quarta-feira, 30 de março de 2011

Jesus e o Buraco na Agulha

Disse Jesus: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Para contornar uma mensagem tão forte muito já foi dito e escrito. De que não foi bem isso que Jesus quis dizer, que agulha não é agulha, que mexeram no texto original do novo evangelho. Outros dizem que foi o imperador Constantino que escreveu a frase! Mil teorias da conspiração! Afinal esse tipo de frase não ajuda em nada para aqueles quer querem vender riqueza e prosperidade em cultos dominicais. É embaraçoso e vergonhoso. E o pior é que temos uma frase saída da boca do próprio Jesus. Frase definitiva!

Mas foi isso mesmo que Jesus afirmou. Agulha é agulha mesmo. Desde os tempos de Jesus já existia agulha que era usada para costurar as roupas, etc. Jesus quis dizer o que está na frase mesmo, ele foi claro. Agora se isso incomoda alguns, aí já é outra história. Jesus ensinou o desapego aos bens materiais. As pessoas no Brasil hoje vão às igrejas em busca de riqueza material. Quem prometeu riquezas no mundo foi o Diabo. Quem vai numa igreja pedir riqueza material certamente não segue Jesus e nem está fazendo pacto com ele. Está fazendo pacto com outro ser, aquele que caiu do céu, mais conhecido como Lúcifer. Esse topa pacto para trazer riquezas.

O verdadeiro Jesus é aquele que dizia que era tão pobre que não tinha nem onde repousar sua cabeça de noite. A verdadeira mensagem de Jesus nada tem a ver com riquezas. O resto é alienação e fanatismo de gente besta. Na verdade quem prometeu riquezas materiais foi o Diabo, o anjo que foi expulso do céu. Ele que surge no evangelho prometendo riquezas a Jesus. Assim quem tenta formar pactos de riqueza com sua religião pobre e rasa, na verdade está firmando pacto não com Jesus, mas sim com Lúcifer! Pense sobre isso.

Pode existir um rico que não tenha apego e amor ao dinheiro, aos bens que possui? Sim, pode existir, mas é algo muito raro, muito raro. O rico médio é o escravo do dinheiro, é dinheirista, o que ama mesmo o vil metal. Ser rico e ser elevado espiritualmente é tão raro como um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Eis o que Jesus deixou em sua mensagem. A maioria dos ricos amam sua riqueza, sua fortuna. Eles não amam Jesus de verdade e nem tampouco sua mensagem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de março de 2011

Voltaire e seu pensamento sobre a religião

François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, escreveu certa vez a seguinte frase: "A Religião começou quando o primeiro patife conheceu o primeiro tolo!". Era claramente uma crítica, das mais pesadas, ao clero de seu tempo. Voltaire foi um dos pensadores mais influentes da revolução francesa e seu pensamento não poderia passar à margem do que acontecia dentro da sociedade da França em sua época.

Havia três setores básicos dentro da sociedade francesa. O chamado Primeiro Estado era composto pela nobreza. Rei e seus súditos mais próximos, todos vivendo no alto luxo de palácios suntuosos como Versalhes. Não trabalhavam, apenas viviam de festas e jantares à luz de velas. A nobreza custava muito caro ao povo francês. Comandava também as forças militares com mão de ferro. Não havia separação de poderes. O Rei era o executor, criador e aplicador das leis, tudo ao seu puro ponto de vista. Sua opinião era a lei, no final das contas.

O Segundo Estado era formado pelo Clero. Altamente corrupto, corrompido e destrutivo para o povo da França. Era o setor religioso que tinha como principal objetivo controlar as massas, segundo o ponto de vista de Voltaire. E como era feito esse controle social? Ora usando da própria doutrina religiosa que prometia um céu aos bem comportados, aos que aguentavam o peso de uma vida de sofrimentos, de trabalho duro nos campos. Todos trabalhando em prol dos parasitas da sociedade (que eram, segundo Voltaire, os nobres e os religiosos).

Por isso em sua frase há muito conteúdo. Os patifes, para o pensador, eram os nobres, os religiosos, o clero corrompido. Esses enganavam o povo, que era o tolo de sua frase lapidar. O povo trabalhava de sol a sol para dar boa vida aos membros da nobreza e do clero. Os nobres e o clero viviam na riqueza, em grandes palácios. O povo que produzia toda a riqueza do país vivia em casas miseráveis, nos campos, sem ajuda nenhuma por parte do Estado francês. Diante de um quadro tão grave de injustiças que poderia discordar de seu pensamento?

Pablo Aluísio.

Papa Alexandre VII

Depois de Alexandre VI, poucos poderiam prever que haveria um Alexandre VII, isso porque o sexto havia deixado muito a desejar, se envolvendo com escândalos e corrupção das mais variadas formas. Que Papa iria se assumir como o sétimo dessa linhagem? Mas sim, houve esse Papa. O Cardeal  Fabio Chigi assumiu o título de Papa Alexandre VII quando foi eleito no ano de 1655.

Ele era natural de Siena, na Itália, e nasceu no dia 13 de fevereiro de 1599. Ao longo de sua vida no clero exerceu inúmeros postos na hierarquia da Igreja Católica e se tornou um homem importante dentro da instituição quando se tornou secretário de Estado do Vaticano, sendo uma espécie de braço direito do Papa Inocêncio X. Homem estudioso, poeta e escritor, ele contou também com alianças familiares para subir em sua carreira. Era sobrinho do Papa Paulo V.

Começou como um Papa extremamente humilde e devoto que odiava o luxo de Roma. Dizia-se que mantinha seu próprio caixão por perto, para que sempre lembrasse que era um homem mortal que um dia morreria. Porém com o tempo e o poder esse Papa foi perdendo parte dessa mentalidade. Passou a se sentir confortável com todo o luxo do Vaticano e passou a empregar parentes, revelando um de seus piores pecados, o nepotismo.

Ele que havia sido inquisidor também mostrava pouca tolerância para com pessoas que eram consideradas hereges pela doutrina católica. Isso dificultava a diplomacia do Vaticano em relação a embaixadores de países protestantes. Ele morreu de insuficiência renal, após ficar 12 anos no trono de Pedro. Crônicas da época diziam que ele ainda mantinha seu caixão por perto e morreu após rezar a missa da Páscoa, mesmo contra a opinião de seus médicos pessoais. Foi um Papa controvertido, amado e odiado pelas pessoas de sua época na mesma proporção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Deus está Morto!

Certa vez Friedrich Nietzsche escreveu a impactante frase: "Deus está Morto!". Claro que isso mexeu com os brios de muitos. Só que esqueceram mesmo de analisar a fundo o que havia por trás de uma afirmação tão polêmica e sugestiva. A verdade é que temos que analisar um pouco o contexto histórico da própria vida do escritor e filósofo Nietzsche.

Ele nasceu em uma família muito religiosa. E isso naquela época significava ser criado em um núcleo familiar muito fechado, muito opressor. Tudo era pecado, tudo ia contra a vontade de Deus. As pessoas se vestiam de negro, as casas eram escuras e mal ventiladas. Era complicado até mesmo respirar em um ambiente como aquele. Castigos físicos eram naturais. Qualquer frase mal colocado era reprimida com um forte tapa na cara!

É natural que sendo uma pessoa sensível e inteligente como Nietzsche ele algum dia iria se revoltar contra aquilo tudo, contra aquela loucura onde seres espirituais cuidavam e puniam os vivos. Mortos cuidando da vida de pessoas vivas! Onde algo assim iria fazer algum sentido? Nietzsche leu o evangelho, o estudou com cuidado. Ele foi um ser humano dos mais inteligentes e logo descobriu que na prática nada do que estava nos textos do evangelho era aplicado. Muitas vezes era o oposto disso! As pessoas mais religiosas da comunidade eram as piores. Verdadeiros patifes!

O pai queria que ele fosse pastor, mas Nietzsche conhecia os religiosos de seu tempo. Eram todos grandes hipócritas, gente que lia uma coisa e que na vida fazia outra. O Deus estava mesmo morto! Se formos levar em conta o Deus idealizado dos primeiros escritos cristãos, certamente está morto! O Deus original foi deixado de lado, principalmente no Brasil onde a religiosidade se resume a fanatismo e busca por bens materiais. Deus está morto e foi morto por todos os que diziam seguir sua mensagem.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2011

Marx e o Ópio do Povo

Karl Marx certa vez escreveu a seguinte frase: "A Religião é o Ópio do povo". O que ele quis dizer com isso? Ora, em muitos países a religião era usada para manter a mesma exploração de classes que sempre existiu. O povo pobre e oprimido que trabalha para ser explorado por classes mais ricas tinha mesmo que ter algo para amanciar sua ira natural. A religião, quando usada como ferramenta de opressão e alienação, se cabe muito bem nesse papel.

A religião, principalmente em termos de Brasil, está corroída pela corrupção religiosa. E até as pedras da calçada sabem disso. Aqui no Brasil a religião é tão rasa e pobre que a tal teologia da prosperidade avança cada vez mais. Vá para a igreja, fique rico! 

É tudo tão grotesco, mas serve para enriquecer ainda mais as classes superiores. Já os mais pobres afundam ainda mais na pobreza. A desigualdade social se aprofunda. Nâo é para menos que o Brasil é um dos países mais desiguais de todo o mundo. Chega a um patamar vergonhoso.

