sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Remo, Desarmado e Perigoso

Não adianta, se você não tem mais de 40 anos de idade muito provavelmente nunca ouviu falar nesse filme policial. Estou certo que não o assisti no cinema. Se me lembro bem esse tipo de filme sempre entrava em cartaz em um pequeno cinema poeira no centro da cidade onde eu morava nos anos 80. Era o lugar ideal para esse tipo de filme B, no estilo Chuck Norris de fazer cinema. O curioso de tudo é que apesar do roteiro ter sido escrito para Norris, acabou caindo nas mãos de Fred Ward! Quem é ele? Na época (estou me referindo aos anos 80) ele passava longe de ser um astro de cinema. Estava mais para aquele tipo que você até conhecia de outros filmes, mas que nunca havia memorizado seu nome. Como era o nome desse cara mesmo?

Outro fato digno de nota para essa fita de ação chamada "Remo, Desarmado e Perigoso" é que por mais incrível que isso possa parecer, concorreu a uma categoria do Oscar!!! Isso mesmo que você leu! A fita concorreu na categoria de melhor maquiagem para Carl Fullerton! Nada mal. E o que dizer da indicação ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante? Joel Grey teve essa honra e foi indicado. Assim Remo foi realmente uma fitinha B cheia de moral com os grandes prêmios do cinema! Vai entender...

Remo, Desarmado e Perigoso (Remo Williams: The Adventure Begins, 1985) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Richard Sapir, Warren Murphy / Elenco: Fred Ward, Joel Grey, Wilford Brimley / Sinopse: Um homem dado como morto se torna o mais letal e profissional assassino a serviço do presidente dos Estados Unidos. Agora ele precisa sobreviver a uma missão mortal, de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A Professora do Jardim de Infância

Esse filme na realidade é o remake americano de uma produção israelense de 2014. A história segue sendo basicamente a mesma. Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal) trabalha como professora do jardim de infância pela manhã e durante à noite frequenta um curso de poesia. Ele escreve poemas, mas sem muito talento, não consegue chamar a atenção nem do professor e nem dos demais alunos. É apenas um poetisa amadora, embora ela ame poesia de uma maneira em geral. Até que um dia um de seus alunos de cinco anos começa a criar ele mesmo poemas. A questão é que a poesia criada pelo menino é de alto nível, que chama atenção até mesmo do professor de Lisa.

Ela então fica um tanto obcecada pelo garoto, sempre esperando que ele venha a surgir com novos estrofes. Essa ligação acaba chamando a atenção da outra professora e até mesmo do pai do garoto. Frustrada em sua vida pessoal, Lisa começa a desenvolver um comportamento obsessivo em relação ao aluno, o que acaba criando uma série de problemas para ela. Um bom filme, interessante, O grande diferencial vem da boa atuação da atriz Maggie Gyllenhaal. É aquele tipo de papel de entrega completa à personagem e nesse aspecto ela se sai muito bem. O roteiro dá a impressão, em determinado momento, que a coisa toda vai desandar, que a professora viria até mesmo a ser acusada de pedofilia, mas felizmente ele não cai nesse tipo de sensacionalismo barato. É apenas uma bem desenvolvida teia de relacionamentos entre uma mulher adulta, frustrada com sua falta de talento pela poesia e aquilo que parece ser algo nato, natural para o seu aluno poeta.

A Professora do Jardim de Infância (The Kindergarten Teacher, Estados Unidos, 2018) Direção: Sara Colangelo / Roteiro: Sara Colangelo, Nadav Lapid / Elenco: Maggie Gyllenhaal, Gael García Bernal, Ato Blankson-Wood / Sinopse: O filme conta a história da professora de ensino fundamental Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal). Poetisa frustrada e sem talento, ela se torna obcecada por um de seus alunos que demonstra ter um talento incomum para escrever versos. Filme premiado no Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

