Orson Welles e Rita Hayworth
Um casamento improvável que uniu a bela morena e o gênio do cinema. Até hoje não se sabe ao certo o que os uniu, mas de qualquer forma Welles se apaixonou por Rita após, segundo ele, tê-la visto em uma revista enquanto estava filmando um dos seus inúmeros filmes inacabados no México.
Rita havia sido moldada pelos produtores para ser a nova diva exótica do cinema americano, com longos cabelos negros e muita sensualidade. Pois foi justamente essa imagem que Welles quis destruir. Assim que se casou com Rita ele a ordenou que pintasse os cabelos de loiros, o que ficou péssimo, segundo as colunistas da época. A opinião delas porém pouco importava para Orson, para ele não havia limites. No fundo ele queria mesmo destruir esse símbolo sexual fabricado por Hollywood.
E como era de se esperar o casamento não foi feliz. Apesar dos poucos filmes que fizeram juntos a cumplicidade do casal logo se acabou. A carreira do diretor entrou em declínio rapidamente porque ele não conseguia ter a disciplina necessária para terminar os filmes. Embora tenha dirigido aquele que foi para muitos o "melhor filme de todos os tempos", o clássico "Cidadão Kane", ele era considerado um profissional ruim de se trabalhar. Seus filmes custavam muito caro, ele nunca respeitava o prazo certo para terminar as filmagens e quase sempre decepcionava nas bilheterias. Também costumava brigar muito com os produtores. Uma combinação mortal para qualquer diretor de cinema. Em pouco tempo seu nome estava fora da lista de todos os grandes estúdios de cinema.
Assim o casamento acabou afundando, junto com os fracassos cinematográficos de Orson Welles. A diva do passado Rita Hayworth também viu sua carreira afundar após ficar mais velha e menos sensual para as lentes das câmeras. Como ela era vista como uma modelo travestida de atriz, quando a beleza se foi por causa da idade os convites para novos filmes também se acabaram. No fim o matrimônio só durou quatro anos. Acabou sendo uma experiência ruim tanto para a bela, como para o gênio. "Ninguém ganhou nada com isso!" - resumiria anos depois o diretor.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Maureen O'Hara
Uma das atrizes mais famosas do período clássico em Hollywood, Maureen O'Hara era irlandesa de nascimento, o que talvez explique sua personalidade forte, que lhe valeu a imagem de mulher independente, à frente de seu tempo. Ela desde cedo mostrou aptidão para competições esportivas mas seu grande amor mesmo passou a ser o teatro que começou a fazer quando ainda era apenas uma colegial.
Com apenas 14 anos conseguiu entrar para uma conceituada companhia teatral que encenava suas peças no Abbey Theatre em Dublin. Por essa época se apaixonou pelo canto lírico, paixão que levou para sempre em sua vida. Sua carreira e sua vida mudaram completamente quando conheceu o ator Charles Laughton que impressionado por seu talento resolveu dar uma ajuda à jovem atriz. Mudou seu nome de Maureen FitzSimons para Maureen O'Hara e decidiu que tentaria entrar para o concorrido mercado americano de cinema.
O começo, como era de se esperar, foi complicado. Após duas pequenas pontas conseguiu sua primeira boa oportunidade em "A Estalagem Maldita" de 1939. Com esse filme recebeu suas primeiras boas críticas. Era ótimo para uma atriz jovem como ela ser notada e mais ainda ser elogiada. Aos 19 anos assinou com a RKO Pictures para atuar em uma série de filmes, entre eles "O Corcunda de Notre Dame", muito elogiado em seu lançamento. Depois vieram seus maiores sucessos de bilheteria até então, "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) e "De Ilusão Também Se Vive" (1947).
Sua carreira entrou em nova fase quando começou a trabalhar com John Ford e John Wayne. Com o Duke trabalhou em cinco filmes: "Rio Bravo" (1950), "Depois do Vendaval" (1952), "Asas de Águias" (1957), "Quando um Homem é Homem" (1963) e "Jake Grandão" (1971), sendo os três primeiros com John Ford. Ela se tornou grande amiga de Johh Wayne e sobre ele costumava dizer: "Para as pessoas em todo o mundo, John Wayne não é apenas um ator, ele é a personificação do que de melhor existe nos Estados Unidos da América". Assim como Wayne se tornou uma mulher de posições conservadoras, se filiando - e trabalhando - nas campanhas de vários candidatos presidenciais do Partido Republicano ao longo dos anos.
Já sobre John Ford ela também teceu vários elogios ao longo de sua vida. Chegou a resumir o diretor em um pensamento muito inteligente que dizia: "Hoje a maioria dos diretores estão em outra sala assistindo os atores pelos monitores. Eles mandam suas instruções por rádio. Não existe mais conexão entre os diretores e os atores. John Ford não era assim. Ele estava o tempo todo junto de seu elenco, colhendo opiniões, incentivando, provocando, instigando grandes atuações! Era um diretor maravilhoso".
Curiosamente a atriz acabou rompendo com Ford após um acesso de ciúmes dele ao vê-la tratando com outro diretor em sua presença. "Acredito que ele sentiu-se desrespeitado ou algo assim. Não lhe dei a atenção que ele pensava merecer e fui falar com outro diretor com o qual queria trabalhar. A reação de Ford foi muito rude! Ele me disse que nunca mais voltaria a trabalhar comigo e assim o fez!". A amizade de anos chegou ao fim por uma bobagem, algo que nem ela sabe explicar direito o motivo.
Isso porém em nada impediu Maureen O'Hara de levar em frente sua carreira. No total realizou 65 filmes, muitos deles grandes clássicos da história de Hollywood. Aos poucos porém seus interesses foram se ampliando e ela se tornou também uma bem sucedida editora de modas na Califórnia. Um verdadeiro mito do cinema que ainda continua produtiva e ativa, mesmo após completar seus bem vividos 90 anos de idade.
