segunda-feira, 14 de maio de 2012

Orações Para Bobby

Há duas formas de se analisar esse "Orações Para Bobby" Uma em relação ao tema e à mensagem que o filme tenta passar ao espectador. A outra é sobre o filme em si - como produto cultural. A mensagem é importante e lida com um assunto que geralmente é negligenciado quando se debate a questão do homossexualismo. Ao tomarem consciência que são gays muitos jovens ficam tão abatidos e abalados com a realidade que uma parcela deles acaba até mesmo se matando. Isso ocorre principalmente quando o jovem homossexual não encontra carinho e compreensão dos próprios familiares. É justamente esse o tema do roteiro (que é baseado em fatos reais). Sigourney Weaver faz o papel da mãe do jovem Bobby (Ryan Kelley) que se assume como gay para a família. Ao invés de aceitar a opção sexual do rapaz ela o enche de culpa baseado em suas convicções religiosas. Com a bíblia na ponta de língua esmaga o pobre garoto que entra em um dilema existencial terrível por causa de sua condição. O filme traz a importante mensagem de que a família antes de condenar seu filho deve tentar compreender sua opção e o mais importante: aceitar a nova realidade. Nesse aspecto nada há o que criticar em "Orações Para Bobby". Ele é muito sensível ao tratar sobre o assunto.

Tirando esse fator conteúdo e mensagem de lado esse telefilme não é muito bem feito no quesito qualidade. A edição é mal feita e truncada - em um tema que deveria ser desenvolvido com mais cautela e calma as situações literalmente voam, sem dar a chance ao espectador de ir digerindo o que está acontecendo. Outro grave problema da produção é o próprio ator que interpreta Bobby. Ryan Kelley é muito fraco e em nenhum momento consegue mostrar a densidade dramática que a situação exige. Já Sigourney Weaver apesar dos problemas do filme em si consegue desenvolver um trabalho marcante e emocionante. Ela está magnífica em cena e literalmente carrega o filme nas costas já que o elenco de apoio também é de mediano para fraco. Em suma, vale a pena conhecer e recomendar principalmente em nosso país onde a homofobia segue firme e forte, apesar das campanhas de conscientização.

Orações Para Bobby (Prayers for Bobby, Estados Unidos, 2009) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: Katie Ford baseado no livro de Leroy Aarons / Elenco: Sigourney Weaver, Henry Czerny, Ryan Kelley / Sinopse: O filme mostra a luta de uma mãe, Mary Griffith (Sigourney Weaver), para conscientizar a sociedade sobre a causa gay após presenciar seu filho se matar por ser homossexual.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de maio de 2012

Advogado do Diabo

Advogado do Diabo nada mais é do que uma releitura do velho mito de Fausto e Mefistófeles acrescido de partes presentes no novo e velho testamento. É de fato uma miscelânea teológica com ares de filme pop. Na época de seu lançamento muitos críticos torceram o nariz para esse verniz mais comercial mas no fundo isso não passa de uma visão muito restrita e limitada. O filme sim tem seus méritos, alguns bem sutis mas que fazem valer a pena a sessão. Na verdade a produção é muito cativante e não me admira em nada ter caído no gosto popular (no Brasil fez muito sucesso de bilheteria). Não é de hoje que o diabo se revela um grande personagem de dramaturgia. Em termos de teologia poderia ter se ido mais longe. De fato o roteiro apenas passeia pelos temas mais importantes, não indo fundo em nada mas isso se deve mesmo ao que se propõe. Certamente não estamos na presença de um tratado ou estudo sério de teologia mas apenas de uma obra de cinema que visa entreter acima de tudo. Não deixa de ser curioso observar um dos duelos mais desnivelados da história do cinema. De um lado Al Pacino, ator premiado, talento nato e incontroverso. Do outro o Keanu Reeves, ator medíocre que quase leva tudo a perder. Com um abismo separando os dois em termos de atuação é comum torcemos justamente para Milton, o personagem de Pacino. Ele, ao contrário do jovem advogado de Reeves, tem alma, carisma, envolvimento. O problema de Keanu Reeves é que ele falha justamente nos momentos mais decisivos de seu personagem em cena. Sua capacidade facial e interpretativa é muito pequena, quase nula.

