sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Atrás das Linhas Inimigas
Basicamente é um filme de guerra e ação que mostra as dificuldades de um oficial americano em sobreviver após ser praticamente abandonado em pleno território inimigo. A sinopse parece bem mais interessante do que se vê na tela. As cenas não são empolgantes e a dificuldade de se acertar no enredo coloca quase tudo praticamente a perder. Isso parece ser uma constante na carreira do diretor John Moore, algo que se repetiu em pequena escala em outros filmes seus como "O Vôo da Fênix" e "Max Payne". Só em "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer" ele conseguiu em parte superar isso, talvez por se tratar de uma super produção. Enfim, temos aqui um filme que prometia bastante, mas que no final de tudo se revela apenas de mediano para fraco. O veterano e talentoso Gene Hackman merecia mais, muito mais do que apenas isso.
Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines, Estados Unidos, 2001) Direção: John Moore / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Gene Hackman, Owen Wilson, Gabriel Macht, Joaquim de Almeida / Sinopse: Um filme de guerra mostrando uma operação das mais perigosas no front de batalha.
Pablo Aluísio.
Testemunha do Silêncio
Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /
Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Attica: A Solução Final
Como se sabe quando algo assim é implantado dentro de um presídio o esperado é realmente que algo muito sério venha a ocorrer, principalmente quando a pressão se torna insustentável de se administrar. Kyle MacLachlan convence plenamente como o sujeito que até tem boas intenções, mas que é tragado pelo sistema completamente viciado... e corrupto! O roteiro procura seguir os passos dos acontecimentos reais, então é de se esperar que haja mesmo muita violência e cenas de impacto, algo que não é muito recomendado para quem estiver procurando por algo mais leve. A intenção de Frankenheimer foi realmente denunciar uma situação extrema, que merecia ganhar a atenção urgente das autoridades públicas.
Attica: A Solução Final (Against the Wall, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Ron Hutchinson / Elenco: Kyle MacLachlan, Samuel L. Jackson, Clarence Williams III / Sinopse: Violência, ódio e sobrevivência em uma das mais infames prisões dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Minissérie ou Telefilme (Samuel L. Jackson).
Pablo Aluísio.
Stalingrado - A Batalha Final
Os alemães, sem comida e apoio de retaguarda foram morrendo aos poucos. Além da fome, o frio também foi implacável. Apelidado de "general inverno" as baixas temperaturas literalmente congelaram as tropas nazistas inimigas. Já o povo soviético também teve que se virar diante da adversidade, comendo ratos e até mesmo os cadáveres de pessoas mortas para sobreviver ao cerco alemão. Uma tragédia de proporções humanas imensuráveis. Para quem gosta da história da Segunda Guerra Mundial o filme é obviamente uma boa opção. Filme indicado aos prêmios do Bavarian Film Awards e do Moscow International Film Festival.
Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad, Alemanha, 1993) Direção: Joseph Vilsmaier / Roteiro: Jürgen Büscher, Johannes Heide / Elenco: Dominique Horwitz, Thomas Kretschmann, Sebastian Rudolph / Sinopse: O filme reconstitui uma das mais sangrentas batalhas da II Grande Guerra Mundial.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
O Mundo de Andy
O filme se propõe a contar a história do comediante Andy Kaufman (muito popular nos Estados Unidos porém praticamente desconhecido no Brasil). Andy era um sujeito estranho, diria até mesmo bizarro, que usava essa imagem fora do comum para ganhar a vida fazendo humor (muitas vezes bem corrosivo e fora dos padrões convencionais). Esse filme foi mais uma tentativa (dessa vez bem sucedida) de Jim Carrey provar que era mais do que apenas um humorista pirado em filmes comerciais de verão. Temos de reconhecer que ele está muito bem, provavelmente naquela que seja sua melhor atuação na carreira. Premiado de forma merecida com o Globo de Ouro de Melhor Ator, Carrey conseguiu convencer a crítica, mesmo que por um breve período, que também sabia atuar e muito bem em outros gêneros cinematográficos. Depois de "O Mundo de Andy" isso foi mais do que comprovado.
O Mundo de Andy (Man on the Moon, Estados Unidos, 1999) Direção: Milos Forman / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Jim Carrey, Danny DeVito, Gerry Becker / Sinopse: O filme conta a história real de um popular comediante norte-americano. Um sujeito que de certa maneira estava muito à frente de seu tempo.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Abaixo o Amor
"Down with Love" é bem divertido, inclusive tive a oportunidade de conferir no cinema, mas falha justamente em um dos pontos que deveriam ser o forte de seu roteiro: a sofisticação. Em determinados momentos o filme escolhe o lado mais vulgar, algo que seria impensável nas comédias dos anos 60 que tenta recriar. Renée Zellweger desfila com um fino figurino - que acaba se tornando uma das melhores coisas do filme, mas também decepciona com o excesso de botox na face. Algo que o diretor deveria ter corrigido já que isso não existia na época em que a história do filme se passa. Quando ela aparece com rosto inchado em cena logo ficamos com aquela sensação de superficialidade que estraga em parte o charme dessa comédia vintage. Apesar de tudo ainda vale conhecer.
