terça-feira, 22 de março de 2005

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 3

O segundo encontro entre Elvis e Priscilla já foi bem diferente. O fato de Elvis ter mostrado interesse na jovem adolescente mudou tudo. Ao invés de se mostrar mais à vontade, completamente casual, Elvis resolveu dar mais atenção a Priscilla. Quis saber mais sobre sua vida, seus planos, seus pensamentos. Conforme a conversa seguiu em frente Elvis provavelmente pensou que ela, por ser tão jovem, poderia ser moldada na mulher de seus sonhos. A partir desse ponto Elvis resolveu não mais largar a garota, uma decisão que tinha sua dose de risco uma vez que Jerry Lee Lewis tinha visto sua carreira praticamente acabar da noite para o dia por se envolver com uma garota menor de idade.

O que diferenciou tudo foi que Elvis estava distante, na fria Alemanha, bem longe da imprensa americana. Além disso ele e Priscilla começaram um romance que poderia ser definido como um “namoro adolescente”. Nada de se avançar além dos limites, Elvis tinha consciência da idade de Priscilla e procurou agir como tal. Conforme o tempo foi passando Priscilla começou a ir duas, três, quatro e até cinco vezes por semana para Bad Nauheim, o que imediatamente despertou a atenção de seu pai que obviamente não via com bons olhos o fato de sua filha de 14 anos de idade ir quase todas as noites para a casa de um superstar como Elvis. Agora se Elvis quisesse ver Priscilla teria que ir falar com ele pessoalmente. As coisas definitivamente tomariam um novo rumo depois disso.

Foi por essa época que a história chegou aos ouvidos do Coronel Tom Parker. Ele mantinha uma rede de espiões ao redor de Elvis, informando tudo o que acontecia em sua vida pessoal. Quando soube que Elvis estava namorando uma garota de 14 anos na Alemanha, o Coronel Parker ficou muito preocupado. Não era sem razão. O caso de Jerry Lee Lewis estava na mente de todas as pessoas da indústria fonográfica. Caso isso viesse a ser revelado pelos jornais americanos Elvis iria passar por dificuldades e abalos em sua popularidade.

O Coronel Parker e Elvis mantinham contato por telefonemas que eram realizados com certa regularidade. Pelo telefone o Coronel Parker disse a Elvis que ele colocasse sua mente no lugar. Que esse tipo de envolvimento era perigoso, que as coisas poderiam sair do controle. Curiosamente mesmo com a pressão indireta de Tom Parker para que Elvis colocasse um fim em seu namoro com Priscilla, ele decidiu continuar com ela. Era uma prova de que ele realmente estava gostando dela. Caso fosse diferente, Elvis teria terminado tudo, abafado seu romance com a jovenzinha. Elvis via Priscilla como alguém para afastar a solidão e a depressão que vinha sofrendo desde a morte de sua mãe Gladys. Eram momentos de rara felicidade em um tempo muito duro para ele. E assim, mesmo com os conselhos de Tom Parker, Elvis seguiu em frente com o namoro. E mais, decidiu que iria conhecer os pais de Priscilla em Weisbaden. Ele estava decidido a dar um passo a mais nessa complicada relação amorosa.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 2

Foi justamente na época em que servia o exército americano na Alemanha que Elvis finalmente encontrou a mulher de seus sonhos. Era Priscilla Ann Beaulieu, filha de um oficial da força aérea que também cumpria seu serviço militar numa base próxima à que Elvis estava estacionado. Foi Currie Grant quem trouxe Priscilla para passar uma noite na casa de Elvis. Como se sabe o cantor gostava de relaxar após mais um dia no quartel, sentava ao piano, cantava algumas músicas ou então ficava ouvindo o rádio ou sua vitrola com os últimos lançamentos nos Estados Unidos.

No começo Priscilla viu o convite como algo curioso, uma noite diferente para contar para suas amigas que tinham ficado nos Estados Unidos, até porque não era todo dia que se podia conhecer uma celebridade como Elvis Presley. Ela inclusive achava que Elvis mal iria reparar em sua presença. Jovem como era, não iria chamar atenção. Afinal Priscilla não passava de uma adolescente sem grandes coisas a conversar com aquele que era considerado o maior cantor do mundo. Só havia uma coisa que ela não podia prever, a de que Elvis iria se interessar muito por ela!