Marx dizia que a religião é um véu, que aliena os povos. Enquanto as classes pobres são exploradas elas são alienadas com religião, tal como se fosse uma droga, o ópio. Nesse ponto ainda podemos discordar? Marx viveu sua época e presenciou o que acontecia ao seu redor. Imagine se ele pudesse ter contato com a situação do Brasil atual. Certamente daria uma farta gargalhada com o que veria. Afinal nada confirma mais sua frase do que o que acontece atualmente.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de março de 2011

Duas Lendas sobre Jesus Cristo

Duas Lendas sobre Jesus Cristo
Existem duas lendas sobre Jesus que nunca poderão ser confirmadas, nem pelos historiadores mais especialistas na sua vida. A primeira lenda afirma que Jesus era casado com Maria Madalena. O novo testamento silencia sobre o tema. Nem diz que Jesus era casado e nem que era solteiro. Para falar a verdade as escrituras estão interessadas na mensagem e nos milagres de Jesus e não sua vida amorosa, sentimental. O evangelho era realmente cheio de lacunas. Não existe nada sobre a vida civil de Jesus e nem sequer uma descrição física de como ele era. São situações que ficam no limbo. De qualquer maneira se essas duas lendas fossem confirmadas seria uma abalo e tanto na doutrina cristã.

O que historiadores podem fazer é analisar o tempo de Jesus. Naquela época um homem solteiro com mais de 30 anos de idade seria mal visto pela comunidade. Fofocas e rumores sobre sua sexualidade logo se tornariam comuns. E o que dizer de um solteirão que andava rodeado de outros homens? Embora hoje em dia esse tipo de pergunta soe até mesmo absurda, não subestime a mentalidade tacanha das pessoas que viviam no século I. E isso piorava ainda mais no meio de pessoas religiosas. O preconceito seria ainda maior. A doutrina do Judaísmo pregava que um bom judeu tinha que se casar, constituir família e ter muitos filhos. Algo que Jesus realmente ignorou em sua missão. E não nos esqueçamos que Jesus era um judeu. Assim do ponto de vista histórico faria mais sentido se Jesus fosse casado e não solteiro, só que não existem provas concretas sobre essa questão. Uma coisa porém é certa, Maria Madalena foi muito próxima a ele. No mínimo era uma amiga muito, muito íntima. Era sua esposa? Essa pergunta ficará sem resposta pelas limitações históricas das fontes que existem.

Outro rumor ainda choca os cristãos que dele tomam conhecimento. Uma velha lenda, que data inclusive dos primeiros séculos do cristianismo, dizia que Jesus era na verdade filho de um legionário romano chamado Pantera ou Panterus. Maria, ainda não casada oficialmente com José, um homem mais velho e em seu segundo casamento, teria se apaixonado por esse soldado romano. Teria ficado grávida dele. Ora, naquele tempo o Judaísmo afirmava que em tal situação ela devia ser apedrejada em praça pública por seu pecado.

Então a história da virgem Maria teria sido criado para evitar esse fim trágico. Ficou chocado com isso? E o que dizer de antigos textos de religiosos judeus que chamavam Jesus de "o bastardo". Teria alguma ligação com o fato de que José não era o pai verdadeiro de Jesus? E o que aconteceu com seu pai José que simplesmente desaparece do evangelho? Ele morreu antes de Jesus se tornar adulto? E o tal de Panterus, existiu mesmo? Penso que em algum momento Jesus foi alvo de fofocas e mexericos, o que justificaria sua pregação contra esse tipo de comportamento. Jesus dizia que o que tornava impuro o homem não era o que ele comia, mas sim o que saía de sua boca, tal como falar esse tipo de coisa da vida alheia. Entretanto esse tipo de lenda é outra que provavelmente jamais será confirmada. Não existem registros históricos precisos e confiáveis sobre essa questão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Jesus Cristo e os Homossexuais

Jesus Cristo e os Homossexuais
Responda rápido: Em qual versículo Jesus condena a homossexualidade na Bíblia? A resposta é simples: Em nenhum! Não há uma única palavra saída da boca de Jesus que trate sobre o tema da homossexualidade nos textos bíblicos. Ficou surpreso? Pois é, meus caros! Não estava na agenda de Jesus condenar os gays enquanto caminhou pelo mundo. Ele nunca pregou contra a homossexualidade, nunca afirmou nada no sentido de condenar os gays. O que existe é o silêncio completo de Jesus sobre o tema.

E não  havia gays nos tempos de Jesus? Pelo contrário! Jesus caminhou em um mundo onde havia homossexuais por todas as partes. O povo romano que conquistou sua nação seguia uma religião que não tinha barreiras sobre a homossexualidade. Por isso era normal que um cidadão romano fosse gay ou bissexual. Para um romano isso era algo natural. Até mesmo dentro das legiões da Roma Imperial a homossexualidade era algo latente. Era comum o relacionamento entre os próprios legionários que até formavam casais dentro dos acampamentos militares.

Entre os judeus a homossexualidade também eram bem conhecida e disseminada. Sobre esse tema Jesus não tratou. Ao contrário de condenar ele simplesmente dizia que "aquele que nunca pecou que atirasse a primeira pedra!". O curioso é que Jesus nada disse contra gays e a comunidade homossexual de seu tempo, mas pregou muito contra os ditos religiosos hipócritas que lotavam os templos de Jerusalém.

Jesus os chamou de víboras e ladrões. Afirmou que a casa de Deus havia se tornado um covil de ladrões. Pessoas que usavam a religião e a fé em Deus para ficarem ricas. Isso lhe lembrou algo? Lembrou a você sobre gente que fica rica, milionária, com a fé alheia no Brasil? Claro que sim! Esse tipo de gente tirou Jesus de sua habitual calma e pacifismo. Ele virou as bancas dos mercadores do templo. Era contra religiosos cheio de hipocrisia que Jesus mais pregou em vida, não em relação aos gays e bissexuais. Será que esse tipo de explorador da fé ganhará o reino de Deus? Pense sobre isso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Moisés Histórico

O Moisés Histórico
Muitos personagens que aparecem no Velho Testamento parecem ser apenas personagens de literatura. Não foram pessoas reais que existiram. Um caso notório parece ser o de Noé. A história do Dilúvio parece ser apenas uma adaptação de histórias ainda mais antigas de civilizações do chamado Crescente Fértil. É uma boa história, sem dúvida, com a Arca de Nóe e tudo mais, entretanto suas bases, ao que tudo indica, são apenas contos de literatura. Mera ficção. Diria até que com um toque infantil, uma história para ser contada às crianças pois há os bichinhos e tudo mais.

Outro personagem do Velho Testamento que parece nunca ter existido, sendo apenas um personagem de literatura, é o tão aclamado Moisés. A história procura por dupla confirmação, ou seja, para ser considerado um personagem histórico real, Moisés teria que ser citado em outras fontes que não fossem o próprio velho testamento. E teria que ser uma fonte independente do povo judeu. Só que tirando a Bíblia, Moisés não é citado em nenhuma outra obra do mundo antigo. Para um homem que fez tanto pelo seu povo, algo que influenciou em outros povos, era de se esperar que seu nome fosse citado em algum pergaminho, principalmente proveniente do Egito antigo. Só que não existe nada. Silêncio completo e total.

A arqueologia também nunca encontrou nada sobre Moisés. Segundo o velho testamento ele teria caminhado por décadas ao lado de seu povo, por diferentes regiões. E seria uma multidão o seguindo, os judeus que tinham deixado a escravidão do Egito para trás. Milhares de pessoas teriam deixado vestígios históricos de sua passagem. Pesquisas foram feitas, mas a arqueologia nunca encontrou nada nas regiões por onde ele teria passado. Nada, absolutamente nada!

O mesmo problema pode ser encontrado nos antigos reis do povo judeu. Davi e seu filho Salomão, por exemplo, jamais tiveram sua existência histórica confirmada. A lenda do pequeno Davi matando o gigante Golias parece mesmo um conto de pura fantasia. Provavelmente Davi tenha sido apenas um personagem de literatura, tal como o Rei Arthur na Inglaterra. Até que a história e a arqueologia encontrem algo concreto, a existência deles vai continuar sendo apenas nas páginas antigas do velho testamento.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Ressurreição de Jesus

O texto aqui exposto é baseado em opinião de historiadores que estudaram o tempo em que Jesus viveu. Acreditar ou não na ressurreição de um homem como Jesus é questão de fé. Não se trata de uma crítica contra quem acredita. Dito isso vamos ao tema. Para historiadores Jesus não ressuscitou. Essa afirmação se baseia não apenas na questão puramente científica, onde nenhum ser humano jamais ressuscitou, mas também em fatos históricos. Hoje acredita-se que Jesus foi um camponês vindo da Galileia que realmente foi crucificado pelos romanos. Devemos partir desse fato básico para analisar o resto do que nos conta os evangelhos (nem todos, pois a ressurreição não está em todos os evangelhos, pois mais estranho que isso possa parecer ao leitor!).

Olhando para a arqueologia descobre-se que poucos restos mortais de pessoas crucificadas foram preservados pelo tempo. Para falar a verdade a arqueologia histórica possui apenas um osso do pé de um crucificado que sobreviveu ao passar dos milênios. Os romanos eram assassinos profissionais e os soldados que cuidavam da crucificação tinham técnicas especiais para executar os condenados. A tese de que Jesus não ressuscitou, mas apenas sobreviveu ao ato de tortura chamado crucificação não faz o menor sentido. Os romanos jamais deixariam isso acontecer. E os corpos dos crucificados não eram retirados da cruz. Eles ficavam pendurados, apodrecendo, sendo comidos por aves de rapinas e cães selvagens. Era parte do horror da intimidação do império Romano.

Então se o corpo de Jesus desceu da cruz realmente morto, o que aconteceu depois? Segundo o evangelho um homem chamado José de Arimatéia teria pedido a Pilatos que o corpo de Jesus fosse retirado da cruz para que ele o sepultasse em uma tumba recém escavada na rocha. Historiadores do período acreditam que esse homem citado no evangelho jamais existiu. E de que se tal pedido fosse feito a Pilatos ele jamais autorizaria a descida do corpo da cruz. Pilatos era um homem cruel e um déspota assassino de massas. Assim José de Arimatéia seria um personagem de literatura. Isso se baseia no fato de que os Romanos não iriam deixar tirar o corpo de Jesus da cruz. Como escrevi, os Romanos deixavam os mortos ali pendurados como exemplo para os demais. Não havia exceção.