Pablo Aluísio.
Com apenas 14 anos conseguiu entrar para uma conceituada companhia teatral que encenava suas peças no Abbey Theatre em Dublin. Por essa época se apaixonou pelo canto lírico, paixão que levou para sempre em sua vida. Sua carreira e sua vida mudaram completamente quando conheceu o ator Charles Laughton que impressionado por seu talento resolveu dar uma ajuda à jovem atriz. Mudou seu nome de Maureen FitzSimons para Maureen O'Hara e decidiu que tentaria entrar para o concorrido mercado americano de cinema.
O começo, como era de se esperar, foi complicado. Após duas pequenas pontas conseguiu sua primeira boa oportunidade em "A Estalagem Maldita" de 1939. Com esse filme recebeu suas primeiras boas críticas. Era ótimo para uma atriz jovem como ela ser notada e mais ainda ser elogiada. Aos 19 anos assinou com a RKO Pictures para atuar em uma série de filmes, entre eles "O Corcunda de Notre Dame", muito elogiado em seu lançamento. Depois vieram seus maiores sucessos de bilheteria até então, "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) e "De Ilusão Também Se Vive" (1947).
Sua carreira entrou em nova fase quando começou a trabalhar com John Ford e John Wayne. Com o Duke trabalhou em cinco filmes: "Rio Bravo" (1950), "Depois do Vendaval" (1952), "Asas de Águias" (1957), "Quando um Homem é Homem" (1963) e "Jake Grandão" (1971), sendo os três primeiros com John Ford. Ela se tornou grande amiga de Johh Wayne e sobre ele costumava dizer: "Para as pessoas em todo o mundo, John Wayne não é apenas um ator, ele é a personificação do que de melhor existe nos Estados Unidos da América". Assim como Wayne se tornou uma mulher de posições conservadoras, se filiando - e trabalhando - nas campanhas de vários candidatos presidenciais do Partido Republicano ao longo dos anos.
Já sobre John Ford ela também teceu vários elogios ao longo de sua vida. Chegou a resumir o diretor em um pensamento muito inteligente que dizia: "Hoje a maioria dos diretores estão em outra sala assistindo os atores pelos monitores. Eles mandam suas instruções por rádio. Não existe mais conexão entre os diretores e os atores. John Ford não era assim. Ele estava o tempo todo junto de seu elenco, colhendo opiniões, incentivando, provocando, instigando grandes atuações! Era um diretor maravilhoso".
Curiosamente a atriz acabou rompendo com Ford após um acesso de ciúmes dele ao vê-la tratando com outro diretor em sua presença. "Acredito que ele sentiu-se desrespeitado ou algo assim. Não lhe dei a atenção que ele pensava merecer e fui falar com outro diretor com o qual queria trabalhar. A reação de Ford foi muito rude! Ele me disse que nunca mais voltaria a trabalhar comigo e assim o fez!". A amizade de anos chegou ao fim por uma bobagem, algo que nem ela sabe explicar direito o motivo.
Isso porém em nada impediu Maureen O'Hara de levar em frente sua carreira. No total realizou 65 filmes, muitos deles grandes clássicos da história de Hollywood. Aos poucos porém seus interesses foram se ampliando e ela se tornou também uma bem sucedida editora de modas na Califórnia. Um verdadeiro mito do cinema que ainda continua produtiva e ativa, mesmo após completar seus bem vividos 90 anos de idade.
Pablo Aluísio.
Frank Sinatra, JFK e a Máfia - Parte 3
Frank Sinatra ficou muito magoado quando John Kennedy venceu a disputa para a presidência dos Estados Unidos e a partir de sua posse começou a esnobá-lo. Sinatra tentava entrar em contato com o presidente ligando para a Casa Branca, mas nunca conseguia falar com JFK.
Era óbvio que o presidente o estava evitando. Para o cantor isso era triste porque ele havia se empenhado pessoalmente em sua eleição, se apresentando de graça, pedindo votos aos seus fãs e agora o presidente lhe fechava a porta na cara. Mais irritados ficaram os membros da máfia que tinha ajudado JFK em estados onde ele venceu por poucos votos - justamente com o empurrão da cosa nostra. Eles pensavam que teriam um aliado no poder, mas logo perceberam que tinham sido enganados.
Frank Sinatra também entendeu isso. O novo procurador era o irmão de JFK, Bobby Kennedy, um carinha bem arrogante para sua idade, que não fazia questão de dizer que não gostava de Sinatra e de sua turma. Assim que assumiu o novo cargo ele começou uma guerra intensa contra o crime organizado. Os chefões da máfia que tinham aceitado o pedido de Sinatra para apoiar Kennedy ficaram furiosos com o que estava acontecendo. O próprio Sinatra começou a temer por sua vida.
E não era apenas Sinatra que havia sido colocado para escanteio. Em um gesto rude, os Kennedys decidiram que Sammy Davis Jr, amigo de Sinatra, também deveria ser evitado dentro da Casa Branca. Acontece que ele era um cantor negro casado com uma loira sueca branca. Isso poderia ser visto como algo ofensivo pelos racistas do sul e Kennedy queria o voto dentro do congresso desses parlamentares. Em suma, o que parecia ser um conto de fadas para Sinatra logo se transformou em um grande pesadelo.
Pablo Aluísio.
Era óbvio que o presidente o estava evitando. Para o cantor isso era triste porque ele havia se empenhado pessoalmente em sua eleição, se apresentando de graça, pedindo votos aos seus fãs e agora o presidente lhe fechava a porta na cara. Mais irritados ficaram os membros da máfia que tinha ajudado JFK em estados onde ele venceu por poucos votos - justamente com o empurrão da cosa nostra. Eles pensavam que teriam um aliado no poder, mas logo perceberam que tinham sido enganados.