Depois de pedir autorização aos pais dela, pois Priscilla ainda era menor de idade, Currie conseguiu levá-la finalmente para conhecer Elvis. A viagem curta entre as cidades de Weisbaden e Bad Nauheim foi realizado praticamente em silêncio. Priscilla era uma jovem introvertida. Era filha de um militar, essa era a explicação para o seu modo de agir. O primeiro encontro se deu de forma mais casual possível. Currie levou Priscilla para conhecer Elvis em sua casa em Bad Nauheim. Não era uma festa nem nada parecido, apenas mais uma reunião informal como tantas outras que Elvis promovia em sua casa todas as noites.

Ele estava bem à vontade quando Priscilla chegou. Ela já havia ficado surpresa quando finalmente parou em frente de sua casa. Ao invés de uma mansão de um astro de Hollywood, Priscilla se viu diante de uma casa comum, como todas as outras da rua. As casas alemãs eram velhas e tinham aquele estilo histórico em suas fachadas. Quando Priscilla entrou na casa de Elvis a primeira coisa que ela ouviu foi um disco de vinil com a cantora Brenda Lee. Elvis estava ouvindo as novidades, os lançamentos que tinham sido lançados nos Estados Unidos. Ele tinha, claro, de ficar atualizado.

Priscilla acreditava que Elvis nem iria perceber sua presença na sala, mas ela estava errada. Elvis, desde o primeiro momento em que colocou os olhos nela, ficou impressionado por sua beleza. Elvis se apresentou a ela, de forma até bastante formal, então Priscilla sentou e para sua surpresa viu que Elvis se aproximou dela para conversar. Ela pensou que isso nunca iria acontecer. Elvis foi logo perguntando sobre ela, se estava gostando da Alemanha. Uma pequena situação delicada aconteceu quando Elvis perguntou onde ela estudava, em que série estava. Quando Priscilla respondeu Elvis soltou uma frase de surpresa, dizendo "Mas você é apenas uma criança!". Ela não gostou. Fechou a cara. Elvis percebeu a besteira que havia dito e tentou consertar a situação. Acabou dando certo.

Havia uma diferença de idade entre Elvis e Priscilla. Ele estava com 24 anos na época. Priscilla tinha apenas 14 anos de idade. Era uma situação delicada. Depois disso Elvis conversou com outros convidados, mas Priscilla notou que ele estava sempre interessado nela, algo que definitivamente a surpreendeu. O primeiro encontro terminou assim, sem maiores expectativas. A jovem notou um singelo flerte por parte dele, mas foi só. De fato Priscilla acreditou que jamais iria ver Elvis novamente, uma vez que ele certamente era cercado de garotas bonitas por todos os lados. O fato porém é que o amor tem razões que a própria razão desconhece. Elvis ligou para Currie e lhe disse que trouxesse Priscilla mais uma vez em sua casa, pois  havia pensado muito nela naquele fim de semana. Imagine o susto de Priscilla ao saber disso! Um novo encontro estava prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 1

Após o falecimento de sua mãe, Elvis teve alguns dias de licença nos Estados Unidos para se recuperar do grande abalo emocional que havia sofrido. Após o fim da licença ele teve que voltar para o exército. A vida tinha que seguir em frente. Levou seu pai e sua avó para morar com ele na Alemanha. Ele havia prometido para a mãe que jamais iria se separar deles. Uma vez na Alemanha a vida voltou aos poucos ao normal. Elvis ainda tinha que conviver com a dor e a perda da mãe, mas ao mesmo tempo tinha que ser forte para levar sua vida adiante.