Abaixo o Amor (Down with Love, Estados Unidos, 2003) Direção: Peyton Reed / roteiro: Eve Ahlert, Dennis Drake / Elenco: Ewan McGregor, Renée Zellweger, David Hyde Pierce / Sinopse: Um filme dos dias atuais com o estilo das antigas comédias românticas dos anos 1960. Filme vencedor do Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Figurino.
Pablo Aluísio.
Eu, Eu Mesmo e Irene
Só mesmo o amor para justificar ela em um papel tão, digamos assim, sem importância. Hoje em dia ela anda em baixa, principalmente depois de uma intervenção plástica que praticamente destruiu sua fisionomia. Isso porém pouca importa para os fãs de Carrey que pelo menos nessa fita não tiveram o que reclamar pois o ator deitou e rolou com seu papel, a de um homem com problemas de múltipla personalidade. Atualmente praticamente esquecida a fita ainda mantém um certo charme, pois algumas gags são realmente bem divertidas, engraçadas e resistiram ao teste do tempo. Além do mais os melhores filmes de Carrey sempre foram aqueles em que ele foi menos pretensioso. O descompromisso com algo mais sério sempre foi o segredo de seu sucesso. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Jim Carrey).
Eu, Eu Mesmo e Irene (Me, Myself & Irene, Estados Unidos, 2000) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Mike Cerrone / Elenco: Jim Carrey, Renée Zellweger, Anthony Anderson / Sinopse: Um relacionamento muito doido envolvendo uma garota bonita e um sujeito com um parafuso a menos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
A Enfermeira Betty
Claro que tudo sob um viés bem humorado, investindo em um tipo de linguagem mais nonsense, tudo valorizado ainda mais pelo bom elenco de apoio que contou inclusive com gente talentosa como Morgan Freeman e Chris Rock (que aqui está em seu tipo habitual, bem exagerado e fora de controle, diria até histriônico). Ainda linda no começo de sua carreira, com olhar e jeito joviais e bem longe das plásticas que destruíram sua feição original, Renée Zellweger brilhou com seu trabalho a ponto inclusive de também levar o Globo de Ouro para casa. Um feito e tanto para uma jovem atriz texana que naquela altura do campeonato ninguém ainda conhecia direito. Depois desse momento as portas da indústria do cinema iriam se abrir definitivamente para a atriz - pena que o excesso de luzes e fama tenha de certa maneira tirado o seu bom senso com o passar dos anos. De uma forma ou outra a magia do cinema está aí para preservar Zellwegger em um tempo em que ela não passava de uma jovem starlet buscando seu lugar ao sol.
A Enfermeira Betty (Nurse Betty, Estados Unidos, 2000) Direção: Neil LaBute / Roteiro: John C. Richards / Elenco: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear./ Sinopse: A história de uma mulher comum que trabalha como enfermeira e que tem seus sonhos e suas aspirações de vida.
Pablo Aluísio.
Os Queridinhos da América
Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.
Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.
Pablo Aluísio.
domingo, 15 de novembro de 2015
O Guarda-Costas e a Primeira Dama
Nada se salva, o roteiro é péssimo, não tem graça e nem razão de ser. O elenco não sabe o que fazer com um material tão ruim. O fracasso comercial praticamente destruiu a carreira do novato diretor Hugh Wilson, que a partir daí foi de mal a pior, tentando emplacar numa carreira morta em seu nascimento, assinando outras porcarias do tipo "Polícia Desmontada" e "De Volta para o Presente" (péssimo filme com o ainda mais péssimo Brendan Fraser). Enfim, desista. Se nunca viu, passe longe. Se perdeu seu precioso tempo vendo isso, os meus sinceros pêsames!
O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, Estados Unidos, 1994) Direção: Hugh Wilson / Roteiro: Hugh Wilson, Pj Torokvei / Elenco: Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton / Sinopse: Um guarda-costas é designado para cuidar da segurança de ninguém menos do que a Primeira-Dama dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Três Formas de Amar
Como resolver uma situação como essa, onde todos parecem interessados, mas que no fundo ninguém consegue dar o braço a torcer? Eventualmente Alex propõe aos rapazes um tipo de relacionamento aberto, onde ninguém seria realmente de ninguém e todos poderiam compartilhar da mesma cama sem maiores culpas. Bem, se não houvesse sentimento envolvido até poderia dar certo, porém como há paixões no meio dessa equação todos acabam se machucando emocionalmente, de uma forma ou outra. Entre as acusações que o filme sofreu estava a de que ele seria na verdade um longo comercial ou lobby da causa gay ou bissexual. Não vejo motivos para isso. No fundo é apenas uma história de amor triangular que definitivamente não deu muito certo!
Três Formas de Amar (Threesome, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Fleming / Roteiro: Andrew Fleming / Elenco: Lara Flynn Boyle, Josh Charles, Stephen Baldwin / Sinopse: O roteiro explora um conturbado triângulo amoroso.