Frank Sinatra também entendeu isso. O novo procurador era o irmão de JFK, Bobby Kennedy, um carinha bem arrogante para sua idade, que não fazia questão de dizer que não gostava de Sinatra e de sua turma. Assim que assumiu o novo cargo ele começou uma guerra intensa contra o crime organizado. Os chefões da máfia que tinham aceitado o pedido de Sinatra para apoiar Kennedy ficaram furiosos com o que estava acontecendo. O próprio Sinatra começou a temer por sua vida.
E não era apenas Sinatra que havia sido colocado para escanteio. Em um gesto rude, os Kennedys decidiram que Sammy Davis Jr, amigo de Sinatra, também deveria ser evitado dentro da Casa Branca. Acontece que ele era um cantor negro casado com uma loira sueca branca. Isso poderia ser visto como algo ofensivo pelos racistas do sul e Kennedy queria o voto dentro do congresso desses parlamentares. Em suma, o que parecia ser um conto de fadas para Sinatra logo se transformou em um grande pesadelo.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de setembro de 2007
Charles Chaplin - Hollywood Boulevard - Parte 1
Charles Chaplin já era um homem rico e famoso quando soube que a mãe de seus filhos Charlie Chaplin Jr e Sydney, tinha planos de lançar os garotos no cinema. O oportunismo era óbvio, Lita Grey queria lucrar rápido e fácil com o nome de Chaplin. Ao saber disso o pai Charles Chaplin imediatamente acionou seus advogados.
Entrou com um processo na corte de Los Angeles, proibindo que os garotos fossem explorados comercialmente pela mãe, numa jogada grotesca de oportunismo barato. Assim que conseguiu a vitória nos tribunais Chaplin declarou para a imprensa: "Eles poderão fazer o que quiser de suas vidas no futuro. Se quiserem se tornar atores ou comediantes terão o meu apoio. Isso porém apenas após se tornarem adultos. Conheço a exploração e as tragédias que acompanham a carreira de muitos atores mirins. Não quero isso para meus filhos!".
Depois dessa batalha judicial Chaplin resolveu se aproximar mais dos meninos. Embora cultivasse a imagem do adorável vagabundo nas telas, o fato era que em sua vida pessoal Chaplin era um homem até mesmo introvertido, taciturno, um diretor obcecado pela perfeição que poderia ser também rude nas filmagens com suas equipes. A reaproximação entre pai e seus filhos foi algo positivo, bom, mas não livrou Charles Chaplin Jr de ter muitos problemas emocionais em sua vida. Sempre à sombra do mito do pai, algo que ele jamais poderia superar, tentou uma carreira de ator quando atingiu a maioridade, mas nunca conseguiu o sucesso. Ele escreveria um livro chamado "Meu Pai, Charlie Chaplin" e morreria tragicamente e precocemente, após enfrentar anos de problemas com drogas.
Charles Chaplin achava, como muitos pais de seu tempo, que apenas a dureza e a firmeza de disciplina colocaria seu filho na linha. Assim ele procurou dar uma educação austera e disciplinadora aos filhos, no estilo mais conservador, mas com o passar dos anos acabou percebendo que isso não daria muito certo. Os meninos se ressentiam do pai, de seu jeito duro de ser, sempre como um figura autoritária, e com o passar dos anos acabaram se afastando mais ainda dele. O fato de Chaplin ter constituído uma nova família, anos depois, piorou ainda mais esse quadro. De fato pai e filhos nunca tiveram mesmo uma relação carinhosa e isenta de muitos problemas.
Pablo Aluísio.
Entrou com um processo na corte de Los Angeles, proibindo que os garotos fossem explorados comercialmente pela mãe, numa jogada grotesca de oportunismo barato. Assim que conseguiu a vitória nos tribunais Chaplin declarou para a imprensa: "Eles poderão fazer o que quiser de suas vidas no futuro. Se quiserem se tornar atores ou comediantes terão o meu apoio. Isso porém apenas após se tornarem adultos. Conheço a exploração e as tragédias que acompanham a carreira de muitos atores mirins. Não quero isso para meus filhos!".
Depois dessa batalha judicial Chaplin resolveu se aproximar mais dos meninos. Embora cultivasse a imagem do adorável vagabundo nas telas, o fato era que em sua vida pessoal Chaplin era um homem até mesmo introvertido, taciturno, um diretor obcecado pela perfeição que poderia ser também rude nas filmagens com suas equipes. A reaproximação entre pai e seus filhos foi algo positivo, bom, mas não livrou Charles Chaplin Jr de ter muitos problemas emocionais em sua vida. Sempre à sombra do mito do pai, algo que ele jamais poderia superar, tentou uma carreira de ator quando atingiu a maioridade, mas nunca conseguiu o sucesso. Ele escreveria um livro chamado "Meu Pai, Charlie Chaplin" e morreria tragicamente e precocemente, após enfrentar anos de problemas com drogas.
Charles Chaplin achava, como muitos pais de seu tempo, que apenas a dureza e a firmeza de disciplina colocaria seu filho na linha. Assim ele procurou dar uma educação austera e disciplinadora aos filhos, no estilo mais conservador, mas com o passar dos anos acabou percebendo que isso não daria muito certo. Os meninos se ressentiam do pai, de seu jeito duro de ser, sempre como um figura autoritária, e com o passar dos anos acabaram se afastando mais ainda dele. O fato de Chaplin ter constituído uma nova família, anos depois, piorou ainda mais esse quadro. De fato pai e filhos nunca tiveram mesmo uma relação carinhosa e isenta de muitos problemas.
Pablo Aluísio.
