sexta-feira, 19 de abril de 2013
Don Juan DeMarco
O primeiro analista que Brando procurou foi ainda na década de 50. Ele estava esgotado emocionalmente e teve uma crise nervosa. Aconselhado por um amigo entrou no ciclo de análises que jamais abandonou, nem mesmo sem seus últimos dias. A parceria com o ator Johnny Depp também chama a atenção. Brando se afeiçoou ao jovem ator e viu nele um tipo de postura ousada e independente que o fez lembrar de si próprio no começo da carreira. Johnny era inclusive um dos poucos profissionais que eram constantemente convidados a visitar a mansão do ator situada em uma colina escondida nos arredores de Los Angeles. Brando até mesmo aceitou participar de outro filme ao lado de Depp, um drama sobre as duras condições em que viviam índios pobres nos EUA. Já aqui em “Don Juan DeMarco” não há nada parecido. O filme, apesar de bem dirigido e atuado, não passa de um agradável passatempo. Com trilha sonora de sucesso, puxada pela canção de Bryan Adams (o canadense de baladas românticas e pegajosas) e muito romantismo “Don Juan de Marco” é uma boa pedida para se assistir a dois. Um filme que no final das contas cumpriu bem seu papel.
Don Juan DeMarco (Idem, Estados Unidos, 1994) Direção: Jeremy Leven / Roteiro: Jeremy Leven inspirado no personagem Don Juan de Lord Byron / Elenco: Marlon Brando, Johnny Depp, Faye Dunaway / Sinopse: Analista recebe um curioso paciente em seu consultório. Um jovem que está plenamente convencido que é o próprio Don Juan dos livros românticos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Edward Mãos de Tesoura
Depois do sucesso de público e crítica de “Edward Mãos de Tesoura” a dupla formada por Depp e Burton não mais se largou – e segue junta até os dias atuais. Com altos e baixos formaram uma extensa filmografia que ia tanto para o lado mais cômico como para o lado mais assustador, passando até mesmo por musicais. Como bem esclareceu recentemente o ator eles desenvolveram uma parceria tão bem sucedida que hoje em dia nem mais precisam da palavra para se comunicarem no set de filmagem. Basta um olhar, um gesto, que Depp imediatamente entende o que Burton deseja em cada cena. Outro fato marcante digno de nota sobre esse filme foi o famoso namoro que Johnny Depp teve com sua parceira de trabalho, a atriz Winona Ryder. Muitos anos antes de Brad Pitt e Angelina Jolie ou Tom Cruise e Nicole Kidman, o casal do momento em Hollywood era Depp e Winona. Ele inclusive, em um ato impensado, mandou tatuar em seu braço a expressão “Winona Forever”, algo que iria se arrepender depois quando o romance finalmente chegou ao fim. Enfim, fica a dica desse “Edward Mãos de Tesoura”, um filme diferente que marcou época e ainda hoje segue sendo bem interessante.
Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, Estados Unidos, 1990) Direção: Tim Burton / Roteiro: Tim Burton, Caroline Thompson / Elenco: Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest / Sinopse: Edward é um jovem que tem no lugar das mãos, tesouras, que ele usa para aparar os gramados ou cortar os cabelos das madames de sua cidade. Tudo começa a mudar em sua bucólica existência quando se apaixona por uma linda jovem.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Sem Destino
E foi com esse espírito independente que nasceu seu maior filme, “Sem Destino”. Peter Fonda se uniu aos amigos Jack Nicholson (antes de virar um grande astro de Hollywood) e Dennis Hopper (símbolo da contracultura e do cinema de vanguarda) para literalmente cair na estrada, sem lenço e nem documento. Juntos a uma pequena equipe de filmagens saíram pelas highways americanas filmando tudo o que de interessante encontravam pela frente. Como a produção deveria ter custo mínimo o roteiro foi sendo escrito no calor dos acontecimentos, conforme as filmagens avançavam. Havia certamente uma linha narrativa muito tênue a seguir escrita pelo roteirista Terry Southern, mas o resto da estória foi sendo criado in loco por Fonda e Hopper durante as gravações. Uma das maiores ironias do elenco era certamente a presença de Jack Nicholson, um notório malucão dos anos 60, aqui interpretando um personagem careta! Assim que chegou nas telas o resultado comercial se revelou espetacular. “Sem Destino” custou a bagatela de meros 400 mil dólares e rendeu mais de 70 milhões de bilheteria, se tornando um dos filmes mais lucrativos da história. Peter Fonda se tornou um homem rico praticamente da noite para o dia, pois havia trocado seu cachê por um percentual nos lucros. “Sem Destino” no final das contas se revelou um ótimo produto do sistema capitalista americano que criticava, quem diria...
Sem Destino (Easy Rider, Estados Unidos, 1969) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Peter Fonda, Dennis Hopper, Terry Southern / Elenco: Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson / Sinopse: Dois motoqueiros vagam pelas estradas americanas em busca de aventuras. Em seu caminho conhecem os mais diferentes tipos de pessoas, desde caretas até hippies tentando viver o sonho da filosofia “Paz e Amor”. Premiado no Festival de Cannes com o prêmio de melhor filme de diretor estreante (Dennis Hopper). Indicado a Palma de Ouro. Indicado aos Oscars de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original.
Pablo Aluísio.
Um Estranho no Ninho
Em “Um Estranho no Ninho” Jack interpreta Randle Patrick McMurphy, um prisioneiro que decide simular sintomas de doença mental para ser transferido da prisão onde cumpre pena para um hospital psiquiátrico pensando encontrar lá um sistema menos rígido e disciplinador do que dentro das grades da penitenciaria. Para sua surpresa porém nada era o que ele esperava encontrar. No hospício encontra um sistema rígido, baseado em um forte controle de cada passo dos pacientes, tudo sob comando da enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher). A partir daí Patrick começa uma série de desentendimentos com a direção do lugar, tudo para conseguir impor um sistema bem mais liberal do que o que está em vigor. Esse é o tipo de papel em que Jack Nicholson se esbalda em cena. Cabelo despenteado, sorriso insano, olhar vidrado, tudo de acordo com o estilo indomado do ator. Sua interpretação de fato é brilhante, alternando momentos de pura malandragem de seu personagem com ataques de insanidade sem controle. Sem Jack o filme certamente não teria o impacto que teve. Por seu trabalho venceu o Oscar, o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCCA). Todos mais do que merecidos. Não se engane, “Um Estranho no Ninho” traz Jack Nicholson em sua mais pura essência. Uma verdadeira obra prima!
Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo's Nest, Estados Unidos, 1975) Direção: Milos Forman / Roteiro: Lawrence Hauben, Bo Goldman / Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Danny DeVito, William Redfield, Brad Dourif / Sinopse: Preso se faz passar por maluco para ser levado para uma instituição psiquiátrica onde espera encontrar um lugar mais ameno, com mais regalias. Para sua surpresa porém o local é controlado rigidamente por uma enfermeira-chefe linha dura que não admite mudanças em seu cronograma pessoal. Filme vencedor dos Oscars de melhor filme, melhor ator (Jack Nicholson), melhor atriz (Louise Fletcher), melhor direção (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias melhor filme / drama, melhor direção, melhor ator / drama (Jack Nicholson), melhor atriz / drama (Louise Fletcher), melhor revelação masculina (Brad Dourif) e melhor roteiro.
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de abril de 2013
Veículo 19
“Vehicle 19” foi produzido pelo próprio ator Paul Walker que estrela o filme. Seu personagem não larga o volante em nenhum momento do filme. Na verdade a estória se passa em apenas seis horas, desde o momento em que o americano aluga o carrro errado até o clímax, quando ele tentará sobreviver a um intenso cerco policial comandado por um chefe de polícia corrupto. Nesse meio termo acontecerá várias perseguições, tiroteios e tudo o mais que fazem a festa dos fãs de filmes de ação. As filmagens foram todas realizadas na maior cidade da África do Sul. Ao lado de prédios majestosos convive toda uma população (em sua maioria negra) na mais absoluta miséria. O roteiro claro não perde muito tempo com isso mas essas locações já dão uma boa idéia da cidade. Algumas cenas foram feitas em favelas de Johannesburg, locais bem parecidos com as favelas cariocas. Em suma é isso. Paul Walker em um genérico mais modesto de seu maior sucesso, “Velozes e Furiosos”. Pise fundo e se divirta!
Veículo 19 (Vehicle 19, Estados Unidos, África do Sul, 2013) Direção: Mukunda Michael Dewil / Roteiro: Mukunda Michael Dewil / Elenco: Paul Walker, Naima McLean, Gys de Villiers / Sinopse: Americano na África do Sul aluga sem querer um veículo que está sendo perseguido pela polícia local. Agora é pisar fundo para sobreviver ao cerco policial.
Pablo Aluísio.
Amistad
Quando assisti recentemente o filme “Lincoln” me lembrei imediatamente desse filme anterior de Spielberg que tem uma estrutura muito semelhante. Spielberg se propõe a usar um fato da história americana para trazer de volta ao debate temas caros ao povo americano. No roteiro de Amistad várias questões atuais voltam ao centro de discussões, inclusive o racismo, a posição do negro dentro da sociedade e a batalha entre direito e moral. O negro africano que chegava nas colônias americanas não era sequer considerado uma pessoa, um ser humano, mas sim um objeto, que deveria ser considerado mera propriedade de seu senhor. Spielberg fez um filme correto, historicamente preciso (embora com algumas licenças históricas) e assim como aconteceu com “Lincoln” foi acusado de ter realizado uma obra muito burocrática, fria e sem emoção dramática. Não compartilho dessa visão. Acredito que “Amistad” é um momento muito interessante da filmografia de Spielberg que tem a coragem de tocar novamente em uma das feridas mais abertas da nação americana. Produção requintada, com atuações marcantes, “Amistad” é mais uma chance de ter contato com um Spielberg mais adulto e socialmente consciente.
Amistad (Amistad, Estados Unidos, 1997) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David H. Franzoni / Elenco: Anthony Hopkins, Morgan Freeman, Matthew McConaughey, Nigel Hawthorne, Djimon Hounsou, David Paymer, Pete Postlethwaite / Sinopse: Após a captura de um navio negreiro espanhol na costa dos Estados Unidos se instala um conflito de direito internacional na Suprema Corte daquele país. Para defender os negros surge a figura do ex-presidente americano, John Quincy Adams (Anthony Hopkins). Filme indicado aos Oscars de Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins), Fotografia, Figurino e Trilha Sonora). Indicado aos Globos de Ouro de Direção, Melhor Filme Drama, Ator (Djimon Hounsou), Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins).
Pablo Aluísio.
sábado, 13 de abril de 2013
Wall Street
Depois do grande sucesso de “Atração Fatal” o ator Michael Douglas resolveu unir forças com o polêmico diretor Oliver Stone. Ambos sempre foram ideologicamente muito próximos, seguindo a linha mais liberal e essa sincronia de pensamentos os levou a trabalhar juntos nesse “Wall Street”. O filme obviamente soava como uma crítica nada sutil aos executivos de Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque. Lá, onde fortunas eram ganhas praticamente da noite para o dia, convive uma série de "tubarões" do sistema capitalista americano, entre eles um dos mais agressivos é justamente Gordon Gekko (Michael Douglas), um sujeito sem qualquer escrúpulo que está mais interessado em especular e ganhar rios de dinheiro a todo custo, mesmo que de modo fraudulento, do que qualquer outra coisa. Do outro lado surge um recém chegado naquele mundo, o jovem Bud Fox (Charlie Sheen), que não demora a entender as regras do jogo naquele ambiente hostil e realmente selvagem.
Por falar em Charlie Sheen o ator era na época de “Wall Street” um dos mais promissores astros da nova geração de Hollywood. Ele havia estrelado o sucesso “Platoon” com o mesmo diretor Oliver Stone e na época era apontado, ao lado de Tom Cruise, como um dos grandes mega astros do futuro. O problema é que enquanto Cruise fazia de tudo para manter sua vida pessoal e imagem na linha, Sheen seguia o caminho oposto se envolvendo em escândalos com esquemas de prostituição e drogas, afundando suas pretensões de virar realmente uma estrela de cinema de primeira grandeza. Já Oliver Stone encontrou aqui um palco adequado para dar mais uma vez seu recado. Profundo contestador do sistema americano ele aqui centra fogo contra o lado mais desumano do capitalismo ianque, criticando dentro de sua estória um regime onde muitos não possuem quase nada e pouquíssimos se esbaldam em luxos e riqueza (muitas vezes sem nada terem feito de concreto para isso). Com sua visão política apurada Oliver Stone logo virou alvo de muitas críticas mas isso no fundo não importa pois o que sobressai no final é o fato de que o filme “Wall Street” é realmente muito bom, se tornando ainda hoje muito atual.
