Baseado no Best-Seller homônimo do escritor alemão Patrick Süskind, com o título original - Das Parfum, die Geschichte eines Mörders - o longa - "O Perfume, A História de Um Assassino" - nos apresenta a impressionante história de Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw), um rapaz que nasceu em Paris no século XVIII, literalmente na rua e na podridão de um fétido mercado de peixes. Depois de perder sua mãe, Grenouille é criado num orfanato onde descobre que é destituído de cheiro próprio. Aos poucos o tresloucado vai descobrindo que possui um poder singular e raro: um poderoso e inigualável olfato. Depois de sofrer em vários lugares na condição de um trabalhador semi-escravo, Grenouille passa a trabalhar com o perfumista Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman) que o ensina todos os truques da produção de perfumes, mas principalmente o segredo de eternizar as suas fragâncias. As idéias bizarras e criminosas começam a povoar a mente do rapaz. Depois de desvencilhar-se de Baldini, Grenouille passa a materializar o sonho de guardar o cheiro de cada ninfeta, em plena beleza física. Mas para isso precisa eliminá-las sucessivamente, retirando de seus corpos as substâncias necessárias para fazer as suas tão sonhadas fragâncias. 

O filme é uma viagem lisérgica pelo mundo dos diferentes olores que invadem o olfato de Grenouille, dando sentido a sua vida. Dos cinco sentidos humanos, para ele só existe o olfato, que representa a janela de sua própria alma que se abre para o mundo. São os impulsos idiossincrásicos de um louco misantropo em direção aos corpos cheirosos, virgens e lívidos das meninas ruivas. Seus olhos injetados traduzem para seu olfato diferentes aromas em forma de desejo. É a definição mais fiel dos sentimentos mais profanos - e também mais sagrados. Toda a sensualidade feminina é percebida pelo olfato magnífico do frio assassino. Sua aparência é suja, grotesca e fétida. Para ele a vida só tem um sentido: encapsular o cheiro de cada ninfa em vidros de perfumes, guardando-os para sempre. "O Perfume"... faz uma espécie de investigação escatológica e bizarra - e porque não poética - dos limites da loucura, das amarguras e dos desejos inconfessáveis do ser humano. O filme é deliciosamente perverso, perfumado, sujo e sensual. Além disso, a magistral direção do alemão Tom Tykwer, deixa clara que lá no fundo o ar blasé e lacônico do assassino é muito mais assustador que seus próprios crimes. A feérica e voluptuosa cena final nos faz lembrar um quadro vivo e surrealista do mestre Salvador Dali. Um ótimo filme que tem como ponto alto, a fotografia, a direção de arte e os figurinos. Nota 9  

Perfume - A história de um Assassino (Das Parfum - Die Geschichte eines Mörders / Perfume: The Story of a Murderer, Alemanha / França / Espanha, 2006) Direção: Tom Tykwer / Roteiro: Andrew Birkin, Bernd Eichinger, Tom Tykwer baseados no livro "Das Parfum" de Patrick Süskind / Elenco: Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman / Sinopse: Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) possui o olfato bem mais apurado do que as demais pessoas. Por essa razão acaba encontrando uma profissão bem de acordo com seu talento natural - a de criador de perfumes finos e raros. Sua obsessão por aromas porém o levará a um caminho perigoso e mortal.   

Telmo Vilela Jr.

O Ritual

Acabei de chegar do cinema onde fui assistir esse "O Ritual". Minhas expectativas eram bem otimistas e devo confessar que elas foram plenamente satisfeitas. Aqui está um caso raro de filme que trata sobre o tema exorcismo de forma adulta, sem exageros ou palhaçadas (como o recente "O Último Exorcismo"). O roteiro escrito a partir do livro de Matt Baglio é sutil, muito inteligente e trata a batalha entre fé e ceticismo de uma forma muito bem elaborada. Fiquei o filme inteiro concentrado e interessado, o que não é muito habitual em filmes recentes de terror. O que torna tudo especial aqui é justamente o fato dos dois envolvidos no ritual de exorcismo (o padre Lucas - interpretado com raro brilhantismo por Anthony Hopkins - e seu aprendiz Michael Kovak) terem tidos ambos crises de fé. Se fossem religiosos plenamente convencidos de sua fé o filme perderia grande parte de seu interesse. 

Muito se disse que o filme não tem cenas fortes de exorcismo. Isso é verdade apenas em parte. Achei a cena final muito bem escrita (e interpretada) e sinceramente me causou muito mais impacto do que aqueles montes de efeitos especiais gratuitos que estamos acostumados a ver. Tudo é tratado em um plano bem mais imaginativo (e eficiente). Isso porque grande parte do duelo é travado em um nível muito mais intelectual e teológico (embora cenas de alto impacto físico também estejam presentes). A direção de Mikael Håfström é discreta, mas firme. Seu trabalho me animou tanto que pretendo ver em breve seu filme anterior (Conspiração Xangai). Enfim, "O Ritual" é sem dúvida um filme muito bom, acima da média. 