The Body Snatcher - O Túmulo Vazio
Nesse fim de semana aproveitei para ver alguns filmes clássicos. O primeiro e o mais interessante foi "O Túmulo Vazio", dirigido pelo mestre Robert Wise. Contando em seu elenco com dois gênios do terror em sua era de ouro, Boris Karloff e Bela Lugosi, o roteiro do filme explorava um fato real acontecido na cidade de Edimburgo, quando respeitados médicos e professores de medicina começaram a comprar corpos roubados dos cemitérios para usá-los em suas experiências científicas.
É curioso que não faz muito tempo assisti em um canal a cabo um documentário contando justamente essa história. Essa cidade de Edimburgo, com suas construções ao estilo medieval, paredes pretas e ruas escuras, já era algo sombrio por si só. Aproveitando esse clima soturno o diretor Robert Wise (um dos meus cineastas preferidos) rodou esse noir muito competente e eficiente.
O maior destaque em termos de elenco veio mesmo com Boris Karloff. Ele entrou para a história do cinema interpretando a criatura no clássico "Frankenstein" de 1931. Sob uma maquiagem pesada, que se tornaria para sempre clássica, ele procurava trazer uma certa humanidade para aquele trágico homem feito de pedaços de outros homens mortos. Depois disso ele voltaria ao papel em mais filmes, como "A Noiva de Frankenstein", "O Filho de Frankenstein", "A Mansão de Frankenstein" e "O Castelo de Frankenstein". Não poderia assim ficar mais associado à imortal criação da escritora Mary Shelley. Porém resumir seu talento e sua maravilhosa atuação a apenas esses filmes seria banal demais. Em outras produções como esse "O Túmulo Vazio" ele tinha maiores oportunidades de atuar bem. De qualquer forma deixo a resenha completa do filme no link logo abaixo. Adianto que o filme realmente me surpreendeu muito positivamente.
Pablo Aluísio.
É curioso que não faz muito tempo assisti em um canal a cabo um documentário contando justamente essa história. Essa cidade de Edimburgo, com suas construções ao estilo medieval, paredes pretas e ruas escuras, já era algo sombrio por si só. Aproveitando esse clima soturno o diretor Robert Wise (um dos meus cineastas preferidos) rodou esse noir muito competente e eficiente.
O maior destaque em termos de elenco veio mesmo com Boris Karloff. Ele entrou para a história do cinema interpretando a criatura no clássico "Frankenstein" de 1931. Sob uma maquiagem pesada, que se tornaria para sempre clássica, ele procurava trazer uma certa humanidade para aquele trágico homem feito de pedaços de outros homens mortos. Depois disso ele voltaria ao papel em mais filmes, como "A Noiva de Frankenstein", "O Filho de Frankenstein", "A Mansão de Frankenstein" e "O Castelo de Frankenstein". Não poderia assim ficar mais associado à imortal criação da escritora Mary Shelley. Porém resumir seu talento e sua maravilhosa atuação a apenas esses filmes seria banal demais. Em outras produções como esse "O Túmulo Vazio" ele tinha maiores oportunidades de atuar bem. De qualquer forma deixo a resenha completa do filme no link logo abaixo. Adianto que o filme realmente me surpreendeu muito positivamente.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de setembro de 2007
Chaplin
No momento estou lendo o livro "Chaplin - Uma Biografia Definitiva", escrito pelo autor David Robinson. Leitura agradável, com muitas informações preciosas para quem ama a história do cinema. Um dos aspectos mais interessantes sobre Chaplin é que apesar de ter sido provavelmente o maior comediante da história da sétima arte, ele próprio era um sujeito tímido, calado e de poucos amigos. Em seu livro Robinson colheu o testemunho de diversas pessoas que conviveram com Chaplin em seu dia a dia.
Quando Fred Karno o contratou para participar de sua companhia de humor ele não levava muita fé em Chaplin. Dizia que Charles não tinha "alma de palhaço" e tampouco era simpático o suficiente para ter carisma junto ao público. Ironicamente foi através de Karno que Chaplin acabou viajando em excursão para os Estados Unidos, indo parar em Hollywood na Califórnia, a capital mundial do cinema naquela época.
O primeiro grande personagem de sucesso que Chaplin interpretou no teatro, em uma peça produzida justamente por Karno, era a de um bêbado que chegava tarde da noite e ao abrir a porta descobria que não estava em seu apartamento, mas em outro lugar completamente desconhecido para ele. Já nesse papel Chaplin trazia algumas características que iriam consagrar o seu vagabundo Carlitos. Ele usava um chapéu coco, calças largas demais e sapatos vários números acima do ideal. Para dizer a verdade só faltaria o bigodinho quadrado e a bengala para virar Carlitos.
Já nessa época ainda muito inicial da carreira de Chaplin ele sabia que o público provavelmente não iria rir de alguém tentando arrancar risos de qualquer forma. Seus personagens eram geralmente homens sérios que colocados em situações constrangedoras tentavam manter a dignidade a todo custo. Dessa situação comprometedora nascia o riso. Foi graças ao cambaleante bêbado que Chaplin chegou pela primeira vez em Nova Iorque após uma longa viagem de navio, passando primeiro pelo gelado Canadá. Por essa época Chaplin apenas ouvira falar dessa nova invenção, o cinema e de como os artistas estavam ficando ricos com a comercialização dos filmes. Mal sabia ele o que o destino estava lhe reservando.
Pablo Aluísio.
Quando Fred Karno o contratou para participar de sua companhia de humor ele não levava muita fé em Chaplin. Dizia que Charles não tinha "alma de palhaço" e tampouco era simpático o suficiente para ter carisma junto ao público. Ironicamente foi através de Karno que Chaplin acabou viajando em excursão para os Estados Unidos, indo parar em Hollywood na Califórnia, a capital mundial do cinema naquela época.