Admiradora Secreta

Mais um "clássico Sessão da Tarde" sem culpas. Esse filme, uma espécie de drama romântico adolescente com toques de humor, tinha no elenco a atriz Kelly Preston. Hoje em dia ela é mais conhecida como a Sra. John Travolta, mas nos anos 80 ela era uma teenager com rosto de anjo. Já a conhecia de outro filme dessa mesma época, a comédia picante "A Primeira Transa de Jonathan", mas aqui ela ressurgia com mais graça ainda - e sem cenas de nudez gratuita. A Preston inclusive teve uma carreira meio opaca depois desses primeiros filmes. Provavelmente porque começou a namorar Travolta (que tinha fama de gay em Hollywood) e decidiu se dedicar de corpo e alma a ele. Ruim para os cinéfilos, bom para o John, claro!

O enredo pode ser definido como um romance colegial. Uma carta anônimo acaba dando origem a várias situações, a maioria delas meros desencontros constrangedores entre colegiais. O ator principal do filme foi o ídolo teen  C. Thomas Howell, muito requisitado nos anos 80 para interpretar rapazes colegiais de bom coração. Um velho clichê de escalação de elenco daqueles tempos. Ah e antes que me esqueça: a trilha sonora, como sempre, é muito boa, cheia de bandas New Wave, o som FM e moderninho daquela moçada cheia de laquê no cabelo!

Admiradora Secreta (Secret Admirer, Estados Unidos, 1985) Direção: David Greenwalt / Roteiro: Jim Kouf, David Greenwalt / Elenco: C. Thomas Howell, Kelly Preston, Lori Loughlin / Sinopse: Uma carta anônima acaba criando várias confusões amorosas em um grupo de jovens estudantes dos anos 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

007 - Na Mira dos Assassinos

Esse filme foi marcante por diversos motivos. Em nível pessoal foi o primeiro filme de James Bond que assisti no cinema! Já para a franquia do agente inglês marcou a despedida do ator Roger Moore do personagem que o consagrou durante toda a década de 1970. Ele já estava velho para o papel, só que o estúdio com medo de mudanças o deixou um pouco mais. Nessa produção ela já demonstra que não tinha mais o mesmo pique e vigor dos primeiros filmes. A idade já começava a pesar. Curiosamente isso porém não atrapalhou o filme como um todo, pois até hoje os fãs elogiam "A View to a Kill" com um dos melhores do agente. Algo que poucos poderiam imaginar quando o filme foi lançado nos cinemas.

Pequenos detalhes de produção fizeram diferença. Desde o bom roteiro escrito pela dupla Richard Maibaum e Michael G. Wilson, passando pela direção do veterano diretor John Glen que dirigiu vários filmes de Bond ao longo dos anos. Até a trilha sonora se tornou acima da média, sendo assinada pelo grupo Duran Duran em parceria com o maestro e compositor John Barry. Grace Jones ajudava no elenco de apoio e a trama mantinha o interesse. Praticamente nada faltou mesmo nesse Bond dos anos 80. O enredo girava em torno de um vilão em busca de controlar o novo mundo da tecnologia que nascia (a internet ainda não era uma realidade para todos, mas já existia e o PC começava a ser um item comum nas casas). Enfim, um filme de James Bond que não fica nada a dever aos melhores da série.

007 - Na Mira dos Assassinos (A View to a Kill, Estados Unidos, Inglaterra, 1985) Direção: John Glen / Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson, baseados na obra original escrita por Ian Fleming / Elenco: Roger Moore, Christopher Walken, Grace Jones, Tanya Roberts / Sinopse: O agente James Bond (Roger Moore) precisa destruir os planos de um vilão que deseja se apoderar de uma nova tecnologia que estava para nascer. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("A View to a Kill" de Duran Duran e John Barry).

Pablo Aluísio.