Sem descida do corpo da cruz e sem que Jesus fosse levado para uma tumba, não haveria ressurreição. A narrativa do Novo Testamento ficaria sem base. Então seguindo o exemplo do que costumeiramente acontecia, o que teria acontecido com o corpo de Jesus? Ele teria ficado na cruz por dias, talvez até semanas, até que sobrasse muito pouco. Depois disso os Romanos jogariam os restos mortais em local não sabido do povo. Um ossário com os restos de outros executados. Era uma forma de evitar peregrinações e cultos. Será que foi isso mesmo que aconteceu? Os historiadores se baseiam no que normalmente acontecia naqueles tempos. É algo cruel, mas não devemos nos esquecer que aqueles tempos eram violentos e cruéis por definição.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Deus Falho

O Deus Falho
Afirmam textos religiosos que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Disso tiramos algumas conclusões. Certamente os escritores antigos que escreveram esse trecho queriam seguir o caminho das divindades do passado. Os deuses gregos e romanos tinham dois braços, duas pernas, uma cabeça, um tronco. Hominídeos. A imagem que mostravam era a imagem de um ser humano. E em termos de personalidade também demonstravam semelhanças com os homens. Muitas dessas divindades eram mesquinhas, cruéis, mentirosas e até mesmo criminosas. Tal como o homem. Nisso as antigas religiões, hoje consideradas meras mitologias, eram mais sinceras e honestas.

Porém dentro da tradição judaico-cristã o Deus único é considerado um ser espiritual perfeito e isento de falhas. Ops, temos aí uma contradição. Se Deus (o Jeová) é em tudo semelhante ao homem e esse tem profundas imperfeições, como ele poderia ser perfeito? Aliás se formos ler os textos do antigo testamento veremos que essa divindade realmente não seria perfeita. Os exemplos são muitos. O que você diria de uma divindade que promoveu um dilúvio, matando milhões de seres humanos? Quantos seres humanos inocentes, crianças e mulheres, não morreram nessa atitude de alagar todo o mundo?

Esse Deus das páginas do velho testamento é bem furioso, vingativo e nada bondoso. Apenas com a mensagem de Jesus é que essa divindade, chamada no passado de Jeová ou Yaveh, ganha contornos de amor e devoção. No passado era nitidamente um deus guerreiro, mortal e até mesmo genocida. Aliás de onde vem essa divindade? Historiadores ainda debatem. Alguns dizem que era uma divindade de segundo ou terceiro escalão na Babilônia, onde os judeus eram cativos.

Curiosamente acabou virando o deus único dos judeus em um movimento cultural muito semelhante com o que aconteceu no Egito antigo. O Faraó Akhenaton havia abolido todos os deuses antigos da religião do Egito. Só havia sobrado Aton, o Deus Sol. Era o único que poderia ser cultuado. Por essa época havia muitos judeus vivendo no Egito. Não é de se admirar que tenham adotado o monoteísmo. Por certo acharam uma boa ideia. A conclusão que tiro desse texto é simples e clara aos que leram atentamente. Deuses antigos eram criações da mente humana. Zeus e todos os demais nasciam da criação dos homens. Depois suas histórias de fantasia eram escritas em textos antigos. Uma questão meramente cultural. É literatura, literatura de fantasia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Idioma de Jesus

Qual era o idioma falado por Jesus Cristo? Qual era o idioma falado por ele e seus discípulos? Ora, nos tempos de Jesus, nas regiões por onde ele passou, havia basicamente quatro línguas dominando. O primeiro idioma era o hebraico. Essa era a língua original do povo judeu. Foi no hebraico antigo que os primeiros capítulos do velho testamento foram escritos. Era a língua também falada pelos sacerdotes em seus rituais religiosos. Não era a língua porém que o povo falava nas ruas e cidades da Judeia. Esse idioma falado por todos era o aramaico, língua que de certo modo se assemelhava ao hebraico, mas que desse se diferenciava por ser uma língua que os judeus aprenderam na Mesopotâmia, quando eram cativos da Babilônia.

Outras duas línguas usadas na época de Jesus eram o grego e o latim. O grego era a língua da cultura, dos intelectuais. Era considerada naqueles tempos antigos a língua universal, que todos os povos conhecidos poderiam falar. Exercia a mesma função do inglês nos dias atuais. Já o latim era a língua do povo romano, dos militares romanos, das legiões de Roma. O latim não era ensinado aos povos conquistados pelo império romano por uma questão prática, de Estado. Era melhor que essa língua se tornasse exclusiva dos soldados, para que eles se comunicassem sem que os povos conquistados soubessem o que eles diziam, quais eram as ordens dadas, etc.

Diante dessas quatro línguas, qual seria a falada por Jesus de Nazaré? Para os estudiosos e historiadores não há dúvidas que Jesus falava aramaico. Essa era a língua do povo judeu da época. O hebraico estava mais restrito aos estudiosos dos antigos textos sagrados, dos templos, etc. O aramaico era a língua falada no dia a dia, das ruas, das praças, etc. Hoje em dia é considerada uma língua morta, só falada por pequenos grupos em vilas no interior da Síria. Também é provável que Jesus falasse e entendesse hebraico, uma vez que ele esteve diversas vezes nos templos e nas sinagogas. E nesses ambientes o hebraico era a língua oficial.

Do latim e do grego não há muitas referências. No máximo se pode deduzir que Jesus tenha se comunicado com o centurião romano em grego e não em latim, pois o grego era a língua universal. No mais, as últimas palavras ditas por Jesus na cruz eram claramente do idioma aramaico pois trechos originais dessas frases chegaram até nós. Lembrando que o novo testamento foi escrito em grego e não em latim, nem hebraico e nem aramaico. Mesmo assim esses escritores em grego deixaram algumas palavras na língua nativa de Jesus, o aramaico. Com o passar dos séculos o aramaico passou a ser associado a uma "língua de escravos", algo que os judeus queriam esquecer de seu passado. Assim houve uma revalorização do hebraico, sendo nos dias de hoje a língua oficial de todos os povos judeus ao redor do mundo.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de março de 2011

Arquivos do Vaticano - Edição VIII

A Origem de Satanás - É curioso que ao longo do velho Testamento o personagem Satã assumiu diversas moldagens teológicas. No começo Satã era considerado apenas um anjo adversário, mas ainda sob a submissão de Deus. Era o adversário, o acusador. Essa persona pode ser encontrada nas primeiras referências a esse anjo nas escrituras. Muitos inclusive defendem a ideia de que Satã aqui não se referia a um anjo em particular, mas a qualquer anjo que se colocasse como adversário do homem.

Depois, com o passar dos textos sagrados, ainda no Velho Testamento, Satã finalmente assume uma identidade própria. Deixa de ser um adjetivo, para se tornar um substantivo, vira realmente um personagem próprio e não uma referência um tanto vaga. Ele se torna um príncipe entre os demônios. Um líder do inferno. É interessante também notar que Satã continua sendo referido como a um anjo, mas agora como um chefe angelical de principados infernais. Outro ponto que muitos teólogos afirmam é que Satanás não é Lúcifer. São dois anjos diferentes. Satanás também não deve ser confundido apenas com a figura do Diabo. Esse termo diabo é um gênero, assim como demônio. Satã seria um ser dessa categoria.

Na língua aramaica Satã vira Satanás. Lembre-se que o aramaico era a língua falada por Jesus e seus apóstolos. No Novo Testamento Satanás ganha os contornos que conhecemos hoje em dia, uma criatura totalmente do mal. um ente que vive para destruir Deus e a humanidade. Nas palavras do próprio Jesus essa entidade maléfica seria "mentiroso e assassino desde o começo dos tempos". Por isso Jesus nunca dialoga com Satanás, ele simplesmente o expulsa quando o encontra.

Um aspecto a se levar em conta é que Satanás sempre surge como criatura, abaixo de Deus, mesmo quando identificado como um anjo. Ele seria um anjo caído, que foi expulso do céu. Por isso pessoalmente não acredito nas teorias que afirmam que Satanás seria apenas uma influência do Zoroastrismo, uma religião antiga em que existiam dois deuses, um do bem e outro do mal. Satanás nunca é retratado na Bíblia como um Deus, pelo contrário, ele jamais foi um criador, mas apenas uma criatura mesmo.

A Origem dos Anjos
Qual é a origem dos anjos? Essa pergunta pode ser respondida do ponto de vista da literatura, como também do ponto de vista da crença, da doutrina judaica. Na literatura não há como precisar a origem dos anjos nos textos. Ao que tudo indica a existência de seres angelicais era algo natural entre o povo judeu antigo. E mais do que isso, nas religiões persas, do Egito antigo e da Mesopotâmia já havia referências a seres alados que seriam uma intermediação entre os deuses e os homens. Assim os anjos não surgiram inicialmente nos textos religiosos dos povos judeus. Religiões ainda mais antigas já apresentavam esses personagens.

No ponto de vista da doutrina e da crença, rabinos do passado tentaram chegar na data exata da criação dos anjos. Alguns rabinos defendiam que os anjos tinham sido criados por Deus no segundo dia da criação. Outros defendiam que os anjos surgiram no quinto dia. O que não poderia ser aceito pelo judaísmo era a possibilidade dos anjos terem ajudado Deus na criação do universo. Eles também rejeitaram de todas as maneiras a possibilidade da criação dos anjos no primeiro dia do surgimento do universo criado por Deus.

Agora algo parece ser certo dentro da doutrina do judaísmo. Os anjos teriam surgido antes da criação dos seres humanos. Tanto que nas lendas mais antigas alguns dos anjos do Senhor teriam ficado enciumados e chocados com a criação dos homens. E isso teria piorado quando Deus teria determinado que os anjos protegessem a humanidade. A revolta de alguns anjos teria dado origem a uma guerra angelical, onde um terço dos anjos teriam sido jogados no inferno, sendo liderados por Lúcifer, que antes de sua queda seria o anjo mais maravilhoso do céu, o "filho da manhã". 