Na mesma época uma jovem adolescente americana chamada Priscilla Ann Beaulieu chegava para morar com seus pais em Wiesbaden, na Alemanha. A cidade ficava próxima de Bad Nauheim, onde Elvis passaria a viver. Priscilla estava muito chateada por morar na Alemanha. Ela havia sido eleita a garota mais bonita na escola onde estudava nos Estados Unidos. Tinha muitos amigos e finalmente parecia estar criando raízes. Seu pai, que era da força aérea, era constantemente transferido de uma cidade para outra e isso impedia muitas vezes a filha de criar amizades duradouras. Agora, que tudo parecia indo bem, Priscilla tinha que encarar uma nova mudança e dessa vez para um outro país.

Outro problema que ela tinha que enfrentar era o fato de que o homem que ela pensava ser o seu pai biológico era apenas o seu pai adotivo. Priscilla havia descoberto a verdade poucas semanas antes de ir para a Alemanha. O pai verdadeiro dela se chamava Paul e era piloto da força áerea dos Estados Unidos. Ele havia morrido de um acidente com seu avião quando Priscilla era apenas uma bebezinha de colo. A mãe viúva se casou novamente, com outro militar, mas nunca havia contado a história real para a filha. Só depois que ela achou uma foto de seu pai verdadeiro e pediu explicações para a mãe é que descobriu toda a verdade.

Na pequena cidade alemã onde Priscilla pasosu a morar com sua família havia uma lanchonete frequentada por militares americanos e seus familiares. O estabelecimento se chamava Eagles. Nesse lugar Priscilla ia pelas tardes para escrever cartas para suas amigas que tinham ficado nos Estados Unidos. Também aproveitava o tempo para ouvir suas músicas preferidas no jukebox. Foi no Eagles que a beleza de Priscilla chamou a atenção de um militar chamado Currie Grant. Ele era conhecido de Elvis.

Certa vez, em uma conversa animada entre amigos, Elvis havia dito que as mulheres mais bonitas que já tinha visto em sua vida eram aquelas que tinham olhos azuis e cabelos bem pretos. Essa combinação de beleza era a ideal para Elvis, tanto que ele próprio passou a pintar seus cabelos de uma cor bem escura, tudo para combinar com seus olhos azuis. Ele era na verdade loiro. Pois bem, em Priscilla o amigo Grant havia visto tudo aquilo que Elvis dizia admirar numa mulher. Ela era uma linda adolescente de olhos azuis e cabelos negros. Provavelmente Elvis gostaria de conhecê-la. Grant então resolveu se apresentar a ela, dizendo que conhecia Elvis Presley. Será que aquela garota teria interesse em conhecer o famoso astro da música?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de março de 2005

Elvis Presley - A Morte de Gladys

Elvis Presley - A Morte de Gladys
Gladys Love Smith Presley, a mãe de Elvis Presley, faleceu no dia 24 de agosto de 1958, com apenas 46 anos de idade, muito nova para os padrões americanos. Essa foi sem dúvida a maior tragédia na vida de Elvis. Ele amava demais sua mãe e não estava preparado para o que havia acontecido. Ele sempre dizia que seu maior objetivo de vida era dar uma vida melhor para seus pais, em especial sua mãe. que a mansão Graceland era dela, não dele. Que tudo o que havia construído havia sido apenas para que querida mãe tivesse uma boa vida em sua velhice. Só que tudo ruiu naquele terrível dia de agosto. E a tormenta dele havia começado bem antes.

Elvis havia ficado por 72 horas ao lado do leito de sua mãe no Hospital Metodista em Memphis. Naquela madrugada ele não tinha conseguido dormir. Ficou em uma cadeira, ao lado da cama da mãe, esperando que seu quadro de saúde fosse melhorar. Quando o dia amanheceu Elvis foi aconselhado por seu pai para ir descansar um pouco em Graceland, afinal ele tinha passado em branco naquelas últimas noites, sempre preocupado com o estado de saúde de sua querida mãe. E ela não conseguia melhorar. A cada dia seu quadro médico ia ficando pior. Elvis estava extremamente preocupado. Não havia uma certeza sobre o que estava acontecendo com ela.

