sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Tarzan, o Filho das Selvas

Vou fechar o mês falando sobre esse filme que assisti ontem pela primeira vez, isso apesar de ser uma produção antiga, lançada em 1981. É uma espécie de versão mais moderna e sensual de Tarzan (o imortal personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs). O filme na época de seu lançamento causou mais repercussão por causa das cenas de nudez da atriz Bo Derek do que por qualquer outro tipo de qualidade cinematográfica que ele tivesse. Esqueceram (ou ignoraram), por exemplo, a ótima atuação de Richard Harris, que está muito inspirado como um aventureiro meio lunático que avança selva adentro em busca de seus sonhos mais alucinados.Antes de qualquer coisa vamos relembrar a estória. Jane (Bo Derek) é uma linda estrangeira que resolve cruzar a África em busca do seu pai, James Parker (Richard Harris). Ela quer criar novamente um laço com ele, após a morte de sua mãe. James nunca foi um sujeito muito comum ou normal, sempre se dedicou a aventuras pelo mundo afora e essa foi uma das razões que levaram seu casamento ao fim. Agora Jane acredita que poderá se reaproximar dele, mesmo e apesar de suas excentricidades embaraçosas. Assim que chega Jane decide seguir ele numa expedição pelos confins do continente africano. E é justamente nessa jornada que ela toma contato pela primeira vez com a lenda de Tarzan, que os nativos consideram um macaco branco, gigante e de extrema força que habita as florestas.

Como era de esperar logo eles se encontram. Jane, virgem e pura, fica obviamente atraída por aquele homem selvagem, musculoso e másculo. Por falar em Tarzan, o ator que o interpreta chamado Miles O'Keeffe não diz nem uma linha de diálogo sequer durante todo o filme. Ele realmente se comporta como um primata criado nas matas, sem qualquer tipo de traço de civilização. O único som que sai de sua boca é o famoso grito dos tempos ainda dos filmes de Johnny Weissmuller. Fora isso, nem um pio é emitido. De modo em geral acabei gostando do filme. Ele não tem roteiro bem elaborado e seu enredo não tem nada demais, porém também não é pura apelação como alguns críticos chegaram a dizer em seu lançamento original. Bo Derek tem suas cenas de nudez, isso é verdade, mas para os padrões de hoje nada é muito ousado ou fora do normal. Acredito que mesmo sendo até despretensioso esse filme tem seu espaço dentro da vasta mitologia do homem macaco.

Tarzan, o Filho das Selvas (Tarzan the Ape Man, Estados Unidos,1981) Direção: John Derek / Roteiro: Tom Rowe / Elenco: Bo Derek, Richard Harris, Miles O'Keeffe / Sinopse: A jovem loira e aristocrática Jane (Bo Derek) decide ir até a África selvagem para encontrar novamente seu pai, James (Harris), um homem excêntrico e incomum que procura por um cemitério de elefantes, onde ele poderá finalmente ficar rico com o marfim que pretende encontrar. No meio da jornada sua filha Jane acaba conhecendo Tarzan, dito até aquele momento como apenas uma lenda criada pelos nativos da região.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Regras do Jogo

Título no Brasil: Regras do Jogo
Título Original: Rules of Engagement
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Friedkin
Roteiro: Jim Webb, Stephen Gaghan
Elenco: Tommy Lee Jones, Samuel L. Jackson, Guy Pearce, Ben Kingsley, Bruce Greenwood, Anne Archer
  
Sinopse:
O Coronel Terry Childers (Samuel L. Jackson) é levado para ser julgado em uma corte marcial pela acusação de que teria atirado em civis desarmados durante a tentativa de ocupação da embaixada americana no distante e conturbado Iêmen, no Oriente Médio. O militar se defende da acusação dizendo que tudo foi necessário, diante da gravidade da situação. Filme indicado ao BET Awards na categoria de Melhor Ator (Samuel L. Jackson).

Comentários:
Um filme dirigido pelo cineasta William Friedkin, o mesmo de "O Exorcista". Aqui ele deixou o terror de lado para dirigir um drama de tribunal militar, numa história que foi parcialmente inspirada em fatos reais. O enredo explora um longo flashback mostrando a tentativa de invasão de uma embaixada no Oriente Médio, quando o comandante militar encarregado da segurança do corpo diplomático americano decidiu abrir fogo contra manifestantes civis que tentavam invadir o lugar. Levado à corte marcial se impõe o caso: teria ele cometido algum crime ou apenas se defendeu de uma multidão em delírio? O elenco é bem acima da média, contando não apenas com Samuel L. Jackson (naquela que provavelmente foi sua melhor atuação na carreira), mas também com um inspirado Tommy Lee Jones interpretando um coronel linha dura chamado Hayes 'Hodge' Hodges. Esse tipo de interpretação aliás sempre foi especialidade do durão com cara de poucos amigos Jones. No saldo geral é um filme muito bom, muito coeso, com roteiro extremamente bem escrito. Mesmo que você não goste muito de filmes de tribunais, certamente vai acabar apreciando essa produção por causa de seus méritos cinematográficos. Esse filme é certamente um item para ter em sua coleção.

Pablo Aluísio.

O Quarto Poder

Título no Brasil: O Quarto Poder
Título Original: Mad City
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Costa-Gavras
Roteiro: Tom Matthews
Elenco: John Travolta, Dustin Hoffman, Alan Alda
  
Sinopse:
John Brackett (Dustin Hoffman) é um repórter decadente que ao visitar um museu para uma matéria de rotina acaba tirando a sorte grande. Acontece que o guarda do local, Sam (John Travolta) se revolta ao ser demitido e acaba ameaçando a diretora do museu. Mais do que isso, acidentalmente ele dispara sua arma dentro do lugar. Era tudo o que Brackett precisava para fazer uma reportagem extremamente sensacionalista, chamando a atenção de todo o país.

Comentários:
Essa denominação "Quarto Poder" geralmente é usada para designar os órgãos de imprensa, ou seja, a mídia. Assim foi bem feliz esse título nacional desse filme originalmente chamado "Mad City" (Cidade Louca, em inglês). O roteiro é obviamente uma crítica aos meios de comunicação que geralmente exageram nas matérias jornalísticas, aumentando em muito o real impacto do que está acontecendo. É curioso porque esse filme foi realizado antes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, onde acontecimentos assim, de ameaças e terror, eram relativamente bem raros dentro dos Estados Unidos. Depois de 11/9 situações como essa mostrada no filme dificilmente chamariam a atenção de toda a nação como acontece nesse roteiro. No máximo seria tratado como um evento de criminalidade meramente local. Embora até apresente uma boa ideia o fato é que logo o filme se torna cansativo, principalmente porque o antes aclamado diretor Costa-Gavras não parece ir a fundo em praticamente nada, ficando apenas na superficialidade. Assim o cineasta acaba confirmando uma velha máxima que dizia que grande diretores estrangeiros geralmente se tornam medíocres quando vão para Hollywood. A máquina da indústria cinematográfica americana geralmente engole todos eles, sem dó e nem piedade. Enfim, temos aqui um filme até bem banal, apesar dos nomes envolvidos. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Anjos da Noite: Guerras de Sangue

Título no Brasil: Anjos da Noite - Guerras de Sangue
Título Original: Underworld - Blood Wars
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: Anna Foerster
Roteiro: Cory Goodman, Kyle Ward
Elenco: Kate Beckinsale, Theo James, Tobias Menzies, Lara Pulver, Charles Dance

Sinopse:
A vampira Selene (Kate Beckinsale) agora é uma completa pária, tanto entre os lycans como entre os vampiros. Todos querem vê-la morta! As coisas mudam porém quando se descobre que sua filha poderia ser uma peça chave na guerra entre os clãs. A garotinha, uma híbrida, poderia conter o segredo para a vitória em uma guerra que já atravessa os séculos e não parece ter fim! Selene porém está disposta a defender sua filha a todo custo, sem pensar duas vezes. Após ser contactada para treinar os guerreiros vampiros, ela descobre que caiu em uma armadilha, uma traição que poderá custar sua existência.

Comentários:
Uma das coisas que sempre me irritaram nessa franquia "Underworld" e que em todos os filmes, sem exceção, a fotografia sempre se mostrou extremamente escura, absurdamente negra, onde em determinados momentos o espectador não consegue ver nada - mesmo nas melhores salas de cinema! Aqui o velho problema continua o mesmo, principalmente quando os lobisomens atacam (seria uma forma de esconder o fato de que os efeitos especiais não são assim tão bons?). A única diferença mais notável nesse novo filme vem da direção de arte de uma forma em geral. O velho visual ao estilo Matrix foi substituído por algo mais na linha "Game of Thrones". Já era hora de mudanças! Claro, Selene continua com sua roupa de couro negro, mas fora isso, todos os demais personagens parecem ter saídos da famosa série! E as semelhanças não param por aí, os roteiristas criaram inclusive um clã de vampiros que vive isoladamente em terras do norte, um lugar completamente congelado por um inverno que parece eterno, tudo protegido por uma enorme muralha (uma óbvia referência à Patrulha da Noite). Pois bem, se há inovações nesses aspectos periféricos o mesmo não se pode dizer isso em relação ao roteiro. Eles seguiram na mesma linha, com Selene no meio da guerra entre vampiros e lycans. Esse é o quinto filme da franquia, por isso resolveram apostar no mais do mesmo, no que deu certo antes, sem mudar muitas coisas. Penso que os fãs vão gostar, porém os cinéfilos em geral, aqueles que apenas estão em busca de uma boa diversão, a coisa pode soar bem decepcionante. Além de praticamente não conseguir enxergar quase nada (por causa da escuridão das cenas) corre-se o risco de ficar entediado já nas primeiras sequências. Penso que chegou a hora de encerrar "Underworld" pois já se está andando em círculos há bastante tempo. Melhor encerrar antes de ficar completamente ridículo, não é mesmo? No geral é apenas mais um filme da série, sem nada muito interessante. Nenhum efeito especial exuberante e sem nenhuma mudança mais significativa em termos de roteiro. Enfim, um verdadeiro zero a zero no placar.