O Ritual (The Rite, Estados Unidos, 2011) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Michael Petroni baseado no livro de Matt Baglio / Elenco: Anthony Hopkins, Alice Braga, Ciarán Hinds, Rutger Hauer, Chris Marquette, Toby Jones, Franco Nero, Torrey DeVitto / Sinopse: Um seminarista chamado Michael Kovak (Colin O’Donoghue) tem sérias dúvidas sobre sua própria fé até encontrar-se com o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um dos sacerdotes autorizados pelo Vaticano para a prática do exorcismo.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gandhi

Pode todo um império poderoso se curvar apenas ao peso de um ideal? A história de Gandhi prova que sim. De um lado temos o imenso, poderoso e dominador Império Britânico. Na época se dizia que o sol nunca se punha sob os domínios da Grã Bretanha, tamanha a sua extensão nos quatro cantos do mundo. Do outro lado havia esse indiano muito simples, de roupas despojadas, óculos desajeitados, uma pessoa que procurava viver como o mais humilde dos homens. Nesse choque de ideologias os fundamentos do pequeno homem acabaram vencendo os alicerces do majestoso Império de Vossa Majestade. Tudo baseado apenas em suas idéias de liberdade e autonomia. O mais grandioso na figura de Gandhi é que ele não liderou uma revolução armada mas sim um movimento de não violência, fundado apenas na ideologia da não violência, da convivência pacífica e no poder da argumentação lógica e sensata. Não é para menos que hoje em dia o mundo o conhece como Mahatma (grande alma). Ele conseguiu romper as amarras do colonialismo inglês para com seu país apenas pela força de sua mensagem. Uma revolução diferente, não feita de armas de fogo mas sim de pensamento e sensatez. 

Em 1982 o corajoso produtor e diretor Richard Attenborough resolveu levar a história de Gandhi para os cinemas. Uma decisão ousada uma vez que a história do líder indiano é muito intimista, teórica. Não haveria cenas de batalhas para encher as telas como nos antigos épicos, nada disso, o roteiro teria que se concentrar apenas na mensagem e na ideologia de Mahatma. Não há momentos extremamente dramáticos e nem grandes guerras ou algo parecido. Diante disso muitos achavam que essa era realmente uma história que não poderia ser levada às telas com êxito. Ledo engano. Gandhi não deixou de ser um filme fenomenal por essas razões, pelo contrário. Em ótima caracterização o ator Ben Kingsley literalmente encarnou o personagem em um dos melhores castings da história do cinema. A transposição da biografia de Gandhi foi tão bem sucedida no final das contas que conseguiu vencer todos os grandes prêmios em seu ano, inclusive vencendo o Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição. Um grande filme para um grande homem. God Save The Queen.  

Gandhi (Gandhi, Estados Unidos, Inglaterra, 1982) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee / Elenco: Ben Kingsley, Candice Bergen, Edward Fox, John Gielgud, Trevor Howard, John Mills, Martin Sheen / Sinopse: Cinebiografia do líder indiano Mahatma Gandhi. 

Pablo Aluísio.

Atraídos Pelo Crime

Eddie Dugan (Richard Gere), Tango (Don Cheadle) e Sal (Ethan Hawke) são três policiais que trabalham no violento bairro do Brooklyn em Nova Iorque. Após o cometimento de um crime os três terão que solucionar um complicado caso envolvendo uma rede de criminosos do local. Há tempos eu vinha procurando um bom policial para ver e finalmente encontrei. O filme é uma pedrada: violento, realista, otimamente bem escrito e dirigido e com excelentes atuações de todo o elenco. Mostra o lado mais cruel e sórdido da vida de três policiais no lado mais barra pesada de Nova Iorque, o bairro do Brooklin. Nesse lugar convivem traficantes, gigolos, estelionatários, prostitutas, viciados e toda a fauna que compõe a escória da sociedade americana ou como ironicamente está no título original do filme, o "fino do Brooklin". 

Richard Gere está muito bem na pele do policial que só pensa em se aposentar e dar o fora do distrito onde trabalha. Sua vida pessoal é caótica, sem laços familiares, hostilizado por outros policias, tentando ensinar algo aos novatos e para piorar apaixonado por uma prostituta barata. Ethan Hawke interpreta o segundo policial, um sujeito cheio de filhos que precisa desesperadamente de dinheiro. O último elo do distrito é um policial infiltrado entre grupos de bandidos do bairro, que não sabe mais distinguir entre o certo e o errado. O mais interessante desse roteiro é que as três estórias que inicialmente parecem independentes irão se conectar em um final extremamente sangrento. Esse tipo de estrutura narrativa me lembrou bastante os filmes de Robert Altman. Vale a pena assistir. Recomendo bastante.  

Atraídos Pelo Crime (Brooklyn's Finest, Estados Unidos, 2009) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Michael C. Martin / Elenco: Richard Gere, Ethan Hawke, Don Cheadle, Wesley Snipes, Jesse Williams, Lili Taylor, Ellen Barkin. / Sinopse: Eddie Dugan (Richard Gere), Tango (Don Cheadle) e Sal (Ethan Hawke) são três policiais que trabalham no violento bairro do Brooklyn em Nova Iorque. Após o cometimento de um crime os três terão que solucionar um complicado caso.  

Pablo Aluísio.