Papa Francisco mostra preocupação com Golpe Militar
O Papa Francisco mostrou solidariedade com o povo de Mianmar. O país sofreu um violento golpe militar nos últimos dias. Com brutalidade e o velho estigma de estupidez que caracteriza esse tipo de golpe de Estado, os militares daquele país retiraram do poder o governo civil de Aung San Suu Kyi. Depois fecharam e censuraram o acesso às redes sociais. Como se isso não fosse o bastante decidiram de forma arbitrária simplesmente cortar todo o acesso à internet no país. Quem tentasse acessar a net seria preso sem julgamento algum.

Sobre a situação, que vem sendo condenada por praticamente todos os países ao redor do mundo, o Papa assim se manifestou: "Expresso minha solidariedade ao povo birmanês. Rezo para que aqueles que assumem responsabilidades no país se comprometam, com sincera disponibilidade, com o serviço do bem comum, promovendo a justiça social e a estabilidade nacional a favor de uma coexistência democrática harmoniosa. Neste momento tão delicado, quero voltar a assegurar ao povo birmanês minha proximidade espiritual, minha oração e minha solidariedade."

Os Velhos do Velho Testamento
O leitor da Bíblia leva um susto quando lê que personagens do velho testamento como Matusalém, viveram mais de 900 anos! Como um ser humano poderia viver tanto naqueles tempos antigos? É verdade que havia pessoas na antiguidade que viviam mil anos? Ora, há duas respostas para esse tipo de pergunta. A primeira é literária e teológica e a segunda é histórica.

Do ponto de vista da teologia e da literatura esses velhos do velho testamento são explicados de duas maneiras. Na época em que os textos da Bíblia foram escritos havia um princípio de teologia que dizia que quando mais perto da criação o homem vivesse, mais ele viveria. Os filhos de Adão, por estarem cronologicamente próximos da criação, iriam viver mais anos do que os netos de Adão e assim por diante. Por isso esses escritores colocaram idades absurdas para essas figuras do velho testamento. Porém, como se sabe, essas são questões inerentes apenas à literatura e à teologia.

Historicamente nenhum ser humano chegou a viver 900 anos. Essa parte da Bíblia é apenas uma alegoria, uma forma de defender uma visão teológica. Na realidade os homens da antiguidade viviam menos do que os homens da modernidade. isso porque não havia a tecnologia científica e médica dos dias atuais. Um homem de 40 anos de idade na era antiga era considerado um ancião, uma pessoa bem velha mesmo. Se Matusalém realmente existiu, se foi uma pessoa, uma figura histórica, ele deve ter chegado aos 80 anos de idade, o que espantava as pessoas que viviam naqueles tempos. Só não vá pensar que ele viveu 900 anos, pois isso seria biologicamente impossível, no presente e no passado também. 

A Existência Histórica de Pôncio Pilatos
Pôncio Pilatos realmente existiu? Ele foi uma figura histórica real? Ao longo dos séculos pouco se duvidou da existência histórica de Pôncio Pilatos. Ele havia sido citado não apenas no novo testamento, mas também em outras obras da época como Flávio Josefo. Para os historiadores todas essas citações já seriam válidas para determinar a certeza histórica desse romano.

Na década de 1960 uma pedra retirada do teatro romano em Cesárea Marítima colocou fim definitivo sobre a dúvida. Nessa pedra havia inscrições onde aparecia o nome de Pôncio Pilatos como prefeito daquela região. Ele era nomeado bem abaixo do nome do imperador Tibério, ou seja, todos os elementos históricos estavam no lugar certo, perfeitamente localizados naquela fase da antiguidade.

Essa pedra também foi importante pois além de citar Pôncio Pilatos, citava seu cargo, o de prefeito. Esse romano iria cair em desgraça alguns anos após a morte de Jesus. Ele era um déspota e um homem cruel que estava sempre provocando as crenças do povo judeu. Sua governança foi considerada tão complicada que não tardou e ele foi chamado de volta à Roma. Os eventos de sua morte e seus últimos anos não são bem conhecidos pela história, mas uma coisa é certa, ele de fato existiu, foi um homem real, confirmando mais um aspecto descrito nos evangelhos. Provavelmente morreu no ostracismo, em uma das muitas casas de nobres em Roma. 

Jesus Cristo e Apolônio de Tiana
Há muitas semelhanças entre as histórias de Jesus de Nazaré e o filósofo grego Apolônio de Tiana. Isso levou alguns a perguntar: seria a história de Jesus uma cópia, um plágio, da vida de Apolônio de Tiana? A resposta é negativa. E os historiadores concordam sobre esse aspecto por uma simples questão cronológica. Os Evangelhos foram escritos antes das principais obras que contam a história do grego Apolônio de Tiana. Embora Apolônio de Tiana tenha nascido no ano 2 da era cristã, as principais obras sobre sua vida foram escritas séculos depois de sua morte.

O fato é que esses livros que contavam a vida desse professor e pensador grego pecavam pela fantasia. Muitas das histórias atribuídas a Apolônio de Tiana não passam de mera ficção. O que aconteceu foi que sua obra foi muito popular no império romano. Imperadores como Adriano adoravam essas obras literárias que misturavam pequenos trechos do pensamento desse filósofo com camadas e mais camadas de pura literatura de ficção. Além disso esses textos foram escritos muitos anos depois da vida de Jesus.

Presume-se que muitos desses autores tardios sobre Apolônio de Tiana tenham inserido em suas narrativas, coisas que leram nos evangelhos. Assim Apolônio de Tiana poderia surgir como o filho de uma virgem, um homem que fazia milagres, que ressuscitava mortos, etc. Pedaços da vida de Jesus foram utilizados nesses livros de mera literatura sobre Apolônio de Tiana. Embora não seja de bom tom hoje em dia falar algo nesse sentido, o fato é que não foi Jesus um plágio de Apolônio de Tiana, mas justamente o contrário disso. 

O Barco de Jesus
Há um trecho no evangelho segundo Mateus em que Jesus acalma a tempestade no mar da Galileia. Ele estava em um barco nessa ocasião e acalmava o mar bravio e o céu chuvoso, da tempestade. Em 1986 um barco do século I, ou seja, da mesma época em que Jesus andou pela Terra, foi encontrado no Mar da Galileia, na mesma região onde Jesus pregou por anos e anos. Seria esse o barco de Jesus? Ou seria o barco que havia pertencido a Pedro, que era um pescador?

Infelizmente essas duas últimas perguntas não podem ser respondidas com certeza pela arqueologia. O que se pode afirmar através de exames que foram feitos na madeira desse barco antigo é que ele realmente pertenceu a um pescador do Mar da Galileia no século I da era cristã. Fazendo exercícios de imaginação poderíamos até pensar que esse mesmo barco foi um dia avistado por Jesus nas margens desse Mar ou então, indo mais longe, o próprio Jesus poderia ter navegado nele em algum momento de sua vida.

Apesar de não se afirmar com certeza sua ligação com Jesus de Nazaré, o fato é que esse artefato arqueológico é dos mais importantes já encontrados, mostrando uma peça da história do povo de Israel. Ali os historiadores encontraram também uma peça de argila e uma lâmpada antiga, mostrando artefatos que pertenciam aos povos que ali viviam há 2 mil anos! Algo muito raro e quase impossível de se encontrar nos dias de hoje. Se foi de Jesus ou de algum de seus apóstolos, nunca saberemos, mas que é uma peça incrível de um passado remoto, isso podemos afirmar com absoluta certeza. 

O Evangelho de Filipe
É um dos mais controversos textos antigos sobre Jesus que se tem notícia. Não faz parte do grupo de evangelhos canônicos, reconhecidos pela Igreja Católica e por essa razão é classificado como um texto apócrifo, de procedência e origem incertas. Mas o que chama tanto a atenção nesse texto antigo (escrito, segundo historiadores por volta do século I e II da era cristã)?

Há revelações (ou pontos de vista) bem interessantes aqui. Foi o próprio apóstolo Filipe que o escreveu? Não se sabe, mas muito provavelmente não! Historiadores acreditam que o texto foi escrito em cima de tradições orais, quase centenárias à época, que foram reunidos por seguidores de um grupo de cristãos que viveram muito provavelmente no norte da África ou no Egito.

Entre as coisas que mais chamam atenção nesse texto é a importância dada a Maria Madalena. Ela é mostrada como a seguidora preferida pelo próprio Jesus, sua companheira. O texto afirma que Maria Madalena era esposa de Jesus? Não, não chega a afirmar isso, mas ao mesmo tempo dá enorme importância a Maria Madalena no ministério de Jesus.

Inclusive é nesse evangelho que existe um trecho muito controverso que diz que Jesus havia beijado Maria Madalena na... Infelizmente não se pode saber onde Jesus a beijou. O trecho da palavra no papel foi destruído pela ação do tempo. Onde Jesus beijou Maria Madalena? Na boca? No rosto? Impossível se determinar. Até que se encontre outra cópia desse evangelho tudo o que existirá são suposições, para o deleite de teorias da conspiração. Que o diga o autor de "O Código Da Vinci". 

O Estranho Livro de Enoque
Hoje em dia se fala muito nesse livro de Enoque. Para alguns ele deveria estar na Bíblia pois é citado nela, em trecho escrito por Judas. Ora, se um dos autores da Bíblia o usa como citação, por que o livro de Enoque não está entre os livros do velho testamento? A Igreja Católica o retirou da Bíblia? Qual é sua origem? Por que não faz parte dos livros canônicos? Foi realmente escrito pelo profeta Enoque? Muitas perguntas ficam no ar, vamos responder algumas delas.

Antes de mais nada é importante dizer que historiadores e teólogos concordam que o chamado Livro de Enoque não foi escrito pelo Enoque que está na Bíblia. Esse é dito como o sétimo homem após Adão e o texto que chegou até nós data de aproximadamente dois séculos antes de Cristo. Logo as datas históricas não batem. Se Enoque realmente foi uma pessoa real e pertencia à sétima geração após Adão ele provavelmente viveu há aproximadamente 10 mil anos no passado!