Pablo Aluísio.

Boca do Inferno

Título no Brasil: Boca do Inferno
Título Original: Nothing Left to Fear
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films / Slasher Films
Direção: Anthony Leonardi III
Roteiro: Jonathan W.C. Mills
Elenco: Anne Heche, Clancy Brown, Jennifer Stone

Sinopse: 
Um pastor da cidade grande aceita o convite para assumir uma pequena igreja no interior dos Estados Unidos. O antigo pastor está se aposentando e assim ele se muda para a comunidade para conhecer todos. É uma cidade pacata, onde todos os moradores se conhecem entre si. Inicialmente todos os recebem muito bem mas o local guarda um terrível segredo que vai se revelar aos poucos para todos os membros de sua família.

Comentários:
Esqueça o horrível título nacional (que de certa forma acaba entregando parte da trama). Para surpresa geral esse "Nothing Left to Fear" é realmente bom! O grande diferencial vem no roteiro. De forma bem inteligente e criativa o texto explora um trecho por demais conhecido do velho testamento para trazer uma realidade sobrenatural aos dias atuais. E isso funciona muito bem. As referências bíblicas são utilizadas de forma muito sutil e curiosa. Esse é o tipo de enredo que vai se revelando aos poucos ao espectador que vai montando o quebra-cabeça lentamente. Isso  por si só já é um aspecto por demais positivo pois cria um clima muito envolvente mas há mais. Efeitos digitais pontuais e bem realizados garantem a harmonia da produção. Alguns dirão que a trama é bem interessante até o momento em que se revela completamente mas penso um pouco diferente. Mesmo após tudo revelado ainda restam detalhes muito interessantes para chamar a atenção. Assim fica a dica desse "Boca do Inferno", um filme de terror que conseguiu extrair de uma velha história da bíblia um misto de terror e medo que vai agradar aos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Kong: A Ilha da Caveira

Esse novo filme do gorilão King Kong não é necessariamente um remake. Na verdade se trata de uma tentativa de se criar uma nova série de filmes. Tanto isso fica óbvio que ao contrário dos anteriores tudo se passa na Ilha da Caveira, sem a ida do gigante para Nova Iorque. De forma geral até gostei dessa nova versão. É um filme de aventuras ao estilo antigo, das matinês dos anos 30, 40... Por isso não espere por um roteiro extremamente bem elaborado e nem por personagens profundos. Esse é na essência um filme de monstros com tudo de bom e ruim que isso possa significar. Em termos de produção não há o que reclamar, com tudo muito bem realizado. O filme é um blockbuster de Hollywood (com financiamento de investidores chineses) e custou absurdos 185 milhões de dólares no total! É dinheiro que não acaba mais...

Um dos melhores aspectos desse novo filme de King Kong é o design do bichão. Os produtores decidiram esquecer o visual dos filmes dos anos 70 e da recente produção dirigida por Peter Jackson. O diretor de "O Senhor dos Anéis" havia optado por um Kong mal encarado, cheio de cicatrizes e com uma face levemente defeituosa por causa dos combates que ele havia travado com dinossauros ao longo dos anos. Aqui não, a inspiração veio mais de longe, do primeiro filme, do clássico original. Por isso seus braços são maiores, numa clara imitação do boneco original (cuja existência hoje em dia se resume a sua carcaça metálica que foi a leilão alguns anos atrás!). O curioso é que apesar de ser um blockbuster o estúdio resolveu confiar o filme a um diretor praticamente novato, o pouco conhecido Jordan Vogt-Roberts, que veio do mundo da TV para o cinema. Ele até que se saiu muito bem, fazendo um filme redondinho que funciona muito bem. No elenco não temos maiores destaques, até porque qualquer personagem humano em um filme de King Kong será sempre um coadjuvante. Os mais conhecidos são Samuel L. Jackson, John Goodman, Tom Hiddleston e John Goodman. Não faz diferença, pois no final das contas todos eles não passam de carne fresca para o Rei Kong.

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, Estados Unidos, 2017) Direção: Jordan Vogt-Roberts / Roteiro: Dan Gilroy, Max Borenstein / Elenco: Samuel L. Jackson, John Goodman, Tom Hiddleston / Sinopse: Expedição é enviada para uma remota ilha nos mares do sul. Mal sabem os aventureiros que o lugar é dominado por estranhas criaturas gigantes e mortais.

Pablo Aluísio.

O Mal Entre Nós

Título no Brasil: O Mal Entre Nós
Título Original: The Evil in Us
Ano de Produção: 2016
País: Canadá
Estúdio: Sandcastle Pictures
Direção: Jason William Lee
Roteiro: Jason William Lee
Elenco: David Aboussafy, Melanie Joy Adams, Chris Allen, Debs Howard
  
Sinopse:
Um grupo de jovens resolve passar o fim de semana na cabana do pai de um deles, bem no meio de uma reserva florestal. Lugar bonito e agradável. Juntos eles procuram se divertir, namorando, curtindo e usando drogas! O problema é que dentro dos papelotes de cocaína se encontra um vírus neurológico extremamente poderoso e nocivo que transforma os que o ingere em verdadeiros seres bestiais, sedentos por sangue e tripas!

Comentários:
Filme de terror canadense que pega uma carona na moda dos filmes e séries sobre apocalipse zumbi. Ecos do sucesso de "The Walking Dead". Claro que em um nicho tão saturado fica mesmo complicado fazer algo bom, que seja minimamente original. Vários aspectos do roteiro, como a ideia de levar jovens para uma cabana remota na floresta, são mais do que batidos! Um nível acima do clichê absoluto! Para compensar um pouco a sensação de "mais do mesmo" o roteirista Jason William Lee resolveu tirar uma casquinha, imagine só, do atual presidente Donald Trump! Explico. Nas cenas finais do filme acabamos descobrindo que a proliferação do novo vírus zumbi faz parte dos planos de um político milionário e inescrupuloso que planeja conquistar a presidência dos Estados Unidos! Junte as peças e perceba a nada sutil semelhança com o jeitão de ser de Trump! Pelo visto ele em breve se tornará mais um alvo, um vilão caricato de filmes como esse. Fora isso, nada muito positivo a comentar, a não ser a beleza das atrizes canadenses! Os produtores do filme estão realmente de parabéns pois só há garotas bem bonitas em cena, em especial Debs Howard! Pena que o diretor fugindo de outro clichê bem frequente em filmes como esse não resolveu apostar em cenas de nudez gratuita! Que vergonha sr. Jason William Lee!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Max Steel

Título no Brasil: Max Steel
Título Original: Max Steel
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Mattel Entertainment
Direção: Stewart Hendler
Roteiro: Christopher Yost
Elenco: Ben Winchell, Andy Garcia, Josh Brener, Maria Bello
  
Sinopse:
Max McGrath (Ben Winchell) é um adolescente comum de sua idade. Ele mora sozinho com sua mãe, pois seu pai morreu anos atrás em uma explosão no centro de pesquisas onde trabalhava. Aos poucos Max vai percebendo que ele tem um estranho poder de dominar e manipular energias, principalmente envolvendo bizarros fluidos que emanam de suas mãos! Ao mesmo tempo em que vai descobrindo isso, ele começa a perceber que pessoas estão rondado sua vida, querendo colocar as mãos nele! Para Max tudo ainda fica mais confuso quando surge Steel, uma estranha criatura robótica que parece ter (ou não) as respostas para todas as suas perguntas!

Comentários:
Assim como aconteceu com os quadrinhos e os games, a indústria de brinquedos também está de olho no lucrativo mundo do cinema. Dessa maneira temos aqui a adaptação para as telas de uma popular linha de brinquedos chamado Max Steel. Esses bonecos foram lançados nos anos 90 e embora não sejam muito populares nos Estados Unidos, causaram sensação nos países latinos, em especial México, Brasil e Espanha. Com isso a fabricante Mattel resolveu criar um desenho animado em cima da sua linha de produtos e agora tudo chega ao cinema. Não é uma super produção (custou apenas 10 milhões de dólares, valor bem baixo em termos de produções de Hollywood), mas que conseguiu espaço no circuito comercial de cinemas (chegou a ser lançado recentemente no Brasil). É curioso porque o filme tenta realmente se levar à sério. O protagonista, um jovem em idade colegial, descobre que tem poderes envolvendo manipulação de energia, provavelmente herdados de seu pai (um alienígena!). Como é o primeiro filme (será que virão outros?) o roteiro perde um bom tempo tentando apresentar ao espectador o seu personagem principal. Não funciona muito. Há um robozinho assistente de Max, chamado Steel, que tem a personalidade parecida com a do C3PO de "Star Wars". Aquele mesmo jeitão meio idiota. Embora seja bem feito em termos de efeitos especiais, não ajuda muito no final das contas. O filme piora quando finalmente Max descobre que terá que enfrentar o vilão, um sujeito que ele pensava ser apenas amigo de longa data de seu pai. Esse antagonista é interpretado, sem muita convicção, pelo bom ator Andy Garcia. Na cena final porém a tentativa de se levar muito à sério como filme de ficção vem abaixo, principalmente quando ficamos com aquela sensação de estar assistindo a algum episódio da série "Power Rangers"!. Assim não vejo mesmo muito futuro em Max Steel no cinema. O lugar dele parece mesmo ser nas prateleiras das lojas de brinquedos. É melhor ficar por lá mesmo!