Wall Street – Poder e Cobiça (Wall Street, Estados Unidos, 1987) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser, Oliver Stone / Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Tamara Tunie, Franklin, Martin Sheen / Sinopse: No mundo de Wall Street um velho e um novo especulador tentam enriquecer dentro do milionário mercado de ações da economia americana.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
O Novato
Como acontece em todo filme sobre espionagem fica logo óbvio que nada é realmente o que aparenta ser. Um dos maiores perigos dentro de uma agência de inteligência, seja de que país for, é a infiltração dos chamados agentes duplos. É dentro dessa perspectiva que as coisas começam a realmente complicar dentro de seu treinamento. “O Novato” foi dirigido por Roger Donaldson. Sempre considerei esse cineasta muito eficiente e competente, basta lembrar de seus filmes ao lado de Kevin Costner (“Sem Saída” e “Treze Dias Que Abalaram o Mundo”) para perceber que Donaldson transita muito bem nesse mundo de filmes sobre espionagem e política internacional. Aqui porém se percebe um certo clima de preguiça por parte dele em avançar mais nas possibilidades do roteiro. O que poderia desbancar para uma intrigada e complexa rede de inteligência acaba trilhando o caminho da acomodação pura e simples, se rendendo a clichês batidos do gênero. Mesmo com esses problemas o filme não pode ser considerado ruim, em absoluto, as presenças de Pacino e Farrell conseguem manter o interesse, só não espere nada excepcional em cena.
O Novato (The Recruit, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Roger Towne, Kurt Wimmer, Mitch Glazer / Elenco: Al Pacino, Eugene Lipinski, Colin Farrell, Bridget Moynahan, Brian Rhodes, Gabriel Macht / Sinopse: Jovem novato dentro da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) se tornar o preferido de veterano instrutor que parece ter algo muito sério a esconder de todos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
As Cores da Violência
Sean Penn brilha ao lado do veterano (e excelente ator) Robert Duvall. É curioso ver o jovem Penn já muito preocupado em desenvolver um personagem socialmente consciente, que também parece caminhar numa fina linha que separa o crime da lei. Em um mundo tão selvagem não é de se admirar que os próprios policiais, forjados na guerra das ruas, incorporem muitos dos comportamentos dos próprios criminosos que perseguem. O filme na época de seu lançamento chocou o público por causa de sua crueza. A equipe de filmagem filmou toda a produção nas periferias mais violentas. Ao melhor estilo “câmera na mão” o elenco e o diretor Dennis Hopper saíram percorrendo becos, ruas sujas e locais perigosos para dar todo um realismo ao filme em si. O resultado é certamente dos melhores e mostra sem paleativos o problema do jovem pobre das grandes cidades. Não importa se é Rio ou Los Angeles, São Paulo ou Nova Iorque, o desafio segue anos após ano mostrando que Colors certamente está mais atual do que nunca!
As Cores da Violência (Colors, Estados Unidos, 1988) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Michael Schiffer / Elenco: Sean Penn, Robert Duvall, Maria Conchita Alonso / Sinopse: Dois policiais, um veterano e um novato, combatem gangues pelas ruas mais pobres de Los Angeles. Há uma guerra em curso entre os Crips e os Bloods, e os policiais tentarão evitar que tudo não acabe em uma grande explosão de violência e ódio racial.
Pablo Aluísio.
Amigos Inseparáveis
De volta às ruas ele reencontra Doc (Christopher Walken) e Hirsch (Alan Arkin). O problema é que Doc está contratado para liquidar Valentine a mando de um poderoso chefão da máfia local. O mais interessante é que Valentine, bastante experiente, logo toma consciência disso. Afinal são negócios, nada pessoal. Assim ele parte para aqueles que são seus últimos momentos. Aproveitar o pouco tempo que lhe resta de vida. Junto aos colegas acaba se envolvendo em diversas situações, esperando com isso curtir suas últimas horas. “Amigos Inseparáveis” até que começa muito bem, afinal ver um trio de atores tão talentoso é ótimo para qualquer cinéfilo. O problema é que conforme o filme avança ele perde o foco, não mais se decidindo em ser um drama, uma comédia ou um filme policial. A única coisa que parece sobreviver a essa indecisão toda é o carisma imbatível de Al Pacino. Ele realmente parece estar se divertindo como nunca ao lado de Arkin e Walken, o que acaba salvando o filme do desastre completo. É lógico que com um elenco desses “Amigos Inseparáveis” poderia ser muito melhor, quase uma obra prima do cinema, mas não parece ter sido essa a escolha dos realizadores. De qualquer maneira é Pacino – o que já torna o filme obrigatório para qualquer fã de cinema. Afinal bons vinhos nunca devem ser desperdiçados.
Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys, Estados Unidos, 2012) Direção: Fisher Stevens / Roteiro: Noah Haidle / Elenco: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Julianna Margulies, Katheryn Winnick, Vanessa Ferlito / Sinopse: Após sair da prisão por onde esteve por 28 anos, Valentine (Al Pacino) reencontra seus velhos amigos de criminalidade. O que parecia ser apenas um encontro amigável porém logo se revela um complicado acerto de contas.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Oblivion
Esse “Oblivion” não deixa de ser um filme muito bem produzido, interessante, com uma inovadora direção de arte, realmente inspirada, tudo intercalado com algumas ótimas cenas de ação (a Terra devastada também é habitada por alienígenas que percorrem o planeta em busca de recursos vitais). Tom Cruise parece bem à vontade na pele de um misto de soldado e engenheiro que tem que garantir segurança enquanto os últimos recursos da Terra são extraídos. O que complica "Oblivion" é querer se passar por algo que definitivamente não é. O problema é que em determinado ponto do filme o argumento se torna pretensioso, querendo criar um subtexto que chega a lembrar até mesmo grandes clássicos do cinema como “2001”. Essa pretensão sem sentido acaba tornando a trama extremamente confusa (e chata, para dizer a verdade). Obviamente que o diretor Joseph Kosinski passa longe de ser um Stanley Kubrick e por isso tudo acaba indo por água abaixo. Sem saber direito para onde ir o cineasta, depois de promover uma “reviravolta forçada”, tenta consertar o estrago alongando a estória além do necessário, quebrando seu ritmo e cansando o público, que aqui obviamente é aquele que consome “blockbusters” em série, ou seja, nada interessado em roteiros “cabeças” ou profundos demais. A solução de tudo também soa tão decepcionante, quase bobo! Assim “Oblivion” perde a ótima oportunidade de ser apenas uma ficção eficiente, bem realizada, para se tornar um produto que afundou por causa de suas próprias pretensões sem cabimento. Faltou mesmo talento para ir até onde o argumento exigia.