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de novembro de 2015
A Colina Escarlate
O grande destaque desse terror ao velho estilo dirigido por Guillermo del Toro vem da direção de arte (ou como alguns preferem chamar atualmente, do design de produção). A velha e decadente mansão da família Sharpe acaba se tornando ela própria uma personagem da história. Construída em cima de uma antiga mina de argila, vai afundando a cada ano, parcialmente destruída pela ação do tempo. A antiga casa é aterrorizante, escura e sombria. Lembra muito as velhas casas mal assombradas dos antigos filmes ingleses. E dentro do espírito decadente dessa pequena nobreza em ruínas se esconde todos os tipos de relações incestuosas e taras inconfessáveis. O mistério vai se revelando aos poucos em um clima que me agradou bastante. O roteiro, embora seja de certa maneira previsível, tem sua dose de charme e elegância. Os fantasmas que vão surgindo se encaixam perfeitamente no enredo, revelando aos poucos a sangrenta história do lugar. Os efeitos especiais são adequados, de bom gosto e estão inseridos na proposta de se contar bem os fatos do passado da dinastia Sharpe. O enorme cenário que foi construído para a realização do filme é real, não virtual, o que acrescentou muito no resultado final. O elenco também me agradou muito, principalmente a atuação do ator Charlie Hunnam (o 'Jax' Teller de "Sons of Anarchy"). Para quem interpreta um motoqueiro na série, não ficou nada mal como um médico vitoriano com vocação a gestos heroicos. Aliás todos os personagens do filme nos remetem àquele universo vitoriano dos antigos romances ingleses. Todos de uma maneira ou outra surgem finos, educados e sofisticados na superfície, embora na realidade sejam grotescos, gananciosos, rudes e mesquinhos no interior de suas almas. Assim não deixe de conhecer. É de fato um terror muito bom, com um irresistível sabor nostálgico, tudo embalado em um visual realmente impressionante, de encher os olhos.
A Colina Escarlate (Crimson Peak, Estados Unidos, Canadá, 2015) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins / Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver / Sinopse: Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem herdeira americana que é seduzida pelo galante nobre inglês Thomas Sharpe (Tom Hiddleston). Membro de uma realeza arruinada financeiramente ele precisa do dinheiro de Edith para a construção de uma máquina a vapor inovadora que irá agilizar a extração de argila vermelha de uma velha e abandonada mina que pertence à sua família há gerações. Depois de se casar com Edith ele a leva para morar na vitoriana mansão de Allerdale Hall. A velha casa, decadente e destruída, esconde segredos terríveis que logo Edith irá descobrir.
Pablo Aluísio.
Mia Wasikowska
Tirando Alice de lado eu destacaria outros filmes dela de que gostei bastante. Entre eles o recente "A Colina Escarlate", um filme que relembra os antigos clássicos ingleses de terror. Nesse roteiro ela está particularmente bonita e atraente com um figurino belíssimo de época. Longos vestidos brancos que inclusive nos remetem ao visual fantasmagórico mais utilizado em filmes de casas mal assombradas do passado. Sua personagem Edith é uma jovem que não deseja apenas viver de sua beleza e da fortuna de seu pai, um rico industrial, mas sim vencer como escritora e jornalista. Embora o filme não explore todo o potencial dela, o fato é que o resultado se revela muito bom, seja você um romântico ou apenas um admirador de fitas de terror ao velho estilo.
É bom também que se diga que Mia Wasikowska fica excepcionalmente bem em adaptações de romances históricos como "Madame Bovary" (cuja resenha pretendo escrever em breve) e "Jane Eyre", os dois filmes que melhor exploraram sua beleza e talento até agora. "Jane Eyre" é um livro romântico muito cultuado do século XIX, escrito por Charlotte Brontë. É um clássico absoluto da literatura inglesa e já ganhou inúmeras versões cinematográficas ao longo dos anos. A estrelada por Mia foi lançada em 2011 e contou com uma produção refinada e muito luxuosa, marca registrada da BBC Films. Embora a direção seja um pouco burocrática, sem grandes ousadias narrativas, o filme acabou sendo salvo exatamente por causa de sua elegância e charme irretocáveis. É outro filme que Mia também se destaca muito por causa dos figurinos de época.
Antes deles também seria interessante destacar sua atuação em "Minhas Mães e Meu Pai" onde ela interpretou uma adolescente criada por duas lésbicas que em determinado momento de sua vida decide ir atrás do seu pai biológico. O roteiro explorou muito bem essas novas formações familiares que nasceram dentro da sociedade atual, onde o velho modelo de pai e mãe acaba sendo substituído por uma nova forma de entidade familiar, geralmente proveniente de uniões homoafetivas. Nesse filme Mia teve a oportunidade de contracenar com duas grandes atrizes, Julianne Moore e Annette Bening, que estavam perfeitas em cena. Um belo aprendizado, ainda mais para ela que ainda era bem jovem. Por falar em contracenar com veteranas talentosas, Mia tem tido muita sorte nesse quesito. Basta lembrar de seu trabalho ao lado de Glenn Close no subestimado "Albert Nobbs". O roteiro explora a curiosa história de uma mulher inglesa do século XIX que para se proteger passa a assumir o comportamento e a identidade de um homem. Outro bom filme de época que vale a pena conhecer.