Mesmo receoso Elvis achou melhor ir mesmo para casa, descansar e dormir um pouco para recarregar suas energias. Durante todo o tempo Elvis contou com o apoio de amigos e parentes como Alan Fortas, Lamar Fike, George Klein, Billy Smith e Louis Harris, que lhe deram forças tanto em Graceland, como no hospital onde Gladys infelizmente vivia seus últimos momentos. Vernon, seu pai, ficaria ao lado de Gladys até que ele voltasse no dia seguinte. Em Graceland Elvis tentou dormir, mas suas crises de insônia voltaram. Quando estava estressado e preocupado ele não conseguia mesmo ter uma noite tranquila de sono.

Ao que tudo indicava a mãe de Elvis sofria de uma grave crise de hepatite e os médicos receavam pelo pior. Enquanto Elvis estava descansando no quarto em Graceland, o seu telefone tocou. Era pouco mais de duas da manhã. Era seu pai. Gladys havia entrado em coma profundo e os médicos estavam sem muitas esperanças. Elvis mal teve tempo de se levantar e correr para o Hospital pois quando chegou lá recebeu a terrível notícia: sua mãe não resistira ao quadro grave de saúde e havia falecido poucos minutos antes, de uma parada cardíaca.

Ao receber a notícia Elvis entrou em choque! Nada poderia ser tão terrível para ele como a morte de sua amada mãe. Elvis e Gladys tinham um relacionamento especial, eram extremamente próximos e quando a perdeu Elvis se viu diante da maior tragédia de sua vida. Gladys não era apenas sua mãe, mas também sua melhor amiga, confidente, confessora e guia moral. A sua morte causou um abalo tão grande em Elvis que muitos biógrafos afirmam que sua vida mudou para sempre depois daquela madrugada.

Elvis ficou devastado, completamente devastado emocionalmente. Ele não conseguia mais pensar ou agir corretamente. Em uma forte crise nervosa, teve que ser levado de volta para Graceland onde foi atendido por um médico que lhe passou uma série de calmantes. Mesmo assim, sedado, Elvis não conseguia parar de chorar. A notícia se espalhou rapidamente e em pouco tempo uma multidão formou-se nos portões de Graceland. Logo pela manhã a polícia de Memphis foi acionada para chegar ao local, com receios de que houvesse um tumulto por causa da enorme quantidade de pessoas presentes. Assim que soube da notícia o amigo Nick Adams veio de Hollywood. Vários figurões e astros famosos também mandaram suas condolências entre eles Marlon Brando, Cecil B. De Mille e Paul Newman. Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe também enviaram telegramas lamentando a morte de sua mãe.

Vernon assumiu os preparativos do funeral uma vez que Elvis não tinha mais nenhuma condição emocional de tratar de algo assim. O corpo de Gladys chegou em Graceland às dez e meia da manhã. Elvis não teve condições de descer logo para ficar ao lado da mãe. Inconsolado ele repetia: “Oh meu Deus, meu Deus, por favor, leve tudo o que eu tenho e traga minha mãe de volta!” Abraçado a Vernon desabafou: “Tudo o que eu tinha de valioso em minha vida se foi”. Mesmo muito abalado Elvis mandou que as portas de Graceland fossem abertas aos seus fãs. “Minha mãe adorava meus fãs, quero que eles venham dizer adeus a ela!”. Aconselhado pelo Coronel Tom Parker porém os funerais foram transferidos para um local mais seguro.

Para a despedida de sua mãe, Elvis decidiu trazer o grupo gospel favorito de Gladys, o Blackwood Brothers, para cantar na cerimônia de corpo presente. Abraçado ao pai ou a Minnie Mae, Elvis mal conseguia se segurar em pé, tamanha a carga emocional que se abatera sobre ele. Na hora de finalmente dar o adeus final, Elvis se debruçou sobre o corpo de sua mãe e se despediu dizendo: “Adeus, minha querida... adeus! Eu te amo demais. Você sabe que tudo o que fiz em minha vida foi só por você...” Após falar essa frase a voz sumiu e Elvis não conseguiu dizer mais nada, sendo consolado por todos que estavam ao seu redor. As lágrimas o impedia de falar qualquer outra coisa. Depois das despedidas finais Gladys foi levada até o cemitério Forrest Hill onde foi finalmente sepultada. Seu caixão desceu exatamente às 15:30hs. Elvis foi retirado pois não conseguia mais suportar a dor pela qual estava passando. Na lápide ficou escrito: “Gladys Smith Presley – Esposa Querida de Vernon Presley, mãe de Elvis Presley – Ela foi o raio de sol de nosso lar”.