Pablo Aluísio.

Um Príncipe em Minha Vida

Título no Brasil: Um Príncipe em Minha Vida
Título Original: The Prince & Me
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Martha Coolidge
Roteiro: Mark Amin, Katherine Fugate
Elenco: Julia Stiles, Luke Mably, Miranda Richardson, James Fox
  
Sinopse:
Edward (Luke Mably) é um príncipe da Dinamarca, herdeiro do trono, que vai até os Estados Unidos em busca de uma vida comum, normal. No novo país conhece e se apaixona por Paige Morgan (Julia Stiles), uma jovem americana comum. Ela sonha em um dia se tornar médica. Os dois começam a namorar, porém Edward não diz para sua nova namorada que ele é herdeiro do trono do reino da Dinamarca e que se um dia vierem a se casar ela será a futura rainha daquele país do norte europeu!

Comentários:
Quem diria que esse filme, tão despretensioso, iria dar origem a três sequências, todas feitas para a TV? Virou uma espécie de novelinha para adolescentes, mostrando o romance, namoro e depois casamento de um nobre europeu e uma americana comum - ou seja, o roteiro brinca com o velho sonho de todas as mulheres em um dia encontrar o verdadeiro príncipe encantado de suas vidas! É um romance ao velho estilo, porém com uma edição mais esperta, para agradar às garotas dos dias de hoje. O elenco é bonitinho, esforçado, mas sem nenhum grande talento dramático em cena. Luke Mably mais parece um manequim de exposição de lojas de departamentos, sem qualquer sinal de vida ou carisma. Um pouquinho melhor se sai Julia Stiles, que já naquela época mostrava ter mais futuro no cinema. Curiosamente o filme usou a República Tcheca como cenário para a Dinamarca - complicado entender a razão! Muito provavelmente foi mais barato para a produção fazer o filme por lá, por causa dos impostos. Pena, porque quem conhece a Europa mais a fundo vai logo perceber a diferença de cenários. Enfim, mais um romance adolescente feito especialmente para eles. Se for o seu caso, arrisque!

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Cães Selvagens

Esse é um filme sobre um grupo de bandidos que após saírem da prisão voltam ao mundo do crime. Até aí nada de muito diferente de várias outras produções com enredos semelhantes. O diferencial vem mesmo da abordagem que o veterano cineasta Paul Schrader usa para contar sua história. Nada é muito convencional nesse aspecto. Com roteiro baseado no conto policial escrito por Edward Bunker, o filme tem um viés que beira o nonsense e o absurdo, causando óbvio desconforto no espectador. Um exemplo disso vem logo na primeira cena. Willem Dafoe interpreta um ex-presidiário que depois de cumprir uma longa pena na prisão ganha a liberdade. Ele vive (ou melhor dizendo, explora) uma mulher, uma mãe solteira com problemas de obesidade. Ele vive em sua casa, cheirando cocaína, ficando o tempo todo doidão. Quando ela não suporta mais essa situação o expulsa de lá, mas isso logo se mostra uma péssima ideia. O sujeito surta completamente e comete um crime horrível. Essa cena, extremamente violenta, foi filmada com fundo musical lúdico, infantiloide, meio bobo, que dá uma sensação de óbvio desconforto em quem assiste. É uma espécie de opereta do absurdo, da violência gratuita!
 
Paul Schrader porém não desiste. Logo o trio de criminosos em busca de "serviços" vê uma boa chance no horizonte. Por 700 mil dólares eles topam fazer um sequestro, envolvendo um bebê! Lógico que algo assim tão hediondo poderia colocar tudo a perder e conforme vamos acompanhando o crime realmente se torna uma armadilha mortal. É tudo mostrado com toques de insanidade, de puro delírio. O ator Willem Dafoe, que sempre considerei um dos melhores de sua geração, é um dos grandes destaques do filme em termos de atuação, justamente pelo fato de seu personagem ser o mais insano de todos, devidamente conhecido pelo apelido de "cachorro louco"! Claro que a grande estrela do elenco Nicolas Cage está lá, mas diante de Dafoe ele desaparece completamente! A cena final é puro delírio. Paul Schrader saturou a tela com cores fortes e envolveu tudo em uma neblina quase sobrenatural, com resultados muito bons. Admito que não esperava por algo assim tão diferente. Paul Schrader parece ter tido o firme propósito de dirigir o filme mais sui generis de sua longa e extensa filmografia. Acabou atingindo seus objetivos.

Cães Selvagens (Dog Eat Dog, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Schrader / Roteiro:  Matthew Wilder, baseado na obra de Edward Bunker / Elenco: Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook / Sinopse: Três condenados ganham a liberdade após cumprirem suas penas. De volta às ruas eles retornam para as atividades criminosas, trabalhando para um chefão mafioso conhecido como "El Greggo". Após alguns serviços eles aceitam participar de um crime hediondo, o sequestro de um bebê, filho de um ricaço da cidade.

Pablo Aluísio.

Seis Dias, Sete Noites

Título no Brasil: Seis Dias, Sete Noites
Título Original: Six Days Seven Nights
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Caravan Pictures
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Michael Browning
Elenco: Harrison Ford, Anne Heche, David Schwimmer, Danny Trejo
  
Sinopse:
Quinn Harris (Harrison Ford) é o piloto de um avião bimotor que cai em uma ilha isolada dos mares do sul. Nada poderia ser pior do que sofrer um acidente em uma região tão isolada, mas como diz o ditado nada é tão ruim que não possa piorar. Sua passageira é a antipática Robin Monroe (Anne Heche), uma mulher nervosa e impaciente, editora de moda de uma famosa revista de Nova Iorque. Agora, eles vão precisar esquecer as diferenças em prol de um objetivo comum: sobreviver! Filme indicado ao BMI Film & TV Awards.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você chegava na locadora no fim de semana, não encontrava nada do que estava procurando, e acabava locando, levando para casa, por causa dos nomes envolvidos. Se não vejamos: o elenco trazia Harrison Ford (da série Indiana Jones e Star Wars, precisa dizer mais alguma coisa?) e a direção era de Ivan Reitman (de Os Caça-Fantasmas). Claro que ao olhar a sinopse, aquele poster muito fraquinho e o jeitão de comédia sem graça, você acabava torcendo o nariz, mas na falta de algo melhor... E ao chegar em casa, já nos primeiros minutos, descobria que tinha locado uma bomba! Sim, o filme é muito fraco, diria mais, é ruinzão mesmo. Complicado entender como um estúdio investiu 70 milhões de dólares em uma coisa dessas, pior é conseguir compreender como tanta gente boa foi se envolver em algo tão péssimo! E quem disse a Harrison Ford que ele sabia fazer filmes como esse? Escolha ruim, do começo ao fim! O troco veio na bilheteria: o filme foi um dos grandes fracassos comerciais do ano nos Estados Unidos, merecidamente aliás. Enfim, bomba tóxica, fuja!

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O Dia do Juízo Final

Título no Brasil: O Dia do Juízo Final
Título Original: Day of Reckoning
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Epic Pictures Group
Direção: Joel Novoa
Roteiro: Gregory Gieras
Elenco: Jackson Hurst, Heather McComb, Jay Jay Warren
  
Sinopse:
Durante uma escavação em busca de minérios fósseis, uma abertura nas profundezas abre um portal, de onde saem criaturas aladas monstruosas que invadem o planeta, matando milhões de pessoas ao redor do mundo. Esse dia trágico passa a ser conhecido como o "Dia do Juízo Final". Quinze anos depois, um novo eclipse solar parece determinar a volta de todos esses monstros. Enquanto o governo tenta evacuar as ruas, uma família se vê bem diante de um novo ataque iminente. Agora será preciso correr por suas vidas...

Comentários:
O canal SyFy tem se especializado na produção e exibição desse tipo de produção bem ao estilo B. Bom, não há muito o que esperar de um filme de monstros como esse. O roteiro é primário e o elenco realmente péssimo. É aquele tipo de enredo onde se busca encher linguiça com uma suposta história de uma família com problemas (pai divorciado, mãe tentando recomeçar sua vida amorosa e filho apaixonado pela garota da escola) enquanto se poupa orçamento para o surgimento dos monstros alados (afinal os efeitos especiais parecem ter sido a única coisa para atrair público para uma fita como essa!). É a tal coisa, se ao menos essas criaturas digitais fossem minimamente bem realizadas, mas nem isso! A decepção vem em relação a tudo mesmo, sem exceção! Tudo é muito mal feito, beirando o grotesco! Tudo é absurdamente mal realizado, os monstros que possuem diversas formas, são risíveis. Nem jogos de game, dos mais vagabundos, conseguem recriar digitalmente monstrengos tão desengonçados como esses aqui, que vão aparecendo ao longo do filme. Tudo muito ruim. O conselho final que deixo é: não vá perder seu tempo e procure por coisas melhores. O canal SyFy, pelo visto, vai continuar por um longo tempo nessa sua tradição de decepcionar todos os fãs de filmes de terror e ficção com filmes de quinta categoria! Uma lástima mesmo!