O Livro de Enoque é basicamente um livro de fantasia, com monstros e gigantes vivendo entre os homens. É um livro que não se pode ler como se fosse um registro histórico do passado, a não ser que você queira ler livros como "O Senhor dos Anéis" como retratos fiéis de algo que realmente aconteceu. Esse livro de Enoque também tem origem desconhecida. Quem foi o seu verdadeiro autor? Ninguém sabe.

Judas realmente o cita na Bíblia, mas o faz para derrubar os argumentos de quem acreditava nele. Não é um texto de confirmação de nada, do valor de suas palavras. O Livro de Enoque nunca foi considerado como um livro inspirado por Deus, nem dentro do cristianismo e nem dentro do judaísmo. É um livro, repito, de pura fantasia. Um curioso caso de um livro antigo trazendo seres do mundo da fantasia, o que não deixa de ser, apesar de tudo, uma prova do pensamento imaginativo do homem antigo. É uma das obras de fantasia mais antigas que se tem notícia.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de março de 2011

Bento XVI: O Homem Que Não Queria Ser Papa

Temos no momento uma boa oportunidade para ampliar os horizontes na leitura, geralmente aproveitando o tempo livre para se dedicar a temas de interesse, que não sejam necessariamente ligados à sua profissão. Recentemente li essa interessante obra intitulada "O Homem Que Não Queria Ser Papa" de autoria de Andréas Englisch. Ele é um Vaticanista veterano que resolveu escrever um livro mostrando a subida do cardeal Joseph Aloisius Ratzinger ao trono de São Pedro. Como ele era um jornalista alemão enviado ao Vaticano por seu jornal para cobrir as notícias papais, acabou encontrando farto material para escrever sobre a ascensão do primeiro papa alemão em séculos de existência da Igreja Católica. Curiosamente apesar de ser da mesma terra de Bento XVI ele não era do círculo íntimo do Papa, que aliás tinha sérias reservas em relação ao escritor, agravado após a publicação de um artigo onde ele acabou irritando Ratzinger profundamente.

Pois bem, o mais interessante nesse livro é que o Papa Bento XVI é mostrado em seu lado mais humano, uma aproximação impensada para qualquer católico comum ao redor do mundo. Ratzinger é retratado como um estudioso, um homem extremamente culto e erudito, mas também profundamente tímido e reservado. Um homem de letras, que adorava ficar em seu escritório por longas horas escrevendo suas teses acadêmicas. Quando João Paulo II morreu, ele planejou voltar para sua terra natal, onde iria dedicar seus últimos anos de vida para escrever vários livros que planejava sobre a infância e juventude de Jesus. Era um velho sonho do cardeal. Ele certamente queria apenas participar da eleição do novo Papa, pedir sua aposentadoria ao Vaticano o mais rapidamente possível e voltar feliz e realizado para sua cidade natal na Alemanha. Queria morrer em paz na região onde foi criado por pais amorosos e bastante religiosos. Inclusive já havia acertado tudo com sua irmã que iria morar ao seu lado.

Agora imaginem um senhor idoso como ele, ciente que havia chegado ao fim de uma longa caminhada, ser eleito, praticamente da noite para o dia, o novo Papa! Por isso o livro se chama, de forma muito adequada aliás, "O Homem Que Não Queria Ser Papa". Naquela altura de sua vida Joseph Ratzinger se sentia pronto e realizado para curtir uma aposentadoria ao lado de seus amados livros. Um homem que estudou a vida inteira e que queria terminar seus dias ao lado de sua irmã, fazendo aquilo que mais gostava: ler e escrever. Ele inclusive já havia mandado grande parte de sua biblioteca para a Bavária. Estava literalmente de malas prontas.

De repente ele acabou sendo eleito Papa, se tornando líder espiritual de mais de 1 bilhão de católicos ao redor do mundo! Foi uma reviravolta complicada de se lidar. O autor aproveita justamente essa delicada situação para mostrar o tumulto e caos que se seguiu à eleição de Ratzinger! O velho cardeal alemão bem sabia que não tinha muitos dos pressupostos necessários para suceder o grande João Paulo II, homem que admirava imensamente. Ele não se considerava carismático e nem tinha o dom de levantar multidões. Para ser ter uma visão de seu modo de ser, ele gostava de realizar missas com poucas pessoas, em igrejinhas de Roma que comportavam no máximo 50 pessoas. Também adorava rezar missas em latim, algo que o fazia lembrar de sua infância querida. Para Ratzinger as missas tinham que ter um certo sentimento de aproximação e familiaridade entre o sacerdote e seus fiéis. Muito longe das missas campais celebradas por Papas, onde se chega a cifras absurdas de pessoas presentes.

Assim o autor vai mostrando os primeiros dias de Joseph no trono, seus pequenos erros e gafes e sua imensa dificuldade de assumir um cargo de tamanha grandeza e responsabilidade. Como era um religioso de bastidores, foi muito penoso para ele ir para a frente das câmeras, participar de eventos públicos com milhões de pessoas e se mostrar confortável com tudo o que teve que enfrentar. Confesso que em determinados momentos do livro cheguei até mesmo a sentir pena de Bento XVI por causa de algumas situações aflitivas pelas quais passou. Um homem que jamais almejou virar a estrela do show ou ir para debaixo dos holofotes do mundo! Apenas uma pessoa reservada como ele entenderá perfeitamente os sentimentos que ele precisou enfrentar, tendo o mesmo temperamento.

Conservador e muito firme em suas opiniões, Bento XVI sempre será lembrado como um Papa de transição entre dois Papas que são verdadeiros símbolos da mídia moderna, João Paulo II e Francisco. Por falar em Jorge Mario Bergoglio, ele também está nas páginas do livro em um momento particularmente muito saboroso, justamente no conclave que elegeu Ratzinger! Poucos sabem, mas o fato é que Francisco quase foi escolhido nessa primeira votação. Os cardeais presentes na Capela Sistina reconheceram prontamente a vocação de Bergoglio para assumir o anel do pescador, porém segundo o autor, o futuro Papa sentiu a pressão e dizem ficou bastante nervoso naquele momento. Suando bastante e de cabeça baixa, Jorge Mario Bergoglio parecia sentir o peso de cada voto dado a ele. Talvez por isso os demais cardeais tenham no último momento escolhido o mais frio e equilibrado Joseph Ratzinger.

É bom também chamar a atenção para o fato de que muito do que se tornou realidade com a renúncia de Bento XVI pode ser entendido ao se ler esse livro. Pequenos e grandes desapontamentos do novo Papa parecem confirmar a tese que ele realmente não aguentou a pressão a que vinha sendo submetido desde os seus primeiros dias. A saúde também já não era boa. Ele tinha problemas de locomoção e sentia muitas dores. Não queria passar pelo que passou João Paulo II que foi sucumbindo à doença na frente do público ao longo dos anos. Ele próprio mudou uma questão de direito canônico para deixar mais clara sua posição na renúncia. Um mosaico de eventos e fatos que acabou dando origem à sua decisão que deixou o mundo surpreso. Assim deixo a recomendação desse livro - um revelador passeio por dentro dos muros do Vaticano em um dos momentos mais importantes e vitais de sua história.

Pablo Aluísio. 

Arquivos do Vaticano VII

Arquivos do Vaticano VII
Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.  

Papa Francisco e a importância das mulheres no mundo - Nesse 8 de março o Papa Francisco relembrou a importância das mulheres dentro da sociedade humana. O Papa afirmou que o mundo que marginaliza as mulheres em geral se torna um mundo estéril. Para Francisco as mulheres buscam a cada dia construir uma sociedade mais humana e acolhedora. A importância de sua presença na vida de todas as famílias deve sempre ser ressaltada e valorizada. As mulheres não apenas trazem vida, mas também conseguem entender e olhar o mundo com olhos diferentes, com um coração mais criativo, mais paciente e mais terno. Francisco dedicou uma oração e uma benção particular para todas as mulheres ao redor do mundo e em especial para as que estavam presentes na Praça de São Pedro nesse domingo de graça.

Ele afirmou: “Hoje, 8 de Março, uma saudação a todas as mulheres que em cada dia procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora. Um obrigado fraterno também àquelas que em mil modos testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja. E esta é para nós uma ocasião para reafirmar a importância das mulheres e a necessidade da sua presença na vida de cada um de nós. Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as mulheres não apenas trazem a vida, mas nos transmitem a capacidade de olhar mais além, a capacidade de entender o mundo com olhos diferentes, de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais terno. Uma oração e uma bênção particular para todas as mulheres aqui presentes na Praça e para todas as mulheres do mundo. Uma saudação”

O Papa Francisco também relembrou em sua oração mariana do Angelus o trecho do evangelho onde Jesus expulsou os vendedores do Templo, lugar de oração que era usado para o comércio e enriquecimento próprio dos sacerdotes. Francisco afirmou: “Na verdade, este gesto de Jesus e a sua mensagem profética percebem-se totalmente à luz da sua Páscoa. Temos aqui, segundo João, o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: o seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se transformará na Ressurreição no lugar de encontro universal entre Deus e os homens. Por isso, a sua humanidade é o verdadeiro templo, onde Deus se revela, fala, se faz encontrar; e os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do saber religioso, mas aqueles que adoram a Deus em espírito e verdade".

Por fim o Papa realçou a importância de se viver esse período da Quaresma para a celebração da Páscoa, quando o fiel finalmente renova seus compromissos assumidos no batismo em Cristo. Para Francisco o verdadeiro cristão deve assumir uma posição de caridade e ajuda ao próximo, principalmente em relação aos mais humildes e fracos, os mais pobres. Agindo assim o cristão assume a construção de um templo em sua própria vida, se tornando exemplos vivos do caminho de Cristo na Terra. Depois o Papa levou a multidão presente na Praça de São Pedro a uma reflexão. O Papa afirmou que sempre devemos nos perguntar se o Senhor realmente está presente em nossas vidas e em nossos corações. Se realmente passamos por um processo de limpeza e purificação em nossa existência. E se realmente expulsamos de nossa alma as atitudes de ganância, ciúmes, mundanidade, inveja e ódio. Finalizando o Papa Francisco convidou os católicos a abrirem seus corações para que a misericórdia de Deus faça a verdadeira limpeza dentro de cada um de nós.