O sistema postal de Memphis estima que no total foram enviadas mais de 100 mil cartas para Graceland naquela semana, sendo 500 telegramas de condolências e 200 arranjos de flores. Elvis conseguiu mais uma semana de licença do exército para ficar em Memphis. Não havia cura para sua dor. Imediatamente mandou que o quarto de Gladys em Graceland fosse deixado completamente preservado em memória de sua mãe. Também providenciou para que uma pessoa ficasse responsável em depositar diariamente rosas em seu túmulo.

Durante muitos anos se especulou sobre as verdadeiras causas da morte de Gladys. Alguns autores mais sensacionalistas afirmaram que ela teria morrido de cirrose causada por excesso de bebidas alcoólicas, mas isso era obviamente uma indignidade com a memória da mãe de Elvis. De fato não houve qualquer acobertamento ou mudança nos documentos de sua causa mortis promovida por quem quer que seja.

Depois da morte de sua mãe, Elvis Presley se transformou. As coisas começaram a ter um novo ângulo, uma nova perspectiva. Ele entrou em sucessivas crises depressivas que jamais o abandonariam. Não se importava mais em ler contratos, saber quanto ganhava em discos, filmes, etc. A carreira tão amada acabou virando apenas um trabalho a se fazer. Elvis também deixou definitivamente de se importar com coisas materiais, se tornando uma pessoa mais do que generosa, dando praticamente tudo o que ganhava para amigos, parentes e quem quer mais que caísse em suas graças. Para muitos o seu longo declínio como pessoa e como artista começou com a morte de sua amada mãe. A afirmação não deixa de ter um grande fundo de verdade. As coisas definitivamente jamais seriam como antes. Não há como negar que naquele dia morreu não apenas Gladys, sua idolatrada mãe, mas também uma parte importante do próprio Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley


 Elvis Presley

domingo, 20 de março de 2005

Elvis Presley - A Família Presley

A pequenina cidade de Bad Nauheim, na Alemanha, foi o lar europeu de Elvis Presley em grande parte de seu serviço militar no exterior. Na maior parte do ano a cidade apresentava um clima muito frio, mas no verão o local renascia. A RCA Victor enviou uma equipe para tirar algumas fotos de Elvis no local para usar posteriormente em material promocional de seus discos.

Uma das fotos inclusive virou capa de um de seus singles de maior sucesso. Além das fotos tiradas por sua gravadora, Elvis foi clicado por fãs, moradores e colegas de exército. Na cidade ele procurou levar uma vida normal, calma, andando pelas ruas, sendo bastante simpático com os moradores locais, sempre procurando parecer uma pessoa como qualquer outra. Nada de agir como um superstar. No fundo Elvis tentou de alguma forma fazer parte da comunidade de Nauheim.

Elvis inclusive levou sua família para morar ao seu lado. Ele não queria se separar de seu pai Vernon e nem de sua avó, Minnie Mae (que carinhosamente chamava de "Dodger"). Todos eles foram morar com ele em uma casa alugada em Bad Nauheim. A mãe de Elvis, Gladys Smith, havia falecido naquele mesmo ano. Quem preparava todas as refeições era a própria avó de Elvis. Ela fazia de tudo para que o neto se sentisse em casa, mesmo estando morando na distante Alemanha. 

Vernon ficava em casa, cuidando das coisas, fazendo compras e pagando todas as contas. Era Vernon que tinha que lidar com a dona da casa onde eles moravam. Uma senhora idosa, viúva e mal humorada, que sempre chamava Elvis de "Joe". Elvis e o pai riam muito disso e nunca entenderam porque ela chamava Elvis por esse nome.  Talvez a senhora alemã chamasse Elvis de Joe porque todos os soldados americanos eram conhecidos como "GI Joe" em solo alemão. A viúva não tinha a menor ideia de quem era Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - A vida em Bad Nauheim