Pablo Aluísio.

Vale da Luta

Título no Brasil: Vale da Luta
Título Original: Fight Valley
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Cinestyle Media Group
Direção: Rob Hawk
Roteiro: Rob Hawk
Elenco: Susie Celek, Miesha Tate, Erin O'Brien
  
Sinopse:
Uma jovem mulher é encontrada morta. Tudo leva a crer que ela se envolveu no submundo das lutas clandestinas, com combates realizados em lugares distantes e escondidos, como florestas e propriedades abandonadas. Agora sua irmã Windsor (Susie Celek) decide descobrir o que efetivamente aconteceu. Ela se infiltra nesse mundo para encontrar o assassino de sua querida irmã assassinada.

Comentários:
Filme B de ação que a despeito disso conseguiu espaço no circuito comercial de cinemas, tanto nos Estados Unidos como no Brasil! Vai entender... O elenco é praticamente todo feminino, o que também não deixa de ser uma surpresa em termos de filmes desse gênero. O diretor e roteirista Rob Hawk claramente não parece preocupado em desenvolver um roteiro minimamente bem escrito. Ao invés disso ele investe mesmo nas cenas de lutas, que chegaram a ganhar elogios entre a imprensa americana. A trama tem inúmeras reviravoltas, mas nenhuma delas chega a funcionar direito. Na verdade o diretor Hawk se empenha mesmo em criar as condições suficientes para o "grande clímax", onde as jovens feministas se encontram para um grande quebra pau! Não acredito que vá interessar a muitos, embora essa coisa de fazer um filme de ação apenas com mulheres vá despertar pelo menos a curiosidade e o apoio dos movimentos mais centrados no fim do machismo no cinema, afinal se eles podem, por que elas não? Em termos puramente cinematográficos, por outro lado, não é muito convincente. Arrisque por sua própria conta e risco. O filme está em cartaz em todo o Brasil nesse fim de semana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O Vingador do Futuro

Esse filme já foi lançado há algum tempo, mas até agora nunca tinha assistido. Ontem acabei conferindo. O que me levou a vê-lo foi o fato de que esse roteiro foi adaptado do livro "We Can Remember It for You Wholesale" de Philip K. Dick. Já havia sido filmado antes com Arnold Schwarzenegger em 1990. Assim esse novo é um remake, dessa vez estrelado por Colin Farrell e dirigido por Len Wiseman. Bom, como se trata de uma ficção era realmente de se esperar que novos efeitos especiais, bem mais avançados, se tornassem um dos grandes atrativos da produção. E realmente eles são excelentes. O interessante é que a colônia onde mora o protagonista, um operário chamado Douglas Quaid, me fez lembrar até mesmo das favelas do Rio de Janeiro. É bem nítido que essa foi a intenção dos responsáveis pelo design do filme. Claro, é uma favela high tech, porém ainda uma favela.

Nesse mundo onde Quaid vive só existem dois países restantes: um representando a Inglaterra, como a Metrópole, e outra a colônia, Austrália. Todos os dias Quaid e outros trabalhadores literalmente atravessam o planeta para ir trabalhar em uma Londres suja, escura e pós-apocalíptica. E como toda relação envolvendo colonialismo há uma clara tensão entre os dois polos, um de exploração e o outro de exaustão. É um mundo controlado por um regime autoritário que é combatido por rebeldes. Quaid pensa ser apenas um trabalhador comum, mas ele está enganado. Ao fazer uma visita a uma empresa chamada Total Recall ele acaba descobrindo que sua memória fora apagada e que ele na realidade é um agente federal infiltrado entre os rebeldes. A partir desse ponto o filme não para um só segundo, com ação desenfreada. Esse aliás é um dos pontos que achei mais negativo desse remake. Com tantas boas ideias de Dick a se explorar tudo acaba se resumindo em confrontos violentos entre o regime e a rebelião. Os soldados inclusive em lembraram das tropas imperiais de "Star Wars". É um confronto atrás do outro, sem pausa. Embora com ótima produção e muitos efeitos digitais de última geração esse novo "Vingador do Futuro" é meio decepcionante justamente pela insistência de ganhar o espectador apenas pela violência e ação. Faltou sutileza e paciência para explorar o mundo imaginado por esse excelente autor de ficção científica. 

O Vingador do Futuro (Total Recall, Estados Unidos, 2012) Direção: Len Wiseman / Roteiro: Kurt Wimmer, Mark Bomback / Elenco: Colin Farrell, Bryan Cranston, Kate Beckinsale, Jessica Biel / Sinopse: Homem comum, operário da Metropóle, descobre que sua vida é uma grande mentira, pois na verdade ele é um agente duplo infiltrado entre rebeldes para destruir os opositores de um regime ditadorial do futuro. Filme premiado pela Alliance of Women Film Journalists.

Pablo Aluísio.

Até que a Fuga os Separe

Título no Brasil: Até que a Fuga os Separe
Título Original: Life
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ted Demme
Roteiro: Robert Ramsey, Matthew Stone
Elenco: Eddie Murphy, Martin Lawrence, Nick Cassavetes, Bernie Mac, Obba Babatundé
  
Sinopse:
Dois golpistas e picaretas, Rayford Gibson (Eddie Murphy) e Claude Banks (Martin Lawrence), acabam caindo nas mãos da justiça após longos anos enganando os outros. Por seus crimes acabam pegando prisão perpétua. Sem querer eles acabaram caindo numa cilada armada pelos tiras. Condenados eles passarão seis décadas atrás das grades. O filme explora seus anos na prisão.

Comentários:
Em que momento da carreira o comediante Eddie Murphy perdeu o rumo? Acredito que depois dos anos 80, que foi sua década de ouro no cinema, ele só desceu ladeira abaixo. Houve sim alguns poucos filmes depois dessa época que valeram a pena, em que Murphy, por poucos momentos, recuperou parte de sua graça e talento. Esses momentos porém foram ficando cada vez mais raros. Por uma ironia do destino Murphy precisou fazer parceria até mesmo com comediantes que apenas seguiam seus passos, versões genéricas dele mesmo, só que ainda menos engraçadas. Uma dessas cópias mal feitas atende pelo nome de Martin Lawrence! Que sujeito chato! Seus filmes nunca primaram pelo bom gosto ou pela diversão, apenas pela baixaria e vulgaridade. Ao lado de Murphy ele se tornou ainda menos divertido. Esse filme "Life" é apenas isso, uma reunião de dois comediantes em plena decadência. Com tantos problemas até mesmo os sorrisos amarelos vão rarear. Melhor não perder seu tempo com essa bomba.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Não Bata Duas Vezes

"Não Bata Duas Vezes" ("na porta", deveriam acrescentar ao título nacional) é mais um filme de terror B britânico que decepciona. Curiosamente alguns filmes sobre bruxas estão sendo lançados ultimamente, todos tentando pegar carona nos sucessos de "A Bruxa de Blair" e "A Bruxa". Esse aqui é dos mais fracos. Basicamente temos o enredo de uma velha senhora que vivia por muitos anos solitária em sua casa. Como é de praxe nesse tipo de situação ela logo começou a ganhar fama de bruxa entre os jovens das redondezas. Pois bem, quando um garoto desaparece, os seus amigos acusam a velha senhora de ter sequestrado o menino. A pressão se torna muito grande sobre ela e então tudo acaba em tragédia, no meio das chamas,  com sua casa pegando fogo e ela se suicidando. As lendas urbanas porém continuam. Agora todos acreditam que batendo duas vezes na velha porta da casa queimada a bruxa voltaria para perturbar aqueles que ousaram bater em sua porta.

Para não ficar tudo muito vazio os roteiristas criaram duas protagonistas, mãe e filha, que tentam se reconciliar após a mãe tê-la abandonada por anos. E ela acaba atraindo a maldição da bruxa ao bater duas vezes em sua porta, criando todos os tipos de eventos sobrenaturais. A produção não é ruim, pelo contrário, os efeitos digitais e o design da bruxa até que são bem realizados. O problema é que o roteiro não tem muito a oferecer. O suspense não é devidamente aproveitado, resultando em uma sucessão de cenas gratuitas que não colocam medo em ninguém. Provavelmente não será lançado nem nos cinemas brasileiros. Filmes como esse só costumam circular mesmo entre os fãs mais hardcore do gênero. No mais, é descartável realmente.

Não Bata Duas Vezes (Don't Knock Twice, Inglaterra, 2016) Direção: Caradog W. James / Roteiro: Mark Huckerby, Nick Ostler / Elenco: Katee Sackhoff, Lucy Boynton, Javier Botet / Sinopse: Jovem garota desperta a ira de uma bruxa após bater nos restos calcinados da porta de sua casa. Voltando do inferno ela agora quer levar a garota para os porões das fossas infernais, mas para isso precisará enfrentar a mãe da jovem que está disposta a enfrentá-la frente a frente.

Pablo Aluísio.