Indicada a vários prêmios ao redor do mundo Mia ainda tem muito a mostrar. Esperamos que sua carreira siga nesse ritmo de bons filmes, sempre bem produzidos, com enredos edificantes. Seus próximos filmes prometem. Ela estará em "HHH", um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial baseado no romance de Laurent Binet. Também retornará ao papel que a tornou conhecida no mundo inteiro, a da garota Alice. Em "Alice Através do Espelho" a atriz voltará para o País das Maravilhas mais uma vez. O filme é uma super produção dos estúdios Disney para 2016 dirigida por James Bobin (o mesmo cineasta do sucesso recente "Os Muppets"). A produção está sendo vista como uma das grandes apostas da companhia para o ano que vem. Então é isso, fiquem de olho em Mia. Certamente é uma das mais promissoras jovens atrizes de Hollywood.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Quarteto Fantástico
Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four, Estados Unidos, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell / Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.
Pablo Aluísio.
Uma Virada do Destino
Steve Martin, entre comédias de sucesso e filmes apenas medianos, para não dizer medíocres, ele procurou sobreviver em Hollywood da melhor forma possível. Esse aqui até que não é tão mal. O roteiro é redondinho e bem familiar, o que acabou agradando ao público. Filmes com crianças também dificilmente desagradam. Assim Martin acabou conseguindo uma bilheteria até que muito boa em seu lançamento. Apesar de hoje em dia estar meio datado vale a pena uma espiada, por causa das boas intenções de seu roteiro. Além disso Steve Martin sempre compensa com seu carisma natural.
Uma Virada do Destino (A Simple Twist of Fate, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillies MacKinnon / Roteiro: Steve Martin / Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney / Sinopse: Comédia romântica dos anos 90 estrelada pelo ator e comediante Steve Martin.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Grace de Mônaco
Grace de Mônaco parece telefilme barato, sinto muito dizer. A Grace Kelly era um símbolo de glamour em Hollywood e depois foi ser princesa em Mônaco. Quer coisa mais fina do que isso santa? Se não tinham recursos para contar uma história dessas então era melhor nem fazer o filme. Fizesse da Dilma, mostrando ela como guerrilheira fuinha nos anos 60. Seria mais adequado. Pior foi colocar Kidman como isca para os desavisados (inclusive esse que aqui está lamentando em breves e decepcionadas linhas). Tenham consideração senhores produtores. Esse filme tal como ficou merecia no máximo ser exibido numa quarta-feira à noite no Hallmark e olhe lá! Tudo para rirmos somente. No Brasil resolveram jogar Grace nos cinemas e pegaram muita gente pelo pé. E antes que termine fica o recado: se você for cinéfilo e fã da Grace atriz, esqueça. O roteiro, insosso até o osso, se concentra mesmo no romancezinho fake de Grace com o Príncipe Rainer II, que de Príncipe tinha pouca coisa pois era feio e tinha rosto de furão de árvore (com aquele bigodinho fora de moda e patético que o deixava ainda mais freak). Melhor para a Marilyn Monroe que convidada pelo sapo se recusou a se casar com ele. De burra a loira não tinha nada. Pelo menos a eterna deusa do cinema se safou de depois pagar mico na tela grande com um filme tão fraquinho como esse. Grace, a verdadeira, merecia destino melhor e a Kidman, com quem ainda vou me casar, não merecia participar de um filme tão sem importância e esquecível. Desce o pano!
Grace de Mônaco (Grace of Monaco, Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Suíça, 2014) Direção: Olivier Dahan / Roteiro: Arash Amel / Elenco: Nicole Kidman, Frank Langella,Tim Roth, André Penvern / Sinopse: Adaptação para o cinema de parte da vida da atriz Grace Kelly que largou uma carreira de estrela em Hollywood em seu auge para se tornar princesa do pequeno reino de Mônaco na Europa. Filme baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
Caminhos da Floresta
Já voltando ao roteiro eu devo dizer que nem sempre o resultado de reunir tantas histórias diferentes em uma só me deixou muito satisfeito. A verdade é que o roteiro tem uma característica que me incomodou um pouco. Ele nunca mostra o principal de cada conto de fadas. Assim, por exemplo, você não verá João entrando na casa do gigante após escalar o pé de feijão. Ela já surge depois, fugindo com as moedas e o ovo de ouro que roubou. Uma criança que ainda não conheça os contos de fadas ficará um pouco perdida. Eu considerei isso um erro e tanto por parte do roteirista pois ele presume que cada criança que vá ao cinema ver esse filme já saiba de antemão tudo o que acontece nos contos de fadas que deram origem ao filme. O mesmo vale para todos os demais personagens. Cinderela só aparece fugindo do príncipe depois do baile, sem explicar o que ela estaria fazendo lá, como chegou até a festa, etc. Rapunzel também é pouco explorada e Chapeuzinho Vermelho é só uma garotinha gulosa e mão leve para doces. Para a mente de uma criança de sete anos ou com menos idade tudo vai soar confuso e disperso. Mesmo assim ainda vale a pena conhecer o filme. É uma boa diversão, tem músicas bem escritas e um clima de fantasia que ajuda a digerir a produção. Não é impecável, mas diverte.
Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos, 2014) Direção: Rob Marshall / Roteiro: James Lapine / Elenco: Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, James Corden, Billy Magnussen, Chris Pine / Sinopse: Uma feiticeira da floresta (Streep) coloca uma maldição em um casal para que eles não tenham filhos. Para quebrar o feitiço ela exige que eles consigam quatro objetos preciosos: a capa da Chapeuzinho Vermelho, a vaca de João dos pés de feijão, o sapatinho de Cinderela e os cabelos de Rapunzel. Só com isso em mãos a bruxa deixará que o jovem casal seja feliz e tenha seu tão sonhado filho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt) e Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Aliança do Crime
Três coisas chamam a atenção na produção. A principal delas é a maquiagem do ator Johnny Depp. Usar forte maquiagem não é nenhuma novidade em sua carreira, aliás isso é o comum em suas atuações. No caso desse filme Depp acabou ficando quase irreconhecível. Parecendo ser bem mais velho, calvo, cabelos brancos e com dentição ruim, nem seus olhos escaparam da transformação. Surgem opacos e sem vida, retratando o estado psicológico psicopata de seu personagem. Realmente parece uma outra pessoa. Depp tentou um encontro com o verdadeiro James 'Whitey' Bulger que atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua, mas não conseguiu. O infame criminoso não quis saber da adaptação de sua vida para as telas. Ele já está com quase 90 anos e nessa altura de sua vida não quer mais reviver velhas histórias de seu passado criminoso. O segundo aspecto a se destacar em "Aliança do Crime" é a tentativa por parte do diretor Scott Cooper (de "Coração Louco" e "Tudo por Justiça") em recriar o antigo estilo das produções sobre máfia da década de 1970. A fotografia saturada, com jeitão de filme antigo, tenta assim ressuscitar aquele clima antigo. Como ele não é Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, o resultado se torna apenas parcialmente bem sucedido. Faltou a Cooper melhor humanizar (ou desumanizar, dependendo do ponto de vista) seus principais personagens. A vida familiar e pessoal de Bulger, por exemplo, só é em parte bem desenvolvida. Descobrimos que ele perdeu um filho ainda muito jovem por causa de uma doença rara, porém isso não é melhor explorado. Sua esposa simplesmente desaparece a partir de determinado ponto do roteiro, sem maiores explicações. As reais motivações do agente Connolly também nunca ficam muito claras. Ele seria apenas um sujeito meio bobo e sem noção ou teria de fato interesses maiores na atuação de seu conhecido de infância, Bulger? Por fim e não menos importante, o roteiro apesar de apresentar essas falhas, até que se sai razoavelmente bem ao contar uma história que se prolonga por várias décadas. A principal referência que o espectador se lembrará será de filmes como "Os Bons Companheiros" ou "O Pagamento Final". Como Cooper porém jamais será Scorsese ou De Palma, temos assim apenas um bom filme e não uma obra prima como certamente teria acontecido caso fosse dirigido por esses mestres.
Aliança do Crime (Black Mass, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Mark Mallouk, Jez Butterworth / Elenco: Johnny Depp, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson / Sinopse: Durante a década de 1970 o criminoso James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) se torna informante do FBI em Boston. Ele repassa aos federais informações sobre as atividades criminosas da família mafiosa Angiulo. Com a prisão de seus membros a cidade acaba se tornando um território livre para que Bulger expanda sua rede de atividades ilegais. Jogos, apostas, prostituição, tráfico de armas, extorsão e comércio de drogas o tornam um sujeito rico e poderoso do submundo. E tudo isso contando com a preciosa ajuda do agente do próprio FBI John Connolly (Joel Edgerton). Filme vencedor do Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Edição.
Pablo Aluísio.
Interestelar
Já deu para perceber que não é uma ficção para quem andou cabulando as aulas de física no ensino médio não é mesmo? Pois bem. Se o espectador conseguir pelo menos pegar parte dessas nuances já terá feito alguma coisa. Na verdade o filme tem além de um roteiro excepcional uma direção de arte brilhante (que recria como seria alguns exoplanetas no universo) e efeitos especiais bem feitos e que trabalham em sintonia com a história que está contando. Provavelmente o filme vai agradar muito mais aos que já se interessam por esse tipo de tema. Os espectadores eventuais que não estejam dispostos a pensar muito vão acabar sofrendo para pegar tudo o que vê na sua frente. Não é um filme para amadores. "Interestelar" exige concentração e foco, algo que infelizmente falta em abundância no público que frequenta cinemas hoje em dia.
Interestelar (Interstellar, Estados Unidos, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
007 Contra Spectre
Nesse novo filme se nota claramente que os roteiristas tentaram em vão voltar aos velhos tempos, partindo de uma trama mais tradicional. Não deu muito certo. Apesar de trazer de volta um dos vilões mais clássicos da franquia, o cruel Blofeld, que apareceu pela primeira vez em "Moscou Contra 007" de 1963, o resultado se mostrou apenas morno demais. A trama é bem básica e se desenvolve de maneira quase preguiçosa. Não há tantas sequências memoráveis de ação como nos filmes anteriores mais recentes e a sensação de Déjà vu logo se impõe. Rodado na Cidade do México, Roma e Londres, além de inúmeras tomadas de cenas nas geleiras da Áustria e nos desertos do Marrocos, o filme decepciona até mesmo na beleza dessas paisagens naturais, bem pouco aproveitadas. E por falar em desperdício de talento o grande equívoco do filme vem principalmente da pouca exploração da presença do ótimo ator Christoph Waltz. Ele tem poucas cenas realmente importantes e em nenhuma delas tem uma oportunidade real de mostrar seu talento dramático. Ao invés de desenvolver melhor o lado psicológico de seu duelo com James Bond, os roteiristas escolheram o caminho mais fácil, apelando para clichês (como na explosão das instalações no meio do deserto, algo que já saturou em se tratando de filmes da série). Outro velho problema que se repete vem das inúmeras situações de conclusão ao longo do filme. Toda uma teia é tecida com extremo cuidado para depois ser dissolvida das formas mais banais. O vilão está incomodando? Explode-se tudo! C é um burocrata odioso? Jogue ele do alto do prédio... e por aí vai. Provavelmente o surgimento tardio da Spectre nessa era Craig que se encerra aqui seja aproveitada no próximo filme, já sem o ator. Vai funcionar? Só o tempo dirá. O que podemos dizer é que nessa nova produção definitivamente não pareceu dar muito certo.