Curiosamente mesmo dominando da primeira à última cena Pacino não escapou de ser criticado. Para muitos seu personagem é um exemplo, ao lado de sua atuação em Scarface, em que ele perdeu as rédeas da atuação, se tornando histriônico em excesso. Não concordo. Pacino aqui está muito distante do que vimos em Scarface. Aquela atuação realmente ficou fora de controle mas como Milton não consigo ver excessos por sua parte. Na maior parte do tempo está contido, evitando os velhos maneirismos. Claro que na cena final ele literalmente se descabela mas vamos convir que era necessário já que seu companheiro de cena era nulo. Por fim, para aliviar um pouco a agonia de ver Keanu Reeves falhar nas cenas, somos presenteados pela beleza luminosa de Charlize Theron. Ainda muito jovem, em um papel de certo modo ingrato, a atriz consegue a despeito de tudo isso se sobressair. Ela ainda não tinha o glamour da atualidade, onde surge como uma nova Grace Kelly, mas já demonstrava ser mais do que apenas um rostinho bonito em cena. Enfim é isso. "Advogado do Diabo" não é um primor em termos teológicos e nem foi essa a pretensão de seus realizadores mas diverte e abre as portas para quem quiser conhecer os mitos originais que lhe deram origem e isso certamente poderá ser muito mais instrutivo.

O Advogado do Diabo (The Devil´s Advocate, Estados Unidos, 1997) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Jonathan Lemkin baseado na obra de Andrew Neiderman / Elenco: Keanu Reeves, Al Pacino, Charlize Theron/ Sinopse: Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem advogado de interior que acaba sendo contratado por um grande escritório de advocacia de Nova Iorque liderado por John Milton (Al Pacino). O que parece ser o emprego dos sonhos porém logo se revela um grande pesadelo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Os Homens Que Encaravam Cabras

Título no Brasil: Os Homens Que Encaravam Cabras
Título Original: The Men Who Stare at Goats
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Grant Heslov
Roteiro: Peter Straughan, baseado no livro de Jon Ronson
Elenco: George Clooney, Ewan McGregor, Kevin Spacey, Jeff Bridges, Stephen Lang, J. K. Simmons, Robert Patrick
 
Sinopse:
Um jornalista (Ewan McGregor) vai até o Iraque e lá acaba descobrindo a existência de uma estranha unidade do exército americano especializada em promover experiências ultra sensoriais, esotéricas e até de parapsicologia. Os membros dessa unidade são levemente malucos, alguns chegados numa droga pesada e fora de órbita. A descoberta que uma companhia do exército americano realiza estranhas experiências como essas durante a ocupação do Iraque acaba servindo de base para o jornalista escrever um livro relatando tudo o que viu naquele bizarro lugar. Filme vencedor do Empire Awards na categoria de Melhor Comédia.

Comentários:
Esse estranho enredo que dizem ser levemente inspirado em fatos reais é bem fora do comum. Quase impossível de acreditar que tenha alguma base na realidade. Obviamente que o roteiro procura mostrar tudo de forma muito bem humorada, sem se levar à sério em nenhum momento. Narrado em primeira pessoa pelo jornalista interpretado por Ewan McGregor, vamos acompanhando em vários flashbacks a formação desse grupo extremamente bizarro e as consequências da existência deles nos planos de segurança do governo americano. Algumas coisas me chamaram atenção nesse "Os Homens Que Encaravam Cabras". A primeira delas é o ótimo entrosamento de todo o elenco. Eles estão em sintonia completa com o roteiro nonsense do filme. Embora o foco seja bem centrada em George Clooney, quem acaba no final das contas roubando o filme é o personagem de Jeff Bridges chamado Bill Django. De certa forma é uma repetição da personalidade que ele mostrou em "O Grande Lebowski". Aquele tipo New Age que era muito comum nos anos psicodélicos da década de 60. O curioso é saber que o governo americano acabou financiando as ideias malucas desse sujeito (pelo menos no filme). O diretor Grant Heslov não tem muita experiência no cinema. Antes só havia dirigido séries e curtas, mas como caiu nas graças do amigo George Clooney foi escalado para dirigir o filme. Seu grande mérito aqui é não atrapalhar o trabalho dos atores que parecem se divertir muito em cena, pois o elenco se mostra completamente à vontade. Outro aspecto a se elogiar é que ele criou um filme rápido, simples e nada pretensioso, o que contribui muito para que o clima de bom humor e diversão se concretizasse de forma perfeita. Enfim, "Os Homens Que Encaravam Cabras" é muito divertido e cai muito bem para quem quiser encarar uma sessão de cinema para melhorar o seu próprio humor.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Hounddog

Dakota Fanning interpreta uma garotinha sulista vivendo nos anos 50 bem no interior dos EUA. Para quem entende um pouco de música fica fácil lembrar que foi nesse lugar e nessa época que o Rock americano estourou nas paradas pela primeira vez. O filme então foca nessa pequena jovem que é fã de Elvis Presley. Ela mora literalmente no meio do mato e faz parte de uma família disfuncional: seu pai vive embriagado, sua mãe é falecida e sua avó é daquele tipo austera em excesso, tudo misturado com fanatismo religioso. Vivendo de pé descalço, correndo pelas redondezas ela acaba descobrindo que Elvis passará por sua cidade para realizar um show. Como a garota é pobre não tem dinheiro para comprar um ingresso e para consegui-lo acaba caindo numa armadilha tenebrosa.