A Autópsia

Está chegando nesse fim de semana nos cinemas brasileiros esse terror chamado "A Autópsia". Tudo se passa praticamente em um único ambiente: um necrotério. É lá que trabalham pai e filho, Tommy Tilden (Brian Cox) e Austin (Emile Hirsch). Eles realizam autópsias em corpos que chegam todos os dias. Em um dia chuvoso dá entrada no lugar o corpo de uma jovem garota. Sua localização intrigou os policiais, pois ela parecia enterrada há muito tempo no porão de uma velha casa. Apesar disso ter acontecido há muitos anos o cadáver de Jane Doe (nome dado a pessoas do sexo feminino cuja identidade não se sabe ao certo), está praticamente intacto. Nenhum sinal de decomposição. Ela está em ótimo estado. Então ela é levada para a sala de autópsia e começam os trabalhos. Descobre-se que ela tem estranhas marcas por baixo da pele, como símbolos de bruxaria e misticismo. Não demora muito e coisas inesperadas começam a acontecer.

Esse filme "The Autopsy of Jane Doe" mostra bem que em um mesmo filme você pode encontrar boas situações de suspense lado a lado com bobagens gratuitas e desnecessárias. O filme é dividido em três atos. Nos dois primeiros tudo soa muito bem, com ótimo aproveitamento do suspense dentro do necrotério. Uma tempestade está chegando e tudo vai ficando cada vez mais mórbido e sombrio. O problema é que os roteiristas erraram muito na conclusão do filme, em sua terça parte final. O que era intrigante, assustador, acaba virando rotina, nada muito diferente do que você já está acostumado a ver em outros filmes de terror como esse. Assim esse é mais um caso típico daqueles filmes que começam muito bem, mas que depois derrapam feio quando tentam concluir sua trama.

A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, Estados Unidos, 2016) Direção: André Øvredal / Roteiro: Ian B. Goldberg, Richard Naing/ Elenco: Brian Cox, Emile Hirsch, Ophelia Lovibond / Sinopse: Corpo de uma garota desconhecida chega em um necrotério onde trabalham pai e filho. Não demora muito e estranhos acontecimentos começam a surgir. A jovem morta parece ter poderes sobrenaturais, desconhecidos da ciência médica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O Aprendiz

Título no Brasil: O Aprendiz
Título Original: Apt Pupil
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, França
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Brandon Boyce
Elenco: Ian McKellen, Brad Renfro, Joshua Jackson, David Schwimmer
  
Sinopse:
Baseado em um livro escrito por Stephen king, o filme "O Aprendiz" mostra a história de Todd Bowden (Brad Renfro), um jovem adolescente comum que começa a se aproximar de seu vizinho, o sr. Kurt Dussander (Ian McKellen). Na aparência ele não passa de um velhinho simpático, curtindo a aposentadoria de seus últimos anos de vida. O que poucos sabem é que Kurt foi um oficial nazista da SS durante a II Guerra Mundial.

Comentários:
A premissa, como se pode notar em sua sinopse, é das mais interessantes. Além disso o filme é estrelado pelo ator Ian McKellen, que sempre achei excepcional em praticamente todos os filmes em que atuou. O roteiro explora, de certa forma, a inegável atração que até hoje a ideologia nazista desperta dentro da sociedade americana! O escritor Stephen King aqui quis fazer uma espécie de metáfora sobre o ressurgimento do neonazismo, principalmente entre os jovens. O resultado é muito bom, valorizado por um bem trabalhado suspense que vai crescendo conforme o filme vai chegando ao final. A cena em que o velho SS resolve usar mais uma vez seu uniforme nazista, dos tempos de guerra, com grande orgulho, praticamente bufando de prazer pessoal e auto estima, é um desses momentos que ficarão por muitos anos em sua mente de cinéfilo. Como eu costumo dizer, uma vez que você seja realmente doutrinado em uma ideologia política (seja ela nazista, socialista ou o que for) dificilmente haverá volta. Sua mente é condicionada para sempre e você, de forma fanatizada, acaba abraçando os fundamentos da ideologia como verdades absolutas. Assista ao filme e entenda esse aspecto que resiste aos anos, às derrotas e até mesmo à velhice. Uma vez doutrinado, você estará fisgado para sempre!

Pablo Aluísio.

Desejo Proibido

Título no Brasil: Desejo Proibido
Título Original: If These Walls Could Talk 2
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films,
Direção: Jane Anderson, Martha Coolidge
Roteiro: Jane Anderson, Sylvia Sichel
Elenco: Vanessa Redgrave, Sharon Stone, Ellen DeGeneres, Elizabeth Perkins, Michelle Williams, Paul Giamatti, Chloë Sevigny

Sinopse:
O filme mostra, através de 3 narrativas, os problemas enfrentados por mulheres lésbicas ao longo dos anos. Nos anos 60 Edith (Vanessa Redgrave) precisa lutar por seus direitos após a morte de sua amada. Elas viveram 50 anos juntas, mas a família da sua esposa não admite dar nenhum direito a ela por causa desse romance homossexual. Nos anos 70 a jovem feminista Linda (Michelle Williams) sofre perseguição na universidade por sua opção sexual. Por fim, nos anos 2000, Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres), lutam para terem seu próprio filho.

Comentários:
Um bom telefilme que foi lançado no Brasil no mercado de vídeo. O roteiro é bem interessante, mostrando três histórias diferentes, em três décadas diversas, envolvendo lésbicas, mulheres que sofreram todos os tipos de preconceitos por serem homossexuais. No primeiro episódio, passado na década de 1960, uma mulher vê sua companheira morrer. O problema é que a família dela a abomina, justamente por ser gay. Após viverem 50 anos juntas, como casal, tudo termina de forma abrupta! As coisas não melhoram nos anos 1970, quando alunas são perseguidas na universidade onde estudam por serem lésbicas. Por fim, numa história atual, a estrela Sharon Stone é uma lésbica que precisa lutar para ter um filho com sua esposa, por causa dos problemas jurídicos envolvendo o reconhecimento de maternidade envolvendo um casal de lésbicas. Embora tenha sido feito para a TV a cabo (o filme foi produzido pela HBO, no começo do canal), tudo é de muito bom gosto, com elenco bonito e bela produção. Curiosamente do elenco feminino apenas Ellen DeGeneres é assumidamente lésbica. Vale a pena conhecer, principalmente para o público LGBTS.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os Vingadores

Título no Brasil: Os Vingadores
Título Original: The Avengers
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jeremiah S. Chechik
Roteiro: Don MacPherson
Elenco: Ralph Fiennes, Uma Thurman, Sean Connery, Patrick Macnee
  
Sinopse:
John Steed (Ralph Fiennes) e Emma Peel (Uma Thurman) formam uma dupla de agentes secretos ingleses designados para investigar as misteriosas atividades do milionário excêntrico Sir August de Wynter (interpretado pelo ex-James Bond do cinema Sean Connery). Após algumas descobertas eles ficam sabendo que o vilão está planejando destruir o mundo, usando para isso uma incrível e moderna máquina que consegue mudar o clima e o tempo de diferentes partes do planeta Terra.

Comentários:
Antes de mais nada não vá confundir esse filme com a adaptação para o cinema dos super-heróis da Marvel. Esse aqui é baseado em uma série de TV inglesa criada pelo roteirista Sydney Newman que fez bastante sucesso em 1961, no ano em que foi exibida pela primeira vez. Esse roteirista ainda iria escrever outra série de sucesso, Dr. Who. Os personagens principais desse filme são agentes secretos ingleses (pegando clara e óbvia inspiração nos livros e filmes de James Bond) que enfrentam perigosos vilões que querem destruir o mundo. O agente secreto John Steed (Ralph Fiennes), por exemplo, usa um figurino dos mais conservadores, com direito a bengala e chapéu, mas que ao lado de seu visual de lorde inglês se esconde um hábil lutador e especialista nas típicas manobras de um verdadeiro espião. O que há mais a se elogiar nesse filme é a bonita direção de arte, com figurinos, reconstituição de época, cenários e produção do mais alto nível. O filme inclusive foi rodado nos mesmos estúdios onde os filmes de Bond foram feitos. A despeito disso e de contar com um ótimo elenco (com direito a Sean Connery em papel coadjuvante!) o fato é que o material original que deu origem a essa adaptação envelheceu demais, ficou fora de moda, ultrapassado. Assim não há muito o que apreciar, a não ser a nostálgica atmosfera vintage de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

Pequenos Guerreiros

Título no Brasil: Pequenos Guerreiros
Título Original: Small Soldiers
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, DreamWorks
Direção: Joe Dante
Roteiro: Gavin Scott, Adam Rifkin
Elenco: Kirsten Dunst, Gregory Smith, David Cross
  
Sinopse:
Uma empresa de armas de última geração compra uma fábrica de brinquedos e decide criar uma linha inovadora de soldados guerreiros em miniatura. Também é criada uma linha de inimigos, os Gorgonóides. Quando uma caixa com os pequenos guerreiros é desviada da fábrica e eles conseguem fugir, inicia-se uma verdadeira guerra entre os brinquedos por toda a cidade. Filme premiado pelo Sitges - Catalonian International Film Festival e International Film Music Critics Award (IFMCA) na categoria de Melhor Trilha Sonora Original (Jerry Goldsmith).