Oblivion (Oblivion, Estados Unidos, 2013) Direção: Joseph Kosinski / Roteiro: Joseph Kosinski, William Monahan / Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Nikolaj Coster-Waldau, Olga Kurylenko / Sinopse: No ano de 2077 a Terra está devastado. Participando de uma missão no planeta Jack Harper (Tom Cruise) acaba encontrando uma sobrevivente de uma nave espacial acidentada. Esse encontro mudará completamente os rumos de sua vida.
Pablo Aluísio.
Anna Karenina
O enredo mostra a paixão que uma aristocrata, Anna Karenina (Kiera Knightley), nutre por um oficial da cavalaria, o Conde Vronsky (Aaron Taylor- Johnson). Ele é filho de uma condessa de alta estirpe. O problema é que Karenina é casada com outro homem, o alto funcionário imperial Karenin (Jude Law), que acaba vendo seu bom nome ser envolvido em um verdadeiro escândalo na corte por causa das aventuras extra-conjugais de sua esposa. Numa Rússia Czarista onde a nobreza vivia em luxos exuberantes enquanto a imensa massa da população sobrevivia na mais absoluta miséria, Anna Karenina toca, mesmo que superficialmente, em questões sociais, morais e políticas. A produção abraça esse ambiente de luxo e ostentação e cada cena logo se torna um colírio aos olhos. Essa adaptação não é extremamente fiel (seria muito complicado levar toda a riqueza de detalhes do livro para as telas) mas mantém um bom nível, muito digno. Já como romance e entretenimento funciona muito bem. Para os que desejam conhecer a obra que lhe deu origem mais a fundo fica a sugestão de ler o texto de Tolstoi que certamente é riquíssimo.
Pablo Aluísio.
Elektra
No enredo do filme o espectador acaba acompanhando as origens da personagem, desde o começo até sua transformação em uma máquina assassina das artes marciais. A atriz Jennifer Garner ficou bastante empolgada com o filme esbanjando simpatia e otimismo nas entrevistas de promoção. O estúdio também acreditou na produção e fez um lançamento de porte, ocupando mais de três mil salas em sua semana de estréia. Os resultados porém não foram nada animadores. A critica de uma maneira em geral detestou o filme, achando seu roteiro básico demais, com uma sucessão de cenas que não empolgavam o espectador. A atriz também foi considerada inadequada, pouco convincente nas seqüências de luta. Com tantas criticas ruins o filme acabou afundando nas bilheterias, rendendo pouco e virando uma decepção completa. Revisto hoje em dia “Elektra” realmente deixa a sensação de algo de fato não deu muito certo. É uma fita bem vazia para falar a verdade, onde muitas vezes se tenta criar todo um clima para esconder suas falhas de roteiro. Assim como o Demolidor, sua parceira de HQs também ainda não encontrou seu espaço no mundo do cinema. Quem sabe um dia isso venha a acontecer.
Elektra (Idem, Estados Unidos, 2005) Direção: Rob Bowman / Roteiro: Zak Penn, Stuart Zicherman, Raven Metzner, baseados na personagem criada por Frank Miller / Elenco: Jennifer Garner, Goran Visnjic, Will Yun Lee, Cary-Hiroyuki Tagawa, Terence Stamp / Sinopse: O filme narra as origens e lutas da personagem Elektra (Jennifer Garner), uma famosa assassina Ninja criada pelo renomado escritor e desenhista Frank Miller na Marvel.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Um Homem Bom
A partir daí o antes pacato e pacifico professor se vê envolvido na escolha entre abraçar o novo regime nazista e ascender cada vez mais na carreira, calcando cada vez mais postos dentro do poder ou então ouvir sua consciência sobre os crimes cometidos pelo regime. Infelizmente como era de se prever ele acaba optando pela primeira opção perdendo a partir daí sua alma ao enveredar pela ideologia de raça superior dos alemães. Em pouco tempo o “homem bom” se torna mais um seguidor do regime de Hitler, mostrando de forma muito clara que basta algumas promessas de poder e riqueza para dobrar a consciência até mesmo de pessoas de boa índole. A vaidade e a ganância levam o personagem principal a até mesmo ignorar o destino de um de seus melhores amigos, Jason Issacs como “Maurice, o judeu”, que vê seu destino traçado apenas por sua origem e crença. Dessa forma o papel desempenhado por Viggo Mortensen surge como uma metáfora do próprio povo alemão que ao que parece ignorou anos de civilização e cultura para abraçar um regime brutal que levou o mundo para o maior conflito armado da história. Assista e entenda como se deu esse processo devastador.
Um Homem Bom (Good, Estados Unidos, 2008) Direção: Vicente Amorim / Roteiro: John Wrathall / Elenco: Viggo Mortensen, Mark Strong, Jason Isaacs, Steven Mackintosh, Jodie Whittaker, Gemma Jones / Sinopse: Professor universitário honesto, ético e decente cai nas graças do regime nazista e muda completamente de personalidade, tudo para ascender cada vez mais na carreira.
Pablo Aluísio.
Os Caça-Fantasmas
A trama acompanha um grupo de pesquisadores da universidade de Nova Iorque que de repente se vêem sem as verbas necessárias para avançarem em seus experimentos. Não é para menos uma vez que eles se propõem a estudar nada mais, nada menos do que fenômenos sobrenaturais, algo que de repente a reitoria não entende mais ser relevante ou sério. No olho da rua decidem então abrir um empreendimento mais do que maluco, uma agência de captura de entidades paranormais chamada “Caça-Fantasmas”! Usando uma ambulância adaptada toda estropiada a trupe começa então a prestar “seus serviços” por toda Nova Iorque. Claro que o tom de todo o filme é cartunesco, muito divertido e cheio de cenas que marcaram os fãs do estilo na década de 80. Como esquecer do fantasma geléia, dos ataques de fantasmas que mais parecem ter saído de algum filme de Scooby-Doo? Não é à toa que “Os Caça-Fantasmas” logo virou desenho de sucesso na TV (inclusive aqui no Brasil). Houve ainda uma continuação bem inferior em 1989 e finalmente para breve está para chegar um remake do filme! Será que conseguirão manter o charme do original? Acho isso completamente impossível mas vamos dar o beneficio da dúvida até lá!