Eu sinceramente esperava mais. Seu jeito independente e cult prometia uma obra muito melhor. Do jeito que ficou o filme se tornou esquisito. A primeira parte é interessante, movimentada, chegou a me lembrar até mesmo de "Conta Comigo", aquele pequeno clássico dos anos 80. O problema é que do meio do filme para o final tudo desanda. A personagem de Dakota é vítima de um crime (não irei revelar mas todos que já leram sobre o filme sabem do que se trata) e a partir desse ponto o roteiro desaba, fica chato, repetitivo e sem direção. O filme literalmente vira um porre, um dramalhão sem freios. Outro aspecto que me incomodou foram os erros históricos envolvendo a figura de Elvis Presley. O filme se passa em 1956 mas a garotinha insiste em cantar músicas que Elvis só gravaria anos depois (como Can´t Help Falling in Love de 1961). É imperdoável nos dias atuais cometer erros tão banais como esse! Enfim, "Hounddog" não convence, é arrastado, chato e nem a aparição relâmpago do próprio Rei do Rock em cena salva a produção da banalidade.

Hounddog (Idem, Estados Unidos, 2007) Direção: Deborah Kampmeier / Roteiro: Deborah Kampmeier / Elenco: Dakota Fanning, Granoldo Frazier, Isabelle Fuhrman, Cody Hanford, Piper Laurie / Sinopse: Um garota jovem cresce nos anos 50. Ao mesmo tempo em que se apaixona pela música de Elvis Presley vai passando pelas transformações que marcam o começo da puberdade. Filme indicado no Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Hooligans

Jovem americano (Elijah Wood) é expulso da conceituada universidade de Harvard após assumir a culpa de um colega de quarto - um riquinho viciado em drogas. Sem perspectivas vai para a Inglaterra onde mora sua irmã. Chegando lá faz amizade com torcedores de futebol cuja maior diversão é beber e se envolver em brigas com torcidas de outros times. Em pouco tempo se enturma e vira um verdadeiro Hoooligan! Bem interessante essa abordagem do fanatismo que o futebol pode causar nas pessoas, principalmente jovens europeus. O curioso é que o grupo de torcedores do time West Ham (de importância secundária no campeonato inglês) não é formado apenas por idiotas desocupados (como acontece no Brasil). Há pessoas bem situadas dentro da sociedade britânica, inclusive um professor de segundo grau cuja maior diversão é marcar pancadarias com torcedores rivais. Aliás esse papel é interpretado pelo bom ator Charlie Hunnam que parece ter se especializado em personagens de gangues como se pode ver atualmente na ótima série americana "Sons of Anarchy"

A diretora de Hooligans é Lexi Alexander o que não deixa de ser muito curioso pois um tema tão masculino como o mundo dos torcedores de futebol acaba ganhando uma visão feminina desse fenômeno social. No fritar dos ovos o que se destaca em Hooligans é o fato de que o esporte pode levar facilmente ao fanatismo. Além disso a noção de grupo logo faz com que as barreiras sociais caiam muito mais rapidamente. Isso é bem mostrado no filme quando o personagem de Elijah Wood diz que se sentia poderoso e sem limites quando estava ao redor de seu grupo. Com tanta testosterona e adrenalina juntas não é de se espantar porque as torcidas organizadas de clubes (inclusive no Brasil) se transformaram tão facilmente em grupo de marginais alucinados. Vale conferir e refletir sobre os aspectos negativos de se fazer parte de uma torcida assim.

Hooligans (Green Street Hooligans, Estados Unidos, Inglaterra, 2009) Direção: Lexi Alexander / Roteiro:Lexi Alexander, Dougie Brimson / Elenco: Elijah Wood, Charlie Hunnam, Claire Forlani / Sinopse: Um grupo de jovens passam seus dias em lutas com grupos de jovens torcedores de um time de futebol rival. Filme vencedor do LA Femme International Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Espião Que Sabia Demais

Filmes de espionagem geralmente seguem, de uma forma ou outra, a velha fórmula das fitas de James Bond: espiões charmosos, equipamentos de última geração, muita ação e pirotecnia. Pois bem, se você for ao cinema pensando encontrar algo assim em "O Espião Que Sabia Demais" pode ir tirando o cavalinho da chuva, pois ele é justamente a antítese do que o cinema costuma mostrar. Para começar os espiões não são charmosos, bonitões, vestidos em smokings de alta costura. Pelo contrário, são funcionários públicos burocráticos, foras de forma, mal vestidos e para falar a verdade enfadonhos, verdadeiros chatos. Por isso eu tenho quase certeza que a maioria das pessoas vão achar "O Espião Que Sabia Demais" uma tremenda chatice. Não há explosões, nem correrias, nem equipamentos espetaculares. A inteligência mostrada no filme se resume a esse grupo de funcionários públicos do governo britânico tentando descobrir quem seria o agente duplo que dentro da repartição está repassando informações aos russos. Parece simples mas esqueça. O roteiro é truncado mesmo e para quem não leu o livro vai ficar complicado não perder o fio da meada pelo menos uma vez durante a exibição. Na realidade nada é muito bem explicado para o espectador leigo (entenda-se o não leitor do livro de John Le Carré)