Comentários:
O criativo diretor Joe Dante dirigiu nos anos 90 esse simpático filme produzido por Steven Spielberg. A premissa é das mais bem boladas. Imagine um grupo de soldados de brinquedos que ganham vida e partem para uma missão real, em nosso mundo! Claro que fica claro desde o começo que Dante está na verdade fazendo uma grande homenagem aos anos de infância de todos nós, ao adentrar a mente de uma criança brincando com seus bonecos de ação, ao mesmo tempo em que dá vida a todos eles. O filme, como não poderia deixar de ser ao trazer o selo Spielberg de qualidade, é muito bem feito, com ótimos efeitos digitais. Os tais pequenos guerreiros são estereótipos de personagens de filmes de ação, com cabelo militar, muitos músculos, charuto na boca e armamento pesado! Claro que o filme é direcionado aos garotos, na faixa entre oito a doze anos, quando ainda se faz presente a imaginação infantil nas brincadeiras de criança. Mesmo assim, se você já for um marmanjo, provavelmente também curtirá por causa do inegável sabor nostálgico que o filme traz. Os anos da infância voltarão, pelo menos por algumas horas! Assista e se divirta!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Por uma Vida Menos Ordinária

Título no Brasil: Por uma Vida Menos Ordinária
Título Original: A Life Less Ordinary
Ano de Produção: 1997
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge
Elenco: Cameron Diaz, Ewan McGregor, Holly Hunter, Stanley Tucci
  
Sinopse:
Após ser demitido, Robert Lewis (Ewan McGregor) decide sequestrar a filha de seu antigo patrão, a nada convencional Celine Naville (Cameron Diaz). Enquanto isso dois anjos são enviados para a Terra com a missão justamente de fazer com que Robert e Celine se apaixonem perdidamente, algo que diante das circunstâncias não será muito fácil! Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Música ("Deadweight" de Beck).

Comentários:
No começo da carreira o ator Ewan McGregor fez uma bem sucedida parceria com o cineasta Danny Boyle. O visual moderninho - beirando o punk - de McGregor se mostrava bem de acordo com os roteiros sui generis dos filmes de Boyle. Com essa verniz de coisa nova, moderna, fora dos padrões, eles conseguiram chamar a atenção da crítica inglesa - e depois da americana - solidificando sua base de fãs entre os cinéfilos que curtiam esse tipo de cinema mais alternativo, indie. É a tal coisa, eu nunca fui muito admirador dos filmes de Danny Boyle, mesmo após todos esses anos e mesmo após ele virar, por décadas, um dos cineastas mais queridinhos da mídia. Por exemplo, eu sempre achei um absurdo completo a consagração do fraco "Quem Quer Ser um Milionário?" de Boyle no Oscar! Só com muito apoio da imprensa para que um filme tão convencional e chato como aquele conseguisse vencer todos os principais prêmios da Academia. O único filme que aprecio desse diretor é "Trainspotting - Sem Limites", que inclusive está para ganhar um remake oportunista! Então é isso, "A Life Less Ordinary" é uma obra bem mediana, indo para fraca. Como todo filme assinado por Danny Boyle esse também foi superestimado pela crítica. Hoje o tempo mostrou a realidade, pois tudo se mostra bem datado. O filme, quem diria, acabou se tornando ordinário.

Pablo Aluísio.

Fúria da Tempestade

Título no Brasil: Fúria da Tempestade
Título Original: The Tempest
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC Studios
Direção: Jack Bender
Roteiro: James S. Henerson
Elenco: Peter Fonda, John Glover, Harold Perrineau, Katherine Heigl, John Pyper-Ferguson
  
Sinopse:
Estados Unidos. Sul. 1851. O fazendeiro Gideon Prosper (Peter Fonda) se vê traído por seu próprio irmão e resolve se esconder no meio das florestas perto de sua antiga fazenda. Ao seu lado segue sua amada filha. Tudo muda novamente quando os tambores da guerra começam a tocar. Uma grande guerra civil entre norte e sul se aproxima no horizonte. Muitos morrerão.

Comentários:
O dramaturgo William Shakespeare escreveu a peça "A Tempestade" em 1610. De lá para cá houve inúmeras, milhares de adaptações, tanto para os palcos, como também para o cinema. Essa versão que aqui temos foi feita para a TV, para ser exibida no canal NBC. Para sair um pouco do convencional o roteirista James S. Henerson resolver levar a estória original para os Estados Unidos, nas portas da guerra civil americana. Não foi a primeira vez que mudaram o contexto histórico original de uma obra de Shakespeare. Apesar de algumas críticas isso não atrapalhou o resultado. O filme chegou a arrancar até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator para Peter Fonda, isso apesar dele também ter sido criticado por ter atuado de forma apática. Enfim, no final das contas o fato é que qualquer adaptação de Shakespeare é sempre muito bem-vinda. Na pior das hipóteses essas versões servem pelo menos para ajudar a divulgar a obra desse autor imortal, abrindo uma porta de entrada para que os jovens procurem pelos textos originais do bardo.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Estrelas Além do Tempo

Esse filme resgata a história pouco conhecida de três mulheres negras que trabalharam na Agência Espacial Americana (NASA) durante a década de 1960. Como era de se esperar naqueles tempos de segregação racial, elas passaram por inúmeras dificuldades para serem reconhecidas. Muitas vezes confundidas com faxineiras ou empregadas que serviam o cafezinho, na verdade eram mulheres inteligentes, formadas em matemática, que realizavam cálculos para os lançamentos dos foguetes do programa espacial.O filme procura mostrar a vida delas, inclusive as dificuldades que tiveram que superar para estudar. Uma delas deseja entrar na melhor universidade de sua cidade, mas ela era exclusiva para brancos. O roteiro mostra como era a vida de uma mulher negra naquela época, inclusive explorando os pequenos detalhes do cotidiano que mostravam todo o preconceito racial que existia, como por exemplo, bebedouros, banheiros e assentos em ônibus apenas para negros, tudo separado dos brancos, naquela situação jurídica que perdurou por anos nos Estados Unidos. Um aspecto curioso é que isso não era amenizado nem dentro da própria NASA, onde supostamente só trabalhavam pessoas com alto QI.

Agora falemos um pouco sobre o filme em si. O elenco é dos melhores, contando não apenas com o trio principal (interpretado pelas talentosas atrizes Octavia Spencer, Janelle Monáe e Taraji P. Henson) como também com atores conhecidos como Kevin Costner. Ele interpreta o diretor da agência no setor de cálculos e lançamentos. Um sujeito estressado que precisa lidar com o fato de que os russos estavam ganhando a corrida espacial naquele momento histórico. Enquanto os soviéticos colocavam o primeiro homem no espaço (o cosmonauta Iuri Gagarin), os americanos mal conseguiam sair do chão com seus foguetes desengonçados. De forma em geral há dois aspectos que precisam ser criticados nesse filme. O primeiro é que a edição não é muito eficiente, resultando em uma duração excessiva, com problemas de ritmo, fazendo com que o filme fique um pouco monótono em certos momentos. Outros aspecto que depõe um pouco contra o roteiro é que ele, em muitas ocasiões, é excessivamente maniqueísta. Obviamente deve-se reconhecer a importância dessas mulheres negras, mas sem exageros. Há momentos em que o roteiro quer provar que elas, praticamente sozinhas, foram as responsáveis pelo lançamento dos foguetes. Não precisava exagerar tanto na dose. Mesmo assim, com esses probleminhas, ainda é um filme a se conferir, principalmente para conhecer mais a fundo a história dessas pioneiras desconhecidas do programa espacial.

Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures, Estados Unidos, 2016) Direção: Theodore Melfi / Roteiro: Allison Schroeder, Theodore Melfi / Elenco: Kevin Costner, Octavia Spencer, Kirsten Dunst, Jim Parsons, Janelle Monáe, Taraji P. Henson / Sinopse: Três mulheres negras norte-americanas precisam enfrentar todas as dificuldades para se tornarem bem sucedidas na NASA. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Octavia Spencer) e Melhor Roteiro Adaptado (Allison Schroeder e Theodore Melfi).

Pablo Aluísio.

O Matadouro

Título no Brasil: O Matadouro
Título Original: Abattoir
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Dark Web Productions
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Christopher Monfette
Elenco: Jessica Lowndes, Dayton Callie, Joe Anderson, Lin Shaye, John McConnell, Michael Paré

Sinopse:
Após a trágica morte da irmã, que foi assassinada em um massacre envolvendo sua família, a jornalista Julia Talben (Jessica Lowndes) decide investigar. Ela descobre que a casa dela foi comprada por um homem misterioso. Mais estranho do que isso é saber que esse parece ser sempre a atitude do tal sujeito. Ele compra casas onde aconteceram crimes terríveis. O que poderia estar por trás desse comportamento fora do comum?

Comentários:
Esse filme foi baseado numa Graphic Novel. É um enredo bem esquisito, algo que o público vai descobrindo com o passar do filme. A jornalista que é a protagonista do filme começa a investigar a morte de sua irmã e descobre que há um pastor chamado Jebediah Crone (Dayton Callie) que sempre compra as casas onde assassinatos são cometidos. É curioso porque ele deveria estar morto há anos, mas parece dominar todas as pessoas de uma pequena cidade do interior. Ela então resolve ir até lá e vai desvendando algo bem bizarro, envolvendo até mesmo sacrifícios humanos de crianças ordenadas pelo tal pastor! O final joga todo o filme para uma situação de realismo fantástico, misturado com mistérios do sobrenatural. Como vai ficando claro desde o começo o tal pastor não tinha qualquer ligação com o divino, mas sim com o macabro. Ele é um falso profeta, um homem maligno com a mente desvirtuada. No geral é um filme que podemos qualificar como nada comum, nada banal, nem mesmo se formos comparar com outros filmes recentes de terror. É algo bem diferente, embora nem todos vão gostar pois é preciso comprar a ideia por trás de sua obscura trama. É um filme especialmente indicado para quem gosta de roteiros estranhos, bizarros e bem criativos. Afinal qual foi o último filme que você assistiu em que há um pastor protestante que coleciona fantasmas criados em tragédias violentas?