007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.
Pablo Aluísio.
Livre
Curiosamente foi a própria atriz Reese Witherspoon que acreditou no projeto e praticamente tocou o filme em frente com seus próprios recursos. Ela certamente estava cansada do material que Hollywood lhe vinha oferecendo ano após ano, na maioria das vezes chatinhas comédias românticas que batiam na mesma tecla. Esse filme foi uma tábua de salvação, consagrando aquela máxima de que se você quer algo terá que lutar por isso. O resultado é mais do que agradável. Além dos lindos cenários naturais onde a história se passa o filme conseguiu ainda passar ao espectador todas as angústias, dificuldades e tramas que a personagem principal vive. Nada como a natureza para repensarmos os caminhos que resolvemos seguir em nossa existência. Uma verdadeira lição de vida que vai agradar e emocionar em cheio aquele tipo de público que procura por algo mais profundo em termos de cinema. Ótimo filme.
Livre (Wild, Estados Unidos, 2014) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro escrito por Cheryl Strayed / Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Gaby Hoffmann / Sinopse: Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) é uma jovem com muitos problemas pessoais e emocionais que precisa respirar novos ares para repensar sua vida. Seu casamento acabou e ela ainda luta para superar seu vício em heroína. Em busca de uma saída ela coloca uma mochila nas costas e sai pela trilha de Pacific Crest onde conhece novas pessoas e vive experiências inéditas em sua jornada.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Supergirl
Tudo bem, o roteiro é bem comic e tudo mais, porém devo dizer que achei tudo um tanto mediano, mas também ao mesmo tempo simpático. Os efeitos especiais não são de encher os olhos, mas estão na média do que é exibido em séries de TV, onde o orçamento é sempre mais apertado do que a de filmes de cinema. O elenco tem um grande trunfo para cativar o espectador, a própria atriz Melissa Benoist. Ela é simpática, carismática e bonita. Não demonstra nenhum constrangimento em interpretar uma heroína que sai por aí voando de minissaia. Vestiu literalmente a camisa do espírito da série e se saiu muito bem, sempre com um sorriso doce e extremamente simpático em cada cena. Provavelmente ela venha a salvar a série, já que a personagem que interpreta nada mais é do que uma versão feminina nada sutil do próprio Superman. É praticamente uma cópia, sem tirar e nem colocar muita coisa de diferente. Na última semana o canal CBS anunciou que mais dez episódios serão produzidos, demonstrando que pelo menos comercialmente a série agradou ao grande público.
Supergirl (Supergirl, Estados Unidos, 2015) Direção: Glen Winter / Roteiro: Ali Adler, Greg Berlanti, Andrew Kreisberg / Elenco: Melissa Benoist, Mehcad Brooks, Chyler Leigh / Sinopse: Kara Zor-El (Melissa Benoist) é enviada para a Terra para proteger seu primo, o Superman. Uma vez na Terra ela descobre que ele vai muito bem e que de fato não precisa dela. Assim Kara resolve usar seus super poderes para proteger a humanidade contra a ameaça de um grupo de criminosos espaciais que fugiram de seu planeta natal, Krypton.
Pablo Aluísio.
Dirty Harry na Lista Negra
Como era de se esperar o filme tem muita ação e violência e pelo menos uma excelente sequência quando Dirty protagoniza uma inusitada cena de perseguição pelas ruas com um carrinho controlado por controle remoto cheio de bombas e explosivos. O filme foi apenas razoavelmente bem nas bilheterias e a crítica não gostou muito. Parecia que Dirty Harry havia se tornado uma coisa do passado, dos anos 70. Clint, já um pouco envelhecido, não queria também apenas se repetir em sua carreira. Assim que o filme foi lançado ele anunciou que seria o último da série, uma promessa que aliás acabou cumprindo. Embora seja de fato o mais fraco de sua linhagem não se pode negar que "Dirty Harry na Lista Negra" cumpriu bem seus propósitos. Revisto hoje em dia acaba nos deixando com saudades desse tipo de filme policial. Na época poderia ser até quase banal, já hoje em dia ter filmes com essa qualidade chega a ser uma raridade. Sinal dos tempos.