Os Caça-Fantasmas (Ghost Busters, Estados Unidos, 1984) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Dan Aykroyd, Harold Ramis / Elenco: Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Harold Ramis, Rick Moranis, Ernie Hudson, Annie Potts / Sinopse: Um grupo de pesquisadores universitários desempregados resolvem abrir seu próprio negócio! Uma agência de captura de seres paranormais em Nova Iorque! Inicialmente muito bem sucedidos as coisas começam a se complicar quando eles cruzam caminho contra um demônio milenar que acaba tomando posse do corpo da bela Dana (Sigourney Weaver).
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de abril de 2013
Um Final de Semana em Hyde Park
O encontro é narrado por uma prima de Rooosevelt, Daisy (Laura Linney), através de escritos que foram encontrados em seus pertences pessoais após sua morte. Essa intimidade que o texto do roteiro dá ao espectador é uma das melhores coisas de Hyde Park. Nos sentimos realmente dentro da intimidade do presidente. Apesar de ter sido saudado como um dos melhores presidentes da história dos EUA, sua vida pessoal era no mínimo caótica. Mantinha um casamento de fachada com sua esposa, Eleanor (que era lésbica), ao mesmo tempo em que mantinha várias amantes, entre elas sua secretaria particular e sua própria prima, Daisy, personagem central na trama do filme. É muito curioso acompanhar Roosevelt nesse fim de semana pois ao mesmo tempo em que tem que lidar com o Rei inglês tem também que apagar os incêndios que seus vários casos extraconjugais causam em sua vida privada. Bill Murray como Roosevelt está fantástico (quem diria?) e disponibiliza uma das melhores atuações de sua carreira. O elenco de apoio também é todo bom, incluindo ai Laura Linney como Daisy, uma moça ao mesmo tempo deslumbrada, tímida e perturbada com a personalidade emocional instável de seu primo presidente. Enfim, aqui temos uma aula de historia que não se aprende na escola, um retrato de um dos homens mais importantes do século passado que a despeito de seus grandes feitos surge mais humano do nunca.
Um Final de Semana em Hyde Park (Hyde Park on Hudson, Estados Unidos, 2012) Direção: Roger Michell / Roteiro: Richard Nelson baseado nos escritos deixados por Daisy Roosevelt / Elenco: Bill Murray, Laura Linney, Olivia Williams, Olivia Colman, Elizabeth Marvel, Samuel West, Eleanor Bron, Blake Ritson / Sinopse: O Presidente americano Franklin Roosevelt (Bill Murray) resolve convidar o Rei Inglês George VI para passar o fim de semana na casa de sua mãe em Hyde Park. Na pauta da conversa o apoio que a Inglaterra precisa dos EUA na iminente guerra na Europa contra as forças nazistas de Hitler.
Pablo Aluísio.
Os Incríveis
Uma das referencias mais divertidas de “Os Incriveis” é com a estilista da roupa do Sr. Incrível, que na verdade é uma sátira em cima de uma das figurinistas mais famosas de Hollywood, Edith Head. Aqui temos certamente um tipo de “piada interna” da indústria americana que só será entendida mais perfeitamente pelas pessoas que adoram a história do cinema americano. Fora isso tudo se encaixa perfeitamente aqui, onde adultos e crianças vão se divertir sem problemas pois o roteiro, muito bem desenvolvido, traz elementos não apenas para o público infantil mas também para os pais que levaram seus filhos ao cinema. “Os Incríveis” é uma prova incontestável do talento dos animadores da Pixar, em especial do diretor Brad Bird que já havia mostrado toda a sua potencialidade criativa como roteirista na ficção produzida por Steven Spielberg, “O Milagre Veio do Espaço” nos anos 80 e como diretor da simpática e terna animação “O Gigante de Ferro”. Depois desse sucesso “Os Incríveis” ele ainda dirigiria dois grandes exitos de bilheteria, a animação “Ratatouille” e o novo filme da franquia “Missão Impossível” que trouxe Tom Cruise de volta ao topo no ranking das grandes bilheterias. Assim se você estiver em busca de uma animação divertida e inteligente nada melhor do que esse “Os Incríveis”, uma das mais marcantes produções com a marca Pixar!
Os Incríveis (The Incredibles, Estados Unidos, 2004) Direção: Brad Bird / Roteiro: Brad Bird / Elenco (vozes): Craig T. Nelson, Samuel L. Jackson, Holly Hunter / Sinopse: Veterano super-herói tem agora que lidar com a velhice e a chatice da rotina de um casamento com filhos problemáticos e complicados. Seus dias de glória porém parecem voltar quando surge um novo vilão no horizonte.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de abril de 2013
Vivendo e Aprendendo
Esse “Vivendo e Aprendendo” é uma ótima surpresa. Com produção até modesta, calcada muito mais em ótimos diálogos do que em soluções banais, o filme consegue entreter sem ofender a inteligência do espectador. É em essência um filme de atuações onde o elenco, muito bom por sinal, brilha em cenas de bastante profundidade existencial. Dennis Quaid deixa a maré baixa que se abateu sobre sua filmografia recente para mostrar que ainda é um ator de mão cheia, que na maioria das vezes é prejudicado apenas por não contar com bom material. Já Ellen Page repete mais uma excelente atuação. Ela é certamente a atriz mais interessante da nova geração de Hollywood. Em todo filme que surge costuma roubar as atenções, fato que se repete aqui novamente. Sua personagem é certamente um dos grandes trunfos de todo o filme. Assim se você estiver procurando por um bom filme, com roteiro inteligente, atuações inspiradas e excelente texto, “Smart People” é certamente um dos mais indicados. É um filme inteligente feito para pessoas igualmente inteligentes.