Quase Igual aos Outros

Ah, os anos 80 e suas comédias juvenis. Provavelmente tenha sido a década mais criativa do cinema nesse subgênero cinematográfico. Nem precisa citar ou lembrar nomes como John Hughes para entender isso. Mesmo filmes menores eram ótimos nesse aspecto. Quer um exemplo? Basta lembrar de "Just One of the Guys", um verdadeiro clássico da Sessão da Tarde. Não vi o filme no cinema, mas ele era mesmo figurinha fácil nas tardes da Rede Globo, sempre sendo reprisado. Assim como aconteceu com "Curtindo a vida adoidado" acabou virando uma espécie de pequeno clássico juvenil dos anos 80.

O enredo era muito divertido ao mesmo tempo em que explorava um draminha na vida da adolescente Terry Griffith (Joyce Hyser), Ela e passada para trás numa seleção e atribui isso ao fato de ser uma garota. Qual seria a solução então? Ela passa a se vestir e se comportar como um garoto, tendo que entrar no mundo masculino dos rapazes (com suas escrotices) sempre fingindo ser um cara. Obviamente que esse disfarce sexual gera inúmeras situação divertidas e constrangedoras. Ao mesmo tempo ela (como ele) acaba se apaixonando pelo melhor amigo (que não sabe que ela é uma garota). Filme muito legal que assisti inúmeras vezes na minha juventude. E como destaque não poderia deixar de elogiar a atriz Joyce Hyser. Bonita e talentosa, nunca mais ouvi falar nela! Que pena!

Quase Igual aos Outros (Just One of the Guys, Estados Unidos, 1985) Direção: Lisa Gottlieb / Roteiro: Dennis Feldman, Jeff Franklin / Elenco: Joyce Hyser, Clayton Rohner, Billy Jayne / Sinopse: Clássico juvenil da Sessão da Tarde o filme conta a história de uma garota que se faz passar por um garoto, mas que acaba se apaixonando pelo seu suposto melhor amigo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A Cor Púrpura

Eu me recordo, olhando para o passado, que em meados dos anos 80 já era um grande fã de cinema. Desses de ir semanalmente assistir algum filme que estava entrando em cartaz. E ser fã de cinema nessa época era também ser fã do diretor Steven Spielberg.. Ele estava no auge, sendo chamado de "O Rei de Hollywood". Sua filmografia estava repleta de blockbusters, grandes sucessos de bilheteria. Também colecionava uma certa má vontade por parte dos críticos que o acusavam de ser o eterno "Peter Pan do cinema", ou seja, um diretor que se recusava a crescer, sempre apostando em filmes mais divertidos, de temática voltada para o público jovem. Foi com esse "The Color Purple" que Spielberg, pela primeira vez em sua carreira, foi atrás de um tema mais sério para seus filmes. Foi uma transição em seu modo de produzir cinema.

É um drama sobre uma mulher negra no sul racista dos Estados Unidos. O filme praticamente acompanha toda a sua vida sofrida, desde a infância até a idade adulta. È um retrato penoso do que era ser uma mulher negra e pobre naqueles tempos difíceis. A protagonista se chamava Celie Johnson e era interpretada pela atriz Whoopi Goldberg. Ver uma comediante como ela encarando um papel extremamente dramático como esse era tão estranho como ver Spielberg dirigindo um filme sobre racismo. Mesmo assim as coisas acabaram dando certo. O filme obviamente nunca rendeu nas bilheterias como os grandes sucessos de Spielberg, na verdade houve quem dissesse que ele tinha se tornado o primeiro fracasso de bilheteria do diretor, porém acabou agradando bastante aos críticos que passaram a partir daí a olhar o Peter Pan Spielberg com outros olhos. Valeu a pena para o diretor, sem dúvida.

A Cor Púrpura (The Color Purple, Estados Unidos, 1985) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Menno Meyjes, baseado no romance escrito por Alice Walker / Elenco: Whoopi Goldberg, Danny Glover, Oprah Winfrey, Rae Dawn Chong, Margaret Avery / Sinopse: O filme acompanha a vida de uma jovem negra e pobre no sul racista dos Estados Unidos, em uma época anterior à proclamação dos direitos civis em defesa da comunidade negra daquela nação. Filme indicado a 11 categorias do Oscar, entre elas melhor direção, melhor atriz (Whoopi Goldberg), melhor atriz coadjuvante (Margaret Avery e Oprah Winfrey), melhor roteiro e melhor fotografia (Allen Daviau). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Whoopi Goldberg).