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O Guerreiro da Paz

Título no Brasil: O Guerreiro da Paz
Título Original: Grey Owl
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: William Nicholson
Elenco: Pierce Brosnan, Stewart Bick, Vlasta Vrana, Graham Greene, Gordon Masten, Neil Kroetsch

Sinopse:
O filme conta a história real de um cidadão britânico, fascinado pela cultura nativa americana, que decide se mudar para a América do Norte. Uma vez lá ele toma contato com as tribos que vivem na região e começa a combater os interesses de grandes empresas que exploram a madeira das florestas, se tornando assim um dos principais ativistas ecológicos da história, na década de 1920.

Comentários:
Filme historicamente interessante que conta a história verdadeira desse sujeito chamado Archibald Belaney (Pierce Brosnan) que por sua luta em prol dos povos indígenas ganhou o nome nativo de Archie "Coruja Cinzenta". É a tal coisa, muitas vezes percebemos que um fato real se torna extremamente romanceado e idealizado quando sai das páginas da literatura para as telas de cinema. É mais ou menos o que acontece aqui. O protagonista vira quase uma espécie de santo imaculado, tamanhas são suas virtudes passadas ao espectador. Como bem sabemos as coisas nem sempre aconteceram desse jeito tão idealista. Embora seja baseado em fatos reais sabemos muito bem que no mundo real nem sempre as coisas se passam tão perfeitamente como vemos nos filmes. Para os cinéfilos o que chamou a atenção do espectador mesmo foi a presença do ator Pierce Brosnan, pois na época ele era o James Bond. Qualquer filme fora da franquia acabaria mesmo chamando a atenção. Outro ponto de atração era o fato dessa fita ter sido dirigida pelo cineasta Richard Attenborough, de "Gandhi", "Chaplin" e " Um Grito de Liberdade", entre outros. Apesar de tantos nomes bons na ficha técnica o fato inegável porém é que o filme é bem fraquinho, muito embora não seja necessariamente ruim.

Pablo Aluísio.

Eleição

Título no Brasil: Eleição
Título Original: Election
Ano de Produção:1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Tom Perrotta, Alexander Payne
Elenco: Matthew Broderick, Reese Witherspoon, Chris Klein, Jessica Campbell, Mark Harelik, Phil Reeves

Sinopse:
A vida do professor Jim McAllister (Matthew Broderick) se torna bem complicada quando ele resolve organizar as eleições estudantis em uma escola de ensino médio (High School, nos Estados Unidos). Uma das candidatas, a aluna Tracy Flick (Reese Witherspoon), se torna obcecada em vencer, transformando a vida de Jim em um verdadeiro inferno, ao estilo escolar!

Comentários:
Gostei bastante desse filme juvenil que conta com um elenco muito bom, a começar pela presença de Matthew Broderick. Na década anterior ele ficou conhecido por estrelar "Curtindo a Vida Adoidado", considerado por muitos como o melhor de seu estilo. Aqui ele volta para a escola, mas não como aluno que mata aulas, mas sim como um jovem professor que precisa lidar com a maluquinha aluna interpretada por Reese Witherspoon. Poucas vezes a vi em um papel tão adequado, já que Reese tem esse tipo mesmo, a de ser obcecada em vencer de qualquer jeito. Na própria carreira de atriz em Hollywood ela é bem conhecida por ter esse tipo de personalidade. Ainda bem jovenzinha, ela já demonstrava ter um talento diferenciado. Então tudo caiu como uma luva. O filme é bem produzido, dirigido e roteirizado e conseguiu para surpresa geral arrancar uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor roteiro Adaptado. Quem diria que uma comédia juvenil iria tão longe, em uma categoria tão nobre da Academia? Pois é... Foi algo bem surpreendente mesmo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Deuses e Monstros

Título no Brasil: Deuses e Monstros
Título Original: Gods and Monsters
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Ian McKellen, Brendan Fraser, Lynn Redgrave, Lolita Davidovich
  
Sinopse:
O filme mostra os últimos dias de vida de um famoso diretor de cinema do passado. Embora ignorado pelas novas gerações o cineasta James Whale (Ian McKellen) teve seus dias de glória e sucesso em Hollywood na década de 1930, principalmente ao dirigir o clássico Frankenstein (1931). Agora, envelhecido e esquecido, ele enfrenta os maiores desafios de sua existência: o abandono e a solidão! Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Ian McKellen) e Melhor Atriz Coadjuvante (Lynn Redgrave). Premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (Bill Condon).

Comentários:
Que belo filme! Para um cinéfilo nada poderia ser mais poético e cativante. O roteiro, que venceu o Oscar merecidamente, foi inspirado no livro escrito por Christopher Bram, onde se misturam fatos reais com pura ficção romanceada. O excelente Ian McKellen interpreta o diretor de cinema de terror James Whale em sua velhice. Aquele que havia dirigido um dos maiores filmes de terror de todos os tempos agora se encontrava enfrentando os desafios da velhice. Ele vive ao lado de uma governanta de personalidade forte, interpretada pela talentosa atriz Lynn Redgrave (que igualmente foi indicado ao Oscar). O filme se passa durante os anos 1950, em plena Guerra da Coreia, e mostra a amizade que o diretor acabou desenvolvendo com seu próprio jardineiro, um veterano de guerra que tenta sobreviver de volta ao lar. A aproximação inicialmente apresenta fortes conotações homossexuais, já que o velho cineasta era gay, mas depois caminha para uma amizade sincera entre ambos. O filme tem vários momentos tocantes, principalmente pelo fato do protagonista ser um velho homossexual que precisa lidar agora com a passagem dos anos e a solidão. Certa vez assistindo a um documentário sobre um lar de repouso de artistas aposentados em Los Angeles vi um antigo astro do passado, agora longe das telas, lembrando que as pessoas continuam a viver, mesmo após o fim da fama. É algo muito triste para um artista quando as luzes dos palcos e dos sets de cinema se apagam para sempre. O roteiro desse filme explora justamente esse aspecto. É uma bela obra cinematográfica, digna realmente de aplausos. 

Pablo Aluísio.

Sub Down - Alerta Nuclear

Título no Brasil: Sub Down - Alerta Nuclear
Título Original: Sub Down
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: The Carousel Picture Company
Direção: Gregg Champion
Roteiro: Silvio Muraglia, Daniel Sladek
Elenco: Stephen Baldwin, Gabrielle Anwar, Tom Conti, Chris Mulkey
  
Sinopse:
Guerra Fria. Uma expedição submarina é enviada ao pólo norte. Um grupo de cientistas americanos acompanham uma equipe de um submarino nuclear em viagem ao distante, frio e desolado Ártico. Uma vez lá a embarcação passa por problemas decorrentes da natureza hostil da região e fica preso no gelo. Assim os cientistas acabam se tornando a única esperança de salvação para todos aqueles tripulantes.

Comentários:
Parecia ser ao menos interessante, mas na verdade é um filme bem mediano. O roteiro procura colocar em dois lados opostos a mentalidade dos militares do submarino e a dos cientistas, esses bem pragmáticos, adeptos do lema de se fazer o que é preciso fazer. Já os militares tentam salvar o submarino com a sua força e disciplina. Para uma produção B dos anos 90 até que o filme não é tão mal. Claro que há todo o problema de se ficar datado demais, principalmente no que diz respeito a efeitos visuais, mas de qualquer forma a trama em si é suficientemente interessante para se manter a atenção. O curioso é que anos depois um submarino russo passaria por situação parecida, ficando perdido nas águas geladas dos mares do norte. Essa é seguramente uma das regiões mais hostis do planeta. Em termos de elenco temos mais um membro da família Baldwin que não conseguiu fazer muito sucesso na carreira. Stephen Baldwin de fato tinha pouco (ou quase nenhum) carisma e por isso isso acaba se tornando um problemão e tanto para o filme como um todo. Definitivamente essa falta de uma melhor equipe de atores contribuiu para que esse filme de ação e aventura se tornasse completamente esquecido com o passar dos anos. Contra o tempo, muitas vezes, não há mesmo salvação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Floresta Negra

Título no Brasil: Floresta Negra
Título Original: Snow White - A Tale of Terror
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Polygram Entertainment
Direção: Michael Cohn
Roteiro: Tom Szolossi, Deborah Serra
Elenco: Sigourney Weaver, Sam Neill, Gil Bellows, Brian Glover
  
Sinopse:
Nessa adaptação sombria de um famoso conto de fadas acompanhamos a história de uma linda jovem que acaba caindo em uma armadilha mortal quando seu pai resolve se casar novamente. Sua nova madrasta é versada em artes ocultas e maléficas, o que colocará sua própria vida em risco. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards nas categorias de Melhor Atriz (Sigourney Weaver), Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Pensou que tudo havia começado com "Alice" de Tim Burton? Ledo engano. Esse filme é interessante porque demonstra que essa ideia de usar contos de fadas em adaptações mais adultas já vem de longe. Há vinte anos, por exemplo, era lançado na TV americana esse "Snow White - A Tale of Terror". Sim, porque ao contrário do que muitos pensam esse não foi um filme produzido para o cinema, mas sim para a TV. A confusão vem do fato dele ter sido lançado no mercado de vídeo no Brasil. Aqui pegaram o conto infantil "Branca de Neve e os Sete Anões" como fonte e adaptaram como se fosse uma história sombria, nebulosa, cheia de monstros, com visual dark. Os figurinos e a produção são muito bons, idem para a maquiagem, porém o roteiro (ah, esse velho problema) voltava para assombrar o espectador desavisado. A palavra que melhor define "Floresta Negra" é forçado! Tudo é forçado aqui, as situações, a fotografia (escura demais para ser considerada), até mesmo o bom elenco está fora do que seria adequado! No geral é um filme que vale pela curiosidade apenas. Não diverte, não cativa e nem surpreende. Só não caia no erro de passar a fita para seus filhos. Provavelmente eles não vão gostar já que essa versão da Branca de Neve não é recomendada para crianças, em nenhuma hipótese.