Vivendo e Aprendendo (Smart People, Estados Unidos, 2008) Direção: Noam Murro / Roteiro: Mark Poirier / Elenco: Dennis Quaid, Ellen Page, Thomas Haden Church, Sarah Jessica Parker, Ashton Holmes / Sinopse: Professor de inglês viúvo e depressivo tenta reconstruir sua vida e da família ao encontrar um novo amor em sua amargurada existência.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
O Milagre Veio do Espaço
Na época em que “O Milagre Veio no Espaço” foi lançado Spielberg ainda fazia parte do grupo Universal (ele só inauguraria seu próprio estúdio, a Dreamworks, alguns anos depois). O filme teve uma estréia discreta nos cinemas, inclusive no Brasil, mas encontrou seu mercado perfeito nas locadoras de VHS, logo se tornando um campeão em locações. Seu sucesso nem é complicado de se entender pois a produção era leve, divertida, feita mesmo para toda a família. E obviamente o design das pequenas espaçonaves caíram como uma luva no gosto do público infantil (apesar do filme em si não ser uma aventura feita especialmente para essa fatia do público). Além dos charmosos efeitos especiais e do clima de diversão amena, “O Milagre Veio do Espaço” ainda se destacava pelo elenco formado por veteranos das telas, em especial a inesquecível atriz Jessica Tandy. Talento teatral na década de 1950 (chegou a atuar ao lado de Marlon Brando), Tandy encontrou um curioso espaço em filmes de ficção como esse e Cocoon. Sua consagração viria dois anos depois em “Conduzindo Miss Daisy”, o grande vencedor do Oscar. Sua presença enche de dignidade a tela. Assim fica a indicação desse pequeno filme com a marca Spielberg. Certamente você que o assistiu há tantos anos vai se encantar novamente com seu enredo cativante e seu clima de pura nostalgia da década de 80.
O Milagre Veio do Espaço (Batteries Not Included, Estados Unidos, 1987) Direção: Matthew Robbins / Roteiro: Mick Garris, Brad Bird / Elenco: Hume Cronyn, Jessica Tandy, Frank McRae / Sinopse: Um corretor de imóveis ganancioso pretende colocar abaixo um prédio onde moram vários velhinhos. Pedindo por um milagre eles são recompensados pela presença de estranhas naves espaciais vindas do espaço.
Pablo Aluísio.
Um Homem Fora de Série
“Um Homem Fora de Série” logo foi aclamado em seu lançamento por causa da mensagem otimista e positiva de seu argumento. Robert Redford interpreta um obstinado esportista que simplesmente não aceita desistir de tudo. Ele luta a cada dia por uma nova chance, por um recomeço. O filme une dois símbolos tipicamente americanos. O primeiro, bem óbvio, é o próprio beisebol, cujo campo se torna uma metáfora para a vida. O segundo é o ator Robert Redford, considerado na época uma representação do que de melhor podia a América construir. Carismático, politicamente correto e bom profissional, Redford era só elogios em sua atuação. De fato ele representava o próprio Wonderboy do roteiro. “Um Homem Fora de Série” é também um típico filme de Barry Levinson. Esse cineasta adora encher seus trabalhos com uma alta carga de nostalgia, geralmente relembrando fatos marcantes do passado, tudo feito em uma linguagem saudosista e reverencial. Isso já havia se tornado óbvio em “Quando os Jovens se Tornam Adultos” e se repete aqui. Levinson tem carinho por seus personagens e por isso sempre os trata com elegância e doce suavidade. Certamente esse trabalho ao lado de Robert Redford é um dos mais expressivos de sua carreira. Assista, mesmo que você não goste muito de beisebol pois o que vale aqui é o lado humano da estória, essa sim fora de série.
Um Homem Fora de Série (The Natural, Estados Unidos, 1984) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Roger Towne, baseado na novela de Bernard Malamud / Elenco: Robert Redford, Robert Duvall, Glenn Close, Kim Basinger / Sinopse: Jogador de beisebol (Robert Redford) busca por redenção e um novo recomeço na carreira após sofrer um atentado. Indicado aos Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Glenn Close), fotografia, direção de arte e música. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Invasão à Casa Branca
Causa admiração a direção ser do competente Antoine Fuqua. O diretor negro que já dirigiu ótimos filmes policiais como “Dia de Treinamento” e até mesmo o mais recente “Atraídos pelo Crime” surpreende ao surgir com uma produção tipicamente de ação, com roteiro mínimo e atuações em segundo plano. O elenco até que é bom, com as presenças dignas de Morgan Freeman e Aaron Eckhart, esse último como o presidente americano. O problema é que eles realmente não têm muito o que fazer uma vez que no fundo o filme é apenas uma sucessão de cenas exageradas de ação que bebe de muitas fontes, inclusive “Duro de Matar” (uma referencia óbvia) e “Na Linha do Fogo” (tal como o personagem de Clint Eastwood aqui temos também um ex-agente de segurança com um passado manchado a esquecer). Já Gerard Butler deixa de lado as comédias românticas que vinha se envolvendo para interpretar um agente durão, com ares do personagem de Bruce Willis em Die Hard. Enfim, não é algo que você vá assistir pensando em arte ou algo assim. Está mais para um passatempo ligeiro que você encara enquanto sua esposa está fazendo compras no mesmo shopping onde o filme está sendo exibido. Descartável e nada marcante.
Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, Estados Unidos, 2013) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin Benedikt / Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman / Sinopse: Um grupo de terroristas da Coréia do Norte consegue romper o rígido sistema de segurança da Casa Branca e domina o local, fazendo todos reféns. Eles querem colocar as mãos no próprio presidente dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Um Mundo Perfeito
Na trama um fugitivo da prisão estadual, Butch Haynes (Kevin Costner), é implacavelmente perseguido pelo xerife durão Red Garnett (Clint Eastwood). Desesperado para escapar ele acaba cometendo um ato impensado ao entrar em uma casa levando como refém um pequeno garoto de apenas sete anos, Phillip (T.J. Lowther). O que deveria ser uma situação limite, de terror extremo, acaba surpreendendo a todos quando nasce uma improvável amizade entre o garotinho e o bandido em fuga. Inicialmente Clint Eastwood só iria dirigir o filme. Ele esperava colocar seu amigo Tommy Lee Jones no papel de xerife mas acabou voltando atrás após ser convencido por Kevin Costner de que o personagem era ideal para ele, Clint, o protótipo do policial linha dura do cinema (impossível esquecer, por exemplo, seu famoso Dirty Harry). O resultado sem dúvida é excepcionalmente bom. A despeito da trama ser simples, com desdobramentos até previsíveis, a parceria Costner / Eastwood se revela perfeita. Kevin Costner, não habituado a interpretar vilões, traz toda uma carga emocional ao seu personagem, algo que faz toda a diferença do mundo. Já Eastwood simplesmente arrasa como um cowboy fora de época que ainda pretende resolver tudo com uma arma fumegante. Não assistiu ainda? Pois então fica a dica de “Um Mundo Perfeito”, um grande momento nas carreiras de Costner e Eastwood.