No elenco vários nomes conhecidos que admiro muito de outros filmes. Os que mais se destacam são John Hurt (sempre um ator eficiente seja lá qual for o papel) e Gary Oldman (com cara de enfadonho, deprimido, com olhar totalmente entediado mas mesmo assim muito bem em cena). O diretor sueco Tomas Alfredson (o mesmo do excelente Deixe Ela Entrar) aqui não consegue repetir a mesma fluência e elegância da estória da garotinha vampira. Na minha opinião ele realizou um filme que assim como os principais personagens em cena, soa bastante arrastado e entediante. Acredito que o roteiro deveria ter ficado mais enxuto, com menos personagens do que existem no livro. Nem sempre se deve adaptar uma obra de literatura ao pé da letra, principalmente quando ela é enorme e simplesmente não tem como encaixar tantas informações em um filme de duas horas de duração. Do jeito que ficou tudo soa bastante desencontrado, de complicada compreensão. Em poucas palavras a mão pesada do diretor acabou transformando "O Espião Que Sabia Demais" em algo um tanto quanto indigesto. Faltou mais sutileza a ele, com certeza.

O Espião Que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, Estados Unidos, 2011) Direção: Tomas Alfredson / Roteiro: Bridget O'Connor, Peter Straughan Baseados na obra de John le Carré / Elenco: Gary Oldman, Colin Firth, Tom Hardy / Sinopse: Durante a Guerra Fria um veterano espião do serviço secreto inglês tenta desvendar uma complicada teia de conspiração envolvendo espiões soviéticos. Filme indicado a três categorias no Oscar: Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Música.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre Ontem à Noite...

Elenco: O filme se concentra no relacionamento dos ídolos juvenis (da época) Rob Lowe e Demi Moore. Como contraponto humorístico John Belushi faz o amigo de Rob que só quer curtir a vida, agindo como um adolescente eternamente. O trio se saí bem. Demi e Rob passam paixão nas cenas. Demi está no auge da beleza no filme e suas cenas com Rob são bem calientes e convincentes. Não são grandes atuações mas dentro da proposta do filme se saem bem.

Direção: Edward Zwick era na época (1986) um diretor quase estreante. Esse pode ser considerado seu primeiro filme de repercussão. Ele realizou um filme bem "anos 80" mesmo - cenas com linguagem de videoclip, contraluzes e sequências ambientadas com muitos sintetizadores ao fundo (pena que nenhum grande hit esteja presente na trilha).

Produção: Nada de muito relevante, embora a fotografia do filme tente pegar bons ângulos da cidade de Chicago. Isso porém só acontece esporadicamente. A maioria das cenas importantes são todas em ambientes fechados (por causa de sua origem teatral). O filme custou pouco e rendeu bastante, então até pelo tema não era de se esperar muito.

Roteiro e argumento: O roteiro foi escrito baseado numa peça teatral do ótimo David Mamet. Aliás essa foi a razão que me levou a assistir o filme hoje. Sou fã assumido de seu trabalho. Aqui ele tenta captar um romance vivido por um casal jovem em sua cidade natal, Chicago. Mais um vez se saiu muito bem, o filme tem bons diálogos e o tema do relacionamento entre ambos é mostrada de forma bem humana. Mamet nunca me decepcionou e não seria nesse filme que isso iria acontecer.

Sobre Ontem a Noite... (About Last Night..., Estados Unidos, 1986) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Tim Kazurinsky baseado na peça de David Mamet / Elenco: Rob Lowe, Demi Moore, James Belushi / Sinopse: Um casal jovem tenta manter um relacionamento sério em Chicago na década de 80.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de maio de 2012

Os Assassinos

Há muito tempo eu percebi que os filmes da década de 40 são bem mais realistas do que os que foram realizados nos anos 50. Na década de 50 os personagens são muito mais definidos (os mocinhos são verdadeiros poços de virtude e os bandidos são malvadões sem coração). Nos anos 40 isso não era bem assim. Veja o caso desse "Os Assassinos". Os tipos que desfilam pela tela possuem dubiedade moral, não se sabendo ao certo se na realidade são vilões ou mocinhos. Na realidade eles passeiam em um campo cinzento, sem se posicionar completamente em um lado ou outro, igual à vida real.