O primeiro grande personagem de sucesso que Chaplin interpretou no teatro, em uma peça produzida justamente por Karno, era a de um bêbado que chegava tarde da noite e ao abrir a porta descobria que não estava em seu apartamento, mas em outro lugar completamente desconhecido para ele. Já nesse papel Chaplin trazia algumas características que iriam consagrar o seu vagabundo Carlitos. Ele usava um chapéu coco, calças largas demais e sapatos vários números acima do ideal. Para dizer a verdade só faltaria o bigodinho quadrado e a bengala para virar Carlitos.
Já nessa época ainda muito inicial da carreira de Chaplin ele sabia que o público provavelmente não iria rir de alguém tentando arrancar risos de qualquer forma. Seus personagens eram geralmente homens sérios que colocados em situações constrangedoras tentavam manter a dignidade a todo custo. Dessa situação comprometedora nascia o riso. Foi graças ao cambaleante bêbado que Chaplin chegou pela primeira vez em Nova Iorque após uma longa viagem de navio, passando primeiro pelo gelado Canadá. Por essa época Chaplin apenas ouvira falar dessa nova invenção, o cinema e de como os artistas estavam ficando ricos com a comercialização dos filmes. Mal sabia ele o que o destino estava lhe reservando.
Pablo Aluísio.
Aretha Franklin e o Cinema
Como está sendo amplamente divulgado pela imprensa mundial hoje, a cantora Aretha Franklin faleceu aos 79 anos de idade. Por uma dessas ironias do destino ele morre na mesma data de Elvis Presley e do aniversário de Madonna. O tipo de coisa que apenas os deuses da música poderiam explicar.
Sua carreira no mundo da música foi longa, produtiva e maravilhosa. No total gravou 45 discos, alguns dos quais trazendo clássicos eternos da música internacional. No mundo do cinema ela fez pequenas e raras participações em filmes. A cantora sempre dizia que não era atriz e que por isso jamais atuaria no cinema. Bom, quase cumpriu a promessa.
Sua estreia em um filme só aconteceu em 1972, na produção Room 222. Nesse caso o impulso para aparecer na tela veio do próprio roteiro. No enredo um professor negro tentava ensinar tolerância aos seus alunos usando para isso a obra do grande Walt Whitman. A proposta foi tão bem-vinda entre a comunidade negra dos Estados Unidos que Aretha resolveu participar, nem que fosse apenas para trazer mais publicidade ao filme em si em jornais, revistas, etc.
Depois disso ela levou oito anos para voltar a participar de um filme. Foi em "Os Irmãos Cara de Pau" de '1980 que ela resolveu voltar atuando basicamente como ela mesma, uma talentosa cantora de soul. Foram precisos muitos pedidos e solicitações por parte de John Belushi para que ela se rendesse, assumindo o divertido papel de Mrs. Murphy. Depois dessa experiência, que ela até gostou bastante, a cantora decidiu que só iria participar de produções onde a música estivesse em primeiro plano. Começando em "Eurythmics: Sisters Are Doin' It for Themselves" de 1985 até "Aretha Franklin: Here We Go Again" de 1998 foram muitos os filmes e documentários trazendo basicamente apenas seus concertos, seus shows e clips, todos visando a promoção de seus discos. Nesse aspecto Aretha Franklin decidiu se focar em seu maior talento, o de cantora talentosa, uma das maiores da história.
Pablo Aluísio.
Sua carreira no mundo da música foi longa, produtiva e maravilhosa. No total gravou 45 discos, alguns dos quais trazendo clássicos eternos da música internacional. No mundo do cinema ela fez pequenas e raras participações em filmes. A cantora sempre dizia que não era atriz e que por isso jamais atuaria no cinema. Bom, quase cumpriu a promessa.
Sua estreia em um filme só aconteceu em 1972, na produção Room 222. Nesse caso o impulso para aparecer na tela veio do próprio roteiro. No enredo um professor negro tentava ensinar tolerância aos seus alunos usando para isso a obra do grande Walt Whitman. A proposta foi tão bem-vinda entre a comunidade negra dos Estados Unidos que Aretha resolveu participar, nem que fosse apenas para trazer mais publicidade ao filme em si em jornais, revistas, etc.
Depois disso ela levou oito anos para voltar a participar de um filme. Foi em "Os Irmãos Cara de Pau" de '1980 que ela resolveu voltar atuando basicamente como ela mesma, uma talentosa cantora de soul. Foram precisos muitos pedidos e solicitações por parte de John Belushi para que ela se rendesse, assumindo o divertido papel de Mrs. Murphy. Depois dessa experiência, que ela até gostou bastante, a cantora decidiu que só iria participar de produções onde a música estivesse em primeiro plano. Começando em "Eurythmics: Sisters Are Doin' It for Themselves" de 1985 até "Aretha Franklin: Here We Go Again" de 1998 foram muitos os filmes e documentários trazendo basicamente apenas seus concertos, seus shows e clips, todos visando a promoção de seus discos. Nesse aspecto Aretha Franklin decidiu se focar em seu maior talento, o de cantora talentosa, uma das maiores da história.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
85 Anos de Audrey Hepburn
Segue texto escrito em maio de 2014. Se estivesse viva a belga Audrey Kathleen Ruston ou como ficou internacionalmente conhecida, Audrey Hepburn, estaria completando nesse dia 4 de maio seu aniversário de 85 anos de idade. Audrey foi durante décadas símbolo de elegância e finesse feminina em (poucos) 31 filmes de que participou. É até de se admirar que ela tenha virado um mito da sétima arte com uma filmografia tão pequena, isso em uma época em que era comum atrizes e atores atingirem a marca das cem produções. Qual afinal foi seu diferencial? Audrey Hepburn era de certa forma a antítese das estrelas de cinema que se destacavam por uma sensualidade mais latente, quase vulgar. O símbolo máximo era Marilyn Monroe com toda a sua sexualidade à flor da pele. Audrey não era loira, nem alta, não tinha seios fartos e nem bumbum arrebitado. Na verdade seu estilo era bem outro, mais contido, sem roupas extravagantes, mas extremamente finas e elegantes. Não tardou e virou um símbolo também do mundo da alta costura.