Um Mundo Perfeito (A Perfect World, Estados Unidos, 1993) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: John Lee Hancock / Elenco: Kevin Costner, Clint Eastwood, Laura Dern / Sinopse: Fugitivo (Kevin Costner) é perseguido por um policial durão (Clint Eastwood) e no caminho acaba fazendo de refém um pequeno garoto de apenas sete anos de idade.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Amor à Primeira Mordida
Como se pode notar “Amor à Primeira Mordida” é uma sátira das mais divertidas com o famoso personagem Drácula criado pelo escritor Bram Stoker. O roteiro brinca o tempo todo com a mitologia do vampiro secular, mesclando elementos da trama do livro original com muitas piadas sobre a figura de Drácula andando pelas ruas de Nova Iorque. O filme é estrelado por George Hamilton, que naquele momento vivia uma fase particularmente produtiva de sua carreira, principalmente na TV. O ator, bem conhecido por sua refinada canastrice, esbanja carisma na pele do vampiro mais conhecido da literatura. O mais engraçado de tudo é saber que Hamilton ficou conhecido justamente por ser um sujeito bronzeadíssimo (uma de suas marcas registradas) e aqui repete o visual mesmo interpretando um ser da noite que nunca vê o sol! Mais divertido do que isso impossível. Outros bons atores em cena são Richard Benjamin como o neto psiquiatra de Van Helsing e Arte Johnson como o engraçado assistente pessoal de Drácula, Renfield. Enfim, fica a dica dessa comédia que consegue misturar Drácula, música de discoteca da década de 70, muita cafonice e uma Nova Iorque sufocante, tudo com muito humor. É uma bela diversão descompromissada.
Amor à Primeira Mordida (Love at First Bite, Estados Unidos, 1979) Direção: Stan Dragoti / Roteiro: Robert Kaufman, Robert Kaufman, baseados no personagem criado por Bram Stoker / Elenco: George Hamilton, Susan Saint James, Richard Benjamin, Arte Johnson / Sinopse: Após ter seu castelo desapropriado pelo regime comunista de seu país, o famoso Conde Drácula (George Hamilton) decide ir até Nova Iorque para conhecer uma famosa modelo que se parece demais com sua antiga amada, morta há séculos!
Pablo Aluísio
O Lavador de Almas
O filme “O Lavador de Almas” conta a história real daquele que foi considerado o maior executor de penas de morte da história da Inglaterra. A experiência que acumulou durante décadas o fez criar um sistema impecável onde a meta era enforcar o criminoso de forma eficaz, rápida e humana. Pelas mãos desse carrasco mais de seiscentos sentenciados foram enforcados. Ele se tornou tão bom naquilo que fazia que começou a disputar com outros carrascos da Inglaterra o recorde de menor tempo gasto em cada enforcamento. Sua melhor marca de sete segundos e meio ainda hoje não foi batida. Albert Pierrepoint ficou mundialmente conhecido quando foi escolhido pelo General Montgomery para executar os principais criminosos de guerra nazistas. O roteiro de “O Lavador de Almas” é muito bom pois mostra um homem pacato, tímido, simples em seus modos, que conseguiu cumprir aquilo que lhe era determinado pelo governo inglês da melhor forma possível. Um curioso retrato de uma pessoa que a despeito do serviço que fazia conseguiu também fazer parte da história da Inglaterra.
O Lavador de Almas (The Last Hangman, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Direção: Adrian Shergold / Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope / Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan / Sinopse: História real de Albert Pierrepoint (Timothy Spall), famoso executor de enforcamentos do sistema prisional inglês que se tornou famoso ao levar para o cadafalso alguns dos maiores criminosos nazistas de guerra.
Pablo Aluísio.
A Testemunha
As coisas começam a mudar quando o garoto amish Samuel testemunha um crime numa estação de trem da Filadélfia. Um policial seria o envolvido. Transformado em testemunha em um crime de grande repercussão o garoto (Lukas Haas) e sua mãe, a viúva Rachel (Kelly McGillis de “Top Gun”), teriam agora que ter proteção policial e essa acaba sendo feita pelo tira John Book (Harrison Ford) que de repente se vê imerso dentro da cultura Amish. O argumento se torna bem interessante a partir daí porque começa a mostrar o outro lado dessa comunidade, mostrando aspectos positivos de sua forma de viver. O antes cínico policial começa a enxergar uma nova realidade, entendendo finalmente os aspectos bons de se levar uma vida baseada na tradição e na simplicidade. Assim que foi lançado “A Testemunha” caiu nas graças da critica especializada. O filme colecionou elogios e indicações a prêmios (inclusive o Oscar em suas principais categorias). Harrison Ford ficou duplamente gratificado pois vivia uma fase excepcional na carreira onde conseguia mesclar sucesso comercial com aclamação da crítica – algo bem raro dentro da indústria de cinema dos EUA. Em suma, “A Testemunha” resistiu muito bem ao tempo e até hoje consegue unir um bom roteiro com uma direção precisa e econômica na medida certa. Vale a pena ser redescoberto.