Pablo Aluísio.

O Protetor 2

Um bom exemplo de que Hollywood ainda sabe produzir bons filmes de ação. O primeiro me deixou com sabor de nostalgia, pois lembrava algumas fitas de ação dos anos 80. Esse segundo investe mais em um roteiro bem escrito, uma boa trama e, como não poderia deixar de ser, em boas cenas de ação, todas extremamente bem feitas.  Denzel Washington retorna ao papel de Robert McCall. No passado ele foi um bem treinado marine das forças especiais. Agora de volta à vida civil, vai tentando espalhar um pouco de justiça por onde passa. Na primeira cena, ótima por sinal, ele está em um trem indo em direção à Turquia. Um dos passageiros, um muçulmano, casou no passado com uma americana e depois levou a filhinha deles para lá, sem dar chance à mãe de rever a garotinha. Uma situação típica para McCall agir. Depois ele reencontra uma velha amiga dos tempos de serviços especiais. Ela acaba sendo assassinada durante uma missão em Bruxelas onde estava investigando um crime.

E aí começa a linha principal da narrativa do filme, não sem antes também desenvolver uma amizade do protagonista com um jovem negro que tem talento para a pintura. O rapaz gostaria de ganhar a vida com sua arte, mas o chamado das ruas, das gangues, muitas vezes fala mais alto... e paga melhor também. De uma forma ou outra tudo vai se desenvolvendo muito bem nesse filme assinado pelo cineasta Antoine Fuqua, com destaque para a cena final, toda passada numa cidade evacuada pela chegada de um furacão. Imagine vários homens treinados tentando liquidar uns aos outros no meio dessa tempestade! Ficou muito bom, como assim todo o filme. Boa diversão em mais um filme de qualidade com o sempre eficiente e talentoso Denzel Washington. É um dos bons filmes comerciais do ano. Não vá perder. 

O Protetor 2 (The Equalizer 2, Estados Unidos, 2018) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan / Elenco: Denzel Washington, Pedro Pascal, Ashton Sanders, Melissa Leo, Bill Pullman / Sinopse: Robert McCall (Washington) é um ex-marine das forças de operações especiais que decide descobrir quem teria matado sua amiga dos tempos de serviço militar. Ela foi brutalmente assassinada em Bruxelas enquanto investigava uma chacina envolvendo uma família americana.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O Destino Bate à sua Porta

Jack Nicholson sempre foi um gênio da atuação. Nos anos 70 ele atuou em uma série incrível de clássicos da sétima arte. Nos anos 80 sua sina para fazer os filmes certos continuou. Esse "O Destino Bate à sua Porta" foi seu segundo filme nessa década. O primeiro havia sido "O Iluminado", um clássicos absoluto da sétima arte. Na verdade essa produção é um remake de um filme antigo com Lana Turner, lançado em 1946. O diretor Bob Rafelson propôs ao estúdio Metro-Goldwyn-Mayer que uma nova versão fosse feita, dessa vez sendo o mais fiel possível ao romance policial de James M. Cain. Para que a nova adaptação saísse perfeita contratou o roteirista e dramaturgo David Mamet. Não poderia haver escolha melhor! O ideal era trazer toda a sordidez possível das páginas do livro para as telas de cinema, algo que não foi possível no filme original por causa das restrições da época em termos de classificação dos filmes imposta por um rígido código de ética e censura.