Pablo Aluísio.

Os Picaretas

Título no Brasil: Os Picaretas
Título Original: Bowfinger
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Imagine Entertainment
Direção: Frank Oz
Roteiro: Steve Martin
Elenco: Steve Martin, Eddie Murphy, Heather Graham, Robert Downey Jr, Christine Baranski, Barry Newman

Sinopse:
Bowfinger (Steve Martin) é um produtor picareta de Hollywood, criador de inúmeros filmes Z, que decide dar um último golpe certeiro. Ele pretende filmar um superstar do cinema, sem que ele saiba, para assim montar seu próximo filme, algo que irá criar inúmeros problemas. Filme indicado ao Black Reel Awards, o Oscar do cinema negro americano, na categoria de Melhor Ator (Eddie Murphy).

Comentários:
Um velho sonho dos fãs de comédias americanas era ver atuando em um mesmo filme Steve Martin e Eddie Murphy. Essa seria uma parceria dos sonhos do humor americano. Quem acabou dando o pontapé inicial foi o próprio Martin. Ele havia escrito um roteiro que satirizava a própria Hollywood e acreditava que Murphy seria seu parceiro ideal. Realmente a premissa básica era bem divertida, porém o roteiro errava em apostar apenas em um tipo de situação, uma piada que se repetia, se repetia e se repetia ao longo de todo o filme. A saturação desse tipo de situação era bem previsível e realmente se confirmou nas telas. O curioso é que a direção foi dada ao talentoso Frank Oz, que havia dirigido o divertido "Os Safados" com o mesmo Steve Martin (aqui em outra parceria, com Michael Caine). Infelizmente ele não repetiu o bom trabalho do filme anterior. Assim "Os Picaretas" apesar de apresentar alguns bons momentos, deixa realmente a desejar. O próprio Eddie Murphy surge em muitos momentos caricaturais demais da conta. Nesse filme ele errou a dose. No mais vale apenas como curiosidade de ver dois dos grandes humoristas do cinema em um momento menor, não tão engraçado como era de se esperar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Cartas na Mesa

Título no Brasil: Cartas na Mesa
Título Original: Rounders
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: John Dahl
Roteiro: David Levien, Brian Koppelman
Elenco: Matt Damon, Edward Norton, John Malkovich, John Turturro
  
Sinopse:
Mike McDermott (Demon) é um jogador de cartas talentoso. Ele tem um sexto sentido e domina as habilidades do jogo, mas em um dia particularmente ruim acaba perdendo todas as economias que iria pagar sua faculdade. Decepcionado, decide abandonar tudo, até ser encorajado por um amigo que acabou de sair da prisão a retornar para os jogos, indo para o tudo ou nada! Indicado ao Venice Film Festival.

Comentários:
Matt Damon fez muitos filmes bacanas na carreira. Esse aqui foi um deles. Ao lado do fantástico (sem exageros!) ator Edward Norton ele estrelou um dos melhores filmes sobre jogos de cartas de Hollywood. É curioso porque poucos sabem, mas esse tipo de roteiro tem uma grande tradição no cinema americano. Basta lembrar dos antigos filmes de faroeste onde vários jogadores profissionais (entre eles Doc Holliday) se reuniam ao redor de uma mesa de cartas para decidir suas sortes. Geralmente esses encontros terminavam em tiroteios, mas aqui o diretor John Dahl (de "Mate-me Outra Vez", "Morte Por Encomenda" e "O Poder da Sedução") optou pelo confronto puramente psicológico, pela tensão da próxima carta jogada sobre a mesa! Nesse aspecto considero o filme realmente muito bom, valorizando cada olhar, cada mudança de postura dos jogadores. Há sequências tão bem editadas que você vai acabar acreditando mesmo que uma partida de poker pode mesmo mudar ou arruinar a vida de uma pessoa para sempre, tal como se fosse um duelo ao estilo do velho oeste. Das vastas filmografias dos atores Matt Damon e Edward Norton, esse é seguramente um dos melhores filmes deles. Fora a dupla, o elenco ainda traz ótimos atores no elenco de apoio, entre eles John Malkovich e John Turturro! Assista, goste você de um bom baralho ou não!

Pablo Aluísio.

Jackie

Título no Brasil: Jackie
Título Original: Jackie
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Pablo Larraín
Roteiro: Noah Oppenheim
Elenco: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, John Hurt, Billy Crudup
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Anos após o assassinato de seu marido, a ex-primeira dama Jackie Kennedy (Natalie Portman) aceita receber a visita de um jornalista para uma entrevista. Ela aceita dar uma entrevista em sua própria casa, em Massachusetts. Enquanto suas lembranças vão se atropelando em sua memória ela vai recordando momentos bons e trágicos de sua vida, como a vida na Casa Branca, as aparições públicas na TV, os grandes bailes e, é claro, o dia trágico em que seu marido, o presidente JFK, foi morto em Dallas durante uma parada em carro aberto pelas ruas da cidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Natalie Portman), Melhor Figurino (Madeline Fontaine) e Melhor Música (Mica Levi). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Natalie Portman).

Comentários:
"Jackie" é um filme sobre o luto. Explico. Inicialmente o roteiro mostra Jackie recebendo um jornalista em sua casa. Ela não tem a menor intenção de falar do dia da morte de seu marido JFK. Ela sabe que o jornalista está mesmo em busca dessa informação. Porém antes de qualquer coisa ela procura ter o controle sobre tudo o que será dito e publicado. Aquela seria uma das primeiras entrevistas dela para a imprensa e por isso Jackie Kennedy, que também era uma jornalista de profissão, procura manter tudo sob o seu estrito controle. Só que nem tudo sai como planejado e ela, tomada pela emoção, acaba falando e revelando memórias do dia em que JFK foi assassinado em Dallas. Assim o filme apresenta uma linha narrativa principal - com Jackie e o jornalista em sua casa - e vários flashbacks representando tudo o que ela estava relembrando naquele momento. O interessante é que o roteiro não parece muito disposto a desenvolver outros aspectos que não sejam o sensacionalismo do assassinato, das primeiras reações após a morte do presidente e dos preparativos do funeral. Tanto isso é verdade que há uma cena que até achei de mau gosto quando a cabeça de John literalmente explode após levar o tiro certeiro dado pelo assassino Lee Oswald. Achei desnecessário, explícita demais e um tanto desrespeitosa à memória do presidente. Depois do tiro fatal acompanhamos tudo o que aconteceu depois, com Jackie desnorteada, em estado de choque, sem saber mesmo o que fazer (o que era naturalmente muito compreensível).

Há também uma certa dose de frivolidade na primeira dama quando ela começa a exigir um funeral como o que foi feito para a morte do presidente Lincoln. Aliás é bom que se diga que apesar dos elogios da crítica em geral, não consegui apreciar muito a interpretação da atriz Natalie Portman nesse filme. Achei até que ela soa muito forçada em determinados momentos. Um exemplo disso acontece nas cenas em que Portman interpreta Jackie durante um programa para a TV onde se procurava mostrar o interior da Casa Branca para o povo americano. Ela fala de modo estranho, nada natural, em uma caracterização que pouco lembra a primeira dama, que sempre foi conhecida por ter uma personalidade forte e segura de si mesma. Assim o que temos no final é um longo filme de luto, mostrando basicamente os momentos que antecederam o enterro de JFK. Claro que do ponto de vista de detalhes históricos tudo é mais do que interessante. Ficamos sabendo até mesmo que Jackie se envolveu na escolha do lugar de sepultamento do presidente, dos preparativos do desfile fúnebre, com direito a um cavalo não montado representando a ausência do presidente (apesar dele nunca ter tido um em vida, como bem salienta um dos personagens) e por fim um longo diálogo que ela trava com um padre (interpretado pelo sempre excelente John Hurt, recentemente falecido). É uma ode à dor, ao luto e a um dos momentos mais impactantes da história dos Estados Unidos, tudo visto sob o estrito ponto de vista de Jackie. Se você aprecia esse tipo de espetáculo, digamos, mórbido, certamente vai gostar. De minha parte esperava mesmo por algo mais abrangente sobre a vida da protagonista.

Pablo Aluísio.