Dirty Harry na Lista Negra (The Dead Pool, Estados Unidos, 1988) Direção: Buddy Van Horn / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: Clint Eastwood, Liam Neeson, Patricia Clarkson / Sinopse: Depois de vários problemas com a justiça o tira "Dirty" Harry (Eastwood) é designado por seus superiores para fazer o tipo garoto propaganda do Departamento. A intenção é tirar o velho tira das ruas ao mesmo tempo em que se ganha alguns pontos com a população por causa de sua popularidade. As coisas acabam não dando certo, principalmente depois do aparecimento de um psicopata que deseja matar Harry justamente por causa de sua fama.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de novembro de 2015
Roxanne
O roteiro de "Roxanne" foi escrito pelo próprio Steve Martin. Ele se saiu muito bem e acabou escrevendo um texto leve, sentimental e até mesmo, em certo aspecto, muito elegante. É importante ressaltar que "Roxanne" foi lançado em uma das fases mais inspiradas do ator. Ele conseguiu estrelar uma pequena obra prima atrás da outra. O diferencial desse filme para os demais era justamente o romantismo do personagem principal. O argumento é muito inteligente ao explorar um homem bom, de excelente caráter, que nunca consegue se tornar atraente para as mulheres simplesmente porque não tem os atributos físicos adequados. A sua beleza interior, que é imensa, é subjugada por seu nariz descomunal. Olhando sob esse ponto de vista temos uma bela lição de vida pela frente. Um filme bem acima da média, especialmente indicado para corações românticos que se identifiquem de alguma forma com o personagem principal.
Roxanne (Roxanne, Estados Unidos, 1987) Direção: Fred Schepisi / Roteiro: Steve Martin, baseado na obra de Edmond Rostand / Elenco: Steve Martin, Daryl Hannah, Rick Rossovich / Sinopse: C. D. Bales (Martin) é um bombeiro de uma cidade do interior dos Estados Unidos que se apaixona pela bela e radiante Roxanne (Hannah). Envergonhado por seu enorme nariz ele não consegue criar coragem para se declarar a ela. Quando um jovem membro da corporação se apaixona também por Roxanne, Bales se oferece para ajudar, escrevendo lindos poemas de amor para sua amada, algo que acabará criando muitos problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Steve Martin).
Pablo Aluísio.
Segundas Intenções
Título Original: Cruel Intentions
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Roger Kumble
Roteiro: Roger Kumble
Elenco: Sarah Michelle Gellar, Ryan Phillippe, Reese Witherspoon, Tara Reid, Joshua Jackson, Selma Blair
Sinopse:
A jovem adolescente Annette Hargrove (Reese Witherspoon) escreve um artigo para uma conhecida revista teen defendendo a virgindade. Ela própria escreve que pretende se casar virgem, seguindo as antigas tradições de sua família. O texto chama a atenção de dois estudantes fúteis e ricos, Sebastian Valmont (Ryan Phillippe) e Kathryn Merteuil (Sarah Michelle Gellar) que decidem se aproximar de Annette para testar suas pretensas virtudes morais. Filme premiado pelo MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.
Comentários:
Essa história você já assistiu antes em dois filmes bem conhecidos, "Ligações Perigosas" e "Valmont". Na verdade o roteiro era mais uma adaptação do famoso romance do século XVII escrito por Choderlos de Laclos. Aquele mesmo enredo de um grupo de pessoas fúteis e ricas que resolvem colocar em teste as virtudes tão propagadas de uma jovem inocente, pura e virgem. A diferença básica de "Cruel Intentions" para as demais adaptações cinematográficas é que o diretor e roteirista Roger Kumble resolveu inovar na adaptação, não colocando os personagens em seu contexto histórico original, mas trazendo a mesma história de intrigas para os Estados Unidos dos anos 1990. Como filmes de terror e suspense dessa época estavam em moda, ele resolveu trazer o velho romance para o mundo atual, escalando um grupo de jovens atores (alguns mais parecendo modelos do que atores) para seu filme. Como se sabe os filmes de terror e suspense dos anos 1990 apostavam muito nessa fórmula, levando um grupo de estrelinhas adolescentes para estrelar as fitas. O resultado final é até muito bom. O filme ganhou elogios da crítica, o que é de se admirar para esse tipo de filme. Particularmente ainda prefiro as versões mais fiéis, com tudo sendo passado no século XVII. De qualquer forma inegavelmente essa transposição temporal até que funcionou bem, para surpresa de muitos. O sucesso foi tão surpreendente que o filme ganhou uma sequência, essa porém bem mais inferior e sem o elenco original.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de novembro de 2015
Vingadores: Era de Ultron
Sem a necessidade, muitas vezes enfadonha, de ter que sair apresentando personagem por personagem, o roteiro teve liberdade para contar um enredo com um melhor ritmo, sem se preocupar com bobagens desnecessárias. Além disso há um ótimo vilão em cena, o Ultron. Logo que ele começou a declamar suas falas em cena eu reconheci imediatamente aquela forma singular de falar. Não poderia ser outro ator a dublar que não fosse o ótimo James Spader. A sensação inconsciente que tive foi que aquele robô havia incorporado o personagem Raymond 'Red' Reddington da série "The Blacklist". O mesmo sentimento, a mesma maneira de se expressar. Até mesmo os técnicos de efeitos especiais se empenharam em trazer os trejeitos de Spader para aquela máquina. Sinceramente essa foi para mim a melhor coisa de todo o filme. Simplesmente impagável. Em relação aos demais Vingadores temos que reconhecer que aquele velho problema de filmes com muitos protagonistas se repete aqui. Há muitos heróis para explorar ao mesmo tempo, com isso todos eles acabam sendo mal aproveitados de uma forma ou outra. No fundo a ideia de uma equipe de super heróis só funciona mesmo nas cenas de ação quando eles se unem para combater o mal, aqui corporificado em um exército de robôs controlados remotamente por Ultron. Confesso que em relação a essas mesmas máquinas não senti muita credibilidade nos efeitos digitais. Eles não reagem à gravidade, não parecem ter massa ou peso algum e deixam a sensação que estamos vendo um videogame. Em um aspecto que não poderia haver falhas o filme realmente apresenta esse defeito. Os efeitos não são tão perfeitos como era de se esperar. Para os apaixonados por quadrinhos porém isso tem pouca importância. Eles querem mesmo é ver seus personagem preferidos em carne e osso, aqui com o bônus de encontrarem pela primeira vez uma nova galeria de heróis formado por personagens como Visão, Feiticeira Escarlate e Mercúrio. Provavelmente a Marvel vá aproveitar cada um deles em futuros filmes ou séries, afinal de contas se há algo lucrativo hoje em dia no mundo do cinema essa é a adaptação de quadrinhos em série para a sétima arte. Assim deixo a recomendação, mesmo que você não seja um leitor dessas histórias a diversão certamente estará garantida.
Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, Estados Unidos, 2015) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon, baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby / Elenco: Robert Downey Jr., James Spader, Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Paul Bettany / Sinopse: Um novo vilão chamado Ultron (James Spader) decide destruir a humanidade para em seu lugar recomeçar a história da Terra com uma nova raça de seres evoluídos, inteligentes e racionais. Para evitar que seus planos sejam levados em frente um grupo de super-heróis que se denomina de Vingadores resolve combater essa nova ameaça. Filme indicado a vários prêmios do Australian Film Institute, Golden Trailer Awards e Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
RoboCop
Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.
RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
O Último Caçador de Bruxas
Apesar de ser curto, o enredo desse filme é meio enrolado. Tentarei resumir da melhor maneira possível. Vin Diesel interpreta um caçador de bruxas chamado Kaulder. Ele nasceu no século XIII e após perder toda a sua família resolve se empenhar ainda mais na destruição dessas feiticeiras malignas. Durante um desses ataques ele se depara com a mais poderosa delas, tratada como a rainha por todas as demais. Essa lhe roga uma maldição: ele terá vida eterna, jamais morrerá e sofrerá muito por isso, passando os séculos remoendo as dores de seu trágico passado. O tempo passa e finalmente encontramos Kaulder nos tempos atuais. Ele continua caçando bruxas, mas agora faz parte de uma ordem religiosa secreta denominada "Machado e Cruz". Na sua luta para erradicar de vez com a magia negra no mundo ele conta sempre com a ajuda de um padre que recebe o título de Dolan. São membros da igreja designados justamente para essa função. O mais velho deles, interpretado por Michael Caine, está prestes a se aposentar. Antes que isso aconteça porém ele sofre um atentado à sua vida. Caberá a Kaulder descobrir quem matou seu antigo amigo. E isso tudo, acreditem, é apenas o começo da trama. Para não dizer que o filme só apresenta problemas e defeitos eu vou destacar dois aspectos positivos que encontrei. O primeiro vem do elenco. Além do veterano Michael Caine, que sempre vale ao menos uma espiada seja qual for o filme, temos também em cena a atriz Rose Leslie, a ruivinha guerreira Ygritte da série "Game of Thrones". Eu sempre considerei ela muito talentosa, pena que o seu personagem aqui, uma bruxinha do bem, não ajude muito. Mesmo assim ela garante os poucos e raros bons momentos do filme. Outro aspecto que merece uma certa dose de elogios é a direção de arte da produção. Tom Reta, o diretor de arte do filme, se baseou nas antigas crenças pagãs de culto à natureza para criar todo o visual estético da produção. Ficou diferente e bem interessante. Esse aspecto também passou para os efeitos especiais, todos baseados nessa premissa. Infelizmente nada disso serviu no final para salvar o filme como um todo já que inegavelmente é bem fraco realmente.
O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter, Estados Unidos, 2015) Direção: Breck Eisner / Roteiro: Cory Goodman, Matt Sazama / Elenco: Vin Diesel, Michael Caine, Rose Leslie, Elijah Wood, Ólafur Darri Ólafsson, Julie Engelbrecht / Sinopse: Durante a idade das trevas o caçador de bruxas Kaulder (Vin Diesel) é amaldiçoado por uma feiticeira. Ele jamais morrerá, para sofrer pelos séculos seguintes a dor psicológica pela morte de toda a sua família. 800 anos depois Kaulder está em Nova Iorque, fazendo parte de uma ordem religiosa chamada "Machado e Cruz" para caçar as bruxas que ainda vivem. O que ele não esperava era reencontrar nessa altura de sua vida os velhos inimigos do passado agindo novamente nas ruas da grande cidade.
Pablo Aluísio.