A trama continuava a mesma em linhas gerais.  Nick Papadakis (John Colicos), o dono de um pequeno estabelecimento de beira de estrada, acaba dando trabalho ao andarilho Frank Chambers (Jack Nicholson). Ele não sabe nada do passado desse homem, mas acredita que ele seria uma boa pessoa. Simpatizando com seu jeito de ser, acaba decidindo que vai lhe ajudar. Cora Papadakis (Jessica Lange), esposa de Nick, é uma mulher sem escrúpulos e caráter. Ela sente que sua vida parou ao casar com o marido. É uma mulher profundamente frustrada com sua vida. Achando-se melhor do que aquele destino, ela começa a ter um caso extraconjugal com Frank. Em pouco tempo o novo casal, fruto da traição e do adultério, decide que é chegada a hora de liquidar Nick. A mulher quer o dinheiro do marido, quer viajar ao lado do novo amante e a forma que ela encontra para isso é matando o infeliz esposo. Como se pode perceber é uma história que vai fundo na sordidez humana e talvez por isso seja tão atemporal, mesmo nos dias de hoje. Em minha opinião é um dos melhores filmes da carreira de Jack Nicholson e isso definitivamente não é pouca coisa!

O Destino Bate à sua Porta (The Postman Always Rings Twice, Estados Unidos,
1981) Direçaõ: Bob Rafelson / Roteiro: David Mamet, baseado no livro escrito por James M. Cain / Elenco: Jack Nicholson, Jessica Lange, John Colicos, Anjelica Huston / Sinopse: Cora Papadakis (Jessica Lange), uma mulher frustrada com sua vida, decide ao lado de seu novo amante Frank Chambers (Jack Nicholson), um sujeito de passado desconhecido, matar o próprio marido, Nick (John Colicos). Ela quer o seu dinheiro para curtir a vida ao lado do novo namorado.

Pablo Aluísio.

O Rapto de Sinatra

Filme baseado em fatos reais. É uma história que até então eu desconhecia, mas que é tão surreal que se torna mais do que interessante. Durante os anos 60 um criminoso pé de chinela se vê numa situação em que precisa levantar uma bolada de dinheiro em pouco tempo. Como conseguir toda essa grana? A solução lhe vem à mente quando vê uma reportagem sobre Frank Sinatra. Rico e famoso, ele seria um alvo interessante para um sequestro. Só que ele pensa um pouco e chega na conclusão que seria mais fácil sequestrar o filho do cantor, o jovem Frank Sinatra Jr.

Claro que o plano acaba não dando muito certo, criando uma situação ora patética, ora bombástica. O interessante desse filme não é apenas resgatar um evento histórico bizarro, mas também explorar um pouco de humor no fato de que um pequeno grupo de bandidos de segunda linha conseguiu ou pelo menos tentou, passar a perna em Sinatra que dizia ter laços com o crime organizado, com a máfia siciliana instalada nos Estados Unidos. Enfim, assista se você for ou não fã de Frank Sinatra, pois o filme tem méritos próprios para funcionar em qualquer tipo de espectador.

O Rapto de Sinatra (Stealing Sinatra, Estados Unidos, 2003) Direção: Ron Underwood / Roteiro: Howard Korder / Elenco: David Arquette, William H. Macy, James Russo / Sinopse: Quadrilha de criminosos de baixo nível resolve sequestrar o filho do famoso cantor Frank Sinatra. Filme indicado ao Emmy Awards na categoria de melhor ator coadjuvante (William H. Macy).

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de novembro de 2018

Air Strike

É uma produção chinesa com Bruce Willis no elenco e tendo como um dos produtores o Mel Gibson. Achou estranho? Coloca estranho nisso. Como se sabe os chineses andam investindo bastante em cinema e oferecendo grandes cachês para astros americanos que acabam realizando filmes como esse. Só que nem pense em ficar muito animado. Essa produção ambientada na II Guerra Mundial mostrando bombardeiros aéreos do Japão sobre a China é muito ruim. Praticamente nada se salva. O roteiro é péssimo, onde até mesmo aspectos rudimentares de narrativa são ignorados. O filme também é tão mal editado que o espectador fica com a impressão de que ele foi todo cortado sem maior critério. As cenas acabam de repente e tudo é contado numa pressa enorme, sem qualquer desenvolvimento dos personagens.