Assim sua imagem ficou associada a outro padrão de beleza. Não a da loira sensual mas sim da mulher que primava pela sofisticação no estilo de se vestir e se comportar. Como havia nascida na Europa ela herdou todo o requinte do velho continente. Sua estreia nas telas se deu no distante ano de 1951 quando interpretou uma simples recepcionista em "One Wild Oat". Era apenas uma jovenzinha tentando chamar a atenção, aceitando o que aparecia pela frente, inclusive personagens inexpressivos que nem nomes possuíam. Sua sorte porém mudaria completamente dois anos depois quando estrelou ao lado de Gregory Peck o clássico romântico "A Princesa e o Plebeu". Depois desse filme sua persona nas telas ficou definida para sempre. Audrey interpretaria uma série de mulheres elegantes, simples mas sofisticadas, com um bom gosto para o mundo da moda à toda prova.
Um ano depois arrasou em "Sabrina", romance sofisticado dirigido pelo grande Billy Wilder. O cineasta que havia perdido a cabeça com as manias de Marilyn Monroe em "Quanto Mais Quente Melhor" viu em Audrey Hepburn o tipo de atriz que tanto procurava. Ótima profissional, sempre com o texto na ponta da língua, além de muito educada, fina e requintada. Ao longo da carreira Hepburn sempre tivera a sorte grande de contracenar com grandes ídolos da história de Hollywood. Já tinha tido a sorte de dividir a tela com Gregory Peck e em "Sabrina" novamente atuou ao lado de dois grandes nomes do cinema americano, Humphrey Bogart e William Holden. O filme fez grande sucesso de bilheteria e até hoje é visto como um modelo para os filmes românticos.
Parecia que Audrey havia chegado ao topo da carreira após esses excelentes filmes mas para sua surpresa o melhor ainda estaria por vir. O clássico "Guerra e Paz", a simpática "Cinderela em Paris" e o drama "Uma Cruz à Beira do Abismo" consolidaram sua carreira de uma vez por todas. Por suas atuações ela deixou de ser simplesmente considerada uma atriz bonita que interpretava personagens gracinhas para ser levada à sério também como profissional séria e respeitada. A Academia já tinha reconhecido isso. Ela foi indicada cinco vezes ao Oscar, tendo vencido justamente por "A Princesa e o Plebeu".
Em 1961 Audrey Hepburn realizou aquele que é considerado o maior clássico de sua carreira, "Bonequinha de Luxo". O roteiro era do grande escritor Truman Capote e a direção de Blake Edwards combinou perfeitamente com o texto, ora irônico, ora mordaz, mas sempre por demais intrigante e inteligente. A atuação como Holly Golightly entrou definitivamente no inconsciente coletivo da sétima arte e sua imagem com aquele figurino se tornaria definitiva para Hepburn em sua carreira. Ela recebeu mais uma indicação ao Oscar e mais uma aclamação popular pois o filme foi mais um grande sucesso de bilheteria.
A partir daí sua carreira foi recheada de bons filmes que ela foi realizando com certa regularidade até 1967. Nesse ano, após realizar o ótimo "Um Clarão nas Trevas", Audrey Hepburn decidiu que era hora de dar uma parada. Retirou-se do cinema e ficou por longos nove anos fora das telas. Queria repensar sua carreira e retomar aspectos de sua vida pessoal que para ela tinham sido deixados de lado. Só voltaria mesmo em 1976 com o subestimado "Robin e Marian". Foi uma experiência válida mas não muito prazerosa para a atriz que tinha focado sua vida em outros interesses, inclusive assuntos humanitários, causa que ela defenderia até o fim de seus dias.
Audrey Hepburn deu adeus definitivamente à sétima arte em 1989 no lírico "Além da Eternidade" de Steven Spielberg. O diretor utilizou de toda a sua influência para que o mito voltasse para uma última aparição. Ela interpretava um anjo, algo muito adequado aliás. Embora não tenha sido um grande filme a produção cumpriu bem seus objetivos. Sem dúvida uma despedida digna do cinema para um de seus maiores mitos. Hepburn morreria alguns anos depois, com apenas 63 anos, em sua propriedade particular na Suíça, na cidade de Tolochenaz.
O Melhor de Audrey Hepburn
A Princesa e o Plebeu (1953)
Sabrina (1954)
Cinderela em Paris (1957)
Uma Cruz à Beira do Abismo (1959)
Bonequinha de Luxo (1961)
Infâmia (1961)
Charada (1963)
Minha Bela Dama (1964)
Um Clarão nas Trevas (1967)
Robin e Mariah (1976)
Pablo Aluísio.
Assim sua imagem ficou associada a outro padrão de beleza. Não a da loira sensual mas sim da mulher que primava pela sofisticação no estilo de se vestir e se comportar. Como havia nascida na Europa ela herdou todo o requinte do velho continente. Sua estreia nas telas se deu no distante ano de 1951 quando interpretou uma simples recepcionista em "One Wild Oat". Era apenas uma jovenzinha tentando chamar a atenção, aceitando o que aparecia pela frente, inclusive personagens inexpressivos que nem nomes possuíam. Sua sorte porém mudaria completamente dois anos depois quando estrelou ao lado de Gregory Peck o clássico romântico "A Princesa e o Plebeu". Depois desse filme sua persona nas telas ficou definida para sempre. Audrey interpretaria uma série de mulheres elegantes, simples mas sofisticadas, com um bom gosto para o mundo da moda à toda prova.