Após a morte de sua mãe Gladys, Elvis teve mais alguns dias de licença e depois retornou para a base militar de Fort Hood. Ele foi integrado ao Primeiro Batalhão de Tanques da Terceira Divisão Americana (Spearhead) que seria enviada para a Alemanha Ocidental. Antes de morrer Gladys havia tido uma conversa com Elvis. Pressentindo que algo mais sério pudesse acontecer com sua saúde, ela fez Elvis prometer que para onde quer que fosse sempre levaria seu pai e sua avó juntos, pois na visão de Gladys a família deveria sempre manter-se unida. Elvis prometeu a ela em seu leito de morte que faria isso e cumpriu sua promessa. Assim que soube que iria para a Alemanha resolveu que Vernon e Minnie Mae deveriam seguir ao seu lado para a Europa.

Havia uma cláusula no regimento interno do exército americano que dizia que caso o militar em serviço tivesse familiares sob sua dependência financeira, ele poderia dormir em sua própria residência. Para Elvis isso era mais do que conveniente. Estaria ao lado de seus parentes queridos e de quebra poderia voltar a dormir em uma cama quente e macia novamente. Ele estava cansado de dormir nas frias casernas do batalhão e com Vernon e Minnie Mae por perto isso seria um alívio para ele pois dormiria em seu próprio quarto em uma casa alugada na Alemanha.

Inicialmente a tropa de Elvis foi enviada para Hamburgo, depois Frankfurt, finalmente estacionando na pequenina cidade de Bad Nauheim. Foi ali que Elvis decidiu alugar uma casa para ele, Vernon e Minnie Mae. Quando todos pensavam que Elvis iria alugar uma mansão por lá ele escolheu uma pequena residência comum no endereço Goethestrasse 14, que absolutamente nada tinha nada de diferente das demais casas da rua. Era pequena, mas confortável.

A rotina de Elvis nessa cidade nunca mudou desde que lá chegou. Ele geralmente acordava às cinco da manhã; tomava seu café e dirigia seu próprio carro em direção a base. Às 18:00hs retornava para casa. Não havia luxos, nem glamour, apenas a vida normal de um militar americano prestando serviço na Alemanha. Embora estivesse determinado a levar uma vida comum, o fato é que sua presença não poderia ser ignorada por ninguém. Em pouco tempo seu endereço foi divulgado em fanzines de fãs clubes da região e levas e mais levas de fãs começaram a chegar em sua casa todos os dias. Vernon e Minnie Mae eram muito gentis com os fãs que batiam na porta, mas depois de um certo tempo Elvis achou que, como eram pessoas mais velhas, não deveriam ser perturbadas durante o dia. Assim estipulou que uma placa fosse colocada na entrada da casa avisando que autógrafos só seriam dados a partir das sete horas da noite.

Assim criou-se um verdadeiro ritual. Durante o dia a rua ficava deserta e calma, mas quando a noite vinha chegando pequenas multidões se formavam nos portões de sua casa. Elvis abria a porta, falava com os fãs, assinava autógrafos, tirava fotos, brincava, sempre muito simpático e solicito com todos. Seu alemão ainda era muito rudimentar mas dentro do possível Elvis tentava se comunicar com suas jovens fãs alemãs. Ao contrário de outros superstars, Elvis não via qualquer problema em se ver rodeado por admiradoras e fãs em geral. Todas às noites lá estava ele no meio deles, trocando gentilezas, beijinhos, rindo, parecendo mais um amigo entre sua turma do que qualquer outra coisa. Seu carisma e simpatia encantava a todos.

Enquanto estava na Alemanha com a família, sua mansão Graceland ficou completamente vazia nos Estados Unidos. Pela primeira (e única) vez na vida Elvis levantou a hipótese de vende-la, pois não saberia se conseguiria voltar a morar lá após a morte de Gladys. As lembranças eram dolorosas demais. O futuro era incerto e tudo poderia acontecer, costumava dizer, Elvis também tinha sérias dúvidas se um dia sua carreira iria conseguir renascer das cinzas. A única certeza era que deveria levantar a cabeça para seguir em frente, viver um dia de cada vez.