Na trama alguns personagens são centrais. O "Sueco", vivido por Burt Lancaster, é um boxeador fracassado que após o fim de sua carreira vive de pequenos golpes até que se une ao bando de Big Jim. De todos os envolvidos a que mais destaca essa dubiedade moral dos anos 40 é a personagem Kitty, interpretada por Ava Gardner (no auge da juventude e beleza). Femme Fatale por excelência ela será o centro de toda a trama passada no filme. "Os Assassinos" é um ótimo exemplo do cinema maduro e cínico da década de 40. Não existem propriamente bandidos ou mocinhos e seu roteiro estruturado em vários flashbacks acentua ainda mais isso. Um belo exemplar noir que deve ser conhecido pela geração cinéfila mais jovem. Filme indicado a quatro categorias no Oscar: Melhor direção, roteiro, edição e música.

Os Assassinos (The Killers, Estados Unidos, 1948) Direção: Robert Siodmak / Roteiro: Anthony Veiller, Elwood Bredell, Ernest Hemingway, John Huston, Richard Brooks / Elenco: Burt Lancaster, Ava Gardner, Edmond O'Brien, Albert Dekker / Sinopse: Através de flashbacks o filme narra a intrigante estória do "Sueco" (Burt Lancaster), um sujeito de passado nebuloso envolvido com o submundo do crime.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de maio de 2012

Homens de Preto 3

Boris, o animal (Jemaine Clement) é um criminoso extraterrestre que foge de sua prisão na Lua. Seu objetivo ao voltar à terra é retornar ao passado para eliminar o agente K (Tommy Lee Jones) antes que ele o prenda e o envie para esse sistema penitenciário lunar de segurança máxima. "Homens de Preto" é uma dessas franquias que Hollywood tem de manter para manter seus cofres cheios. O filme é baseado em uma história de quadrinhos de segundo escalão que acabou encontrando seu nicho no cinema. O projeto foi a forma que Will Smith encontrou para retornar às telas em grande estilo. Ele estava afastado do cinema desde 2008 e alegou recentemente em entrevistas que se ausentou durante esses quatro anos porque simplesmente não encontrou um roteiro que lhe agradasse. Na realidade o fato é que Will Smith vem enfrentando um verdadeiro inferno astral em sua vida particular. Seu casamento acabou e atualmente ele tem sido o alvo preferido dos tabloides americanos e ingleses por causa de sua suposta opção sexual. Um sujeito tem feito barulho nesses jornais afirmando que teve um longo e duradouro envolvimento amoroso com o ator.

Deixando essas fofocas de alcova de lado vamos ao filme em si. MIB 3 é bem melhor que o filme anterior da franquia que realmente era muito sem graça, forçado e boboca. Isso não significa que ele seja bom. Na realidade os produtores optaram por um roteiro um pouco mais inteligente que lida com viagens no tempo. O argumento inclusive lembra outros filmes de ficção famosos como "Exterminador do Futuro" e "De Volta Para o Futuro" mas nada tão bem trabalhado como se vê nessas produções. No fundo é uma comédia escapista, com pontuais momentos de humor e ação que tenta pegar carona em fatos históricos importantes (como a ida do Homem à lua). Nada é obviamente levado muito à sério. O que salva MIB 3 de ser totalmente banal é justamente esse argumento de levar o agente J (Will Smith) para o ano de 1969. Os ETs são mostrados tais como eram vistos nos filmes e seriados da época (como "Jornada nas Estrelas" e "Perdidos no Espaço"). A ideia é bem bolada mas poderia ter sido melhor aproveitada. Não há muitos choques culturais quando o agente J volta no tempo. Há uma única cena, um leve incidente mostrando o racismo de dois policiais da época, que procura mostrar a cultura racista dos anos 60, mas tudo muito superficial mesmo. Em conclusão podemos dizer que "Homens de Preto 3" é um filme pipoca que se propõe a apenas divertir e nada mais. Poderia ter sido muito mais imaginativo e divertido mas do jeito que está até que não é um produto chiclete tão ruim assim. Recomendado mais para a garotada de até 14 anos, os mais velhos certamente torcerão o nariz.