Um ano depois arrasou em "Sabrina", romance sofisticado dirigido pelo grande Billy Wilder. O cineasta que havia perdido a cabeça com as manias de Marilyn Monroe em "Quanto Mais Quente Melhor" viu em Audrey Hepburn o tipo de atriz que tanto procurava. Ótima profissional, sempre com o texto na ponta da língua, além de muito educada, fina e requintada. Ao longo da carreira Hepburn sempre tivera a sorte grande de contracenar com grandes ídolos da história de Hollywood. Já tinha tido a sorte de dividir a tela com Gregory Peck e em "Sabrina" novamente atuou ao lado de dois grandes nomes do cinema americano, Humphrey Bogart e William Holden. O filme fez grande sucesso de bilheteria e até hoje é visto como um modelo para os filmes românticos.
Parecia que Audrey havia chegado ao topo da carreira após esses excelentes filmes mas para sua surpresa o melhor ainda estaria por vir. O clássico "Guerra e Paz", a simpática "Cinderela em Paris" e o drama "Uma Cruz à Beira do Abismo" consolidaram sua carreira de uma vez por todas. Por suas atuações ela deixou de ser simplesmente considerada uma atriz bonita que interpretava personagens gracinhas para ser levada à sério também como profissional séria e respeitada. A Academia já tinha reconhecido isso. Ela foi indicada cinco vezes ao Oscar, tendo vencido justamente por "A Princesa e o Plebeu".
Em 1961 Audrey Hepburn realizou aquele que é considerado o maior clássico de sua carreira, "Bonequinha de Luxo". O roteiro era do grande escritor Truman Capote e a direção de Blake Edwards combinou perfeitamente com o texto, ora irônico, ora mordaz, mas sempre por demais intrigante e inteligente. A atuação como Holly Golightly entrou definitivamente no inconsciente coletivo da sétima arte e sua imagem com aquele figurino se tornaria definitiva para Hepburn em sua carreira. Ela recebeu mais uma indicação ao Oscar e mais uma aclamação popular pois o filme foi mais um grande sucesso de bilheteria.
A partir daí sua carreira foi recheada de bons filmes que ela foi realizando com certa regularidade até 1967. Nesse ano, após realizar o ótimo "Um Clarão nas Trevas", Audrey Hepburn decidiu que era hora de dar uma parada. Retirou-se do cinema e ficou por longos nove anos fora das telas. Queria repensar sua carreira e retomar aspectos de sua vida pessoal que para ela tinham sido deixados de lado. Só voltaria mesmo em 1976 com o subestimado "Robin e Marian". Foi uma experiência válida mas não muito prazerosa para a atriz que tinha focado sua vida em outros interesses, inclusive assuntos humanitários, causa que ela defenderia até o fim de seus dias.
Audrey Hepburn deu adeus definitivamente à sétima arte em 1989 no lírico "Além da Eternidade" de Steven Spielberg. O diretor utilizou de toda a sua influência para que o mito voltasse para uma última aparição. Ela interpretava um anjo, algo muito adequado aliás. Embora não tenha sido um grande filme a produção cumpriu bem seus objetivos. Sem dúvida uma despedida digna do cinema para um de seus maiores mitos. Hepburn morreria alguns anos depois, com apenas 63 anos, em sua propriedade particular na Suíça, na cidade de Tolochenaz.
O Melhor de Audrey Hepburn
A Princesa e o Plebeu (1953)
Sabrina (1954)
Cinderela em Paris (1957)
Uma Cruz à Beira do Abismo (1959)
Bonequinha de Luxo (1961)
Infâmia (1961)
Charada (1963)
Minha Bela Dama (1964)
Um Clarão nas Trevas (1967)
Robin e Mariah (1976)
Pablo Aluísio.
Paul Newman - O Doce Pássaro da Juventude
Interpretar uma espécie de gigolô de luxo e ainda se sair bem em cena, criando um vínculo com o espectador não era para qualquer um. Pois Paul Newman conseguiu esse feito no filme "O Doce Pássaro da Juventude" em 1962; O roteiro era baseado em texto de Tennessee Williams, um autor especializado em mostrar o lado mais sórdido do ser humano. Geralmente em suas peças teatrais havia uma enorme galeria de personagens que fugiam completamente do convencional.
Aqui Newman faz uma excelente parceria com a atriz Geraldine Page. Eles formam um casal que retorna para uma cidadezinha lazarenta dos rincões, onde ela pretende ajustar contas com seu passado. Atriz de cinema decadente, completamente dominada pela bebida, ele vê uma última chance de passar seu suposto sucesso na cara de todas aquelas pessoas que a deseprezaram.
O roteiro foi adaptado para o cinema para ser estrelado por Marlon Brando, mas ele na última hora resolveu pular fora do projeto. Brando passava por uma época estranha e complicada de sua vida pessoal e profissional. Ao se envolver com mulheres erradas acabou se envolvendo em inúmeros problemas jurídicos, processos e até tentativas de assassinato. Com isso meio que jogou sua carreira no cinema na lata de lixo. Desprezou bons filmes e excelentes roteiros para atuar em filmes menores - alguns bem ruins - apenas por ser amigo de seus diretores.
Coube então a Newman pegar a vaga. Foi ótimo para ele que já vinha se destacando cada vez mais. Ao contrário de Brando, sempre rebelde e avesso às regras da sociedade, Paul Newman levava muito à sério seu trabalho como ator. Por isso sempre que aparecia uma boa oportunidade como essa, de estrelar um filme baseado em Tennessee Williams, ele corria atrás. Considerado pelos estúdios como bom profissional, correto e sério nas filmagens, acabou herdando muitos papéis que eram inicialmente destinados a Brando, sempre tão complicado de se lidar durante uma filmagem.
Pablo Aluísio.