O retorno para a vida civil ainda parecia distante, mas aos poucos Elvis foi vendo a chama de sua carreira resplandecer. Um grupo da Paramount foi enviado a Bad Nauheim. Eram executivos do produtor Hall Wallis. Eles queriam assinar com Elvis a realização de seu primeiro filme após voltar do exército. Eram boas notícias – eles ainda se interessavam por ele! Elvis assinou sem pensar duas vezes. Ele havia telefonado ao Coronel Parker na noite anterior e esse lhe contou que sua volta era aguardada com ansiedade nos Estados Unidos. Quem sabe o futuro não traria boas surpresas? Os tempos difíceis pareciam estar chegando ao final. Foi por essa época de um novo recomeço que Elvis conheceu uma jovem adolescente, filha de um oficial da Força Aérea americana. Ela se chamava Priscilla, era uma garota muito jovem, mas dona de uma beleza estonteante. Para Elvis foi amor à primeira vista! Mal sabia ele que a partir daí sua vida iria mudar para sempre...

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis e Elisabeth Stefaniak

Enquanto estava servindo o exército americano na Alemanha, Elvis conheceu uma jovem garota de 18 anos chamada Elisabeth Stefaniak. Ela era nascida na Alemanha, mas filha de um militar americano, por isso sabia falar muito bem os dois idiomas, inglês e alemão. Elvis tinha muitas dificuldades para aprender até mesmo o básico em alemão. Ele conhecia no máximo vinte palavras básicas daquele idioma que ele considerava absurdamente complicado de entender. Assim após uma sessão de cinema eles começaram a namorar.

Por essa época o endereço de Elvis na Alemanha foi vazado por um fã clube nos Estados Unidos. Da noite para o dia o cantor começou a receber milhares de cartas escritas por fãs de todo o mundo. Elvis então designou sua namorada Stefaniak para responder sua enorme correspondência, uma vez que Elvis não tinha tempo pois passava o dia todo no quartel. Ela então começou a servir como secretária e intérprete pessoal de Elvis, tentando organizar toda aquela montanha de cartas que chegavam todos os dias. Quando terminava seu dia no exército, Elvis retornava para casa, lá pelas seis da noite, Ele tomava um pequeno lanche e ficava assinando dezenas de cartas de resposta às suas fãs. 

Elizabeth também passou a organizar as sessões de autógrafos que Elvis havia organizado todas as noites em frente à sua casa. Elvis havia criado essas sessões para evitar que sua família fosse perturbada durante o dia. Assim as fãs alemãs sabiam que Elvis só iria atender elas durante à noite, onde ele recebia discos e fotos para assinar. Tudo muito organizado, para evitar problemas e tumultos. Elvis estava morando numa área residencial e não queria importunar seus vizinhos alemães.

Quem cuidava de tudo era Elisabeth Stefaniak. Depois de um  tempo aquilo começou a cansar Elvis. Ele então pediu que ela falsificasse sua assinatura, porque ele definitivamente não tinha tempo para mais nada. Elvis instruiu sua namorada e secretária a só lhe avisar sobre cartas de pessoas que pediam ajuda, como um fã que pediu a Elvis uma cadeira de rodas. Ele era deficiente e não tinha dinheiro para comprar a cadeira. Esse tipo de carta de auxílio muitas vezes era respondida pelo próprio Elvis. Pessoas pobres, com parentes doentes, era o tipo de carta que Elvis queria ser informado de seu teor, porque ele queria mesmo ajudar todas essas pessoas que passavam por sofrimentos materiais. O resto, de fãs platonicamente apaixonadas por ele, podiam ser respondidas pela secretária.

O curioso é que aos poucos o namoro foi esfriando, até porque Elvis se apaixonaria por Priscilla, sua futura esposa, mas mesmo assim Elvis não despediu a alemã que era seu braço direito na Alemanha. Mais do que isso, quando retornou para os Estados Unidos, para morar em Graceland, Elvis levou Elisabeth com ele, para trabalhar ao seu lado na América. Curiosamente ela iria se casar com Rex Mansfield, um bom amigo que Elvis havia feito no exército.

Pablo Aluísio.