Papa Francisco e o coração dos homens - Nessa quarta-feira o Papa Francisco lembrou a situação dos idosos no mundo de hoje. Para o Papa Francisco as pessoas idosas ganharam mais tempo de vida graças aos avanços da medicina, porém continuam sendo negligenciadas e abandonadas, até mesmo por familiares. O Papa Francisco afirmou: "Os idosos deviam ser, para toda a sociedade, uma reserva de sabedoria! Infelizmente muitos idosos estão abandonados não só em condições materiais precárias, mas também enfrentando numerosas dificuldades para sobreviver em uma sociedade que não quer mais a sua participação. A vida humana aumentou em anos de vida, mas o coração não cresceu". O Papa Francisco relembrou ainda a importância dos avós na vida familiar e na sociedade em geral e como eles estão sendo deixados de lado por uma sociedade que não os valoriza.

O Papa inclusive usou o exemplo de Bento XVI que ao visitar um lar para idosos em Roma afirmou: "A qualidade da sociedade, direi da civilização, julga-se também na forma como os idosos são tratados e do lugar que ocupam dentro de uma comunidade". Francisco ainda deixou claro que a Igreja Católica não pode se conformar com o modelo consumista atual, onde os mais jovens olham a velhice com impaciência, indiferença e desprezo. O Papa Francisco comentou: "Os idosos são homens e mulheres, pais e mães, que percorreram, antes de nós, as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos de despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça o idoso sentir-se como parte ativa da sua comunidade."

O Papa Francisco alertou para os perigos de uma sociedade que não valoriza os idosos. Em sua maneira de ver toda civilização digna desse nome deve respeitar a sabedoria e a experiência de vida dos idosos. Em uma sociedade sem lugar para pessoas mais velhas não poderá haver pleno desenvolvimento da alma humana. O Papa ainda comentou entristecido o caso de uma senhora idosa que foi abandonada e não vê seus filhos há quase um ano!". Para o Papa Francisco não há dúvidas que isso é um pecado mortal por parte de seus filhos, que a deixaram abandonada. A conclusão que o Papa chegou é clara: “Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens”. No final de sua catequese o Papa Francisco resolveu fazer uma saudação muito especial aos peregrinos de língua portuguesa. O Papa os lembrou do dom maravilhoso que é a vida humana. Lembrou ainda que todos devem caminhar com a Virgem Maria para que ela os guie pelos caminhos da vida.

A Semana do Papa Francisco - Papa Francisco condena atentados terroristas em Paris - O Papa Francisco afirmou no Vaticano sua preocupação com o terrível atentado ocorrido em Paris aos jornalistas do tablóide de humor Charlie Hebdo. A publicação que muitas vezes havia satirizado o próprio Papa e a religião católica foi alvo de terroristas fundamentalistas islâmicos após a publicação de charges envolvendo o profeta Maomé, o que resultou na morte de 12 pessoas. Para o Papa Francisco: "O atentado em Paris nos faz pensar na grande crueldade humana, no terrorismo. O atentado contra o semanário francês Charlie Hebdo foi um ato de extrema crueldade humana" lamentou o Papa. Depois pediu aos católicos que rezassem pelas pessoas cruéis, para que o Senhor lhes mude o coração. O Papa também condenou o que chamou de  “difusão do ódio e qualquer forma de violência física e moral que possam destruir a vida e violar a dignidade, atingindo radicalmente a convivência pacífica entre as pessoas e os povos.". Por fim Francisco dirigiu os pêsames às famílias das vítimas do atentado unindo-se "à dor e à tristeza de todos os franceses”.

Vaticano divulga novas viagens do Papa Francisco - Além dos Estados Unidos o Papa Francisco irá visitar mais dois países em breve: Sri-Lanka e Filipinas, divulgou o Vaticano. Para Francisco a viagem tem um claro objetivo, levar uma mensagem de reconciliação e esperança aos cingaleses, e de solidariedade aos filipinos, atingidos por vários desastres naturais nos últimos anos. É a segunda visita oficial do Papa a países asiáticos, numa clara demonstração de preocupação do Papa com o catolicismo nessa parte do mundo. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, essas viagens do Papa representam acima de tudo um apelo ao diálogo inter-religioso, uma maneira de criar vínculos de paz com outras religiões orientais. Além disso, como todo bom jesuíta, Francisco também almeja levar a palavra do evangelho aos mais distantes locais da Terra.

Papa Francisco recebe Angelina Jolie no Vaticano - No meio de uma semana muito agitada no Vaticano o Papa Francisco recebeu rapidamente a atriz Angelina Jolie. Ela esteve lá para divulgar seu novo trabalho, "Invencível". No filme acompanhamos a história real de um atleta olímpico que foi feito prisioneiro dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Um enredo que fala sobre superação e garra diante dos desafios da vida. Para Jolie foi uma honra projetar o filme nos jardins do Vaticano mesmo sem a presença do Papa, muito atarefado com os assuntos da Igreja. Ela se mostrou emocionada com o encontro e depois comentou: "Ser convidada para projetar o filme no Vaticano foi uma honra e uma homenagem à memória de Louis (o personagem principal do filme), um homem de fé que representou a coragem do espírito humano".

Papa Francisco afirma que "somente o Espírito Santo torna o coração dócil à liberdade do amor" - Em missa realizada em Santa Marta o Papa chamou todos os católicos a uma reflexão importante. Para Francisco os homens precisam reencontrar o verdadeiro amor do Espirito Santo em suas vidas, deixando de lado o orgulho e o sentimento de auto suficiência, esquecendo do próximo ao abraçar uma vida de egoísmos e individualidades extremas. Francisco afirmou: “O coração, quando endurece, não é livre e se não é livre é porque não ama: assim terminava o Apóstolo João na primeira leitura. O amor perfeito expulsa o temor: no amor não há temor, porque o temor supõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Não é livre. Tem sempre o temor de que aconteça algo de doloroso, triste, que me faça ir mal na vida ou arriscar a salvação eterna ... São tantas as imaginações, porque não ama. Quem não ama não é livre. E o seu coração estava endurecido, porque ainda não aprendeu a amar. Quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza?” – perguntou o Papa Francisco. Depois veio sua resposta: “Somente o Espírito Santo”. No final de sua pregação o Papa Francisco concluiu: “Você pode fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de yoga, zen, e todas essas coisas. Mas tudo isso nunca vai ser capaz de lhe dar a liberdade de filho. Somente o Espírito Santo move o seu coração para dizer 'Pai'. Somente o Espírito Santo é capaz de afastar, de quebrar essa dureza de coração e tornar um coração macio ...“dócil”. Dócil ao Senhor. Dócil à liberdade do amor”.

Papa Francisco e o exame de consciência - Nesse novo 2015 que nasce o Papa Francisco chama todos os cristãos para um exame de consciência. Em suas palavras: "Um ano chega ao fim e outro começa. Essa é a ocasião perfeita para que todos reflitam sobre como têm usado seu tempo e os dons que Deus lhes deu - especialmente a forma como cada um tem ajudado ao seu próximo, aos pobres". Para Francisco Deus é eterno, porém a passagem do tempo é importante até mesmo para Ele. Na Basílica de São Pedro Francisco afirmou: "Deus queria revelar-se e salvar-nos da história, tornar-se humano para demonstrar o seu amor concreto pela humanidade." Com um vento de inverno forte que soprava do lado de fora da basílica, o Papa Francisco encerrou 2014 celebrando a oração da noite, com a adoração eucarística e a bênção, com o canto solene do "Te Deum", um hino de louvor pelas bênçãos de Deus. Depois prosseguiu dizendo: "O final do ano, assim como o final de uma vida, nos leva a um exame de nossa própria consciência, lembrando-se de tudo o que aconteceu, agradecendo ao Senhor por tudo de bom que recebemos e fomos capazes de realizar. Ao mesmo tempo temos que nos lembrar também de nossos pecados, dar graças e pedir perdão pelos erros cometidos".

Depois se dirigindo aos moradores de Roma o Papa afirmou que os cristãos devem ter coragem de levantar a bandeira dos mais pobres que precisam ser defendidos. Para o Papa não são as pessoas que devem ser defendidas dos pobres, mas o contrário, todos devem proteger os mais humildes, pois o fraco deve ser amparado em suas carências. Depois o Papa relembrou sobre os inúmeros casos de corrupção que estão em todos os jornais, mundo afora. Para o Papa a corrupção é um dos grandes males do século. Francisco observou: "Os graves casos de corrupção que assolam o mundo político exigem uma conversão séria e consciente. É necessário passar por uma renovação espiritual e moral. É preciso haver um compromisso renovado para a construção de uma sociedade baseada em justiça e solidariedade, onde os pobres, os fracos e os marginalizados estejam no centro da preocupação". Para o Papa o pecado original e seus efeitos ainda assolam a humanidade, tornando muitos meros escravos e seguidores da "voz do Maligno". A corrupção seria uma manifestação disso dentro da sociedade.