Homens de Preto 3 (MIB 3, Estados Unidos, 2012) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Etan Cohen baseado nos quadrinhos MIB de Lowell Cunningham / Elenco: Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Emma Thompson / Sinopse: Boris, o animal (Jemaine Clement) é um criminoso extraterrestre que foge de sua prisão na Lua. Seu objetivo ao voltar à terra é retornar ao passado para eliminar o agente K (Tommy Lee Jones) antes que ele o prenda e o envie para esse sistema penitenciário lunar de segurança máxima.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Anti-Heróis

Anti-Heróis é um filme angustiante. O roteiro gira em torno de uma mesma situação: um duplo homicídio ocorrido na década de 80 volta para assombrar as pessoas que estiveram envolvidas nele na época. Em torno disso todo um clima de tensão é formado e o roteiro mescla cenas da atualidade com flashbacks reveladores sobre o que aconteceu. Em vista disso o resultado final é irregular. O filme tem pontos positivos mas também falhas, principalmente em seu desfecho quando apela para soluções fáceis demais para o que parecia ser uma verdadeira encruzilhada. Assim como o desenvolvimento o elenco também se mostra com altos e baixos. O ator Channing Tatum atrapalha um bocado o filme. Sorumbático e antipático acaba criando tédio no espectador. Idem Katie Holmes, que oscila entre a indiferença e a histeria.

Para salvar o filme no quesito elenco não poderia ser de outra forma, pois são os veteranos que arrasam em cena. Eu gosto do Ray Liotta. Desde “Os Bons Companheiros” eu acompanho sua carreira. Aqui ele está muito bem no papel de um chefe de departamento que transita tranquilamente entre a lei e o mundo do crime. Já elogiar Pacino é chover no molhado. Interpretando um personagem que é sua especialidade (o policial de Nova Iorque) o ator traz muita dignidade ao resultado final. Outra surpresa é ver o humorista e careteiro Tracy Morgan fazendo um personagem forte que infelizmente nunca emociona e fica no meio do caminho. No saldo final diria que “Anti-Heróis” poderia ser uma pequena obra prima se tivesse todos os eixos em sintonia. Infelizmente isso não ocorre aqui. Há espasmos de bons momentos mas o resultado final realmente fica longe do esperado.

Anti-Heróis (The Son of No One, Estados Unidos, 2011) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Dito Montiel / Elenco: Channing Tatum, Al Pacino, Juliette Binoche / Sinopse: jovem Policial vai trabalhar no bairrro onde cresceu e acaba descobrindo um fato terrível do passado.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sombras de Goya

Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição. Eu gostei bastante de Sombras de Goya. As razões são muitas. Pessoalmente gosto de dramas históricos e quando eles mostram grandes acontecimentos da história gosto ainda mais. A grande lição deixada por esse filme é simples: não importa quem ou qual ideologia está no poder. Seja a Igreja, seja a monarquia ou seja o poder revolucionário, todos eles, sem exceção vão em algum momento barbarizar o povo e abusar desse poder. O filme mostra bem isso. No começo temos os absurdos da chamada Santa Inquisição, onde qualquer menor suspeita já era suficiente para jogar a pessoa no pior calabouço imaginável, com direito a todas as torturas possíveis.

Depois acompanhamos a invasão francesa à Espanha. Interessante essa parte do filme pois os franceses são mostrados com bastante realismo (eles se imaginavam libertadores mas o povo espanhol os trataram apenas como invasores estrangeiros). Por fim a volta da monarquia espanhola e seu absolutismo cruel. O roteiro é bem escrito pois coloca no centro da drama o pintor Goya, a pobre Inés (interpretada aflitivamente por Natalie Portman) e o padre Lorenzo, um sujeito que faz da sua história pessoal um retrato dos acontecimentos políticos que aconteceram na época. O filme é bem interessante, achei as alegorias do argumento bem desenvolvidas e bem situadas. Enfim, recomendo bastante. É um drama histórico acima da média e no final das contas nos leva à reflexão de que não importa mesmo a ideologia dominante, todas elas mais cedo ou mais tarde vão querer a sua alma e sua cabeça numa bandeja. Se prepare...

Sombras de Goya (Goya's Ghosts, Estados Unidos, 2006) Direção: Milos Forman / Roteiro: Milos Forman, Jean-Claude Carrière / Elenco: Javier Bardem, Natalie Portman, Stellan Skarsgård, Randy Quaid, Blanca Portillo, Michael Lonsdale / Sinopse: Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Battleship: A Batalha dos Mares

Battleship - Batalha dos Mares era exatamente o que eu estava esperando, sem mais, nem menos. É um produto que ultimamente tenho chamado de "Filmes de Shopping Center". Não se engane, o termo não é elogioso. Eu uso essa denominação para aquele tipo de produção que foi criada, pensada e distribuída para arrecadar muita, muita bilheteria nos complexos em Shoppings. Qualquer coisa abaixo disso é fracasso, o filme perde sua razão de ser. O público alvo é a garotada que se entope de fast food nas praças da alimentação. Eles comem Fast Food nas lanchonetes e depois vão ao cinema assistir a um filme que também é um Fast Food cinematográfico. Tal como as batatas fritas esse tipo de filme não acrescenta muito para a saúde do consumidor, pelo contrário pode é fazer mal! Haja peso! Eu não sou um purista completo que ignora o aspecto comercial do cinema, ele tem que existir é claro, mas quando a bilheteria é a única razão de um filme ser feito eu fico com uma pulga atrás da orelha, sinceramente. Um articulista fez uma observação bem curiosa sobre Battleship dizendo que era um "Transformers no mar", com navios ao invés de robôs que viram carros.