Aqui Newman faz uma excelente parceria com a atriz Geraldine Page. Eles formam um casal que retorna para uma cidadezinha lazarenta dos rincões, onde ela pretende ajustar contas com seu passado. Atriz de cinema decadente, completamente dominada pela bebida, ele vê uma última chance de passar seu suposto sucesso na cara de todas aquelas pessoas que a deseprezaram.
O roteiro foi adaptado para o cinema para ser estrelado por Marlon Brando, mas ele na última hora resolveu pular fora do projeto. Brando passava por uma época estranha e complicada de sua vida pessoal e profissional. Ao se envolver com mulheres erradas acabou se envolvendo em inúmeros problemas jurídicos, processos e até tentativas de assassinato. Com isso meio que jogou sua carreira no cinema na lata de lixo. Desprezou bons filmes e excelentes roteiros para atuar em filmes menores - alguns bem ruins - apenas por ser amigo de seus diretores.
Coube então a Newman pegar a vaga. Foi ótimo para ele que já vinha se destacando cada vez mais. Ao contrário de Brando, sempre rebelde e avesso às regras da sociedade, Paul Newman levava muito à sério seu trabalho como ator. Por isso sempre que aparecia uma boa oportunidade como essa, de estrelar um filme baseado em Tennessee Williams, ele corria atrás. Considerado pelos estúdios como bom profissional, correto e sério nas filmagens, acabou herdando muitos papéis que eram inicialmente destinados a Brando, sempre tão complicado de se lidar durante uma filmagem.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
E Assim Nasceu Marilyn Monroe...
Norma Jean era apenas uma modelo sempre em busca de um novo trabalho quando um de seus ensaios numa revista foi parar nas mãos do milionário excêntrico Howard Hughes. Conhecido por suas várias conquistas amorosas, sempre cercado de starlets ele viu algo mais naquela garota. Imediatamente telefonou para o diretor de elenco da Fox e sugeriu que ela fosse contratada. Esse fato deu nascimento a um boato que circulou muitos anos em Hollywood, a de que Marilyn tinha sido mais uma das garotas que circulavam ao redor do Hughes, sempre com uma beldade a tiracolo.
O fato porém é que tudo não passou de um boato pois Marilyn sequer conhecia Hughes e coisas que aconteceram depois parecem confirmar isso. De qualquer maneira Marilyn vibrou ao receber o telefonema do estúdio pois ela vinha em uma situação muito precária, sempre sendo despejada dos pequenos apartamentos em que morava por falta de pagamento do aluguel. Norma Jean nem sempre tinha trabalho e passou por situações de extrema pobreza, por isso aquele contato poderia significar a sua salvação.
Depois de um teste de câmera ela finalmente foi contratada a 75 dólares por semana. A quantia hoje pode parecer irrisória mas na época foi o que salvou literalmente o pescoço da jovem modelo. Antes de colocar Norma em algum filme era necessário escolher um nome artístico para ela. Norma Jean estava fora de cogitação pois soava como algo caipira, lá das brenhas do sul. Assim o diretor de elenco da Fox saiu atrás de algum nome mais sugestivo. Inicialmente escolheu Carolyn Lind, a junção do nome de duas outras atrizes, uma delas falecida, a saudosa Carolyn Lombard. Norma não gostou muito daquilo, além disso logo todos concordaram que não estava soando muito bem.
Assim se procurou por algo melhor e alguém sugeriu Marilyn (um nome sonoro que se parecia até com Carolyn). E o sobrenome? Esse foi escolhido pela própria Norma que lembrou-se do sobrenome de sua avó, Monroe! Parecia perfeito já que os dois Ms poderiam lhe trazer sorte. Assim Norma Jean virou Marilyn Monroe, um dos maiores mitos sexuais da história de Hollywood. No departamento de maquiagem e figurino o visual de Marilyn não causou nenhum impacto. Seus cabelos castanhos encaracolados foram considerados pouco sofisticados. Foi assim que ela também virou uma loira de arrasar. O mito Marilyn Monroe estava nascendo...
Pablo Aluísio.
O fato porém é que tudo não passou de um boato pois Marilyn sequer conhecia Hughes e coisas que aconteceram depois parecem confirmar isso. De qualquer maneira Marilyn vibrou ao receber o telefonema do estúdio pois ela vinha em uma situação muito precária, sempre sendo despejada dos pequenos apartamentos em que morava por falta de pagamento do aluguel. Norma Jean nem sempre tinha trabalho e passou por situações de extrema pobreza, por isso aquele contato poderia significar a sua salvação.
Depois de um teste de câmera ela finalmente foi contratada a 75 dólares por semana. A quantia hoje pode parecer irrisória mas na época foi o que salvou literalmente o pescoço da jovem modelo. Antes de colocar Norma em algum filme era necessário escolher um nome artístico para ela. Norma Jean estava fora de cogitação pois soava como algo caipira, lá das brenhas do sul. Assim o diretor de elenco da Fox saiu atrás de algum nome mais sugestivo. Inicialmente escolheu Carolyn Lind, a junção do nome de duas outras atrizes, uma delas falecida, a saudosa Carolyn Lombard. Norma não gostou muito daquilo, além disso logo todos concordaram que não estava soando muito bem.
Assim se procurou por algo melhor e alguém sugeriu Marilyn (um nome sonoro que se parecia até com Carolyn). E o sobrenome? Esse foi escolhido pela própria Norma que lembrou-se do sobrenome de sua avó, Monroe! Parecia perfeito já que os dois Ms poderiam lhe trazer sorte. Assim Norma Jean virou Marilyn Monroe, um dos maiores mitos sexuais da história de Hollywood. No departamento de maquiagem e figurino o visual de Marilyn não causou nenhum impacto. Seus cabelos castanhos encaracolados foram considerados pouco sofisticados. Foi assim que ela também virou uma loira de arrasar. O mito Marilyn Monroe estava nascendo...
Pablo Aluísio.
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