A Testemunha (Witness, Estados Unidos, 1985) Direção: Peter Weir / Roteiro: William Kelley, Pamela Wallace / Elenco: Harrison Ford, Kelly McGillis, Lukas Haas / Sinopse: Policial (Harrison Ford) tem que proteger garoto Amish que testemunhou um crime praticado numa estação de trem da Filadélfia envolvendo policiais corruptos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Being Erica
É justamente no meio desse caos em que vive que ela acaba indo parar no consultório do Dr. Tom (Michael Riley), que acaba se revelando um terapeuta fora do comum, pois tem a capacidade de levar sua paciente para o passado e o futuro onde ela finalmente terá uma chance de consertar os erros cometidos. Todos os episódios partem dessa premissa. Em minha concepção é o tipo de estória que daria margem a no máximo duas boas temporadas mas o sucesso de audiência a levou a ter quatro temporadas. No final os sinais de desgaste e cansaço já eram evidentes. Isso aliás é mais comum do que se pensa, pois geralmente boas idéias acabam sendo comprometidas pelo próprio sucesso das séries que se alongam no tempo mais do que o necessário (vide True Blood que ultimamente se tornou insuportável). Mesmo assim não me arrependo. O último episódio se chama Dra. Erica quando ela própria finalmente se torna uma terapeuta. Foi bem fraco para falar a verdade mas como vinha acompanhando desde sempre não perderia a conclusão de tudo o que aconteceu ao longo de tantos episódios. No geral ficarei com saudades da querida Erica. É a vida...
Being Erica (Idem, Canadá, 2009 – 2011) Direção: Chris Grismer, Philip Earnshaw, Holly Dale, Jeff Woolnough / Criado por Jana Sinyor / Elenco: Erin Karpluk, Reagan Pasternak, Michael Riley / Sinopse: Erica Strange é uma garota comum mas com muitos problemas profissionais e pessoais. Sua vida sofre uma mudança radical quando começa um tratamento com o Dr. Tom que tem o poder de manipular o tempo e o espaço.
Pablo Aluísio.
Tempo de Despertar
Esse foi um dos primeiros papéis dramáticos da carreira de Robin Williams. Ao lado do grande Robert De Niro ele consegue uma de suas melhores atuações (chegou inclusive a ser indicado ao Globo de Ouro por seu sensível trabalho). O próprio Williams decidiu fazer um amplo laboratório em torno de seu personagem visitando e convivendo com pacientes da instituição em que o verdadeiro Sacks atuou (localizado em Nova Iorque). Robert De Niro também está extremamente convincente embora tenha recebido algumas críticas na época por um suposto exagero dramático. Não concordo com essa visão, De Niro, em minha opinião, mostra novamente porque sempre foi considerado um dos grandes mestres da atuação no cinema americano. Tanto isso soa como verdade que Robert De Niro ganhou várias indicações em prêmios importantes por sua interpretação (foi indicado ao Oscar e venceu o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCC Award) na categoria melhor ator. Enfim, eis aqui um filme que deve ser indicado não apenas aos estudantes de medicina (com ênfase na área de neurologia) mas também aos amantes de boas atuações. “Tempo de Despertar” é sensível, comovente e muito humano. Está mais do que recomendado.
Tempo de Despertar (Awakenings, Estados Unidos, 1990) Direção: Penny Marshall / Roteiro: Steven Zaillian baseado na obra de Oliver Sacks / Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Julie Kavner / Sinopse: Médico neurologista, Dr. Malcolm Sayer (Robin Williams), começa um inovador tratamento com pacientes que sofrem de Encefalia Letárgica. Seus experimentos acabam trazendo de volta o doente Leonard Lowe (Robert De Niro), porém sua recuperação também traz efeitos colaterais desconhecidos para a ciência médica.
Pablo Aluísio.
domingo, 31 de março de 2013
As Minas do Rei Salomão
Sharon Stone tem sua primeira grande chance de aparecer em um filme no cinema. Antes disso ela só tinha experiência com séries e telefilmes. Seu papel não é grande coisa (nenhum papel do filme é minimamente profundo para dizer a verdade), mas vale como curiosidade. Richard Chamberlain que vinha do sucesso de TV Shogun também tenta virar um astro de filmes de aventura mas não deu muito certo. O grande problema de “As Minas do Rei Salomão” é que seu roteiro não desenvolve nenhum personagem, se limitando a colocar todos em uma sucessão de cenas de ação em trens em movimento, aviões caindo, fugindo de tribos canibais, etc. Tudo bem vazio e derivativo. Os efeitos obviamente envelheceram muito (numa era pré-digital tudo era feito com maquetes e marionetes, inclusive com uma nada verídica aranha gigante em cena). Como fez um relativo sucesso acabou ganhando uma continuação um ano depois, “Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido”, com a mesma dupla central. Depois de alguns anos Allan Quatermain voltaria às telas sendo interpretado dessa vez por Sean Connery em “A Liga Extraordinária” mas essa é uma outra história...
As Minas do Rei Salomão (King Solomon's Mines, Estados Unidos, 1985) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: Gene Quintano baseado na novela de H. Rider Haggard / Elenco: Richard Chamberlain, Sharon Stone, Herbert Lom / Sinopse: Jesse Huston (Sharon Stone) é uma estudante de arqueologia que resolve contratar o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) para localizar o paradeiro de seu pai que desapareceu misteriosamente após revelar que havia conseguido finalmente o mapa que levaria para as famosas minas do Rei Salomão.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Jack O Caçador de Gigantes
Na boa, Hollywood deveria esquecer essa coisa de adaptar contos infantis. Não deu certo com Branca de Neve (os últimos filmes feitos em cima da personagem foram horríveis) e certamente não deu certo aqui. O filme não passa de uma overdose de efeitos digitais. De fato, temos que reconhecer, os tais gigantes são extremamente bem realizados, idem os cenários e a direção de arte do filme, mas do que adianta isso se não há uma estória para contar? “João e o Pé de Feijão” rende no máximo uma boa animação (como bem demonstrou Disney no passado ao colocar o ratinho Mickey dentro dessa estória) mas não um filme com atores de carne e osso. Em determinado momento o tédio e o marasmo se tornam insuportáveis. O tom é obviamente bem infantil e por isso não adianta se animar muito pensando tratar-se de uma espécie de “O Senhor dos Anéis” em versão guri. Se você é fã de efeitos de CGI pode até ser que o filme sirva para alguma coisa, já se estiver em busca de um bom entretenimento a coisa pode complicar. Enfim, esqueça.
Jack, o Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, Estados Unidos, 2012) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Christopher McQuarrie, Darren Lemke, Dan Studney / Elenco: Nicholas Hoult, Stanley Tucci, Bill Nighy, John Kassir, Ewan McGregor, Ian McShane / Sinopse: Jack, um pobre camponês acaba abrindo um portal mágico entre sua terra e o mundo dos gigantes. Baseado no conto infantil “João e o Pé de Feijão”.
Pablo Aluísio.