Para o Papa Francisco Deus enviou Jesus para que todos os pecadores fossem resgatados dessa escravidão. Depois perguntou: "Vivemos como filhos de Deus ou como escravos?". Depois continuou com seus questionamentos: "Vivemos e fomos batizados em Cristo de forma gratuita? Ou vivemos de acordo com a lógica mundana, como corruptos, fazendo o que o diabo quer nos fazer crer ser de nosso interesse?" E prosseguiu: "Temos uma tendência para resistir à liberdade, pois na verdade tememos a liberdade, preferindo paradoxalmente a escravidão! A liberdade nos assusta, porque coloca o tempo diante de nós e, com ele, a responsabilidade de viver bem", disse ele. "A nostalgia dos ninhos de escravidão ainda resiste em nossos corações, porque parece mais reconfortante do que a liberdade, o que é muito mais arriscado. A escravidão se concentra apenas no momento, fazendo com que as pessoas se esqueçam de seu passado, mas também roubando-lhes esperança para o futuro. A escravidão nos faz acreditar que não podemos sonhar, voar ou ter esperanças. O fim de um ano é um lembrete de que haverá uma "hora final" e que todas as pessoas serão julgadas, em particular sobre como usaram sua liberdade e como a utilizaram para cuidar e ajudar ao próximo."

Após uma breve oração e apesar do frio de zero grau, o Papa Francisco fez questão de ir até a Praça de São Pedro para rezar um pouco antes de se dirigir até a a cena da natividade representada no presépio do Vaticano. Depois ao avistar muitas pessoas atrás das barricadas montadas pela guarda suíça resolveu ir até lá para dar um "Feliz Ano Novo" bem pessoal e caloroso aos que o estavam esperando no frio gelado de Roma. Cumprimentou a muitos, desejando sempre felicidades para o ano novo que está nascendo.

Papa Francisco - Missa do Galo 2014 - Ontem tivemos mais uma bela celebração na Basílica de São Pedro. Foi a segunda Missa do Galo a ser celebrada pelo Papa Francisco. Graças ao bom Deus tudo transcorreu sem maiores problemas. Tradicionalíssima, a missa relembrou o nascimento de Jesus Cristo. O texto do evangelho escolhido foi o de Lucas. Pessoalmente me senti duplamente abençoado pois não faz muito tempo terminei de reler mais uma vez esse evangelho, considerado por muitos um dos mais perfeitos sobre a vida de Jesus. Vou abaixo transcrever o texto que foi lido durante a celebração no Vaticano.

Nascimento de Jesus. Os pastores (Evangelho Segundo Lucas, capítulo 2, versículos de 1 a 20. 1 Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra 2 – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. 4 Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, 5 para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. 7 Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. 9 Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. 10 O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: 11 hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. 13 De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: 14 “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!” 15 Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou. 16 Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. 18 Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. 20 Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito.

Depois apresentou-se uma filarmônica de Viena. O Papa então realizou sua homilia dando enfoque para dois trechos bíblicos dos mais relevantes. O primeiro afirma que “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles” (Is 9, 1). O segundo que diz “Um anjo do Senhor apareceu, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles” (Lc 2, 9). Depois o Papa Francisco deu continuidade à sua mensagem dizendo: "É assim que a Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador, como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência. Mas Deus continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povo – observou o Santo Padre – tal como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido". Depois continuou perguntando: "Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? Temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!”

Francisco seguiu em sua mensagem afirmando: "A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de Lhe abrir o nosso coração". Francisco ainda chamou a atenção para o fato de que a luz de Deus foi vista por “pessoas simples, dispostas a acolherem o dom de Deus” e não pelos “arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento.” Finalizando o Papa Francisco deixou a todos uma bela mensagem de amor e paz ao dizer: "“Olhemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: Ó Maria, mostrai-nos Jesus!”

A Semana do Papa Francisco - Nessa semana nosso querido Papa Francisco foi novamente bem enfocado pela imprensa mundial. De fato a cada dia o Papa surpreende, encanta e cativa ainda mais o planeta. Vamos saber os principais fatos da semana na vida do nosso querido e amado Santo Padre.

Papa Francisco afirma que os bichinhos de estimação vão para o céu - Durante um encontro casual o Papa se encantou com um garotinho que lhe contou, muito triste, que seu cãozinho havia morrido naquela semana. O Papa Francisco então o consolou afirmando que os cães e demais bichinhos de estimação também vão para o céu! Curiosamente um ato tão bondoso do Papa acabou gerando uma grande polêmica envolvendo teólogos e gente de todas as idades na internet. Afinal os bichinhos também vão para o céu? No meio de muito bate boca o bom resultado de tudo foi relembrar a todos nós que os animais de estimação como seres viventes e criaturas de Deus que são, merecem todo o nosso respeito e carinho. E como bem resumiu uma internauta os animais de estimação são anjos peludos que nos ensinam a amar.

Papa Francisco não vai se encontrar com o Dalai Lama
Outro fato que chamou bastante atenção da mídia essa semana foi o cancelamento do encontro entre o Papa Francisco e o Dalai Lama. O Vaticano informou que o encontro foi cancelado pois há receios de que haja um endurecimento do regime comunista da China contra os católicos que vivem naquele país caso o encontro fosse realizado. O Dalai Lama luta pela independência de seu país, ocupado há décadas pelo regime de Pequim. Como os casos de perseguição religiosa contra cristãos está aumentando consideravelmente nos últimos anos o Papa Francisco achou por bem esperar um pouco mais, afinal um encontro como esse pode trazer consequências perigosas para a integridade física dos católicos que vivem na China.

Pesquisa mostra que Papa Francisco tem boa imagem em praticamente todo o mundo
Recentes pesquisas comprovam que Francisco tem uma excelente imagem pelo mundo afora, principalmente nos países europeus e nos Estados Unidos. Seus índices mostram que o Papa Francisco é amado e admirado ao redor do globo. A pesquisa também demonstrou que a maioria dos países anseiam por uma visita do Papa o mais breve possível. Infelizmente Francisco não tem feito todas as viagens que estão sendo solicitadas por causa de sua idade já um pouco avançada. Além disso há toda uma organização muito bem orquestrada que precisa ser feita para cada viagem internacional do Santo Padre em cada nação que visitar, o que demanda naturalmente um bom tempo para ser perfeitamente planejada. A última confirmação de Francisco em termos de viagem foi feita na última semana pelo Vaticano ao declarar que o Papa visitará os Estados Unidos em 2015.

Papa Francisco nomeia dois novos bispos no Brasil
O Papa Francisco nomeiou dois novos bispos auxiliares para a Arquidiocese de São Paulo. Os novos bispos são os atuais padres Devair Araújo da Fonseca e Eduardo Vieira dos Santos. O padre Eduardo Vieira, de 49 anos e natural de Bom Sucesso, no Paraná, tem formação ligada ao clero da Arquidiocese de São Paulo e é mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ele deixa a cura da Catedral Metropolitana da Sé e o cargo de chanceler do Arcebispado para ocupar o posto. Já o padre Devair Araújo, de 46 anos, nasceu em Franca, no interior paulista, onde teve formação junto ao clero diocesano da cidade e é mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Ele era pároco da Paróquia São José. Desejamos felicidades aos dois, que Deus ilumine sempre seus caminhos.

Papa Francisco: Religião não é negócio - O Papa Francisco condenou sacerdotes e leigos que transformam suas paróquias em um "negócio" com a cobrança em dinheiro para celebrações tais como batismos, bênçãos e intenções de Missas - chamando-o um escândalo que é difícil perdoar. Afirmou Francisco: "É interessante: o povo de Deus pode perdoar os seus sacerdotes, quando são fracos; quando eles deslizam sobre um pecado, as pessoas sabem como perdoá-los, mas há duas coisas que o povo de Deus não pode perdoar: um padre ligado a dinheiro e um padre que maltrata pessoas. Isso eles não podem perdoar! É escandaloso ... " O Papa centrou sua homilia sobre o Evangelho de Lucas em que Jesus vira mesas e expulsa aqueles que estavam vendendo coisas no interior do templo, dizendo que é um lugar sagrado, santificado para oração e não para negócios. As boas pessoas que iam ao templo tinham que pagar para realizar suas oferendas e realizar suas preces. Segundo o Papa Francisco isso era uma forma muito grave de corrupção religiosa que acabou escandalizando todo o povo daqueles tempos.

O Papa ainda lembrou a história bíblica de Anna, a mãe de Samuel, que era uma mulher humilde que foi ao templo e sussurrou suas orações em silêncio, enquanto o sacerdote e seus dois filhos corruptos exploravam os peregrinos que vinham ao templo. Para Francisco esse escândalo de fazer da igreja um negócio é algo muito triste que ainda acontece nos dias de hoje, principalmente quando se dá preços a batismos, bençãos e intenções de missa ou cultos. Para Francisco quando o sacerdote se torna um empresário as pessoas devem mesmo se escandalizar. E completou: "É escandaloso quando o Templo, a Casa de Deus, torna-se um lugar de negócios, como no caso de preços cobrados para realizações de casamentos pois a igreja acaba sendo alugada para esse tipo de celebração abençoada por Deus."

Para Francisco quando Jesus usou de seu chicote contra os vendilhões do templo ele não o fez tomado de raiva, mas sim com a ira de Deus, pois zelou por sua casa! Para Francisco a redenção de Deus não tem que ter preço, pelo contrário, ela é grátis para todos aqueles que recebem o evangelho em seu coração. Quando preços são estipulados pelas igrejas elas estão colocando um preço na salvação e essa, desde a chegada de Jesus, é completamente gratuita, que vem até nós com a gratuidade abrangente do amor de Deus. Por fim o Papa Francisco lembrou de Maria. Quando Maria entrou no templo ela surge como uma jovem mulher, simples, tal como Anna antes dela. Depois que entrou no templo de Jerusalém Maria rezou pela pureza da casa de Deus. Assim a Santíssima Virgem nos ensinou que a Igreja deve ser mantida limpa, para receber o amor de todos aqueles que vêm em busca de Deus, sem cobrar nada por isso.

Papa Francisco na Coreia - Nesse fim de semana o Papa Francisco esteve em visita oficial na Coreia do Sul. O país é um dos mais desenvolvidos da Ásia e o Catolicismo passa por um momento maravilhoso por lá, sendo a religião que mais adeptos ganha a cada ano. Em sua missa campal ontem o Papa Francisco conseguiu levar mais de um milhão de coreanos ao evento, um recorde histórico que mostra muito bem sua popularidade naquela nação. Além do significado espiritual, onde o Papa beatificou mais de cem mártires da fé católica, há ainda um profundo aspecto político em sua visita.