Como é um filme com muitos combates aéreos era de se esperar pelo menos que fossem bem feitos. Só que a computação gráfica é uma lástima. Em muitos momentos ficamos com a impressão de estarmos vendo um videogame comum.Os chineses erram em vários aspectos, mas nesse pelo menos esperava que eles acertassem um pouquinho. Não deu certo. E o Bruce Willis no meio dessa bomba? Obviamente ele está aí só pelo cachê que foi milionário. Ele aparece em uma ou outra cena, apenas colocando seu nome para aluguel. Arranjou até um lugar no elenco para a filha, Rumer Willis, que é péssima! O que me impressiona é ver o Mel Gibson envolvido em uma coisa dessas! Logo ele que como diretor sempre foi muito criterioso. Uma mancha na carreira dele como produtor de cinema. Para finalizar basta apenas dizer que tantos os fãs de Gibson como Willis estão dizendo lá fora, em fóruns de cinema, que esse é o pior filme da carreira deles! Se os próprios fãs dizem isso quem sou eu para discordar?

Air Strike (China, 2018) Direção: Xiao Feng / Roteiro: Ping Chen, Tie Dong Zhou / Elenco: Ye Liu, Bruce Willis, Adrien Brody, Rumer Willis, Seung-heon Song / Sinopse: Durante a II Guerra Mundial um militar americano linha dura, o comandante Jack (Willis), lidera e treina um esquadrão de pilotos chineses. Ao mesmo tempo alguns militares da China tentam atravessar o país em um caminhão que carrega algo muito precioso para a resistência.

Pablo Aluísio.

Território Restrito

Filme que ainda é bem atual já que a questão da imigração ilgeral rumo aos Estados Unidos está sempre na ordem do dia. Como se sabe há atualmente uma marcha de imigrantes em direção ao país, cujos contornos ainda vão ser definidos. Pois bem, nesse filme de 2009 o ator Harrison Ford interpreta um agente da imigração que todos os dias precisa lidar com esse problema que parece ser sem solução. Ao seu lado trabalham a advogada de defesa Denise Frankel (Ashley Judd) e o marido Cole (Ray Liotta). A função deles é trabalhar no departamento jurídico, para determinar que pode ou não ficar dentro dos Estados Unidos.

Claro que um trabalho assim coloca em choque os valores humanitários dos personagens, sempre sensibilizados com as histórias tristes de vida dos imigrantes e o dever de lealdade com o governo americano pois eles também precisam expulsar os que não podem ficar. O roteiro é bem ao estilo mosaico, com histórias paralelas. No final os caminhos se cruzam. Penso que o roteiro toca em um assunto que definitivamente não tem solução a curto prazo. Durante anos a "América" (como eles gostam de ser chamados) vendeu a ideia que o país era o paraíso da prosperidade e pujança econômica do mundo. Agora, crentes nessa premissa, hordas de imigrantes miseráveis da América Latina tentam entrar em suas fronteiras a todo custo, em busca de riqueza e de uma vida melhor. É um grande problema para as autoridades americanas, sem solução à vista.

Território Restrito (Crossing Over, Estados Unidos, 2009) Direção: Wayne Kramer / Roteiro:  Wayne Kramer / Elenco: Harrison Ford, Ashley Judd, Ray Liotta, Cliff Curtis / Sinopse: O filme mostra a rotina de trabalho do agente de imigração Max Brogan (Harrison Ford). Ele exerce suas funções em posto de fronteira na Califórnia, porta de entrada para muitos imigrantes ilegais e precisa lidar diariamente com essa delicada questão.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de novembro de 2018