De fato, não poderia resumir melhor do que isso. É exatamente isso mesmo. Agora o curioso é que em tempos de tantos videogames de última geração foram escolher logo um velho jogo de tabuleiro para inspirar o filme. Estou falando de "Batalha Naval". Quem foi garoto ou adolescente nos anos 70 e 80 sabe do que estou falando. Era um jogo até simples. Dois jogadores tentavam afundar os navios do adversário usando os códigos que estavam no tabuleiro. O filme inclusive em uma das cenas homenageia o jogo original quando os oficiais da marinha americana tentam afundar as naves alienígenas usando as bóias que estão no mar como referência. A posição do navio inimigo é determinada por códigos de localização. tal como era no saudoso Batalha Naval. Eu confesso que apesar de ter jogado bastante Batalha Naval sempre preferi mesmo War da Glow. Será que vão fazer um filme do War também? Sei lá, tudo é possível nessa altura do campeonato...

Voltando ao filme e deixando os jogos de tabuleiro de lado. Uma vez o grande cientista Carl Sagan fez uma indagação interessante em seu programa Cosmos. Será que um contato com uma civilização extraterrestre seria uma boa para o nosso planeta? Na época estava se iniciando um programa espacial em que telescópios terrestres enviavam ondas de rádio para o espaço profundo em busca de alguma resposta de uma suposta civilização extraterrestre, caso ela realmente existisse. Carl Sagan voltava a se perguntar: E se a civilização que receber esses sinais for hostil? O que acontecerá conosco? Pois bem, o filme vai por aí. Ondas de rádio (que no filme mais parecem raios lasers, olha que bobagem!) são emitidas para um planeta parecido com a Terra a milhares de anos luz de distância.

Mas isso não importa. A resposta vem em forma de naves de tecnologia avançada que chegam rapidinho em nosso sistema solar, e como sempre vem para conquistar o nosso rochedinho perdido no meio do universo! Para salvar o mundo (de novo?) aparece os gloriosos homens da Marinha Americana e seus navios imbatíveis (que mais parecem carroças perto das naves ETs mas as vencem no último segundo, ora imagine você!). Em suma, é isso. Battleship é realmente um Transformers em Alto Mar, um Independence Day da Marinha Ianque. Os ETs mais parecem jogadores de Rugby mas que importa isso? Se você gosta desse tipo de filme faça bom proveito e se divirta. Eu, por outro lado, gostava mais do joguinho da infância - aquele pelo menos parecia mais verossímil e inteligente.

Battleship - A Batalha dos Mares (Battleship, Estados Unidos, 2012) Direção: Peter Berg / Roteiro: Erich Hoeber, Jon Hoeber / Elenco: Liam Neeson, Alexander Skarsgård, Taylor Kitsch e Rihanna / Sinopse: Civilização extraterrestre capta ondas enviadas por cientistas da Terra e chegam em nosso planeta com o objetivo de conquistá-lo.

Pablo Aluísio.

Outland - Comando Titânio

Já tinha assistido há alguns séculos mas não me recordava de nada! Por pura curiosidade decidi rever. Bom, Outland mostra bem que filmes de ficção envelhecem bem mais cedo que filmes de outros gêneros. Embora se passe em um futuro não especificado e todos estejam em uma estação mineradora em IO, ao redor do gigante gasoso Júpiter, os computadores mais parecem latas velhas do tempo dos jurássicos Cobras! O filme em termos de efeitos especiais é até correto mas nada surpreendente. É um western espacial para dizer a verdade.

Todo apoiado no carisma de Sean Connery o filme é dividido em dois atos: no primeiro o xerife espacial interpretado por Connery descobre uma rede de tráfico de uma nova droga, que alucina os mineradores mas ao mesmo tempo aumenta sua produtividade. No segundo ato um grupo de assassinos chega na estação para liquidar o xerife que está colocando em perigo os interesses dos que estão comercializando as drogas. Essa segunda parte do filme é descaradamente copiada do clássico faroeste estrelado por Gary Cooper, Matar ou Morrer. Até a contagem regressiva tem. Depois que esse grupo chega na estação o filme perde interesse e se transforma num clássico esquema de caça ao rato. Existem algumas cenas curiosas mas o difícil mesmo é explicar como Sean Connery consegue destruir meia estação apenas para matar seus perseguidores.