Como se sabe a península Coreana é fonte de muitos problemas desde que o país foi dividido entre Coreia do Sul capitalista e Coreia do Norte comunista, essa com um dos regimes mais brutais que se tem notícia na história. O interessante é que ambas as nações viraram perfeitos exemplos dos sistemas econômicos e políticos que abraçaram. A Coreia do Sul é uma das nações mais desenvolvidas do mundo, com ótima renda per capita, alta escolarização de sua população e um marco no desenvolvimento tecnológico mundial. Hoje a Coreia do Sul é sem dúvida uma das mais prósperas nações do planeta.

Já do lado comunista o que vemos é uma das regiões mais atrasadas e subdesenvolvidas do mundo. Um país fechado, obscuro, com milhões passando fome e sofrendo a repressão de um regime sanguinário que elimina qualquer ameaça de oposição ao seu sistema desumano. Praticamente todo o orçamento vai para a compra de armas, pois como em todo país comunista a paranóia está na ordem do dia. No poder absoluto manda o ditador Kim Jong-un, um jovem com ares de megalomania, o terceiro de sua dinastia que se impôs pela força bruta e assassinatos em série. Seu nome só surge na imprensa por atos de violência bárbara cometidas contra seu povo ou seus vizinhos de fronteira. Recentemente mandou seu próprio tio para ser devorado vivo por cães pois havia sinais de que ele iria liderar uma oposição ao regime em busca de maior abertura política e econômica. 

A Igreja Católica sempre lutou contra o comunismo. Conseguiu vitórias históricas contra os regimes comunistas do leste europeu. O Papa João Paulo II foi figura de destaque na queda da União Soviética. O socialismo, como ideologia que prega o ateísmo e a perseguição religiosa contra os opositores aos regimes ditadorias, precisa ser combatido sempre e em todos os lugares por onde sua infestação prospera. A presença de Francisco na região traz justamente esse significado político. Não é à toa que o louco ditador norte-coreano jogou três misseis no mar, no mesmo dia em que Francisco chegou na vizinha Coreia do Sul. É o desespero de um ditador comunista maníaco que sabe que um dia seu reinado de terror e atrocidades também chegará ao fim.

Papa Francisco e os Dez Mandamentos da Felicidade - Em entrevista o nosso querido Papa Francisco explicou quais seriam os Dez Mandamentos para ser feliz! Confira os conselhos do Papa Francisco sobre a felicidade e a forma de se chegar até ela!

1. Viva e deixe viver
Todos devem se guiar por esse princípio, segundo Francisco. "Siga em frente e deixe que os outros façam o mesmo."

2. Esqueça o que é negativo!
Pare de ser negativo! Francisco explica: "A necessidade de falar mal dos outros indica baixa auto-estima. Isso significa: 'Eu me sinto tão baixo que em vez de me levantar eu tenho que puxar os outros para baixo também'", disse o papa. "Não faça isso! Cultue uma atitude positiva perante a vida. Deixe de lado as coisas negativas pois isso é saudável para sua alma."

3. Busque ativamente a paz
Essa é uma questão muito importante para o Papa Francisco. Ele explicou: "Estamos vivendo em uma época de muitas guerras e o apelo à paz deve ser gritado. Paz às vezes dá a impressão de ser tranquila, mas nunca é calma, a paz é sempre pró-ativa e dinâmica." O Papa também falou sobre a importância de ajudar os imigrantes de todo o mundo, principalmente os refugiados de guerra que são expulsos de seus lares por causa dos inúmeros conflitos que se espalham pelos países.

4. Compartilhe os domingos com a família
O domingo para Francisco significa o momento de compartilhar com a família. Para Francisco: "Os trabalhadores devem ter folga aos domingos porque Domingo é dia para reunir toda a família", disse ele.

5. Brinque com as crianças
Para Francisco os pais devem sempre dar atenção aos seus filhos, mesmo nos dias de hoje onde o ritmo de vida é muito acelerado. O bom católico deve ser presente na vida dos filhos. O lazer também deve ser valorizado. Francisco explicou que "Mesmo os pais que possuem um ritmo de trabalho de longas horas devem reservar seu tempo para dedicar aos filhos, brincar com eles, se mostrar presente. Francisco também incentivou aos pais que façam refeições ao lado dos filhos para se consolidar uma boa comunicação entre todos eles. Nessa horas a TV e todas as distrações devem ser deixadas de lado. Pais e filhos precisam de diálogo diariamente e as refeições se mostram um bom momento para isso.

6. Respeite quem pensa diferente
O respeito a opiniões alheias é muito importante. As pessoas precisam cultivar um nível de diálogo constante e respeitar aqueles que pensam diferente, que possuem outras opiniões. Francisco resumiu a questão da seguinte forma: "As pessoas precisam ser abertas e generosas com as outras. Se você passar a só aceitar suas opiniões então se tornará um egocêntrico, alguém que não avança, imerso em si mesmo. Lembrem-se que água parada geralmente se torna podre"

7. Ajude os jovens a conseguirem um emprego
O trabalho traz dignidade ao homem. Só através do trabalho o jovem se auto determinará na vida. Todos devem ajudar no primeiro emprego, no primeiro trabalho dos jovens. Os empresários precisam ser criativos e tratar a todos com dignidade, sejam jovens ou velhos.

8. Aja respeitosamente
As pessoas precisam respeitar as crenças dos outros. Se você é religioso precisa respeitar a maneira que o próximo pensa ser a adequada para se chegar até Deus.

9. Junte-se aos outros
Seja um membro ativo de sua comunidade, participe de trabalhos voluntários, faça parte, se una aos demais para criar um mundo melhor até porque a união faz a força.

10. Cuide da natureza
A natureza é um presente de Deus para a humanidade que precisa ser respeitada e cuidada. A humanidade, segundo Francisco, cometerá seu próprio suicídio se continuar usando a natureza de forma abusiva e tirânica.  A preservação da natureza é um dos maiores desafios da humanidade para o Papa e deve ser buscada a todo momento, sendo que cada um deve fazer sua parte pelo incrível dom que Deus deixou para os homens de todo o mundo.

Papa Francisco na Terra Santa - Maravilhosa essa viagem do Papa Francisco à Terra Santa. Como ele próprio definiu seria uma peregrinação meramente religiosa, de fé, mas como todos sabemos ninguém pode ignorar o lado político do líder da Igreja Católica. Assim Francisco tem aproveitado sua passagem por aquela explosiva região para disseminar uma linda mensagem de paz e cooperação entre todos os povos. Os frutos já surgiram. O Papa levou a proposta de que ambos os líderes dos povos judeus e palestinos se reunissem no Vaticano para, quem sabe, recomeçar os diálogos trazendo paz para o Oriente Médio. Convite feito e convite aceito. O fato do presidente de Israel se prontificar a ir até o Vaticano para encontrar o presidente palestino já é, por si só, uma vitória, haja visto que em abril os dois lados se retiraram da mesa de negociação, alegando que não mais levariam conversações de paz em frente. Francisco porém não estaria disposto a desistir da paz!

Até hoje o mediador desse conflito estava sendo o presidente dos Estados Unidos mas, como se pode perceber pela posição parcial do líder americano em favor de Israel, isso jamais poderia dar certo. Ao assumir a posição de mediação neutra, o Vaticano e o Papa, se tornam a melhor opção dos dois países em conflito para se chegar a um bom termo de paz e prosperidade para todos os povos envolvidos nesses problemas. Franciso pretende exercer uma liderança neutra, imparcial e já deu sinais disso ao rezar junto a um muro que separa palestinos e israelenses. Quebrando todos os protocolos ele foi até lá, orar pela paz, entre os dois povos. Seu gesto - que não estava programado - virou um ícone hoje em todos os jornais e meios de comunicação ao redor do mundo. Um gesto simbólico de profundo significado político e religioso.

Outro aspecto tratado por Francisco nessa viagem foi a delicada posição da Síria, que se encontra em uma sangrenta guerra civil. O número de refugiados não pára de crescer, muitos deles indo parar em regiões de fronteira, como na Jordânia. O Papa aproveitou sua visita nessa nação para elogiar os esforços das autoridades jordanianas no acolhimento desses refugiados, que vivem em acampamentos improvisados no meio das areias escaldantes do deserto. Francisco rezou por essas pessoas e inclusive conheceu vários jovens refugiados que vivem em campos como esse. Uma salutar lembrança para todos os que sofrem nesses ambientes hostis. O problema sírio porém é de complicada solução. O líder do país é um tirano, disso ninguém tem dúvidas, porém luta contra rebeldes fundamentalistas ainda mais sanguinários que desejam implantar um regime fortemente influenciado pelo lado mais fanático do islamismo. Um regime como esse seguramente ninguém no mundo civilizado deseja ver implantado.

Por fim o Papa demonstrou sua decepção com todos aqueles que lucram com essas guerras, em especial traficantes de armas, que visam lucro financeiro em cima da morte de centenas de milhares de pessoas. Pedindo por sua conversão o sumo pontífice deixou claro o papel desprezível e decisivo desse tipo de gente que age nos países destruídos pela violência e pela guerra. Além disso, para coroar ainda mais sua visita com brilhantismo, ele se encontrará com Bartolomeu 1º, patriarca de Constantinopla, principal bispo da Igreja Ortodoxa. O encontro significará muito pois mostrará a aliança entre a Igreja Católica do ocidente e a Igreja Ortodoxa, ambas milenares. Francisco resumiu o encontro com a frase: "Pedro e André voltarão a dar as mãos", citando os fundadores de ambas as igrejas. Uma forma de mostrar que a tolerância religiosa e o respeito para com as demais religiões deve ser o principal objetivo a ser alcançado por todos os líderes religiosos ao redor do mundo. O Papa Francisco está fazendo história mais uma vez! Viva o Papa!

 Pablo Aluísio.