Hotel Artemis

Bem ruim esse novo filme da atriz Jodie Foster. Ela interpreta uma velha senhora, já corcunda, alquebrada pela idade, que trabalha em um velho e decrépito hotel que na realidade funciona mais como hospital de criminosos baleados do que qualquer outra coisa. A situação funciona assim: bandidos são baleados e com receio de irem a algum hospital onde serão presos, acabam indo para o Hotel Artemis, onde Jodie já tem o equipamento necessário para ajudá-los. Tudo feito obviamente por debaixo dos panos, para não despertar a atenção dos policiais. O ano em que se passa esse enredo é 2028, numa Los Angeles inabitável, cheio de violência pelas ruas, com caos e assassinatos ocorrendo o tempo todo. O clima é sufocante. Até que um chefão da máfia local, interpretado por Jeff Goldblum, também vai parar no Artemis, com seus capangas armados e muita violência. Sua presença já causa tensão pois há outros inimigos pelos corredores do hotel.

É a tal coisa, o filme poderia até ser bom com essa premissa. Essa coisa de universo distópico até que consegue funcionar bem em inúmeros filmes. Só que aqui não deu muito certo. O filme tem uma narrativa cansativa e pouca coisa é explicada para o espectador. Sabemos que a pergonagem de Jodie Foster está lá, exercendo ilegalmente a medicina, ajudando criminosos de todos os tipos, mas tudo fica por aí mesmo. Aliás foi meio chocante ver a atriz tão envelhecida, corcunda, mancando de uma perna, um bagaço de mulher! Ela que sempre foi admirada por sua beleza sui generis, aqui aparece despida de qualquer graça ou feminilidade. Vai chocar bastante seus fãs dos anos 80! Sabe aquela mocinha simpática e bonitinha dos filmes daquela década? Não existe mais.

Hotel Artemis (Estados Unidos, 2018) Direção: Drew Pearce / Roteiro: Drew Pearce / Elenco: Jodie Foster, Jeff Goldblum, Zachary Quinto, Sofia Boutella, Dave Bautista / Sinopse: Hotel localizado numa Los Angeles do futuro, caótica e cheia de criminalidade, serve como hospital clandestino para tratar bandidos baleados pela polícia. Jodie Foster interpreta a velha senhora que tenta organizar o lugar, bem no meio do caos completo de sangue e violência desenfreada.

Pablo Aluísio.

Transformers: O Último Cavaleiro

Essa franquia parece ser uma daquelas séries cinematográficas sem fim. A cada dois ou três anos um novo filme entra em cartaz. É a tal coisa, enquanto houver bilheteria, os estúdios lançarão filmes com a marca registrada Transformers. O que me deixa intrigado é que tudo começou com uma linha de brinquedos bem desengonçados, lá nos anos 80. Depois virou desenho animado (dos ruins) e agora ganhou essa bem sucedida (comercialmente falando) série interminável de filmes.

Não há muitas novidades nessa nova pancadaria de robôs que viram carros, caminhões, etc. O diretor Michael Bay repete a mesma fórmula de antes. As cenas de ação são longas e muitas vezes confusas, mas nada que a garotada vá reclamar. De novo mesmo apenas a participação de um grande ator como Anthony Hopkins. Ficou meio constrangedor ver esse excelente mestre da atuação em algo tão vazio. Fora isso o roteiro tenta puxar alguns elementos da lenda do Rei Arthur e é só. O filme ficou longo demais também, com mais de duas horas e meia de duração. Não havia a menor necessidade disso, a não ser torrar ainda mais a paciência dos pais que levaram seus filhos aos cinemas em seu lançamento.

Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Bay / Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway / Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel / Sinopse: Robôs gigantes lutam entre si para colocarem as mãos em objetos que pertenceram à lendária tábula redonda, do Rei Arthur e seus cavaleiros medievais. Quem as tiver em mãos vencerá a guerra pela dominação do planeta Terra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Foi um dos mais caros filmes franceses de todos os tempos, com orçamento próximo de 200 milhões de dólares - digno de uma grande produção americana. O diretor Luc Besson teve carta branca para adaptar esse famoso mundo dos quadrinhos para as telas de cinema. Sim, realizou um trabalho muito bonito de se ver, mas que nas bilheterias não trouxe retorno. Pois é, "Valerian" acabou se tornando um fracasso comercial. Não deixa de ser uma pena. Particularmente gostei do filme, de seu design de produção, de suas naves, de seus efeitos especiais. É um daqueles filmes que nos fazem lembrar imediatamente de "Star Wars" e essa associação tem uma razão de ser pois foram justamente os quadrinhos que inspiraram o diretor George Lucas a criar o universo de Luke Skywalker e cia. As semelhanças são muitas e o fã de "Guerra nas Estrelas" vai ficar bem surpreso.

A trama é pueril. Nos quadrinhos esse universo de Valerian foi longe com dezenas (diria mesmo centenas) de publicações desde o seu lançamento original. Assim Besson procurou sintetizar tudo em apenas um enredo que pelo menos funcionasse bem no cinema. Nesse aspecto foi bem sucedido. No final de tudo penso que esse filme ganhará o status que merece com o passar dos anos. Vai virar um cult movie da ficção europeia em breve, tenho plena certeza disso. Dias melhores virão.

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, Bélgica, 2017) Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson, baseado nos quadrinhos "Valerian and Laureline", escrito por Pierre Christin e Jean-Claude Mézières / Elenco: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen / Sinopse: Em um futuro distante e indeterminado um casal de jovens militares tentam recuperar um artefato que pode colocar em risco a existência do universo.

Pablo Aluísio.

A Esposa

Esse filme foi rodado no ano passado, mas a atriz Glenn Close pediu aos produtores que o lançamento fosse adiado alguns meses porque ela ainda tem esperanças de ser indicada ao Oscar por esse trabalho. Penso que Close está muito bem em cena, aliás nunca assisti a nenhuma atuação dela, nem no cinema e nem em séries de TV, que deixasse a desejar. É uma atriz maravilhosa. Vai dar para tentar disputar o Oscar? Só o tempo dirá realmente. Torço por ela, claro, mas sem grandes expectativas. E do que se trata o filme? Ela é a esposa dedicada de um famoso escritor. Já estão na terceira idade, levando uma vida tranquila nos Estados Unidos quando são informados que o marido (em boa atuação de Jonathan Pryce) foi escolhido como o vencedor do prêmio Nobel de literatura daquele ano! Imaginem a alegria de vencer o mais cobiçado prêmio do mundo agora numa fase mais crepuscular da vida... não poderia haver nada melhor.

Só que a felicidade dura pouco. O casal guarda um terrível segredo que começa a ser desvendado por um escritor mais jovem (Slater) que vai escrever uma biografia sobre o premiado. Indo ao passado ele descobriu algo estarrecedor, o que o leva a crer que tudo foi escrito pela esposa e não pelo marido. Ela sempre foi muito mais talentosa do que ele. Só que sem chances no mercado literário decidiu dar a autoria dos livros para o esposo. Agora tudo pode vir a público e logo no momento em que ele ganha o Nobel. Um filme sofisticado, bem conduzido, com uma boa história para contar. Gostei de praticamente tudo. Como já escrevi não sei se terá chances no Oscar, mas isso no final das contas é um mero detalhe. Como cinema de qualidade o filme é irretocável.

A Esposa (The Wife, Estados Unidos, Suécia, 2017) Direção: Björn Runge / Roteiro: Jane Anderson, baseado no romance "The Wife", escrito por Meg Wolitzer / Elenco: Glenn Close, Jonathan Pryce, Christian Slater, Max Irons, Elizabeth McGovern / Sinopse: Escritor americano famoso e sua esposa vão até Estocolmo na Suécia para receber o cobiçado prêmio Nobel de literatura. Um escritor mais jovem porém vai descobrindo um comprometedor segredo envolvendo o casal e o verdadeiro autor das obras premiadas.

Pablo Aluísio.