Outland - Comando Titânio (Outland, Estados Unidos, 1981) Direção: Peter Hyams / Roteiro: Peter Hyams / Elenco: Sean Connery, Frances Sternhagen, Peter Boyle / Sinopse: Um policial de uma estação espacial de mineração descobre que um grupo de traficantes estão agindo no local, vendendo um novo tipo de droga.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Codinome Cassius 7

Paul Sheperdson (Richard Gere) é um agente da CIA aposentado que é trazido de volta à ativa por seu chefe Tom Highland (Martin Sheen) para investigar a morte de um senador americano, cuja execução se assemelha em tudo ao modus operandi de um antigo assassino da KGB conhecido como Cassius 7. Para ajudá-lo nessa caçada ele contará com o apoio do jovem agente Ben Geary (Topher Grace) recém saído da academia cuja tese foi justamente o infame Cassius 7. Lida assim a sinopse podemos até pensar que o filme promete. De fato hoje em dia temos poucos filmes de espionagem que sejam realmente bons. Pena que "The Double" fique no meio do caminho e não tape essa lacuna. O roteiro é preguiçoso e clichê, usando e abusando das famigeradas reviravoltas, uma mais sem sentido do que a outra. Outro problema são os furos de roteiro e a falta de foco, a tal ponto que o filme simplesmente perde o fio da meada (afinal quem matou o senador? Quem era o imitador do Cassius original? Ele existiu ou não? Esqueça porque do meio para o fim os roteiristas simplesmente esqueceram de explicar isso e muito mais ao espectador).

O elenco todo está no controle remoto com cara de enfadonho, em especial Richard Gere que parece não mais se importar com a qualidade dos filmes que faz. Seus dias de grande astro certamente foram deixados para trás e eu tenho dúvidas se o filme conseguirá chegar nas salas de cinema (provavelmente irá direto para o mercado de DVDs). Topher Grace só funciona em personagens cômicos (como o que ele interpretava na boa sitcom "That´s 70´s Show"). Como vilão ou como mocinho em filmes de outros gêneros ele não consegue apresentar um bom trabalho (vide Homem Aranha 3). Já Martin Sheen, coitado, não acrescenta em nada e parece estar ali apenas defendendo seu aluguel. De resto a direção de Michael Brandt é totalmente sem pegada. Isso é até fácil de explicar uma vez que esse é seu primeiro trabalho como diretor pois ele sempre foi apenas roteirista. Um conselho? Volte aos roteiros pois como diretor ele não sabe muito bem o que fazer.

Codinome Cassius 7 (The Double, Estados Unidos, 2011) Direção: Michael Brandt / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Richard Gere, Topher Grace, Martin Sheen / Sinopse: Paul Shepherdson (Richard Gere) é um ex agente da CIA aposentado que se vê imerso em um complicado complô envolvendo um de seus antigos casos.

Pablo Aluísio.

De Volta Para o Futuro

Resolvi rever "De Volta Para o Futuro" hoje! Ainda continua tão divertido e legal como da primeira vez que assisti há muitos anos. Confesso que o que mais senti falta foi da dublagem original (assisti legendado). Isso porque apesar de sempre preferir filmes legendados aqui o caso é diferente. Quando se passa a infância assistindo filmes dublados como esse ficamos com apego àquelas vozes. Os dubladores brasileiros realmente fizeram um trabalho maravilhoso em "De Volta Para o Futuro", principalmente nas dublagens de Marty McFly e Doc Brown. Ouvir as vozes originais dos atores americanos não foi tão legal, devo admitir.

Senti falta mesmo, o que é compreensível pois adorava rever o filme na Globo na Sessão da Tarde, por exemplo. Coisa parecida também acontece com "Curtindo a Vida Adoidado" - a gente cresce assistindo ao filme dublado e aquelas vozes fazem uma falta danada quando assistimos à versão original, legendada. Mas voltando ao filme: esse tem um dos roteiros mais redondinhos que já vi. Nada é gratuito e todas as peças se encaixam maravilhosamente bem. Claro que por ser uma aventura infanto juvenil dos anos 80 ninguém aqui vai pedir por profundidade ou conteúdo. "De Volta Para o Futuro" é pura diversão mesmo, tem um clima de anos 80 que vai encher muito marmanjo de saudades. E pensar que o filme já tem mais de 25 anos! Puxa vida! Quer voltar para o passado? Que tal rever "De Volta Para o Futuro"? Garanto que será mesmo uma viagem no tempo...

De Volta Para o Futuro (Back To The Future, Estados Unidos, 1985) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J Fox, Christopher Lloyd, Crispin Glover / Sinopse: Matin McFly (Michael J. Fox) é um adolescente da década de 80 que acaba voltando 30 anos no tempo, indo parar em 1955, quando seus pais, ambos jovens, estão começando a se relacionar. Clássico da filmografia dos anos 80.

Pablo Aluísio.